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Prévia do material em texto

Legislação e Prática 
Aduaneira
Luana da Costa Leão 
Renato José da Silva
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Imagens
Adaptadas de Shutterstock.
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imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
Conteúdo em websites
Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento 
pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Presidência 
Rodrigo Galindo
Vice-Presidência de Produto, Gestão 
e Expansão
Julia Gonçalves
Vice-Presidência Acadêmica
Marcos Lemos
Diretoria de Produção e 
Responsabilidade Social
Camilla Veiga
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
 Leão, Luana da Costa
L437l Legislação e prática aduaneira / Luana da Costa Leão, 
 Renato José da Silva. – Londrina: Editora e Distribuidora 
 Educacional S.A., 2020.
 200 p.
 
 ISBN 978-85-522-1675-9
 
 1. Legislação. 2. Aduana. 3. Exportação. 4. Importação.
 I. Silva, Renato José da. III. Título. 
 
CDD 382.1
Jorge Eduardo de Almeida CRB-8/8753
Gerência Editorial
Fernanda Migliorança
Editoração Gráfica e Eletrônica
Renata Galdino
Luana Mercurio
Supervisão da Disciplina
Elaine Berini da Costa Oliveira
Revisão Técnica
Adriana Cezar 
André Luis Delvas Fróes
Elaine Berini da Costa Oliveira
Vaine Fermoseli Vilga
mailto:editora.educacional@kroton.com.br
http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1
Órgãos intervenientes. Pagamentos e cobranças. 
Seguros. Contratos ........................................................................................ 7
Seção 1
Transporte internacional e armazenagem 
em aduana ........................................................................................... 9
Seção 2
Órgãos intervenientes, seguro e pagamento em operações 
internacionais ....................................................................................26
Seção 3
Termos internacionais de comércio e introdução 
aos contratos ......................................................................................44
Unidade 2
Tributação no comércio exterior ...............................................................65
Seção 1
Aduana: conceitos introdutórios ....................................................67
Seção 2
Direito Aduaneiro.............................................................................82
Seção 3
Comércio exterior e tributação .......................................................95
Unidade 3
Classificação fiscal. Despacho de importação e 
exportação. Bagagem. ..............................................................................107
Seção 1
Valoração aduaneira ......................................................................109
Seção 2
Procedimentos aduaneiros ...........................................................122
Seção 3
Despacho aduaneiro ......................................................................136
Referências
Unidade 4
Remessas. Regimes aduaneiros. Infrações e penalidades ....................153
Seção 1
Regramento de remessas ..............................................................155
Seção 2
Remessas. Regimes aduaneiros. Infrações e penalidade. 
Legislação de regime aduaneiro ...................................................166
Seção 3
Remessas. Regimes aduaneiros, infrações e penalidades. 
Regulamento administrativo do regime aduaneiro ..................180
Palavras do autor
Olá, estudante! Seja bem-vindo! Iremos falar neste material sobre legislação e prática aduaneira.Sabemos que as relações comerciais e produtivas têm se caracteri-
zado por uma escala global, ignorando as barreiras fronteiriças entre estados 
e nações. Nessa dinâmica, surgem os desafios para as empresas exportadoras 
e importadoras quanto aos procedimentos de logística internacional e as 
legislações existentes nos procedimentos aduaneiros. Sendo assim, este livro 
tem como objetivo apresentar para você a forma como as empresas devem 
organizar seus processos internos e externos para a movimentação de merca-
dorias no comércio internacional, bem como apresentar as regras tributárias 
e legais pertinentes à legislação aduaneira. 
Os assuntos estão distribuídos em unidades de ensino e direcionados 
por aplicações de situações problema, para que você possa vivenciar na 
prática profissional, como ocorrem os processos de transporte aduaneiro e 
os cuidados com os aspectos legais.
Iniciaremos apresentando os aspectos pertinentes à logística interna-
cional e ao transporte de carga em aduana, na Unidade 1. Já, na Unidade 2, 
estudaremos os aspectos da legislação de práticas aduaneiras, especialmente 
quanto aos tributos incidentes nas operações. Na sequência, na Unidade 3, 
você vai conhecer o processo de valoração e os procedimentos aduaneiros 
e procedimentos de despacho para importação e exportação. E, por fim, na 
Unidade 4, vamos conhecer os aspectos de classificação fiscal, despacho, 
remessas e regimes aduaneiros, em conformidade com a legislação de 
práticas aduaneiras.
Portanto, convidamos você a navegar pelas unidades e seções aqui 
apresentados. Ao final, você vai compreender em detalhes a importância do 
transporte aduaneiro para as operações de importação e exportação, bem 
como as principais questões fiscais, legislativas, documentais e tributárias 
envolvidas na prática aduaneira.
Para o alcance desses objetivos de aprendizagem, é importante que você 
dedique tempo na leitura do material, bem como a realização das ativi-
dades propostas.
Preparado para esse desafio? Então vamos lá e ótimos estudos!
Unidade 1
Renato José da Silva
Órgãos intervenientes. Pagamentos e cobranças. 
Seguros. Contratos
Convite ao estudo
A partir de 1990, iniciou-se no Brasil e no mundo um progressivo 
aumento da liberalização comercial e engendrou-se um novo modelo de 
crescimento econômico pela via do fomento do comércio exterior. Nos 
últimos vinte anos considerável parte do crescimento do comércio inter-
nacional foi resultante do aumento da participação dos países nas cadeias 
globais de valor (CGV), ao passo que essa inter-relação produtiva e comer-
cial é vista cada vez mais por teóricos como condição imprescindível para 
o desenvolvimento econômico. Pode-se destacar como fatores favoráveis ao 
processo de liberalização e integração a redução das barreiras tarifárias de 
importação e exportação, os custos de transportes menores, as melhorias 
nos modais logísticos e na comunicação, principalmente com a ascensão da 
internet, permitindo a abertura de fluxo mundial de informações e o desen-
volvimento de novas tecnologias.
Neste cenário de oportunidades, muitas empresas brasileiras, conside-
rando suas atividades, o tamanho de mercado e as formas de comerciali-
zação, optam por considerar em plano de negócios a comercialização de 
seus produtos no comércio internacional. No entanto, é imprescindível que 
o empresário brasileiro conheça as operações que estão contidas na logís-
tica internacional, compreenda quais são os órgãos reguladores bem como 
os custos envolvidos nas operações internacionais e os termos e padrões de 
contratos aplicados nas transações de compra e venda. Por isso, é funda-
mental que vocêcompreenda os aspectos pertinentes à logística interna-
cional e ao transporte de carga em aduana, para poder tomar decisões asser-
tivas e contribuir para a eficiência do processo da organização em que atua.
Neste contexto, na primeira seção, vamos estudar o transporte interna-
cional e a armazenagem em aduana. O objetivo será te apresentar as modali-
dades de transporte internacional de carga e quais são os cuidados necessá-
rios para embalagem e armazenagem de mercadorias. Na segunda seção, você 
vai conhecer quais são os órgãos intervenientes nas operações internacionais, 
a importância do seguro de cargas e os tipos de cobranças e pagamentos 
existentes em operações internacionais. Por fim, na última seção, apresenta-
remos uma introdução sobre os termos e modelos de contratos internacio-
nais e os Incoterms.
9
Seção 1
Transporte internacional e armazenagem 
em aduana
Diálogo aberto
Nesta seção, vamos te apresentar os principais conceitos e fundamentos 
do transporte internacional de cargas, como os produtos devem ser prepa-
rados para o transporte, quais são os tipos de embalagens e armazenagens 
existentes e os tipos de zona alfandegárias. Agora, qual a importância desse 
tema para as empresas? 
Para responder a esse questionamento, é importante compreender que 
o ambiente internacional de negócios tem passado por diversas transforma-
ções a partir de meados do século XX, principalmente no que tange às evolu-
ções das tecnologias de transportes e dos recursos das tecnologias da infor-
mação. A essas transformações e ao crescimento do comércio global, assim 
como à integração econômica, cultural, política e social, atribui-se o nome 
de globalização. Nesse contexto, conhecer as características da globalização, 
focando as particularidades e condicionantes relativas às atividades logísticas 
entre países é fundamental para exportadores e importadores. 
Em um contexto nacional, o comércio exterior realizado por meio 
das exportações e importações é um processo cada vez mais comum nas 
empresas brasileiras, sendo uma oportunidade de expansão de negócios seja 
devido às oscilações econômicas existentes no mercado doméstico ou por 
oportunidades de negócios que surgem em outros países.
Isso vem acontecendo com uma empresa que é especializada na produção 
de cachaça artesanal e possui sua linha premium envasada em garrafas de 
750 ml, de qualidade reconhecida pelo mercado, além de ser amparada por 
rigorosos processos técnicos e legais de fabricação. Ao passar pelo processo 
de produção, o produto é comercializado no varejo, em bares, lanchonetes, 
restaurantes e conveniências em geral. A empresa foi constituída há 5 anos 
pelo empreendedor João e está sediada na cidade de Piracicaba, em São Paulo, 
e passou por um período de crescimento desde a sua fundação, alavancando 
em seu portfólio de clientes mais de 15 municípios da região. O empresário 
João foi convidado para apresentar seu produto em uma feira internacional 
de bebida destilada na Europa e, ao expor sua linha premium para degustação 
na feira, obteve grande sucesso e aceitação do público, surgindo demanda de 
consumo do seu produto no mercado europeu.
10
No entanto, João nunca exportou seu produto e tem muitas dúvidas sobre 
como ocorre o processo logístico de exportação de mercadorias. Porém, ele 
possui certa urgência em realizar essa exportação, pois, já está em fecha-
mento de contrato com distribuidores europeus. 
