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Modelos de plantação de igrejas

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Prévia do material em texto

MODELOS DE 
PLANTAÇÃO DE 
IGREJAS
Professor Esp. Galaor Linhares Tupan Junior
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; JÚNIOR, Galaor Linhares Tupan. 
Modelos de Plantação de Igrejas. Galaor Linhares Tupan 
Junior. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpressão - 2019
214 p.
“Graduação - EaD”.
1. Modelos 2. Plantação . 3. Igrejas 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0434-2
CDD - 22 ed. 254.1
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincof
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais
Daniel F. Hey
Coordenador de Conteúdo
Roney de Carvalho Luiz
Designer Educacional
Isabela Agulhon Ventura, Agnaldo Lorca 
Ventura
Iconograia
Isabela Soares Silva
Projeto Gráico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Fernando Henrique Mendes
Qualidade Textual
Hellyery Agda, Danielle Loddi, Helen Braga do 
Prado
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desaio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eiciência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que izermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando proissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por im, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Diretoria Operacional 
de Ensino
Diretoria de 
Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
proissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desaios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação proissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou 
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista 
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores 
e tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e 
segurança sua trajetória acadêmica.
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Professor Esp. Galaor Linhares Tupan Junior
Doutorando em Ministério pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação 
Andrew Jumper e Reformed Theological Seminary (2017). Especialista em 
Coordenação de Dinâmica de Grupo pela Sociedade Brasileira de Dinâmica 
de Grupo (2000). Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de 
Maringá (2015). Graduado em Teologia pelo Seminário de Educação Teológica 
Elim (2013). Pastor na Missão Cristã Elim, desde 1998.
Conferir mais detalhes em: <http://lattes.cnpq.br/2039697727145495>.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), é com grande satisfação que apresento a você as boas-vindas à disci-
plina Modelos de Plantação de Igrejas. Sou o professor Galaor Linhares Tupan Júnior, 
pastor evangélico, e tenho trabalhado pela Igreja do Senhor há mais de 25 anos, junto 
à Missão Cristã Elim. Nesse tempo, plantamos igrejas em várias cidades do território na-
cional, incluindo o interior do Amazonas. Agora, estamos também na Colômbia. Nosso 
desejo é obedecer ao mandamento inal de Jesus Cristo, avançando para a África, Ásia 
e até os conins da terra. Cristo amou sua Igreja e deu sua vida por ela. Que seja assim a 
vida daqueles que desejam segui-Lo.
Meu objetivo, ao escrever este livro, é despertá-lo(a) para a vocação missionária da Igre-
ja no mundo e instrumentalizá-lo(a) para a plantação de igrejas. No decorrer de seus 
estudos, procure interagir com os textos, fazer anotações, realizar as atividades de es-
tudo e, acima de tudo, compreender como o conteúdo do livro pode se tornar realida-
de em suas ações. De muitas maneiras, você vai observar que seus estudos podem ter 
aplicação prática em sua vida cristã, quer como um plantador de igrejas, quer como um 
teólogo, ou, simplesmente, como um discípulo do Senhor Jesus Cristo.
Estaremos juntos para abordar os princípios básicos de plantação de igrejas, compre-
endendo biblicamente esse termo e veriicando sua importância para a evangelização. 
Nossos estudos consideram a teologia bíblica do plantio de igrejas. Vamos realizar uma 
relexão crítica sobre Missio Dei e o reinado de Deus, reconhecendo sua soberania frente 
à plantação de igrejas. As citações bíblicas foram retiradas da versão Almeida Revista e 
Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil. 
Cremos que as promessas que Deus concedeu a Abraão são para todas as famílias da 
terra. Reconhecemos que a Igreja do Senhor é uma só e desejamos que o evangelho 
cumpra com seu propósitoem diferentes línguas, tribos, povos e nações. Para isso, uma 
compreensão adequada do signiicado de cultura é um pré-requisito para uma comu-
nicação eicaz das boas novas do evangelho. Vamos considerar a necessidade de utili-
zação de modelos adequados de plantação de igrejas, respeitando as diferenças trans-
culturais.
Teremos um momento para identiicar qual é o peril do plantador de igrejas e como 
esse pode ser lapidado. Vemos, no chamado de Cristo, o desaio de depender daquele 
que chama, e não de quem somos. Nossas fraquezas podem tornar-se uma oportunida-
de para a manifestação do poder e da graça de Deus.
Finalizando, vamos vivenciar o desaio da plantação de uma nova igreja, considerando 
o exímio modelo do apóstolo Paulo, e estratégias essenciais para essa missão. Veremos 
que o Espírito Santo é a pessoa central para o nascimento de uma igreja, o que pode ser 
observado em Sua atuação poderosa em todo o livro de Atos dos Apóstolos. Como dis-
se o Senhor Jesus na Grande Comissão, em Mateus 28, 20: “[...] ensinando-os a guardar 
todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à 
consumação do século”.
APRESENTAÇÃO
MODELOS DE PLANTAÇÃO DE IGREJAS
Espero que, ao término desta disciplina, os conceitos aqui ensinados sejam trans-
formados em novas congregações em áreas do mundo ainda não alcançadas, ou 
sejam traduzidos no fortalecimento das congregações já existentes. “Até que todos 
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita 
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (BÍBLIA, Efésios 4,13).
Um grande abraço, bons estudos e que Deus os abençoe.
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PLANTAÇÃO DE IGREJAS
15 Introdução
16 Plantio de Igrejas - Conceitos e Termos 
20 O Plantio de Igrejas Como Processo Orgânico 
24 Elementos Presentes na Plantação de Igrejas 
28 Perspectiva Histórica do Plantio de Igrejas 
33 Considerações Finais
37 Referências 
38 Gabarito 
UNIDADE II
TEOLOGIA BÍBLICA DO PLANTIO DE IGREJAS
43 Introdução
44 Acordo Entre Teologia e Missiologia 
50 Relexão Crítica Sobre Missio Dei e Reinado de Deus 
55 Orientação Teológica Para o Plantio de Igrejas 
62 Cosmovisão e Contextualização 
68 Considerações Finais 
72 Referências 
73 Gabarito 
SUMÁRIO
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UNIDADE III
CULTURAS E MODELOS DE PLANTAÇÃO DE IGREJAS
77 Introdução
78 O Chamado de Deus é Para Todos 
82 A Cultura e as Diferenças Transculturais 
87 Diferenças Transculturais 
95 Compreendendo Culturas, Formatos e Modelos 
106 Modelos de Plantação de Igrejas 
117 Considerações Finais 
122 Referências 
123 Gabarito 
UNIDADE IV
O DESAFIO DE PLANTAR IGREJAS
127 Introdução
128 Quem Foi Chamado Para Essa Missão? 
144 O Peril do(a) Plantador(a) de Igrejas 
157 Plantadores Bivocacionais 
161 A Igreja e o Plantio de Igrejas 
164 Considerações Finais 
169 Referências 
170 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
PLANEJANDO A PLANTAÇÃO DE UMA NOVA IGREJA
173 Introdução
174 O Paradigma Paulino Para Plantação de Igrejas 
182 Estratégias Essenciais Para o Plantio de Igrejas 
199 O Papel do Espírito Santo na Plantação de Igrejas 
203 Considerações Finais 
208 Referências 
209 Gabarito 
213 Conclusão 
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Professor Esp. Galaor Linhares Tupan Junior
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE 
PLANTAÇÃO DE IGREJAS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Identiicar biblicamente os termos relacionados ao plantio de igrejas.
 ■ Descrever as fases do processo de plantio de igrejas.
 ■ Conhecer os elementos presentes na plantação de igrejas.
 ■ Considerar as abordagens históricas mais comuns nos últimos 
séculos sobre plantio de igrejas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Plantio de Igrejas - Conceitos e Termos
 ■ O Plantio de Igrejas como Processo Orgânico
 ■ Elementos Presentes na Plantação de Igrejas
 ■ Perspectiva Histórica do Plantio de Igrejas
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a). Muita literatura tem sido escrita a respeito da Igreja e sua 
missão. Desde as primeiras páginas do Antigo Testamento, observamos que o 
pecado de Adão não abortou o plano original de Deus. Havia um caminho para 
a reconciliação; mediante o qual o homem poderia ter sua comunhão com Deus 
restaurada e reconstruída. Deus escolheu Abraão e seus descendentes para aben-
çoar o mundo. O aparente fracasso dos judeus, com a inal rejeição do Messias 
também não puderam invalidar o propósito divino. 
Na cruz, Jesus conciliou judeus e gentios, fazendo destes um só povo liberto 
do domínio do pecado e congregado na Sua Igreja, “a saber, que os gentios são 
coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo 
Jesus por meio do evangelho” (BÍBLIA, Efésios 3,6). 
Nesta unidade, estudaremos os princípios básicos de plantio de igrejas. Já 
de antemão deinimos que, ao utilizarmos o termo Igreja (com maiúscula), nos 
referimos ao corpo místico que é ediicado sobre o fundamento dos apóstolos e 
dos profetas, o qual é composto por todos os cristãos verdadeiros, do qual Cristo 
é a cabeça. Quando usamos o termo igreja (com minúscula), estamos falando 
das igrejas em suas localidades, constituídas de cristãos que buscam adorar, ser-
vir e pautar suas vidas nos princípios da Palavra de Deus. Biblicamente, o termo 
não pode fugir a essas duas inalidades.
