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REVISTA CIENTÍFICA
ISSN Impresso: 1982-422X | ISSN Eletrônico: 2236-1774
Volume 13, Número 1, 2018
INFORMAÇÕES GERAIS
A revista Acta Tecnológica é uma publicação oficial de divulgação 
científica e tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia 
do Maranhão e se destina a divulgar os conhecimentos técnicos, científicos 
e culturais produzidos nesta e demais instituições da rede de ensino básico, 
técnico, tecnológico e superior.
A missão da Acta Tecnológica é publicar artigos científicos, revisões 
bibliográficas, relatos de casos, resumos de teses e dissertações, notas técnicas e 
outros referentes às áreas de Ciências Agrárias, Ciência e Tecnologia de Alimentos, 
Ciências Biológicas, Meio Ambiente, Educação, Letras e Artes, Ciências Sociais e 
Ensino das Ciências e Matemática, contribuindo para a divulgação e promoção 
de debates sobre temas de interesse estratégico para o desenvolvimento científico 
e tecnológico regional e nacional.
A Acta Tecnológica tem periodicidade semestral, podendo, no entanto, 
ser publicadas edições especiais. 
A Equipe Editorial é composta por editores, um corpo de assessores 
científicos e uma equipe de apoio nas áreas de revisão textual, normalização, 
design editorial e tecnologia da informação.
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A exatidão das informações, os conceitos e opiniões emitidos nos resumos e textos 
completos são de exclusiva responsabilidade dos autores.
I59 ACTA Tecnológica / Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia do Maranhão, v.13, n.1, jan-jun. 2018.
São Luís: IFMA - Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e 
Inovação.
Semestral
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Ciência e Tecnologia do Maranhão
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Pós-graduação e Inovação
Natilene Mesquita Brito
Presidente da Editora IFMA
Gedeon Silva Reis
Editora Chefe
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Conselho Editorial
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Gedeon Silva Reis
Glayde Maria Carvalho Veras
Dihego Silva Bonfim
Flávia Arruda de Sousa
Sylvia Letícia Oliveira Silva
Revisão de Texto
Flávia Alexandra Pereira Pinto
Kerllen Miryan Portela de Paiva Norato
Rita de Cássia Bastos Cirqueira Costa
Triciane Rabelo dos Santos
Revisão de Língua Estrangeira (Inglês)
Claudia Cristina Colins Pereira
Maycon Cesar Pereira Wernz
Design Editorial
Luís Cláudio de Melo Brito Rocha
Tecnologia da Informação
José Maria Ramos dos Reis
Documentação e Normalização
Michelle Silva Pinto
EDITORIAL
A Revista Acta Tecnológica, traz nesta edição, um conjunto de artigos em diversas áreas do 
conhecimento, sendo 1 (um) artigo na grande área de ciências sociais e aplicadas, 1 (um) 
em engenharia, 1 (um) na área de ciências biológicas e 5 (cinco) na área de ciências agrárias.
Neste volume 13, número 1, do ano 2018 publicamos os artigos: “Percepção de qualida-
de dos candidatos a cargos públicos: comparação entre gêneros na visão do eleitor”, 
onde os autores comparam os atributos de qualidade dos candidatos a cargo eletivo e a 
diversidade de gênero. O segundo artigo “Validação da metodologia sobre o posiciona-
mento das peças no ensaio de salt spray” baseia-se no procedimento descrito na norma 
ASTM B117, a qual padroniza o ensaio de névoa salina.
No terceiro artigo “Potencial de comercialização de produtos florestais não madeirei-
ros na área de manejo da reserva extrativista Tapajós, Arapiuns, Pará” os autores de-
monstram a importância dos recursos naturais florestais para as comunidades em estudo. 
No quarto artigo “Caracterização florística, fitossociologia e regeneração natural de 
uma floresta manejada no oeste do Pará” os autores apresentam as espécies com grande 
importância na dinâmica de sucessão da floresta objeto de estudo.
No artigo “Plantas ornamentais ocorrentes no município de Aldeias Altas, Maranhão, 
Brasil” os autores verificaram a procedência das espécies (nativas ou exóticas) e a presença 
ou ausência de propriedades tóxicas. No sexto artigo “Desenvolvimento de plântulas 
de soja em função do tratamento das sementes com vitaminas” os autores testaram o 
ácido ascórbico (vitamina C), o ácido fólico (vitamina B9) e a tiamina (vitamina B1) no 
tratamento de sementes de soja. No sétimo artigo “Indicadores visuais de qualidade do 
solo em agroecossistemas familiares maranhenses” busca avaliar a qualidade do solo 
em três agrossistemas voltados para a realidade da agricultura familiar.
E para finalizar, “Extração do amido do resíduo de junça (Cyperus esculentus): otimi-
zação e caracterização” com a proposta de otimizar o processo extração do amido do 
resíduo de junça por meio de um planejamento experimental fracionário seguido de um 
delineamento composto central rotacional.
Acreditamos que a seleção destes artigos representa um conjunto de contribuições cientí-
ficas importantes e atualizadas e que possam incentivar a produção de novos artigos para 
a nossa revista.
Agradecemos a todos que colaboraram com esta edição e colocamo-nos à disposição, sem-
pre com o intuito de fazer uma revista cada vez melhor.
Boa leitura!
Sylvia Leticia Oliveira Silva
Editora da Revista Acta Tecnológica
SUMÁRIO
Percepção de qualidade dos candidatos a cargos públicos: comparação entre 
gêneros na visão do eleitor .............................................................................. 11
Alice Silva Duarte e Lindemberg Costa Júnior;
Validação da metodologia sobre o posicionamento das peças no ensaio de 
salt spray ........................................................................................................... 31
Michael Jonathan Gandra dos Santos, Luciana Santos Genipe, Vanusa Andresa da Mata 
Stocco e Camila Molena de Assis;
Potencial de comercialização de produtos florestais não madeireiros na área 
de manejo da reserva extrativista Tapajós Arapiuns Pará .............................. 45
Andrea Araújo da Silva, Lizandra Elizeário dos Santos, Girlene da Silva Cruz, Renato Be-
zerra da Silva Ribeiro e João Ricardo Vasconcelos Gama;
Caracterização florística, fitossociologia e regeneração natural de uma floresta 
manejada no oeste do Pará .............................................................................. 65
Renato Bezerra da Silva Ribeiro, Diego dos Santos Vieira, Lucas Cunha Ximenes e João 
Ricardo Vasconcellos Gama;
Plantas ornamentais ocorrentes no município de Aldeias Altas, Maranhão, 
Brasil ................................................................................................................. 79
Jucilene da Silva Pereira, Domingos Lucas dos Santos Silva, Guilherme Sousa da Silva, 
Gonçalo Mendes da Conceição e Deuzuita dos Santos Oliveira;
Desenvolvimento de plântulas de soja em função do tratamento das sementes 
com vitaminas .................................................................................................. 95
Larissa Ferreira Gomes Chaves e Josiane Marlle Guiscem;
Indicadores visuais de qualidade do solo em agroecossistemas familiares 
maranhenses .................................................................................................. 109
Rafael Mendes de Sousa, Roseana Ramos Pereira e Franciclaudio Soares;
Extração do amido do resíduo de junça (Cyperus esculentus): otimização e 
caracterização ................................................................................................. 121
Jonas de Jesus Gomes da Costa Neto,Karine Marques Lento de Freitas, Fabiane Ferreira 
Santos, Taísa Lisboa Montagner Gomes, Priscilla Filomena Fonseca Amaral, Gizele Cardo-
so Fontes Sant’Ana e Maria Helena Miguez Rocha Leão;
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
11
Percepção de qualidade dos candidatos 
a cargos públicos: comparação entre 
gêneros na visão do eleitor
Alice Silva Duarte1;
Lindemberg Costa Júnior2;
1 Tecnóloga em Gestão Pública; E-mail: alice_lili16@hotmail.com;
2 Bacharel em Administração; Mestre em Administração; E-mail: lindemberg.junior@ifma.edu.br;
RESUMO
Comparar os atributos de qualidade dos candidatos a cargo eletivo que são considera-
dos por homens e mulheres foi o objetivo dessa pesquisa. As literaturas brasileiras e es-
trangeiras buscam analisar e comparar os atributos que levam o consumidor a escolher 
por um determinado produto, e alguns comparam a relação do Marketing Comercial 
com o Marketing Político. Para identificar os atributos de qualidade dos candidatos do 
sexo masculino e feminino na visão dos eleitores, optou-se por metodologia quantitativa, 
com caráter descritivo e corte transversal. Buscando tornar mais eficiente a centralização 
das informações, adotou-se coleta primária de dados por meio de formulário eletrônico 
(TypeForm), enviado prioritariamente pelo aplicativo de celular WhatsApp, por e-mail, 
em grupos da rede social Facebook, e pelo Messenger. Sendo assim classifica-se a amostra 
como não probabilística e por conveniência. O questionário utilizado é o de Monte-Mor 
e Quintino (2014), que visa mensurar os atributos de candidatos nas visões dos votantes 
brasileiros e norte-americanos. A amostra estudada foi obtida através das respostas de 
questionários, que foram aplicados aos eleitores. Foram realizadas as análises das com-
parações das médias entre os sexos masculinos e femininos e os resultados apontaram 
diferentes percepções em ambos os sexos, observou-se que os eleitores são criteriosos na 
escolha de um candidato ao Poder Executivo. Porém, os mesmos pensam de maneira di-
ferente na hora de decidir seu voto ao avaliarem os candidatos em relação aos seguintes 
atributos: Confiabilidade do candidato, Conformidade do candidato e Relacionamento 
com o eleitorado.
Palavras-chave: Marketing Eleitoral; Política; Qualidade; Comportamento do Eleitor.