Nesse contexto, o empresário contratou você para orientá-lo na organi-
zação de sua logística para a exportação da cachaça premium.
Diante desses fatos, João precisa identificar quais são os meios de trans-
porte disponíveis para exportação, qual tipo de embalagem poderá utilizar 
no processo logístico e como será o armazenamento do produto até que 
chegue ao destino final, o importador.
Ao longo dessa seção, você encontrará respostas para essas perguntas, 
que lhe trarão a possibilidade de ajudar João na exportação de sua linha de 
cachaça premium.
Não pode faltar
Para que possamos adentrar o assunto proposto aqui (transporte, 
armazenagem e embalagem internacional de cargas e também transporte 
em aduana) temos de iniciar conceituando o que é logística e sua contex-
tualização no comércio internacional. Muito bem! Segundo o Council of 
Logistics Management – entidade americana dedicada ao estudo sobre logís-
tica – a palavra logística pode ser definida como:
O processo da cadeia de suprimentos que planeja, imple-
menta e controla o fluxo bidirecional (para frente e para 
trás), eficiente e efetivo, além do armazenamento de 
mercadorias, serviços e informações a elas relacionadas, 
do ponto de origem ao ponto de consumo, com o propósito 
de atender exigências dos clientes. (COUNCIL OF LOGISTICS 
MANAGEMENT, 2013, p. 117, tradução nossa)
Como você pode perceber, o enfoque da logística está voltado para 
atividades relacionadas aos aspectos físicos do transporte de mercadorias 
do fornecedor para o consumidor, o que engloba transporte, embalagem, 
armazenagem, segurança e manuseio da mercadoria. Segundo David (2016) 
o comércio internacional também inclui atividades como liberação de alfân-
dega, controle de documentos, embalagens e armazenagem.
11
O transporte internacional ocorre na maioria das vezes em mais de um 
modo de movimentação, ou seja, tem-se o transporte terrestre partindo 
da origem da mercadoria (empresa exportadora), seguido de transporte 
marítimo ou aéreo e, posteriormente, de um transporte terrestre até o destino 
final. Falando nisso, vamos definir o que é multimodalidade e intermodali-
dade no transporte de mercadorias. 
O transporte multimodal é aquele que utiliza um ou mais modais para 
o transporte e distribuição da mercadoria, porém é regido por um único 
contrato, que é executado por um único operador de transporte multimodal 
(OTM). Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), esse 
operador deve arcar com “prejuízos resultantes de perda, por danos ou avaria 
às cargas sob sua custódia, assim como por aqueles decorrentes de atraso 
em sua entrega quando houver prazo acordado” (BRASIL, 2019, [s.p.]). Os 
contratos com OTMs podem englobar também serviços de coleta, unitização, 
desunitização, consolidação, desconsolidação, movimentação, armazenagem 
e entrega do produto ao destinatário (ROBLES; NOBRE, 2016).
Já o transporte intermodal é quando também se utiliza mais de um modal 
para o transporte dos produtos entre a origem e o destino, porém os contratos 
de transportes são emitidos conforme a alternância dos modais trabalhados. 
Para a escolha do melhor modelo de transporte, o exportador ou importador 
deve considerar diversos aspectos, entre eles as condições geográficas, carac-
terísticas das cargas e urgência de entrega.
De acordo com Bowersox, Closs e Cooper (2006), o sistema de transporte 
pode ser classificado em cinco modais: rodoviário, dutoviário, ferroviário, 
aquaviário e aéreo. Ainda, conforme Ballou (2006), os critérios para a escolha 
do melhor modal na logística internacional deve considerar:
• Tamanho da consignação: Volume da carga encaminhada.
• Velocidade: Tempo requerido para entrega da mercadoria.
• Custo de transporte: O valor do frete, sendo este o maior deter-
minante de escolha, pois, representa a maior despesa financeira 
da operação.
• Resposta dos serviços: A confiança do prestador dos serviços no 
cumprimento do contrato.
• Custo de armazenagem: Necessidade de minimizar custos 
de armazenagem.
12
Assimile
A multimodalidade é quando utilizamos um ou mais modais para o trans-
porte e a distribuição de produtos, mas tendo o mesmo operador logís-
tico, sobre a tutela de um único contrato. A intermodalidade é quando 
também utilizamos mais de um modal para transportar os produtos, 
mas com a existência de vários contratos, de acordo com a alternância 
de modais trabalhados.
Você sabia que o transporte marítimo constitui cerca de 80% da movimen-
tação de produtos do mundo (UNCTAD, 2014)? A nível nacional, essa parti-cipação foi 83,2% em 2014, representando o principal modal de exportação 
do comércio brasileiro (UNCTAD, 2014). Neste tipo de transporte, qualquer 
tipo de mercadoria pode ser transportado, desde combustíveis, alimentos, 
grãos até equipamentos e automóveis. O produto pode ser transportado 
via paletes unitizados, barris, caixas e contêineres. Segundo David (2016), 
o transporte aquaviário pode ser classificado em três formas de navegação: 
• Cabotagem: Navegação entre portos marítimos dentro do 
mesmo território.
• Navegação interior: Realiza-se em hidrovias (rios) ou lagos (lacustre).
• Navegação de longo curso: Realizada entre portos nacionais e estran-
geiros em navios cargueiros.
Deste modo, o transporte marítimo é caracterizado como um complexo 
de portos e seus equipamentos, operação de navios e movimentação de 
mercadorias, caracterizado por navios específicos para cargas a granel 
líquidas (petróleo), sólidas (produtos agrícolas) e de contêineres para cargas 
secas e acondicionadas (ROBLES; NOBRE, 2016). Para contratar um frete 
de navegação é necessário contatar uma companhia de navegação que 
presta serviços marítimos de transporte de cargas e passageiros. E quanto 
aos custos dessa modalidade de transporte? Algumas variáveis são consi-
deradas no cálculo do frete, tais como característica do produto, peso, 
volume, embalagem e tempo de viagem. Também devem ser considerados 
os custos portuários.
O transporte aéreo é preferível para as cargas de alto valor agregado, ou 
que tenham urgência de despacho e entrega, produto ciclo de vida curto, 
quando o risco de quebra e roubo é alto, quando há necessidade de manuseio 
especial ou para evitar custos elevados de armazenagem em modais mais 
lentos como o marítimo. Terrenos difíceis ou a falta de infraestrutura ferro-
viária, portuária ou rodoviária também são razões válidas para o transporte 
por via aérea (DAVID, 2016). As aviações aéreas são os agentes responsáveis 
13
pelo transporte e negociam espaços nos compartimentos de cargas das 
aeronaves com os agentes de cargas, os quais, por sua vez, oferecem dispo-
nibilidades e tarifas para o exportador e importador. Tais agentes possuem 
sistemas informatizados de gestão e rastreamento de cargas em todo o ciclo 
de transporte e armazenagem.
O transporte terrestre é o meio logístico doméstico mais utilizado no 
Brasil, com predominância do modal rodoviário. Destaca-se a ampla varie-
dade de veículos e transportadoras, extensa malha viária e possibilidade de 
entrega porta a porta. Já no que se refere ao transporte internacional, é impor-
tante que o exportador verifique se a transportadora possui autorização da 
ANTT para realização do transporte de forma direta ou combinada com a 
empresa de outro país, além do mais, o seguro é obrigatório e deve ser pago 
pela empresa contratante. Para o cálculo do custo do frete é considerada a 
relação peso x volume e a incidência de uma taxa ad valorem (SILVA, 2013).
O transporte ferroviário de cargas é realizado por diversos tipos de 
vagões, os quais são específicos para cada tipo de produto transportado, reali-
zando o transporte de grandes volumes e distâncias. No Brasil, as ferrovias 
são concessionadas ao setor privado e concentram-se no transporte de grãos, 
principalmente no encaminhamento entre centros de armazenagens regio-
nais e centros alfandegados secundários destinados aos portos marítimos.
Em termos de representatividade, o transporte ferroviário internacional 
é pouco relevante na logística brasileira, seja pelas restrições de malha de 
acesso junto aos países vizinhos da América do Sul, seja por ineficiência 
da prestação do serviço. De acordo com o ministério brasileiro dos trans-
portes, as ligações ferroviárias internacionais são realizadas com Argentina, 
Uruguai, Paraguai e Bolívia. Outro modal de transporte importante, porém 
menos conhecido, é o dutoviário. Este é responsável por movimentações 
de produtos líquidos ou liquefeitos, como petróleo e gás natural. No Brasil, 
destaca-se o gasoduto Bolívia-Brasil, sendo uma importante fonte de impor-
tação de gás natural pelo Brasil.
Exemplificando
Ao planejar uma venda para o exterior, é importante que uma empresa 
realize um plano logístico, detalhando o fluxo de transporte aduaneiro. 
Imagine que determinada organização vai exportar seu produto e 
precisa elaborar um fluxo de transporte. Na Figura 1.1 demonstram-se 
as etapas de exportação desse produto no contexto do transporte 
internacional, sendo a operação logística iniciada na fábrica ou centro 
distribuidora da organização exportadora.
14
Figura 1.1 | Fluxo de transporte aduaneiro
Transporte internacional
Local de 
origem
Transporte 
interno
Alfândega do 
vendedor
Terminal 
Aeroportuário/ 
portuário-origem
Local de 
destino
Transporte 
interno
Alfândega do 
comprador
Terminal 
Aeroportuário/ 
portuário-destino
Fonte: elaborada pelo autor.
Após o fechamento do contrato, o transporte é iniciado internamente 
(dentro do próprio país) e pode ocorrer via modais rodoviário, aéreo, 
aquaviário ou dutoviário. Esse percurso termina na alfândega, local que 
vai realizar o processo de desembaraço aduaneiro para a exportação. 
