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Sociologia - Resumo

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SOCIOLOGIA 
PROVA 1 – RESUMO 
Objeto de estudo da Sociologia: SOCIEDADE -> organização de indivíduos como parte de um 
coletivo com divisão de grupos/ classes (que pode resultar em desigualdades); também regida 
por normas e relações de poder; organizada a partir de códigos comuns (leis, normas, regras, 
moral, padrões de comportamento, religião...) 
❖ Não existe sociedade sem conflitos já que existem divisões de grupos/ classes 
(Grupos: identidades de valores culturais, ideologias, moral / Classes: aspectos 
econômicos) 
❖ SOCIALIZAÇÃO X SOCIABILIDADE 
➢ Socialização – processo de aprendizado do indivíduo das normas, da cultura para que 
ele possa viver em sociedade 
▪ Socialização primária: família, normas básicas de convivência 
▪ Socialização secundária: aprendizado que se tem enquanto 
➢ Sociabilidade – interação entre indivíduos podendo ser formal ou informal, amigável ou 
conflituosa 
❖ Moral: um conjunto de valores/ sistema de normas instituídos pela sociedade enquanto o 
que é certo e o que é errado 
❖ Moral ≠ Cultura 
➢ A moral se manifesta na cultura, nas leis e nas normas 
➢ A moral é uma construção social 
SÉC. XIX 
❖ Problemática da Sociologia, busca responder 
- Ordem/ Desordem 
- Coletivo/ Indivíduo 
- Estrutura/ Ação 
❖ Abordagens teórico-metodológicas: 
➢ Clássicos da Sociologia: análise das sociedades modernas tentem a ser OU COLETIVISTAS 
OU INDIVIDUALISTAS 
➢ Sociólogos contemporâneos: 
• Relação entre indivíduo e coletivo 
• Relação entre estrutura e ação 
• Relação entre ordem e desordem 
Anthony Giddens 
❖ A sociologia é o estudo científico da vida humana, de grupos sociais, de sociedades inteiras 
e do mundo humano sob uma perspectiva mais abrangente -> estuda o comportamento dos 
seres sociais 
❖ Somos influenciados pelos contextos sociais em que nos encontramos, porém não 
totalmente -> possuímos e criamos nossa individualidade 
➢ Giddens estabelece um equilíbrio entre indivíduo e sociedade > coletivismo e 
individualismo (assim como a maioria dos autores contemporâneos) 
❖ Nossas atividades estruturam o mundo social que nos rodeia e, ao mesmo tempo são 
estruturadas por esse mundo social 
❖ Estrutura Social: se refere ao fato de que os contextos sociais de nossas vidas não consistem 
em aleatoriedades de fatos ou atos, são, na verdade, estruturados ou padronizados 
❖ Olhar Sociológico/ Imaginação Sociológica 
➢ A imaginação sociológica permite-nos ver que muitos dos fenômenos, que parecem 
dizer respeito apenas ao indivíduo, na verdade, refletem questões mais amplas 
➢ O olhar sociológico seria se libertar de toda a carga prévia trazida tanto pela sociedade 
quanto pelo indivíduo, estabelecendo um olhar mais amplo e crítico sobre as questões 
sociais 
▪ As pessoas tendem a não ter um olhar sociológico -> carregam consigo uma 
bagagem sociocultural, decorrentes de sua criação e dos valores que compartilham, 
impedindo uma visão mais ampla e isenta de influências de seu meio 
▪ Ele é essencial para entender a sociedade de diferentes ângulos, fora do senso 
comum, livre de preconceitos e estabelecendo um senso crítico 
❖ Importância da Sociologia 
1. A Sociologia permite que olhemos para o mundo social a partir de muitos pontos de 
vista 
2. A pesquisa sociológica fornece uma ajuda prática na avaliação dos resultados de 
iniciativas políticas 
3. A sociologia pode permitir-nos uma auto consciencialização – uma auto 
compreensão cada vez maior -> quando mais sabemos acerca das razões pelas quais 
agimos como agimos e como funciona, de forma global, a nossa sociedade, tanto 
mais provável é que sejamos capazes de influenciar o nosso futuro 
❖ Revolução Industrial: o conjunto amplo de transformações econômicas e sociais que 
acompanharam o surgimento de novos avanços tecnológicos como a máquina a vapor e a 
mecanização 
➢ O surgimento da indústria conduziu a uma migração em grande escala de camponeses 
