Buscar

eBook Pós Pandemia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Saiba como inovar na nova realidade. 
Confira lições e oportunidades da educação superior 
no Brasil pós-pandemia a partir da experiência do Grupo A
A GESTÃO DO 
ENSINO SUPERIOR 
PÓS-PANDEMIA
para se adaptar ao novo cenário. As IES já tinham um olhar voltado ao 
futuro (antecipado pela crise provocada pelo coronavírus). Treinamento de 
professores, implementação de sistemas de ensino remoto, implantação de 
suporte ao aluno em larga escala: tudo isso já fazia parte da rotina das IES 
parceiras. 
Sabemos que outras instituições tiveram dificuldade para se reorganizar. 
Ainda em março, portanto, começamos uma força-tarefa de apoio às 
instituições de ensino.
O Grupo A disponibilizou uma página na internet com webinars exclusivos, 
recomendações de especialistas em educação e tecnologia, pesquisas 
sobre a percepção dos alunos sobre a pandemia, entre outros conteúdos 
relevantes.
ACESSE A CENTRAL CLICANDO AQUI
Certamente as instituições de ensino nunca mais serão as mesmas. 
O modelo de operação que vigorava até então será revisado. Essa 
revisão acontecerá prioritariamente na relevância da EAD, nos cursos 
híbridos e em novas formas de captação e retenção de alunos.
Nada disso é novidade para o Grupo A. Há quase 50 anos nos 
mantemos alinhados e atentos às tendências mais inovadoras do 
setor educacional. Nosso portfólio de serviços e produtos sempre 
esteve alicerçado no desenvolvimento tecnológico, na produção 
de conteúdo de qualidade e na criação de novas soluções. Nosso 
objetivo é buscar a excelência em indicadores pedagógicos e 
gerenciais.
Essa ambição foi fundamental durante a pandemia. 
Afinal, instituições parceiras do Grupo A estavam mais preparadas 
O que vai mudar nas nossas 
faculdades, centros universitários 
e universidades após a pandemia?
 https://conteudo.grupoa.com.br/central-covid19/
http://grupoa.com.br
A proposta deste e-book é explorar quatro aspectos que podem 
diferenciar as IES neste novo momento. Falaremos sobre (1) questões de 
mercado, captação e retenção, (2) tecnologia, (3) ensino, aprendizagem e 
desenvolvimento de competências e, por fim, (4) formação docente. 
Tudo a partir da perspectiva do “novo normal”. 
Boa leitura! 
Vinicius Dias. CEO da Algetec, 
empresa especializada no 
desenvolvimento de laboratórios 
para cursos de engenharia e saúde 
nas modalidades presencial e 
EAD. Professor na Universidade 
Católica de Salvador, é especialista 
no desenvolvimento de produtos 
inovadores na área de educação. 
Gustavo Hoffmann, diretor 
do Grupo A, e fellow da 
Universidade de Harvard. 
Especialista em aprendizado 
ativo, sala de aula invertida, 
modelagem acadêmica, 
ensino a distância, 
planejamento de negócios e 
consultoria educacional.
Daniel Infante, fundador e 
diretor da Educa Insights, 
consultoria especializada 
em soluções e pesquisas de 
marketing para o mercado 
da educação. Possui mais de 
dez anos de experiência em 
planejamento estratégico e 
inteligência competitiva no 
setor educacional. 
Igor Sales, co-fundador e 
CEO da Imersys, empresa 
voltada ao desenvolvimento 
de soluções completas para 
divulgação, treinamento e 
educação em plataformas 
interativas de realidade 
virtual e aumentada.
Malu Gouveia, diretora na 
Mais Campus. É especialista 
em marketing e gestão 
da captação de alunos. 
Malu atuou como CMO 
na Laureate Internacional 
por 7 anos onde liderou o 
processo de inscrição de 
mais de 200 mil alunos por 
ano. Antes disto, foi diretora 
de marketing e vendas 
na Santher e Mondelez 
Internacional.
Daqui para frente, à medida que a reabertura ocorre em estados e municípios, o desafio será preservar a inovação obtida até aqui. 
E aperfeiçoá-la. Você vai ler sobre isso nas próximas páginas a partir da experiência e insights de especialistas do Grupo A. 
São eles:
1. MERCADO, CAPTAÇÃO E RETENÇÃO
A crise e o setor da educação 
A pandemia da covid-19, síndrome respiratória causada pelo 
novo coronavírus (Sars-Cov-2), é sem dúvida uma das piores 
crises de saúde deste século. Centenas de milhares tiveram as 
vidas ceifadas por esse ser invisível. Sua transmissão ocorre 
através do contato, por isso os países fecharam fronteiras, o 
comércio, as escolas e universidades. Segundo a Unesco, quase 
1,6 bilhão de crianças e jovens tiveram as aulas afetadas em 
todo mundo. Isso significa mais de 90% do público estudantil. 
Um dos efeitos da paralisação generalizada é a recessão 
econômica. Em maio, a Organização das Nações Unidas (ONU) 
projetava uma queda de 3,2% na economia global em 2020. 
Mas em muitos países o prejuízo será muito maior. No Brasil, 
o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) 
estimam quedas de pelo menos 5% no PIB. Não à toa: desde 
março, houve uma onda de demissões, reduções de jornadas de 
trabalho e salários. É possível sentir os efeitos disso em quase 
todos os setores.
As perspectivas apontam para uma recuperação 
lenta. Não vai ser diferente no ensino superior. Como 
lembra Malu Gouveia, da Mais Campus, a educação 
é afetada proporcionalmente quando há crescimento 
nas taxas de desemprego. 