Ao finalizar o desembaraço, a mercadoria é levada para um terminal 
aeroportuário ou portuário (conforme definido pelo exportador), onde 
embarcará para o país de destino. Caso o modal seja rodoviário, dutovi-
ário ou ferroviário, o produto seguirá da zona alfandegada diretamente 
ao país de destino. Ao chegar no país de destino, a carga é movimen-
tada para um terminal aeroportuário ou portuário e encaminhado para 
a alfândega do importador para que se realize a nacionalização e, após 
esse procedimento, têm-se o transporte interno que levará o produto 
até o destino final.
Agora pense na questão da embalagem para os produtos que serão trans-
portados internacionalmente: imagine um determinado produto cruzando o 
oceano em uma simples caixa de papelão dentro de um porão de um navio, 
exposto aos mais diversos riscos de manuseio. Será que ao chegar no destino 
final, a mercadoria estaria ainda em condições de uso? Talvez o número de 
perdas poderia ser muito grande. Sendo assim, outro aspecto importante que 
devemos analisar no transporte internacional é a embalagem do produto, pois 
esta deverá atender à legislação sanitária e ambiental, às normas de segurança, 
higiene e padronização do país importador. Também, a embalagem deverá 
ser capaz de suportar as diversas movimentações as quais o produto estará 
sujeito durante o transporte, pois a carga pode ficar exposta a diversos riscos, 
tais como: trepidações, oscilações, colisão, empilhamento e armazenagem, 
calor, frio, condensação, umidade, mofo etc. (HANDABAKA, 1994).
15
Reflita
Uma empresa produz dispositivos eletrônicos utilizando condutores e 
semicondutores, um produto frágil e de alto valor agregado, que requer 
cuidados especiais para seu manuseio. Os potenciais clientes europeus 
não toleram demoras na entrega das mercadorias. Nesse contexto, qual 
seria o modal de transporte mais adequado para a exportação?
É importante frisar que para você enviar uma mercadoria ao exterior, os 
símbolos e as marcas de identificação dos tipos de mercadorias transportados 
deverão estar estampados nas etiquetas e nos rótulos. Essa norma foi estabe-
lecida pela Organização das Nações Unidas e é demonstrada por meio de 
gravuras e símbolos. Nas Figuras 1.2 e 1.3 são apresentados alguns exemplos 
de marcas e símbolos utilizados para acondicionamento de mercadorias.
Figura 1.2 | Marcas e símbolos para acondicionamento de transporte
Fonte: Shutterstock. 
Figura 1.3 | Etiquetas para transporte de produtos perigosos
Fonte: Shutterstock. 
16
Como você pode perceber, quando tratamos de embalagem no comércio 
internacional, um dos objetivos é que ela possa proteger e conservar a quali-
dade do produto, desde a saída da empresa exportadora até a chegada ao 
estabelecimento especificado pelo importador, nas melhores condições 
possíveise dentro das normas do país local. Por isso, é importante que 
durante as negociações comerciais, seja esclarecido entre as partes qual será o 
meio logístico escolhido, pois variações deste poderão influenciar até o preço 
final da mercadoria.
Neste contexto, o acondicionamento das mercadoras torna-se funda-
mental, uma vez que estas passarão por um período de transporte, que 
como já estudamos, e podem ficar expostas a diversos riscos, corroborando 
assim a importância da unitização e de uso de uma embalagem correta. 
Mas o que vem a ser a unitização? De acordo com Robles e Nobre (2016), 
a unitização de cargas consiste em transformar volumes, pesos, formatos e 
tamanhos diferentes em uma unidade uniforme, de modo a facilitar trans-
porte, manuseio e armazenagem. Esse processo ajudar a proteger, facilitar e 
reduzir os custos das operações de carga e descarga e demais movimentações 
que podem ocorrer.
Saiba que esse processo de unitização é cada vez mais comum no trans-
porte internacional de cargas, a escolha por padronizar equipamentos de 
manuseio das cargas, principalmente paletes e contêineres. Entre as princi-
pais formas de unitização têm-se:
Palete: é a acomodação da carga sobre uma plataforma confeccionada 
de madeira, metal ou plástico, com medidas padronizadas, fixadas por meio 
de cintas, podendo ser manuseadas por meio de garfos de empilhadeira. No 
Brasil, a dimensão padrão de paletes para a movimentação de cargas é de 
100 cm x 120 cm e o suporte é de até 1.200 kg. Contudo, os paletes europeus 
possuem dimensões de 80 cm x 120 cm e são muito comuns no transporte 
internacional, suportando em média 1.000 kg de carga (ROBLES; NOBRE, 
2016). As medidas dos paletes são dimensionadas para melhor utilização de 
espaços em aviões, contêineres, carroceria de caminhões, vagões de trens, 
minimizando assim os custos de transporte e otimizando os espações de 
carregamento. Se você for utilizar os paletes, é preferível que despache a carga 
de forma unitizada (agrupadas em uma única unidade maior) para que eles 
possam ser manipulados de modo adequado por uma empilhadeira. Ainda 
assim, a embalagem unitizada inclui mais uma camada de proteção para os 
produtos (normalmente embalados em filme de PVC), protegendo-os de 
infiltração de água e de condensação. Esse procedimento também facilita a 
manipulação e resguarda os produtos quando chegam ao destino final. Na 
17
Figura 1.4, apresentamos um modelo de palete com uma mercadoria uniti-
zada e embalada em filmes de PVC.
Figura 1.4 | Palete com mercadoria unitizada
Fonte: Shutterstock. 
Ainda sobre as embalagens, vamos refletir sobre os contêineres, pois, além 
de serem utilizados para o transporte dos materiais, produtos e bens, também 
são úteis para a proteção e acondicionamento dos produtos. Contêiner pode 
ser definido como um recipiente construído em aço ou alumínio, destinado 
ao transporte unitizado de cargas para diversos tipos de modais. O contêiner 
obedece a dimensões e padrões internacional, conhecidos como TEU que 
em inglês quer dizer Twenty feet Equivalent Unit (unidade equivalente a um 
contêiner de 20 pés). Na Figura 1.5 temos um exemplo de contêiner.
Figura 1.5 | Modelo de contêiner
Fonte: Shutterstock . 
18
De acordo com Ludovico (2012), existem quatro tipos de operações 
com contêiner:
• House to house: o produto é colocado no contêiner nas instalações do 
exportador e retirado no destino final. 
• Pier to pier: a mercadoria é encaminhada ao terminal marítimo 
ou aéreo e lá é carregada no contêiner, sendo retirada no terminal 
marítimo ou aéreo de destino.
• Pier to house: o produto é encaminhado ao terminal marítimo ou 
aéreo e lá é carregado no contêiner, sendo este retirado apenas na 
empresa importadora.
• House to pier: a mercadoria é carregada no contêiner na empresa 
exportadora e retirada apenas no terminal marítimo do porto 
de destino.
Exemplificando
Imagine uma vinícola do sul do país, especializada na produção de 
vinhos cabernet sauvignon e tem como principal mercado consu-
midor as cidades da região metropolitana de Porto Alegre. Porém, a 
vinícola decidiu redirecionar parte da sua produção para exportação 
e precisa organizar os processos de embalagens para sua exportação. 
Sendo assim a equipe de logística organizou as seguintes etapas para 
embalagem do produto para exportação.
1. Embalar as garrafas de vinho em caixas em conjunto de 6 unidades
2. Adesivar as caixas com os rótulos de segurança.
3. Unitizar as caixas.
4. Embalar as caixas unitizadas em forro de PVC.
5. Colocar as caixas sob paletes apropriados.
6. Manusear as caixas para dentro do contêiner.
É importante que você compreenda que frequentemente, a carga fica 
estacionada enquanto espera pelo próximo meio de transporte disponível 
ou enquanto está em trânsito aduaneiro. Assim, é necessário determinar as 
condições em que as mercadorias serão mantidas e, em seguida, definir se 
estão embaladas corretamente ou se precisam de cuidados especiais.
Sendo assim, é comum que em operações de importação e exportação a 
carga seja recebida, manejada, estocada e controlada dentro do terminal de 
cargas, seja no porto seco, marítimo ou terminal de carga aérea. Até que o 
19
despacho aduaneiro seja realizado é cobrada uma tarifa de armazenagem, 
cujo preço pode variar conforme o tipo de produto e tempo de estadia.
A aduana é o local de saída e entrada de todos os produtos de um país. O 
território aduaneiro compreende toda a extensão territorial do país, incluindo 
o mar territorial e o espaço aéreo. No entanto, o território é dividido em zona 
primária, que é um local demarcado pela autoridade aduaneira, o qual possui 
competência para controlar e operar carga e descarga de produtos, e zona 
secundária, que é todo o restante do território incluindo águas e espaço aéreo.
Os recintos alfandegados são espaços destinados aos processos de carre-
gamento, descarregamento, depósito, movimentação e despacho de cargas 
advindas do exterior ou destinadas ao mercado externo sob o controle fiscal.
São terminais alfandegados de zona primária:
• Os portos marítimos, regulados pela Lei nº 12.815/13 (Lei dos portos).
• Os aeroportos, cujos despachos dependem da Secretaria da 
Receita Federal.
• Os pontos de fronteira localizados em munícipios fronteiriços com 
países vizinhos.
São recintos alfandegados de zona secundária:
As estações aduaneiras interiores (EADI) que são terminais privados 
alfandegados de uso público, cujas empresas são detentoras de concessões 
públicas obtidas via processo licitatório e autorizado para operar processos 
aduaneiros de exportação e importação. 