que deixaram as suas terras e se transformaram em trabalhadores industriais em 
fábricas, causando a rápida expansão das áreas urbanas e introduziu novas formas de 
relacionamento social 
➢ A revolução industrial mudou de forma dramática a face do mundo social, incluindo 
muitos dos hábitos pessoais 
❖ Revolução Francesa: marca a quebra da ordem tradicional erradicando a perspectiva 
absolutista e inserindo valores de liberdade e igualdade 
Sociedades tradicionais feudais: 
• Predomina concepção cristã 
• Aspectos políticos: autoridade/poder papal (extraterreno) e monárquico (terreno) 
• Ordem/ organização social: 
✓ Sociedade: pré-determinada pelo divino/ forças sobrenaturais 
✓ Homem: súdito de Deus e do monarca 
• Aspectos econômicos: economia agrária, de subsistência, artesanal, simples. Relação 
entre senhores e servos, mestres e artesãos 
Renascimento: 
• Concepção humanista do mundo 
• RAZÃO como fonte de conhecimento e explicação do mundo 
• Concepção/ entendimento da sociedade: resultado da ação humana 
• Homem: certa autonomia para pensar, agir. Começa a noção de indivíduo. 
Sociedades Modernas: 
• Aspectos políticos: separação entre Igreja e Estado (autoridade religiosa ≠ autoridade 
política); introdução ao Estado de Direito; laicidade; divisão de poderes; revezamento 
de poder 
• Individuo: escolhas privadas 
• Aspectos econômicos: produção mecânica industrial -> produção de excedente; 
proprietários privados dos meios de produção X assalariados; concentração de riqueza; 
lucro e competição como valores dessa sociedade 
Iluminismo: 
• Contra o absolutismo 
• Valorização da RAZÃO 
• Liberdade (aspecto político e econômico, igualdade (no sentido da razão, todos capazes 
de usar a razão) fraternidade 
• Ao invés de existir Deus em 1º plano existe o homem 
• Locke: direitos naturais -> vida, propriedade, liberdade e segurança 
• Criação do estado: contrato entre indivíduos livres impedindo o rompimento da paz; a 
função do Estado é garantir os direitos naturais 
Auguste Comte 
❖ França (1798 – 1857) 
❖ Inventou o termo sociologia 
❖ Comte procurou criar uma ciência da sociedade que pudesse explicar as leis do mundo 
social, à imagem das ciências naturais que explicavam como funcionava o mundo físico 
➢ Acreditava que todas partilham uma lógica comum e um método científico, que visa 
revelar leis universais 
➢ Tal como a descoberta das leis do mundo natural nos permite controlar e prever os 
acontecimentos a nossa volta, desvendar as leis que governam a sociedade humana 
pode nos ajudar a configurar o nosso destino e a melhorar o bem-estar da humanidade 
➢ Comte acreditava que a sociedade se submete a leis invariáveis, de um modo muito 
semelhante ao que sucede no mundo físico 
❖ Comte via a sociologia como uma ciência positiva 
➢ Acreditava que a disciplina devia aplicar ao estudo da sociedade os mesmos métodos 
científicos e rigorosos que a Física ou a Química usam para estudar o mundo físico 
➢ O positivismo defende que a ciência deve preocupar-se apenas com fatos observáveis 
que ressaltam diretamente da experiência 
➢ Compreendendo o relacionamento causal entre acontecimentos, so cientistas podem 
então prever o modo como futuros acontecimentos poderão ocorrer 
➢ A abordagem positivista da Sociologia acredita na produção de conhecimento acerca da 
sociedade com base em provas empíricas retiradas da observação, da comparação e da 
experimentação 
❖ Etapas de desenvolvimento do pensamento de Comte/ Lei dos Três Estágios 
➢ TEOLÓGICO: causais/ entes sobrenaturais; crença que a sociedade é uma expressão da 
vontade de Deus 
➢ METAFÍSICO: natural – abstração/ conceituação racional; sociedade vista em termos 
naturais e não sobrenaturais 
➢ POSITIVO: conhecimento científico – sujeito a comprovação, pesquisa empírica 
❖ Concepção da sociedade: COLETIVISTA 
➢ Noção de equilíbrio (relações sociais) -> da mesma forma que há um equilíbrio na 
natureza, há um equilíbrio dentro das relações sociais leis que as regem 
➢ Funçãodo sociólogo: buscar as leis (regularidades) que regem a sociedade 
➢ Parâmetro: ciências naturais 
