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Li m ay E di to ra ISSN 0100-7254 Vo l 4 5 - n º2 - 2 01 7 Publicação oficial da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia REVISTA CONTEMPORÂNEA DE GO Osteoporose exclusivo: especialistas comentam CNEs estreia na Femina® Abordagem da sífilis na gravidez é o tema especial de abertura Talento além de GO Pintor, escritor e crítico de arte: conheça as mil faces deste colega Ponto de Vista Cinco profissionais avaliam caso de hirsutismo e hiperandrogenismo Outros destaques Crônica, defesa profissional e quatro artigos de revisão científica e de atualização Verificar se o anel NÃO se encontra no aplicador. Descartar no lixo comum o aplicador utilizado. NÃO jogar o aplicador no vaso sanitário. NÃO o reutilizar. Este produto estará disponível apenas através dos médicos ginecologistas ou do MSD Online. Não será comercializado nas farmácias. Em caso de dúvidas, favor entrar em contato com a central de atendimento do MSD Online. Referências bibliográficas: 1. Diário Oficial da União. Cadastro de Sistema de Equipamentos para a Saúde Importados: Aplicador de anel vaginal. DOU – Suplemento nº 63, de 4 de abril de 2016, p. 95. Disponível em: http://www.in.gov.br/autenticidade.html. Código de verificação: 10102016040400095. 2. Manual de Instruções de Uso do Aplicador de Anel Vaginal. São Paulo; Schering-Plough Indústria Farmacêutica Ltda., 2017. 3. Feldman R, Frenk TL, Yacik C et al. Safety and efficacy of the NuvaRing® Applicator in healthy females: a multicenter, open-label, randomised, 2-period crossover study. Contraception. 2016;94(4):362-5. WOMN-1210065-0000 IMPRESSO EM FEVEREIRO/2017 VÁLIDO POR 2 ANOS Copyright © 2015 Merck Sharp & Dohme B.V., uma subsidiária de Merck & Co., Inc., Kenilworth, NJ, EUA. Todos os direitos reservados. 71Femina®. 2017; 45(2): Nova FEBRASGO Diretoria P R E S I D E N T E César Eduardo Fernandes (SP) D I R E T O R A D M I N I S T R A T I V O Marcelo Burlá (RJ) D I R E T O R F I N A N C E I R O Corintio Mariani Neto (SP) D I R E T O R C I E N T Í F I C O Marcos Felipe Silva de Sá (SP) D I R E T O R D E D E F E S A E V A L O R I Z A Ç Ã O P R O F I S S I O N A L Juvenal Barreto Borriello de Andrade (SP) V I C E - P R E S I D E N T E D A R E G I Ã O C E N T R O - O E S T E Alex Bortotto Garcia (MS) V I C E - P R E S I D E N T E D A R E G I Ã O N O R D E S T E Flávio Lucio Pontes Ibiapina (CE) V I C E - P R E S I D E N T E D A R E G I Ã O N O R T E Hilka Flávia Espirito Santo (AM) V I C E - P R E S I D E N T E D A R E G I Ã O S U D E S T E Agnaldo Lopes da Silva Filho (MG) V I C E - P R E S I D E N T E D A R E G I Ã O S U L Maria Celeste Osório Wender (RS) P R E S I D Ê N C I A Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 3421 - conj. 903 CEP 01401-001 - São Paulo - SP - Tel. (011) 5573-4919 S E C R E T A R I A E X E C U T I V A Avenida das Américas - 8.445 - sala 711 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22793-08 Tel. (21) 2487-6336 - Fax (21) 2429-5133 www.febrasgo.org.br presidencia@febrasgo.org.br femina@febrasgo.org.br publicacoes@febrasgo.org.br --------------- Femina® é uma revista trimestral disponível para os sócios da FEBRASGO Produção de Conteúdo/Projetos Especiais e de Comercialização. Tel. (11) 3186-5600 - assef@limay.com.br - Diretor-Presidente: José Carlos Assef - Editor: Walter Salton Vieira/ MTB 12.458 - Diretor de Arte: Andre Chiodo Silva - Tiragem: 15.000 exemplares. Cartas Redação: Rua Geórgia, 170 - Brooklin - São Paulo - SP - CEP: 04559-010 - Fax: (11) 3186-5624 ou e-mail: editora@limay.com.br. Não é permitida a utilização total ou parcial dos artigos, sem prévia autorização da Revista Femina®. ISSN 0100-7254 C O R P O E D I T O R I A L Editor-Chefe Sebastião Freitas de Medeiros Coeditores Gerson Pereira Lopes Gutemberg Leão de Almeida Filho Editor Científico de Honra Jean Claude Nahoum Ex-Editores-Chefes Jean Claude Nahoum Paulo Roberto de Bastos Canella Maria do Carmo Borges de Souza Carlos Antonio Barbosa Montenegro Ivan Lemgruber Alberto Soares Pereira Filho Mário Gáspare Giordano Aroldo Fernando Camargos Renato Augusto Moreira de Sá Li m ay E di to ra ISSN 0100-7254 Vo l 4 5 - n º2 - 2 01 7 Publicação oficial da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia REVISTA CONTEMPORÂNEA DE GO Osteoporose exclusivo: especialistas comentam CNEs estreia na Femina® Abordagem da sífilis na gravidez é o tema especial de abertura Talento além de GO Pintor, escritor e crítico de arte: conheça as mil faces deste colega Ponto de Vista Cinco profissionais avaliam caso de hirsutismo e hiperandrogenismo Outros destaques Crônica, defesa profissional e quatro artigos de revisão científica e de atualização#2 FEBRASGO Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia Publicação oficial da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia REVISTA CONTEMPORÂNEA DE GO 72 C O N S E L H O E D I T O R I A L FEMINA® não é responsável por afirmações contidas em artigos assinados, cabendo aos autores total responsabilidade pelas mesmas. Aderson Tadeu Berezowski (São Paulo) Agnaldo Lopes da Silva Filho (Minas Gerais) Alberto Carlos Moreno