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9 UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR DANIELA RIBEIRO SCHILLING JULIA BALCONI IGISKI LEILA STAPASOLLA CAPELETTI THIAGO FRACASSI FARIAS TÍTULO: Projeto de Exportação Porto Alegre 2020 DANIELA RIBEIRO SCHILLING JULIA BALCONI IGISKI LEILA STAPASOLLA CAPELETTI THIAGO FRACASSI FARIAS TÍTULO: Projeto de Exportação Trabalho apresentado para a disciplina de Laboratório de Comércio Exterior I, pelo Curso de Comércio Exterior da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, ministrada pelas professoras Rosana Roth e Alessandra Simon Piccioni Porto Alegre 2020 SUMÁRIO 31 INTRODUÇÃO 42 venda INTERNACIONAL 52.1 Detalhes da Carga 63 PRÉ-EMBARQUE 61.1 Documentação necessária para esta exportação 71.2 Classificação do produto 84 PREÇO DE EXPORTAÇÃO 95 EMBARQUE da mercadoria 116 Conclusão 12REFERÊNCIAS 1 INTRODUÇÃO A projeção desenvolvida neste trabalho versa sobre o passo-a-passo de uma exportação, efetuada pelos membros da equipe de COMEX de uma empresa calçadista. No desenvolvimento, será apresentada a ocasião em que foi aberta a negociação, incluindo propostas comercias sob Incoterms distintas para escolha do cliente, formação de preço de nosso produto e demais aspectos práticos, até a exportação do produto. Considerando que a nossa empresa já foi internacionalizada, esta negociação tem como objetivo conquistar um novo cliente e fideliza-lo, para que faça parte de nossa carteira de atendimento e amplifique nossos ganhos a longo prazo. 2 venda INTERNACIONAL Após uma viagem internacional em função de uma feira de negócios ao Peru o setor comercial desenvolveu contato com o cliente Alpargatas Peru SA DV, desta forma, após algum tempo de negociações o cliente fez o pedido de 600 unidades de chinelos de borracha, para uma primeira compra. Foram enviadas duas propostas ao importador, considerando o modal aéreo visto a baixa quantidade de produto comprado, nas quais foram considerados os incoterms EXW e CIP. A empresa busca sempre trabalhar com os dois incoterms visto que, o incoterm EXW deixa toda a responsabilidade do transporte internacional da carga para o importador, o que deixa a operação mais simples de ser trabalhada, pois é necessário apenas que a carga seja disponibilizada para a coleta na fábrica. Já incoterm CIP acaba sendo o mais utilizado nas operações de exportação da empresa, visto que, já há negociação com despachante e agente de cargas pré-acordada (BID anual) o que proporciona aumento nos lucros, e ainda, deixa a tomada de decisões e follow up da operação na responsabilidade do exportador, desta forma, a proximidade com o cliente para a continuidade da relação é iminente. Com bons preços cotados pelo agente de cargas é possível diminuir o preço por unidade do produto no incoterm CIP, o que, o cliente final acabou concluindo que seria vantajoso e fechando a operação neste incoterm. Por ser a primeira compra deste cliente, foi solicitado que o mesmo enviasse o pagamento adiantado. Após a confirmação do valor recebido em conta pelo setor financeiro, a operação foi enviada para que o setor de transporte internacional pudesse falar com expedição para dar seguimento ao envio internacional. Tabela 1 – Proposta de Venda – Incoterm EXW UNIDADES VALOR DO ITEM VALOR TOTAL POR ITEM PROPOSTA EXW - 700 UNIDADES CHINELO COR PRETA (TAM 41/42) 100 USD 6,90 USD 690,00 CHINELO COR BRANCA (TAM 41/42) 100 USD 6,90 USD 690,00 CHINELO COR AZUL NAVAL (TAM 41/42) 100 USD 6,90 USD 690,00 CHINELO COR PRETA (TAM 43/44) 100 USD 6,90 USD 690,00 CHINELO COR BRANCA (TAM 43/44) 100 USD 6,90 USD 690,00 CHINELO COR AZUL NAVAL (TAM 43/44) 100 USD 6,90 USD 690,00 PACKAGE USD 10,00 VALOR TOTAL USD 4.150,00 Fonte: Elaborado pelos autores. Tabela 2 – Proposta de Venda – Incoterm CIP UNIDADES VALOR DO ITEM VALOR TOTAL POR ITEM PROPOSTA CIP - 700 UNIDADES CHINELO COR PRETA (TAM 41/42) 100 USD 6,80 USD 680,00 CHINELO COR BRANCA (TAM 41/42) 100 USD 6,80 USD 680,00 CHINELO COR AZUL NAVAL (TAM 41/42) 100 USD 6,80 USD 680,00 CHINELO COR PRETA (TAM 43/44) 100 USD 6,80 USD 680,00 CHINELO COR BRANCA (TAM 43/44) 100 USD 6,80 USD 680,00 CHINELO COR AZUL NAVAL (TAM 43/44) 100 USD 6,80 USD 680,00 INTERNATIONAL AIRFREIGHT VALUE USD 235,40 INSURANCE - MÍN USD 50,00 PACKAGE USD 10,00 VALOR TOTAL USD 4.365,40 Fonte: Elaborado pelos autores. 2.1 Detalhes da Carga Tendo em vista as características do produto, e a baixa quantidade adquirida pelo importador, a carga acabou sendo enquadrada no modal aéreo. As características do produto são facilmente extraídas do sistema e o frete internacional já calculado, pois ele é renovado anualmente com o agente de cargas. A modalidade de BID tem a vantagem de dar mais dinamismo à venda e proporciona ao próprio setor de vendas que calcule facilmente o valor a ser desembolsado para o transporte internacional da mercadoria que está vendendo. Sendo assim, quando o a confirmação de pagamento chega ao setor de transporte internacional autorizando o transporte da mercadoria o procedimento é apenas dar seguimento com o agente de cargas e despachante, deixando assim de ser necessário fazer cotação caso a caso. Tabela 5 – Valores de frete internacional para incoterm CIP FRETE INTERNACIONAL TIPO DE EMABALAGEM CAIXAS DE PAPELÃO // NO WOODEN PACKAGE APPLICABLE QUANTIDADE DE VOLUMES 600 LOOSE CARTONS PESO POR VOLUME 0,25 KG PESO TOTAL 150,00 KGS DIMENSÕES POR VOLUME 28,7 cm x 6,5 cm x 11 cm PESO TAXÁVEL 206 KGS FRETE AÉREO 0,90/KG = USD 185,40 PICK UP USD 50,00 TOTAL FRETE INTERNCIONAL USD 235,40 Fonte: Elaborado pelos autores. 3 PRÉ-EMBARQUE A fase pré-embarque na exportação é uma das mais importantes da operação. Ela obriga um amplo planejamento, que envolve a condução logística, a preparação documentação, a inspeção do carregamento e o cumprimento de prazos, como o deadline de draft e de carga. Hoje as exportações pelo Brasil, são realizadas por meio da DU-E e consiste na prestação pelo declarante ou seu representante das informações necessárias ao controle da operação de exportação, de acordo com: a forma de exportação escolhida pelo exportador, os bens integrantes da DU-E e circunstâncias da operação. Figura 1 – Simulador de tratamento administrativo Fonte: Site Portal Único Sisomex 1.1 Documentação necessária para esta exportação Os processos de exportação precisam ser muito bem detalhados e estudados com referências aos documentos necessários para se efetivar a exportação e para concretizar a nacionalização no país de destino. Existem diversos tipos documentos que podem compor tal processo, dentre eles temos: NFE de exportação, comercial invoice, packing list, certificados, documentação de frete e outros. Neste momento é de extrema importância ter ligação entre o importador e exportador, pois qualquer falta ou erro de documentos deverá acarretar grandes prejuízos. Para esta exportação são utilizados alguns documentos específicos tanto para a circulação de mercadorias no país de origem, quanto para o embarque ao exterior. Sendo eles: Ordem de compra, Proforma, Commercial Invoice, Packing List, Conhecimento de transporte aéreo (HAWB), DU-E, Nota Fiscal, Certificado de Origem, Certificado de Seguro. 