Com a renda do trabalhador ameaçada, a evasão e 
inadimplência tendem a crescer. Um levantamento 
recente do Semesp mostrou que a inadimplência 
em abril de 2020 chegou a 26%, alta de 72% na 
comparação com o mesmo mês do ano passado, 
quando a taxa era de 15%. Ou seja, um a cada quatro 
alunos não está em dia com as mensalidades. 
Já a evasão aumentou 32,5% no mesmo período. 
A captação também deve ser afetada: as IES já se 
preparam para receber menos entrantes tanto no 
segundo semestre de 2020 e quanto no primeiro 
semestre de 2021. 
Ainda não sabemos exatamente o tamanho da crise 
que está por vir. Mas ela virá e modificará o mercado 
da educação no Brasil. O ensino superior presencial 
será afetado pelas taxas de desemprego, pois 
geralmente a educação ocupa uma fatia significativa 
da renda familiar. A educação a distância (EAD), por 
sua vez, sofrerá menos. Por ter um custo mais baixo 
– quando comparada à graduação presencial –, a 
modalidade tende a ser mais sustentável como negócio. 
De fato, a EAD é um caminho sem volta. “O ensino 
a distância vai ganhar relevância para os players 
da educação que quiserem salvar seu negócio. 
Inevitavelmente, o resultado será uma explosão brutal 
da seara competitiva. Então será a hora daqueles que 
estiverem preparados”, diz Malu Gouveia, da Mais 
Campus. 
As instituições de ensino superior, portanto, não 
devem ficar paradas. As que tinham um EAD robusto 
em operação saíram na frente. Mas isso não as exime 
de muito trabalho. O que significa, em um primeiro 
momento, olhar para o comportamento dos alunos e 
assim criar estratégias efetivas de captação e retenção. 
1. MERCADO, CAPTAÇÃO E RETENÇÃO
Retenção e captação: o 
comportamento do aluno 
durante a pandemia
Antes de falarmos sobre as melhores estratégias de 
captação e retenção do futuro, precisamos olhar para o 
comportamento do aluno durante a pandemia. Uma série 
de estudos realizados pela Educa Insights no período de 
isolamento ajuda a compreender melhor a situação. 
Os dados também apontam tendências.
IMPACTO FINANCEIRO 
O estudo mostra que o efeito negativo nos empregos e nos 
negócios foi real. O impacto foi dividido em alto (perderam 
o emprego, tiveram contrato suspenso ou jornada reduzida 
em 75%), médio (jornada reduzida em 50%) e baixo (jornada 
reduzida em 25%, sem impacto ou já não trabalhavam). 
Sendo assim: 
61%
29%
11%
SOFRERAM 
BAIXO IMPACTO
SOFRERAM 
ALTO IMPACTO
SOFRERAM 
MÉDIO IMPACTO
25% NÃO 
SOFRERAM
PERDAS
22% TEVE
A JORNADA
REDUZIDA
EM 25%
14% NÃO
TRABALHAVA
22% PERDERAM
O EMPREGO
7% TIVERAM
O CONTRATO
SUSPENSO OU
A JORNADA
REDUZIDA EM 75%
https://educa-insights.com.br/
COMO PRETENDEM REAGIR
A pesquisa também perguntou sobre a reação 
dos alunos frente à crise. A questão era saber 
se eles pretendiam continuar estudando. 
O QUE PODE LEVAR À EVASÃO
Outro ponto diz respeito aos motivos 
que poderiam levar os estudantes a 
abandonaremos cursos. 
52%
42%
6%
QUER SEGUIR ESTUDANDO, 
INDEPENDENTEMENTE DO 
CENÁRIO
QUER CONTINUAR, 
MAS DEPENDE DO 
CENÁRIO
DESISTIU OU 
VAI DESISTIR 
DE ESTUDAR
60%
22%
7%
COGITA SAIR DO 
CURSO, CASO SEU 
EMPREGO SEJA 
DIRETAMENTE 
AFETADO.
CASO OS 
RESPONSÁVEIS 
NÃO CONSIGAM 
PAGAR 
PORQUE VÃO 
PRECISAR 
ECONOMIZAR, 
E A EDUCAÇÃO 
NÃO É 
PRIORIDADE
3%
PORQUE A 
FACULDADE 
NÃO SUSPENDEU 
AS AULAS E NÃO 
QUEREM SE 
EXPOR AO 
RISCO
8%
PORQUE AS 
AULAS NÃO 
MIGRARAM 
PARA O MODELO 
ONLINE
1. MERCADO, CAPTAÇÃO E RETENÇÃO
Como trabalhar retenção 
e captação no futuro do 
ensino superior
Em termos de captação, quais lições as IES podem tirar 
do cenário descrito até aqui? O que o comportamento dos 
alunos durante o período de isolamento social nos ensina 
em termos de retenção? As respostas contemplam dois 
pontos principais:
A política de descontos e benefícios 
deve ser segmentada conforme o perfil 
e as necessidades do aluno, evitando 
estratégias horizontais;
Associado ao primeiro ponto, as 
instituições devem investir em estratégias 
de engajamento e comunicação no âmbito 
digital, até a efetivação da matrícula. 
1
2
“
Vamos começar pelo primeiro ponto. Pela 
perspectiva da demanda, é possível que o 
alunado perca a capacidade de investimento. 
Então é natural que o valor das mensalidades, 
que já era um fator preponderante no acesso 
ao ensino superior, ganhe ainda mais peso na 
escolha. 
Entretanto, como mostra a pesquisa da Educa 
Insights, os efeitos foram pulverizados entre 
os alunos, atingindo-os de maneira diferente. 