Zaconeta (Distrito Federal) Alex Sandro Rolland de Souza (Pernambuco) Almir Antonio Urbanetz (Pará) Ana Bianchi (Uruguai) Ana Carolina Japur de Sá Rosa e Silva (São Paulo) Angela Maggio da Fonseca (São Paulo) Antonio Carlos Vieira Lopes (Bahia) Antonio Chambô Filho (Espírito Santo) Aurélio Antônio Ribeiro da Costa (Pernambuco) Bruno Ramalho de Carvalho (Distrito Federal) Carlos Augusto Faria (Rio de Janeiro) César Eduardo Fernandes (São Paulo) Claudia Navarro Carvalho D. Lemos (Minas Gerais) Coridon Franco da Costa (Espírito Santo) Corintio Mariani Neto (São Paulo) Cristiane Alves de Oliveira (Rio de Janeiro) Dalton Ávila (Equador) David Barreira Gomes Sobrinho (Distrito Federal) Denise Araújo Lapa Pedreira (São Paulo) Denise Leite Maia Monteiro (Rio de Janeiro) Edmund Chada Baracat (São Paulo) Eduardo Sérgio V. Borges da Fonseca (Paraíba) Eduardo de Souza (São Paulo) Edson Nunes de Morais (Rio Grande do Sul) Eduardo Leme Alves da Motta (São Paulo) Fabrício Costa (Austrália) Fernanda Campos da Silva (Rio de Janeiro) Fernanda Polisseni (Minas Gerais) Fernando Maia Peixoto Filho (Rio de Janeiro) Fernando Marcos dos Reis (Minas Gerais) Fernando Monteiro de Freitas (Rio Grande do Sul) Frederico José Amedeé Péret (Minas Gerais) Frederico José Silva Corrêa (Distrito Federal) Garibalde Mortoza Junior (Minas Gerais) Geraldo Duarte (São Paulo) Gian Carlo Di Renzo (Itália) Hélio de Lima Ferreira F. Costa (Pernambuco) Henrique Moraes Salvador Silva (Minas Gerais) Hugo Miyahira (Rio de Janeiro) Ione Rodrigues Brum (Amazonas) Jorge de Rezende Filho (Rio de Janeiro) José Eleutério Júnior (Ceará) José Geraldo Lopes Ramos (Rio Grande do Sul) José Mauro Madi (Rio Grande do Sul) José Mendes Aldrighi (São Paulo) Julio Cesar Rosa e Silva (São Paulo) Juvenal Barreto B. de Andrade (São Paulo) Karen Soto Perez Panisset (Rio de Janeiro) Laudelino Marques Lopes (Canadá) Laudelino de Oliveira Ramos (São Paulo) Luciano Marcondes Machado Nardozza (São Paulo) Luciano de Melo Pompei (São Paulo) Luiz Camano (São Paulo) Luiz Gustavo Oliveira Brito (São Paulo) Luiz Henrique Gebrim (São Paulo) Manoel João Batista Castello Girão (São Paulo) Marcelo Burlá (Rio de Janeiro) Marcelo Zugaib (São Paulo) Marco Aurélio Albernaz (Goiás) Marco Aurélio Pinho de Oliveira (Rio de Janeiro) Marcos Felipe Silva de Sá (São Paulo) Maria do Carmo Borges de Souza (Rio de Janeiro) Marilza Vieira Cunha Rudge (São Paulo) Mário Dias Corrêa Jr. (Minas Gerais) Mário Palermo (Argentina) Mario Silva Approbato (Goiás) Mario Vicente Giordano (Rio de Janeiro) Mary Ângela Parpinelli (São Paulo) Masami Yamamoto (Chile) Mauri José Piazza (Paraná) Maurício Simões Abrão (São Paulo) Miguel Routi (Paraguai)Olímpio Barbosa de Moraes Filho (Pernambuco) Paulo Roberto Nassar de Carvalho (Rio de Janeiro) Rafael Cortes-Charry (Venezuela) Regina Amélia Lopes Pessoa de Aguiar (Minas Gerais) Renato de Souza Bravo (Rio de Janeiro) Ricardo de Carvalho Cavalli (São Paulo) Roberto Eduardo Bittar (São Paulo) Roberto Noya Galuzzo (Santa Catarina) Rosa Maria Neme (São Paulo) Rossana Pulcineli Vieira Francisco (São Paulo) Roseli Mieko Yamamoto Nomura (São Paulo) Rosiane Mattar (São Paulo) Sabas Carlos Vieira (Piauí) Sérgio Flávio Munhoz de Camargo (Rio Grande do Sul) Silvana Maria Quintana (São Paulo) Soubhi Kahhale (São Paulo) Suzana Maria Pires do Rio (Minas Gerais) Tadeu Coutinho (Minas Gerais) Vera Lúcia Mota da Fonseca (Rio de Janeiro) Vicente Renato Bagnoli (São Paulo) Walquiria Quida Salles Pereira Primo (Distrito Federal) Wellington de Paula Martins (São Paulo) Zuleide Aparecida Félix Cabral (Mato Grosso) Femina®. 2017; 45(2): 73 E D I T O R I A L Deixar você atualizado Para chegar até você, Femina® demanda desprendimento de muitos apaixonados pela revista. Com o refluxo dos investimentos na publicidade em geral no país, a Febrasgo multiplicou seus esforços em levar até você uma revista impressa que seja útil na prática clínica e tenha leitura agradável. Mas vale a pena sempre editar essa publicação e agradecemos os patroci- nadores desta edição. Neste volume, a revista traz um excelente texto escrito por autores experientes no assunto: Osteoporose, riscos e manejo clínico. Em sua seção Ponto de Vista, Femina® reuniu as opiniões de cinco professores que se dedicam ao estudo dos efeitos de níveis elevados de androgênios sobre os aspectos clínico e metabólico da mulher. No conjunto, fornecem roteiros práticos para atuação eficaz no diagnóstico e tratamento do hiperandrogenismo. Aspecto relevante é a introdução de uma seção destinada às diretrizes e orientações das Comis- sões Nacionais Especializadas da Febrasgo, na forma de pequenas revisões. O número crescente de sífilis em gestantes e recém-nascidos na última década justifica a priorização na publicação deste texto feita pelos editores. No quadro atual, há necessidade de ações concretas de todos nós: de Femina®, de seus leitores e de todos que, de algum modo, estejam envolvidos nos cuida- dos pré-natais das gestantes brasileiras. O impacto da combinação de metformina com citrato de clomifeno no tratamento de infertili- dade nas mulheres com ovários policísticos é examinado em detalhes. Além de outras revisões de atualização, textos lúdicos encorpam este volume. Boa leitura! é a nossa missão Femina®. 