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Princípios da Terapia Antimicrobiana

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Princípios da terapia antimicrobiana 
• Fármacos antimicrobianos têm como alvo os microrganismos de interesse médico, de modo que: 
✓ Antibacterianos atuam contra bactérias -> serão abordados nas aulas com a professora Dani 
✓ Antifúngicos atuam contra fungos 
✓ Antivirais atuam contra vírus 
✓ Antiparasitários atuam contra parasitas 
• Os antimicrobianos possuem uma certa seletividade a um determinado alvo, que são os “receptores microbianos” (pode 
ser uma proteína do microrganismo, algum processo fisiológico ou bioquímico que ele executa etc.). 
Classificação dos antibacterianos 
• Existem diversas classes de antibacterianos, de modo que são classificados segundo seu alvo. 
• Existem aqueles específicos para a parede celular, aqueles que atuam no metabolismo do ácido fólico, na estrutura da 
membrana plasmática, no material genético, na síntese de proteínas etc. 
• A maioria dos antibacterianos são classificados como aqueles que atuam na parede celular (os β-lactâmicos atuam sobre a 
síntese da parede celular bacteriana). 
Farmacocinética e farmacodinâmica 
• Após ser administrado, o antimicrobiano passa pelos processos farmacocinéticos (absorção, distribuição, metabolismo e 
excreção). 
• Para um fármaco ser eficaz, ele precisa atingir seu local de ação com uma concentração adequada. No caso dos 
antimicrobianos, ele precisa chegar no LOCAL DA INFECÇÃO. 
• Assim, um dos pontos que se deve levar em conta na escolha do antimicrobiano ideal é a capacidade do fármaco de atingir 
o local da infecção em uma concentração adequada. 
• Concentração inibitória mínima: concentração mínima do antibacteriano que é eficaz contra um determinado patógeno 
• O antibacteriano precisa chegar no local da infecção com uma concentração superior à concentração inibitória mínima do 
patógeno capaz para ter efeito, que é chamado de eficácia microbiológica. 
• A eficácia microbiológica ou efeito microbiológico é o resultado final, ou seja, o efeito bacteriostático ou bactericida, a 
depender principalmente do fármaco. 
• Dessa relação farmacocinética e farmacodinâmica, surgem outras classificações de fármacos: 
✓ Eliminação tempo-dependente 
✓ Eliminação concentração-dependente 
✓ Efeito pós-antibiótico 
Terapia antimicrobiana empírica 
• Trata-se do início da terapia antes do conhecimento do patógeno que causa a infecção ou de sua sensibilidade a 
determinado fármaco. Assim, baseia-se na experiência do prescritor. 
• O ideal é que se conheça o patógeno e sua sensibilidade, mas nem sempre isso é possível. Assim, alguns fatores são levados 
em conta para se iniciar uma terapia antimicrobiana empírica: 
✓ Gravidade da infecção (por exemplo, se a infecção está associada a um paciente imunossuprimido) 
✓ Dificuldade de obtenção de diagnóstico clínico confiável 
✓ Ineficiência de testes de eficácia microbiológica 
• Para que a terapia empírica seja feita, alguns pontos são importantes, tais 
como a formulação de um diagnóstico clínico pelo médico e microbiológico 
(que pode ser feito por meio de exames rápidos como coloração de gram) 
afim de se ter uma ideia do possível patógeno gerador da infecção. Feito 
isto, deve-se decidir se é realmente necessária a terapia empírica. 
• Alguns fatores que devem ser avaliados para se iniciar a terapia empírica 
estão no quadro ao lado. Ex.: fatores relacionados à gravidade da doença e 
existência de riscos para a saúde pública caso não se trate o paciente. 
Como escolher o antimicrobiano? 
• Deve-se avaliar: 
✓ Possíveis patógenos mais prováveis causadores da infecção. 
✓ Fatores relacionados ao paciente: idade, sexo, procedência etc. 
✓ Fatore farmacológicos: entender a farmacocinética e farmacodinâmica, pensar na toxicidade do fármaco etc. 
✓ Ponderar sobre a sensibilidade, ou seja, se o a bactéria é sensível ao fármaco em questão. 
Terapia antimicrobiana ideal 
• O ideal é se começar a terapia após o conhecimento do patógeno, ou seja, após: 
✓ Diagnóstico microbiológico 
✓ Avaliação da sensibilidade do microrganismo em questão. 
Avaliação da sensibilidade do microrganismo 
• Deve-se escolher o antimicrobiano baseando-se em vários fatores farmacológicos, tais como a sensibilidade dos 
microrganismos. 
• Para isso, são utilizados testes de sensibilidade da bactéria a antimicrobianos, principalmente por meio da determinação 
da: 
❖ Concentração bactericida mínima (MBC): menor concentração da droga que inibe pelo menos 99,9% do inóculo bacteriano. 
❖ Concentração inibitória mínima (MIC): é o parâmetro mais avaliado e se trata da menor concentração da droga capaz de 
inibir o crescimento das bactérias. Essa concentração mede a potência do antibacteriano, de modo que quanto menor a 
MIC, maior a potência do fármaco e a maior a dificuldade da bactéria em desenvolver resistência. 
 
• A MIC pode ser determinada por várias maneiras: teste de diluição em 
meio líquido de cultura, teste de diluição em placas de ágar e, o mais 
utilizado, o teste de difusão em ágar (Kirby Bauer). 
Teste de difusão em ágar (Kirby Bauer): uma das maneiras de se realizar o 
antibiograma e consiste em: em uma placa com ágar são colocados pequenos 
discos de papel que contêm diferentes antibióticos em concentrações 
decrescentes, formando-se assim um halo de inibição. Após 1 a 2 dias na 
estufa, é possível observar se ouve ou não crescimento a volta do disco. 
Alguns cálculos são feitos e, na ausência de crescimento esperado, diz-se que 
o microrganismo é sensível àquele antibiótico, sendo considerado o mais 
indicado para o tratamento da infecção. A imagem ao lado é um exemplo. 
❖ Fármacos bacteriostáticos: inibem o crescimento bacteriano → MBC 
várias vezes maior do que a MIC, haja vista que para um fármaco 
bacteriostático ser bactericida é necessário uma concentração muito 
alta. Assim, o cálculo da MIC está mais associada a esses fármacos. 
❖ Fármacos bactericidas: têm o efeito de matar uma população bacteriana 
→ MIC = MBC ou MBC até 4x maior do que a MIC. Assim, o cálculo da 
MBC está mais associada a esses fármacos. 
Concentração não tóxica X MIC 
• Ao se administrar uma dose de um determinado fármaco, ele é absorvido e atinge a circulação. Desse modo, haverá uma 
concentração plasmática do fármaco e o ideal é que ela seja não tóxica. 
• Esse fármaco é então distribuído e chega no seu local de ação tecidual e ele deve atingir esse local de ação em uma 
concentração que seja eficaz para que ele tenha o efeito microbiológico (bactericida ou bacteriostático). 
• Assim, a concentração segura e não tóxica de um fármaco precisa ser superior à concentração inibitória mínima para que 
ele possa ser usado com segurança e ser eficaz contra a bactéria. Por exemplo, se um fármaco possui concentração não 
tóxica de 4 mg/ml e a MIC desse fármaco é 2 ml/ml, ele pode ser usado com segurança. Caso fosse o contrário, MIC = 4 
MG/ML E concentração não tóxica = 2, ele não poderia ser usado pois, a dose necessária para exercer seu efeito 
bacteriostático seria tóxica ao ser humano. 
