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Direito Minerário N2

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DANDARA MORAIS ALVES
DEISE DAIANE OLIVEIRA PEREIRA
DEISIANY LEITE GARCIA
DEIZIANE DE SOUZA BARRETO PINHEIRO
ELENAYRA FERREIRA SANTOS
JEARLISON NASCIMENTO DE ABREU
ROGER ANDRE FERNANDES
THAYLON ANGELO RODRIGUES DA SILVA
DIREITO DE PRIORIDADE MINERÁRIO E RESPONSABILIDADE DO ESTADO; OBRIGATORIEDADE DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL; DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO MINERADOR, DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL E DOS TRIBUTOS E EXAÇÕES INCIDENTES SOBRE A MINERAÇÃO.
Porto Velho/RO
2020.2
DANDARA MORAIS ALVES
DEISIANY LEITE GARCIA
DEISE DAIANE OLIVEIRA PEREIRA
DEIZIANE DE SOUZA BARRETO PINHEIRO
ELENAYRA FERREIRA SANTOS
JEARLISON NASCIMENTO DE ABREU
ROGER ANDRE FERNANDES
THAYLON ANGELO RODRIGUES DA SILVA
DIREITO DE PRIORIDADE MINERÁRIO E RESPONSABILIDADE DO ESTADO; OBRIGATORIEDADE DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL; DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO MINERADOR, DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL E DOS TRIBUTOS E EXAÇÕES INCIDENTES SOBRE A MINERAÇÃO.
Trabalho apresentado para obtenção da nota da disciplina de Direito Ambiental, Mineral e Agrário, no curso de Direito, para a Faculdade de Rondônia – FARO.
Sob Orientação do professor Josenildo Jacinto do Nascimento.
Porto Velho/RO
2020.2
SUMÁRIO
1 DIREITO DE PRIORIDADE MINERÁRIO	4
1.1 patrimonial	5
1.2 Obrigacional	5
1.3 Isonômico	6
2 RESPONSABILIDADE DO ESTADO	6
2.1 Prescrição nas ações de responsabilidade civil	11
3 OBRIGATORIEDADE DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL	13
4 DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO MINERADOR, DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL	13
5 DOS TRIBUTOS E EXAÇÕES INCIDENTES SOBRE A MINERAÇÃO	13
5.1 Compensação financeira pela exploração de recursos minerais (CFEM)	15
5.2 Taxa anual por hectare (TAH)	19
5.3 Taxa de controle, monitoramento e fiscalização das atividades de pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos minerários (TFRM)	20
5.4 Participação dos resultados da lavra	21
5.5 Renda	22
CONCLUSÃO	23
REFERÊNCIA	23
INTRODUÇÃO
....
1 DIREITO DE PRIORIDADE MINERÁRIO
	
	O Direito de prioridade decorre do princípio da prioridade, que tem como base o escalonamento FCFS – “First Come, First Served”, nada mais do que “O primeiro a chegar, primeiro a ser servido”. Assim sendo, o Direito de prioridade opera em favor do primeiro a requerer a área, a prioridade de pesquisa. O princípio da prioridade é classificado como específico do direito minerário e estabelece a relação entre o particular e Poder Público. 
	Vale ressaltar que tal princípio possui correlação com a dinâmica do sistema de outorgas de direitos reais e se encontra especificado no art. 11 do DECRETO-LEI Nº 227, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967.
“Art. 11. Serão respeitados na aplicação dos regimes de Autorização, Licenciamento e Concessão:
a) o direito de prioridade à obtenção da autorização de pesquisa ou de registro de licença, atribuído ao interessado cujo requerimento tenha por objeto área considerada livre, para a finalidade pretendida, à data da protocolização do pedido no Departamento Nacional da Produção Mineral (D.N.P.M), atendidos os demais requisitos cabíveis, estabelecidos neste Código;”
Desta forma, ressalta-se que até a vigência do marco regulatório, o Direito a prioridade garante ao primeiro, que formalmente formular o pedido adequado, o direito a pesquisa e, eventualmente explorar a área.
 		Vale lembrar, que para que a prioridade seja concretizada, é essencial que o pedido ao Poder Público esteja devidamente instruído, assim como que a área, objeto do requerimento, seja considerada livre, ou seja, que a mesma não tenha sido requerida anteriormente. Portanto, preenchido os requisitos, o direito de pesquisa e eventual exploração da jazida serão detidos a quem primeiro promover o protocolo do requerimento da área.
		O Direito de prioridade pode ser analisado pela perspectiva de seus diferentes efeitos, sendo três os principais reflexos: (I) PATRIMONIAL; (II) OBRIGACIONAL; (III) ISONÔMICO.
1.1 Patrimonial 
	O processo minerário não é rito comum, tendo em vista especialmente os grandes riscos econômicos e altos valores de investimentos necessários ao exercício de tal atividade. Dessa forma, a evolução das etapas do processo administrativo minerário enseja maior valoração do direito de prioridade. O valor econômico é observado especialmente no momento dos atos de transferência de títulos, em que o mercado atesta valores envolvidos por meio das importâncias pagas no ato dos contratos feitos.