❖ Problema para Comte -> sociologia – identidade entre o objeto de estudo, que é a 
sociedade, e o pesquisador (cientista que é parte da sociedade) -> neutralidade objetiva 
❖ Fundação de uma religião da humanidade: fé -> fundamento científico 
 
ÉMILE DURKHEIM 
Breve biografia: 
❖ França 1858-1917 
❖ Viveu em um período de extremas mudanças 
➢ Viveu numa Europa conturbada por guerras e em vias de modernização e sua produção 
reflete a tensão entre valores e instituições que estavam sendo corroídos e formas 
emergentes cujo perfil ainda não se encontrava totalmente configurado 
➢ Se preocupava com o fato de que com a queda da moral e das instituições a sociedade 
encontrava-se em meio ao caos. 
❖ Contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência empírica e para sua instauração 
no meio acadêmico, tornando-se o primeiro professor universitário dessa disciplina 
❖ Um dos pensamentos que influenciaram o pensamento de Durkheim foi a crença de que a 
humanidade avança no sentido de seu gradual aperfeiçoamento, governada por uma força 
inexorável: a lei do progresso 
❖ Durkheim também recebe a influência da filosofia racionalista de Kant, do darwinismo, do 
organicismo alemão e do socialismo de cátedra 
❖ Difundia-se a concepção de que a vida coletiva não era apenas uma imagem ampliada da 
individual, mas um ser distinto, mais complexo e irredutível às partes que o formam 
Abordagem sociológica e Objeto de estudo: 
❖ COLETIVISTA: a sociedade molda o indivíduo e o transcende -> condiciona e influencia o seu 
comportamento 
❖ A sociedade se coloca como autoridade sobre o indivíduo. É o coletivo que constrói a MORAL 
que uma vez construída atua como uma autoridade sobre ele 
❖ O objetivo da instrução pública é construir a consciência comum, formas cidadãos para a 
sociedade e não operários para as fábricas ou contabilistas para o comércio 
❖ Consciência Individual: refere-se aos traços mentais e emocionais que caracterizam o 
indivíduo (pessoal, privada, individual) 
❖ Consciência Coletiva: conjunto de crenças e sentimentos comuns à média da sociedade 
❖ A sociedade não é a simples soma dos indivíduos, mas a síntese 
➢ Ações e sentimentos particulares ao serem associados combinados e fundidos fazem 
nascer algo novo e exterior àquelas consciências e às suas manifestações 
❖ A sociedade pode ter indivíduos diferentes, mas há uma moral que condiciona a sociedade 
para seu funcionamento 
❖ Objeto de estudo da sociologia: FATOS SOCIAIS 
FATOS SOCIAIS: 
❖ “toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção 
exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando 
uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter” 
❖ São exteriores ao indivíduo enquanto consciência social -> herança social 
➢ Antecede e sucede o indivíduo 
➢ “maneiras de fazer ou de pensar, reconhecíveis pela particularidade de serem 
suscetíveis de exercer influência coercitiva sobre as consciências particulares 
➢ “maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder 
de coerção em virtude do qual se lhe impõem” 
➢ São mutáveis 
❖ Coercitivos -> sanções 
“aquele que tenta ir contra uma lei, um comportamento padrão, não usar a língua ou a 
moeda tradicional tropeçara com os demais membros da sociedade que tentarão impedi-
lo, convence-lo ou restringir a sua ação, usarão de punições, censura, do riso, do opróbrio 
(grande desonra pública) e de outras sanções, incluindo a violência, advertindo-o de que 
está diante de algo que não depende dele” 
❖ Modificáveis: se a função principal dos fatos é a integração dos indivíduos, quando a moral 
não acompanha a sociedade e suas necessidades esses têm que mudar. Exemplo: virgindade 
❖ Assim, o fato social é algo dotado de vida própria, externo aos membros da sociedade e que 
exerce sobre seus corações e mentes uma autoridade que os leva a agir, a pensar e a sentir 
de determinadas maneiras 
❖ Os fatos sociais podem ser menos consolidados, mais fluidos, são maneiras de agir. É o caso 
das correntes sociais, dos movimentos coletivos, das correntes de opinião. 