Você pode se perguntar: como podemos plantar uma igreja nos dias de hoje? 
Os custos são altos e os corações estão endurecidos. Temos diiculdade de pro-
mover evangelização num mundo secularizado e religioso, em que a prioridade 
das pessoas está centralizada no prazer como bem supremo.
Deus, no entanto, tem um caminho sobrenatural, no qual os impossíveis 
podem ser superados pelo Seu poder. Ele é poderoso para fazer ininitamente 
mais do que tudo quanto pedimentos ou pensamos, conforme Sua palavra. “A 
Ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o 
sempre. Amém” (BÍBLIA, Efésios 3,21).
Introdução
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PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PLANTAÇÃO DE IGREJAS
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PLANTIO DE IGREJAS - CONCEITOS E TERMOS
Caro(a) aluno(a), vamos, agora, entender e estudar juntos o processo bíblico 
e prático de evangelizar e plantar novas igrejas. A primeira diferenciação que 
temos a fazer é entre evangelização e plantio de igrejas. Isso é fundamental para 
o entendimento de nosso tema em estudo. Grande parte das deinições apresen-
tadas são contempladas por Ronaldo Lidório em um Treinamento Missionário 
Intensivo chamado “Capacitar”, o qual ocorre uma vez a cada ano em diferentes 
cidades do país e, também, podem ser observadas em Lidório (2011), Teologia 
Bíblica do Plantio de Igrejas. 
A evangelização é a proclamação do evangelho. Esse evangelho pode ser 
proclamado verbalmente, ou seja, você fala do Senhor Jesus e aquele que ouve 
compreende, em sua língua e ambiente cultural. Entretanto, a evangelização não 
é apenas falar, mas também viver; ou seja, não evangelizamos apenas com nossas 
palavras, mas também com nossa vida, que é o nosso testemunho. O Senhor Jesus 
chamou Sua Igreja para falar e viver; para pregar verbalmente o evangelho, por 
meio de palavras e, também, para, silenciosamente, demonstrar o amor de Deus.
Assim, concluímos que existem dois fundamentos muito relevantes na evange-
lização. São traduzidos por duas palavras de origem grega: kerygma e martyrium.
Plantio de Igrejas - Conceitos e Termos
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• Kerygma: palavra de origem grega usada no Novo Testamento com o signi-
icado de proclamação, pregação, anúncio ou mensagem. Ou seja: comuni-
cação verbal que pode ser compreendida.
• Martyrium: palavra de origem grega usada no Novo Testamento com o 
signiicado de testemunho. Ou seja: comunicar com nossas ações.
Esses dois termos caminham juntos no Novo Testamento, no qual lemos que foi 
proclamado o evangelho, sempre veriicamos que este foi depois demonstrado, 
evidenciado, manifestado por meio do testemunho de vida.
Jesus chamou sua Igreja para pregar e viver. Lidório (2011) apresenta o 
conceito de que evangelização é o ato de comunicar - seja verbalmente ou pelo 
testemunho de vida - quem é Jesus e o que Ele fez por nós. Evangelização não é 
plantio de igrejas. Plantio de igrejas é um processo.
A evangelização pode ser um ato estático ou um processo, porém o plan-
tio de igrejas é sempre um processo. Você pode comunicar, em cinco minutos, 
quem é Jesus e o que Ele fez por nós ou levar um ano para evangelizar uma pes-
soa, uma família, uma cidade ou uma nação. A evangelização é a primeira etapa 
do processo de plantio de igrejas.
“Processo é uma palavra com origem no latim procedere, que signiica mé-
todo, sistema, maneira de agir ou conjunto de medidas tomadas para atin-
gir algum objetivo. Relativamente à sua etimologia, processo é uma palavra 
relacionada com percurso, e signiica ‘avançar’ ou ‘caminhar para a frente’”.
Fonte: Signiicados ([2017], on-line)1.
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Outra diferenciação abordada por Lidório (2011), Bastos (2010) e diversos auto-
res é entre igreja e templo. Para você, qual é a diferença? 
Principalmente no Brasil, nosso conceito de igreja está atrelado a templo. 
Quando falamos sobre plantio de igrejas, algumas vezes, pensamos no aspecto 
do edifício e não em pessoas. Igreja não é estrutura, não é templo, não é insti-
tuição, mas são pessoas convertidas ao Senhor Jesus. Na África, por exemplo, 
muitas igrejas se reúnem embaixo de árvores. Quem vai plantar uma igreja não 
construirá, necessariamente, um templo, mas vai evangelizar, discipular, ajun-
tar convertidos, treinar líderes e acompanhar a igreja formada. 
Jesus, que inaugurou a plantação da Sua Igreja na Terra, não construiu 
nenhum templo. Em Atos, capítulo 2, há o relato de que a igreja louvava a Deus 
no templo e de casa em casa. Ali estavam judeus, que preferiam o templo, demons-
trando suas raízes no judaísmo, e gentios que preferiam as casas. Embora houvesse 
a preferência por lugares distintos para louvar a Deus, eles eram unânimes: os gen-
tios também iam ao templo e judeus também reuniam-se nas casas. Esse conceito 
de união como marca da Igreja primitiva também é abordado nos comentários 
de Atos, capítulo 2, da Bíblia Missionária de Estudos (2014).
Encontramos no texto de Alexandre Bastos, em Metodologia de Plantação 
de Igrejas, o mesmo princípio apresentado:
Plantio de Igrejas - Conceitos e Termos
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[...] é fundamental dizer que a palavra igreja registrada no Novo Testa-
mento e que norteia nossos princípios, nada tem a ver com os paradig-
mas que ao longo dos séculos foram sendo adquiridos. Como equivo-
cadamente sendo a expressão da instituição, denominação, estilo e até 
mesmo do prédio. Por força destes paradigmas ou até mesmo pelo ví-
cio de linguagem, as pessoas sistematicamente tem associado a palavra 
-igreja- simplesmente com o local onde os cristãos se reúnem. Outro 
fator equivocado é determinarem se um grupo de cristãos é igreja ba-
seado na existência de um prédio ou não. É muito importante lembrar 
que nos primeiros trezentos anos da história da igreja de Jesus não ha-
via “prédio de igreja” algum, mesmo assim não deixavam de ser igreja. 
Até mesmo nos dias de hoje, lugares onde ter um prédio para a reunião 
da igreja é proibido ou até mesmo grupos de cristãos que se reúnem 
sem prédio, continuam sendo a Igreja de Jesus (BASTOS, 2010, p. 8).
Bastos (2010) corrobora o entendimento de que igreja não é templo, não é o 
prédio onde os cristãos se reúnem. Ao plantarmos igrejas, não dependemos de 
instalações físicas, mas sim de que os crentes sejam congregados como pedras 
vivas, ou lavoura de Deus para que juntos possam formar um organismo vivo 
que dá glória a Deus. 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PLANTAÇÃO DE IGREJAS
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O PLANTIO DE IGREJAS COMO PROCESSO 
ORGÂNICO
O conceito de plantio de igrejas como processo orgânico é apresentado pelo 
apóstolo Paulo em I Coríntios 3, 6, que diz: “Eu plantei, Apolo regou; mas o 
crescimento veio de Deus”. 
Paulo e Apolo desempenharam diferentes serviços, Paulo plantou, 
Apolo regou. A metáfora de semear e de cuidar da plantação é bem sig-
niicativa no que se refere às fases de implantação de uma igreja local. 
Os trabalhadores nada seriam sem a intervenção divina no crescimen-
to da igreja plantada. O trabalho missionário é árduo, como o é o de 
plantar e regar. A dependência de Deus é a chave para um crescimento 
constante e duradouro (BÍBLIA, 2014, p. 1172).
Plantar, regar e fazer crescer estão relacionados com aspectos vitais de cresci-
mento, de realização contínua e prolongada. A plantação de igrejas permanentes 
e verdadeiras depende, em primeira instância, do próprio Deus. Os cristãos são 
a lavoura em que o Pai é o agricultor e cultiva a Cristo. Os ministros de Cristo 
podem plantar e regar, mas somente Deus pode dar o crescimento. 
Embora, biblicamente, uma igreja plantada seja considerada “lavoura de 
Deus”, onde há o plantio, rega e o crescimento, ela também é considerada “edifí-
cio de Deus”, cujo único fundamento é Cristo Jesus. Quem O deiniu como base 
para o edifício foi Deus, em Seu supremo propósito. Programas e métodos de 
crescimento não podem ser eicazes sem Cristo, que é a vida da igreja. 
Conforme I Coríntios 3,12, simbolicamente, os materiais adequados para a 
ediicação de igrejas são ouro, prata e pedras preciosas, os quais são minerais. O 
ouro pode representar a natureza divina do Pai, com todos os seus atributos; a 
prata pode representar o Cristo Redentor, Sua morte na cruz, todas as virtudes 
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e atributos de Sua pessoa e obra. As pedras preciosas, por sua vez, representam 
a obra transformadora do Espírito Santo com todos os atributos de Sua pessoa.
A ideia de transformação de “lavoura de Deus” em “edifício de Deus” mani-
festa o caráter de modiicação que a experiência cristã produz em nós. Portanto, 
plantação de igrejas constitui-se integralmente num processo espiritual.