	Deste modo, podemos observar que o direito de patrimônio tem como prioridade o patrimônio, vale dizer que eventuais impactos no que diz respeito a propriedades já declaradas ensejam necessariamente as restituições de importâncias devidas aos seus titulares. 
1.2 Obrigacional
	Observa-se o efeito obrigacional quando a prioridade requer o cumprimento de deveres por parte dos particulares, requerentes, assim como pelo Poder Público. 
	Àquele que requerer determinada área, salvo exceção, obriga-se a finalizar a pesquisa, com obrigação de entregar um relatório final de pesquisa, ainda que negativo, essa ação tem como objetivo ampliar o conhecimento geológico do País. Também, os lucros casuais e as reverencias aos demais ditames legais demonstram que o direito de prioridade gera obrigações para quem o detém. 
	O Poder Público também é condicionado ao cumprimento de várias obrigações, com vista a possibilitar de forma satisfatória o espaço de tempo do processo administrativo minerário, qual seja de outorgar os títulos subsequentes.
	Ademais, o indivíduo que percorrer por toda fase de pesquisa e obtiver um relatório das etapas, e, apresentar um plano de aproveitamento econômico aprovados, faz jus a portaria de lavra. Tais atos são de natureza vinculativa, não suportando nenhum prejuízo de discricionariedade. 
1.3 Isonômico
	O efeito isonômico se difere dos outros, pois o mesmo comporta ações mais amplas que não são restritas aos titulares e ao Poder Público. 
	Como disposto no artigo 5º da Constituição Federal, a isonomia no que tange a exploração de bens públicos, não comporta favoritismo, mas visa igualdade na participação dos pleitos. 
	Por falta de conhecimento geológico, a licitação é uma modalidade que se afasta, em muitas hipóteses, do direito minerário, o que torna inviável a concorrência. Porém, ainda é necessário manter a isonomia entre os particulares, o que é feito através da prioridade. 
	Tal fato, é assegurado pelo direito de prioridade. Através da execução desse direito, é que levará a satisfação do primado da isonomia. Além, de demonstrar controle econômico com aumento de patrimônio do particular, também visa enfatizar que o ordenamento jurídico pátrio respeita o indivíduo que através do “First Come, First Served”, se habilita em determinada área. 
2 RESPONSABILIDADE DO ESTADO
Segundo parágrafo 3º, do art. 225, da CF, as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 	
A reparação dos danos se dá através da responsabilização civil. Para a devida compreensão da ações que podem configurar dano ao meio ambiente, impõe-se a retomada do conceito de meio ambiente, conforme artigo 3º, inciso I, da Lei nº6.938/81: meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. O art. 3º não elencou os elementos corpóreos que compõem o meio ambiente e, assim o fazendo, considerou-o um bem incorpóreo e imaterial.
Assim, conforme o conceito de José Afonso da Silva, meio ambiente é a a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas. O dano ao meio ambiente, portanto, é um dano ao macrobem ambiental, em uma visão globalizada e integrada. Desta forma, quando se fala na proteção da fauna, da flora, do ar, da água e do solo, por exemplo, não se busca exclusivamente a proteção desses elementos em si, mas deles como elementos indispensáveis à proteçãodo meio ambiente como bem imaterial.
Segundo o art. 3º, V, da Lei nº 6.938/81, recursos ambientais são a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. Estes elementos podem ser chamados de microbens ambientais, são os elementos que integram o macrobem. O microbem ambiental pode ter o regime de sua propriedade variado (público ou privado).
Dano é a lesão a interesses juridicamente protegidos e dano ambiental é a lesão ao direito fundamental que todos têm de gozar e aproveitar do meio ambiente apropriado.
O dano ambiental pode ser ecológico puro, que é aquele que atinge aos componentes essenciais do ecossistema. Pode ser em sentido amplo (lato sensu) quando atinge a qualquer componente do meio ambiente, inclusive o cultural e construído; ainda pode ser individual ambiental ou reflexo, que é aquele que atinge interesses próprios do lesado (referentes ao microbem).
Quanto à reparabilidade ela pode se dar de forma direta, quando o dano é individual (o interessado que sofreu o dano será diretamente indenizado) ou de forma indireta, quando diz respeito a interesses difusos e coletivos, nestes casos a indenização é revertida a um fundo de proteção de interesses difusos.
O dano também pode se patrimonial, que possibilita a restituição, recuperação ou indenização do bem ambiental lesado; ou extrapatrimonial (moral) ambiental que é todo prejuízo não patrimonial ocasionado à sociedade ou ao indivíduo e deve ser compensado pecuniariamente.
A responsabilidade por danos causados ao meio ambiente é objetiva porque, segundo Milaré, “a expansão das atividades econômicas da chamada sociedade de risco – marcada pelo consumo de massa e pela desenfreada utilização dos recursos naturais – haveria de exigir um tratamento da matéria com o viés de um novo Direito, e não pelos limites da ótica privada tradicional”.