2017; 45(2): 73-73 74 O nosso diálogo com a Ginecologia já começou. E evolui com a sua participação. ACESSE AGORA: www.dialogoroche.com.br MAIO/2017 - BR/NCOM/0517/0028 ACESSE O DIÁLOGO ROCHE e comece a interagir com o nosso conteúdo exclusivo para sua especialidade, que inclui aulas em parceria com a Febrasgo, abordando o câncer de colo do útero e o HPV. Esperamos sua visita. 50107-414946-Anuncio_Dialogo_Roche-210x280.indd 1 5/25/17 3:50 PM 75 Í N D I C E Índice FEMINA®#2 MATÉRIA DE CAPA Dois artigos exclusivos sobre Diagnóstico e Tratamento da Osteoporose por três especialistas PONTO DE VISTA Caso relevante de Hirsutismo e Hiperandrogenismo, com a opinião de cinco professores 110. Avaliação crítica do papel da citologia cervical em meio líquido no rastreamento do câncer do colo uterino 115. Há um momento ideal para uma mulher criopreservar seus oócitos? 119. Papel da Apoptose em Obstetrícia 127. Metformina e citrato de clomifeno no tratamento de infertilidade na síndrome dos ovários policísticos Artigos de Revisão Agenda Marque para você não esquecer os eventos importantes. 76 crônica Médica/poetisa manda seu recado florido Doutor S/A Febrasgo se reúne com entidades contra norma do Cofen 95 133 ARTIGOS CNEs Novidade da Femina® estreia com a Abordagem da Sífilis na Gravidez CNES 90 TALENTO ALÉM DE GO Confira o retrato multiartístico do nosso colega 106 110 134 96 M A T É R I A D E C A P A Osteoporose Femina® apresenta dois artigos exclusivos sobre Osteoporose (Identificando o Risco de Fratura e Seleção de Medicamentos e Avanços no Manejo Clínico). Escritos por três especialistas de reconhecida capacidade analítica, o conteúdo pode ser considerado um guia de prestação de serviços e de atualização científica na rotina de atendimento dos leitores de Femina®. Ótima leitura! 1. Professor Afiliado ao Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC. 2. Professor Doutor Titular do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC. Endereço para correspondência: Faculdade de Medicina do ABC - Avenida Príncipe de Gales, 821 Vila Príncipe de Gales - Santo André – São Paulo CEP: 09060-650. email: masteiner29@gmail.com Data de Submisssão: 30/11/2016 Data de Aprovação: 09/12/2016 Marcelo Luis Steiner1, Rodolfo Strufaldi1, César Eduardo Fernandes2 76 77Femina®. 2017; 45(2): 76-89 Steiner ML, Strufaldi R, Fernandes CE RESUMO A osteoporose é a doença do metabolismo ósseo mais comum, afetando cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo. As fraturas por fragilida- de, sua consequência mais temida, são a maior cau- sa da diminuição da qualidade de vida, morbidade e mortalidade feminina na pós-menopausa. Entre- tanto, identificar as mulheres com risco de fratura e que beneficiar-se-ão do tratamento farmacológico é desafiador. Metodologias de seleção são falhas, sendo intenso o debate atual sobre o tratamento excessivo versus deficiente. A definição da probabi- lidade de fratura em termos absolutos, utilizando fatores de risco clínicos e avaliação da densidade óssea, com auxílio de ferramentas clínicas, é a for- ma utilizada atualmente na seleção de indivíduos para tratamento. O ginecologista precisa conhecer e dominar esta abordagem para realizar uma boa assistência a mulheres com osteoporose. Palavras-chaves: Osteoporose, Diagnóstico, Fatores de Risco, Densitometria Óssea. ABSTRACT Osteoporosis is the most common disease of bone me- tabolism, affecting approximately 200 million people worldwide. The fragility fractures, his most feared con- sequence, are a major cause of decreased quality of life, morbidity and mortality in postmenopausal women. However, identifying women with high risk of fracture which will benefit from pharmacological treatment is challenging. Screening methodologies are not accurate leading to an intense debate about over versus sub treat- ment. Acquiring probability of fracture, using clinical risk factors and bone mass, with clinical tools assistance, is the best way to select individuals for treatment. The gyne- cologist must know and master this approach to make a good assistance to women with osteoporosis. Keywords: Postmenopausal Osteoporosis, Diagnosis, Risk Factors, Dual-Energy X-Ray Absorptiometry. INTRODUÇÃO O aumento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento populacional associam-se ao au- mento da prevalência de osteoporose e fraturas de fragilidade.(1) Tal fenômeno certamente ocorre no Bra- sil, onde a expectativa de vida aumentou em média 21 anos, saltou de 50 anos em 1952 para 71 em 2010 e estima-se que será de 80 anos em 2050.(2) As fraturas osteoporóticas representam um proble- ma de saúde pública por seu tratamento determinar importante custo financeiro ao sistema de saúde e, por sua ocorrência, impactar negativamente na qua- lidade de vida dos indivíduos afetados.