Recebido em 26/08/2017; Aceito em 09/05/2018; Publicado na web em 01/10/2018
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
12
Perception of quality of candidates to 
public positions: comparison between 
genders in the vision of the voter
ABSTRACT
To compare the quality attributes of the elective candidates that are considered by men and 
women was the objective of this research. The Brazilian and foreign literatures seek to analyze 
and compare the attributes that lead the consumer to choose for a particular product, and some 
compare the relationship of Commercial Marketing with Political Marketing. To identify the 
quality attributes of the male and female candidates in the voters’ view, a quantitative methodology 
was chosen, with a descriptive and cross-sectional character. In order to make the centralization 
of information more efficient, the primary data collection was done using an electronic form 
(TypeForm), sent primarily by the WhatsApp mobile application, by e-mail, in groups of the 
social network Facebook, and by Messenger, being So the sample is classified as non-probabilistic 
for convenience. The questionnaire used is that of Monte Mor and Quintino (2014), which aims 
to measure the attributes of candidates in the visions of Brazilian and US voters. The sample 
studied was obtained through questionnaire responses, which were applied to the voters. Analyzes 
of the comparisons of the means between the male and female sexes were carried out. The results 
showed different perceptions in both sexes. It was observed that the voters are judicious in the 
choice of a candidate for the Executive Branch. However, they think differently when deciding 
their vote when evaluating candidates in relation to the following attributes: Candidate reliability, 
Candidate compliance, and Relationship with the electorate.
Keywords: Marketing Electoral; Politics; Quality; Genres; Voter Behavior.
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
13
1 INTRODUÇÃO
As preferências partidárias ou ideológicas 
do brasileiro baseiam-se em imagens difu-
sas e simplificadas da posição dos partidos: 
existiria no sistema de crenças da popula-
ção uma divisão quase binária do processo 
político, de modo que os partidos estariam 
ou do lado do “povo” ou do “governo”, dos 
“pobres” ou dos “ricos” (REIS, 2009).
Segundo Muniz (2013), o marketing polí-
tico e eleitoral vem implantar técnicas de 
marketing de varejo e de comunicação so-
cial, com o objetivo de conquistar a aprova-
ção e simpatia da população, construindo 
uma imagem do candidato que seja sólida 
e consiga transmitir simpatia e aprovação 
do eleitorado. Neste sentido, torna-se re-
levante identificar a opinião dos eleitores, 
pois através deles pode-se proporcionar 
vantagens estratégicas aos candidatos, por 
exemplo, prever a preferência dos indivídu-
os por um determinando partido político 
(RADMANN, 2001).
Estudos anteriores buscaram analisar e 
comparar os atributos de qualidade que 
levam o eleitor a determinar o seu voto. 
Identificaram-se estudos que utilizaram o 
Modelo de Garvin (1988) que tem como 
objetivo mensurar características de quali-
dade de um produto comercial. Nesse sen-
tido pesquisadores adaptaram o modelo re-
lacionando os políticos como se fosse um 
produto comercial, e consequentemente 
devem ter bons atributos de qualidade para 
serem escolhidos.
Monte-Mor e Quintino (2014) compararam 
a visão dos eleitores norte americanos e bra-
sileiros. Costa Junior, Beiruth e Monte-Mor 
(2018) identificaram os fatores que levaram 
eleitores de baixa renda brasileiros a esco-
lher seu candidato. E Silva (2016) desenvol-
veu pesquisa com o objetivo de relacionar 
o que o eleitor leva em conta na hora de 
escolher um candidato ao cargo de prefeito 
municipal (Poder Executivo Municipal).
Nesta perspectiva, os estudos anteriores 
apresentam as ferramentas do Marketing, 
seja comercial ou político, como vantagem 
estratégica perante aos concorrentes. Porém, 
não foram identificadas pesquisas que com-
param atributos de qualidade do candidato 
na visão de homens e mulheres. Com a in-
tenção de avançar os estudos sobre essa te-
mática, o presente estudo busca responder 
o seguinte questionamento: A percepção 
dos atributos de qualidade em candidatos 
a cargos eletivos é diferente na visão entre 
homens e mulheres? Nesse sentido, o objeti-
vo desta pesquisa é comparar os atributos de 
qualidade dos candidatos a cargo eletivo que 
são considerados por homens e mulheres.
O estudo dessa temática se faz pertinente, 
pois na visão do Marketing Eleitoral iden-
tificar os principais atributos de qualidade 
que levam o eleitor a determinar seu voto 
pode fornecer aos candidatos vantagens 
estratégicas em suas corridas eleitorais 
(COSTA JUNIOR; BEIRUTH; MONTE-MOR, 
2018; MONTE-MOR; QUINTINO, 2014; 
SILVA, 2016). Nessa perspectiva as ferra-
mentas do Marketing Eleitoral podem reve-
lar o comportamento dos eleitores diante 
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
14
das urnas. (BORBA, 2005; GARCIA; MAIA; 
BILHALVA, 2014).
Como contribuição prática, a pesquisa pre-
tende proporcionar aos candidatos sub-
sídios que podem ajudá-los a entender o 
comportamento do eleitor, levando em 
conta seu gênero (WERNER; REIS, 2009). 
Como contribuição teórica, pretende-se 
acrescentar informações para a literatura 
cientifica com assuntos acerca do marke-
ting eleitoral e os atributos de qualidade, 
com a lacuna existente que é a comparação 
de comportamento dos homens e mulheres 
enquanto eleitores (COSTA JUNIOR; BEI-
RUTH; MONTE-MOR, 2018; MONTE-MOR; 
QUINTINO, 2014; SILVA, 2016).
Nesse contexto,para alcançar o objetivo 
proposto na pesquisa, analisaram-se estu-
dos anteriores relacionados ao marketing 
eleitoral e as diferenças de gêneros. Em se-
guida, realizou-se a analise metodológica 
do estudo, e procedeu-se com a coleta de 
dados. Logo após, analisou-se os mesmos, 
onde foi realizada estatística descritiva e 
multivariada, utilizando-se a regressão para 
explicar o comportamento do eleitor.
2 FUNDAMENTAÇÃO 
TEÓRICA
2.1. Marketing eleitoral
De acordo com Scotto (2003), uma eleição 
a cargos políticos é observada hoje como 
a venda de um produto (candidato) a uma 
enorme gama de clientes (eleitores). Nesse 
sentido, existe a necessidade de apresentar 
as qualidades desse produto para provocar 
encantamento, e consequente, interesse 
dos consumidores (COSTA JUNIOR; BEIRU-
TH; MONTE-MOR, 2018).
O marketing eleitoral está ligado a cons-
trução da imagem em curto prazo (SILVA, 
2016). Estratégia e tática são elaboradas de 
tal forma que no tempo certo da eleição o 
candidato irá apresentar o maior número 
de votos possíveis, e cumprirá com seus 
objetivos (MUNIZ, 2013). Ainda segundo 
o autor, a intenção do Marketing eleitoral 
é garantir a eleição do candidato nas elei-
ções, trabalhando a sua imagem e credibi-
lidade com seu eleitorado alvo, para que 
assim consiga um maior número de votos. 
Barry (1965) diz que o objetivo maior dos 
partidos é ganhar o poder político. No pro-
cesso democrático, essa busca é complexa 
e depende do voto popular, e na disputa 
eleitoral ganha quem conseguir persuadir a 
maioria (GARCIA; MAIA; BILHALVA, 2014).
O Marketing eleitoral deve “partir da visão 
do cliente e suas necessidades para, a partir 
de então, criar e praticar um posicionamen-
to na mente das pessoas, valorizando os atri-
butos que mais elas valorizam”. (TEIXEIRA, 
2006, p.22). Em uma campanha eleitoral, é 
obrigatório criar uma estratégia adequada 
ao momento político e à realidade em que 
se está inserida. Tudo o que for desenvolvi-
do a partir daí, até mesmo com o suporte 
do marketing, deve ser analisado e avaliado, 
buscando sempre a execução dos objetivos 
previamente estabelecidos (RIBEIRO, 2002).
Segundo Tomazeli (1988, p. 17), “a estratégia 
de marketing compreende análise, planeja-
mento e controle da ação mercadológica”. 
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
15
Ribeiro (2002, p. 127) argumenta que “uma 
campanha eleitoral sem direcionamento, 
sem um eixo de referência, sem metas e ob-
jetivos, é transformada em uma nau sem 
rumo, com ações feitas na base do improvi-
so”. Ribeiro (2002, p. 38) define a propagan-
da política como “uma das ferramentas mais 
importantes e mais utilizadas para conquistar 
o poder e justificar a dominação. Trata-se de 
uma forma de coação psicológica, cujo ele-
mento fundamental é a manipulação […]”
Tomazeli (1988, p. 47) avalia a propagan-
da como “qualquer forma paga e impessoal 
de apresentação e promoção de idéia, bens 
ou serviços por um patrocinador identifica-
do”. O autor sugere que a imagem de um 
candidato pode ser comparada com a ima-
gem de um produto commercial. Portanto, 
o mesmo deve ter boa imagem perante a 
sociedade para que atinja seus objetivos 
eleitorais e politicos.
 A propaganda consegue atingir as massas 
de forma categórica e eficiente, com assis-
tência dos grandes meios de comunicação, 
tornou-se o carro-chefe deste processo e, 
por muitas vezes, foi considerada como 
sinônimo de marketing político/eleitoral. 
(KUNTZ; LUYTEN, 1982). Aliados à propa-
ganda política, atuando com o objetivo de 
dar subsídios estruturais à campanha, estão 
os recursos institucionais e audiovisuais, 
como símbolos, logotipos, slogans, mate-
rial para rádio, e TV, Tomazeli (1988, p. 45) 
os define como “um conjunto de ativida-
des cujo objetivo é obter uma atitude fa-
vorável por parte do consumidor, gerando 
uma ação de compra”.
Kuntz e Luyten (1982, p. 37) classificam 
estes elementos como indispensáveis. 