Também segundo o art. 927, § único, do Código Civil, a responsabilidade será objetiva quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Na responsabilidade do tipo objetiva, basta a prova da ocorrência do dano e do vínculo causal com o desenvolvimento – ou mera existência – de uma determinada atividade. Não se investiga culpabilidade, como negligência, imprudência ou imperícia. Segundo a Lei nº 6.938/81, 
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Conforme o art. 14, § 1º, a responsabilidade se dá independentemente de culpa, mesmo quando o dano é causado a terceiros (reflexo ou ricochete).
Sabe-se, contudo, que nem toda a utilização de recurso ambiental pode ser considerada dano ao meio ambiente. Dano é apenas a conduta antijurídica suscetível de reparação, aquela que ultrapassa os limites de segurança e acarreta perda do equilíbrio ambiental. O conceito de poluição, constante no art. 3º, da Lei nº 6.938/81, também é utilizado como parâmetro para identificação de um dano ao meio ambiente.
I	- poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a)	prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b)	criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c)	afetem desfavoravelmente a biota;
d)	afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e)	lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
O nexo de causalidade é de difícil identificação nos danos ambientais, seja pela concomitância de agentes poluidores, pela complexidade das causas ou pela distância entre o agente causador e o dano. Assim, alguns doutrinadores entendem que o princípio que norteia a inversão do ônus da prova no direito do consumidor é, em tese, aplicável à responsabilidade civil por danos ambientais, pois as razões que a justificam são comuns em ambos os casos.
Em relação aos danos ambientais, tema recorrente nas provas da ordem é a chamada obrigação “propter rem”. “Propter rem” significa em razão da coisa, ou seja, quem se beneficia da degradação ambiental alheia, a agrava ou lhe dá continuidade não é menos degradador. Por isso responsabiliza-se o novo proprietário pela cura do malfeito do seu antecessor. Isso vale para o desmatamento, para a poluição das águas e a erosão do solo (Herman Benjamin).
O sujeito responsável pela reparação do dano ambiental é o poluidor, segundo a Lei nº 6.938/81,
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
II	- poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
Da responsabilização objetiva, fundamentada na teoria do risco, decorrem algumas consequências: a) prescindibilidade de investigação de culpa; b) irrelevância da licitude da atividade; c) inaplicabilidade de algumas excludentes tradicionais e de cláusula de não indenizar e; d) responsabilidade solidária (art. 942 do Código Civil).
A Lei nº 8.884/1994, em seu art. 88, alterou o caput do art. 1º da Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública), ensejando que também os danos morais coletivos fossem objeto das ações de responsabilidade civil em matéria de tutela de interesses transindividuais. Veja questões sobre responsabilidade civil por dano ambiental:
João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, banhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação civil pública proposta pelo Município de Belas Veredas, que o responsabiliza civilmente por ter cometido corte raso na mata ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi cometido pelo antigo proprietário da fazenda, que já praticava o plantio de milho no local. Em razão do exposto, é correto afirmar que
a)	por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo de causalidade entre a ação do novo proprietário e o corte raso na área, verifica-se a excludente de responsabilidade, e João não será obrigado a reparar o dano.
b)	a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos por força da Lei 9.873/99. Logo, João não será obrigado a reparar o dano.
c)	João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais utilizá-la para o plantio do milho, terá direito a indenização, a ser paga pelo Poder Público, por força do princípio do protetor-recebedor.
d)	a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de conservação, é automaticamente transferida do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área.
João, militante ambientalista, adquire chácara em área rural já degradada, com o objetivo de cultivar alimentos orgânicos para consumo próprio. Alguns meses depois, ele é notificado pela autoridade ambiental local de que a área é de preservação permanente. Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
a)	João é responsável pela regeneração da área, mesmo não tendo sido responsável por sua degradação, uma vez que se trata de obrigação propter rem.
b)	João somente teria a obrigação de regenerar a área caso soubesse do dano ambiental cometido pelo antigo proprietário, em homenagem ao princípio da boa-fé.
c)	O único responsável pelo dano é o antigo proprietário, causador do dano, uma vez que João não pode ser responsabilizado por ato ilícito que não cometeu.
d)	Não há responsabilidade do antigo proprietário ou de João, mas da Administração Pública, em razão da omissão na fiscalização ambiental quando da transmissão dapropriedade.
No curso de obra pública, a Administração Pública causa dano em local compreendido por área de preservação permanente. Sobre o caso apresentado, assinale a opção que indica de quem é a responsabilidade ambiental.
a)	Em se tratando de área de preservação permanente, que legalmente é de domínio público, o ente só responde pelos danos ambientais nos casos de atuação com dolo ou grave.
b)	Em se tratando de área de preservação permanente, a Administração Pública responderá de forma objetiva pelos danos causados ao meio ambiente, independentemente das responsabilidades administrativa e penal.
c)	Em se tratando de dano ambiental com área de preservação permanente, a Administração Pública não tem responsabilidade, sob pena de confusão, recaindo sobre o agente público causador do dano, independentemente das responsabilidades administrativa e penal.
d)	Trata-se de caso de responsabilidade subjetiva solidária de todos aqueles que contribuíram para a prática do dano, inclusive do agente público que determinou a prática do ato.
Recentemente o STJ sumulou diversos entendimentos em matéria ambiental:
Súmula 613 - Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental.
Súmula 618 - A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental.