❖ Outros fatos têm uma forma já cristalizada na sociedade, constituem suas maneiras de ser, 
as regras jurídicas, morais, dogmas religiosos e sistemas financeiros. Por exemplo, os modos 
de circulação das pessoas e das mercadorias, de comunicar-se, de vestir-se, dançar, 
negociar, rir, cantar, conversar etc. 
❖ Apesar da existência de dificuldades impostas por um poder contrário de origem social, 
apresentam-se comportamentos inovadores e, as instituições, são passíveis de mudança 
desde que “vários indivíduos tenham, pelo menos, combinado a sua ação e que desta 
combinação se tenha desprendido um produto novo” que vem a constituir um fato social 
➢ SOCIEDADES MODERNAS: valores são postos em discussão 
➢ SOCIEDADES TRADICIONAIS: os inovadores enfrentam maiores e as vezes insuperáveis 
resistências 
❖ Dualidade dos fatos sociais 
➢ Ao mesmo tempo que as pessoas são constrangidas e condicionadas aos fatos sociais 
elas entendem a necessidade de sua existência 
▪ Elas amam e odeiam os fatos sociais 
➢ Os fatos sociais organizam a sociedade e permitem a previsibilidade na convivência e 
nas relações sociais 
❖ Método 
➢ Tratar os fatos sociais como coisa -> conhecimento científico, superando as deficiências 
do senso comum 
➢ Os cientistas sociais investigam possíveis relações de causa e efeito e regularidades 
como vistas â descoberta de leis e mesmo de “regras de ação para o futuro”, observando 
fenômenos rigorosamente definidos 
Tipos de Coesão Social 
❖ SOCIEDADES TRADICIONAIS -> SOLIDADRIEDADE MECÂNICA 
❖ SOCIEDADES MODERNAS -> SOLIDARIEDADE ORGÂNICA 
❖ Solidariedade: laços que unem os membros entre si e ao próprio grupo 
➢ Laços morais: moral – que implica obrigações e sanções 
➢ Variam de acordo com o tipo de sociedade cuja coesão procuram garantir 
❖ Nas sociedades onde se desenvolve uma divisão do trabalho, a consciência comum passa a 
ocupar uma reduzida parcela da consciência total, permitindo o desenvolvimento da 
personalidade 
➢ Quanto mais o meio social se amplia, menos o desenvolvimento das divergências 
privadas é contido 
➢ A diferenciação social NÃO diminui a coesão – ao contrário, faz com que “a unidade do 
organismo seja tanto maior quanto mais marcada a individualidade das partes” 
▪ Uma solidariedade ainda mais forte funda-se agora na interdependência e na 
individualidade dos membros que compõem essas sociedades 
❖ Enquanto os “sentimentos de simpatia cuja fonte é a semelhança” levam a uma aglutinação 
dos membros, nas sociedades com acentuada divisão de trabalho, o relacionamento social 
supõe uma interdependência baseada na divisão de tarefas 
SOLIDARIEDADE MECÂNICA 
❖ A base da integração/coesão é a semelhança de crenças e sentimentos 
➢ “liga diretamente o indivíduo à sociedade, sem nenhum intermediário”, constituindo-se 
de “um conjunto mais ou menos organizado de crenças e sentimentos comuns a todos 
os membros de um grupo: é o chamado tipo coletivo” 
❖ Quando tais vínculos se assemelham aos que ligam um déspota aos seus súditos, a natureza 
destes é análoga à dos laços que unem um proprietário aos seus bens: não são recíprocos, 
mas, sim “mecânicos” -> o indivíduo não se pertence, é “literalmente uma coisa de que a 
sociedade dispõe” 
❖ Não há um sistema jurídico intermediário -> as próprias pessoas se vigiam 