O porto seco é um terminal alfandegado de zona secundária, destinada 
à prestação serviços públicos de movimentação e armazenagem de merca-
dorias que estejam sob controle aduaneiro. Ele também funciona como um 
executor de serviços aduaneiros, tais como processos de despacho aduaneiro 
de exportação e importação.
Bom, vimos muita coisa até aqui, agora continuem suas pesquisas e seus 
estudos pois este é um assunto que você precisa sempre acompanhar e se 
atualizar no intuito de melhorar os processos no transporte e na armaze-
nagem internacional e transporte em aduana.
Sem medo de errar
Vamos retomar o estudo de caso do empresário João e ajudá-lo na forma-
tação do processo logístico de exportação de cachaça artesanal premium, 
o produto com maior destaque junto aos seus apreciadores, que lhe deu 
20
a oportunidade de exportar o produto para um distribuidor de bebidas 
europeu. O empresário precisa identificar quais são os meios de transporte 
disponíveis para exportação, qual o tipo de embalagem poderá utilizar no 
processo logístico e como será o armazenamento do produto até que chegue 
ao destino final, o importador. 
Nesse contexto, você foi contratado para auxiliá-lo na elaboração do 
processo logístico de exportação. Com todas as explicações dadas até agora, 
você tem condições de ajudar João a tomar decisões que envolvam o fluxo de 
transporteaduaneiro de seu produto.
Muito bem, você precisa ter claro que qualquer empresa que almeje 
ingressar no mercado internacional precisa elaborar o processo logístico de 
transporte aduaneiro. 
Como a empresa está situada no interior do estado de São Paulo, o empre-
sário deverá escolher qual modal será utilizado para transporte até a Europa, 
surgindo as possibilidades via modal aquaviário utilizando o terminal portu-
ário de Santos ou via aéreo por meio do terminal de cargas do Aeroporto 
Internacional de Viracopos em Campinas (SP). Como o empresário possui 
urgência no envio do primeiro lote do produto, a escolha poderá ser via 
modal aéreo. 
No entanto, até a carga chegar a esses terminais, é necessário que o 
produto seja coletado na fábrica e para isso o empresário deverá fretar um 
caminhão para a coleta da mercadoria. Sendo assim, a logística aduaneira 
será realizada por mais de um modal e João deve escolher se a operação 
será multimodal, isto é, se um único operador logístico será responsável por 
toda a execução do transporte sob um único contrato, ou intermodal, com a 
existência de vários contratos.
Outro destaque importante é quanto a embalagem da carga. Como será 
um carregamento via modal aéreo, os produtos provavelmente estarão dentro 
de um contêiner e devem estar preparados para esse tipo de embalagem.
Como os produtos a serem exportados são garrafas de 750 ml, é neces-
sário que as mesmas sejam embaladas em caixas, adesivadas com rótulos de 
segurança, pois, são produtos frágeis e perigosos para manipulação (envasado 
em vidro e com teor alcóolico na composição da bebida). Ainda assim, as 
caixas devem ser unitizadas, forradas em filme em PVC e dispostas prefe-
rencialmente em paletes. A transportadora recolhe as caixas unitizadas e as 
dispõe dentro de um contêiner. Após o transporte rodoviário até o aeroporto, 
a carga será armazenada e controlada no recinto do terminal de carga aérea. 
Até a checagem de documentos e o despacho aduaneiro, será cobrada uma 
tarifa de armazenagem. Finalizados os procedimentos aduaneiros, a carga 
21
é despachada para exportação. As etapas desse processo estão indicadas na 
Figura 1.6.
Figura 1.6 | Fluxograma de transporte aduaneiro da empresa de João
Produção da 
cachaça
Embalagem 
do produto
Rótulos de 
segurança
Utilização da 
carga
Coleta e transporte 
rodoviário
Entrega do produto 
no aerporto
Despacho para 
exportação
Armazenagem no 
terminal de cargas
Checagem de documentos 
no recinto alfandegado
Fonte: elaborada pelo autor.
Muito bem, o fluxograma da Figura 1.6 apresenta como deve ser a 
integração dos componentes logísticos de transporte, embalagem e armaze-
nagem para a exportação de cachaças da empresa de João. Sendo assim, agora 
o empresário saberá quais são as etapas a serem seguidas.
Avançando na prática
Desenvolvimento de fluxograma de transporte 
logístico de produtos
Imagine que uma determinada indústria produtora de máquinas e 
equipamentos de sua cidade vai exportar seus produtos para outros países. 
Assim, ela precisa desenvolver a logística de transporte do produto e, para 
isso, contratou a empresa em que você trabalha, que presta serviços de logís-
tica integrada para empresas exportadoras de todo o Brasil. Sabe-se que 
os produtos vão sair de sua cidade e terão como destino inicial o terminal 
portuário mais próximo. 
Você foi encarregado pelo seu gestor para desenvolver a proposta logística 
para a indústria de sua cidade. Assim, você deverá apresentar para a empresa 
quais são as possibilidades logísticas existentes entre o carregamento do 
produto o porto mais próximo.
Resolução da situação-problema
Para resolver essa situação problema, é necessário compreender quais são 
os canais logísticos disponíveis entre as rotas desejadas. Portanto, o fluxo do 
transporte aduaneiro desenvolvido foi apresentado na Figura 1.7. 
22
Figura 1.7 | Fluxograma da prestação de serviços logísticos integrados
Cliente LCL - Coleta Armazenagem Ova
Terminal fluvial Transportefluvial Transporte
rodoviárioTransporte
rodoviário
Terminal
portuário
Terminal
marítimo
Porto de
destino
Terminal fluvial Transportefluvial
Fonte: adaptada de Robles e Nobre (2016, p. 148).
O procedimento começa com a coleta da mercadoria no pátio da fábrica 
por caminhões. Caso o lote de mercadorias não preencha completamente o 
contêiner (less container load – LCL) a carga passa por armazenagem inter-
mediária (armazenagem de consolidação). Com a carga completa, o contê-
iner passa por “ova” (termo usado na logística para se referir ao procedimento 
de carregar e encher, com carga, o contêiner) e é transferido de caminhão 
para um terminal especializado. Tal terminal pode ser fluvial, com a opção 
de parte da logística seja realizada via transporte fluvial e completado poste-
riormente via transporte rodoviário ou somente realizado via transporte 
fluvial até o terminal portuário. Também existe a opção do terminal ferro-
viário, com parte da logística realizada via transporte ferroviário e comple-
tada via transporte rodoviário até o terminal portuário ou trecho completo 
para o terminal portuário via transporte ferroviário. Caso não opte por essas 
opções, ou não exista essas possibilidades disponíveis, o transporte poderá 
ser totalmente rodoviário até o terminal portuário. Desse terminal portuário, 
ocorre o encaminhamento ao terminal marítimo de cargas para o embarque 
ao porto de destino. 
Muito bem! Você elaborou o fluxo de processos logísticos para a expor-
tação de máquinas e equipamentos partindo de sua cidade.
Faça valer a pena
1. Este importante processo consiste em transformar volumes, pesos, 
formatos e tamanhos diferentes em uma unidade uniforme, de modo a 
facilitar transporte, manuseio e armazenagem. Esse processo ajudar a 
23
proteger, facilitar e reduzir os custos das operações de carga e descarga e 
demais movimentações que podem ocorrer.
O processo apresentado é chamado de:
a. Logística.
b. Unitização de cargas.
c. Paletização.
d. Terceirização do transporte.
e. Armazenagem de cargas. 
2. A escolha do modal a ser utilizado na exportação de determinado produto 
é um dos fatores mais determinantes no sucesso de uma operação logística 
internacional, em função do transit time, que poderá ser curto, longo ou até 
mesmo atrasar, acarretando em prejuízos.
Sobre os diferentes tipos de modais de transporte, considere as afirmativas 
a seguir:
I. O transporte rodoviário é muito utilizado em trajetos curtos, princi-
palmente entre países fronteiriços, porém, apresenta custos maiores. 
Neste modal, a mercadoria pode ser transportada porta a porta.
II. O transporte hidroviário é usado para entregas de longa distância, 
principalmente de mercadorias de alto valor agregado. O custo do 
transporte é maior, contudo com alta velocidade de entrega.
III. O transporte ferroviário é usado em países de grande espaço territo-
rial, transportando pessoas e mercadorias, consumindo uma quanti-
dade de energia relativamente pequena.
Considerando o contexto apresentado, é correto o que se afirma em:
a. I, II e III.
b. I e II, apenas.
c. I e III, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, apenas. 
24
3. Os modais podem ser definidos como tipos de transporte. Atualmente, 
existem quatro principais formas de locomover uma carga: pelo modal aéreo, 
ferroviário, rodoviário e marítimo. Apesar de cada modal de transporte ter 
vantagens e desvantagens, cada região ou país do mundo acaba utilizando 
mais de um ou
A Figura 1.8 nos permite comparar as matrizes de transporte de carga de 
alguns países.
Figura 1.8 | Matrizes de transporte de cargas em países selecionados
Fonte: ANTF (2019, [s.p.]).
Com base nas informações expostas, examine as afirmativas a seguir.
I. Uma das principais vantagens do transporte rodoviário é o menor 
custo para grandes distâncias, terminais de cargas próximos das 
fontes de produção e adequados para produtos de baixo valor 
agregado e alta densidade.
II. II. O modal aquaviário refere-seà locomoção de cargas por meio 
de mares (marítimo), lagos (lacustre) ou rios (fluvial). Uma das 
suas vantagens é que a navegação tem baixo consumo de combus-
tível por tonelada útil transportada se comparado com todos os 
outros modais. 
III. O Brasil apresenta baixa densidade da malha ferro-
viária, se comparado a países de dimensões conti-
nentais, como Canadá, Rússia e Estados Unidos. 