Para eles, “o símbolo e o slogan estão para 
a campanha, assim como a bandeira está 
para uma nação, o que exige que se tenha 
muito cuidado ao adotá-los e, uma vez efe-
tivada a adoção, colocá-los em evidência 
durante toda a duração da campanha”
Segundo Scotto (2003), a representação 
mercadológica da vida política durante as 
eleições vê os adversários políticos como 
“concorrentes” disputando o mercado de 
eleitores (consumidores), com os mesmos 
métodos com que os fabricantes de sabone-
tes disputam o mercado. Trata-se de vender 
o produto (candidato), principalmente por 
intermédio dos meios de comunicação de 
massa, individualizando e tornando dire-
ta (sem mediações) a relação do candida-
to-produto com o eleitor-consumidor. Em 
síntese, uma “eleição é um grande processo 
mercadológico em que o candidato pro-
cura vender, passar as suas idéias, as suas 
propostas a um eleitor que vai comprá-las” 
(CABRAL, 1998, p. 99).
Costa Junior, Beiruth e Monte-Mor (2018) 
pesquisaram a importância do marketing 
eleitoral para os candidatos a cargos poli-
ticos. Os autores compararam a percepção 
dos eleitores brasileiros considerados baixa 
renda com os não baixa renda em relação 
aos candidatos, identificando os princi-
pais atributos que esses eleitores levam em 
conta na hora de decidir seu voto. Vercic 
e Verdnik (2002) realizaram estudo basean-
do-se nas eleições eslovenas de 2000, onde 
identificou-se que os eleitores apoiam os 
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
16
candidatos que lutam pelos direitos das 
mulheres, e que possuem propostas econô-
micas para combater a inflação. Cwalinaet 
al. (2004) pesquisaram o comportamento 
do eleitor esloveno, comparando com elei-
tores norte-americanos (democracia esta-
belecida) e poloneses (democracia em de-
senvolvimento). Os resultados indicaram 
que os meios de comunicação em um país 
soberano como os Estados Unidos são utili-
zados para informar o eleitorado sobre suas 
propostas de governo, enquanto em países 
que a democracia ainda está em evolução, 
como Eslovênia e Polônia, os meios de co-
municações perdem a essência de conquis-
tar o eleitorado, e passam a ser usadas em 
batalhas eleitorais com acusações mútuas.
Newman (2002) analisou as motivações 
do eleitor norte americano na escolha dos 
candidatos à presidência George Bush e Al 
Gore nas eleições de 2000. Identificou-se 
que tanto os eleitores republicanos, como os 
democratas, valorizam quatro característi-
cas políticas, sendo elas: um maior controle 
de armas, reais mudanças na maneira que 
o país está sendo administrado, combate a 
inflação; e candidatos que possuem imagem 
de patriotismo. Schneider (2014) analisa o 
comportamento do eleitor norte america-
no comparando os gêneros. Identificam-se 
estratégias utilizadas pelos candidatos nos 
seus websites de campanha para influenciar 
na escolha dos eleitores homens e mulheres.
Em relação ao Brasil, Castro (1992) afirma 
que o eleitor brasileiro tem características 
diferentes do eleitor europeu, e que com-
portamentos devem ser analisados para 
identificar o que determina o votante a es-
colher seu candidato. O marketing político 
e eleitoral surgiu no país a partir das eleições 
diretas de 1985 com a eleição do presidente 
Tancredo Neves, período em que os candi-
datos utilizaram-se de estratégias de marke-
ting para alavancar as campanhas eleitorais 
(ZUCCOLOTTO; SILVA; GARCIA, 2005).
Manhanelli (1992), afirma que o marketing 
eleitoral representa hoje o que de mais eficien-
te pode se levar a termo em uma campanha 
eleitoral. É uma ferramenta mundialmente 
utilizada em processos eletivos que demons-
tra, em várias ocasiões, eficiência e eficácia. 
Não obstante, seu poder, se utilizado de ma-
neira equivocada, pode levar a erros que pre-
judicam e até conduzem ao insucesso cam-
panhas com chances reais de vitória (COSTA 
JUNIOR; BEIRUTH; MONTE-MOR, 2018).
2.2. Atributos de qualidade
Marketingé um processo social por meio 
do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm 
aquilo de que necessitam e o que desejam 
com a criação, oferta e livre negociação de 
produtos e serviços de valor com outros” 
(KOTLER; KELLER, 2006). Richers (1986) 
afirma que marketing é o processo de en-
contrar necessidades e satisfazê-las de for-
ma rentável. O Marketing político é um 
conjunto das atividades planejadas para 
‘trabalhar’ o candidato enquanto produto. 
Entre elas, destacam-se a pesquisa do mer-
cado eleitoral, o planejamento do conceito 
do candidato, a determinação das estraté-
gias, o planejamento de mídia, o esquema 
promocional e a organização geral da cam-
panha (REGO, 1985, p. 74).
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
17
Dessa forma, na revisão literária identifi-
cou-se pesquisas que analisam os atribu-
tos de qualidade que levam a decisão do 
voto na visão do eleitor. Conforme Silveira 
(1998) e Carreirão (2000), dentre os atri-
butos mais valorizados pelos eleitores, na 
literatura destaca-se um menor peso para 
as imagens (candidato do povo/candidato 
da elite, esquerda/direita) e dando maior 
ênfase para atributos relacionados à credi-
bilidade como (honestidade/integridade 
e a competência/bom desempenho admi-
nistrativo). Para Borba (2005), as possíveis 
relações estabelecidas entre a tipologia do 
eleitor brasileiro e os fenômenos da cultura 
política e da ideologia permitem investigar 
as causas do comportamento da grande 
maioria do eleitorado brasileiro, que decide 
seu voto, em grande parte, a partir de atri-
butos pessoais do candidato, como a com-
petência e a honestidade.
De acordo com Kotler (1978), o marketing 
eleitoral é de fundamental importância em 
um processo político-eleitoral, pois através 
da aplicabilidade de suas técnicas, os eleitores 
são identificados, bombardeados e facilmen-
te persuadidos. Um candidato é visto como 
um novo produto a ser lançado no mercado, 
ou seja, o candidato é um novo produto pro-
curando um lançamento bem sucedido no 
mercado de eleitores (SILVA, 2016).
Monte-Mor e Quintino (2014) identifica-
ram a percepção dos votantes brasileiros e 
norte-americanos em relação aos atributos 
de qualidade dos candidatos. Os autores 
criaram um modelo capaz de analisar 08 
atributos de qualidade dos candidatos a 
cargos eletivos, baseando-se no Modelo de 
Garvin (1988) que mensura oito dimensões 
da qualidade de um produto comercial. 
Costa Junior, Beiruth e Monte-Mor (2018) 
utilizando o mesmo modelo, comparou 
os eleitores brasileiros considerados baixa 
renda com os não baixa renda, identifican-
do os principais atributos que esses eleito-
res levam em conta na hora de decidir seu 
voto. Silva (2016) seguiu a mesma linha de 
pesquisa, identificado os principais atribu-
tos que o eleitor buriticupuense leva em 
consideração quando escolhe seu represen-
tante no Poder Executivo Municipal.
O candidato é um produto que carece atri-
butos de qualidade para ser escolhido pelo 
eleitor (GARCIA; MAIA; BILHALVA, 2014). 
Monte-Mor e Quintino (2014), produziram 
um modelo capaz de analisar oito dimen-
sões de qualidade de um candidato a cargo 
eletivo: planejamento de governo, identi-
dade partidária, confiabilidade do candida-
to, conformidade do candidato, durabili-
dade do candidato, relacionamento com o 
eleitorado, imagem do candidato, e exposi-
ção eleitoral. Tais características localizar-se 
no quadro 1 abaixo:
Quadro 1: Oito dimensões de qualidade de 
um candidato a cargo eletivo.
Planejamento 
de Governo
Estratégias traçadas para 
atingir os objetivos propos-
tos. Está ligada às caracterís-
ticas como: propostas políti-
cas, ideologia do candidato, 
temas defendidos, equipe de 
governo e assessoria política.
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
18
Identidade 
Partidária
Integração do candidato com 
partidos políticos, coligações 
partidárias e demais filiados. 
Envolve características como 
ideologia partidária, atuação 
partidária, representativida-
de, filiação partidária, históri-
co do partido etc.
Confiabilidade 
do Candidato
Envolve o nível de confian-
ça do eleitor segundo his-
tórico de vida e político do 
Candidato (vida privada, 
histórico familiar, opção 
sexual, religiosa, financeira, 
profissional, ideológica etc.)
Conformidade 
do Candidato
Capacidade de atender aos 
princípios de honestidade, 
probidade, ética, verdade, 
retidão.
Durabilidade 
do candidato
Capacidade de exercer o 
mandato com pleno vigor 
físico, mental e jurídico (en-
volve riscos de cassação de 
eventual mandato em virtu-
de de processo judicial)
Relaciona-
mento com o 
eleitorado
Capacidade de interlocução 
com eleitores e instituições 
que compõe o público alvo 
do candidato.
Imagem do 
candidato
Atributos físicos do candi-
dato. Envolve características 
como boa apresentação, pos-
tura, civilidade, expressão, 
persuasão, segurança, conhe-
cimento, cortesia e educação.
Exposição 
Eleitoral
Conjunto de elementos da 
comunicação social capazes 
de promover as qualidades 
de um candidato. Envol-
ve elementos publicitários 
como jingles, banners, car-
tazes, inserções, placas, pan-
fletos e eventos.
Fonte: Monte-Mor e Quintino (2014).
Pelo exposto, percebe-se na literatura a 
importância de o candidato ter atributos 
de qualidade para ser escolhido perante 
o eleitor (COSTA JUNIOR; BEIRUTH; 
MONTE-MOR, 2018; MONTE-MOR, 
QUINTINO, 2014; SILVA, 2016). O es-
tudo dessa natureza pode trazer novas 
perspectivas para os eleitores na hora de 
escolher em quem vai votar (ZUCCO-
LOTTO; SILVA; GARCIA, 2005).