(3,4) Dessa for- ma, a sua prevenção e tratamento precisam estar no foco da assistência médica de qualquer país. Na concepção de qualquer estratégia para diminuição do impacto da osteoporose e da ocorrência de fratu- ras em mulheres, o ginecologista desempenha papel fundamental. Isso porque ele tem a possibilidade de acompanhar a mulher em momentos definidores da saúde óssea. Desde o momento da consolidação do pico de massaóssea, passando pelo impacto do hi- poestrogenismo no tecido ósseo na peri e pós-meno- pausa e, por fim, no momento do pico de prevalência das fraturas que ocorre após a sexta década de vida. Sendo assim, é imperioso que este especialista tenha conhecimento adequado da fisiologia óssea, saiba identificar mulheres com risco de osteoporose ou fra- tura osteoporótica e seja capaz de estabelecer trata- mento adequado. Neste artigo faz-se uma revisão da abordagem à doença osteoporose, focando principal- mente no diagnóstico e indicação de tratamento em mulheres na pós-menopausa. Osteoporose e resistência óssea Osteoporose é uma doença sistêmica caracterizada por diminuição da massa óssea e alteração microar- quitetural do tecido ósseo, com um aumento da fra- gilidade óssea e da susceptibilidade a fraturas.(5) No período prévio ao exame de densitometria óssea (DXA), eram considerados com osteoporose apenas indivíduos com fratura por fragilidade.(6,7) Depois, já com o advento deste exame, a Organização Mundial Identificando o Risco de Fratura Osteoporosis: Targeting the Risk of Fracture 78 M a t é r i a d e C a p a da Saúde (OMS) definiu a classificação da osteoporose baseada na massa óssea. Indivíduos com T score< -2.5 desvios padrões (dp) apresentavam osteoporose, risco aumentado para fratura e deveriam ser tratados.(8) Entretanto, no início deste século, observou-se que a abordagem para prevenção de fraturas baseado apenas na massa óssea era ineficaz. Indivíduos com massa óssea normal ou osteopenia também apre- sentavam fratura.(9) Atualmente, a estimação do risco absoluto individual de fratura como determinante da abordagem terapêutica impõe novo conceito na assistência à osteoporose.(10) O principal desafio não é fazer o diagnóstico de osteopo- rose, mas identificar o risco de fratura a curto e longo pra- zo e estabelecer a conduta terapêutica adequada.(7) Ocor- re que, a despeito da existência de ferramentas clínicas auxiliares como o Fracture Risk Assessment tool (FRAX)(11), identificar o risco de fratura e basear nela a conduta tera- pêutica pode ser desafiador para muitos ginecologistas. Dessa forma, torna-se importante o conhecimento dos principais fatores envolvidos na resistência do tecido ósseo que podem influenciar a decisão clínica. O osso é composto por uma porção mineral, con- tendo basicamente cristais de hidroxiapatita (Ca10(PO4)6(OH)2), uma porção orgânica (~90% colá- geno tipo 1, ~5% proteínas não colágenas (NCPs),~2% gordura/peso corpóreo e água. O risco de um osso fraturar depende da “quantidade” de osso mineralizado (densidade mineral óssea) e daquilo conhecido como “qualidade óssea” que inclui fatores relacionados à com- posição (percentual de cada componente), mineraliza- ção (organização dos minerais, tamanho e perfeição dos cristais), quantidade e disposição do colágeno, morfolo- gia, microarquitetura e presença de microfraturas.(12-14) O risco de fratura está diretamente relacionada às al- terações na quantidade e na qualidade óssea, sendo mandatória a avaliação de ambos na definição do risco. Avaliação da quantidade óssea A avaliação da massa óssea é feita através da medição da densidade mineral óssea. Na prática clínica, o exa- me de absorciometria de raio x de dupla energia (DXA), que mede a densidade mineral óssea areal (aBMD, g/ cm2), é o mais utilizado. Ele permite o diagnóstico de osteoporose e auxilia na avaliação do risco de fratura.(8) Normalmente, indivíduos com T-score inferior a -2,5 dp em qualquer sítio ósseo na DXA tem diagnóstico de os- teoporose (fragilidade por alteração na quantidade ós- sea) e indicação de tratamento farmacológico.(1,15) Os in- divíduos com valores de T-score entre -1,0 e -2,5 dp são classificados como osteopênicos e aqueles com valores superiores a -1,0 dp, considerados normais. Do ponto de vista prático, estes resultados auxiliam na definição do risco absoluto de fratura.(15,16) Nas mulheres, recomenda-se a realização da DXA a partir dos 65 anos de idade, ou previamente, quan- do há fatores de riscos clínicos para fratura.(15-18) Des- tacam-se menopausa anterior aos 45 anos, índice de massa corpórea inferior a 21 kg/m2, fratura de fragili- dade em quadril em parente de primeiro grau, taba- gismo, etilismo e artrite reumatoide.(19) O benefício da realização rotineira da DXA antes dos 65 anos em mulheres saudáveis não se justificaria pelo pequeno impacto na conduta terapêutica.(20) Neste período, apesar da perda de massa óssea transitória, a prevalência de osteoporose e o risco de fratura são baixos.(21,22) Independentemente do conhecimento da massa óssea, a principal orientação costuma ser ativi- dade física, suplementação ou orientação nutricional e mudanças de hábitos de vida.(20) De maneira distinta, sabe-se que a massa óssea possui impacto no risco de fratura independentemente da idade.(22) Mulheres com idade entre 50 e 65 anos com osteoporose demonstram ter risco aumentado para fratura e não identificá-las pode ser desastroso.