Por exemplo, apenas um em cada quarto 
alunos teve alto impacto na renda. Não faz 
sentido, portanto, apostar em uma política 
de auxílio horizontal – ou seja, uniforme para 
todos os estudantes. 
Mais interessante, nesse caso, é identificar 
quem são os alunos altamente impactados 
dentro da instituição e ajudá-los de maneira 
prioritária e específica. A dica é personalizar 
descontos nas mensalidades, com viés de 
retenção, e concessão de benefícios, com 
viés de captação. 
“Nas duas perspectivas, a personalização do 
desconto – para facilitar a matrícula – ou do 
plano de retenção para facilitar o pagamento 
de quem já tá cursando é uma ação crítica 
para a instituição enfrentar os problemas 
financeiros”, afirma Daniel Infante, da Educa 
Insights. 
Para se ter ideia da importância dessas 
medidas, a pesquisa sobre comportamento 
dos alunos na pandemia, realizada pela 
Educa Insights, mostrou que a satisfação 
com os planos exclusivos de pagamento 
foi de 58%, contra apenas 32% de avaliação 
positiva para os planos gerais de auxílio. 
A depender do perfil e da tipologia das 
instituições, a personalização em massa 
pode não ser viável. Ainda assim, é possível 
segmentar alunos conforme o perfil, seja de 
captação ou retenção. Isso já era verdade no 
passado em um cenário menos conturbado. 
Com a crise, essa eficiência ganha ainda mais 
relevância.
Agora ao segundo ponto: há uma 
necessidade de acertar o preço na captação. 
Mas trabalhar apenas em cima da questão 
financeira não resolve o problema. Ao mesmo 
tempo, será necessário inovar no processo 
seletivo e engajar os alunos em cada etapa – 
da inscrição À matrícula. Isso vai acontecer, 
essencialmente, nos meios digitais. 
Haverá uma guerra de preços, mas vai ganhar 
o jogo quem se munir de conhecimento de 
captação e trabalho de marketing digital. 
Isso significa produzir conteúdo, monitorar 
o comportamento e a árvore de decisão do 
prospect, para trabalhar o convencimento 
profissionalmente”, afirma Malu Gouveia, da 
Mais Campus.
Gouveia destaca a importância do uso do 
site e redes sociais da instituição, se valendo 
de ferramentas de otimização de conversão 
(CRO) e otimização para mecanismos 
de busca (SEO). Infante acrescenta a 
importância de outras ações, como webinar 
com coordenadores e professores sobre 
temas que ajudem diretamente o candidato 
– aulas preparatórias para o Enem, por 
exemplo. 
2. TECNOLOGIA 
Caminho aberto para a 
nova sala de aula
A tecnologia por si só não é eficaz. Ela é apenas uma 
ferramenta – de altíssimo potencial. Para atingir a completa 
função, precisa estar amparada por uma metodologia de ensino 
eficaz – tornando-se, assim, um extraordinário catalisador da 
aprendizagem. 
Agora, mais do que nunca, o caminho está aberto para 
a inovação na sala de aula. Parece incrível, mas o setor 
educacional sempre foi mais avesso à inovação – mesmo 
quando uma geração nativa do universo digital começou a 
ocupar espaço nas universidades. Acostumados ao ambiente 
online, a maioria dos alunos ainda era obrigada a assistir aulas 
expositivas, à semelhança do que acontecia no ensino médio. 
Não fazia sentido. 
A nova realidade acelerou a transformação 
da educação. Mais por necessidade do 
que por opção. Quando o coronavírus 
desembarcou de vez no Brasil, em meados 
de março, as instituições de ensino superior 
nem sequer sabiam como proceder. 
Saíram às pressas em busca de soluções, 
montando planos de contingência para 
garantir a aprendizagem dos estudantes, 
não perder o calendário acadêmico e evitar 
a evasão. 
Mais de dois meses se passaram. 
E o tempo ainda é de muitos testes 
e aperfeiçoamento contínuo das 
metodologias de ensino e das novas 
tecnologias. “Ao procurar maneiras de 
transmitir conhecimento, as instituições 
estão se deparando com ferramentas que 
conversam numa linguagem mais próxima 
com o estudante. 
Após a pandemia, gestores, alunos e 
professores não vão voltar ao analógico e aos 
métodos tradicionais”, afirma Igor Sales, CEO 
da Imersys.
Para Sales, não há mais tempo a ser perdido. 
A hora das instituições se reinventarem é 
agora. Prova disso é que o mercado do ensino 
superior inteiro está numa corrida para se 
tornar mais moderno, eficaz, abrangente e 
tecnológico. De quais tecnologias estamos 
falando? 
É o que vamos ver em detalhes nas próximas 
páginas. São plataformas fundamentais para 
o ensino remoto, como o ambiente virtual 
de aprendizagem (AVA ou LMS, na sigla em 
inglês) e ferramentas de webconferências. 
Mas também são tecnologias de ponta e 
conteúdos imersivos, como a realidade 
aumentada e a realidade virtual. 
2. TECNOLOGIA 
As tecnologias facilitadoras
A tecnologia educacional deve ser um agente facilitador da 
aplicação das metodologias ativas de ensino – não esqueça 
disso. Com essa verdade em mente, vamos explorar algumas 
tecnologias. Elas já facilitaram a migração de muitas IES 
para o mundo digital. E devem continuar assim no futuro.
O sucesso desses recursos está pautado na melhoria 
da experiência de alunos e professores. Esse é o cerne 
de qualquer implementação tecnológica, gerando maior 
engajamento e aprendizagem, além de reduzir o risco de 
evasão. 