3 METODOLOGIA
Com o presente estudo pretende-se com-
parar os atributos de qualidade dos candi-
datos a cargo eletivo que são considerados 
por homens e mulheres. Adotou-se meto-
dologia quantitativa, com caráter descri-
tivo e corte transversal. Com a finalidade 
de dinamizar o estudo, foi aplicado coleta 
primária de dados por meio do formulá-
rio eletrônico TypeForm. Visando alcançar 
o maior número possível de respostas, o 
questionário foi emitido pelo aplicativo de 
celular WhatsApp, por e-mail, em grupos da 
rede social Facebook, e pelo Messenger. Sen-
do assim, classifica-se a amostra como não 
probabilística por acessibilidade. Salienta-
-se que a coleta dos dados se deu entre os 
meses de maio, junho, e julho de 2017.
Nesse contexto, aplicou-se o questionário 
de Monte-Mor e Quintino (2014) como fer-
ramenta para a coleta de dados. Os autores 
utilizaram para analisar os atributos de qua-
lidade dos candidatos brasileiros e norte-a-
mericanosa cargo eletivo. O questionário foi 
elaborado com 23 (vinte e três) perguntas, 
divididas em 09 (nove) construtos: Critérios 
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
19
do voto, planejamento de governo, identificação partidária, confiabilidade do candidato, 
conformidade do candidato, durabilidade do candidato, relacionamento com o eleitorado, 
imagem do candidato, e exposição eleitoral. Empregou-se a Escala de Likert composta de 
cinco posições como ferramenta para coletar as respostas, onde 1 (um) indica que discorda 
totalmente e 5 (cinco) concorda totalmente. Conforme quadro 2, apresenta-se abaixo o 
questionário:
Quadro 2: Questionário utilizado para coletar dados.
Atributo dos 
Candidatos
Afirmações
Critérios do 
voto
1. Sou muito criterioso na escolha do candidato em quem eu vou votar.
Planejamento 
de Governo
2. Nas eleições, eu escolho candidatos que tenham elaborado o melhor Plano 
de Governo;
3. Nas eleições, eu escolho candidatos que tenham mais capacidade de imple-
mentar seu Plano de Governo;
4. Nas eleições, eu escolho candidatos que tenham a melhor equipe de governo;
Identificação 
Partidária
5. Nas eleições, eu levo em consideração o partido político para escolher meus 
candidatos;
6. Nas eleições, eu escolho candidatos que respeitem as diretrizes e decisões de 
seus respectivos partidos políticos;
7. Nas eleições, eu levo em consideração as alianças dos partidos políticos(co-
ligações) para escolher meus candidatos;
Confiabilidade 
do Candidato
8. Nas eleições, eu escolho candidatos em quem mais confio;
9. Nas eleições, eu escolho candidatos por sua trajetória política (vida pública, ex-
periência política, ascensão política, trabalhos realizados, projetos de sucesso etc.);
10. Nas eleições, eu escolho candidatos por suas características pessoais (como 
histórico familiar, orientação sexual, religiosa, condição financeira, profissio-
nal e ideológica);
Conformidade 
do Candidato
11. Nas eleições eu escolho candidatos que aparentem ser os mais honestos, 
éticos e verdadeiros;
12. Nas eleições, eu escolho candidatos que respeitem os princípios morais 
com que me identifico;
Durabilidade 
do Candidato
13. Nas eleições, eu escolho candidatos pela sua potencial capacidade de exer-
cer o mandato até o fim, com pleno vigor físico e mental;
14. Nas eleições, eu escolho candidatos pela sua potencial capacidade de exer-
cer o mandato até o fim, sem risco de ser cassado por eventual processo judicial;
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
20
Relaciona-
mento com o 
eleitorado
15. Nas eleições, eu escolho candidatos que se preocupem em manter um bom 
relacionamento com seu colégio eleitoral;
16. Nas eleições, eu escolho candidatos que se preocupem em manter um bom 
relacionamento com as instituições que o apoiaram (ONGs, igrejas, sindicatos, 
associações, empresas etc.;
17. Nas eleições, eu escolho candidatos que se preocupem em atender as de-
mandas de seus eleitores;
Imagem do 
candidato
18. Nas eleições, eu escolho candidatos que tenham a melhor aparência;
19. Nas eleições, eu escolho candidatos que sejam mais carismáticos;
20. Nas eleições, eu escolho candidatos que tenham preparado a melhor cam-
panha política;
Exposição 
Eleitoral
21. Nas eleições, eu escolho candidatos que estejam melhores nas pesquisas de 
intenção de voto.
22. Nas eleições, eu escolho candidatos que tenham o melhor material de pro-
paganda eleitoral.
23. Nas eleições, eu escolho candidatos que apareçam mais vezes nas propa-
gandas eleitorais.
Fonte: Monte-Mor e Quintino (2014).
Para atingir o objetivo da pesquisa, buscou-se diferenciar o gênero do respondente. Por-
tanto, utilizou-se como pergunta controle a primeira questão, que solicita informar seu 
gênero. E para detalhar o perfil dos eleitores, foram inseridas questões objetivas visando 
identificar suas características pessoais como idade, interesse por política, escolaridade, 
estado civil, e ocupação profissional.
Logo após coletar os dados, as respostas foram devidamente validadas conforme a pergun-
ta controle. Obteve-se um total de 520 respondentes, sendo que 261 respostas abrangem 
os respondentes do sexo masculino, e 259 respostas abrangem as respondentes do sexo 
feminino. Nesse contexto, realizou-se a caracterização da amostra, análises sobre a estatís-
tica descritiva e regressão linear múltipla. Utilizou-se o modelo de regressão abaixo:
Modelo 1: Critério na visão dos votantes em relação a qualidade = β0+ ∑
8
i=1 βi Xi + Contro-
les + E1 em que:
X1 = Planejamento de Governo;
X2 = Identificação Partidária;
X3 = Confiabilidade do Candidato;
X4 = Princípios Morais do Candidato;
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
21
X5 = Durabilidade do Candidato;
X6 = Relacionamento com o eleitorado;
X7 = Imagem do candidato;
X8 = Exposição eleitoral;
Drenda = 1 mulher; 0 se homem;
Controles: idade, interesse por política, escolaridade, estado civil, ocupação profissional;
E1= Termo de erro.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1.Caracterização da amostra
A análise dos dados aqui apresentados visa comparar os atributos de qualidade dos candi-
datos a cargo eletivo que são considerados por homens e mulheres. Obteve-se 520 ques-
tionários válidos, dentre os quais 261 relaciona-se aos respondentes do sexo masculino 
e 259 aos respondentes do sexo feminino. Nesse contexto dividiu-se a amostra coletada 
conforme tabela 1.
Tabela 1: Características da amostra dos eleitores masculinos e femininos
MASCULINOS FEMININOS
IDADE
16 a 25 anos 84 32,18 116 44,78
26 a 35 anos 85 32,56 82 31,66
36 a 45 anos 55 21,07 28 10,81
46 a 55 anos 32 12,26 33 12,74
56 anos ou mais 05 1,91 00 0,0
Total 261 100,00 259 100,00
INTERESSSE POR POLÍTICA
Não tenho interesse 26 9,96 37 14,28
Tenho interesse 114 43,67 139 53,66
Tenho muito interesse 121 46,36 83 32,04
Total 261 100,00 259 100,00
ESCOLARIDADE
Ensino Fundamental 29 11,11 28 10,81
Ensino Médio 119 45,59 130 50,19
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
22
Ensino Superior 101 38,69 92 35,52
Pós-Graduação 05 1,91 06 2,31
Mestrado/Doutorado 07 2,68 03 1,15
Total 261 100,00 259 100,00
ESTADO CIVIL
Solteiro 132 50,57 134 51,73
Casado 78 29,88 71 27,41
Divorciado/Separado 15 5,74 17 6,56
Viúvo 16 6,13 07 2,70
União Estável 20 7,66 30 11,58
Total 261 100,00 259 100,00
OCUPAÇÃO PROFISSIONAL
Desempregado 52 19,92 58 22,39
Empregado em empresa privada 49 18,77 39 15,05
Servidor Público 56 21,45 55 21,23
Empresário 24 9,19 12 4,63
Autônomo 80 30,65 95 36,67
Total 261 100,00 259 100,00
Fonte: Dados da Pesquisa.
Observa-se na tabela 1 que a amostra pesquisada é composta em sua maioria (261) pelo 
sexo masculino, com idade entre 26 a 35 anos (32,56%), com muito interesse por política 
(46,36%), tendo cursado o ensino médio completo (45,59%), com estado civil solteiro 
(50,57%), e autônomo como ocupação profissional (30,65%). Já no sexo feminino foram 
(259) respondentes, com idade entre 16 e 25 anos (44,78%), com interesse por política 
(53,66%), tendo cursado o ensino médio completo (50,19%), com estado civil solteiro 
(51,73%), autônomo como ocupação profissional (36,67%). Portanto a amostra apresen-
ta-se certa homogeneidade.
As diferenças encontradas relacionam-se a idade e o interesse por política. Os homens 
declararam-se ser bem mais interessados por política do que as mulheres, já elas mos-
traram ter interesse pelo assunto mais não tanto como os homens. A respeito da idade 
os homens em sua grande maioria são adultos com certa maturidade, já a maioria das 
mulheres respondentes são mais jovens, entre a fase da pré-adolescência e a fase adulta. 
Nesse segmento, os dados apresentados na presente pesquisa, vão ao encontro com os re-
sultados encontrados no estudo científicos de Costa Junior, Beiruth e Monte-Mor (2018). 
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
23
Já no estudo de Silva (2016), a maioria dos respondentes foram mulheres que declararam 
ter pouco interesse por política, com idade de 18 a 28 anos.