(21) Dessa forma, como estratégia para melhorar a acurá- cia da densitometria óssea na identificação de mulhe- res com osteoporose, orienta-se avaliar os fatores de risco clínicos para baixa massa óssea. Existem mais de 90 preditores de diminuição de massa óssea e avalia- ção destes para definir a solicitação da DXA costuma ser desafiadora.(15,21) Além disso, as diretrizes sobre a solicitação deste exame para mulheres entre 50 e 65 anos são imprecisas.(20) Sendo assim, o julgamento clí- nico do médico deve nortear a solicitação do primeiro exame de DXA.(21) Femina®. 2017; 45(2): 76-89 79 Por outro lado, entende-se que a solicitação de um novo exame de densitometria óssea deva seguir um racional clínico mais rigoroso e ser embasado tanto no risco absoluto de fratura como num provável impac- to na conduta terapêutica. A realização frequente de DXA em mulheres com idade inferior a 65 anos, sem o diagnóstico de osteoporose no primeiro exame, não demonstra benefício.(21) Dessa forma, consideramos que, a melhor juízo clínico, mulheres saudáveis com massa óssea normal no primeiro exame podem ser reavaliadas aos 65 anos, aquelas com osteopenia rea- valiadas em torno de 5 anos, e as com osteoporose de acordo com a conduta terapêutica estabelecida. Avaliação de qualidade óssea Diferentemente da quantidade óssea, não há, até o momento, um método acurado e aplicável na prática clínica para avaliação da qualidade óssea.(14) A avaliação deste componente da resistência óssea é feita de ma- neira indireta através dos fatores de risco clínicos de fra- tura.(5) A constatação de que fatores clínicos associam-se a maior risco de fratura independentemente da massa óssea, e aumentam a sensibilidade para predição da fratura, transformou a abordagem da osteoporose.(5,15,16) Atualmente, há situações que a decisão da estratégia terapêutica dispensa a avaliação da densidade mineral óssea e baseia-se apenas no risco absoluto de fratura determinado por fatores de risco clínicos.(5,23,24) O exemplo mais claro do impacto dos fatores clínicos no risco de fratura é a idade. Para uma densidade mi- neral óssea compatível com T-score de -2.5 dp no colo femoral, o risco de fratura varia significativamente com a idade: aos 50 anos, a probabilidade de fratura de quadril em 10 anos é 2%; já aos 80 é de 12%.(25) Estudo brasileiro, incluindo 1695 mulheres de dife- rentes regiões do Brasil, encontrou como principais fatores clínicos de risco de fratura: idade avançada, menopausa precoce, estilo de vida sedentário, baixa qualidade de vida, alta ingesta de fósforo, diabetes melitus, quedas, uso crônico de benzo- diazepínicos e história de fratura de quadril após 50 anos em parentes de primeiro grau.(3) Tais fato- res refletem uma deterioração da qualidade óssea e certamente impactam na resistência do osso. Reco- menda-se a utilização destes fatores na avaliação de solicitação da densidade mineral óssea e mesmo para avaliaçãode risco de fratura em mulheres brasileiras acima de 50 anos. Na prática clínica, entretanto, a avaliação conjunta da quantidade e da qualidade óssea do indivíduo para aumentar a sensibilidade de identificação de fratura pode ser difícil. Há o questionamento: dentre os diver- sos fatores clínicos relacionados à osteoporose e ao ris- co de fratura, quantos, quais e como considera-los na Steiner ML, Strufaldi R, Fernandes CE Femina®. 2017; 45(2): 76-89 80 M a t é r i a d e C a p a decisão terapêutica?(5,24,25) Mulheres com comprome- timento extremo da quantidade ou qualidade óssea certamente têm risco aumentado e beneficiar-se-ão do tratamento farmacológico. De maneira distinta, a classificação de risco daquelas contidas entre a nor- malidade (nenhum risco) e alto risco pode ser variável, dependente do avaliador, e a decisão sobre o benefí- cio do tratamento menos acurada. Considerando os medicamentos farmacológicos dis- poníveis para prevenção do risco de fratura, é essencial estabelecer quais mulheres irão realmente ter benefí- cio com o tratamento. Na literatura atual, uma das prin- cipais discussões envolvendo a osteoporose e risco de fratura por fragilidade é o tratamento excessivo versus o subtratamento.(6,26-28) Ferramentas clínicas Visando melhorar a identificação dos indivíduos com risco de fratura, foram criados modelos de ferramen- tas clínicas (ex. Garvan, QFracture e FRAX) que combi- nam a idade e o gênero com fatores de risco clínico para estimar o risco de fratura nos próximos 5 ou 10 anos.(26) Dentre elas, o FRAX, desenvolvido pela Orga- nização Mundial de Saúde, é a mais utilizada.(29) Este modelo, disponível na internet, estima probabilidade de fratura de quadril e fraturas “maiores” (fraturas ver- tebrais clínicas, antebraço, quadril e ombro) nos pró- ximos 10 anos. Diversos países utilizam esta ferramenta para decidir a conduta terapêutica.(30-35) Nos Estados Unidos (EUA), a National Osteoporosis Foundation, por exemplo, indica tratamento farmacológico para mulheres com T-score inferior a -1,5 dp e superior a -2.5 dp, se a probabilidade de fratura nos próximos dez anos for superior a 3% no quadril ou 20% nas “fraturas maiores”. Estes valores de corte indicativos de tratamento são baseados em aná- lises de farmacoeconomia e nas taxas de fratura e mor- talidade daquele país.