Conteúdo digital, LMS e 
plataformas adaptativas de 
aprendizagem substituindo 
parte das aulas expositivas
Considerando um modelo que tenha 
uma carga maior de metodologias 
ativas dentro de sala de aula, é natural 
que os professores tenham menos 
tempo para a exposição do conteúdo. 
Essa apresentação pode ser 
substituída sem nenhum prejuízo pela 
disponibilização de conteúdo digital, 
acessado a qualquer hora, em qualquer 
lugar, quantas vezes o aluno desejar, 
respeitando assim o próprio ritmo de 
aprendizagem (self-paced learning), 
de forma personalizada, levando em 
consideração os diferentes níveis 
de conhecimento prévio em relação 
a um determinado tema. Isso seria 
impossível em uma sala de aula 
tradicional, sem uso da tecnologia.
Ferramentas de 
videoconferência – não 
apenas para exposição 
de conteúdo 
Durante a pandemia, as plataformas 
de videoconferência cresceram 
– e muito. Mas é provável que 
os professores estejam usando 
a tecnologia de forma limitada, 
reproduzindo no ambiente digital 
o mesmo modelo expositivo que 
prevalece no ensino presencial.
O potencial do vídeo vai muito além 
da virtualização em vídeo de uma aula 
expositiva. Algumas funcionalidades 
permitem que o professor coloque 
um problema para aturma, receba 
as respostas e os feedbacks em 
tempo real, divida esta turma em 
pequenos grupos e que aplique no 
próprio ambiente virtual alguma 
metodologia ativa de aprendizagem, 
com discussões de alto nível restritas 
a grupos menores. Ou seja, temos 
tecnologia digital para reproduzir, 
inclusive, as metodologias ativas que 
hoje são aplicadas nas salas de aula 
físicas.
Dispositivos móveis como 
ferramenta de feedback e 
interação em tempo real 
entre professores e alunos
Ferramentas como o Socrative, o 
Kahoot e o Plickers permitem que 
o professor interaja com os alunos 
em sala de aula em uma velocidade 
altíssima. O diagnóstico do nível 
de conhecimento prévio de uma 
turma, por maior que ela seja, pode 
ser feito em menos de um minuto. 
Além do diagnóstico, o professor 
pode utilizar estas ferramentas 
para aplicar metodologias ativas 
de aprendizagem como o Peer 
Instruction, por exemplo. Se bem 
utilizado, o telefone celular é um ótimo 
aliado do professor. 
Utilização de chatbots para 
interação em tempo real com 
os alunos, 24 horas, 7 dias por 
semana
Esses robôs programados através 
de machine learning interagem 
com os discentes, sanando 
dúvidas administrativas, apoiando 
na organização dos estudos e 
das tarefas e, em alguns casos, 
substituindo até mesmo os 
tutores no ambiente virtual de 
aprendizagem. Os grandes grupos 
educacionais largaram na frente 
com iniciativas próprias, mas as 
pequenas instituições já começam 
a ter acesso a essas ferramentas 
através de empresas fornecedoras de 
soluções customizáveis que aplicam 
inteligência artificial. 
2. TECNOLOGIA 
A hora e a vez das 
tecnologias imersivas 
Quando as aulas presenciais foram interrompidas pela 
pandemia, uma das maiores preocupações dos gestores era 
a reposição das práticas laboratoriais. Essa era uma séria 
questão a ser enfrentada, sobretudo aos gestores de cursos 
das áreas de saúde e engenharia. 
Mas a solução já existia. Com alta complexidade e custo 
baixo, os laboratórios virtuais permitem a realização de 
aulas práticas digitais ao reproduzir com alta fidelidade 
experimentos dos laboratórios físicos. Eles podem, inclusive, 
ser utilizados para complementar ou até substituir práticas 
laboratoriais reais. Com mais segurança, maior controle e 
risco reduzido. 
“As transformações provocadas pelo coronavírus no setor 
educacional são irrevogáveis. A utilização de tecnologia 
em cursos antes tradicionais passou a ser o cotidiano e 
isso inclui o uso dos laboratórios virtuais para as práticas 
laboratoriais, contribuindo significativamente no processo 
de aprendizagem e proporcionando uma experiência mais 
moderna para alunos cada vez mais digitais”, destaca o 
diretor da Algetec, Vinicius Dias.
https://www.algetec.com.br/
O laboratório virtual é apenas uma alternativa 
proporcionada pelas tecnologias imersivas. 
Com os vídeos 360 graus, por exemplo, os 
estudantes podem conhecer o dia a dia da sua 
profissão – visitar uma obra, uma usina ou 
uma fábrica sem sair de casa. 
A realidade aumentada (RA), por sua vez, 
combina elementos virtuais e reais. O famoso 
jogo Pokemon Go é um ótimo exemplo do 
conceito. a RA permite criar em três dimensões 
simulações das peças de um motor ou órgãos 
do corpo humano. Alunos da área da saúde, 
por exemplo, conseguem projetar partes do 
sistema muscular, esquelético ou visceral para 
melhor observá-lo, estudá-lo e para treinar 
posições de trabalho. 
“O lugar das tecnologias imersivas no futuro do 
ensino superior já estava reservado. Imagine 
o estudante carregar recursos laboratoriais 
no bolso? É um cenário que vai levar os 
recursos da educação a um novo nível, com 
mais eficácia e engajamento”, projeta Sales, da 
Imersys. 
Essa eficácia e engajamento no processo de 
aprendizagem advém da união entre teoria 
e prática. Com as tecnologias imersivas, 
não vamos mais formar alunos na teoria 
para que tenham contato com a prática 
posteriormente. 