1.2 Classificação do produto Classificar um produto significa determinar uma correlação entre ela e um código especificado na Nomenclatura. As principais razões para classificar as mercadorias: determinação dos direitos aduaneiros incidentes sobre a operação de importação e exportação, coleta de dados estatísticos; enquadramento da mercadoria em tratamentos administrativos obrigatórios; aplicação de algum tratado internacional celebrado pelo Brasil. Conforme indicação do Portal Único do Siscomex e Nomenclatura comum do Mercosul, a mercadoria a ser enviada é classificada da seguinte forma: 6402.20.00 - Calçados,polainas e artefatos semelhantes, e suas partes - Outro calçado com sola exterior e parte superior de borracha ou plástico. - Calçado com parte superior em tiras ou correias, fixados à sola por pregos, tachas, pinos e semelhantes Figura 2 – Classificação do produto Fonte: Site Portal Único Siscomex 4 PREÇO DE EXPORTAÇÃO Quando falamos em mercado internacional, a composição do preço de exportação deve considerar novos elementos, assim como excluir outros que não incidirão na exportação. Antes de calcular o preço da exportação, é necessário estimar alguns custos logísticos relacionados a embalagem interna e de exportação, frete interno e internacional (dependendo do Incoterm utilizado), taxas portuárias ou aeroportuárias, serviços de despachante aduaneiro etc. A determinação do preço de exportação é um dos fatores mais importantes e decisivos para conquistar e permanecer em determinado mercado. Para formar o preço de exportação adotamos o seguinte método: - Eliminar todos os itens que se encontram agregados ao preço de mercado interno e que não ocorrerão na exportação do produto; - Adicionar ao resultado anterior os elementos que não fazem parte o mercado interno, mas que deverão compor o preço de venda para o exterior. No processo de formação do preço de exportação, deve-se primeiramente conhecer e utilizar todos os benefícios fiscais e financeiros aplicáveis à exportação, a fim de se obter maior competitividade externa. Figura 3 – Simulador de preço de exportação. Componentes do cálculo. Fonte: Site do MDIC 5 EMBARQUE da mercadoria Com a entrada em funcionamento de despacho de exportação por meio da Declaração Única de exportação (DU-E), em 2 de julho de 2018, foram extintas a Declaração de Exportação (DE), a Declaração Simplificada de Exportação (DSE) e o Registro de Exportação (RE). A DU-E correspondente a uma ou mais notas fiscais, a recepção da carga correspondente à DU-E é registrada pelo depositário no CCT, com base nas notas fiscais que ampararam seu transporte até o local de despacho. Quando toda a carga estiver recepcionada, automaticamente ela é apresentada para despacho e o canal de conferência é determinado. Após o desembaraço da carga, o depositário registra no CCT sua entrega ao transportador internacional, com base em contêiner ou, se carga solta, com base no número da DU-E e na quantidade de volumes por tipo de embalagem. O transportador internacional registra a manifestação dos dados de embarque e quando todos os contêineres ou todos os volumes, por tipo de embalagem, forem manifestados, a carga estará completamente exportada e, se não houver pendência na DU-E, ela será averbada. A averbação do embarque consiste na confirmação da saída da mercadoria do País. Apenas uma DU-E na situação averbada atesta, para todos os fins fiscais, cambiais e comerciais, a efetiva exportação da mercadoria para o exterior. Portanto, para que seja considerada exportada, não basta que a mercadoria tenha sido desembaraçada, sendo necessária a confirmação do seu embarque ou transposição de fronteira. Quando o embarque ocorrer em recinto aduaneiro diverso do recinto de