Hesselgrave (1995), apresenta, em seu livro Plantar Igrejas, um estudo 
detalhado e criterioso das etapas que envolvem o processo de plantar igrejas, 
considerando que: 
[...] a missão primária da Igreja e, portanto, das igrejas, é proclamar o 
evangelho de Cristo e reunir os crentes em igrejas locais onde podem 
ser ediicados na fé e tornados eicazes no serviço, e assim plantar novas 
congregações no mundo inteiro (HESSELGRAVE, 1995, p. 15).
Observamos nas palavras do Senhor Jesus, descritas na Grande Comissão, a 
essência do processo de plantação de igrejas:
[...] Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me 
foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as 
nações, batizando-osem nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis 
que estou convosco todos os dias até a consumação do século (BÍBLIA, 
Mateus 28, 18-20).
Esta é a tarefa central à qual Cristo chama o Seu povo. Nela encontramos a essên-
cia e o método da missão. Quem ordena a tarefa é Aquele que tem autoridade 
para fazê-la. Após Sua obediência até a morte, morte de cruz, Deus, o Pai, con-
cede ao Filho toda autoridade nos céus e na terra. Como já foi testado por seus 
discípulos, o Espírito Santo nos concede poder e força enquanto cumprimos o 
mandamento. 
As instruções para o plantio de igrejas icam claras nas ordens de Jesus e 
são tomadas como base para o trabalho da igreja primitiva. Indicamos a seguir 
essas fases ou etapas, resumidamente, que envolvem a plantação de uma igreja:
1. Ir: levar a palavra do Senhor a campos ainda não alcançados. Aqueles 
que são comissionados a ir fazem parte da comunidade de discípulos. 
Foram salvos pela fé na palavra da pregação, batizados, testemunhando 
arrependimento e foram transformados pela obediência aos ensinamen-
tos do Senhor.
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2. Evangelizar: comunicar, seja verbalmente, ou pelo testemunho de vida, 
quem é Jesus e o que Ele fez por nós.
3. Fazer discípulos: a obediência ao Mestre é exigida não somente daquele 
que leva a mensagem, mas também daquele que a ouve e se arrepende. 
Essa etapa envolve o batismo e o contínuo ensino das Escrituras Sagradas.
4. Congregar os convertidos: aqueles que se convertem, de todas as nações, 
devem ser trazidos para dentro da Igreja do Senhor.
5. Formar líderes: dentre os convertidos, aqueles que confessarem o cha-
mado do Senhor para o ministério devem ser discipulados de maneira 
mais próxima e pessoal, com o propósito de que a nova congregação 
tenha um governo local, ou para que esses sejam enviados a novos cam-
pos ainda não alcançados.
6. Acompanhar: as novas congregações devem ser acompanhadas, con-
tinuamente, para correção de desvios, encorajamento dos irmãos e 
fortalecimento da liderança local, assim como sempre fazia o apóstolo 
Paulo. 
Certamente o apóstolo Paulo foi um homem especialmente comprometido com 
a Grande Comissão. Por onde passava, Paulo pregava a palavra, os homens eram 
convertidos e as igrejas eram estabelecidas. 
O processo de plantação de igrejas está retratado, de forma muito prática e 
impressionante, pelo apóstolo Paulo em I Tessalonicenses 1,5, que diz: 
[...] porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em pala-
vra, mas sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, 
assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor 
de vós (BÍBLIA, I Tessalonicenses, 1,5). 
Nesse versículo Paulo resume, dentre todas as suas cartas, o processo de plan-
tio de uma igreja local e explica aos tessalonicenses os elementos essenciais que 
izeram a igreja em Tessalônica nascer tão rapidamente. A Bíblia Missionária 
de Estudos (2014), apresenta comentários de Lidório, o qual considera o nasci-
mento da igreja um fruto da chegada do evangelho que:
1) Chega em palavra, do grego logos, ou seja, habilidade comunicacional, 
sermão comunicado de forma inteligível na língua e cultura daquele que 
está ouvindo. 
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2) Chega com poder, dynamis (palavra de origem grega cujo signiicado é 
poder, força). Por isso, o que traz a salvação e a plantação de uma igreja 
é o poder de Deus e não a capacidade humana. O poder é a manifesta-
ção sobrenatural de Deus que cativa os perdidos e os traz à luz de Cristo.
3) É acompanhado pela ação do Espírito Santo, que tem como função con-
vencer e converter os corações e ediicá-los para que sejam transformados 
à imagem de Cristo.
4) É motivado pela plena convicção (do grego pleroforia), que se refere à 
certeza que Paulo e os seus companheiros possuíam de estar fazendo a 
vontade do Pai. 
Em Atos, capítulo 17, Paulo e seus companheiros estavam em uma pequena cidade 
chamada Tessalônica, na qual ele pregou o evangelho apenas por três semanas. 
Aos sábados, ele evangelizava os judeus na sinagoga e, durante a semana, evange-
lizava gentios e judeus no mercado que icava na praça central da cidade. Depois 
de três a cinco semanas, nasceu uma igreja em Tessalônica, o que, mesmo para 
Paulo, foi algo sobrenatural, uma vez que a plantação da igreja de Éfeso, por 
exemplo, ocorreu em três anos. 
Sobre o processo de plantação de igrejas entre os irmãos tessalonicenses, 
Lidório (2011), faz uma paráfrase das palavras de Paulo: 
[...] meus irmãos em Tessalônica, vocês icaram impressionados com o 
meu ministério? Não foi por isso que vocês se converteram. Vocês se 
converteram porque o evangelho, que é o Senhor Jesus Cristo, chegou 
até vocês. Chegou também em palavra humana, mas não foi isso que 
transformou os seus corações, mas foi o poder de Deus e o Espírito 
Santo que operou em vocês. E quanto a mim, Paulo, e meus compa-
nheiros, nós tínhamos certeza, plena convicção, de que nós estávamos 
fazendo a vontade de Deus (LIDÓRIO, 2011, p. 7).
Compreendemos que a plantação de igrejas somente pode ser realizada pelo 
poder e autoridade do próprio Deus. O autor ainda considera que: 
[...] se o evangelho é Jesus, que é Deus. Se o poder que leva as pessoas 
a conversão, não é o poder da igreja, mas o poder de Deus. Se a ação 
não é do homem, mas é do Espírito Santo, que é Deus. Então, quem faz 
uma igreja nascer é o próprio Deus. O que nós fazemos? Paulo nos res-
ponde. Devemos estar no lugar certo, na hora certa, fazendo a vontade 
de Deus. Nós não podemos chegar ao inal do dia, da semana, do ano, 
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ou da nossa vida sem a convicção, “pleroforia”, de que estamos fazendo 
a vontade de Deus (LIDÓRIO, 2011, p. 7).
Segundo Lidório, sem tais elementos, a igreja em Tessalônica não nasceria, pois, 
dentro do processo de espalhar o evangelho e plantar igrejas, nada acontecerá 
sem o poder de Deus e a ação do Espírito Santo.
ELEMENTOS PRESENTES NA PLANTAÇÃO DE 
IGREJAS
Agora, vamos considerar oito ele-
mentos essenciais para a plantação de 
igrejas indicados por Lidório (2011), 
quais sejam: intencionalidade, opor-
tunidade, teologia, continuidade, 
prática, oração, planejamento e lide-
rança local. Esses elementos podem 
ser evidenciados no ministério do 
apóstolo Paulo e também nos minis-
térios de plantadores de igrejas ao 
redor do mundo. Vários desses 
elementos são corroborados pela 
metodologia de Hesselgrave (1995) 
para plantação de igrejas. Vamos nos deter um pouco em cada um deles:
E você? Tem procurado ter a plena certeza (pleroforia) de que está no centro 
da perfeita vontade de Deus? Se você não tem esta certeza, busque-a do 
Senhor e não deina os próximos passos da sua vida por qualquer critério 
que não seja a vontade dEle.
 (Ronaldo Lidório)
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 ■ Intencionalidade: é a intenção de se plantar uma igreja. Hesselgrave 
(1995), diz que 75% das igrejas plantadas no mundo foram plantadas 
intencionalmente. As igrejas que nascem, nascem porque alguém desejou 
e planejou seu nascimento. Alguém orou, enviou missionários, traba-
lhou, se esforçou por entrar em uma sociedadee se manteve perseverante. 
Intencionalidade diz respeito a olharmos para uma cidade carente do 
evangelho, orar por essa cidade, despertar outros para oração e desper-
tar parceiros para o projeto, enviar um plantador de igrejas para o local, 
apoiar aquele que foi enviado até que pessoas se convertam ao evangelho 
de Cristo e, assim, ver uma igreja nascer. Ninguém investe em um negócio 
indeinido, os recursos sempre seguem a visão. As pessoas se envolvem 
com aquilo que traduzem a elas convicção e paixão.
 ■ Oportunidade: há lugares onde nós temos muitas oportunidades para 
pregar o evangelho, discipular pessoas e treinar líderes. Outros lugares são 
fechados, com mínimas oportunidades. A questão não é quantas oportu-
nidades nós temos, mas quantas oportunidades nós usamos. Temos que 
pedir a Deus que os nossos olhos sejam abertos para as oportunidades. 
 ■ Teologia: ter como nosso guia a Palavra de Deus. Os projetos de cres-
cimento e plantio de igrejas não podem se afastar dos fundamentos 
teológicos. Segundo Lidório (2011, p. 13), “nem tudo o que funciona é 
Bíblico”. Existem métodos que são humanos, carnais e até mesmo malignos. 