O ambiente virtual possibilita a sensação de 
estar em outro local, como um hospital, uma 
obra ou uma usina. Há ferramentas do AVA 
onde o estudante acessa imagens extras, 
cards e outros conteúdos interativos com 
informações pedagógicas. Dependendo do 
grau de imersão, ele pode interagir com o 
ambiente, manipulando objetos, apertando 
botões e puxando alavancas. 
Tendo em vista o cenário de expansão da 
EAD, vale destacar que as aulas imersivas 
funcionam perfeitamente a distância. Isso 
porque elas exigem, em geral, apenas um 
celular, computador ou tablet. Ou seja, 
quando Sales fala que o estudante podem 
carregar recursos laboratoriais no bolso, não 
se trata de uma força de expressão. É fato. 
https://www.imersys.com/
3. ENSINO E APRENDIZAGEM
Menos passividade, mais 
metodologias ativas
Gustavo Hoffmann é diretor do Grupo A com ampla experiência 
em metodologias ativas. Para ele, atualmente há um grande 
desperdício de tempo em sala de aula. As IES deveriam se 
preocupar mais com o que os alunos fazem na aula – e menos 
com o tempo que passam nela. 
Para Hoffmann, será necessário equilibrar melhor os tempos 
dedicados aos componentes instrucional e construtivista. 
“Em outras palavras, devemos transformar nosso modelo 
educacional predominantemente just in case em um modelo mais 
just in time.” 
Como fazer isso? Com menos – bem menos – horas sentado 
na cadeira ouvindo o professor. E com bem mais atividades 
para fazer os alunos colocarem a mão na massa. 
Ou seja, oferecer menos ensino e mais aprendizagem. 
“Isso não significa partir da oferta de conteúdo, mas de 
situações-problema, onde o conteúdo é apenas uma 
ferramenta para a solução. Assim eliminaríamos boa parte 
do desperdício que hoje existe no modelo tradicional”, projeta 
Hoffmann.
Esse novo equilíbrio de forças entre ensino e aprendizagem 
vai mudar a forma como definimos o grau de eficiência 
educacional das instituições de ensino superior. Para 
Hoffmann, o principal indicador de qualidade será a relação 
aprendizagem/tempo dedicado pelo aluno. 
Aqui entra a importância das metodologias ativas de 
aprendizagem. Elas se encaixam perfeitamente na dinâmica 
projetada por Hoffmann, pois dão mais autonomia ao aluno no 
processo de aprendizagem. Alunos podem esperar aulas com 
mais projetos, mais atividades hands on, mais peer to peer. 
3. ENSINO E APRENDIZAGEM
O que são as metodologias
ativas de aprendizagem
As metodologia ativas podem abarcar uma série de práticas 
realizadas em sala de aula, com um importante objetivo: tornar o 
aluno protagonista, participando ativamente da própria jornada de 
aprendizagem (forma ativa, não passiva).
Isso implica em uma segunda mudança. Ela diz respeito ao papel 
do professor. O docente deixa de ser o detentor do conhecimento 
em sala de aula. Seu papel passa a ser o de companheiro e 
mediador dos estudantes. 
A mudança de postura em alunos e professores gera uma 
dinâmica menos conteudista e mais “mão na massa”. 
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS
Chamada de project-based learning (PBL), faz com que os 
alunos construam seus saberes de forma colaborativa, por 
meio da solução de desafios. Assim, o estudante precisa se 
esforçar para criar, explorar e testar as hipóteses a partir de sua 
própria vivência. Na prática, é comum o uso de recursos que 
vão além do livro didático. O educador pode incluir tecnologias 
como vídeos ou fóruns digitais, além de propor atividades que 
envolvam elementos concretos – como cartazes e maquetes. 
O objetivo é desenvolver nos alunos um perfil investigativo e 
crítico diante das situações propostas.
PEER INSTRUCTION
Conhecida também como instrução pelos colegas, a 
metodologia foi desenvolvida na década de 1990 na 
Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Com o propósito 
de apoiar a aprendizagem durante aulas de Física, utilizando 
um aplicativo no qual os alunos, divididos em duplas, respondiam 
questões. Promover o trabalho em grupos mostrou-se 
extremamente benéfico, tornando mais simples a forma como 
os conceitos eram explicados. Além disso,contribui tanto na 
formação do pensamento crítico, quanto na capacidade dos 
alunos de respeitar opiniões divergentes.
Conheça alguns exemplos. 
3. ENSINO E APRENDIZAGEM
O incremento da aprendizagem
As metodologias ativas são estatisticamente mais eficazes do 
que as aulas 100% expositivas. Confira dados de duas pesquisas 
(uma aplicada no exterior e outra no Brasil) sobre o incremento da 
aprendizagem promovido pelas metodologias ativas:
Em 2014, Scott Freeman analisou 225 estudos comparando o 
modelo tradicional de sala de aula, predominantemente expositivo, 
com o modelo que utiliza metodologias ativas de aprendizagem. 
As variáveis comparadas foram taxa de reprovação e performance 
dos alunos tanto em provas quanto em testes padronizados.
Em média, a performance dos alunos submetidos às metodologias 
ativas foi 6% superior à performance dos alunos submetidos a 
aulas expositivas. Além disso, estudantes submetidos a aulas 
expositivas parecem reprovar 1,5 mais vezes do que alunos 
submetidos às metodologias ativas de aprendizagem.
Já um estudo coordenado por Gustavo Hoffmann, através da 
Universidade Harvard e aplicado aqui no Brasil, mostrou que os 
alunos submetidos às metodologias ativas, em um formato de sala 
de aula invertida, aprenderam em média 9% a mais do que os alunos 
submetidos à exposição de conteúdo. 