IV. O transporte ferroviário de cargas ainda desempenha papel funda-
mental na logística mundial. As principais economias do mundo têm 
a ferrovia como um dos principais modais de transporte de cargas.
25
Considerando o contexto apresentado, é correto o que se afirma em:
a. I e IV, apenas.
b. II e III, apenas.
c. I e III, apenas.
d. I, III e IV, apenas.
e. II, III e IV, apenas. 
26
Seção 2
Órgãos intervenientes, seguro e pagamento em 
operações internacionais
Diálogo aberto
Nesta seção, vamos apresentar as entidades intervenientes que fazem 
parte do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), cada uma das 
quais assume uma responsabilidade distinta e importante para o desenvol-
vimento das operações de comércio exterior. Você também vai conhecer 
as modalidades de pagamentos existentes em transações internacionais e a 
importância dos seguros no transporte internacional de cargas. 
Sabemos que a necessidade que as empresas têm de interagir com o mundo 
mediante comércio exterior está cada vez mais consolidada. As empresas 
brasileiras (com destaque para as micro, pequenas e médias) precisam estar 
cada vez mais preparadas para competir nesse cenário. Contudo, a falta de 
conhecimento dos empresários sobre processos administrativos, questões 
legislativas e relativas a seguros de cargas e de recebimento das vendas tem 
prejudicado o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro. 
E por que esses pontos são tão importantes? A consecução das opera-
ções de exportação e importação exige cuidados, ou seja, é preciso atentar 
para o conhecimento dos agentes envolvidos na operação comercial e os 
órgãos gestores e fiscalizadores no processo de entrada e saída de merca-
dorias do país. A movimentação do produto a grandes distâncias, com a 
intervenção de diversos agentes, implica riscos que precisam ser minimi-
zados com a contratação de seguros. Da mesma forma, é necessário garantir 
o pagamento das transações, para cuja tarefa é fundamental a intervenção de 
agentes financeiros. 
Ciente desse cenário, João, proprietário de uma empresa de Piracicaba 
(SP) especializada na produção e na comercialização de cachaça artesanal 
premium, seu produto de maior destaque, decidiu iniciar o processo de 
exportação dessa mercadoria para o mercado europeu. Até o momento, 
embora já tenha definido o fluxo de transporte para exportação do produto, 
João ainda possui muitas dúvidas. 
Você trabalha com João na empresa e tem a responsabilidade de fazer 
com que esse processo de exportação aconteça de forma rápida e correta, 
a fim de minimizar os riscos para o empresário. Após conversa com João, 
ele aponta que os primeiros clientes internacionais da empresa já querem 
27
fechar negócio, mas está com medo de levar calote na transação, já que nunca 
vendeu antes para esses compradores. Diante desse quadro, João lhe pergunta: 
“existe alguma modalidade de pagamento a ser utilizada na venda da cachaça 
artesanal premium que minimizaria essa chance de não pagamento por parte 
do importador?”. Com medo de possíveis avarias e roubos durante o trans-
porte da cachaça para a Europa, João também lhe questiona: “de que forma 
a empresa pode eliminar esse risco logístico que enfrentará?”. Para finalizar, 
o empresário pede que seja feito um manual (para que todos os funcionários 
da organização recebam a mesma informação) que traga os órgãos regula-
dores do comércio exterior brasileiro e aqueles dos quais a empresa preci-
sará solicitar autorização para exportar a cachaça. Quais informações você 
colocará nesse manual? 
Agora você terá oportunidade de mostrar seu conhecimento e encon-
trar, ao longo desta seção, informações para formular a respostas para as 
dúvidas de João. 
Bom estudo! 
Não pode faltar
Você sabia que todas as empresas brasileiras que atuam em comércio 
exterior precisam ter o credenciamento no Sistema Ambiente de Registro e 
Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar)?
E o que vem a ser esse sistema? 
Trata-se de um registro que permite à Receita Federal monitorar as 
organizações que atuam no comércio exterior a fim de evitar que elas 
pratiquem fraude, contrabando ou descaminho. Sem o registro, empresas 
não conseguem operar, pois não vão ter acesso ao Sistema Integrado de 
Comércio Exterior (Siscomex), que autoriza o despacho de exportação e 
importação. Após o registo no Radar, a Receita Federal libera a senha de 
acesso ao sistema, por meio do qual a empresa pode operar, de forma ágil, 
por meio do Siscomex.
O Siscomex foi instituído pelo Decreto n. 660, de 25.09.92 com o objetivo 
de unificar e informatizar todos os dados relativos à exportação e à impor-
tação no Brasil (BRASIL, 1992). Trata-se de um sistema integrado que faz a 
conexão entre as diversas entidades envolvidas na exportação e na impor-
tação de bens e serviços, conferindo agilidade e transparência às operações 
de comércio exterior.
O Siscomex possui órgãos gestores e órgãos ausentes. Os órgãos gestores 
são os responsáveis pelo exercício dos controles governamentais sobre o 
28
comércio exterior. Por sua vez, os órgãos anuentes são aqueles que deliberam 
sobre as operações de comércio (importações e exportações) na fase do 
controle administrativo. Para compreender os processos de importação e 
exportação, é preciso conhecer quem intervêm nas práticas aduaneiras, ou 
seja, quem são os intervenientes do comércio exterior brasileiro. Tais interve-
nientes podem ser classificados em usuários, gestores e anuentes. 
Conforme a Instrução Normativa n. 1.273, de 6 de junho de 2012 – da 
Receita Federal do Brasil –, são considerados órgãos usuários intervenientes 
do comércio exterior:
o importador, o exportador, o beneficiário de regime 
aduaneiro ou de procedimento simplificado, o despachante 
aduaneiro e seus ajudantes, o transportador, o agente 
de carga, o operador de transporte multimodal (OTM), 
o operador portuário, o depositário, o administrador 
de recinto alfandegado, o perito, o assistente técnico, 
ou qualquer outra pessoa que tenha relação, direta ou 
indireta, com a operação de comércio exterior. (BRASIL, 
2012, art. 1º, § único)
E os órgãos governamentais intervenientes no Siscomex classificados em 
gestores e os classificados em anuentes? Vamos, a seguir, entender quem são.
Segundo Faro e Faro (2012), os órgãos gestores são aqueles direcionados 
para a gestão, a manutenção e o desenvolvimento do Siscomex, quais sejam:
• A Secretaria da Receita Federal (SRF): responsável pelos setores 
tributário e aduaneiro.
• A Secretaria de Comércio Exterior (Secex): responsável pela 
área administrativa.
• O Banco Central do Brasil (Bacen): responsável pelo controle cambial.
Por sua vez, os órgãos anuentes são aqueles que efetuam análises comple-
mentares de uma operação de comércio exterior, sendo responsáveis por 
autorizar a exportação/importação de determinados produtos em função 
de especificidades técnicas, tais como de ordem sanitária, de interesse de 
segurança nacional etc. Segundo o Sebrae (2019, [s.p.]), os principais órgãos 
anuentes do comércio exterior brasileiro são:
• Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa): atua 
na regulação e na normatização de serviços vinculados ao setor.
29
• Agência Nacional do Cinema (Ancine): atua sobre a fiscalização de 
investimentos no setor de cinema.
• Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 
(ANP): atua na fiscalização do setor energético.
• Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN): atua na fiscali-
zação, no que compete ao comércio exterior, sobre quaisquer produtos 
que possam ter atividaderadioativa.
• Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz): atua em tribu-
tações federais e estaduais.
• Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (Ibama): atua na política ambiental, sendo de sua respon-
sabilidade fiscalizar todos e quaisquer produtos que estejam relacio-
nados a seu âmbito.
• Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia 
(Inmetro): atua nos processos que envolvam a qualidade dos produtos 
e serviços.
• Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa): atua 
no fomento de ações e análise de desenvolvimento na Zona Franca 
de Manaus. 
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): está presente 
em toda fiscalização sanitária (dos insumos até o produto acabado) 
nas questões que estejam ligadas à vigilância sanitária.
• Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel): tem como responsa-
bilidade as operações de importação e exportação de energia elétrica.
• Departamento da Polícia Federal (DPF): é responsável pela 
aprovação da entrada no país de qualquer produto químico que possa 
ser usado na elaboração de produtos ilícitos.
• Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex): é 
responsável pelo gerenciamento das licenças de importação.
Esses órgãos possuem a responsabilidade de liberar transações comer-
ciais de exportação e importação de produtos conforme a competência a eles 
pertinentes, podendo haver atuação simultânea e independente de mais de 
um órgão em uma mesma operação. Cabe destacar que os órgãos anuentes 
estão interligados ao Siscomex, o que torna mais ágeis e práticas essas 
análises. Quando o tratamento administrativo da exportação exigir licença 
de exportação, esta deverá ser solicitada ao órgão anuente por intermédio do 
30
Módulo LPCO (Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos à 
Exportação) no Portal Único Siscomex (PORTAL..., 2019).
Exemplificando
Imagine que um determinado frigorífico localizado na cidade de Porto 
Alegre, no Rio Grande do Sul, fechou contratos para exportação de 
carne bovina para a China. Antes de começar a exportação, os diretores 
do frigorífico identificaram vários órgãos governamentais, órgãos 
auxiliares e agentes especializados envolvidos nas exportações de 
carne bovina. 
Os órgãos governamentais (gestores) identificados pela direção foram: 
Secretaria da Receita Federal (SRF); Banco Central do Brasil (Bacen); 
Secretaria de Comércio Exterior (Secex). 