(15) A concepção desta ferramenta e os valores de corte terapêutico devem ser baseados nos dados e características da população de cada país.(36) O FRAX brasileiro está disponível para uso clínico desde 2013.(37) Há questionamentos epidemioló- gicos, principalmente relacionados ao tamanho e heterogeneidade dos quatros estudos que serviram de banco de dado para sua concepção.(37,38) Além disso, até o momento, não está definido o valor da probabilidade no qual haveria indicação de interven- ção, diminuindo sua relevância para a prática clínica. Alto Alto Baixo Baixo Intermediário Avaliar Massa Óssea Reavaliar Probabilidade de Fratura Tratamento Tratamento FRAX + Julgamento Clínico Avaliar Probabilidade de Fratura Fatores de Risco Clínicos Gráfico. Algoritmo de assistência de indivíduos com risco de fratura utilizando fatores de risco clínicos e avaliação de massa óssea.(39) Fonte: J A Kannis et al, Nat Ver Rheumatol 5:425, 2009. Femina®. 2017; 45(2): 76-89 81 Seleção de medicamentos e avanços no manejo clínico Osteoporosis: medication selection and advances in the clinical management RESUMO Osteoporose é um problema de saúde pública im- portante que acomete mais de metade das mulheres com idade superior a 50 anos. Doença com um enor- me impacto sobre a saúde pública, através da morbi- dade e mortalidade aumentadas, com custos econô- micos associados resultantes das fraturas. O objetivo é avaliar e identificar as pessoas de risco para desenvol- ver fraturas osteoporóticas de fragilidade que necessi- tam ser tratadas. A abordagem de mulheres com bai- xa massa óssea e aumento do risco de fraturas deve ser multidisciplinar. A farmacoterapia é apenas uma Steiner ML, Strufaldi R, Fernandes CE das possíveis intervenções. Aspectos como a nutrição orientada, fortalecimento muscular, prevenção de quedas, suplementos vitamínicos e minerais devem ser considerados. O tratamento farmacológico permi- te a prevenção da perda óssea, a prevenção primária e secundária de fragilidade óssea e deve ser baseado na avaliação do risco de fratura do indivíduo e na relação custo-benefício do medicamento escolhido. Palavras-chaves: Osteoporose, Prevenção de Fraturas, Fatores de Risco, Tratamento. Porém, deve-se considerar que a formatação desta ferramenta é dinâmica e evolutiva, sendo possível a inclusão futura de estudos epidemiológicos ou fato- res de risco que melhorem sua acurácia. Há também a expectativa de definição do valor de intervenção específico para a população brasileira.(37) De qualquer maneira, o FRAX tem a função primordial de auxiliar, não abolir ou se sobrepor ao julgamento clínico do médico na decisão terapêutica. Conside- ramos que esta ferramenta agrega informações que podem ser úteis ao ginecologista na avaliação de suas pacientes, devendo ser incentivado o seu uso na prá- tica clínica. Por fim, considerando todas as informa- ções relativas à resistência óssea e ao risco de fratura, a abordagem proposta no gráfico mostra ser uma boa estratégia na assistência à osteoporose.(39) Osteoporose secundária A introdução do tratamento farmacológico em indiví- duos com alto risco de fratura deve ser sempre acom- panhado da exclusão de causas secundárias prévias. A não identificação destas pode determinar aborda- gens terapêuticas erradas ou ineficazes.(40,41) Dos casos de osteoporose pós-menopausa, 20% associam-se a alguma causa secundária. As principais são hipovita- minose D, doenças hepáticas e renais, hipertireoidis- mo e hiperparatireoidismo.(41) Apesar disso, parece não haver beneficio em solicitar de maneira rotineira um conjunto de exames laboratoriais, com exceção do hormônio estimulante da tireoide (TSH), para fazer diagnóstico de osteoporose secundária.(42) Avaliando estratégias para abordar a osteoporose secundária em mulheres recém-diagnosticadas com osteoporose, estudo já publicado concluiu que 98% das causas serão diagnosticadas com a solicitação dos exames calciúria de 24 horas, cálcio sérico, hormônio paratireoideano (PTH), 25(OH) vitamina D para todas as mulheres e TSH para aquelas em uso de tiroxina.(43) Femina®. 2017; 45(2): 76-89 82 M a t é r i a d e C a p a ABSTRACT Osteoporosis is a significant public health problem that af- fects more than half of women aged over 50. This disease has a huge impact on public health through morbidity and increased mortality, and economic costs associated with the resulting fractures. The goal is to assess and identify risk people to develop osteoporotic fragility fractures that need to be addressed. The approach of women with low bone mass and increased risk of fractures should be mul- tidisciplinary. Pharmacotherapy is just one of the possible interventions. Aspects such as the guidance nutrition, mus- cle strengthening, prevention of falls, mineral and vitamin supplements should be considered. Pharmacological treat- ment allows preventing bone loss and primary and secon- dary prevention of osteoporosis and should be based on risk factors and