Duas semanas após uma aula expositiva, os alunos tendem a 
se lembrar de menos de 30% do que foi exposto pelo professor. 
Além disso, cada aluno possui um ritmo individual de aprendizagem. 
A conclusão é que, quando submetemos todos os alunos a um mesmo 
ritmo de acesso ao conteúdo, desrespeitamos estas individualidades. 
3. ENSINO E APRENDIZAGEM
O ensino híbrido e a sala 
de aula invertida 
O ensino híbrido é um excelente exemplo de uso da tecnologia 
educacional como ferramenta de suporte e complementar para 
as metodologias ativas de aprendizagem. Portanto, é importante 
definirmos aqui o que seria de fato um modelo híbrido de ensino. 
O ensino híbrido é um programa educacional que mescla o ensino 
presencial com o aprendizado online. O aluno tem controle sobre 
tempo, local, caminho e ritmo de aprendizagem. Diversos estudos 
mostram que essa autonomia gera ganhos de aprendizagem bem 
maiores do que o ensino 100% online ou unicamente presencial.
Aqui vale evocar o primeiro capítulo deste e-book: quando 
falamos de expansão da EAD, também falamos de um cenário 
de hibridização do ensino superior. O aumento da carga horária 
legal permitida a distância em cursos presenciais contribuirá para 
acelerar o processo. Em 2019, o MEC autorizou que instituições de 
ensino superior ampliassem para até 40% a carga horária de EAD 
em cursos presenciais. O percentual anterior era de 20%. 
Existem vários formatos de ensino híbrido. A sala 
de aula invertida é o mais difundido deles. Nesta 
metodologia, quase tudo que se refere à oferta de 
conteúdo acontece online, respeitando o ritmo 
individual de aprendizagem. Os momentos presenciais 
são utilizados para a aplicação desse conteúdo, através 
de metodologias ativas de aprendizagem. Ou seja, a 
aula acontece em casa e a lição de casa (solução de 
problemas) é feita em sala de aula. Por isso, o termo 
sala de aula invertida – ou aprendizagem invertida. 
Neste sentido, a sala de aula se torna o ambiente 
em que o aluno aprende ativamente, com o apoio 
do professor e a colaboração dos colegas. Menos 
exposição, mais aplicação. Mais aprendizagem. 
Para Hoffmann, que apoiou mais de 50 IES do Brasil e 
do México na modelagem híbrida, IES que já adotavam 
o modelo se saíram melhor no início da pandemia. 
Afinal, tanto os alunos quanto os professores estavam 
familiarizados com o LMS. O conteúdo já estava 
disponível na plataforma e a instituição já tinha todas 
as ferramentas tecnológicas necessárias para a nova 
realidade. 
É bem provável que essas IES apresentem menores 
índices de evasão durante e depois da crise do 
coronavírus. “Já temos tecnologia, conteúdo de 
qualidade e, sobretudo, metodologias que funcionam 
muito melhor do que o modelo tradicional. Se até algum 
tempo atrás o ensino híbrido era a maior tendência do 
ensino superior brasileiro, a partir de agora ele é quase 
uma obrigação”, completa Hoffmann.
Segundo um estudo da consultoria Educa Insights, 211 
mil (16%) dos 1,3 milhão de novas matrículas efetivadas 
na EAD em 2018 foram em cursos com alta correlação 
com o modelo híbrido de ensino. Só em Educação Física, 
mais da metade (57%) dos ingressantes optaram por 
graduações híbridas. Em 2015, o indicador era de 27%. 
A participação do modelo híbrido também cresceu nas 
matrículas das engenharias clássicas, pulando de 8% 
para 21% no período; e de 1% para 16% em cursos da 
área da Saúde, como nutrição e fisioterapia. 
4. A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E O MINDSET DOS PROFESSORES 
Currículo baseado em 
competências
Já é perceptível, em áreas como tecnologia da informação e 
gastronomia, uma valorização cada vez maior das competências 
e talentos adquiridos – e nem tanto dos diplomas por parte do 
mercado de trabalho. Essa tendência deve se acelerar em diversas 
áreas do conhecimento, impactando no enfoque e na organização 
curricular. 
Nos próximos anos, o diploma formal tende a pesar menos. Em 
contrapartida, as competências desenvolvidas pelos alunos ao 
longo de sua formação pesarão cada vez mais. Com isso, um novo 
tipo de certificação deve ganhar espaço: os nanodegrees, como 
explica o diretor do Grupo A, Gustavo Hoffmann. 
“Cada componente curricular, cada projeto, cada disciplina deveria 
ter, por si só, uma microcertificação (nanodegree) que atraísse 
interessados no desenvolvimento dessas competências para 
aplicá-las em curto prazo no mundo real”, defende Hoffmann. 
Parte de uma formação mais abrangente, as 
microcertificações precisariam se relacionar 
de forma coerente com outros componentes 
curriculares. As IES que quiserem se adequar terão 
que reorientar seus projetos pedagógicos para esse 
norte. Se não houver uma boa justificativa para 
incluir um componente curricular, este componente 
deve ser revisto. 
Como podemos observar nos exemplos e pesquisas 
a seguir, existe um abismo entre nossos currículos 
e as demandas do mundo real. Se não mudarmos o 
modelo de ensino superior, dependeremos cada vez 
mais do valor de um diploma que tende a sofrer forte 
desvalorização nos próximos anos. 