Esquemas de posologias diferentes 
• Ao se analisar uma curva de concentração do fármaco e seu tempo no organismo, 
é possível analisar o ponto em que ele é administrado e vai sendo absorvido, até 
atingir sua concentração plasmática máxima (pico da curva). O fármaco vai sendo, 
então, metabolizado e eliminado do organismo. 
• No gráfico é possível ver uma linha que marca o valor da MIC. 
• Assim sendo, quando a concentração plasmática do fármaco ultrapassa o valor 
da MIC, o fármaco passa a ter eficácia microbiológica. 
• A área sob a curva corresponde à concentração total do fármaco que 
permaneceu no organismo. 
• Ademais, a linha da MIC que fica compreendida dentro da curva corresponde 
ao intervalo de tempo em que o fármaco ficou em uma concentração acima da 
MIC no organismo, ou seja, corresponde ao tempo em que o fármaco exerceu 
sua eficácia microbiológica (tempo sobre a MIC). 
• Assim, um fármaco administrado uma únicavez ao dia (gráfico 1) atinge sua 
concentração máxima uma única vez ao dia, mas essa concentração é maior do 
que se fosse administrada a mesma quantidade de fármaco em doses menores 
mais vezes ao dia (gráfico 2 -> fármaco administrado 3 vezes ao dia). 
• No entanto, o tempo sobre a MIC dele, ou seja, o tempo em que ele ficou em 
uma concentração plasmática maior que a MIC (exercendo sua eficácia 
biológica), é menor do que se o fármaco fosse administrado em doses menores 
mais vezes ao dia. 
• Ou seja (exemplo): 
✓ 1 dose ao dia: pico concentração plasmática maior, porém tempo sob a MIC 
(tempo de eficácia microbiológica) menor. 
✓ 3 doses ao dia: pico de concentração menor, porém tempo sob a MIC (tempo 
de eficácia microbiológica) maior. 
✓ Como a quantidade de fármaco administrada nas situações do gráfico 1 e 2 são a mesma, a área sob a curva é a mesma. 
O esquema posológico mais eficaz depende do tipo de antibacteriano!! 
Fármacos tempo-dependente 
• Sua eficácia está associada ao período de tempo em que a concentração sérica da droga excede a MIC. Assim, deve-se buscar 
uma otimização da duração da exposição. 
• A concentração sérica da droga deve exceder a MIC por 40-50% do intervalo de dosagem. 
• Assim, há uma importância da frequência de administração para a eficácia (quanto maior a frequência de administração, 
mais eficaz o fármaco será). 
• Ex.: β-lactâmicos, macrolídeos e clindamicina. 
Fármacos concentração-dependente 
• Sua eficácia está associada à máxima concentração plasmática que atinge acima da MIC (quanto maior o pico da curva). 
Assim, deve-se buscar uma maximização da concentração no local da infecção. 
• Assim, há uma importância da dose para a eficácia. 
• Efeito pós-antibiótico: fármacos concentração-dependente conseguem exercer efeito terapêutico em concentrações séricas 
inferiores à MIC (mecanismo ainda não bem elucidado). 
• Ex.: aminoglicosídeos, quinolonas, azitromicina, cetolídeos e vancomicina. 
β-lactâmicos 
• Classe de antibacterianos que possuem uma estrutura química denominado anel β-lactâmico e, assim, o mesmo mecanismo 
de ação. 
• Trata-se de uma classe ampla de antibacterianos, sendo subdividida em outras 4 classes: 
✓ Penicilinas 
✓ Cefalosporinas 
✓ Monobactâmico (Aztreonam) 
✓ Carbapenêmicos 
Mecanismo de ação 
• Atuam inibindo a síntese da parede celular bacteriana por meio da inibição da síntese do peptídeoglicano (polímero de 
açúcar que compõe a parede celular de bactérias). Obs.: relembrar estrutura da parede celular e do peptídeoglicano. 
• Para a formação do peptídeoglicano, há primeiramente a polimerização dos constituintes de açúcar e depois há a formação 
de uma ligação cruzada do peptídeoglicano, a qual confere resistência à parede celular bacteriana. 
Formação da ligação cruzada: 
• O polímero glicopeptídico possui uma cadeia de aminoácidos ligado ao ácido n-
acetilmurâmico (NAM). Os dois últimos aminoácidos dessa cadeia são D-alaninas (vide 
imagem). 
• A ligação cruzada ocorre por meio da quebra da ligação das duas última d-alaninas de 
um polímero glicopeptídico, sendo que uma d-alanina é liberada e a outra se une à 
glicina (bolinha azul) da extremidade de um outro polímero glicopeptídico (vide 
imagem). 
• A transpeptidase é a enzima responsável por promover a ligação cruzada, de modo 
que ela reconhece as duas d-alaninas e se liga a elas formando um complexo afim de 
promover a quebra dessa ligação e liberação da última d-alanina. Assim é possível que 
a última glicina de um polímero glicopeptídico se ligue a essa d-alanina que 
permaneceu e complete a ligação cruzada. 
• Os β-lactâmicos são análogos dessa estrutura de 2 d-alaninas, ou seja, ele imita a ligação entre as duas d-alaninas e a enzima 
transpeptidase ao invés de se ligar nas duas d-alaninas do polímero glicopeptídico e permitir a ligação cruzada, acaba se 
ligando nos β-lactâmicos e a ligação cruzada é impedida, o que leva à morte celular. 
• É importante então que as bactérias estejam em fase de crescimento, que é quando elas vão estar sintetizando a parede 
celular para que haja maior efeito desse antibacterianos. 
Passagem dos β-lactâmicos pela parede celular 
• É de fundamental importância que o antibacteriano tenha acesso à enzima transpeptidase que se encontra no espaço 
periplasmático da bactéria situado entre a parede celular e a membrana plasmática da bactéria. Assim, é crucial que 
antibacteriano atravesse a parede celular da bactéria. 
• A parede celular de bactérias gram negativas possuem uma membrana externa e uma camada fina de peptídeoglicano, 
enquanto que as gram positivas não possuem a membrana 
externa e possuem uma camada mais espessa de 
peptídeoglicano. 
• A membrana externa da bactéria gram negativa é uma barreira 
muito importante contra a entrada do antibacteriano, que acaba 
tendo menos acesso à transpeptidase. 
• Assim, a penicilina comum (penicilina g), por exemplo, não tem 
tanto acesso a bactérias gram negativas, pois é hidrofóbica e não 
consegue atravessar de maneira eficiente essa membrana 
externa. Ou seja, as bactérias gram negativas já possuem uma 
certa resistência intrínseca à proteína g. 
• No entanto, fármacos hidrofílicos possuem facilidade maior em 
atravessar essa membrana externa, pois o fármaco poderá passar 
pela membrana externa através das porinas (canais de água). 
Esse fato permitiu que penicilinas mais eficientes contra bactérias gram negativas fossem sintetizadas, tais como a 
amoxicilina e ampicilina, que são fármacos que conseguem atravessar a membrana externa das bactérias gram negativas 
por meio de porinas e chegar às transpeptidases. 