despacho, o embarque ou a transposição de fronteira somente poderá ocorrer após a conclusão do procedimento de trânsito aduaneiro de exportação (posterior ao desembaraço). A averbação ocorre de forma automática, desde que atendidas as seguintes condições: - A DU-E deve estar desembaraçada; - Caso tenha havido trânsito aduaneiro, ele deverá estar concluído; - O evento CCE (carga completamente exportada) deve ter ocorrido; e - Inexistência de exigências fiscais ativas. A averbação não prejudica a apuração de responsabilidade por erros ou fraudes constatadas após o desembaraço e o embarque dos bens, nem a aplicação das sanções administrativas, fiscais, cambiais e penais cabíveis aos responsáveis. Figura 4 – Fluxo de Exportação Fonte: Site do MDIC 6 Conclusão Nos dias atuais, em um cenário totalmente competitivo no mercado, destaca-se uma empresa que se internacionaliza. Com a desvalorização recorrente da moeda nacional, as empresas possuem a exportação como uma importante medida para manutenção de caixa e aumento dos lucros. Com este trabalho podemos concluir que o processo possui diversas etapas que devem ser respeitadas, cumprindo rigorosamente critérios fiscais e processos aduaneiros do país importador. Importador e exportador devem trabalhar em consonância, visando a economia de recursos e agilidade na finalização. Apesar de – em comparação com o processo de importação – ser um processo mais simples, as empresas exportadoras devem sempre estar atentas às mudanças na legislação e as particularidades de cada país importador. Como exposto no exemplo deste trabalho, uma empresa que possui um bom portfólio de produtos e bons parceiros logísticos para redução de custo consegue se manter estável em períodos de crise. REFERÊNCIAS ICC – INTERNATIONATIONAL CHAMBER OF COMMERCE – Incoterms 2020 https://iccwbo.org/resources-for-business/incoterms-rules/incoterms-2020/ Site Cosmos Bluesoft – Consulta de NCM - https://cosmos.bluesoft.com.br/produtos/7891109146378-chin-havaianas-tradicional-43-44 Site Bluesoft- Consulta de NCM - https://cosmos.bluesoft.com.br/ncms/64022000-calcado-com-parte-superior-em-tiras-ou-correias-fixados-a-sola-por-pregos-tachas-pinos-e-semelhantes/produtos Site Bluesoft - Consulta de NCM - https://cosmos.bluesoft.com.br/ncms/64022000-calcado-com-parte-superior-em-tiras-ou-correias-fixados-a-sola-por-pregos-tachas-pinos-e-semelhantes Site Portal Único do Siscomex – Simulador https://portalunico.siscomex.gov.br/talpco/#/simular-ta?perfil=publico Site Ministério Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – Simulador http://simuladordepreco.mdic.gov.br/como-utilizar.html Site Portal Único do SISCOMEX – Classificação da Mercadoria - https://portalunico.siscomex.gov.br/classif/#/nomenclatura/6402?criterio=64022000 Site Ministério Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – Consulta de Impostos http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/desoneracao-das-exportacoes Site Aeroporto de Porto Alegre – Consulta de tabelas - https://portoalegre-airport.com.br/pt/informacoes-operacionais/tarifas Site Ministério Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – Consulta Imagem - http://www.mdic.gov.br/balanca/DECEX/GUIA%20DUE.pdf Site do Sebrae – Consulta Artigo -https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-definir-o-preco-do-produto-no-exterior Site da Receita Federal - Consulta manuais de Exportação - http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/exportacao-portal-unico/averbacao-de-embarque-1 PEREIRA, A. et al. Laboratório de Com. 1 ed. Editora Unisinos, 2010.
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