Em outras palavras, é muito provável que, se nada 
for feito, mais da metade das competências que 
estamos trabalhando nos nossos currículos não 
tenham serventia em um curto espaço de tempo. 
“Os desafios de currículo são muitos e as 
soluções têm um alto grau de complexidade. Não 
existe uma solução mágica, mas certamente ela 
passa pela construção de um currículo baseado 
em competências, com participação ativa de 
representantes do setor produtivo, desde a sua 
concepção até a sua retroalimentação”, completa 
Hoffmann. 
Projetos reais devem ser demandados, 
acompanhados e avaliados por empresas, ONGs e 
entidades governamentais. Uma forte base de soft 
skills deve ser incorporada aos currículos, tomando 
espaço de competências puramente técnicas que 
provavelmente serão substituídas por máquinas 
nos próximos anos. 
Componentes curriculares como “Projeto de 
Vida” devem estar presentes em todos os 
cursos. Competências como empreendedorismo, 
criatividade, pensamento crítico, liderança e 
capacidade de solucionar problemas complexos 
deveriam permear os componentes curriculares de 
todas as áreas. 
Devemos ensinar nossos alunos a aprenderem 
a aprender, sem depender para sempre de uma 
instituição de ensino formal, reforçando o conceito 
de lifelong learning de tal forma que eles estejam 
sempre atualizados neste mundo Vuca – vulnerável, 
incerto, complexo e ambíguo. 
4. A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E O MINDSET DOS PROFESSORES 
O futuro do trabalho e a 
importância das competências
A inteligência artificial e a automação vão ocupar, cada vez 
mais, postos de trabalho de exigência técnica, oque reforça 
a importância de as instituições desenvolverem habilidades 
socioemocionais em seus alunos. 
30 MILHÕES DE EMPREGOS formais no Brasil serão 
substituídos por máquinas até 2026. Isso representa 
54% dos empregos formais, incluindo aqueles que 
dependem de formação superior, segundo o Laboratório 
de Aprendizado de Máquina em Finanças 
e Organizações (LAMFO) da UNB;
CERCA DE 60% das atuais atividades de trabalho são 
tecnicamente automatizáveis, bastando adaptar as 
tecnologias já demonstradas, segundo pesquisa da 
consultoria McKinsey; 
85% DOS TRABALHOS que existirão em 2030 ainda nem 
foram inventados, segundo um estudo encomendado 
pela Dell Technologies ao Institute For The Future 
(IFTF), em 17 países, incluindo o Brasil.
Nesse cenário, segundo a pesquisa “O futuro das 
habilidades: empregabilidade em 2030”, realizada pela 
Pearson, as 10 principais competências associadas às 
ocupações em ascensão são as seguintes:
ESTRATÉGIAS DE 
APRENDIZADO PSICOLOGIA INSTRUIR
PERCEPÇÃO
SOCIAL
EDUCAÇÃO E 
TREINAMENTO
SOCIOLOGIA E 
ANTROPOLOGIA
COORDENAÇÃO
FLUÊNCIA
DE IDEIAS
ORIGINALIDADE
APRENDIZADO
ATIVO
O problema é que o ensino superior ainda não 
se deu conta disso. Pesquisas apontam para 
uma enorme lacuna entre as competências 
desenvolvidas no ensino superior e as reais 
demandas do setor produtivo. 
96% DOS REITORES E DIRETORES 
ACADÊMICOS consideram a formação dos 
alunos efetiva e adequada, segundo pesquisa 
da Fundação Gallup; 
POR OUTRO LADO, a mesma pesquisa 
mostra que apenas 11% dos empregadores 
consideram que os egressos possuem uma 
formação aderente às demandas do mundo 
real; 
O mesmo vale para os egressos: a grande 
maioria não se considera apta a entrar no 
mundo do trabalho.
4. A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E O MINDSET DOS PROFESSORES 
Mindset e formação 
dos professores
Se o futuro do ensino superior passa por mudanças no uso 
da tecnologia, na aplicação de metodologias de ensino, na 
organização curricular e do modelo de negócios, os professores 
também vão precisar se transformar. Isso passa, inevitavelmente, 
por uma mudança de mindset e pela aquisição de novas 
competências. 
Afinal, na maioria dos casos, os professores foram preparados 
para o ensino conteudista tradicional. Poucos foram preparados 
para a adoção de metodologias de ativas de ensino de 
aprendizagem e para o ensino de competências socioemocionais, 
que tampouco eles desenvolvem em suas formações.
Segundo o estudo Formação de professores no Brasil - 
diagnóstico, agenda de políticas e estratégias para a mudança, 
publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), a falta de 
conexão entre as teoria e a prática é o principal problema. 
A doutoranda em Informática da Educação, da Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mary Lúcia Pedroso 
Konrath, mapeou as habilidade a serem desenvolvidas pelos 
docentes. Konrath levou em conta, em sua pesquisa, o cenário 
de expansão da educação a distância no Brasil. 
As competências listadas na pesquisa vão além do domínio do 
conteúdo. Perpassam o domínio das ferramentas tecnológicas, 
de habilidades de gestão (gerenciar ações dos cursos, 
currículos, trabalhos em grupo, discussões, regras e avaliações) 
e pedagógicas (desenvolvimento de projetos e técnicas que 
facilitem a aprendizagem do aluno).
Mas o mais importante: os professores do futuro devem 
dominar competências comunicativas (saber informar, opinar 
e manter contato a distância) e de suporte social (avaliar os 
efeitos sociais da comunicação impessoal, interpessoal e 
hiperpessoal). 