Os órgãos anuentes envolvidos são: Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (Mapa); Sistema de Inspeção Federal (SIF) – responsável 
direto pela inspeção sanitária e pela emissão do certificado sanitário, 
entre outras normatizações. Os diretores também constataram que, 
quando a carga chegasse ao porto, o produto seria vistoriado pelo 
Mapa e pelo SIF, que carimba o Certificado Sanitário e o entrega à SRF 
para que haja o desembaraço da mercadoria. Uma vez que isso tudo 
tenha sido concluído, a SRF os transmite para liberação do embarque.
Ao optar por exportar seus produtos, muitos empresários costumam 
direcionar os esforços para a força de vendas, razão pela qual podem acabar 
se esquecendo dos riscos envolvidos no comércio exterior. Por exemplo, 
caso ocorra inadimplência por parte do importador, o exportador poderá 
ter: perdas financeiras (não recebimento), perdas logísticas (ao contratar 
e pagar o frete) e perdas cambiais (as transações no comércio exterior são 
realizadas em moeda estrangeira). Esse tipo de risco é conhecido como risco 
comercial, ou seja, a possibilidade do importador de decretar falência ou 
concordata, de não honrar compromissos assumidos ou até mesmo de agir 
de má-fé. Por isso, é fundamental que o empresário pesquise sobre a empresa 
e o país importador e faça uso de meios para reduzir o risco envolvido em 
uma transação internacional. Como fazer isso? 
Uma possibilidade de reduzir os riscos comerciais está na escolha da 
melhor forma de pagamento, pois – você provavelmente concordará – uma 
das principais preocupações do exportador é ter a garantia de que receberá 
do cliente estrangeiro o pagamento da venda.
Nesse contexto, a empresa exportadora poderá adaptar as condições de 
pagamento conforme: i) as características dos clientes e das nações com os 
31
quais faz negócios; e ii) o fator de risco envolvido na operação. São diversas as 
variáveis que podem definir a escolha da modalidade de pagamento, porém 
é a confiança entre os lados envolvidos o que vai determinar qual delas será 
utilizada, contexto em razão do qual é importante realizar uma consulta 
cadastral previamente ao fechamento do contrato. 
No comércio internacional, normalmente, utilizam-se quatro modali-
dades de pagamento: i) pagamento antecipado (ao embarque da merca-
doria); ii) remessa sem saque; iii) cobrança documentária; iv) e carta 
de crédito. 
Vamos conhecê-las?
Pagamento antecipado
É o tipo de transação para a realização da qual o exportador recebe o valor 
da mercadoria antes do envio dela para o embarque. Uma vez que se trata de 
situação favorável ao exportador, ela passa a ser um risco ao importador: 
pode acontecer de este pagar antecipadamente a mercadoria e aquele deixar 
de embarcá-la; ou pode acontecer de o importador recebê-la em condições 
inadequadas. Para o exportador será zero o risco, que passa a ser todo do 
importador. Nesta forma de pagamento, deve haver muita confiança entre as 
empresas para que haja sucesso da venda. Nesta modalidade, as transferências 
dos valores envolvidos são intermediados por bancos – ou seja, o importador 
transfere o valor da venda para o banco do exportador. Na Figura 1.9 está 
representado o fluxo de transações que envolvem o pagamento antecipado. 
Figura 1.9 - Fluxograma: pagamento antecipado
Alfândega Alfândega
Exportador Importador
Banco Banco
Fonte: adaptado de Borges (2012, p. 85).
De acordo com a Figura 1.9, o processo inicia-se (1) com as negociações 
entre importador e exportador, os quais, após tratativas, fecham contrato de 
compra e venda. Após esse acordo, o importador efetua o pagamento da 
32
mercadoria em seu banco comercial (2). Posteriormente, o banco do impor-
tador transfere o dinheiro para o banco do exportador (3). Este, por sua 
vez, credita o pagamento na conta do exportador (4). Com o pagamento em 
mãos, o exportador providencia o despacho e libera a mercadoria na alfân-
dega (5). A mercadoria segue para a alfândega do país importador (6). Feito 
esse processo, o exportador envia a documentação de exportação direta-
mente ao importador (7). Com esses documentos, o importador realiza o 
desembaraço do produto na alfândega (8).
Remessa direta (ou sem saque)
Este tipo de pagamento – é importante compreender – é comum entre 
empresas de mesmo grupo, fornecedores de empresas tradicionais ou entre 
organizações com excelente grau de confiabilidade. A empresa exportadora 
assume maiores riscos na comercialização, pois embarca a mercadoria e, 
posteriormente, encaminha os documentos de desembaraço aduaneiro e 
cobrança para o importador para, então, receber pela venda. Como você 
pode perceber, não há garantia alguma para o exportador de que o impor-
tador vai pagá-lo, razão pela qual assume todo o risco comercial. Na Figura 
1.10 apresenta-se o fluxo de transações que envolvem a remessa sem saque.
Figura 1.10 - Fluxograma: pagamento sem saque
Alfândega Alfândega
Exportador Importador
Banco Banco
Fonte: adaptada de Borges (2012, p. 86).
Com base na Figura 1.10, após negociações, o importador fecha acordo 
com o exportador (1) que, por sua vez, despacha a mercadoria para a alfân-
dega para o processo de embarque (2). A mercadoria seguirá o curso logístico 
até chegar à alfândega do país de destino (3). Nesse tempo, o exportador envia 
os documentos da exportação diretamente para a empresa importadora, bem 
como a cobrança da transação (4). O comprador libera a carga na alfândega 
(5) e, posteriormente, efetua o pagamento no seu banco (6) conforme prazo 
33
acordado. Finalmente,o banco do importador transfere o dinheiro para o 
banco do exportador (7) que, por sua vez, efetua o pagamento à empresa 
exportadora (8).
Assimile
A letra de câmbio, ou “saque”, é documento emitido pelo exportador 
(sacador) contra o importador (sacado) equivalente a uma duplicata 
utilizada no mercado interno. O sacado deverá pagar o valor ao benefi-
ciário indicado no documento, em data e local especificados. A letra 
de câmbio é encaminhada a pedido do exportador para o banco do 
importador, mediante instruções. Ela é assinada pelo devedor e poderá 
ser protestada por falta de pagamento, desde que vencido o título. O 
protesto por falta de pagamento só se configurará depois de colhido o 
aceite do devedor.
Cobrança documentária
Neste modelo, um banco vai ser o responsável pelos trâmites documen-
tais entre exportador e importador. Neste caso, o exportador utiliza um 
banco para enviar os documentos representativos da exportação para o 
banco do importador, sob orientações indicadas no borderô de exportação. 
E o que significa borderô de exportação? É um documento no qual o expor-
tador determina as instruções de cobrança. Na Figura 1.11 apresenta-se o 
fluxo de transações que envolvem a cobrança documentária.
Figura 1.11 - Fluxograma: cobrança documentária
Alfândega Alfândega
Exportador Importador
Banco Banco
Fonte: adaptada de Borges (2012, p. 89).
De acordo com a Figura 1.11, após negociações, o importador fecha 
acordo com o exportador (1) que, por sua vez, despacha a mercadoria para 
a alfândega para o processo de embarque (2). A mercadoria seguirá o curso 
34
logístico até chegar à alfândega do país de destino (3). Após o despacho e 
o embarque dos produtos, a empresa exportadora emite toda a documen-
tação representativa de exportação e a instrução de cobrança (à vista ou a 
prazo) para o seu banco (4). De posse dos documentos, o banco do expor-
tador envia a documentação para o banco do importador (5), que reali-
zará a cobrança do importador, bem como a este entregará os documentos 
de exportação mediante instruções do exportador (6). Após o contato do 
banco cobrador, o importador deve realizar o pagamento da fatura comer-
cial (à vista) ou reconhecer a existência da dívida com a assinatura do saque 
(título de crédito). Feito esse procedimento, a documentação é liberada ao 
importador, que pode iniciar os trâmites aduaneiros (7). Após o pagamento 
do importador (à vista ou a prazo) (8), o banco do importador transfere 
os valores para o banco do exportador (9), que, por final, paga a empresa 
exportadora (10).
Cabe destacar que, para realizar o serviço de cobrança documentária, 
os bancos cobram tarifas dos clientes. Contudo, se as instituições bancárias 
cumprirem as instruções de cobrança, conforme o borderô de exportação, 
elas não terão responsabilidade sobre o pagamento ao exportador caso o 
importador não o efetue. Ou seja, o banco é um mero “cobrador”, contexto no 
qual qual o exportador, portanto, é quem assume todos os riscos de recebi-
mento pela venda. Assim, este tipo de cobrança deve ser utilizado somente 
em negócios que não representem riscos comerciais (DAVID, 2016).
Carta de crédito
É uma modalidade de pagamento amplamente utilizada no comércio 
exterior, pois diminui os riscos tanto para o exportador como para o impor-
tador. Essa modalidade está atrelada a um documento que assegura que o 
banco do importador se responsabiliza pelo pagamento da mercadoria caso 
o importador não o faça. Isso ocorre porque a carta de crédito é aberta pelo 
banco emissor (banco do importador), a pedido do importador, por meio da 
fatura pró-forma, contexto no qual o contratante é o tomador de crédito e o 
vendedor (exportador) é o beneficiado pelo crédito.
Nesse sentido, o exportador tem a garantia de que receberá pela venda 
que fizer, desde que apresente a documentação necessária e a comprovação 
de que todos os requisitos determinados no instrumento de crédito foram 
cumpridos. Caso isso não ocorra, o banco não precisa ter a obrigação de 
pagar o exportador, mesmo que a entrega tenha sido realizada e o impor-
tador já esteja de posse do produto. Nesta modalidade, o que interessa são 
os documentos relativos à transação comercial, razão pela qual deve haver 
cautela com a documentação relativa à carta de crédito, para que ela atenda 
a todas as exigências determinadas no instrumento de crédito (DAVID, 
35
2016). Na Figura 1.12, você pode observar o fluxograma da modalidade de 
pagamento de carta de crédito.