• Assim, duas coisas estão relacionadas com a eficácia das penicilinas: 
✓ Acesso do fármaco às transpeptidases no espaço periplasmático (principal) 
✓ Ligação do fármaco à transpeptidase 
Mecanismos de resistência 
• Existem dois mecanismos bacterianos principais de resistência aos β-lactâmicos (assunto de grande importância clínica). 
❖ Síntese de enzimas que degradam o anel β-lactâmico: as bactérias passam a sintetizar enzimas chamadas β-lactamases, as 
quais clivam o anel β-lactâmico. Forma mais comum de resistência aos β-lactâmicos. Existem diferentes classes de β-
lactamases, como aquelas que clivam o anel β-lactâmico dos carbapenêmicos e são chamadas de carbapenemases 
(Klebsiella pneumoniae). Aquelas que clivam o β-lactâmico das cefalosporinas são chamadas de cefalosporinases 
(enterobactérias). Há também aquelas de aspecto ampliado que inclui a hidrólise de cefalosporinas e monobactâmicos. 
Observe no esquema da página anterior a β-lactamase no espaço periplasmático. 
❖ Alteração da enzima transpeptidase: a bactéria altera sua enzima transpeptidase por mutações de forma que o fármaco não 
consegue se ligar de modo eficiente com ela (sintetiza novas enzimas que tenham menor afinidade com os β-lactâmicos). 
Obs.: MRSA: Staphylococcus aureus resistente à meticilina -> será abordado mais à frente. 
1. Penicilinas 
• As penicilinas são dividas em 3 grupos: penicilinas propriamente ditas, penicilinas antiestafilocócicas e penicilinas de 
espectro ampliado. 
• Ou seja, as penicilinas foram alteradas quimicamente afim de melhorar suas propriedades farmacológicos e sua atividade 
antibacteriana. 
a) Penicilinas propriamente ditas 
• Nesse grupo estão a penicilina G e a penicilina V. 
✓ Penicilina V: mais resistente ao ácido estomacal, podendo ser administrada via oral. 
✓ Penicilina G: administrada via parenteral. 
• A principal atividade dessas penicilinas é contra bactérias gram positivas, haja vista que são mais hidrofóbicas e têm 
dificuldade de acesso às bactérias gram negativas. 
• No entanto, esses fármacos podem atuar contra algumas espécies de Neisseria, que são diplococos gram negativas. 
• Com o tempo, as bactérias criaram mecanismos de resistência contra essas formas por meio da síntese de β-lactamases que 
degradam o anel β-lactâmico. 
• Assim, essesfármacos são eficazes contra anaeróbios não produtores de β-lactamases e espiroquetas (Treponema e 
Leptospira). 
b) Penicilinas antiestafilocócicas 
• Para tentar reverter esse quadro de resistência desenvolvido pelas bactérias, foram sintetizadas penicilinas 
antiestafilocócicas, pois as primeiras bactérias que começaram a produzir as β-lactamases foram os Staphylococcus aureus. 
• Possuem um espectro de ação semelhante ao das penicilinas tradicionais, ou seja, são eficazes principalmente contra 
bactérias gram positivas, no entanto são resistentes à β-lactamases dos staphylococcus. Como também são hidrofóbicas, 
também possuem pouca ação sobre bactérias gram negativas. Um exemplo dessa classe de fármacos é a meticilina. 
MRSA: Staphylococcus aureus resistente à meticilina 
• Após a introdução das penicilinas antiestafilocócicas no mercado, as bactérias começaram a produzir outra forma de 
resistência por meio da alteração da enzima transpeptidase. Por meio de mutações, as bactérias passaram a sintetizar 
enzimas transpeptidase com menor afinidade aos β-lactâmicos. 
c) Penicilinas de espectro ampliado 
• Foram então sintetizadas as penicilinas de amplo espectro, pois agem tanto contra bactérias gram positivas, quanto gram 
negativas. 
• São mais hidrofílicas pois são adicionadas cargas a eles e, dessa forma, possuem maior difusão pelos canais de porinas. 
• Ou seja, por possuírem carga positiva ou negativa, é possível uma maior difusão pelas porinas e maior acesso às bactérias 
gram negativas. 
• Assim, além de possuírem ação contra as gram positivas por serem da classe das penicilinas e possuírem o anel β-lactâmico, 
elas também possuem ação sobre gram negativas. 
Aminopenicilinas: abrangem a ampicilina e a amoxicilina e são fármacos com carga positiva em sua estrutura. Ponto negativo: 
são sensíveis às β-lactamases, ou seja, β-lactamases degradam as aminopenicilinas. 
Carboxipenicilinas: abrangem a carbenicilina e ticarcilina e são fármacos com carga negativa em sua estrutura, sendo que essa 
carga negativa confere resistência a alguns tipos β-lactamases 
Ureidopenicilinas: abrange a piperacilina e são fármacos que possuem tanto carga negativa, quanto carga positiva em sua 
estrutura, possuindo assim maior difusão por porinas e maior penetração em bactérias gram negativas. 
• Como essas penicilinas de espectro ampliado são sensíveis às β-lactamases, os laboratórios sintetizaram fármacos que 
conseguem inibir as β-lactamases e associaram os dois fármacos (ex.: associar amoxicilina a um outro fármaco que inibe a 
β-lactamase). Com essa associação, é possível a utilização desse fármaco contra bactérias produtoras de β-lactamase. 
Algumas associações são: 
✓ Amoxicilina + clavulanato 
✓ Ampicilina + sulbactam 
✓ Ticarciclina + clavulanato 
✓ Piperaciclina + tazobactam 
Reações adversas: 
• Diversas são as reações adversas aos β-
lactâmicos: 
✓ Reações de hipersensibilidade (principal 
reação adversa), com risco de anafilaxia 
com choque anafilático e doença do 
soro. 
✓ Alteração da microbiota do TGI, o que pode levar a náuseas, diarreia e vômitos. 
✓ Há possibilidade de enterocolite pseudomembranosa, que seria uma superinfecção por Clostridium difficile. 
2. Cefalosporinas 
• Essa classe de β-lactâmicos possui o mesmo mecanismo de ação das ampicilinas (que é comum a todos β-lactâmicos), que 
é por meio da inibição da transpeptidase e, consequentemente, inibindo a ligação cruzada. 
• São classificadas em gerações, sendo que o que muda de uma geração para outra é o espectro de ação. 
Primeira geração: são mais efetivas contra bactérias gram positivas, o que inclui Staphylococcus aureus, estreptococos etc. 
Não são tão eficazes no tratamento de meningite, por exemplo, pois possuem baixa penetração na barreira hematoencefálica. 
Ex.: cefalexina. 
Segunda geração: possuem uma atividade um pouco melhor contra gram negativos (ex.: Haemophilus influenza) e uma menor 
atividade contra gram positivos. Ex.: cefoxitina. 
Terceira geração: são mais eficazes contra gram negativas e algumas β-lactamase Ex.: ceftriaxona. A ceftriaxona tem utilidade 
na meningite pois, além de possuir boa penetração na barreira hematoencefálica, ainda age contra Streptococcus pneumoniae, 
Haemophilus influenza e N. meningitidis. 
Quarta geração: possuem espectro ampliado tanto para gram positivas, quanto para gram negativas, além de possuírem 
resistência às β-lactamases. A maior diferença entre as cefalosporina de terceira e quarta geração, é que as de quarta geração 
possuem maior atividade contra enterobactérias e Pseudomonas aeruginosas. Ex.: cefepima. 
