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Marcadores moleculares utilizados em programas de melhoramento genético nos últimos 5 anos e sua importância para o avanço genético brasileiro Os marcadores moleculares são uma importante ferramenta para identificar e acessar a variação genética entre os indivíduos, além de associa-la a uma característica de interesse. Seu uso permite identificar o potencial genético de um animal antes da expressão do seu fenótipo. A maioria das características de interesse econômico apresenta o padrão de herança poligênica, sendo determinadas por inúmeros genes de grande e/ou de pequeno efeito individuais e sob forte influência de fatores ambientais. De forma geral, os marcadores moleculares podem ser classificados em duas categorias: (1) marcadores baseados em técnicas de hibridização (RFLP), (2) marcadores baseados em técnicas de PCR (RAPD, VNTR, SSR, AFLP, SNPs). RFLP - Restriction Fragment Length Polymorphism: examina diferença em tamanho de fragmentos de restrição de DNA específicos. O polimorfismo deriva de mutação pontual, inserção, deleção. Utiliza-se o DNA celular total e requer DNA puro de alto peso molecular. Polimorfismo evidenciado pela fragmentação do DNA com enzimas de restrição e observado pela hibridização de sondas marcadas de DNA, com radioatividade ou compostos que desencadeiam uma reação luminescência. RAPD - Random Polymorphic: Utiliza um único primer que tem sequência arbitrária desconhecida. Embora a maioria dos marcadores RAPD possuam comportamento "dominante", existe a possibilidade de se amplificar marcadores co-dominantes e amplificar ambos os alelos de um loco. Obtenção de “fingerprinters” genômicos de indivíduos, variedades e populações. VNTR - Variable Number of Tandem Repeats: Sequências repetitivas agrupadas ou espalhadas ao longo do genoma. São constituídas por blocos cujo número de unidades repetitivas é variável, gerando polimorfismos. Blocos de unidades repetitivas formadas por 1 a 4 pb no locus hipervariável são conhecidas como microssatélites. Unidades de 5 a cerca de 100 pb são denominadas minissatélites. Obtém-se um padrão de múltiplas bandas devido ao caráter multilocus. Os padrões de múltiplas bandas constituem os chamados “DNA fingerprints” e permitem discriminar indivíduos e estabelecer graus de parentesco e consanguinidade. Microssatélites – SSR (Simple Sequence Repeats): marcadores que consistem de pequenas sequências (2 a 6 pares de base), repetidas em tandem, amplamente distribuídos nos genomas e encontrados em regiões codificadoras e não codificadoras. As regiões expressas do genoma apresentam uma alta frequência de SSR, os quais estão predominantemente localizados nas regiões que não codificam proteínas como 3’ e 5’ UTR. AFLP - Amplified fragment length polymorphism: Associa o polimorfismo gerado pelas enzimas de restrição com a capacidade de detecção da técnica de PCR. O DNA é clivado por enzimas de restrição, originando um número extremamente elevado de fragmentos que, em função da concentração, não são detectados em eletroforese. Pequenas sequências de DNA (adaptadores) são acopladas às extremidades desses fragmentos de restrição, as quais serão reconhecidas por primers específicos durante a PCR (pré-amplificação e amplificação seletiva). Os fragmentos gerados são então separados por eletroforese em gel de poliacrilamida. SNPs - Single nucleotidepolymorphism: Os SNPs envolvem a substituição de um nucleotídeo por outro, a adição ou deleção de um ou de alguns nucleotídeos. Para que a variação seja considerada um SNP, ela tem que ocorrer em pelo menos 1% da população. Eles são encontrados em abundância no genoma e localizados em regiões codificantes podem afetar diretamente a função da proteína. Esses SNPs podem ser responsáveis por algumas das variações entre os indivíduos com características importantes. Além de representam uma abordagem mais interessante para estudos de genotipagem, pois são geneticamente estáveis e passíveis de automatização.
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