Nós seremos cobrados por Deus se formos iniéis aos Seus ensinamentos.
 ■ Continuidade: o plantador de igrejas deve manter constância e perma-
nência no acompanhamento dos trabalhos realizados. Muitos projetos de 
plantio de igrejas são interrompidos, porque na fase do ajuntamento dos 
convertidos o plantador da nova igreja se ausenta. O momento de ajun-
tar é essencial para a consolidação da nova igreja. Mesmo depois da igreja 
plantada é necessário manter a continuidade. Isso é nitidamente obser-
vado no ministério do apóstolo Paulo. Ele plantava uma igreja, voltava 
para ajustar, mandava alguém para visitar, escrevia e enviava cartas, arti-
culava o estabelecimento de lideranças. Orava pelas igrejas plantadas e as 
acompanhava permanentemente, visando seu fortalecimento.
 ■ Prática: abundante evangelização. Um dos maiores entraves para plan-
tio de igrejas é a pouca evangelização. Apesar de haver muita expectativa 
de que as pessoas se convertam, há pouca evangelização. Lidório (2011) 
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nos alerta que Igrejas são plantadas nas ruas, nos mercados, nos bairros, 
nas casas, nas matas, nas aldeias, nos condomínios. Igrejas são plantadas 
nos lugares onde estão aqueles que ainda não conhecem pessoalmente a 
Jesus. Uma visão que o plantador de igrejas precisa ter é a de ir aos luga-
res onde as pessoas estão. 
 ■ Oração: todos os lugares e épocas em que houve grande avanço mis-
sionário foi precedido de oração. Deus ouve as orações. Oração não é 
repetição de necessidades, mas um ponto de encontro com Deus. Não é 
transmissão de ideias para o Pai, mas um convite que Deus nos traz para 
uma convivência mais próxima e íntima com Ele. A Bíblia nos ensina, 
em Mateus 18, 18 a 20, que “tudo o que ligarmos na terra terá sido ligado 
nos céus, e tudo o que desligarmos na terra terá sido desligado nos céus” 
e que, “se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qual-
quer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhe-á concedida por meu Pai, 
que está nos céus”. Isso, obviamente, não signiica, de modo algum, que 
podemos forçar Deus a fazer o que Ele não quer, mas sim que podemos 
reivindicar que faça o que Ele deseja fazer em seu perfeito conhecimento 
e soberana vontade. Na oração, também “recarregamos nossas baterias”, 
pois oração é relacionamento com Deus. Lidório (2011) relata que Jesus, 
intensamente, trabalhava, ensinava, curava, discipulava, expulsava demô-
nios e fazia amigos e, em seguida, se dirigia aos montes sozinho, ou saia 
com alguns de Seus discípulos em um barco, para estar em comunhão 
e relacionamento com Deus. Ali, Jesus reletia, descansava e encontrava 
refrigério para Sua alma. Existem líderes tão atarefados que não têm 
tempo para orar, para reletir, não têm tempo para ter amizades, para 
abrir o coração, não têm tempo para serem pastoreados. Caem em cila-
das malignas porque, no meio do cansaço, não percebem que “baixam a 
sua guarda”. Então, tudo que é carnal ganha mais força, aquilo que é do 
Espírito é colocado de lado. Assim, icam mais vulneráveis e rendem-se 
a caminhos de destruição. O plantador de igrejas deve ter uma forte vida 
de oração e vigilância em Deus. 
 ■ Planejamento: no projeto de plantio de igrejas temos que ter, de maneira 
bem clara, qual é a visão, ou seja, o que desejamos alcançar ao inal de um 
período de trabalho. Quais são os alvos principais e quais são as ativida-
des que serão desenvolvidas para se alcançar esses alvos. Na Unidade V 
trataremos esse assunto de forma especíica.
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 ■ Liderança local: o bom plantador de igrejas é aquele que pensa em ir 
embora no dia em que chega. Ele aspira estabelecer aquela obra para 
adentrar em novos campos. Por isso, ele identiica, dentre os novos con-
vertidos, pessoas que possam ser treinadas para a futura liderança local 
daquela igreja. 
Desde já, podemos perceber a grande importância que a pessoa do plantador de 
igrejas possui. Suas convicções em Deus, a clareza de um chamado ministerial, 
a coniança naquilo que Deus pode fazer, dentre outras, são características fun-
damentais para o desenvolvimento desse ministério. Suas atitudes e disposição 
farão mais diferença no processo de plantar igrejas do que suas áreas de facili-
dade e habilidade. Na Unidade IV estudaremos aspectos especíicos do peril e 
caráter desejados para o plantador de igrejas.
“Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de 
orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito” (BÍBLIA, I Samuel 
12, 23).
A oração persistente move o coração de Deus e nos concede a chave para 
adentrarmos em novos campos missionários.
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PERSPECTIVA HISTÓRICA DO PLANTIO DE IGREJAS
A perspectiva histórica do 
plantio de igrejas, certamente, 
encontra-se entrelaçada com 
a história da missão cristã. 
Páginas incontáveis têm sido 
escritas a esse respeito. Nossa 
narrativa histórica detém-se 
ao processo seletivo de esco-
lha dos conteúdos a serem 
abordados, considerando-se 
que o volume dos aconteci-
mentos é muito vasto, em 
diferentes locais geográi-
cos. Levaremos em conta 
aqui apenas alguns pontos 
importantes. Hesselgrave, 
analisando as abordagens 
mais comuns nos últimos 
séculos, diz que: 
[...] os Reformadores dos séculos XVI e XVII recuperaram a mensagem 
da Igreja, mas (na maior parte) estavam demasiadamente preocupa-
dos com os problemas da Europa para darem muito ímpeto às missões 
noutras partes do mundo (HESSELGRAVE, 1995, p. 20).
Foram os pietistas, os morávios e um batista com o nome de William Carey que 
recuperaram a necessidade urgente de levar o evangelho até aos conins da terra.
No inal do século XVII surgiu o pietismo, um movimento de renovação 
da fé cristã na Igreja Luterana Alemã, defendendo a importância do sentimento 
e da expressão espiritual na experiência religiosa, em detrimento do raciona-
lismo religioso corrente. 
Juntamente aos pietistas, os irmãos morávios tiveram grande inluência no 
avivamento e expansão mundial do evangelho. Os morávios eram eslavos que 
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estavam escapando de sua terra natal, a região central e oriental da Europa: em 
consequência da guerra dos trinta anos, foram morar nas terras de um conde 
muito rico, chamado Zinzendorf, na parte mais oriental da República Tcheca. 
Nestas terras, eles estabeleceram a comunidade de Herrnhut, que signiica “Redil 
do Senhor”. 
Eles eram cristãos de diferentes origens denominacionais. Entretanto, no 
princípio, estes refugiados de guerra tinham muitas rivalidades entre si. No dia 
5 de agosto de 1727, depois de um período prolongado de oração, eles resolve-
ram não mais criar debates e confusões. Praticamente uma semana depois desta 
aliança, no domingo de 13 de agosto, próximo ao meio-dia, numa reunião na 
qual se celebrava a Ceia do Senhor, mudanças começaram a acontecer. 
Nessa reunião, a presença e a bênção de Deus vieram de forma poderosa. 
Tanto o grupo presente quanto o pastor caíram diante de Deus. Todos permane-
ceram prostrados até a meia noite, tomados em oração, cânticos, choro e súplicas. 
Eles se sentiram muito pecadores e também muito felizes por causa da graça de 
Deus, que os trouxe à salvação. Seus desentendimentos e conlitos foram emu-
decidos; suas paixões e orgulho foram cruciicados. 
Eles entenderam que, da mesma maneira como nunca se havia permitido 
que o fogo sagrado se apagasse no altar, eles, que eram o templo do Deus vivo, 
jamais deveriam deixar que o fogo da oração deixasse de subir a Deus, como um 
incenso santo. Com esse objetivo, 24 irmãos e 24 irmãs iniciaram reuniões de 
oração diárias que duravam 24 horas. Essas reuniões de oração começaram no 
dia 26 de agosto de 1727 e terminaram somente depois de 26 de agosto de 1827. 
Foram mais de 100 anos de oração ininterrupta. Durante esse tempo, o amor 
pelos perdidos cresceu de tal maneira que em vinte cinco anos eles enviaram mais 
missionários que todas as igrejas protestantes da época em conjunto. A vida que 
eles desenvolveram em Deus mudou o curso de toda a história. 
Durante esse período nasce William Carey - cuja biograia foi escrita por 
George Smith (1885) - que foi o pai das missões modernas, trazendo grande 
contribuição e transformação no movimento de plantio de igrejas. Era inglês e 
viveu entre 1761 e 1834. Aos 18 anos de idade, Carey recebeu a Cristo como seu 
salvador pessoal, passando a frequentar uma pequena Igreja Batista. 
Desde então, Carey começou a estudar as escrituras, idiomas e ciências, 
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embora tenha tido, na infância, uma formação modesta. Com sua dedicação 
ao Senhor e estudos da Bíblia, Carey concluiu que a evangelização mundial era 
a principal responsabilidade da Igreja de Cristo. Sua denominação não aceitou 
suas declarações, dizendo que se Deus resolvesse converter os gentios o faria 
sem a ajuda de Carey. 