Qquinta geração: mais recente, ela vai mandar um material sobre. Ex.: ceftobiprole. 
3. Monobactâmico 
• O único Monobactâmico disponível é o Aztreonam, que possui um uso mais limitado devido à origem de resistência contra 
ele. E pode ser administrado via IM ou IV. 
• Ativo contra bactérias gram negativas e ineficaz contra bactérias gram positivas e anaeróbios. 
• Eficaz contra Pseudomonas aeruginosas. 
• Eficaz em pacientes com alergia à penicilina e com infecção por gram negativos resistentes. 
• Bactérias produtoras de β-lactamases de espectro ampliado são resistentes. 
4. Carbapenêmicos 
• São fármacos cuja principal característica é seu amplo espectro de ação e 
possuem uma boa penetração na maioria dos sítios de ação. 
• São ineficazes contra o Staphylococcus resistente à meticilina. 
• Exemplos: ertapeném, imipeném e meropeném. 
• O imipeném é associado à cilastatina: o imipeném é degradado por uma 
enzima localizada no rim e, por isso, ele é associado à cilastatina, que impede a degradação do imipeném. 
Vancomicina 
• Trata-se de um glicopeptídico. Assim como os β-lactâmicos, atua sobre a síntese da parede celular bacteriana, porém não 
atua sobre a síntese da ligação cruzada como fazem os β-lactâmicos. A vancomicina atua na etapa de polimerização do 
peptídeoglicano. 
Mecanismo de ação 
• Para a síntese do peptídeoglicano é necessário que haja a polimerização, que é a união dos açúcares (ácido acetilmurâmico 
à n-acetilglicosamina). Após a polimerização, há a formação da ligação cruzada. 
• A transglicosilase é a enzima que promove a polimerização do peptídeoglicano e é o alvo de ação da vancomicina, haja vista 
que esse fármaco inibe as transglicosilases, o que inibe a formação do peptídeoglicano, o que culmina em prejuízo da síntese 
da parede celular. 
• A vancomicina também reconhece e se ligas às duas alaninas terminais da cadeia de aminoácidos do peptídeoglicano e por 
meio disso inibe as transglicosilases. 
• A estrutura química da vancomicina é grande e complexa, o que a impede de atravessar a membrana externa das bactérias 
gram negativas. Ou seja, ela não possui utilidade contra bactérias gram negativas. 
• UTILIDADES CLÍNICAS: É utilizada em casos de infecções por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina, ou seja, em 
endocardites causadas por esse patógeno e em sepse. 
Mecanismos de resistência 
• Ocorrem por meio de transferência de fenótipos de resistência entre enterococos e outras bactérias gram positivas. 
• Como a vancomicina se liga às duas alaninas terminais, as bactérias podem se tornar resistentes quando elas modificam um 
desses aminoácidos terminais. Ou seja, ao invés de possui duas d-alaninas terminais, elas fazem com que o último 
aminoácido seja o d-lactato. Para a bactéria, isso não faz diferença durante a síntese do peptídeoglicano, porém reduz a 
afinidade da vancomicina com essas estruturas. Assim, a vancomicina não consegue mais se ligar e, consquentemente, ela 
não inibe a transglicosilase. 
• Nem sempre uma das d alaninas vai ser substituída pelo d-lactato, sendo que em outros padrões de mutação ela pode ser 
substituída por outros aminoácidos. Assim, esses fenótipos mutantes podem variar e recebem diferente nomenclaturas, 
como VanA, VanB, VanC e VanD. 
ERV: enterococos resistentes à vancomicina 
• Os enterococossão os principais tipos bacterianos que desenvolvem essa resistência à vancomicina. 
• O grande problema é justamente a resistência do Staphylococcus aureus à vancomicina, pois os enterococos resistentes à 
vancomicina podem transmitir essa resistência aos staphylococcus aureus. Assim, inicialmente as vancomicinas eram formas 
de tratamento alternativas aos Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA). Porém, com a passagem de 
resistência dos VER para os MRSA, os Staphylococcus podem se tornar não só resistentes à meticilina, mas também à 
vancomicina. 
• Mais à frente veremos que a linezolida é uma terapia alternativa para infecções por MRSA refratárias à vancomicina. 
Farmacocinética 
• Por possuir uma estrutura grande, a vancomicina possui baixa absorção via oral, de modo que ela atua mais localmente no 
TGI e não possui grande distribuição sistêmica se administrada via oral. Assim, a vancomicina pode ser usada para infecções 
locais do TGI se administrada via oral como por exemplo na enterocolite causada pelo Clostridium difficile. Assim, um dos 
efeitos adversos do uso de alguns antibacterianos é uma superinfecção por Clostridium difficile. 
• A administração parenteral é feita pela infusão IV e a vancomicina não possui uma bora distribuição pelo líquido 
cefalorraquidiano. Assim, em usos como meningite não se existe garantias de haverá uma boa concentração do fármaco e, 
assim, seu uso precisa ser avaliado nesses casos. 
• Possui eliminação renal por filtração glomerular e, assim, em casos de comprometimento renal demandam ajustes de dose. 
Efeitos adversos 
• Estão relacionados principalmente com a velocidade de infusão intravenosa da vancomicina (quanto maior a velocidade de 
infusão, maior a chance). 
• Inclui: hipotensão, síndrome do homem vermelho, urticária, ototoxicidade, eritema, flebite etc. 
Tetraciclinas 
• Atuam sobre a síntese de proteínas bacterianas. são antibacterianos bastante antigos e possuem uma característica química, 
sendo que possuem 4 anéis fundidos (anéis A, B, C, D). 
• As substituições desse anel levam às varias tipos de fármacos tetraciclinas: primeira, segunda e terceira geração. Essas 
substituições vão melhorando principalmente o espectro antimicrobiano desses fármacos, ou seja, vão tendo maior 
potência antimicrobiana. As tetraciclinas de terceira geração (tigeciclina é o protótipo) são também chamadas de 
glicilciclinas e possuem maior potencia antibacteriana. 
Mecanismo de ação 
• As tetraciclinas são inibidoras da síntese proteica bacteriana 
(relembrar), de modo que elas se ligam à subunidade 30S do 
ribossomo bacteriano no local “A”, que é de aceptor, ou seja, que 
receberia o RNA transportador que está trazendo o aminoácido a ser 
incorporado na cadeia peptídica em crescimento. 
• Existe um outro local P, que não é afetado pela tetraciclina e que é 
onde ocorre adição e síntese do peptídeoglicano que teria recebido 
no local A. 
• Como a tetraciclina se liga local A, o aminoácido que está sendo 
transportado pelo RNA transportador não consegue se ligar ao 
ribossomo, o que prejudica a síntese proteica, haja vista que a cadeia 
peptídica que está sendo sintetizada teria que ser integrada ao 
aminoácido transportado ao local A. 
• As tetraciclinas atravessam a membrana das bactérias por transporte ativo, ou seja, é como se fossem bombeadas para 
dentro da bactéria e se acumulam em seu interior. Esse acúmulo no interior das bactérias é o que explica a seletividade 
desses antibacterianos. 