Súmula 623 - As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor.
Súmula 629 - Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar.
2.1 Prescrição nas ações de responsabilidade civil
Sobre a prescrição nas ações cíveis por dano ambiental, tem entendido o STJ que quando o objeto da ação é a proteção ao meio-ambiente, enquanto bem fundamental à preservação da vida, da saúde, do trabalho e do lazer, entende- se pela imprescritibilidade do pedido de reparação de danos ambientais. O tema, contudo, está pendente de julgamento no STF.
Já às pretensões indenizatórias que buscam a reparação de lesão individual causada de forma indireta pela poluição ou pela degradação ambiental, o prazo prescricional aplicável é o do Código Civil, pois o bem jurídico tutelado é eminentemente privado. Neste caso, o prazo prescricional a ser observado é o trienal (art. 206, § 3º, V, do CC de 2002).
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC) - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
- DANO AMBIENTAL - PRESCRIÇÃO - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU
PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA DOS DEMANDADOS.
1. O termo inicial do prazo prescricional para a propositura da ação de indenização por dano pessoal em razão do desenvolvimento de doença grave decorrente de contaminação do solo e das águas subterrâneas é a data da ciência inequívoca dos efeitos danosos à saúde, e não a do acidente ambiental. (REsp 1483486) 
(REsp 1346489 (2012/0098444-1 - 26/08/2013)
Da prescrição no dano ambiental.
Há tempos esta Corte Superior vem firmando entendimento de que o direito ao pedido de reparação de danos ambientais (macrobem ambiental) está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de direito inerente à vida, fundamental e essencial a afirmação dos povos, independentemente de estar expresso ou não em texto legal. É o que se extrai dos seguintes precedentes: "ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL - DIREITO AMBIENTAL- AÇÃO CIVIL PÚBLICA – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL – IMPRESCRITIBILIDADE DA REPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL – PEDIDO GENÉRICO – ARBITRAMENTO DO QUANTUM DEBEATUR NA SENTENÇA: REVISÃO, POSSIBILIDADE - SÚMULAS 284/STF E
7/STJ. (...) 5. Tratando-se de direito difuso, a reparação civil assume grande amplitude, com profundas implicações na espécie de responsabilidade do degradador que é objetiva, fundada no simples risco ou no simples fato da atividade danosa, independentemente da culpa do agente causador do dano. 6. O direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade hermenêutica, está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, independentemente de não estar expresso em texto legal. 7. Em matéria de prescrição cumpre distinguir qual o bem jurídico tutelado: se eminentemente privado seguem-se os prazos normais das ações indenizatórias; se o bem jurídico é indisponível, fundamental, antecedendo a todos os demais direitos, pois sem ele não há vida, nem saúde, nem trabalho, Documento: 25083998 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 1 1 de 16 Superior Tribunal de Justiça nem lazer, considera-se imprescritível o direito à reparação. 8. O dano ambiental inclui-se dentre os direitos indisponíveis e como tal está dentre os poucos acobertados pelo manto da imprescritibilidade a ação que visa reparar o dano ambiental. (...)
11. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido" (REsp 1.120.117/AC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/11/2009, DJe 19/11/2009 - grifou-se). 
[...]Por outro lado, no caso de danos ambientais individuais (microbem ambiental), não obstante a matéria ainda gerar certas incertezas jurídicas, doutrina e jurisprudência vêm se firmando no sentido de ser aplicado o instituto da prescrição, haja vista afetarem a pessoa e a seu bem, isto é, tem titularidade definida (REsp 1.120.117/AC, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe 19/11/2009). Tais danos, portanto, têm suas normas regidas pela legislação civil. Assim, na vigência do Código Civil de 1916, o prazo prescricional aplicável às pretensões indenizatórias era de vinte anos, previsto no artigo 177, porquanto ação pessoal. Com a vigência do novo Código Civil, houve a redução do prazo para três anos para as demandas de reparação civil (artigo 206, § 3º, inciso V).
Mais recentemente:
Em sua dimensão coletiva, a jurisprudência desta Corte superior entende que a pretensão de reparação do dano ambiental não é atingida pela prescrição, em função da essencialidade do meio ambiente". (REsp 1641167 / RS, julgado em 13/03/2018).
3 OBRIGATORIEDADE DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL 
....
4 DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO MINERADOR, DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL 
....
5 DOS TRIBUTOS E EXAÇÕES INCIDENTES SOBRE A MINERAÇÃO 
A constituição Federal estabelece em seu art. 145 que,
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
O legislador conferiu de forma geral às pessoas políticas competência tributária para criar impostos, taxas e contribuição de melhoria, sendo que todas as espécies e subespécies de tributos se submetem ao regime jurídico tributário (princípios e normas) indicados na Constituição Federal e em sua integralidade.
Os impostos representam, de forma objetiva a parte mais substancial das receitas arrecadadas pelo Estado em países de estrutura capitalista. O produto arrecadado a título de impostos é, sem sombra de dúvida, bem mais representativo aos cofres públicos do que as receitas provenientes das taxas ou da contribuição.