❖ A coesão ocorre mecanicamente, uma vez que a moral e os pensamentos são iguais -> não 
há problemas na integração 
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA 
❖ Ao se desenvolver uma densidade material concentra-se a população, formam-se cidades, 
aumenta a natalidade e as “vias de comunicação e transmissão rápidas e em quantidades 
que, suprimindo ou diminuindo os vazios queseparam os segmentos sociais, aumentam a 
densidade da sociedade” 
➢ A condensação da sociedade, ao multiplicar as relações intersociais, leva ao progresso 
da divisão de trabalho 
➢ À medida que se acentua a divisão do trabalho social, solidariedade mecânica se reduz 
e é gradualmente substituída por uma nova: a solidariedade orgânica ou derivada da 
divisão do trabalho 
❖ Institui-se então um processo de individualização dos membros dessa sociedade que 
passam a ser solidários por terem uma esfera própria de ação -> com isso ocorre uma 
interdependência entre todos e cada um dos demais membros que compõem tal sociedade 
➢ A função da divisão de trabalho é, enfim, a de integrar o corpo social, assegurar-lhe a 
unidade. É, portanto, uma condição de existência da sociedade organizada, uma 
necessidade. 
❖ Princípio de Coesão -> diferença de funções resultado da divisão de trabalho 
➢ Funções interdependentes e complementares 
➢ Cada função se interliga pela moral -> gera responsabilidades 
❖ Garantia da coesão social -> direito penal, direito cooperativo – é aquele que se caracteriza 
por regulamentar a sociedade caso haja alguma transgressão, para que haja a restituição 
voltando a normalidade da moral – com sanções de restituição 
Indicativos dos tipos de solidariedade: 
❖ Durkheim utiliza-se da predominância de certas normas do Direito como indicador da 
presença de um ou outro tipo de solidariedade, já que esta, por se rum fenômeno moral, 
não pode ser diretamente observada 
➢ O Direito é uma forma estável e precisa, e serve, portanto, de fator externo e objetivo 
que simboliza os elementos mais essenciais da solidariedade social 
❖ Enquanto as sanções impostas pelo consumo são difusas, as que se impõem através do 
Direito são organizadas. Elas constituem duas classes: 
➢ Repressivas: que infligem ao culpado uma dor, uma diminuição, uma privação 
➢ Restitutivas: que fazem com que as coisas e as relações perturbadas sejam 
restabelecidas à sua situação anterior, levando o culpado a reparar o dano causado. 
Anomia 
❖ Após a queda da moral antes estabelecida e das instituições que regulamentavam e 
estabeleciam essa moral, há uma falta de regulamentação e presença de uma moral regente 
➢ As instituições medievais caem e a economia ganha prioridade, relações sociais ficam 
sem regulamentação 
❖ A sociedade deixa de estra presente o suficiente para regular as paixões individuais, 
deixando-as correr desenfreadas. Essa é uma situação característica das sociedades 
modernas. O progresso econômico tem consistido principalmente em libertar as relações 
industriais de toda e qualquer regulamentação 
❖ Sentia Durkheim a necessidade de uma nova moralidade que se desenvolvesse a uma 
velocidade semelhante àquela em que se dava o crescimento industrial e econômico de 
modo a controlar os afetos. 