Em 1792 Carey publicou um livro de 87 páginas intitulado “Uma investi-
gação sobre o dever dos cristãos de empregarem meios para a conversão dos 
pagãos”. Este se tratava de uma avaliação do mundo de seus dias, que reletia a 
necessidade urgente da proclamação do evangelho a todas as nações da terra. 
No mesmo ano ocorreu a organização da Sociedade Missionária Batista, e Carey 
se ofereceu para ser o primeiro missionário enviado. 
Menos de um ano depois, em junho de 1793, ele e sua família partiram para 
a Índia como membros da mesma sociedade. Carey chegou em Hooghly no dia 
11 de novembro de 1793, marcando o início da grande era das missões além mar, 
promovidas pela Inglaterra e Estados Unidos.
O trabalho de Carey na Índia foi excepcional e inusitado: ele tinha uma visão 
missionária muito à frente do seu tempo, dedicando-se à causa cristã sem afron-
tar os aspectos da cultura local que não feriam os valores revelados por Deus 
nas páginas da Bíblia Sagrada. Sua importância para o cristianismo na Índia 
foi extraordinária. Junto com William Ward e Joshua Marshman, missionários 
que se juntaram a ele em 1799, fundaram 26 igrejas, 126 escolas e traduziram 
a Bíblia para 44 idiomas, além da vasta contribuição social que exerceu grande 
impacto na Índia. 
Lidório comenta que William Ward, companheiro e contemporâneo de 
Carey, escreveu, em 1805, em um jornal criado pela equipe: 
[...] ao plantarmos igrejas distintas, pastores nativos devem ser escolhi-
dos […] e missionários devem preservar suas características originais, 
dedicando-se ao plantio de novas igrejas e supervisionando aquelas já 
plantadas (LIDÓRIO, 2011, p. 15).
Lidório também cita Henry Venn e Rufus Anderson que começam a delinear a 
necessidade de que as igrejas plantadas guardem autonomia e suiciência como 
um organismo vivo:
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[...] em meados do século 19, Henry Venn e Rufus Anderson direcio-
naram a Igreja através de sua intencionalidade no plantio de igrejas, 
justiicando que as mesmas deveriam, ao serem plantadas, ter três ca-
racterísticas básicas: serem autopropagáveis, autogovernáveis e autos-
sustentadas (LIDÓRIO, 2011, p. 15).
Criava-se o conceito de Igrejas Autóctones, ou seja, igrejas locais com formação e 
liderança nativa, as quais possuem autonomia de sustento, liderança e propagação.
Hesselgrave (1995), considera por demais estreita a visão de evangelização 
sem o ajuntamento dos convertidos em uma igreja local:
[...] nas últimas décadas do século XIX e no presente século, a evangeli-
zação tem sido quase totalmente identiicada com grandes campanhas 
ou cruzadas que visam ganhar os indivíduos para uma decisão por 
Jesus Cristo. De um lado, há esse fato. E do outro lado, certo núme-
ro de métodos cuidadosamente elaborados de evangelização pessoal 
(individual) foram desenvolvidos com o mesmo im em mira. Tanto a 
evangelização das campanhas, quanto a evangelização pessoal devem 
ser encorajadas. Mas, conforme são frequentemente praticadas, não 
colocam novos crentes em contato vital com as igrejas locais. Propor-
cionalmente, uma ênfase grande demais tem sido dada à multiplicação 
dos convertidos- e uma ênfase totalmente insuiciente à multiplicação 
das congregações (HESSELGRAVE, 1995, p. 21).
Não podemos deixar de considerar que muitos dos movimentos missionários 
no decorrer dos séculos nem sempre tinham clareza de seus propósitos. Muitas 
atividades sociais consistentes foram desenvolvidas, como criação de escolas, hos-
pitais, orfanatos, campanhas humanitárias em todo o mundo, a favor da saúde, 
do saneamento, até mesmo da agricultura. Ações dignas de reconhecimento e 
elogios. Entretanto, estas atividades por si só não faziam discípulos, nem esta-
beleciam igrejas.
Observaremos que o plantio de uma nova igreja não está pautado naquilo 
que a força humana pode fazer, mas que igreja é obra de Deus e manifesta-
ção poderosa do Espírito Santo. Nada pode deter vidas que encontram em 
Deus sua suiciência. 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PLANTAÇÃO DE IGREJAS
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Lidório (2011) denomina alguns movimentos missionários na história da expansão 
da Igreja como “esquisitices metodológicas”. Esses devaneios não foram ocasio-
nados por inidelidade a Deus ou desejo intencional de liberar-se dos princípios 
da fé cristã verdadeira, mas decorreram da ausência de amparo bíblico e teoló-
gico para algumas metodologias adotadas ao longo do processo de proclamação. 
Observando os diversos segmentos de plantação de igrejas no mun-
do atual, podemos perceber que o enraizamento dos problemas mais 
comuns em tais processosestá ligado a alguns fatores, sobre os quais 
escrevo a seguir:
A diiculdade de se distinguir igreja e templo, perdendo o valor do dis-
cipulado e gerando mais investimento na estrutura do que em pessoas.
A demora na introdução dos convertidos à vida diária da igreja, diluin-
do o valor da comunhão e integração além de gerar crentes imaturos, 
sem funções, desaios ou envolvimento.
A despreocupação com os fundamentos teológicos e atração pelos me-
canismos puramente pragmáticos.
A ausência de sensibilidade social e cultural, pregando um evangelho 
sem sentido para o contexto receptor. Uma mensagem alienada da re-
alidade da vida.
A excessiva pressa no plantio de igrejas, gerando comunidades super-
iciais na Palavra e abrindo oportunidades reais para o sincretismo ou 
nominalismo.
O excessivo envolvimento com a estrutura da missão ou da igreja, des-
gastando pessoas, recursos, tempo e minimizando o que deveria ser o 
maior e mais amplo investimento: a proclamação do evangelho (LIDÓ-
RIO, 2011, p. 16-17).
Neste ponto de nossa disciplina, já se torna claro o íntimo relacionamento entre 
proclamação do evangelho e a plantação de igrejas, que não podem ser disso-
ciadas sem prejuízo à missão da Igreja. Outro aspecto de suprema relevância diz 
respeito à necessidade de considerarmos que também não é possível realizar o 
divórcio entre a missão da igreja e teologia da missão. Vamos continuar cami-
nhando na Unidade II, de forma a buscar uma base teológica sólida e coerente 
para a plantação de igrejas, ou seja, a glória de Deus.
Considerações Finais
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33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao inal da Unidade I. Começamos falando sobre a evangelização e 
plantio de igrejas, que são ações diferentes, podendo a evangelização tratar-se 
ou não de um processo. Já o plantio de igrejas sempre será um processo. Você 
também deve ter compreendido que templo não é igreja.
Suponha agora que você decidiu iniciar o plantio de uma igreja. Quais serão 
as etapas desenvolvidas neste processo? Você se lembra? Ir, evangelizar, fazer dis-
cípulos, congregar os convertidos, formar líderes e acompanhar. Cada uma dessas 
etapas, é de fundamental importância para o plantio de igrejas. Talvez, durante 
as primeiras etapas você possa se ausentar por algum tempo.
Entretanto, a partir do momento em que os convertidos são congregados, 
sua presença será imprescindível, até o momento em que a nova igreja tenha sua 
liderança local treinada e estabelecida. Isso ocorre em pelo menos três anos. A 
partir daí você pode orar pelo desaio de um novo campo, sempre considerando 
a importância de manter o acompanhamento, assim como fazia o apóstolo Paulo.
Pois bem, e os elementos presentes na plantação de igrejas indicados por 
Lidório? Você pode enumerá-los comigo? Intencionalidade, Oportunidade, 
Teologia, Continuidade, Prática, Oração, Planejamento e Liderança Local. Cada 
um deles deve estar presente para que a nova igreja seja plantada em um fun-
damento sólido.
Por im, você deve considerar a perspectiva histórica que observamos nos 
últimos séculos, recebendo a inspiração de homens e mulheres comuns, mas 
que aprenderam a depender da suiciência e do poder de Deus e foram encon-
trados em pleroforia, a plena convicção de que estavam no lugar certo, na hora 
certa, realizando a vontade de Deus.
Tenho certeza de que, no decorrer de nossos estudos, você poderá entender 
melhor seu papel como colaborador(a) da lavoura de Deus. É Ele que nos atrai 
com seu amor e nos enche de paixão pelas almas. 
34 
1. Observamos a existência de dois fundamentos muito relevantes na evangeliza-
ção, traduzidos por duas palavras de origem grega: kerigma e martyrium. Qual o 
signiicado desses termos?
2. Nosso conceito de igreja, principalmente no Brasil, está atrelado a templo. Quan-
do falamos sobre plantio de igrejas, algumas vezes pensamos no aspecto do edi-
fício e não em pessoas. Segundo o que foi abordado ao longo da unidade, 
qual a diferença entre igreja e templo?
3. Considerando a plantação de igrejas um processo, descreva resumidamente 
duas fases ou etapas envolvidas nesse processo.
4. Descreva e comente dois dos oito elementos essenciais em plantação de 
igrejas, quais sejam: intencionalidade, oportunidade, teologia, continuidade, 
prática, oração, planejamento e liderança local. Esses elementos podem ser evi-
denciados no ministério do apóstolo Paulo e também nos ministérios de planta-
dores de igrejas ao redor do mundo.