4.2. Estatística descritiva
Para que seja possível a comparação dos atributos de qualidade dos candidatos a cargo 
eletivo que são considerados por homens e mulheres, veremos nessa seção a estatística 
descritiva de cada variável. São analisados o painel A e painel B, onde respectivamente 
estão representados os respondentes masculinos e femininos. Na estatística descritiva ge-
ral utilizou-se a média, desvio padrão, mínimo, quartil 1, mediana, quartil 3, e máximo.
Tabela 2: estatística descritiva geral.
Painel A: Eleitores Masculinos:
Variáveis Média DP MÍn. Q1 Mdn Q3 Máx.
Critério do Voto (y) 4,81 0,68 1 5 5 5 5
Planejamento de Governo 4,65 0,52 1,33 4,33 5 5 5
Identidade Partidária 4,14 1,04 1 3,33 4,66 5 5
Confiabilidade 3,84 0,59 1 3,66 3,66 4 5
Conformidade 4,51 0,72 1 4 5 5 5
Durabilidade 4,58 0,73 1 4,5 5 5 5
Relacionamento 4,52 0,77 1 4,33 5 5 5
Imagem 3,97 1,10 1 3,33 4,33 5 5
Exposição Eleitoral 1,71 1,07 1 1 1,33 2 5
Idade 2,12 1,07 1 1 2 3 5
Interesse por política 2,36 0,65 1 2 2 3 3
Escolaridade 2,39 0,81 1 2 2 3 5
Estado Civil 1,90 1,22 1 1 1 2 5
Ocupação Profissional 3,11 1,51 1 2 3 5 5
Painel B: Eleitores Femininos:
Variáveis Média DP MÍn. Q1 Mdn Q3 Máx. 
Critério do Voto (y) 4,72 0,51 3 5 5 5 5
Planejamento de Governo 4,59 0,55 1 4,33 5 5 5
Identidade Partidária 4,08 0,95 1 3,33 4 5 5
Confiabilidade 4,30 0,57 2,66 4 4,33 4,66 5
Conformidade 4,39 0,78 1 4 5 5 5
ACTA TECNOLÓGICAv.13, nº 1, 2018
24
Durabilidade 4,61 0,62 1 4 5 5 5
Relacionamento 4,53 0,62 1 4 5 5 5
Imagem 4,12 0,87 1 3,66 4,33 5 5
Exposição Eleitoral 2,40 1,24 1 1,33 2 3 5
Idade 1,91 1,03 1 1 2 2 4
Interesse por política 2,17 0,65 1 2 2 3 3
Escolaridade 2,32 0,74 1 2 2 3 5
Estado Civil 1,94 1,31 1 1 1 2 5
Ocupação Profissional 3,18 1,59 1 2 4 5 5
Fonte: Dados da pesquisa.
A análise no que tange a média obtida revela que a variável dependente (Y=sou muito cri-
terioso na escolha de meus candidatos) obteve alta média em ambas as amostras (Painel A: 
M=4,81 e Painel B: M=4,72) revelando assim que independente do sexo os eleitores consi-
deram-se criteriosos na escolha de um candidato ao cargo eletivo. Analisando a média dos 
Atributos de Qualidade percebe-se que em ambas amostras os atributos Conformidade 
do Candidato (Painel A: M=4,51 e Painel B: M=4,39), Durabilidade do Candidato (Painel 
A: M=4,58 e Painel B: M=4,61), Planejamento de Governo (Painel A: M=4,65 e Painel B: 
M=4,59) e Relacionamento com o Eleitorado (Painel A: M=4,52 e Painel B: M=4,53) são as 
maiores médias encontradas.
Nesse sentido, sugere-se que em média, independente do gênero, o eleitor brasileiro bus-
ca votar em candidatos que se apresentam éticos e verdadeiros, que possuem um plano 
de governo direcionado para atingir os objetivos propostos na campanha, que consigam 
exercer seu mandato até o fim com pleno vigor físico/mental e que possua uma boa 
comunicação com o eleitorado (COSTA JUNIOR; BEIRUTH; MONTE-MOR, 2018). Para 
Silveira (1998) e Carreirão (2000), dentre os atributos mais valorizados pelos eleitores, a li-
teratura destaca-se um menor peso para a imagem (candidato do povo/candidato da elite, 
esquerda/direita) e dando maior ênfase para atributos relacionados à credibilidade como 
(honestidade/integridade e a competência/bom desempenho administrativo).
Borba (2005) explicita que as possíveis relações estabelecidas entre a tipologia do eleitor 
brasileiro e os fenômenos da cultura política e da ideologia permitem investigar as causas do 
comportamento da grande maioria do eleitorado brasileiro, que decide seu voto, em grande 
parte, a partir de atributos pessoais do candidato, como a competência e a honestidade.
Os resultados obtidos nessa pesquisa também vão ao encontro de estudos realizados por 
Silva (2016), onde foi constatado que os votantes escolhem candidatos a prefeito com 
base em aspectos relacionados à honestidade, propostas e projetos de governo que pos-
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
25
sam ser executados. Os atributos que tiveram menor média foram Exposição Eleitoral 
(Painel A: M=1,71 e Painel B: M=2,40) e Imagem do Candidato (Painel A: M=3,97 e Painel 
B: M=4,12). Esses dados vão de encontro com pesquisa de Monte-Mor e Quintino (2014), 
que constatou que as menores médias do eleitor brasileiro foram exatamente às encontra-
das nesses atributos.
Objetivando comparar a média das amostras e examinar a dispersão dos valores, analisa-
-se na Tabela 3 a comparação dos atributos de qualidade dos candidatos a cargo eletivo 
que são considerados por homens e mulheres. Nesse sentido, utilizou-se o teste t-Student 
com intervalo de confiança de 95%.
Tabela 3: diferença de médias da amostra de eleitores masculinos e femininos.
Variáveis
MASCULINOS FEMININOS Diferença de médias
Média
Desvio 
Padrão
Média
Desvio 
Padrão
Mas-Fem P(|T| > |t|)
Critério do Voto (y) 4,81 0,68 4,72 0,51 0,09 0,22
Planejamento de 
Governo
4,65 0,52 4,59 0,55 0,06 0,08
Identidade Partidária 4,14 1,04 4,08 0,95 0,06 0,26
Confiabilidade 3,84 0,59 4,30 0,57 -0,46 0,00***
Conformidade 4,51 0,72 4,39 0,78 0,12 0,03**
Durabilidade 4,58 0,73 4,61 0,62 -0,03 0,31
Relacionamento 4,52 0,77 4,53 0,62 -0,01 0,39
Imagem 3,97 1,10 4,12 0,87 -0,15 0,04**
Exposição eleitoral 1,71 1,07 2,40 1,24 -0,69 0,00***
Fonte: Dados da pesquisa. ** e *** representam coeficientes significativos a 5% e 1%, respectivamente.
Os dados revelam que existem diferenças significativas nos atributos: planejamento de 
governo, durabilidade do candidato, identidade partidária e relacionamento com o eleito-
rado. Indica-se que nesses atributos tanto o sexo feminino e masculino concordam com as 
afirmativas apresentadas. Sendo assim, foram conferidos os resultados com significância. 
Com 99% de confiança existem diferenças significativas entre homens e mulheres nos 
atributos Confiabilidade e Exposição Eleitoral. E com 95% de confiança existe diferenças 
significativas nos atributos Conformidade e Imagem.
Evidencia-se que as mulheres levam mais em consideração os atributos: confiabilidade 
do candidato (M=4,30), imagem do candidato (M=4,12), e exposição eleitoral (M=2,40) 
do que os homens. Confiabilidade do candidato (M=4,30) está relacionada com o grau 
de confiança do eleitor no candidato tendo como referência sua trajetória profissional e 
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
26
experiência política. Para Veiga (2004) a confiabilidade é um fator decorrente da aparên-
cia de sinceridade. Já os homens levam mais em consideração o atributo conformidade 
(M=4,51). O atributo refere-se a capacidade de atender aos princípios de honestidade, 
probidade, ética, verdade, retidão (COSTA JUNIOR; BEIRUTH; MONTE-MOR, 2018; SIL-
VA, 2016). Desse modo, este atributo também está associado positivamente ao critério de 
escolha do eleitor. Os dados vão ao encontro da pesquisa de Borba (2005).
Nesse contexto, os dados revelam que as mulheres levam mais em consideração critérios 
pessoais, propagandas partidárias e aparência pessoal e carisma na hora de decidir seu 
voto. Barros, Sauerbronn e Ayrosa (2012) destacam a tese da existência de uma nova mo-
dalidade de escolha do candidato pelo eleitor que ocorre a partir da imagem que os votan-
tes têm do seu candidato, que seria formada, entre outros, por meio de critérios pessoais.
Domenach (1963) constatou que a propaganda política é uma ferramenta crucial em um 
processo político, por ser utilizada para influenciar, persuadir, manipular e dirigir a opi-
nião pública, que exercem uma grande influência sobre o eleitor no momento da escolha 
do candidato. Manhanelli (1992) enfatizou que o candidato consegue se eleger quando 
possui o dom de persuasão e convence um bom número de pessoas de que suas aspirações 
coincidem com as do povo.
4.3. Regressão com interação da variável (y)
Como parte integrante das análises, realizou-se testes de regressão com o objetivo de as-
sociar os atributos de qualidade do candidato (MONTE-MOR; QUINTINO, 2014) com a 
variável dependente (Y=sou muito criterioso na escolha de meus candidatos), analisa-se 
os resultados da regressão conforme Tabela 4.
Tabela 4: Resultados da regressão.
HOMENS MULHERES
Atributo dos Candidatos Coeficiente P>|t| Coeficiente P>|t|
Planejamento de Governo 0,92 0,00*** 0,41 0,00***
Identidade Partidária -0,08 0,09 -0,03 0,40
Confiabilidade -0,04 0,53 0,10 0,04**
Conformidade -0,14 0,03** -0,00 0,85
Durabilidade 0,07 0,29 0,04 0,52
Relacionamento 0,14 0,04** 0,09 0,19
Imagem -0,01 0,82 0,00 0,97
Exposição eleitoral -0,12 0,00*** -0,04 0,05**
Número de observações 261 259
Fonte: Elaboração própria. ** e *** representam coeficientes significativos a 5% e 1%, respectivamente.