• A tigeciclina é uma tetraciclina de terceira geração que possui maior atividade antibacteriano, pois possui maior afinidade 
de ligação no ribossomo, assim como possui uma maior atividade inibitória de bactérias (tanto gram positivas, como gram 
negativas). Assim, a sua concentração inibitória mínima é menor quando comprada às outras gerações. 
Mecanismos de resistência 
• São basicamente 4 mecanismos de resistência às tetraciclinas. 
• Bombas de efluxo: são bombas que jogam o antibacteriano para fora da bactéria, ou seja, promovem seu efluxo. 
• Proteção ribossomal: como as tetraciclinas se ligam à subunidade 30S dos ribossomos, as bactérias passam a proteger essa 
região como por exemplo com a ligação de algum grupamento químico a essa porção bacteriana de modo a impedir a ligação 
do antibacteriano. 
• Codificação de enzimas que degradam as tetraciclinas: genes que codificam monooxigenases. 
• Mutações na subunidade 30S que promovem redução da afinidade das tetraciclinas ao seu local de ação. 
Farmacocinética 
• Uma das características farmacocinéticas importantes das tetraciclinas é a quelação (interação) com cátions divalentes e 
trivalentes (ex.: alumínio, cálcio, ferro etc.). Ou seja, quando elas são administradas via oral na presença desses cátions, ela 
possui uma absorção bastante reduzida. 
• Dessa forma, quando esta droga é administrada de estômago vazio é possível atingir um pico plasmático antes de 5h de 
administração. Na presença de antiácidos contendo alumínio, de leite (cálcio) etc., há uma grande na concentração 
plasmática da tetraciclina. 
• Além disso, as tetraciclinas conseguem se depositar em ossos e dentes em crescimento devido a essa interação que possui 
com cátions sendo, assim, contraindicada para crianças e gestantes. 
Usos clínicos 
• A indicação clínica de um antibacteriano se deve ao seu espectro antibacteriano. 
• As tetraciclinas de um modo geral são eficazes em infecções por riquétsias, leptospirose, doença de Lyme etc. 
• Possuem excelente atividade contra estafilococos, inclusive MRSA (principalmente em infecções cutâneas). 
• Tetraciclina ou doxiciclina: podem ser utilizadas em esquemas de associação para Helicobater pylori. 
• Doses baixas de tetraciclinas são utilizadas no tratamento da acne. 
Doxiciclina: 
• A doxiciclina é uma tetraciclina de segunda geração e é eficaz contra infecções por clamídias, assim é utilizada no 
linfogranuloma venéreo causado pela Clamídia trachomatis. 
• Ademais, a doxiciclina é eficaz no tratamento empírico da pneumonia adquirida na comunidade, de modo que podem ser 
utilizadas em infecções respiratórias causados por Haemophilus influenza, Streptococcus pneumoniae, Clamídia 
pneumoniae, Mycoplasma pneumoniae, ou seja, na pneumonia adquirida na comunidade. 
Tigeciclina: 
• É uma tetraciclina de terceira geração e é utilizada em infecções cutâneas e de tecidos moles. 
Efeitos adversos 
• Possuem vários efeitos colaterais, sendo um dos principais os distúrbios gastrointestinais. 
• Por se acumularem em dentes podem causar descoloração e displasia do esmalte. 
• Algumas tetraciclinas são associadas com hepatotoxicidade e também com fotossensibilidade após a exposição à radiação 
UV. 
Macrolídeos 
• Assim como as tetraciclinas, são inibidores da síntese proteica. A eritromicina é um exemplo de macrolídeos e foi obtida 
através da Streptomyces erythraeus em 1952. Após a obtenção da eritromicina, alguns derivados semissintéticos da 
eritromicina foram obtidos (claritromicina e azitromicina). 
• Exemplos: eritromicina, claritromicina, azitromicina, espiramicina, roxitromicina e diritromicina. 
Mecanismo de ação 
• Também são fármacos inibidores da síntese proteica, mas, diferentemente 
das tetraciclinas, eles se ligam à subunidade 50S do ribossomo bacteriano. 
• Como dito anteriormente, o local A (local aceptor) é o local que recebe o 
RNA transportador que transporta o aminoácido. A cadeia polipeptídica em 
formação que se encontrava no local P é adicionada ao aminoácido recém 
chegado por ligação peptídica. Depois dessa adição, todo o complexo 
formado se desloca do local A para o local P, o que faz com que o local esteja 
novamente disponível para a chegada de outro aminoácido. 
• Ao se ligar na subunidade 50S, o macrolídeo inibe o deslocamento desse 
polipeptídio em construção do local A para o local P, de forma que o local A 
não fica disponível para a chegada deoutro aminoácido, o que resulta na 
inibição da síntese proteica. 
Farmacocinética 
Eritromicina: 
• A eritromicina é inativada pelo suco gástrico e, assim, deve ser usada na forma de comprimidos de revestimento entérico e 
os alimentos podem retardar a absorção. Alguns ésteres de eritromicina (como o estolato) melhoram a resistência ao ácido 
e diminuem a interação com alimentos. 
• Possuem pouca distribuição para o SNC e atravessam a placenta e é encontrado no leite materno. 
• Possui meia vida curta, de 1,6h. 
Azitromicina 
• Rápida absorção oral e possui uma absorção oral melhor comparada à eritromicina. 
• Possui ampla distribuição pelos tecidos e lenta eliminação, de modo que possui meia vida de 3 dias. Possui penetração 
intracelular. No entanto, possui penetração pobre na barreira hematoencefálica. 
• Essa meia vida longa permite que a azitromicina seja administrada em dose única. 
Claritromicina: 
• Assim como a azitromicina possui rápida absorção oral (maior que a eritromicina). 
• Meia vida de 4 a 6h. 
Efeitos adversos 
• Principalmente reações de hipersensibilidade. 
• Raramente pode ocorrer uma colestática aguda (com eritromicina). 
• Distúrbios gastrointestinais, haja vista que a eritromicina atua como procinético!!! Ou seja, esse fármaco aumenta a 
motilidade do TGI, haja vista que atua em receptores de motilina. Assim, pode causar diarreia, náuseas, vômitos e anorexia. 
Esses efeitos são menos comuns com a claritromicina e a azitromicina. 
• A eritromicina e a claritromicina são inibidores de uma isoforma de enzimas do citocromo p450, que é a CYP3A4 e isso faz 
com que elas tenham série de interações medicamentosas. Assim, outros fármacos que são metabolizados por esse conjunto 
de enzimas serão mais biodisponíveis, o que pode causar toxicidade. 
Usos clínicos 
Eritromicina: 
• Difteria (Corynebacterium diphtheriae) → inflamação de amígdalas, laringe e nariz. 
• Coqueluche (Boredetella pertussis) → infecção respiratória com tosse paroxística (tosse súbita incontrolável, rapida e curta). 
Azitromicina 
• Legionelose (Legionella pneumophila) → infecção respiratória 
• Infecções genitais (Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae) 
Claritromicina: 
• Faz parte do esquema de tratamento H. pylori → omeprazol, amoxicilina e claritromicina. 
Clindamicina 
Mecanismo de ação 
• Assim como os macrolídeos, se liga à unidade 50S do ribossomo bacteriano, sendo que o local de ligação não é o mesmo, 
mas é muito próximo. Assim, a clindamicina e os macrolídeos podem até interagir entre si, de modo que um pode diminuir 
a ligação do outro ao ribossomo. 