5. Observando os diversos segmentos de plantação de igrejas no mundo atual, 
podemos perceber que o enraizamento dos problemas mais comuns em tais 
processos, indicados por Lidório estão ligado a fatores estruturais e teológicos 
da missão. Cite e explique dois desses fatores.
35 
Quando olhamos para o início da igreja vemos o quanto os irmãos viviam em oração. 
Basta lermos os capítulos iniciais do livro de Atos e saberemos o porquê de tanto poder 
em manifestação naqueles dias. Não era porque eles eram mais especiais do que nós, 
nem pelo fato da igreja estar em seu início. A causa do poder estava na vida de comu-
nhão, de uma vida de oração.
O missionário e missiólogo Patrick Johnstone, em seu livro Intercessão Mundial, diz que: 
“Quando o homem trabalha, o homem trabalha; quando o homem ora, Deus trabalha”. 
Jorge Müller costumava dizer que “Um crente pode fazer mais em quatro horas, depois 
de empregar uma em orar, que cinco sem orar”.
Precisamos entender que, para realizarmos a obra que o Senhor nos tem chamados, a 
fazer, não seremos bem sucedidos se não orarmos. O poder ou a manifestação do poder 
está numa vida de oração individual e congregacional.
No que tange à obra missionária – evangelismo de escopo mundial - temos aprendido 
que podemos fazer a diferença no curso da vida de muitas pessoas por causa da nossa 
vida de oração.
Em I Timóteo 2:4, a Bíblia nos diz que é a vontade de Deus que todos os homens sejam 
salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Mas isto irá acontecer só porque 
é vontade de Deus? Não!
Como já disse John Wesley: “Nos parece que Deus é limitado pela nossa vida de oração. 
Ele nada faz pela humanidade a menos que alguém o peça para fazê-lo”.
Para que a vontade de Deus, expressa em I Timóteo 2:4 se cumpra, se faz necessário duas 
ações do homem: orar e evangelizar.
Reinhard Bonnke diz em seu livro, Evangelismo por Fogo que “Evangelismo sem inter-
cessão é um explosivo sem um detonador. Intercessão sem evangelismo é um detona-
dor sem um explosivo”. Se juntarmos esses dois indispensáveis ingredientes, no entanto, 
poderemos transformar o mundo, como foi dito com respeito a Paulo e Silas em Atos 17.
Precisamos ir, precisamos evangelizar e será a nossa oração que preparará o caminho 
para nós passarmos. A nossa missão depende da nossa vida de oração!
Fonte: Verbo vida (2015, on-line)2. 
MATERIAL COMPLEMENTAR
Plantar Igrejas: um guia para missões nacionais e 
transculturais
David Hesselgrave
Editora: Vida Nova
Sinopse: o livro de Hesselgrave é um guia passo a passo para a 
plantação de igrejas numa cultura diferente da cultura do plantador. 
Embora sistemático, evita o simplismo. Pelo contrário, cada passo é explicado na prática e na teoria. 
COMENTÁRIO: considero esse um dos livros mais importante sobre plantação transcultural de igrejas 
já publicado até o momento.
Uma chama na escuridão
“Uma chama na escuridão” é daqueles i lmes que não são para 
serem esquecidos. A produção de Mike Pritchard conta a história 
de William Carey, “O pai das Missões Modernas”. É possível tomar 
conhecimento do que é a certeza de ser chamado por Deus. Mesmo 
contra a opinião daqueles à sua volta, Carey partiu para a Índia, em 
1793, para pregar a Palavra de Deus. Muitas são as dii culdades, mas 
nada o impede de perseverar. Ficou conhecido como “O amigo da 
Índia” e “i cou encarregadode traduzir mais versões da Bíblia do que 
haviam sido feitas durante a história do cristianismo até aquela época”. 
APRESENTAÇÃO: o Instituto Antropos atua nas áreas de antropologia, pesquisa sociocultural e 
missiologia aplicada sob coordenação de Ronaldo e Rossana Lidório e com a colaboração de 
diversos consultores técnicos. Encontramos disponível nesse ambiente um material consistente, 
prático e aplicável. O Instituto se compromete a prestar um serviço gratuito e acessível nas 
áreas propostas (antropologia, missiologia, linguística e cuidado missionário), fornecendo 
metodologias para a pesquisa sociocultural (étnica ou urbanizada), aquisição de língua e plantio 
de igrejas.
O Instituto Antropos é também um portal que abriga outros três sites: a “Antropos - Revista de 
Antropologia” <www.revista.antropos.com.br>, “Missionews - Revista de Missiologia” <www.
missionews.com.br> e “Plantando Igrejas” <www.plantandoigrejas.org.br>, com sua versão em 
Inglês “Church Planting” <www.churchplanting.com.br>.
Para saber mais acesse: <http://instituto.antropos.com.br/v3/>.
REFERÊNCIAS
37
BASTOS, A. C. Metodologia de Plantação de Igrejas. Uberlândia: Escola de Planta-
dores de Igrejas, 2010. 
BÍBLIA. Português. Bíblia Missionária de Estudo. Tradução: Almeida Revista e Atu-
alizada. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2014.
HESSELGRAVE, D. Plantar Igrejas: um guia para missões nacionais e transculturais. 
São Paulo: Vida Nova, 1995.
LIDÓRIO, R. Teologia Bíblica do Plantio de Igrejas. Manaus: Instituto Antropos, 
2011.
SMITH, G. The life of Willian Carey, Shoemaker & Missionary. London: Paperback, 
1885.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1 Em: <http://www.signiicados.com.br/processo/>. Acesso em: 19 maio. 2017.
2 Em: <http://verbodavida.org.br/lista-blogs/direto-da-agencia/vida-de-oracao-2>. 
Acesso em: 19 maio. 2017.
GABARITO
1. Kerygma: palavra de origem grega usada no Novo Testamento com o signiica-
do de proclamação, pregação, anúncio ou mensagem. Ou seja, comunicação 
verbal inteligível. Martyrium: palavra de origem grega usada no Novo Testa-
mento com o signiicado de testemunho. Ou seja, comunicar com nossas ações.
2. Igreja não é estrutura, não é templo, não é instituição, mas são pessoas conver-
tidas ao Senhor Jesus. Em Atos, capítulo 2, a igreja louvava a Deus no templo 
e de casa em casa. Ali estavam judeus, que preferiam o templo, e gentios, que 
preferiam as casas. Mas eles eram unânimes, gentios estavam no templo e ju-
deus estavam nas casas. 
É muito importante lembrar que nos primeiros trezentos anos da história da 
igreja de Jesus não havia “prédio de igreja” algum, mesmo assim não deixavam 
de ser igreja. Até mesmo nos dias atuais, lugares onde ter um prédio para a reu-
nião da igreja é proibido ou até mesmo grupos de cristãos que se reúnem sem 
prédio, continuam sendo a Igreja de Jesus.
3. Indicamos a seguir essas fases ou etapas, resumidamente, que envolvem a 
plantação de uma igreja:
Ir: levar a palavra do Senhor a campos ainda não alcançados. Aqueles que são 
comissionados a ir fazem parte da comunidade de discípulos. Foram salvos pela 
fé na palavra da pregação, batizados, testemunhando arrependimento e foram 
transformados pela obediência aos ensinamentos do Senhor.
Evangelizar: comunicar, seja verbalmente, ou pelo testemunho de vida, quem 
é Jesus e o que Ele fez por nós.
Fazer discípulos: a obediência ao Mestre é exigida não somente daquele que 
leva a mensagem, mas também daquele que a ouve e se arrepende. Essa etapa 
envolve o batismo e o contínuo ensino das Escrituras Sagradas.
Congregar os convertidos: aqueles que se convertem, de todas as nações, de-
vem ser trazidos para dentro da Igreja do Senhor.
Formar líderes: dentre os convertidos, aqueles que confessarem o chamado 
do Senhor para o ministério devem ser discipulados de maneira mais próxima e 
pessoal, com o propósito de que a nova congregação tenha um governo local, 
ou para que esses sejam enviados a novos campos ainda não alcançados.
Acompanhar: as novas congregações devem ser acompanhadas, continua-
mente, para correção de desvios, encorajamento dos irmãos e fortalecimento 
da liderança local, assim como sempre fazia o apóstolo Paulo. 
4. Intencionalidade: é a intenção de se plantar uma igreja. Hesselgrave (1995), 
diz que 75% das igrejas plantadas no mundo foram plantadas intencionalmen-
te. As igrejas que nascem, nascem porque alguém desejou e planejou seu nas-
cimento. Alguém orou, enviou missionários, trabalhou, se esforçou por entrar 
em uma sociedade e se manteve perseverante. Intencionalidade diz respeito a 
39
olharmos para uma cidade carente do evangelho, orar por essa cidade, desper-
tar outros para oração e despertar parceiros para o projeto, enviar um plantador 
de igrejas para o local, apoiar aquele que foi enviado até que pessoas se con-
vertam ao evangelho de Cristo e, assim, ver uma igreja nascer. Ninguém investe 
em um negócio indeinido, os recursos sempre seguem a visão. As pessoas se 
envolvem com aquilo que traduzem a elas convicção e paixão.