Figura 1.12 - Fluxograma: carta de crédito
Alfândega Alfândega
Exportador Importador
Banco negociador Banco emissor
Banco
avisador
Fonte: adaptada de Borges (2012, p. 92).
Na Figura 1.12, vemos que o processo tem início com o fechamento 
de contrato entre exportador e importador (1). Após solicitação, o banco 
emissor abre uma carta de crédito para o importador (2). O banco emissor, 
então, envia a carta de crédito para o banco avisador (3), que autentica o 
documento e o encaminha para o exportador (4). De posse do documento, 
o exportador despacha a mercadoria na alfândega (5); e a mercadoria segue 
destino para a alfândega do país importador (6). Nesse tempo, o exportador 
entrega a documentação pertinente, conforme as instruções da carta de 
crédito, para o banco negociador (7). Este, por sua vez, envia os documentos 
para o banco emissor (8). O banco emissor entrega os documentos de expor-
tação para o importador mediante pagamento ou aceite da letra de câmbio 
(9). O importador, com os documentos em mãos, realiza o trâmite aduaneiro 
(10). O banco negociador realiza o pagamento para a empresa exportadora 
(à vista, ou no vencimento) (11). O importador efetua o pagamento para o 
banco emissor (à vista, ou no vencimento) (12), que transfere o valor para o 
banco negociador (13).
36
Assimile
A maneira mais eficiente de atenuar os riscos comerciais de uma 
transação internacional é escolher a forma de pagamento que melhor 
se adapte à negociação a ser feita. Entre as formas de pagamento estão:
• Pagamento antecipado.
• Remessa sem saque.
• Cobrança documentária. 
• Carta de crédito. 
Muito bem, após definir a modalidade de pagamento, o exportador precisa 
se preocupar com outro risco importante. Sabe qual é? O risco logístico. 
A contratação de seguros de transporte se faz necessária em razão da possi-
bilidade de ocorrer situações como roubo de cargas e danos nos processos 
de movimentação – ou por causa de qualquer outro tipo de intempérie. Em 
um contrato de seguro, normalmente as partes envolvidas são o segurador, o 
segurado e o corretor. Após a contratação e o pagamento do seguro (prêmio), 
a seguradora emite uma apólice em que assume os riscos pelas possíveis 
avarias ou danos sofridos pela mercadoria durante o transporte. 
É importante salientar que o seguro é calculado por um percentual sobre 
o valor da carga e considera variáveis como: valor da carga, o tipo de merca-
doria transportada, o modal de transporte, as embalagens utilizadas, a pereci-
bilidade da carga, o destino, o tempo de transporte, o índice de sinistralidade, 
entre outros (RAZZOLINI FILHO, 2012). Sabe-se que, quanto maior for o 
volume do bem, e/ou mais perigoso for o meio de transporte, e/ou mais frágil 
for a embalagem, e/ou maior for o índice de sinistralidade, maior será o valor 
(prêmio) estipulado pela seguradora; e vice-versa. No entanto, de quem é 
a responsabilidade na contratação de seguros: do exportador ou do impor-
tador? A resposta é: depende!
A determinação de quem deve contratar o seguro no comércio exterior 
fica por conta das condições do contrato de compra e venda. Normalmente os 
contratos são baseados nos Termos Internacionais de Comércio (Incoterms), 
que instrumentos de determinação dos direitos e das obrigações de vende-
dores e compradores, estabelecidos no contrato de compra e venda, no que 
tange a transporte, seguro, entrega e recebimento do produto e custos de 
cada parte (veremos mais sobre Incoterms na próxima seção). Sendo assim,a 
responsabilidade pelo seguro será definida de acordo com o tipo de contrato 
de compra e venda firmado.
37
Reflita
Os riscos fazem parte de qualquer operação comercial. Suponha que 
você esteja iniciando suas atividades profissionais em uma empresa e 
seu diretor fale de uma oportunidade de venda para a Ásia. Que natureza 
de riscos poderiam surgir e quais soluções poderiam ser tomadas para 
que esses riscos não se tornem uma barreira na sua empresa?
Em caso de ocorrência de sinistro (acontecimento em que o bem segurado 
sofre um acidente ou um prejuízo material), a seguradora precisa ser comuni-
cada o mais rápido possível, para evitar atrasos nos procedimentos indeniza-
tórios. Todas as providências para vistoria, emissão de laudo, documentação 
etc. devem estar em conformidade com as instruções da apólice e/ou certifi-
cado de seguro. Segundo Keedi (2011), em caso de avarias no modal aéreo ou 
no modal marítimo, deve-se realizar uma vistoria antes da retirada da carga 
da zona primária, isto é, do porto ou aeroporto. Se for uma avaria ocorrida 
no transporte rodoviário ou no transporte ferroviário, realiza-se a vistoria 
na chegada da carga, no prazo estabelecido pela seguradora (KEEDI, 2011). 
Lembre-se de consultar na apólice quais são os documentos a serem 
apresentados à seguradora no processo indenizatório. Entre os principais 
documentos solicitados, podemos citar: a fatura comercial, o conhecimento 
de embarque, o aviso de sinistro, a cópia da apólice, o certificado de vistoria 
emitido por comissário de avaria, a cópia de vistoria aduaneira, as notas 
fiscais etc. (KEEDI, 2011).
Sem medo de errar
A partir de agora, vamos ajudar o empresário João, quem, uma vez que 
está iniciando a internacionalização de seus negócios, ainda possui muitas 
dúvidas sobre as operações de comércio exterior. Como já sabemos, a 
empresa de João é especializada na produção e na comercialização de cachaça 
artesanal premium, produto que tem sido destaque entre apreciadores. Com 
base nesse contexto, surgiu, então, a oportunidade de exportar o produto 
para distribuidores de cachaça europeus. Em um manual, o empresário quer 
identificar quais são os órgãos gestores e fiscalizadores no comércio exterior 
para que possa se adequar legalmente ao processo de exportação. João 
também busca minimizar os riscos inerentes à inadimplência dos importa-
dores nos contratos de compra e venda, bem como os riscos associados ao 
transporte das mercadorias. 
38
Nesse contexto, você foi contratado por João para, antes de iniciar a 
exportação da cachaça premium, ajudá-lo a sanar essas dúvidas. Diga a João 
que, no manual pedido, precisa estar claro:
• que a empresa deve ter o credenciamento no Sistema Ambiente de Registro 
e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar). 
• que, após o registo no Radar, a Receita Federal libera a senha de acesso 
ao sistema, por meio do qual o empresário pode operar de forma ágil 
no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), que autoriza 
o despacho de exportação.
• aos colaboradores que os órgãos governamentais intervenientes 
gestores são: Secretaria da Receita Federal (SRF); Banco Central do 
Brasil (Bacen); e a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). 
• quais são os órgãos anuentes que precisam expedir certos pareceres 
técnicos a respeito da possibilidade, ou não, de exportação do produto 
e emitir a licença de exportação. [No caso da exportação da cachaça 
premium, o órgão anuente é o Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (Mapa). A licença de exportação será solicitada por 
João ao órgão anuente por meio do Módulo LPCO no Portal Único 
do Siscomex (PORTAL..., 2019). O Mapa analisará o requerimento, 
mantendo-se os prazos vigentes para análise até a liberação da expor-
tação da bebida.] 
• que é preciso escolher a modalidade de pagamento por meio da 
qual se deseja fazer negócio com os importadores – entre as formas 
de pagamento estão: pagamento antecipado; remessa sem saque; 
cobrança documentária e carta de crédito. [Sabendo que o empre-
sário deseja riscos menores, ele deve optar pelo modo de pagamento 
que permitam minimizá-los, principalmente no caso em que clientes 
europeus nunca fizeram negócio com a empresa. Sendo assim, ele 
pode optar pela modalidade de pagamento antecipado, embora 
seja preciso compreender que o importador aceitará essa modali-
dade somente se houver confiança de que o produto será entregue 
nas condições negociadas (possivelmente, os clientes europeus não 
aceitarão essa modalidade porque também não conhecem, ainda, a 
idoneidade de João). Outra opção é a modalidade de carta de crédito, 
em que os bancos internacionais darão a segurança, eliminando os 
riscos comerciais.] Essa análise pode ser sintetizada na Figura 1.13.
39
Figura 1.13. Riscos de cada modalidade de pagamento
Fonte: elaborada pelo autor.
• que os riscos logísticos (avarias e roubos ao longo do trajeto Brasil-
Europa), só serão eliminados com a contratação de um seguro. 
[Assim, João deverá definir as condições do seguro do transporte da 
carga. Sabe-se que a determinação de quem deve fazer o seguro fica 
por conta das condições do contrato de compra e venda.] Os contratos 
são definidos com base nos Incoterms, que são um instrumento de 
determinação dos direitos e obrigações de vendedores e compra-
dores, inclusive da responsabilidade de quem realizará o pagamento 
do seguro da carga. [Caso ocorra algum sinistro com a carga durante 
o transporte aduaneiro, o responsável pelo seguro (João ou cliente) 
deverá acionar rapidamente a seguradora e deverá seguir as instru-
ções da apólice de seguro, para as providências para vistoria, emissão 
de laudo, documentação etc., para recebimento da indenização.] 
Finalizamos aqui mais um desafio.