Imposto, de acordo com o estipulado no art. 16 do Código Tributário Nacional, vêm a ser “o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
O imposto difere da taxa e da contribuição de melhoria por representar espécie de tributo não vinculado a nenhuma atividade estatal específica. Paga-se o imposto independentemente de qualquer prestação estatal específica direcionada ao contribuinte ou por ele provocada.
Um dos princípios que devem necessariamente ser seguidos pelo detentor da competência tributária quando da instituição dos impostos discriminados pela CF é o da não vinculação do produto arrecadado a fundo, órgão ou despesa, princípio expresso na Carta Magna em seu art. 167, IV.
É natural queo dinheiro arrecadado no exercício da tributação pela via dos impostos tenha destinação pública. Entretanto, os benefícios recebidos pelo cidadão não são diretos, mas antes indiretos, difusos, em favor de toda a comunidade.
As taxas, por sua vez, caracterizam-se como modalidade de tributo vinculado a uma atividade estatal específica. O Código Tributário Nacional, no art. 77, já estipulava:
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
 Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impôsto nem ser calculada em função do capital das emprêsas. 
Taxa é a contraprestação de serviço público, ou de benefício feito, posto â disposição, ou custeado pelo Estado, em favor de quem a paga, ou se este, por sua atividade, provocou a necessidade de criar-se aquele serviço público.
Vale ressaltar que, de acordo com o disposto no art. 145, §2°, as taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos. Para taxas, a base de cálculo será uma medida da atuação estatal prestada ou posta a disposição do contribuinte, na maioria das vezes, o próprio custo do serviço.
A contribuição de melhoria, de acordo com o indicativo constitucional, é tributo que deve decorrer de obra pública, no qual consiste em uma atuação estatal indireta e mediatamente direcionada, referida ao contribuinte. A consequência no caso da contribuição de melhoria é a efetiva valorização imobiliária decorrente de obra pública.
5.1 Compensação financeira pela exploração de recursos minerais (CFEM)
O art. 20, §1° da CF/88 estabelece que a compensação financeira pela exploração de recursos minerais (CFEM) é devida aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e aos órgãos da Administração da União como contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios.
No nível infraconstitucional, a CFEM é tratada no âmbito das Leis n. 7.990/89 e 8.001/90, normas essas que foram recentemente alteradas pela Lei n. 13.540/2017, fruto da conversão da MP n. 789/2017.
De acordo com o art. 1° da Lei n. 7.990/89, o aproveitamento de recursos hídricos, para fins de geração de energia elétrica e dos recursos minerais, por quaisquer dos regimes previstos em lei, ensejará compensação financeira dos Estados, Distrito Federal e Municípios, a ser calculada, distribuída e aplicada na forma estabelecida nesta Lei.
Vale referência ao art. 20, §1° da CF/88, a saber:
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
A Constituição abre uma verdadeira alternativa para o legislador infraconstitucional, que deve optar entre possibilitar a participação dos entes federativos na exploração ou compensá-los. O termo compensação financeira se refere ao ônus suportado pelos entes federativos durante a exploração do recurso mineral, ou seja, a equação seria expressa no sentido de os Municípios, Estados, Distrito Federal e Órgãos da União receberem uma contraprestação pecuniária pelo ônus de suportarem a atividade minerária que, mesmo sendo desenvolvida no interesse da União beneficia o empreendedor e carreia ônus aos entes federativos diretamente envolvidos.
É possível observar que os entes federativos diretamente atingidos são compensados pelos danos e prejuízos diretamente obrigados, assim como pelas consequências, ainda que indiretas, que a atividade minerária lhes carreia.
Não há entendimento pacífico na doutrina quanto a natureza jurídica que a CFEM compreende, mas há entendimento majoritário de que possui natureza jurídica de Preço Público que é devido pela exploração do patrimônio ou serviço do Estado, no entanto há também o entendimento de que trata-se de um tributo da espécie imposto.
O art. 6° da Lei n. 7,990/89 define que:
 Art. 6o A exploração de recursos minerais ensejará o recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), nos termos do § 1o art. 20 da Constituição Federal, por ocasião:     
I - da primeira saída por venda de bem mineral;                
II - do ato de arrematação, nos casos de bem mineral adquirido em hasta pública;                  
III - do ato da primeira aquisição de bem mineral extraído sob o regime de permissão de lavra garimpeira; e                   
IV - do consumo de bem mineral.  
Considera-se para fins da cobrança de CFEM, bem mineral como sendo a substância mineral já lavrada após a conclusão de seu beneficiamento, quando for o caso. Por sua vez, beneficiamento é apontado como as operações que objetivem o tratamento do minério, tais como processos realizados por fragmentação, pulverização, classificação, concentração, separação, magnética, flotação, homogeneização, aglomeração, aglutinação, briquetagem, nodulação, pelotização, ativação e desaguamento, além de secagem, desidratação, filtragem e levigação, ainda que exijam adição ou retirada de outras substâncias. E por fim, consumo é conceituado como a utilização de bem mineral, a qualquer título, pelo detentor ou arrendatário do direito minerário, assim como pela empresa controladora, controlada ou coligada, em processo que importe na obtenção de nova espécie.