Oportunidade: há lugares onde nós temos muitas oportunidades para pregar 
o evangelho, discipular pessoas e treinar líderes. Outros lugares são fechados, 
com mínimas oportunidades. A questão não é quantas oportunidades nós te-
mos, mas quantas oportunidades nós usamos. Temos que pedir a Deus que os 
nossos olhos sejam abertos para as oportunidades. 
Teologia: ter como nosso guia a Palavra de Deus. Os projetos de crescimento e 
plantio de igrejas não podem se afastar dos fundamentos teológicos. Segundo 
Lidório (2011, p. 13), “nem tudo o que funciona é Bíblico”. Existem métodos que 
são humanos, carnais e até mesmo malignos. Nós seremos cobrados por Deus 
se formos iniéis aos Seus ensinamentos.
Continuidade: o plantador de igrejas deve manter constância e permanência 
no acompanhamento dos trabalhos realizados. Muitos projetos de plantio de 
igrejas são interrompidos, porque na fase do ajuntamento dos convertidos o 
plantador da nova igreja se ausenta. O momento de ajuntar é essencial para 
a consolidação da nova igreja. Mesmo depois da igreja plantada é necessário 
manter a continuidade. Isso é nitidamente observado no ministério do apóstolo 
Paulo. Ele plantava uma igreja, voltava para ajustar, mandava alguém para visi-
tar, escrevia e enviava cartas, articulava o estabelecimento de lideranças. Orava 
pelas igrejas plantadas e as acompanhava permanentemente, visando seu for-
talecimento.
Prática: abundante evangelização. Um dos maiores entraves para plantio de 
igrejas é a pouca evangelização. Há muita expectativa de que as pessoas se con-
vertam, mas, com pouca evangelização. Lidório (2011) nos alerta que Igrejas são 
plantadas nas ruas, nos mercados, nos bairros, nas casas, nas matas, nas aldeias, 
nos condomínios. Igrejas são plantadas nos lugares onde estão aqueles que ain-
da não conhecem pessoalmente a Jesus. Uma visão que o plantador de igrejas 
precisa ter é a de ir aos lugares onde as pessoas estão. 
Oração: em todos os lugares e épocas, onde houve grande avanço missioná-
rio, esse avanço foi precedido de oração. Deus ouve as orações. Oração não é 
repetição de necessidades, mas um ponto de encontro com Deus. Não é trans-
missão de ideias para o Pai, mas um convite que Deus nos traz para uma con-
vivência mais próxima e íntima com Ele. A Bíblia nos ensina, em Mateus 18, 18 
a 20, que “tudo o que ligarmos na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que 
desligarmos na terra terá sido desligado nos céus” e que, “se dois dentre vós, 
sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pe-
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direm, ser-lhe-á concedida por meu Pai, que está nos céus”; isso, obviamente, 
não signiica, de modo algum, que podemos forçar Deus a fazer o que Ele não 
quer, mas sim que podemos reivindicar que faça o que Ele deseja fazer em seu 
perfeito conhecimento e soberana vontade. Na oração, também “recarregamos 
nossas baterias”, pois oração é relacionamento com Deus. Lidório (2011) relata 
que Jesus, intensamente,trabalhava, ensinava, curava, discipulava, expulsava 
demônios e fazia amigos e, em seguida, se dirigia aos montes sozinho, ou saia 
com alguns de Seus discípulos em um barco, para estar em comunhão e re-
lacionamento com Deus. Ali, Jesus reletia, descansava e encontrava refrigério 
para Sua alma. Existem líderes tão atarefados que não têm tempo para orar, 
para reletir, não têm tempo para ter amizades, para abrir o coração, não têm 
tempo para serem pastoreados. Caem em ciladas malignas porque, no meio do 
cansaço, não percebem que “baixam a sua guarda”. Então, tudo que é carnal 
ganha mais força, aquilo que é do Espírito é colocado de lado. Assim, icam mais 
vulneráveis e rendem-se a caminhos de destruição. O plantador de igrejas deve 
ter uma forte vida de oração e vigilância em Deus. 
Planejamento: no projeto de plantio de igrejas temos que ter, de maneira bem 
clara, qual é a visão, ou seja, o que desejamos alcançar ao inal de um período 
de trabalho. Quais são os alvos principais e quais são as atividades que serão 
desenvolvidas para se alcançar esses alvos. 
Liderança local: o bom plantador de igrejas é aquele que pensa em ir embora 
no dia em que chega. Ele aspira estabelecer aquela obra para adentrar em no-
vos campos. Por isso, ele identiica, dentre os novos convertidos, pessoas que 
possam ser treinadas para a futura liderança local daquela igreja.
5. 
• A diiculdade de se distinguir igreja e templo, perdendo o valor do discipu-
lado e gerando mais investimento na estrutura do que em pessoas.
• A demora na introdução dos convertidos à vida diária da igreja, diluindo o 
valor da comunhão e integração além de gerar crentes imaturos, sem fun-
ções, desaios ou envolvimento.
• A despreocupação com os fundamentos teológicos e atração pelos meca-
nismos puramente pragmáticos.
• A ausência de sensibilidade social e cultural, pregando um evangelho sem 
sentido para o contexto receptor. Uma mensagem alienada da realidade 
da vida.
• A excessiva pressa no plantio de igrejas, gerando comunidades supericiais 
na Palavra e abrindo oportunidades reais para o sincretismo ou nominalis-
mo.
• O excessivo envolvimento com a estrutura da missão ou da igreja, desgas-
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Professor Esp. Galaor Linhares Tupan Junior
TEOLOGIA BÍBLICA DO 
PLANTIO DE IGREJAS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Assinalar a interdisciplinaridade entre Teologia e Missiologia.
 ■ Compreender a soberania do reinado de Deus na plantação de 
igrejas.
 ■ Compreender os critérios teológicos para o plantio de igrejas.
 ■ Reletir sobre cosmovisão e contextualização no processo bíblico de 
proclamação da mensagem.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Acordo entre Teologia e Missiologia
 ■ Relexão Crítica sobre Missio Dei e Reinado de Deus
 ■ Orientação Teológica para o Plantio de Igrejas
 ■ Cosmovisão e Contextualização
INTRODUÇÃO
Neste momento, vamos considerar um aspecto muito importante do plantio de 
igrejas: a necessidade de pautar toda obra de concepção de igrejas sob a luz da 
revelação de Deus. Toda igreja deve ter como objetivo de sua existência glorii-
car a Deus e fazê-Lo conhecido na terra. Assim, a sabedoria, o poder e a graça 
de Deus poderão ser testemunhados por todo o mundo. Nesse sentido, é preciso 
conhecimento teológico adequado para que a mensagem comunicada relita o 
querer e a vontade divina. 
Para que todas as famílias da terra sejam alcançadas pelo evangelho, neces-
sitamos plantar igrejas nas cidades, nos povoados, em lugares longínquos e nas 
tribos de diferentes etnias. Observaremos o modelo do apóstolo Paulo, que con-
siderou o desaio de evangelizar e plantar igrejas entre todos os povos, mas sem 
separar a ação missionária da doutrina bíblica correta. Apresenta-se, para nós, a 
necessária interdependência entre teologia e plantação de igrejas: uma não pode 
sobreviver sem a outra.
Faremos uma relexão crítica sobre a Missio Dei e o reinado de Deus, buscando 
conciliar Missão e Evangelização. Atualmente, sabemos que o mundo organiza-
cional aborda enfaticamente missão como a razão de ser de uma organização. 
Na missão, tem-se destacado o que a empresa produz, sua expectativa de êxito 
futuro e como espera ser identiicada pelos clientes e pelo mercado; entretanto, 
quando abordamos a Missão de Deus, não estamos falando de nenhum empre-
endimento humano, mas do propósito supremo de Deus em redimir Sua criação.
Na inalização da unidade, trataremos a relevância de conhecermos os con-
textos culturais em que a evangelização ocorre, seus objetivos, limitações e a 
necessidade de que o conteúdo teológico não se perca.
Bons estudos!
Introdução
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TEOLOGIA BÍBLICA DO PLANTIO DE IGREJAS
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e 1998.
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ACORDO ENTRE TEOLOGIA E MISSIOLOGIA
Caro(a) aluno(a), iniciamos nossa abordagem sobre a teologia bíblica do plan-
tio de igrejas. Embora esse assunto seja muito vasto, vamos nos deter a alguns 
aspectos especíi cos. Primeiramente, compreendemos o plantio de igrejas como 
um ato coordenado pela suprema vontade de Deus, por meio do qual igrejas são 
estabelecidas para que homens e mulheres sejam introduzidos na vida eterna, 
Deus seja adorado e o Reino Eterno estabelecido. 
Para que você possa compreender melhor o contexto que encontramos em 
muitos campos missionários, ou mesmo no imenso volume de denominações 
existentes, considere o seguinte desai o apresentado por Wright (2012):
[...] pense numa doutrina - qualquer doutrina do período de 200 a 2000 
d.C. Multiplique-a pelas coni ssões históricas. Divida pelas variações 
denominacionais. Acrescente uma suspeita de heresia. Subtraia a dou-
trina em que pensou primeiramente. Que sobrou? Provavelmente, a 
soma aproximada do que teologia e missões têm em comum na mente 
do cristão mediano - não muito. Ai nal, teologia está na cabeça - rel e-
xões, argumentos, ensinos, credos e coni ssões de fé. Pensamos numa 
biblioteca teológica onde as ideias são estocadas. Missão ou missões 
é fazer - resultados práticos, dinâmicos e executáveis. Pensamos no 
campo missionário como um lugar onde as pessoas vão e fazem coisas 
emocionantes. Teologia e missões parecem não ter muita coisa em co-
mum; também é fácil termos a impressão de que aqueles que parecem 
ser mais interessados numa coisa, têm menos interesse na outra (WRI-
GHT, 2012, p. 25).