40
Avançando na prática
Exportação de equipamento para a Argentina: 
case sobre modalidade de pagamento
Você é um dos vendedores que trabalham em uma empresa que é especia-
lizada na produção de máquinas e equipamentos e que comercializa produtos 
no Brasil e os exporta para países do Mercosul. Durante trocas de e-mail e 
de conversas telefônicas no início da negociação para a exportação de uma 
máquina para a Argentina, você percebe que seu cliente não tem experiência 
em importação de produtos. Nesse contexto, você realiza a avaliação do 
preço final do produto e informa à empresa argentina que está oferecendo o 
melhor preço na modalidade de pagamento antecipado. No entanto, o cliente 
acaba não aceitando essa forma de pagamento e lhe informa que vai aguardar 
outra proposta com uma modalidade de pagamento “mais atrativa” para ele. 
Ao comunicar essa informação a seu gestor, você é informado de que sua 
empresa, embora não queira abrir mão da segurança quanto ao pagamento, 
não deseja perder a venda, uma vez que oferece alto valor agregado. Com 
base nisso, qual modalidade de pagamento você poderá apresentar ao impor-
tador argentino que seja atrativa para ele e, ao mesmo tempo, não prejudique 
os interesses de sua empresa?
Resolução da situação-problema
Após analisar as possibilidades de pagamento existentes para o comércio 
exterior e o contexto da atual negociação, você decide oferecer uma segunda 
proposta, que considera a modalidade de pagamento por carta de crédito. Para 
melhor exemplificar ao cliente, que possui pouca experiência no comércio 
internacional, você lhe encaminha um e-mail descrevendo a modalidade de 
pagamento nas seguintes etapas:
1. Abertura do crédito: após as negociações, o importador solicita a seu 
banco credor a abertura de um crédito em favor da empresa.
2. Emissão da carta de crédito: o banco da empresa argentina faz a 
emissão da carta de crédito e comunica ao banco do exportador a 
existência desse crédito.
3. Comunicação do crédito: o banco da empresa exportadora a 
comunica sobre o recebimento da carta de crédito e das respectivas 
condições.
41
4. Embarcação: o exportador (a empresa em que você trabalha) provi-
dencia o embarque da mercadoria.5. Documentação e pagamento: a empresa em que você trabalha 
(exportadora) entrega os documentos exigidos pelo crédito ao banco 
negociador e este, ao receber a documentação, examina-os – se esta 
estiver em ordem, efetua o pagamento para a organização exporta-
dora (a sua).
6. Documentação: o banco da empresa em que trabalha remete os 
documentos ao banco do importador argentino (o cliente). 
7. Documentação e reembolso: o banco da empresa importadora 
(a cliente) entrega a esta a documentação e cobra, também dela, o 
reembolso do pagamento realizado ao banco do exportador (banco 
da empresa em que você trabalha).
8. Desembarque: o importador (o cliente), de posse dos documentos, 
paga os direitos aduaneiros e retira a mercadoria.
Muito bem! Você elaborou o passo a passo do pagamento via carta de 
crédito ao importador argentino. Agora é aguardar a resposta do cliente e 
torcer para o fechamento de mais um contrato.
Faça valer a pena
1. No processo de despacho aduaneiro para importação ou exportação, 
tanto a organização como seus respectivos representantes legais precisam 
providenciar o credenciamento no Sistema Ambiente de Registro e Rastrea-
mento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar). Após aprovação 
dos documentos, a Receita Federal libera a senha de acesso ao sistema, tanto 
para a empresa como para seus representantes legais.
Depois de habilitados, a empresa e os representantes poderão operar no 
comércio exterior de forma ágil, por meio:
a. da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
b. do Despacho Simplificado de Exportação (DSE).
c. do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex).
d. do banco central (Bacen).
e. da Receita Federal Brasileira (RFB). 
42
2. Há várias maneiras pelas quais uma empresa exportadora pode se certi-
ficar de que vai receber pela venda internacional realizada e de que isso será 
feito no prazo combinado. A empresa sempre pode adaptar as condições de 
pagamento internacional às características dos clientes, dos países com os 
quais faz negócios e da própria tolerância ao risco.
Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta o menor risco de inadim-
plência para a empresa exportadora:
a. O banco no exterior efetuará o pagamento para o exportador brasi-
leiro somente após o embarque da mercadoria, pois a modalidade de 
pagamento é a carta de crédito, o que minimiza os riscos da exportação.
b. No pagamento antecipado, o banco do exportador recebe do banco 
do importador o valor da transação antes do embarque da merca-
doria, minimizando o risco para o exportador. 
c. A cobrança documentária, como modalidade de pagamento, 
desobriga a intervenção de um banco no processo internacional, o 
que minimiza o risco de inadimplência.
d. A data do embarque da mercadoria não vai interferir no risco de inadim-
plência se o pagamento for feito por cartão de crédito internacional.
e. A empresa exportadora embarca a mercadoria e, posteriormente, 
encaminha documentos de desembaraço aduaneiro e de cobrança 
para o importador para, assim, receber pela venda. 
3. Uma forma de reduzir os riscos comerciais é escolher a melhor modali-
dade de pagamento, isto é, aquela que se adeque à negociação envolvida. De 
acordo com as informações apresentadas na tabela a seguir, faça a associação 
das modalidades de pagamentos contidas na Coluna A com as respectivas 
características apresentadas na Coluna B.
Coluna A Coluna B
1. Carta de crédito I. O exportador, após embarcar a merca-
doria, remete ao importador a cobrança 
sem a intermediação de qualquer agente 
bancário. O risco comercial é da empresa 
exportadora.
2. Cobrança documentária II. Um banco trabalha como intermediador 
dos trâmites documentais entre expor-
tador e importador. O banco atua como 
um mero “cobrador”, não tendo nenhuma 
responsabilidade pela transação acordada.
43
3. Pagamento antecipado (ao embarque da 
mercadoria)
III. Consiste em uma garantia dada ao 
exportador, oferecida por um banco no 
exterior, que, a pedido do importador, 
assume a obrigação de efetuar o paga-
mento ao exportador, no vencimento, 
mediante apresentação de documentação 
e comprovação de que todos os termos e 
todas as condições se cumpriram.
4. Remessa direta ou sem saque IV. O exportador deverá receber o pagamen-
to da mercadoria antes de enviá-la para o 
importador, isto é, o risco será zero para 
o exportador, porém o importador fica 
com todo o risco.
Assinale a alternativa que apresenta a associação correta entre as colunas.
a. 1 – I; 2 – II; 3 – III; 4 – IV.
b. 1 – II; 2 – I; 3 – IV; 4 – III. 
c. 1 – III; 2 – IV; 3 – II; 4 – I. 
d. 1 – IV; 2 – III; 3 – I; 4 – II. 
e. 1 – III; 2 – II; 3 – IV; 4 – I. 
44
Seção 3
Termos internacionais de comércio e introdução 
aos contratos
Diálogo aberto
Olá, aluno! Sabemos que, quando duas organizações estabelecem um 
acordo de compra e venda entre si, elas firmam um contrato que contém 
responsabilidades e obrigações de cada uma das partes. 
Por exemplo, se a empresa Alpha vende o produto X para a empresa 
Beta, ambas vão precisar entrar em um acordo sobre preço e condições de 
pagamentos, sobre especificações do produto, vão precisar saber se a merca-
doria será entregue ou retirada na fabricante, decidir o prazo de entrega após 
a realização do pedido pelo cliente, conhecer as possíveis multas para os casos 
em que os acordos não forem cumpridos, definir o seguro de transporte, etc. 
Saiba que isso também ocorre no comércio internacional. 
Ao longo desta seção, vamos estudar a formulação e as práticas de 
contratos internacionais, bem como o uso dos termos de comércio interna-
cional (Incoterms – International Commercial Terms), entendendo a impor-
tância destes na definição das responsabilidades entre exportador e impor-
tador, que impactam na divisão dos custos e riscos durante o transporte 
internacional de carga. 
Ao definir um contrato de comércio internacional e o respectivo Incoterm 
da transação, espera-se que esta deva ser vantajosa tanto para o comprador 
como para o vendedor, em um contexto no qual o importador sempre vai 
desejar uma negociação que leve o menor tempo, tenha o menor custo e dê 
segurança de que ele realmente receberá o produto que está sendo adqui-
rido. Portanto, operar no comércio exterior exige da companhia um conheci-
mento bastante amplo, que não se limite apenas a entender o funcionamento 
de uma compra ou de uma venda de um produto acabado.
Para entender mais sobre o assunto, vamos utilizar a situação de João, 
que possui uma empresa especializada na produção e na comercialização do 
modelo premium de cachaça artesanal, produto de maior destaque da organi-
zação. Por essa razão, ele decidiu iniciar o processo de exportação do produto 
para o mercado europeu. 
Ainda que a empresa possua anos de tradição no comércio nacional, 
no comércio exterior se exige da organização, além da análise do mercado 
consumidor, o conhecimento das práticas de negociação internacional. 
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Ao receber uma demanda da cachaça artesanal premium no mercado 
europeu, João percebeu que poderia se tratar de operação que exigiria muito 
mais conhecimento sobre o tipo de transação a ser iniciada, em razão do 
volume da carga, da distância e dos riscos envolvidos na venda. Nesse sentido, 
será necessário definir quais são as obrigações imputadas a João e quais são 
as responsabilidades que recaem sobre o importador europeu. Também será 
necessário definir os termos (Incoterms) da negociação, algo que João ainda 
desconhece. Se a empresa de João determinar que essa exportação aconteça 
por via marítima, quais responsabilidades e riscos são assumidos por ele em 
cada um dos Incoterms?
Nessas circunstâncias, você foi contratado por João para elaborar o 
contrato de exportação no contexto de operação de logística internacional, 
de forma que todos os gastos e riscos sejam identificados e avaliados para dar 
certeza da viabilidade da negociação, tanto para João quanto para o impor-
tador europeu. 
Vamos em frente,

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