• Assim, a clindamicina também atua inibindo a formação das ligações peptídicas, ou seja, inibindo a síntese de proteínas pela 
bactéria. 
• O mecanismo de resistência também é semelhante ao das bactérias. 
Mecanismos de resistência 
• Pode ocorrer mutação do local no ribossomo de modo a diminuir a afinidade do fármaco a esse local ou modificação desse 
local por ação de enzimas metilases e inativação enzimática. 
Usos clínicos 
• Infecções graves causadas por coco gram-positivos, bactérias anaeróbias. Possui ótima distribuição pelo tecido ósseo e, 
assim é usada na osteomielite estafilocócica. Possui baixa penetração no SNC. 
Efeitos adversos 
• Diarreia é um dos principais efeitos adversos (colite pseudomembranosa), erupções cutâneas, síndrome de Stevens-Johnson 
(que é a formação eritema na pele), reações anafiláticas, granulocitopenia, trombocitopenia, esofagite (ingestão de água 
para evitar retenção na mucosa esofágica). 
 
Sulfonamidas 
• Trata-se de uma das mais antigas classes de antibacterianos e é bastante diferenciada. São derivados da sufanilamida, que 
possui 2 porções amino e são essenciais à atividade antibacteriana. 
• As substituições no grupamento amino aumentam a potência do fármaco e alteram as propriedades farmacológicas. 
Exemplos: sulfadiazina, sulfisoxazol, sulfametoxazol, sulfacetamida etc. 
Mecanismo de ação 
• O mecanismo de ação das sulfonamidas é a inibição da síntese do ácido 
fólico. Assim, algumas bactérias não conseguem utilizar o ácido fólico pré 
formado e precisam sintetizar o seu próprio folato. Para isso, promovem 
uma serie de reação que começam com o PABA (ácido para-aminobenzoico) 
e terminam no folato. 
• Assim, primeira etapa da síntese do ácido fólico envolve o PABA, que por 
ação da di-hidropteroato sintase origina o ácido di-hidropteroico, que por 
sua vez irá formar o ácido di-hidrofólico, que por ação da di-hidrofolato 
redutase irá formar o folato, que é o ácido tetra-hidrofólico (vide imagem). 
• As sulfonamidas possuem estrutura semelhante ao PABA (ácido para-
aminobenzoico) e atuam na primeira etapa de síntese do ácido, ou seja, na 
conversão do PABA em ácido di-hidropteroico, haja vista que inibem a 
enzima di-hidropteroato sintase Por possuir estrutura análoga ao PABA, as sulfonamidas conseguem interagir com essa 
enzima e inibi-la por meio de uma inibição competitiva com o PABA. 
• Assim, é necessário que as bactérias precisem sintetizar o acido fólico para serem suscetíveis ao fármaco, ou seja, aquelas 
que não precisa sintetizar seu acido fólico e conseguem usar o acido folico pré formado não são suscetíveis a esse fármaco. 
• NOTA: nessa via de síntese, a última etapa, que envolve a di-hidrofolato redutase, pode ser inibida por um outro fármaco 
trimetoprima, QUE NÃO É UMA SULFONAMIDA, mas que pode ser associada a uma sulfonamida, pois esses fármacos 
apresentam sinergismo. Assim, quando se associa uma sulfonamida com a trimetoprima, ocorre a inibição da primeira e 
etapas da via síntese de folato e a eficácia da combinação é maior que se usando um fármaco isolado. 
Mecanismos de resistência 
• São encontrados pelo menos 4 mecanismos de resistência às sulfonamidas: 
1. Bombas de efluxo: promovem o efluxo do fármaco. 
2. Alteração da enzima di-hidropteroato sintase, o que diminui a alteração do fármaco por ela. 
3. Produção aumentada de PABA, haja vista que o fármaco atua por meio de uma inibição competitiva. Assim, aumentando-
se a produção de PABA, ele compete com o fármaco pela enzima (como está em maior concertação, o fármaco não inibe a 
enzima com a mesma eficiência). 
4. As bactérias podem, ainda, desenvolver rotas alternativas para a síntese de folato e produzir o folato de formas diferentes 
das anteriormente citadas. Isso faz com que o fármaco não tenha eficácia alguma. 
Usos clínicos 
• Útil contra algumas espécies de estreptococos (S. pyogenes e S. pneumoniae) 
• Toxoplasmose 
• Chlamydia trachomatis 
• Nocardiose -> algumas espécies de Nocardia são suscetíveis. 
• A maioria das cepas de Neisseria meningitidis é resistente. 
Farmacocinética 
• Possuem rápida absorção oral e boa distribuição. 
• A sulfonamidas podem ser classificadas de acordo com sua 
duração, que depende da velocidade de absorção e da 
velocidade de excreção. Assim, quanto mais rapidamente 
elas são absorvidas e excretadas, menor é a meia vida e mais 
curta é a sua ação (vide imagem). 
• A sulfacetamida (uso tópico) possui boa penetração no tecido ocular e a sulfadiazina de prata (uso tópico) que é utilizado 
por exemplo para evitar infecções em queimaduras. Nesse caso, há tanta ação da sulfadiazina (antimicrobiano), quanto da 
prata, que também possui ação antibacteriana. 
Efeitos adversos 
• Maioria dos efeitos adversos estão ligados a reações de hipersensibilidade (urticária, prurido, febre, mal-estar). 
• Síndrome de Stevens-Johnson (eritema). 
• Anemia hemolítica/aplásica, com redução das funções da medula óssea, o que pode culminar em granulocitopenia e 
trombocitopenia. 
• Grave em RN: icterícia em RN, haja vista que esses fármacos deslocam a bilirrubina ligada à albumina, de modo a deslocar 
a bilirrubina para a forma livre, ou seja, compete pela ligação com a albumina. Essa albumina livre penetra no SNC e pode 
causar querníquera, que é uma lesão grave do SNC(tipo de encefalopatia que pode ser irreversível quando ocorre no RN). 
Aminoglicosídeos 
• Esses fármacos recebem esse nome por conta da sua estrutura química, haja vista que são aminoaçúcares unido por ligações 
glicosídicas. 
• Essa estrutura química fazem com que esses fármacos possuam elevado polaridade, haja vista que são policátions. Isso faz 
com que esses fármacos não sejam absorvidas via oral. Além, disso, essa polaridade faz com que esses fármacos possuam 
uma distribuição ruim (e consequentemente concentrações inadequadas no líquido cefalorraquidiano) e uma rápida 
excreção renal. 
• São ativos principalmente contra bactérias gram negativas. 
• Possuem alta toxicidade, principalmente nefrotoxicidade e ototoxicidade. 
• Exemplos: gentamicina, estreptomicina. 
Mecanismo de ação 
• Possui mecanismo de ação bastante complexo de inibição da síntese proteica bacteriana. Se ligam à unidade 30S do 
ribossomo bacteriano e, uma vez ali ligado, eles bloqueiam o inicia da síntese de proteína, de modo que fazem que todo 
esse complexo ribossômico fique fixado no códon de iniciação e a síntese não prossegue. 
• No entanto, caso a síntese prossiga, esses fármacos atuam, ainda, de 2 outras formas: 
✓ Fazem com que aminoácidos incorretos sejam incorporados à cadeia peptídica em formação, o que bloqueia a sintese 
proteica. 