O §5° do art. 6° reiterou o posicionamento consolidado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, salientando que os rejeitos e estéreis decorrentes da exploração de áreas objeto de direitos minerários que possibilitem a lavra, na hipótese de alienação ou consumo, serão considerados como bem mineral para fim de recolhimento da CFEM. Já o §7° fundado na premissa de estimular o uso racional dos recursos minerais, estabeleceu que, no caso de rejeitos e estéreis de minerais associados utilizados em outras cadeias produtivas haverá uma redução de alíquota da CFEM de 50%.
O art. 2° da Lei n. 8.001/90 passou a prever que as alíquotas da CFEM serão aquelas constantes do Anexo da norma, observado o limite de 4%.
	Substancia material
	Alíquota vigente lei 13.540/2017
	Rochas, areias, cascalhos, saibros e demais substâncias minerais destinadas à construção civil; rochas ornamentais; águas minerais e termais.
	1%
	Ouro
	1,5%
	Diamante e demais substâncias minerais
	2%
	Bauxita, manganês, nióbio e salgema
	3%
	Potássio, rochas fostáticas e demais substâncias utilizadas como fertilizantes
	2%
	Minério de ferro
	3,5% com hipótese de redução de até 2% segundo critérios a serem definidos via decreto presidencial.
Fonte: Feigelson, 2018.
	
Os critérios para redução de até 2% do minério de ferro serão excepcionalmente com o objetivo de não prejudicar a viabilidade econômica de jazidas com baixos desempenhos e rentabilidade em razão do teor de ferro, da escala de produção, do pagamento de tributos e do número de empregados, sendo que essa redução deverá ser publicada em sítio oficial na internet, e somente entrará em vigor sessenta dias a partir da divulgação.
Sobre a incidência da CFEM, o art. 2° da Lei 13.540/2017 preconiza que:
Art. 2º As alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) serão aquelas constantes do Anexo desta Lei, observado o limite de 4% (quatro por cento), e incidirão:
I - na venda, sobre a receita bruta da venda, deduzidos os tributos incidentes sobre sua comercialização;
II - no consumo, sobre a receita bruta calculada, considerado o preço corrente do bem mineral, ou de seu similar, no mercado local, regional, nacional ou internacional, conforme o caso, ou o valor de referência, definido a partir do valor do produto finalobtido após a conclusão do respectivo processo de beneficiamento; 
III - nas exportações, sobre a receita calculada, considerada como base de cálculo, no mínimo, o preço parâmetro definido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, com fundamento no art. 19-A da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 , e na legislação complementar, ou, na hipótese de inexistência do preço parâmetro, será considerado o valor de referência, observado o disposto nos §§ 10 e 14 deste artigo;
IV - na hipótese de bem mineral adquirido em hasta pública, sobre o valor de arrematação; ou
V - na hipótese de extração sob o regime de permissão de lavra garimpeira, sobre o valor da primeira aquisição do bem mineral.
Por sua vez o art. 2°-A, estabelece que:
Art. 2º-A . Ficam obrigadas ao pagamento da CFEM as seguintes pessoas jurídicas ou físicas:
I - o titular de direitos minerários que exerça a atividade de mineração;
II - o primeiro adquirente de bem mineral extraído sob o regime de permissão de lavra garimpeira;
III - o adquirente de bens minerais arrematados em hasta pública; e
IV - a que exerça, a título oneroso ou gratuito, a atividade de exploração de recursos minerais com base nos direitos do titular original.
A distribuição e destinação da CFEM será feita de acordo com os seguintes critérios estabelecidos no §2° do art. 2° da Lei 8.001/90:
§ 2º A distribuição da compensação financeira referida no caput deste artigo será feita de acordo com os seguintes percentuais e critérios:
I - 7% (sete por cento) para a entidade reguladora do setor de mineração;
II - 1% (um por cento) para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), instituído pelo Decreto-Lei nº 719, de 31 de julho de 1969, e restabelecido pela Lei nº 8.172, de 18 de janeiro de 1991, destinado ao desenvolvimento científico e tecnológico do setor mineral;
II-A (revogado);
III - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, criado pela Lei nº 7.677, de 21 de outubro de 1988, para a realização de pesquisas, estudos e projetos de tratamento, beneficiamento e industrialização de bens minerais;
IV - 0,2% (dois décimos por cento) para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para atividades de proteção ambiental em regiões impactadas pela mineração;
V - 15% (quinze por cento) para o Distrito Federal e os Estados onde ocorrer a produção;
VI - 60% (sessenta por cento) para o Distrito Federal e os Municípios onde ocorrer a produção;
VII - 15% (quinze por cento) para o Distrito Federal e os Municípios, quando afetados pela atividade de mineração e a produção não ocorrer em seus territórios, nas seguintes situações:
a) cortados pelas infraestruturas utilizadas para o transporte ferroviário ou dutoviário de substâncias minerais;
b) afetados pelas operações portuárias e de embarque e desembarque de substâncias minerais;
c) onde se localizem as pilhas de estéril, as barragens de rejeitos e as instalações de beneficiamento de substâncias minerais, bem como as demais instalações previstas no plano de aproveitamento econômico; 
É relevante destacar que nos termos do art. 26, parágrafo único, do Decreto n. 1/91, os valores oriundos da CFEM têm destinação específica, não podendo assim, ser aplicados em pagamento de dívida ou no quadro permanente de pessoal da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Mnicípios, ou seja, é vedada a utilização dos recursos da CFEM para despesas de custeio, devendo ser aplicados em investimentos para o desenvolvimento das localidades. 	Com essa vinculação, busca o legislador que tis recursos, por serem finitos e transitórios, redundem em melhoria da qualidade de vida das populações atingidas, de forma permanente e não, somente para fazer frente as despesas correntes. Dessa forma, as despesas decorrentes da CFEM deverão ser aplicadas em projetos que direta ou indiretamente, revertam em prol da comunidade local na forma de melhoria da infraestrutura, da qualidade ambiental, da saúde e educação.