Acordo Entre Teologia e Missiologia
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No decorrer dos séculos, o trabalho de proclamação do evangelho tem sofrido 
muita oposição. O entendimento da ordem divina, por muitas vezes, teve inter-
pretações estanques, à vista de uma visão antropológica, ou seja, centrada no 
homem. O afastamento entre a ação missionária e uma correta teologia bíblica 
tem trazido sérios problemas à Igreja do Senhor.
Michael Green (1989, p. 7) airma que “a maior parte dos evangelistas não 
se interessa muito por teologia; e a maioria dos teólogos não se interessa muito 
por evangelização”. Quando a ação missionária não é pavimentada por um cor-
reto raciocínio teológico, corre-se o risco da ineicácia e da frustração. 
Ronaldo Lidório (2011) faz uma análise de aspectos que, historicamente, tra-
zem limitações ao processo de plantio de igrejas. Essas limitações esclarecem, de 
certa forma, a tendência do afastamento entre teologia e missiologia ocorrido 
em diversas partes do mundo. Nossa intenção é permitir a problemática, com 
vistas à construção de um entendimento teológico apropriado. Consideremos 
algumas das limitações indicadas por Lidório (2011):
a) Comoo assunto de plantio de igrejas está ligado à metodologia e pro-
cesso de campo, a tendência é avaliá-lo mais pelos resultados que produz do 
que por seus fundamentos teológicos. Lidório (2011, p. 5), classiica esse fato 
como “abordagem pragmática”, o qual traz a possibilidade de se deixar de 
lado “o que é bíblico e teologicamente evidente” por aquilo que é prático e traz 
melhores resultados; contudo, o divórcio entre teologia e missiologia não acon-
tecerá sem graves consequências e prejuízos para o plantio de igrejas. Portanto, 
teremos como premissa de nossa abordagem acadêmica as raízes teológicas do 
trabalho realizado pelos apóstolos no estabelecimento da igreja primitiva. Sua 
ação é descrita na Grande Comissão do Senhor Jesus Cristo e seu processo de 
semeadura do evangelho deve ser observado. Não devemos nos fundamentar 
por meio daquilo que funciona, mas pelo que é bíblico e teologicamente correto.
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b) Além da abordagem pragmática, Lidório (2011, p. 6) indica a “aborda-
gem sociológica” como uma limitação ligada ao conceito da missão e plantio de 
igrejas. Isso ocorre quando tomamos decisões baseadas na avaliação e interpre-
tação sociológica das necessidades humanas e não nas instruções das Escrituras. 
Nesse caso, ocorre uma lexibilização da teologia para atendimento de certos gru-
pos ou segmentos. A plantação de igrejas deve ter por base a Missão de Deus 
em sua mais pura teologia bíblica. A chegada do evangelho sempre produzirá 
avanço social, entretanto, a evangelização e o plantio de igrejas têm por objetivo 
a reconciliação do homem com Deus, a obediência a Cristo e a entrada em Sua 
Igreja em um serviço responsável no mundo, como prevê o Pacto de Lausanne. 
O serviço social está presente, mas não pode ser estabelecido como fundamento 
para realização da missão.
c) Uma terceira limitação no estudo de plantio de igrejas é a “abordagem 
eclesiológica”, a qual está ligada à nossa compreensão da própria identidade da 
Igreja. Sobre isso, consideramos as observações de Lidório:
[...] apesar da Igreja possuir um papel prioritário em termos de atua-
ção missionária, seu valor intrínseco, extramissão proclamadora, pre-
cisa ser reconhecido porque é o resultado do sacrifício de Jesus e Ele 
e a Cruz são o centro do plano de Deus. Assim, apesar da Missão ser 
uma constante prioridade bíblica na vida da Igreja, não devemos dei-
nir essa Igreja apenas a partir da proclamação do evangelho, sob pena 
de nos tornarmos extremamente funcionalistas e utilitários. Adoração, 
Pragmatismo é uma doutrina ilosóica cuja tese fundamental é que a 
ideia que temos de um objeto qualquer nada mais é senão a soma das ideias 
de todos os efeitos imaginários atribuídos por nós a esse objeto, que passou 
a ter um efeito prático qualquer.
Ser partidário do pragmatismo é ser prático, ser pragmático, ser realista. 
Aquele que não faz rodeio, que tem seus objetivos bem deinidos, que con-
sidera o valor prático como critério da verdade.
Fonte: Signiicados ([2017], on-line)1.
Acordo Entre Teologia e Missiologia
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doutrina, idelidade, santidade, unidade e comunhão são, também, im-
portantes aspectos que compõem a identidade da Igreja. Assim sendo, 
a Igreja não é um instrumento primariamente desenhado para evange-
lizar pessoas, mas um instrumento para gloriicar a Deus (Ef 3:10) e a 
proclamação - evangelização - é uma de suas funções e resultado de sua 
existência (LIDÓRIO, 2011, p. 6).
Lidório (2011), apresenta o risco de termos igrejas evangelizadoras que não vivem 
a palavra de Deus. Esse entendimento eclesiológico não dispensa a Igreja da 
prioridade da proclamação do evangelho. Ainda que a evangelização não seja a 
única característica procurada por Deus em Sua Igreja é uma prioridade urgente 
para a salvação de um mundo perdido que necessita ser reconciliado com Deus. 
Diante de toda problemática apresentada quanto às possíveis fragilidades na 
deinição de uma teologia correta para a prática missiológica, consideramos que 
nenhuma ação missionária deve ser tratada de forma isolada, mas deve ter sua 
prática consolidada em toda teologia bíblica. Temos como fonte e motivação o 
próprio Deus. Nesse sentido Peters (2000, p. 32), cita Webster: “[...] nós come-
çamos, então, onde a missão começa, com Deus”.
Outro teólogo contemporâneo que nos 
auxilia no entendimento da conciliação entre 
Teologia e Missiologia é Charles Van Engen 
(1996). Ele considera, em seus estudos, que as 
igrejas locais têm uma razão de serem multifa-
cetadas no que diz respeito à sua participação no 
mundo, por meio da comunhão, proclamação, 
serviço e testemunho. Devido ao grande número 
de agências missionárias sem qualquer vínculo 
denominacional, as igrejas locais, como agen-
tes missionários, icaram relegadas a celeiros de 
candidatos e fontes de suporte inanceiro. Muitas 
agências, organizações e instituições missioná-
rias são os únicos agentes missionário de Deus. 
Dessa forma, a Eclesiologia passou a não ser tratada como assunto sério na 
discussão dessas instituições. Por outro lado, as igrejas locais se divorciaram, mui-
tas vezes, da própria natureza, propósito e papel como comunidade comprometida 
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com a missão de Deus neste mundo. Ambos os aspectos não podem ser teologi-
camente admissíveis, mas, muitas vezes, se consolidaram na prática. Assim, no 
pensamento da grande maioria dos cristãos, as palavras “igreja” e “missão” pas-
saram a expressar dois tipos diferentes de sociedade. 
Van Engen (1996), tem como tese principal que à medida em que as congre-
gações locais são estabelecidas, a im de alcançar o mundo por meio da missão, 
elas se tornam de fato o que elas já são pela fé: povo missionário de Deus. Quando 
a palavra “missão” é usada no singular está se referindo a Missio Dei, e quando 
a palavra é usada no plural (missões), refere-se aos diversos meios pelos quais 
a Missio Dei é realizada.
Lidório aponta três perigos quando a Teologia e Missiologia não são perce-
bidas como parceiras:
1. Usar Deus como um instrumento para realizar nossos propósitos 
no plantio e crescimento de igrejas em lugar de servi-lo no cumpri-
mento de Seus planos na Terra (I Coríntios, 3:11).
2. Oferecer soluções simplistas para problemas complexos em relação 
à comunicação do evangelho, contextualização e plantio de igrejas.
3. Utilizar a Teologia com inalidade puramente acadêmica e não apli-
cável à Igreja, sua vida e dinâmica.
Quando analisamos os ensinos de Paulo, entendemos que seu minis-
tério estava fundamentado em suas convicções teológicas, inspirando-
-nos a reletir sobre Deus e Sua ação no mundo. Missiologia e Teologia, 
indisputavelmente, devem caminhar de mãos dadas para a glória de 
Deus, a idelidade às Escrituras e a evangelização dos perdidos (LIDÓ-
RIO, 2011, p. 10-11).
Não podemos trabalhar para Deus utilizando critérios humanos. Os obreiros 
pertencem a Deus, os campos pertencem a Deus e um dia prestaremos contas de 
tudo o que izermos. Somente o que foi ediicado em Cristo permanecerá para a 
eternidade. Toda ação missionária e de tratamento da Igreja de Cristo deve ser 
tomada com sólida base teológica. Lidório ainda nos auxilia a concluir com o 
entendimento de que:
[...] missiologia e Teologia não devem ser tratadas como áreas separa-
das de estudo, mas como disciplinas complementares. A Teologia não 
apenas coopera com a Igreja ao fazê-la

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