✓ Promovem um termino prematura da síntese proteica. 
• Assim, seja fixando a estrutura ribossômica no códon de iniciação ou seja por meio de leituras do RNA mensageiro, os 
aminoglicosídeos são inibidores da síntese proteica. 
Mecanismos de resistência 
• O principal mecanismo de resistência aos aminoglicosídeos é através de enzimas mediadas por plasmídeos que podem se 
ligar ou no grupamento amino ou no grupamento hidroxila do fármaco de modo a inativa-lo, haja vista que alteram a sua 
estrutura química e, assim, os aminoglicosídeos não conseguem mais se ligar à unidade 30S ribossômica. 
Usos clínicos 
• Possuem espectro contra bactérias gram negativas aeróbias (exemplo não imagem). 
• Possuem pouca atividade contra bactérias gram positivas e anaeróbicas ou facultativas. Também são pouco eficazes em 
situações anaeróbicas, ou seja, em que há pouco oxigênio (exemplo: abcessos). 
• A sensibilidade das bactérias aos aminoglicosídeos é variável. 
Farmacocinética 
• Quando administrados via oral possuem baixa absorção e sua biodisponibilidade é menor, haja vista que são cátions 
altamente polares. Assim, sua administração pode ser via parenteral. 
• Seu efeito bactericida é tanto dependente do tempo de atuação, quanto da concentração plasmática e possuem efeito pós-
antibiótico, que é o efeito em que o fármaco permanece com atividade terapêutica mesmo quando sua concentração cai 
abaixo da MIC (retomar conceitos da primeira aula). 
• Como sua distribuição é ruim devido a sua alta polaridade, possuem baixa penetração celular, nos olhos, no SNC, no tecido 
adiposo (o que é clinicamente importante em pacientes obesos) etc. 
• Sua excreção ocorre principalmente por filtração glomerular, assim é necessário que haja redução da dose em pacientes 
com comprometimento da função renal para evitar toxicidade. 
Efeitos adversos 
• Esses fármacos possuem nefrotoxicidade e ototoxicidade. 
• A ototoxicidade está relacionada com a destruição das células pilosas com alterações no aparelho vestibular, ou seja, há 
destruição progressiva das células sensoriais vestibulares e cocleares. Assim, no início dos sintomas há vertigem e perda de 
equilíbrio e/ou zumbido. A ototoxicidade é um efeito adverso relativamente comum dos aminoglicosídeos e, assim, é 
necessário estar atento aos sintomas iniciais citados. Desse modo, há rico em se associar a outros fármacos otológicos 
(cisplatina, diuréticos de alça etc.). 
• A nefrotoxicidade se dá pelo acúmulo desse fármaco no rim, principalmente nas células tubulares proximais. assim, eventos 
inflamatórios e que envolvem a formação de espécies reativas de oxigênio levam a lesão das células tubulares) renais e 
consequente disfunção glomerular. 
• Ademais, esses fármacos podem causar um bloqueio neuromuscular levar a formas de paralisia. Na junção neuromuscular 
há um neurônio que libera acetilcolina e um outro que possui receptores nicotínicos que são sensíveis a essa acetilcolina 
liberada e induz a contração muscular. Os aminoglicosídeos podem tanto inibir a liberação da acetilcolina, quanto reduzir a 
sensibilidade dos receptores nicotínicos à acatilcolina, o que culmina no bloqueio neuromuscular. Assim, pacientes que 
possuem miastenia gravis, ou seja, que já possuem defeitos nos receptores de acetilcolina, são mais suscetíveis a esse 
bloqueio neuromuscular. 
Usos clínicos 
• Como os aminoglicosídeos são bastante tóxicos, eles devem ser reservados a infecções em que outros fármacos mais 
seguros e também eficazes não podem ser utilizados. Assim, seu uso é limitado em casos de infecções potencialmente fatais 
ou quando outro fármaco mais seguro e eficaz está contraindicado ou é menos eficaz. 
• Esses fármacos podem ser associados com B-lactâmicos, sendo que essa associação leva a benefícios: 
✓ Expansão do espectro antimicrobiano (haja vista que aminoglicosídeos têm pouca efetividade contra gram positivos, 
enquanto que o b-lactâmicos são efetivos contra patógenos gram positivos. 
✓ Sinergismo, ou seja, há o efeito tanto do b-lactâmico quanto do aminoglicosídeo, o que potencializa o efeito 
antibacteriano pois mecanismos de inibição bacteriana diferentes são associados. 
✓ Prevenção de resistência, de modo que a associação faz com que as bactérias desenvolvam menos resistência quando 
comparado ao uso individual desses fármacos. 
Gentamicina 
• ITU 
• Pneumonia 
• Meningite 
• Sepse 
• Peritonite associada à dialise peritoneal 
• Endocardite bacteriana 
• Aplicações tópicas 
Cloranfenicol 
• Também é bastante tóxico e deve ser utilizado em infecções graves e potencialmente fatais que não podem receber 
fármacos mais seguros. Trata-se de um fármaco obtido da Streptomyces venezuelae. 
Efeitos adversos 
• São fármacos que afetam as mitocôndrias das células eucarióticas, de modo a inibir a peptidiltransferase mitocondrial, que 
é o mecanismo que justifica a alta toxicidade desse fármaco. 
• Isso ocorre pois existe uma semelhança entre os ribossomos bacterianos e mitocondriais. 
• Esse efeito nas mitocôndrias faz com que esse fármaco possua alto potencial de causar efeitos adversos graves relacionados 
com discarasias sanguíneas, como anemia, leucopenia e trombocitopenia → efeitos adversos relacionados à dose → 30% 
dos casos 
• Há também risco de anemia aplásica não relacionada à dose (reação idiossincrásica) e é potencialmente fatal → 70% dos 
casos 
• Ademais, reações de hipersensibilidade são comuns. 
• OU SEJA: a terapia com cloranfenicol deve limitar-se a infecções nas quais os benefícios do fármaco superam os riscos devido 
à sua alta toxicidade potencial, sendo que fármacos mais seguros devem ser preferidos. 
Mecanismo de ação 
• São fármacos inibidores da síntese proteica e se ligam à subunidade 50S do ribossomo bacteriano e impede a formação da 
ligação peptídica, ou seja, impede a transpeptidação, o que inibe a síntese proteica. 
Mecanismos de resistência 
• O principal mecanismo de resistência ao cloranfenicol é por meio de acetilação, sendo que a acetiltransferase bacteriana 
promove a formação do cloranfenicol acetilado, o que faz com que esses fármacos percam a afinidade pela unidade 50S. 
Farmacocinética 
• Pode ser administrada na forma de succinato de cloranfenicol, que é hidrolisado por enzimas esterases, ou seja, essas 
enzimas “tiram” o succinato e liberam o cloranfenicol. 
• O succinato de cloranfenicol é depurado no rim e, depois que o succinato é liberado, ele possui metabolizado no fígado a 
glicuronídeo. 
• Ao contrario dos aminoglicosídeos que são polares e possuem baixa absorção e distribuição, o cloranfenicol éaltamente 
lipossolúvel e possui ampla distribuição, inclusive para o SNC. 
• RNs possuem função renal e atividade de esterases reduzidas e assim esse fármaco pode ser toxico a recém nascidos. 