Destaca-se o art. 8° da Lei n. 7.990/89:
Art. 8º O pagamento das compensações financeiras previstas nesta Lei, inclusive o da indenização pela exploração do petróleo, do xisto betuminoso e do gás natural será efetuado, mensalmente, diretamente aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e aos órgãos da Administração Direta da União, até o último dia útil do segundo mês subseqüente ao do fato gerador, devidamente corrigido pela variação do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou outro parâmetro de correção monetária que venha a substituí-lo, vedada a aplicação dos recursos em pagamento de dívida e no quadro permanente de pessoal.
5.2 Taxa anual por hectare (TAH)
Está prevista no art. 20, II do Código de Mineração, no qual impõe ao titular de autorização de pesquisa, até a entrega do relatório final dos trabalhos ao DNPM, a obrigatoriedade de pagamento de taxa, calculada de forma progressiva em função da substância mineral objetivada, extensão e localização da área e de outras condições, respeitado o valor máximo de duas vezes a expressão monetária Ufir, instituída pelo art. 1° da Lei n. 8.383/1991.
O Código de Mineração estabeleceu no art. 20, §1°, a competência do Ministro do Estado de Minas e Energia para estabelecer, mediante portaria, os valores, prazos de recolhimento e demais critérios de pagamento da TAH. Em função da extinção da expressão monetária Ufir em outubro de 2020, os valores foram transformados em reais, mediante a Portaria DNPM N. 400, de 30 de setembro de 2008.
O pagamento da taxa deverá ser efetuado anualmente, até o último dia útil do mês de janeiro, para as autorizações de pesquisa e respectivas prorrogações de prazo publicadas no DOU no período de 1° de julho a 31 de dezembro imediatamente anterior. Já para as autorizações de pesquisa e respectivas prorrogações de prazo publicadas no DOU no período de 1° de janeiro a 30 de junho imediatamente anterior, os valores deverão ser recolhidos até o último dia útil do mês de julho. Tal taxa também se enquadra no rol de preços públicos.
5.3 Taxa de controle, monitoramento e fiscalização das atividades de pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos minerários (TFRM)
Em virtude de ser um tema recente no qual é escasso a existência de material doutrinário e jurisprudencial sobre o tema, será explicado em consonância com lei estadual do Estado de Minas Gerais. Vale ressaltar que as diferentes leis estaduais apresentam particularidades, contudo possuem bases estruturais semelhantes.
A lei n. 19.976, em seu art. 1°, explicita que o fato gerador da TRFM é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Estado sobre a atividade de pesquisa, lavra, exploração ou aproveitamento, realizada no Estado de Minas Gerais, dos seguintes recursos minerários: bauxita, metalúrgica ou refratária; terras-raras; minerais ou minérios que sejam fonte, primária ou secundária, direta ou indireta, imediata ou mediata, isolada ou conjuntamente com outros elementos químicos, de chumbo, cobre, estanho, ferro, lítio, manganês, níquel, tântalo, titânio, zinco e zircônio.
Considera-se ocorrido o fato gerador da TFRM no momento da venda ou da transferência entre estabelecimentos pertencentes ao mesmo titular do mineral ou minério extraído, conforme prescrição do art. 5° da Lei n. 19.976.
Essa questão da taxa vem sendo levantada por alguns juristas, quando a sua constitucionalidade, no entendimento de que as citadas normas criadoras dos tributos seriam inconstitucionais, dentre outros aspectos, por se basearem em um federalismo fiscal de concorrência, em descompasso com o federalismo de cooperação criado pela Constituição de 1988.
Por fim, salientamos que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) ajuizou no STF três ações diretas de inconstitucionalidade questionando o poder de polícia invocado por estados na edição de leis que instituíram taxas sobre as atividades de mineração.
A CNI sustenta queos citados tributos são impostos mascarados de taxas, além de compreender que a cobrança fere os princípios constitucionais de não confiscatoriedade, art. 150 da CF/88, e proporcionalidade, art. 5° da CF/88, já que o valor da taxa seria exorbitante. Além disso, a CNI defende que a atividade de fiscalização não necessita ser cobrada, haja vista nem todo o poder de polícia legitimar a cobrança de taxas.