Além disso, o avanço da EAD e das metodologias ativas exige 
um novo mindset do docente. Ele vai atuar mais como um 
curador de conteúdo — que não vai ser produzido terceiros - 
para os estudos teóricos do aluno e mediador do processo de 
aprendizagem via atividades práticas. 
Tendo em vista esse cenário, deixamos duas dicas de 
capacitação docente:
11
22
Em primeiro lugar, será fundamental criar um programa 
adequado de formação docente. “Uma espécie de learning 
center em que os próprios professores são multiplicadores 
e mentores de outros pares, acompanhando a aplicação de 
práticas inovadoras”, sugere Gustavo Hoffmann, do Grupo A.
Além disso, criar um programa de letramento digital para 
o corpo docente. Isso porque os professores raramente são 
preparados para utilizar tecnologias educacionais em sala de 
aula. O mesmo programa de multiplicadores utilizado para as 
metodologias ativas pode ser replicado com esse fim. 
4. A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E O MINDSET DOS PROFESSORES 
Outros caminhos para uma 
operação mais eficiente
Um modelo acadêmico eficiente é aquele que não visa garantir 
apenas resultados positivos nos indicadores de qualidade 
externos (IGC, CPC, Enade e exame da OAB, por exemplo) e 
internos, como empregabilidade, satisfação dos alunos, corpo 
docente, entre outros. 
“Um modelo acadêmico eficiente visa, sobretudo, garantir 
a melhor alocação dos recursos disponíveis na instituição, 
principalmente em períodos de crise. Em geral, há três 
componentes que definem a eficiência operacional de uma IES”, 
afirma o diretor do Grupo A, Gustavo Hoffmann.
Além da reorganização curricular, a eficiência na operação vai 
ser outro pré-requisito do ensino superior pós-pandemia. Por 
isso, para finalizar, atenção aos três componentes definidos por 
Hoffmann.
NÚMERO DE ALUNOS POR TURMA 
O número de alunos é reflexo direto da captação 
e evasão, mas também da competência da IES 
de criar mecanismos favoráveis ao aumento do 
tamanho das turmas. Fatores como a adoção de 
matrizes sinérgicas, modularização de entradas 
de alunos e até mesmo uma distribuição 
inteligente dos tamanhos das salas de aula de 
um campus são fundamentais para o alcance de 
uma boa performance nesse indicador. 
É natural que IES tenham diferentes cursos 
de uma mesma área já utilizem as matrizes 
sinérgicas a fim de melhorar sua eficiência 
operacional. No entanto, essa sinergia é 
normalmente adotada no início dos cursos, 
nos primeiros anos das matrizes, e este pode
não ser o melhor modelo. Isso porque, via 
de regra, os primeiros períodos dos cursos 
iniciam com turmas cheias, ou seja, não 
há tanta necessidade de agrupar alunos de 
diferentes cursos em uma mesma sala de aula 
(ensalamento). 
Além disso, há aspectos relacionados à 
qualidade do ensino e à infraestrutura que 
podem contraindicar essa prática como regra 
nos períodos iniciais. Com a evasão natural dos 
alunos, que acontece principalmente nos dois 
primeiros anos de curso, o número médio de 
alunos por turma tende a reduzir. Ou seja, o ideal 
é que disciplinas sinérgicas sejam alocadas do 
segundo ano pra frente, onde o tamanho das 
turmas é reduzido. 
É exatamente aí que a IES mais precisa lançar 
mão do ensalamento para garantir uma boa 
eficiência. Além da sinergia entre as matrizes, se 
a IES permitir a modularização das entradas de 
alunos, os calouros ingressarão em turmas que 
já estejam em andamento, aumentando ainda 
mais a quantidade média de alunos por turma.
CARGA HORÁRIA SEMANAL DE ATIVIDADES 
ATRIBUÍDAS A CADA CURSO
Se um curso possui, em média, 15 horas aula de 
atividades por semana, ele terá uma eficiência 
25% superior a um curso que tem, em média, 20 
horas aula de atividades semanais. 
É importante dizer que não existe uma correlação 
clara entre qualidade e carga horária. Pesquisas 
mostram que mais importante do que a carga 
horária dedicada pelo aluno em sala de aula é o 
formato da aula. Como já foi descrito, a adoção 
das metodologias ativas é muito mais eficiente 
do que os modelos exclusivamente expositivos, 
que geram ineficiência ao processo.
UTILIZAÇÃO INTELIGENTE DE ATÉ 40% DA 
CARGA HORÁRIA DOS CURSOS NO FORMATO 
NÃO PRESENCIAL
A oferta de disciplinas na modalidade híbrida cria 
um cenário ideal para a promoção da inversão 
da sala de aula. Além de trazer mais qualidade, 
permitindo a adoção das metodologias ativas nos 
momentos presenciais, uma disciplina híbrida 
tem um custo operacionalbem menor do que 
uma disciplina 100% presencial. 
Resumindo, a redução da carga horária dos 
componentes curriculares que oneram a 
operação, a modularização das entradas de 
alunos, a sinergia entre as matrizes curriculares, 
a adequação do tamanho das salas, um bom 
modelo de ensalamento e a oferta inteligente dos 
40% EAD são elementos do modelo acadêmico 
que vão garantir a eficiência operacional sem 
comprometer a qualidade, podendo determinar 
sua sustentabilidade futura. 
Ficou alguma dúvida?
Precisa de ajuda neste
momento?
Ou acesse:
FALE CONOSCO
http://bit.ly/falarcom-grupoa
http://bit.ly/falarcom-grupoa
https://www.linkedin.com/company/grupo-a/?originalSubdomain=br
https://www.facebook.com/GrupoAEducacao/
https://www.grupoa.com.br/

Continue navegando