pharmaceutical cost benefit analysis. Keywords: Osteoporosis, Fractures Prevention, Risk Fac- tors, Treatment. I N T R O D U Ç Ã O A osteoporose representa atualmente um dos maio- res problemas de saúde pública em todo o mundo. As fraturas ósseas dela decorrentes, em particular as de quadril, são causas importantes de morbidade e mortalidade, com repercussões sociais e econômicas significativas. Nas últimas duas décadas, no entanto, houve avanços no entendimento de sua epidemio- logia, fisiopatologia e tratamento. A avaliação clínica evoluiu, a partir dedecisões baseadas nos resultados de densitometria óssea, para uma integração com o uso de algoritmos de predição de risco absoluto de fraturas, o que permitiu identificar de maneira rápida e apropriada os pacientes elegíveis para o tratamento. Tratamento farmacológico A intensa atividade de pesquisa clínica na área da os- teoporose produziu recentemente grandes ensaios clínicos que demonstraram a eficácia de várias op- ções terapêuticas farmacológicas, tanto na prevenção quanto no tratamento da osteoporose. Esses fárma- cos podem ser classificados em anticatabólicos (antir- reabsortivos), anabólicos (pró-formadores) e de ação mista. Os agentes anticatabólicos inibem a atividade osteoclástica e reduzem a remodelação óssea. Os fár- macos dessa categoria apresentam diferentes meca- nismos de ação e incluem a terapia estrogênica ou estroprogestativa da pós-menopausa, moduladores seletivos dos receptores estrogênicos (SERM), calcito- nina, bisfosfonatos e denosumabe. A característica de uma droga anabólica é aumentar a produção da matriz óssea por meio da estimulação da função osteoblástica. O agente anabólico atualmente aprovado para o tratamento da osteoporose é a teri- paratida (PTH 1-34). Já o ranelato de estrôncio, com efeitos antirreabsortivos e pró-formadores, é o fárma- co classificado como de ação mista, também aprova- do para o tratamento da osteoporose. Bisfosfonatos Os bisfosfonatos (BF) são considerados medicamen- tos de primeira linha na prevenção de fratura por fragilidade. Utilizados por longa data e com adequa- da evidência científica, demonstram boa eficácia te- rapêutica, segurança farmacológica e facilidade de administração. Todos os BF são análogos sintéticos do pirofosfato inorgânico cujo átomo de oxigênio, li- gante dos dois fosfatos, é substituído por um átomo de carbono. Essa substituição torna os BF resistentes à degradação biológica e aptos ao uso clínico. Na configuração molecular composta pelo átomo de carbono ligado aos dois átomos de fosfato, há a pre- sença de duas cadeias laterais (R1 e R2) que permi- tem a formulação de diferentes tipos de bisfosfonatos. Uma substituição do radical 1 por um grupo hidroxila aumenta a afinidade da molécula aos cristais de cálcio e do radical 2, por um átomo de nitrogênio, leva ao aumento da potência clínica e determina seu meca- nismo de ação.(1) Os BF têm afinidade pela hidroxiapatita, presente em grande quantidade no tecido ósseo. Do total absorvi- do, próximo de 50% chega ao tecido ósseo, concen- trando-se nos sítios de remodelação ativa e o restante é excretado pela urina.(2) Nos sítios de remodelação óssea, os BF são absorvidos pelos osteoclastos. Nestas células, eles bloqueiam a cadeia enzimática do me- valonato pela inibição da enzima farnesil sintetase. A consequência é a ocorrência de uma desorganização Femina®. 2017; 45(2): 76-89 83 Xxxxxxx citoesquelética que afeta a capacidade biológica dos osteoclastos e também determina um aumento da apoptose destas células.(1,3) A ação dos BF nos osteoclastos determina um decrés- cimo na taxa de turnover ósseo, primeiramente pela diminuição da reabsorção óssea e, posteriormente, pela diminuição na formação óssea, já que ambos processos (formação e reabsorção) são acoplados. A absorção intestinal dos bisfosfonatos orais é baixa (~1%) e diminui na presença de alimentos, cálcio ou outros minerais. Sendo assim, a administração deve ser feita em jejum mínimo de 30 minutos, antes da primeira refeição e com um copo cheio d’agua. Os BF disponíveis para o tratamento da osteoporose são o alendronato de sódio (ALN) nas doses orais de 10 mg por dia ou 70 mg por semana; o risedronato de só- dio (RIS) nas doses orais de 5 mg por dia, 35 mg por semana ou 150 mg por mês; o ibandronato de sódio (IBN) na dose oral de 150 mg por mês ou por via en- dovenosa na dose de 3 mg a cada 3 meses, e o ácido zoledrônico (AZ) com opção única endovenosa de 5 mg uma vez ao ano.(4,5) A eficácia dos BF é avaliada pela sua capacidade de diminuir o risco de fraturas vertebrais e não vertebrais. De maneira geral, todos os BF reduzem significativa- mente o risco de fraturas vertebrais. Ensaios clínicos demonstram uma redução no risco de fratura verte- bral entre 35 e 70%.(6-8) Da mesma forma, o ALN, RIS e o AZ apresentam eficácia comprovada na diminuição do risco de fraturas não vertebrais. Metanálise da Co- chrane Collaboration, avaliando mulheres com osteo- porose, relatou diminuição do número de fraturas não vertebrais em 23% com ALN e 20% com RIS.(9,10)Ensaio clínico comparando AZ com placebo encontrou uma diminuição de 25% após 3 anos de acompanhamen- to.