❖ Quando, numa sociedade organizada, acontece de os contatos entre os órgãos sociais serem 
insuficientes ou pouco duradouros, surge uma situação de desequilíbrio: o sentimento de 
interdependência se amortece, as relações ficam precárias e as regras indefinidas, vagas 
❖ O estado de anomia ou de desregramento pode ser mais bem compreendido quando 
referido às consequências do crescimento desordenado da indústria 
❖ Conflitos e desordens seriam os sintomas da anomia jurídica e moral presentes na vida 
econômica, cujo progresso sem precedentes não tinha sido acompanhado pelo 
desenvolvimento de instituições dotadas de uma autoridade capacitada a regulamentar os 
interesses e estabelecer limites 
❖ Quando a sociedade é perturbada por uma crise, torna-se momentaneamente incapaz de 
exercer sobre seus membros o papel de freio moral, de uma consciência superior à dos 
indivíduos. Estes deixam, então, de ser solidários, e apropria coesão social se vê ameaçada 
❖ Durkheim procurou no campo do trabalho, nos grupos profissionais, um lugar de 
reconstrução da solidariedade e da moralidade integradoras das quais lhe pareciam tão 
carentes as sociedades industriais 
❖ O autor conferiu às anormalidades provocadas por uma divisão anomica do trabalho uma 
parte da responsabilidade nas desigualdades e nas insatisfações presentes nas sociedades 
modernas 
❖ Durkheim enfatiza as leis trabalhistas 
❖ É possível detectar a anomia pelas taxas que uma sociedade apresenta (de crimes, de 
suicídios, de corrupção 
❖ Anomia no Brasil 
➢ A Constituição de 1988 é enorme, porém não regulamentou vários itens 
➢ No brasil há leis, porém elas não são seguidas ou interiorizadas -> as leis ainda deixam 
parte da sociedade impune. Com isso, a anomia ocorre a partir do momento em que as 
leis não são seguidas/interiorizadas/ aderidas pela sociedade 
O suicídio de Durkheim 
❖ Durkheim propõe a análise do suicídio enquanto fato social -> causa no coletivo 
❖ “considerando que o suicídio é um ato da pessoa e que só a ela atinge, tudo indica que deva 
depender exclusivamente de fatores individuais e que sua explicação, por conseguinte, 
caiba tão somente à psicologia” 
➢ Dai a procurará demonstrar de que modo o conjunto desses fenômenos poderá ser 
tomado como um fato novo, resultante de fatores de origem social que chama de 
“correntes suicidogêneas”, verdadeiros estímulos que atuariam sobre os indivíduos 
exigindo-lhes ou possibilitando que eles procurem a própria morte 
❖ Definição do suicídio de Durkheim: “todo caso de morte que resulte direta ou indiretamente 
de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima, sabedora de que devia 
produzir esse resultado” 
❖ Coloca o suicídio como consequência de fatores externos ao indivíduo -> vai contrário a 
psicologia 
➢ A maior coesão e vitalidade das instituições às quais a pessoa está ligada – a intensidade 
com que se manifesta a solidariedade em seu grupo religioso, a solidez dos laços que a 
unem a sua família, ou a força dos valores e sentimentos que a vinculam à sociedade 
política – contribuem para preserva-la de cometer um ato dessa natureza 
❖ Cada grupo social tem uma disposição coletiva para o suicídio, e desta derivam as inclinações 
individuais 
➢ Ela deriva de “correntes de egoísmo, de altruísmo ou de anomia que afligem a 
sociedade” 
➢ Em geral, essas três correntes compensam-se mutuamente e mantem os indivíduos 
estáveis. 
❖ Suicídio altruísta 
➢ Indivíduo impregnado pela moral coletiva -> o individuo assimila tanto a moral que 
acaba por se matar por ela 
➢ O suicídio é visto então como um dever que, se não for cumprido, é punido pela desonra, 
perda da estima pública ou castigos religiosos 
▪ Nas sociedades modernas a ocorrência do suicídio altruísta dá-se entre mártires 
religiosos e, de maneira crônica, entre os militares 
❖ Suicídio egoísta 
➢ Afastamento da moral -> o indivíduo se afasta tanto que acaba por se sentir isolado e 
sozinho 
➢ A depressão, a melancolia, a sensação de desamparo moral provocadas pela 
desintegração social tornam-se, então, causas do suicídio egoísta 
❖ Suicídio anômico 
➢ Sociedade desregulamentada se deve a uma situação de desregramento social, devido 
ao qual as normas estão ausentes ou perderam o respeito/adesão.

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