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
27
Na Tabela 4 estão descritos os resultados 
da regressão, pode-se afirmar com 99% de 
confiança que o atributo Planejamento de 
Governo (Homens: 0,92 e Mulheres: 0,41) 
está associado positivamente ao critério 
de escolha do voto, independente do seu 
gênero. De acordo com Branco (2014) so-
mente a partir da década de 1990 é que o 
planejamento se tornou relevante no setor 
público, estando centrado na agilidade, efi-
ciência, qualidade e flexibilidade.
Em relação ao atributo Confiabilidade do 
candidato, que refere-se ao nível de con-
fiança do eleitor em relação ao candidato, 
pode-se afirmar com 95% de confiança que 
o voto das mulheres está associado posi-
tivamenteao critério de escolha do voto. 
Os dados vão ao encontro da pesquisa de 
Borba (2005), pois revela que o eleitor bra-
sileiro ao escolher seu candidato, analisa as 
habilidades técnicas (planejamento) e éti-
cas (confiabilidade).
Os dados revelam que o atributo Conformi-
dade do candidato, que refere-se a capacida-
de de atender aos princípios de honestidade, 
probidade, ética, verdade, retidão (MON-
TE-MOR; QUINTINO, 2014) com 95% de 
confiança está relacionado negativamente 
com a escolha do voto dos homens. Nota-
-se, portanto, que os eleitores homens não 
relacionam seu voto com as características 
éticas que o candidato possui.
Analisando o atributo Relacionamento 
com eleitorado (0,14) que versa sobre a 
capacidade de interlocução com eleitores 
e instituições que compõe o público alvo 
do candidato. Pode-se afirmar com 95% de 
confiança que apenas os homens associam 
positivamente esse atributo com o critério 
de escolha do voto. Torna-se importante 
para o eleitor a proximidade que o candida-
to tem com o eleitorado (COSTA JUNIOR; 
BEIRUTH; MONTE-MOR, 2018).
Por fim, observa-se que o atributo Exposi-
ção eleitoral (Homens: -0,12 e Mulheres: 
-0,04) é negativamente associado em rela-
ção à variável dependente em ambos os gê-
neros. Os homens com 99% de confiança 
e a mulheres com 95% de confiança. Esse 
atributo está relacionado aos elementos da 
comunicação utilizados para promover o 
candidato usando para isso material de pro-
paganda eleitoral. Os resultados indicam 
que os eleitores discordam que a escolha 
do candidato se dá entre o que está melhor 
nas pesquisas, o que tem melhor material 
de propaganda e que apareça mais vezes em 
propaganda durante o período eleitoral.
Esse resultado se opõe ao estudo realizado 
por Domenach (1963) que constatou que a 
propaganda política é uma ferramenta cru-
cial em um processo político, por ser utiliza-
da para influenciar, persuadir, manipular e 
dirigir a opinião pública, que exercem uma 
grande influência sobre o eleitor no momen-
to da escolha do candidato. Diante do expos-
to, nota-se que os eleitores, homens e mu-
lheres, pensam de maneira diferente na hora 
de decidir seu voto e mostraram serem muito 
criteriosos na decisão do voto ao avaliarem 
comportamentos relacionados à Confiabili-
dade do candidato, Conformidade do candi-
dato e Relacionamento com o eleitorado.
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
28
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo comparar 
os atributos de qualidade dos candidatos a 
cargo eletivo que são considerados por ho-
mens e mulheres. Para isso, relacionaram-
-se estudos sobre comportamento eleitoral 
e diversidade de gênero. Nesse contexto, 
utilizou-se o modelo proposto por Monte-
-Mor e Quintino (2014) capaz de verificar 
na visão dos eleitores os principais atribu-
tos de qualidade do candidato.
Após análises sobre as estatísticas descriti-
vas e regressão, observou-se que os eleitores 
de ambos os sexos são criteriosos na esco-
lha de um candidato ao Poder Executivo. 
Porém, os mesmos pensam de maneira di-
ferente na hora de decidir seu voto ao ava-
liarem os candidatos em relação aos seguin-
tes atributos: Confiabilidade do candidato, 
Conformidade do candidato e Relaciona-
mento com o eleitorado.
As mulheres consideram as habilidades téc-
nicas, de planejamento, características éti-
cas e trajetória profissional, como atributos 
que as levam a decidir seu voto. Enquan-
to os eleitores homens levam em conside-
ração o plano de governo do candidato, 
bem como o que ele sente mais confiança. 
Na comparação de médias, identificou-se 
que nos atributos Confiabilidade, Exposi-
ção Eleitoral, Conformidade e Imagem, as 
amostras pensam de maneira diferente.
Com a realização desse estudo, espera-se 
contribuir para que os candidatos a cargos 
públicos percebam que os eleitores homens 
e mulheres pensam de maneira diferente 
ao avaliarem atributos de qualidade. Nesse 
sentido, os candidatos poderão fazer uso da 
presente pesquisa para elaborar estratégias 
para suas campanhas eleitorais. Espera-se 
ainda colaborar no avanço do entendimen-
to de que fatores da qualidade do marke-
ting commercial podem ser associados à 
política. Ressalta-se que o avanço das tec-
nologias, em especial a internet e suas redes 
sociais, podem servir de ferramenta para 
alavancar o marketing eleitoral dos candi-
datos Como contribuição teórica, espera-se 
agregar informações no que diz respeito 
a literatura de Marketing Eleitoral e atri-
butos de qualidade, acrescentando novos 
elementos ao planejamento estratégico de 
campanhas eleitorais.
Admite-se que a pesquisa possui algumas 
limitações. Cita-se por exemplo que os 
dados foram coletados em um período de 
denúncias, investigações e escândalos po-
líticos. Além disso, o impeachment da então 
presidente Dilma Rousseff, prisões de polí-
ticos, denúncias de corrupção contra o pre-
sidente Michael Temer, e aprovação de Leis 
como reforma trabalhista e da previdência. 
Nesse contexto, todos esses fatores podem 
influenciar o comportamento do eleitor.
Sugere-se para pesquisas futuras que uti-
lize o modelo proposto para identificar o 
comportamento de eleitores em relação à 
cor da pele, por exemplo, entre branco e 
negro. Sugere-se também comparar os atri-
butos na visão do eleitor em relação a um 
candidato homem e uma candidata mulher 
concorrendo a um cargo eletivo. E por fim, 
sugere-se identificar a influência que as re-
des sociais exercem nos votantes durante a 
campanha eleitoral.
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
29
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ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
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Validação da metodologia sobre o 
posicionamento das peças no ensaio de 
salt spray
Michael Jonathan Gandra dos Santos1; 
Luciana Santos Genipe2; 
Vanusa Andresa da Mata Stocco3; 
Camila Molena de Assis4;
1 Graduado em Engenharia Química pelo Centro Universitário Padre Anchieta - UNIANCHIETA;
2 Graduada em Engenharia Química pelo Centro Universitário Padre Anchieta - UNIANCHIETA;
3 Graduada em Engenharia Química pelo Centro Universitário Padre Anchieta - UNIANCHIETA;
4 Professora do curso de Engenharia Química no Centro Universitário Padre Anchieta - UNIANCHIETA;
RESUMO
O artigo apresenta a validação da metodologia sobre o posicionamento de peças durante 
o ensaio de salt spray. A metodologia a ser utilizada neste trabalho baseia-se no procedi-
mento descrito na norma ASTM B117, a qual padroniza o ensaio de névoa salina. Segundo 
o professor e Engenheiro Químico Vicente Gentil (2006), ensaios de corrosão realizados 
em laboratório utilizam pequenos corpos de prova, que são realizados sob condições va-
riadas e buscam avaliar a qualidade do tratamento superficial de peças com diversos tipos 
de proteção, através de sua inserção em atmosfera corrosiva, neste caso uma câmara con-
tendo uma névoa de cloreto de sódio, já que testes executados sob condições ambientais 
naturais levariam um período muito maior para sofrerem os mesmos efeitos. Visto que 
ainda existem muitas dúvidas referentes ao ensaio, a validação da metodologia pode evi-
tar custos desnecessários e aumentar a credibilidade da empresa que o realiza. O conteúdo 
apresentado é destinado a pessoas com interesse acadêmico, aos que tenham curiosidade 
sobre o assunto, mas, principalmente, empresas que realizam tal teste. É esperado que, 
ao final do estudo, uma forma mais padronizada de posicionamento das peças durante 
o ensaio de salt spray possa ser sugerida com base nos experimentos efetuados e, assim, 
possibilitar um número menor de peças reprovadas em indústrias, além daquelas a serem 
retrabalhadas ao receberem novo tratamento superficial. Esperamos também reconhecer 
a correlação do ensaio de salt spray com exposições reais, a fim de diminuir a taxa de re-
provação de lotes.
Palavras-chave: Salt spray, ASTM B117, corrosão, posicionamento.
Recebido em 08/10/2017; Aceito em 05/03/2018; Publicado na web em 01/10/2018
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Validation of the methodology on the 
positioning of samples during the salt 
spray test.
ABSTRACT
The article presents the validation of the methodology on the positioning of samples during 
the salt spray test. The methodology used in this work is based on the procedure described at 
ASTM B117, which standardizes the salt spray test. According to professor and chemical engineer 
Vicente Gentil, 2003, corrosion tests performed in laboratory use small specimens under different 
conditions and seek to evaluate the quality of the surface treatment with the most different types 
of protection through its inclusion in corrosive atmosphere, in this case in a chamber containing a 
sodium chloride solution mist, taking in consideration that tests executed under natural conditions 
take much longer to suffer the same effects. Since there are still many doubts concerning the test, 
the validation of the methodology could avoid unnecessary costs and increase the credibility of 
companies that do the test. The content presented is destined to people with academic interest, 
those who have the curiosity about the subject, but most importantly to companies that perform 
the test. It is expected at the end of the study that a more standardized form of positioning 
specimens are suggested based on the performed experiments, and thus enabling a smaller number 
of disapproved samples in industries, besides those that received new surface treatment. It is also 
expected to recognize the correlation of the salt spray test with real exposures in order to lower 
disapproval rates. 