Síndrome do bebê cinzento 
• Devido à imaturidade hepática de esterases do RN, a administração do cloranfenicol pode desencadear uma série de efeitos 
colaterais, tais como: vômitos, distensão abdominal, fezes moles e esverdeadas, recusa em mamar, respiração irregular e 
períodos de cianose. 
• A imaturidade hepática dos RN faz com que a meia vida desse fármaco (de cerca de 4h em adultos) seja de 3 a 5 vezes maior 
nos RN. 
• Os adultos podem ter uma síndrome semelhante à essa síndrome dos RN. 
Usos clínicos 
• Por poder atingir o SNC em altas concentrações, pode ser associado com a ampicilina no tratamento de meningite causada 
por meningococo, pneumococo e Haemophilus influenza. 
• São uteis na febre tifoide e paratifoide, sífilis, doença de Lyme, peste (alternativa ao tratamento), assim como nas doenças 
causadas por riquétsias. 
Quinolonas 
• O primeiro exemplo da classe foi o ácido nalidíxico, que possui espectro bastante limitado e uso limitado em ITUs. No 
entanto, a partir deste fármaco surgiram análogos com flúor, de modo a originar as fluoroquinolonas, o que melhorou o 
espectro antibacteriano. 
• Assim, as quinolonas de primeira geração comportam o ácido 
nalidíxico enquanto as de segunda e terceira geração 
comportam as fluoroquinolonas 
• A terceira geração possui espectro contra gram positivos 
melhor que os de segunda (vide imagem). 
• Exemplos: ciprofloxacino (segunda geração) e levofloxacino (terceira geração). 
Mecanismo de ação 
• Atuam no DNA. Assim, há 2 enzimas que são alvos das quinolonas, sendo uma delas a DNA-girase e a outra a topoisomerase 
IV. Em bactérias gram positivas o principal alvo das quinolonas é o a topoisomerase IV e em bactérias gram negativas é 
principalmente a DNA-girase. 
❖ DNA-girase: para que o DNA seja duplicado, ele precisa de um 
relaxamento, haja vista que ele está em uma forma altamente 
espiralada. Assim, a DNA-girase promove um relaxamento desse DNA 
para que ele possa sofrer a ação de enzimas para que, então, ele possa 
ser replicado. Como as quinolonas inibem a DNA-girase, elas impedem 
esse relaxamento do DNA super espiralado, e dificultam o processo de 
replicação. 
❖ Topoisomerase IV: depois que o DNA é replicado, há os cromossomos 
concatenados (um grudado no outro). A topoisomerase IV promove a 
separação do DNA cromossômico replicado para que ocorra a divisão 
células. Assim, as quinolonas inibem a topoisomerase IV e impedem o 
processo de separação do DNA cromossômico. 
Farmacocinética 
• As quinolonas possuem boa absorção oral. No entanto, a presença de alimentos e de presença de cátions divalentes como 
(antiácidos) e trivalentes (leite com cálcio por exemplo) podem diminuir a absorção. 
• Assim recomenda-se um prazo de 2 horas entre a administração do fármaco e uso de antiácidos que contenham esses 
cátions ou alimentos. 
• Podem também ser administradas via parenteral. 
Efeitos adversos 
• Artropatia e lesão da cartilagem em crescimento, ou seja, quinolonas devem ser evitadas em pacientes menores de 18 anos. 
• Algumas quinolonas podem causar prolongamento do intervalo QT, o que pode aumentar o risco de torsades de points 
(levofloxacino, gatifloxacino, gemifloxacino e moxifloxacino). Assim, esses fármacos devem ser utilizados com cautela em 
pacientes que tenham arritmias ou que fazem uso de antiarrítmicos. 
• Outros possíveis efeitos são diarreia, náuseas, cefaleia, tontura e nefrotoxicidade. 
Usos clínicos 
Primeira geração (ácido nalidíxico) 
• Possuem efeitos mais limitados pois possuem espectro de ação estreito e relacionado principalmente à microrganismos 
causadores de infecção do trato urinário não complicadas. Alcançam concentração sérica mínima. 
Segunda geração 
• Possuem espectro mais amplo, de modo que são ativos contra bactérias gram negativas e algumas bactérias gram negativas, 
além de bactérias atípicas como Mycoplasma pneumoniae e Chlamidia pneumoniae. 
• São fármacos que possuem boa penetração intracelular. 
• Ciprofloxacino: utilizado em infecções causadas por enterobactérias e demais BGN. amis potentes contra Pseudomonas 
aeruginosa. 
Terceira geração 
• Ativos contra bactérias gram negativas e possuem maior atividade contra bactérias gram positivas que os de segunda 
geração, o que inclui estreptococos. 
• Podem ser usadas para diversas infecções, como prostatite, gonorreia (embora hoje em dia as bactérias estejam resistentes 
às quinolonas), infecções do trato respiratório, infecções da pele e DSTs (exceção da sífilis, pois as quinolonas são ineficazes 
contra o Treponema Pallidum). 
Quarta geração 
• Algumas literaturas consideram uma quarta geração, que inclui o moxifloxacino. O moxifloxacino atinge baixas 
concentrações urinárias e, assim, não possui indicação nas ITUs. 
Resumo uso clínico das quinolonas: 
• Infecções urinárias: amplo espectro de atividade (exceção moxifloxacino). 
• Diarreia bacteriana causada por Salmonella sp., E. coli 
• Infecções causadas por cepas sensíveis de Neisseria gonorrhoeae 
• Infecções respiratórias causadas por S. pneumoniae, H. Influenza e M. catarrhalis 
• Pacientes com fibrose cística (infecção respiratória causadas por P. aeruginosa (porém a resistência dessas bactérias às 
quinolonas têm aumentado). 
Linezolida 
Mecanismo de ação 
• Fármaco inibidor da síntese proteica. 
• Liga-se a subunidade 50S do ribossomo bacteriano. 
Usos clínicos 
• Em relação ao espectro anticrobiano, é principalmente ativa contra bactérias gram positivas e é pouco ativa contra bactérias 
gram negativas. 
• Possui boa taxa de cura em infecções causadas por Enterococcus faecium resistentes à vancomicina. 
• Pode ser usada em infecções de pele causadas por S. aureus e MRSA (a vancomicina pode ser usada, mas os enterococos 
que são resistentes à vancomicina podem transmitir essa resistência aos MRSA). 
• Ou seja, a linezolida é uma terapia alternativa para infecções por MRSA refratárias à vancomicina. Dessa forma, esse fármaco 
deve ser utilizada de forma consciente para que esses MRSA que já não responde também à vancomicina não passem a ser 
resistentes à linezolida. 
• Pode também ser utilizada na pneumonia adquirida na comunidade por Streptococcus pneumoniae sensíveis à penicilina. 
A linezolida deve, então, ser reservada como agente alternativo para tratar infecções causadas por cepas resistentes a 
múltiplos fármacos. 
Não deve ser utilizada quando houver outros agentes provavelmente eficazes. O uso indiscriminado poderá causar o 
surgimento de cepas resistentes. 
Efeitos adversos 
• Pode ser bem tolerado com efeitos adversos mínimos, mas também pode ocasionar efeitos adversos graves como 
Mielossupressão. 
• Mielossupressão pode ocasionar anemia, leucopenia, pancitopenia e trombocitopenia. 
• Tratamento prolongado pode causar neuropatia periférica, neurite óptica e acidose lática.