5.4 Participação dos resultados da lavra
Conforme disposição do art. 11 do CM e do art. 176, §2°, da CF/88 o valo correspondente a 50% do valor total devido aos Estados, Distrito Federal, Municípios e órgãos da administração direta da União, a título de CFEM, como contribuição financeira pela exploração de recursos minerais, conforme disposição do parágrafo do art. 11 do Código de Mineração, a saber:
§ 1º A participação de que trata a alínea b do caput deste artigo será de cinqüenta por cento do valor total devido aos Estados, Distrito Federal, Municípios e órgãos da administração direta da União, a título de compensação financeira pela exploração de recursos minerais, conforme previsto no caput do art. 6º da Lei nº 7.990, de 29/12/89 e no art. 2º da Lei nº 8.001, de 13/03/90.
Os 2°§ e 3°§ tratam da forma de pagamento, bem como dos juros decorrentes do não pagamento em tempo hábil, a saber:
§ 2º O pagamento da participação do proprietário do solo nos resultados da lavra de recursos minerais será efetuado mensalmente, até o último dia útil do mês subseqüente ao do fato gerador, devidamente corrigido pela taxa de juros de referência, ou outro parâmetro que venha a sustituí-la. 
§ 3º O não cumprimento do prazo estabelecido no parágrafo anterior implicará correção do débito pela variação diária da taxa de juros de referência, ou outro parâmetro que venha a substituí-la, juros de mora de um por cento ao mês e multa de dez por cento aplicada sobre o montante apurado
. 
O direito de participação se caracteriza como elemento essencial para composição teórica do princípio da prioridade. Assim, coexistem no ordenamento jurídico dois princípios que, em determinado momento, podem se contrapor, que são os princípios da prioridade e da propriedade. Diante disso, o direito à participação do proprietário do solo nos resultados é uma forma de compensar o proprietário pela mácula do princípio da propriedade
Toda pessoa que dispõe de uma propriedade dispõe também de um direito consequente de vir a ser beneficiada por uma participação dos resultados da lavra, ostentando tal direito diante de toda a sociedade e de todos os habilitados a requerer o título para explorar os recursos minerários. Cabe ressaltar que tal direito está conexo com o dever do proprietário de respeitar o direito à prioridade. A participação pode, também ser entendida com um direito obrigacional, que nasce em favor do proprietário do solo como consequência da lavra. Ou seja, a partir do momento em que a atividade de lavra é desenvolvida nos limites do imóvel, o proprietário do solo passa a ser titular do direito obrigacional em receber os valores correspondentes na forma da lei.
5.5 Renda
O art. 16, § 2° do Código de Mineração dispões a renda pela ocupação do solo e a indenização devida ao proprietário ou posseiro. Assim, a renda pode ser definida como o valor a ser pago pela ocupação do solo, independentemente da indenização devida a que se destina a restaurar o statu quo ante.
Para de conceber a coexistência dos institutos da renda e servidão na fase de lavra, sem afronta ao princípio do non bis in idem, essencial é compreender que as indenizações atinentes às servidões minerárias devem comportar apenas os danos emergentes e não os lucros cessantes, que seriam recompostos mediante o pagamento, ao longo do tempo, da renda.
O art. 27 do Código Minerário prevê que a renda é devida aos proprietários e posseiros pela ocupação dos terrenos, além da indenização pelos danos e prejuízos que possam ser causados pelos trabalhos de pesquisa, porém a renda não poderá exceder ao montante do rendimento líquido máximo da propriedade na extensão da área a ser realmente ocupada.
O art. 27, V do Código minerário determina que nos terrenos públicos é dispensado o pagamento da renda, ficando o titular da pesquisa sujeito apenas ao pagamento relativo a danos e prejuízos. Ressalta-se também que o art. 27, XVI do CM prevê que uma vez concluídos os trabalhos de pesquisa, o titular da respectiva autorização e o Diretor Geral do DNPM deverão comunicar tal fato ao juiz a fim de ser encerrada a ação judicial referente ao pagamento da indenização e da renda.
CONCLUSÃO
......
REFERÊNCIA
AMADO, Frederico. Legislação Ambiental Comentada, ed.jusPodivm, 2018, Salvador/BA.
FEIGELSON,Bruno. Curso de direito minerário. 3. Ed. São Paulo: Saraiva Educaçao, 2018.
FIORILLO, Celso Antonio 	Pacheco; FERREIRA, Renata Marques. Direito ambiental tributário. 4. Ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 19. Ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-010/2008/Lei/L11685.htm. Acesso em 02/10/2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em 02/10/2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/1937-1946/Del4146.htm. Acesso em 02/10/2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0227.htm. Acesso em 02/10/2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.743.htm. Acesso em 02/10/2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7805.htm. Acesso em 02/10/2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm. Acesso em 02/10/2020.
https://iusnatura.com.br/regimes-minerarios. Acesso em 02/10/2020.
https://thamirysscapin.jusbrasil.com.br/artigos/308551081/o-direito-do-proprietario-do-solo-na-pesquisa-e-exploracao-de-minerais. Acesso em 02/10/2020.
https://www.dnpm-pe.gov.br/Legisla/CN_DNPM.htm. Acesso em 02/10/2020.
https://www.dnpm-pe.gov.br/Legisla/Guia/Guia_1.htm. Acesso em 02/10/2020.

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