Keywords: Salt spray, ASTM B117, corrosion, positioning.
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
33
1 INTRODUÇÃO
A corrosão é a deterioração e a perda de um 
material devido a um ataque químico ou 
eletroquímico do meio ambiente, aliada ou 
não a esforços mecânicos, trazendo, assim, 
alterações prejudiciais indesejáveis, como 
desgaste, variações químicas ou modifica-
ções estruturais, tornando o material ina-
dequado para uso (GENTIL, 2003).
Os problemas ocasionados pela corrosão 
atingem diversas indústrias e as perdas 
econômicas que atingem esses ramos são 
classificadas como direta e indireta. São 
consideradas perdas diretas, os custos de 
substituição de peças e/ou equipamentos 
que sofreram corrosão, manutenção com 
os processos de proteção (proteção cató-
dica, recobrimentos, pinturas, etc.). Como 
um dano de perda indireta, tem-se a pa-
ralisação para a limpeza e/ou substituição 
de trocadores de calor, caldeiras e tubos, 
e a parada da unidade afetada pode repre-
sentar a elevação dos custos de produção. 
(GENTIL, 2003).
Ensaios podem ser realizados para deter-
minação da agressividade de um meio cor-
rosivo e fornecer um controle da corrosão, 
entretanto, a corrosão dos materiais metá-
licos é influenciada por fatores que alteram 
o ataque químico e eletroquímico, assim 
não há um único método de teste, já que 
os fenômenos de corrosão se multiplicam, 
havendo, assim, a necessidade de uma va-
riedade de ensaios. Os ensaios de laborató-
rio visam estudar o mecanismo do processo 
corrosivo, indicar o material metálico mais 
adequado para determinado meio corrosi-
vo, determinar se um metal, liga ou reves-
timento protetor satisfaz as especificações 
de um ensaio de corrosão e controle na fa-
bricação de um material metálico resistente 
à corrosão em determinados meios corrosi-
vos (GENTIL, 2003).
O ensaio de Salt Spray, descrito nas normas 
ASTM B1117, ISO 9227, dentre outras, sem-
pre foi alvo de várias críticas de muitos pes-
quisadores devido à falta de correlação com 
resultados obtidos por ensaios de exposição 
real. Contudo, devido à sua versatilidade, 
ainda é amplamente empregadocomo pa-
drão de ensaio corrosivo.
Reproduzir todos os fatores agressivos e 
condições atmosféricas reais as quais os 
materiais estão sujeitos é praticamente 
impossível. Porém, os requisitos mínimos 
necessários para que um ensaio seja consi-
derado válido e adequado, são: produzir re-
sultados em um tempo relativamente curto 
e que se relacionam com os de exposição ao 
intemperismo natural; ser válido para vá-
rios materiais e condições; ser reprodutível 
em câmaras e em outros ambientes de teste 
e ser de fácil execução, sem a necessidade 
de operadores especializados e equipamen-
tos de custos altíssimos. Com base nesses 
requisitos mínimos é que as indústrias e as 
associações normativas iniciaram a tarefa 
de criar novas normas com especificações 
particulares, ocorrendo a necessidade de 
inovações tecnológicas no que diz respeito 
ao desenvolvimento de câmaras para en-
saios cíclicos de corrosão (SOUZA, 2012).
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
34
É possível considerar que, durante o ensaio, 
a peça fique exposta a condições conside-
radas como extremas ou severas, visto que 
o período de contato com a névoa salina é 
constante e a variação de temperatura den-
tro da câmara é praticamente nula. Em con-
dições naturais, tal severidade praticamente 
não existe, pois pode ser que uma peça ja-
mais fique exposta por um longo período de 
tempo a tais situações (umidade e tempera-
tura constantes). O tempo de exposição das 
peças, nesses testes, pode variar entre 24 a 
2000 horas, dependendo do tipo de trata-
mento recebido e de normas nacionais ou 
internacionais. Embora, nas literaturas es-
tudadas não se encontrem uma correlação 
do período de horas em névoa salina com o 
período em ano de vida útil do material, o 
ensaio de corrosão permite detectar falhas 
referentes à qualidade do tratamento super-
ficial, pois se o produto resistir à exposição, 
muito provavelmente resistirá a intempé-
ries reais. Por isso, é esperado que, ao final 
do estudo, uma forma mais padronizada de 
posicionamento das peças durante o ensaio 
de salt spray possa ser sugerida com base 
nos testes realizados, pois, quando efetuado 
de forma incorreta, pode levar a resultados 
divergentes do real, influenciando numa 
corrosão precoce, ocasionando a reprova-
ção indevida do produto.
Em razão de existirem muitas dúvidas refe-
rentes ao ensaio a névoa salina, o presente 
projeto visa a validação da metodologia so-
bre o posicionamento de peças durante o 
ensaio de salt spray. A metodologia a ser uti-
lizada nesse trabalho leva em conta o pro-
cedimento descrito na norma ASTM B117.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Corrosão
A corrosão pode ser definida como a deterio-
ração de um material, geralmente metálico, 
por ação química ou eletroquímica do meio 
ambiente, aliada ou não a esforços mecâ-
nicos. Esta deterioração é causada devido à 
interação físico-química entre o material e 
o seu meio operacional e é considerada rea-
ção química heterogênea ou eletroquímica, 
que ocorre normalmente na superfície que 
separa o metal do meio corrosivo, alterando 
a durabilidade e seu desempenho. O conta-
to de dois materiais metálicos na presença 
de um eletrólito ocasiona uma diferença de 
potencial, a corrosão galvânica, onde o aco-
plamento de materiais metálicos diferentes 
imersos em um eletrólito criam uma trans-
ferência de carga elétrica de um para outro, 
por terem potenciais elétricos similares. Na 
literatura, nem sempre são encontrados 
dados sobre o metal que atuará como ano-
do, pois, na região próxima do acoplamen-
to, são geradas profundas perfurações no 
substrato que funciona como um metal de 
sacrifício o qual apresenta corrosão locali-
zada. Isso acontece porque os potenciais se 
alteram em meio corrosivo e devido a esta 
ocorrência, é necessário fazer um revesti-
mento metálico que permita uma aproxi-
mação de potenciais, reduzindo, portanto, 
essa diferença e, por conseguinte, o proces-
so de corrosão (GENTIL,1996).
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
35
2.1.1. Corrosão Branca e Vermelha
No momento em que o aço galvanizado é 
exposto a uma atmosfera úmida e confina-
da, a condensação da umidade ataca o metal 
de sacrifício, podendo originar um produto 
de corrosão sob a forma de pó na coloração 
cinza-escura, denominado de corrosão bran-
ca. Quando este produto de corrosão ultra-
passa a camada protetora do aço, atingindo 
diretamente o metal base, são gerados óxi-
dos metálicos de coloração vermelho-ala-
ranjado, resultando na corrosão vermelha 
(ROSA 2009, p. 6 apud SCATOLIN, 2005).
2.2. Ambientes de corrosão
Gentil (1996) explica que, para a ocorrên-
cia da corrosão por ação atmosférica, são 
necessários alguns fatores, tais como:
Substâncias poluentes, tais como particula-
dos, que podem absorver a umidade do ar 
e gerar eletrólitos ativos e os gases, os quais 
são muito agressivos ao metal. Estas subs-
tâncias são encontradas normalmente em 
regiões de atmosfera industrial;
Temperatura, a qual, quando elevada, dimi-
nui a possibilidade de condensação de va-
por d’água na região superficial do metal e 
a adsorção de gases;
Tempo de permanência do filme de eletrólito 
na superfície metálica, sendo que o ideal é que 
este tempo de permanência seja o menor pos-
sível, pois menor será o processo corrosivo;
Umidade relativa, que tem grande influên-
cia sobre a corrosão, pois ambas são direta-
mente proporcionais, ou seja, quanto maior 
for a umidade relativa do ar, maior será o 
efeito corrosivo e assim vice-versa. Gentil 
(1996, p.51) afirma que “numa umidade re-
lativa na faixa de 60%, o processo corrosivo 
é lento, porém acima de 70% ele é acelerado 
e em uma umidade relativa considerada bai-
xa praticamente não ocorre a corrosão.”
Gentil (1996) comenta também sobre os 
três tipos de atmosferas corrosivas (úmida, 
seca e molhada), as quais podem atingir 
mais rapidamente ou não a área superficial 
do metal, todas estão relacionadas à umida-
de relativa do ar.
2.3. Aço carbono
Aços são ligas ferro-carbono podendo conter 
concentrações significativas de outros ele-
mentos de liga. As propriedades mecânicas 
são sensíveis ao teor de carbono, que geral-
mente é menor do que 1% em peso. Alguns 
dos aços mais comuns são classificados de 
acordo com a concentração de carbono, que 
varia entre 0,25% e 1,4% e são classificados 
em tipos baixo-carbono, médio-carbono e 
alto-carbono (CALLISTER, 2002). 
2.3.1. Aço carbono zincado por 
eletrodeposição
A galvanoplastia é um tratamento de super-
fície, em que ocorre o depósito de um me-
tal sobre um substrato, com o objetivo de 
proteger a peça dos ambientes agressivos. 
(WIERCINSKI, 2015).
Utilizado como cátodo, a peça de aço a ser 
protegida é colocada em uma cuba eletrolí-
tica, onde ocorre a reação eletroquímica nas 
interfaces eletrodo-solução, utilizando uma 
fonte de energia elétrica externa. O sistema 
é constituído por uma solução eletrolítica 
contendo sais do metal a ser depositado, 
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
36
como zinco, e dissolvido em água ou outro 
solvente que possui condutibilidade elétri-
ca, tendo dois tipos de eletrodos mergulha-
dos onde atua como cátodo a peça a ser re-
vestida e o anodo o metal a ser depositado. 
As soluções eletrolíticas são comumente 
denominadas de banhos (COSTA, 2014).
2.4. Ensaio de névoa salina (Salt Spray)
O mais antigo e mais utilizado ensaio ace-
lerado de laboratório para simulação de in-
tempéries é o ensaio de névoa salina, descri-
to nas normas ASTM B-117 e ISO9227/2006, 
originalmente desenvolvido entre 1910-
1920 e padronizado em 1939. Este ensaio 
procura simular as condições encontradas 
em atmosferas marítimas, através da névoa 
contínua de solução NaCl a uma concen-
tração de 5%, e temperatura de 35°C ± 2°C. 
O pH da solução oscila entre 6,5 e 7,2 e a 
umidade relativa é de 100% (ASSIS, 2000).
Segundo Assis (2000), o ensaio ASTMB-117 
tem sido utilizado na avaliação de revesti-
mentos orgânicos há várias décadas, apesar 
das severas críticas que tem recebido de di-
versos autores devido à ausência de corre-
lação com os resultados obtidos de ensaios 
de exposição natural. Mesmo assim, a nor-
ma ASTM B-117 é usada como padrão de 
ensaio de corrosão em superfícies pintadas, 
revestimentos metálicos e componentes 
elétricos. A utilização deste ensaio não tem 
como objetivo a reprodução do mecanismo 
de corrosão que o material sofre em exposi-
ção a uma atmosfera natural, mas detectar 
revestimentos com propriedades inadequa-
das ou componentes de qualidade inferior, 
de procedências ou lotes diferentes (SOU-
ZA, 2012, p. 2 apud ASSIS, 2000, p. 163 
-171, ASTM B-117).
2.5. Posicionamento das peças no ensaio
A norma ASTM B-117 descreve como posi-
cionamento ideal a peça alocada, a menos 
que especificado, num ângulo de 15 a 30° 
em relação a vertical. Como apresentado 
pelo Fórum Internacional de Aço Inoxidá-
vel (ISSF, 2008), o corpo de prova, ainda 
pela ausência de recomendações forneci-
das na norma, deduz-se a ser plano, a fim 
de respeitar o ângulo de posicionamento. 
São apresentadas dificuldades de interpre-
tação do teste de névoa salina executados 
em itens com formas em zonas horizontais 
ou com possibilidade de retenção. Em la-
boratório, amostras retangulares (100 mm 
x 150 mm) são geralmente utilizadas. Con-
tudo, corpos de prova de diferentes formas 
geométricas são comumente utilizados no 
ensaio, em sua maioria formas sextavadas.
De acordo com a ISO 9227 (2006), a respei-
to do posicionamento dos corpos de prova, 
estas devem ser dispostas de modo a não 
ficar no caminho direto de viagem da né-
voa do atomizador. Devem ainda ser planas 
e dispostas na cabine a um ângulo o mais 
próximo possível de 20°, e em todos os ca-
sos, estar no limite de 15 a 25°, e a respeito 
de corpos irregulares, estes limites devem 
ser respeitados tanto quanto possível. As 
amostras devem ser arranjadas de modo 
a não entrar em contato com a cabine de 
teste e que permitam a livre circulação da 
névoa, podem ser colocadas em diferentes 
níveis no interior da câmara, desde que a 
solução não goteje a partir de amostras ou 
os seus suportes de um nível para outras co-
locadas abaixo.
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
37
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Corpos de prova
Testes foram realizados com corpos de pro-
va feitos de aço carbono zincado com forma 
sextavada, alguns apresentam flange e ou-
tros bordas com material inerte, tal como 
plástico. As imagens abaixo apresentam os 
corpos de prova utilizadas no ensaio, eles 
são divididos em ordem numérica, onde as 
peças 1,2, e 3 são tratadas com proteção or-
ganometálica, enquanto as peças 4 e 5 pos-
suem tratamento superficial de Zinco.
Figura 1: Peças 1, 2 e 3 - Aço carbono com 
tratamento organometálico.
Fonte: O próprio autor.
Figura 2: Peças 4 e 5 - Aço carbono com 
tratamento de Zinco.
Fonte: O próprio autor
O tratamento organometálico, segundo 
Dorfling (2007), tem como base o zinco e 
alumínio. Este processo acontece basica-
mente em três etapas: limpeza, dip-spin e 
cura. Na primeira etapa, a limpeza, antes 
de iniciar o processo de tratamento superfi-
cial, as peças passam por um desengraxe al-
calino e, em seguida, por um sistema de ja-
teamento; Dip-spin é a fase em que as peças 
são submetidas a uma imersão em substân-
cia organometálica, após esse procedimen-
to, as peças seguem para a centrifugação 
com o objetivo de controlar a espessura da 
camada. É na cura em que o tratamento se 
funde no metal base, dando a ele a resistên-
cia desejada.
O processo de zincagem consiste em uma 
sequência de banhos, possuindo basica-
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
38
mente três etapas: pré-tratamento, revestimento e passivação. O pré-tratamento consiste 
em um banho de desengraxe, feito com soda cáustica, seguido pela decapagem em ácido 
muriático, para remoção de sujidades e incrustações da superfície metálica. As peças são 
lavadas em água corrente, posteriormente neutralizadas utilizando banho de hidróxido 
de sódio. No revestimento, ocorre a deposição eletrolítica, que consiste no banho de zinco 
em que as peças são submersas por alguns minutos. Na sequência, a peça é enxaguada e 
passa pelo processo de passivação, onde é banhada com ácido nítrico, que tem a função 
de fixar o zinco. (WIERCINSKI, 2015).
As peças utilizadas nos testes realizados possuem composições diferentes, os espécimes 
1,3 e 4 são feitas de aço 1045, enquanto as peças 2 e 5 são feitas de aço 10B22, seguindo 
denominações de aços conforme suas composições definidas pela SAE (Society of Auto-
motive Engineers). As composições dos distintos aços são apresentadas nas Tabelas 1(SAE 
1045) e 2 (SAE 10B22). O aço 1045 é utilizado na fabricação de componentes de uso geral 
onde seja necessária uma resistência mecânica superior à dos aços de baixo carbono con-
vencionais, sendo aplicado principalmente em eixos em geral, pinos, cilindros, ferrolho, 
parafusos, grampos, braçadeiras, pinças, cilindros, pregos, colunas, entre outros. O aço 
10B22 apresenta valores ideais de dureza e resistência associado à presença de Boro em sua 
formulação, principalmente para aplicação em parafusos de pequenas seções, além de ser 
geralmente empregado como aço de conformação a frio.
Tabela 1: Composição química do aço SAE 1045.
Aço
1045
C Si Mn S P Ni Cr Mo Cu
0,46 - 
0,50%
0,15 - 
0,35 %
0,75 - 
0,90%
0,02 - 
0,05%
0,04% 
máx.
0,25% 
máx.
0,20% 
máx.
0,06% 
máx.
0,35% 
máx.
Fonte: Gerdau - Manual de aços.
Tabela 2: Composição química do aço SAE 10B22.
Aço 10B22 C Mn B S P
0,18 - 0,23% 0,70 - 1,00 % 0,0005 - 0,03% 0,05% máx. 0,04% máx.
Fonte: ArcelorMittal - Guia do aço.
3.2. Equipamentos utilizados
Os seguintes equipamentos foram utilizados na condução dos ensaios: 
• Câmara de névoa salina Equilam - Modelo SS 600, com controlador e indicador 
de temperatura, regulador de pressão, reservatório da solução de cloreto de sódio; 
ACTA TECNOLÓGICA v.13, nº 1, 2018
39
• Medidor de pH ITMPA - Modelo 
210;
• Duas buretas coletoras de névoa de 
100 ml cada;
• Solução de cloreto de sódio 5%;
• Anéis inertes e linhas de nylon 
para o posicionamento da peça.
3.3. Realização do teste
A câmara de teste é mantida a temperatura 
de 35°C ± 2°C com uma névoa de solução 
aquosa de 5% de cloreto de sódio, o pH da 
solução oscila entre 6,5 e 7,2 levando em 
conta o procedimento descrito na norma 
ASTM B-117 e pressão de 0,5 a 1,0 psi. Para 
a validação da metodologia de posiciona-
mento, todos os corpos de prova foram 
dispostos na câmara conforme a norma e 
também de formas não adequadas.
As imagens 1 e 2 apresentadas dispõe o 
posicionamento correto, seguindo as espe-
cificações da ASTM B-117, com ângulo de 
aproximadamente 25° em relação a verti-
cal, distribuídas de modo a não entrar em 
contato com a cabine de teste e de permitir 
a livre circulação da névoa. As imagens 3 e 
4 representam o posicionamento incorreto 
conduzido no ensaio de névoa salina das 
peças 1,2,3,4 e 5 respectivamente. A peça 
1 foi posicionada em angulação de acordo 
com o especificado, contudo esta apresenta 
anel de material plástico em seu interior, o 
qual pode ocasionar o acumulo de névoa 
em forma de condensado e diminuir o tem-
po para aparecimento de corrosão quando 
posicionado para cima; a peça 2 foi posi-
cionada na câmara de teste utilizando uma 
linha de nylon e angulo de 0° em relação 
a vertical; a peça 3 foi posicionada a 0° em 
relação a vertical; a peça 4 foi posicionada 
num ângulo de 180° em relação à vertical 
com flange para cima, o que pode ocasio-
nar acumulo de névoa, e a peça 5, além de 
ângulo incorreto, foi posicionada com ou-
tra peça da mesma espécie.
Figura 3: Peças 1, 2 e 3 - Aço carbono com 
tratamento organometálico - posiciona-
mento incorreto.
Fonte: O próprio autor.

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