(11)Adicionalmente, o IBN apresentou benefício no tratamento de fraturas não vertebrais em uma popu- lação de alto risco (baixa densidade mineral óssea de colo femoral – T-score <-3,0 dp) por análise post hoc.(12) A opção entre um dos bisfosfonatos não deve ser realizada através da comparação de eficácia. Estudos frontais (head-to-head) para comparar a diferença de eficácia entre eles são escassos e pouco robustos. A escolha deve basear-se em critérios clínicos, posolo- gia e capacidade de aderência ao tratamento. A prin- cipal via de eliminação dos bisfosfonatos é a renal, sendo contraindicado o uso em pacientes com insufi- ciência renal grave. Os BF, como referido anteriormente, diminuem a taxa de remodelamento ósseo. Há preocupação de que este efeito sobre o tecido ósseo, em longo prazo, pode comprometer a estrutura óssea e diminuir a sua resis- tência. Usuárias de BF apresentam maior incidência das chamadas fraturas atípicas de fêmur (fraturas sub- trocantéricas/femorais diafisárias incomuns de baixa energia) quando comparadas a não usuárias. Entre- tanto, a relação causal destas fraturas com os bisfosfo- natos não foi estabelecida. Da mesma forma, estudos experimentais com modelos animais não confirmam a hipótese da supressão excessiva do remodelamento ósseo com BF (“osso congelado”) e, ainda, não se ob- serva aumento da incidência de fraturas não vertebrais em mulheres tratadas com BF por longo período nos ensaios clínicos.(13,14) A osteoporose é uma doença crônica e o tratamento para diminuição do risco de fratura deve ser contínuo. Entretanto, há na literatura estudos sugerindo a in- terrupção do tratamento com BF por um período de tempo (tempo livre da droga ou drug-holiday). O ob- jetivo seria diminuir os efeitos negativos da supressão excessiva e contínua no remodelamento ósseo. Isto é plausível no tratamento com bisfosfonatos, pois eles Femina®. 2017; 45(2): 76-89 84 M a t é r i a d e C a p a possuem eliminação lenta do esqueleto, que deter- mina, mesmo após a sua interrupção, um retardo na reversão dos seus efeitos biológicos sobre o tecido ósseo. A realização do drug-holiday deve ser criterio- sa, obedecendo principalmente o risco de fratura da paciente e características farmacológicas de cada tipo de bisfosfonato. O monitoramento é feito anualmente pelo exame de densitometria óssea, sendo recomen- dado o retorno do medicamento na ocorrência de perda significativa de massa óssea nesse período.(15) Terapia de reposição estrogênica O estrogênio possui efeitos benéficos sobre o tecido ósseo. A terapia de reposição estrogênica (TRH), in- dependentemente da via e mesmo em doses baixas, possui efeito preventivo na perda de massa óssea, que chega a taxas de 5% ao ano nos primeiros anos de pós-menopausa.(16) Ensaios clínicos demonstram eficácia da TRH na prevenção primária de fratura por fragilidade. O estudo Women’s Health Initiative (WHI) demonstrou redução de fraturas vertebrais e de qua- dril em 34% e de outras fraturas clínicas em 23%.(17) O estrogênio atua estimulando a produção de osteo- protegerina que impede a ativação e maturação dos osteoclastos. A indicação da TRH para osteoporose ou prevenção primária de fratura deve ser criteriosa e considerar todos os riscos e benefícios associados a esta tera- pia. Entretanto, consideramosque, como estratégia de tratamento a longo prazo, em pacientes jovens ou tempo de menopausa inferior a 10 anos, esta te- rapia deva ser considerada como primeira opção. A TRH não tem indicação para a prevenção secundária de fratura e os benefícios esqueléticos desaparecem depois de 1 ano de interrupção.(18) Mulheres utilizando TRH por motivos extraesquelé- ticos e com osteoporose devem ter o seu risco de fratura monitorado. A associação com outras drogas para prevenção de fraturas é dispensável, sendo res- trita a casos específicos de mulheres com alto risco de fratura e com sintomas climatéricos. Entretanto, no momento de descontinuação da TRH em mulheres osteoporóticas, recomenda-se iniciar o uso de outra droga antirreabsortiva.(4,5) Modulador seletivo do receptor de estrogênio (SERM) Os moduladores seletivos do receptor de estrogênio representam um grupo de moléculas com estrutu- ras distintas com capacidade de ligação ao receptor estrogênico. Dependendo do tecido-alvo podem ter ação agonista ou antagonista ao estrogênio. Cada SERM possui propriedades farmacológicas específicas, que determinam um potencial clínico individual. Não podem ser consideradas drogas iguais. Aprovados para uso clínico no Brasil têm-se o tamoxi- feno (primeira geração) e o raloxifeno (segunda geração).(19) O tamoxife- no possui efeito agonista es- trogênico no tecido ósseo, mas sua indicação clínica é para prevenção se- cundária ao câncer de mama. Já o raloxifeno na dose de 60 mg/ dia tem aprovação comercial para pre- venção e tratamen- to da osteoporose pós-menopáusica. A sua ação ago- nista no receptor estrogênico do te- cido ósseo estimula a produção de esteo- protegerina, que inibe a ativação e maturação dos osteoclastos. Além disso, es- tudos experimentais demons- tram ação na proliferação e ativação biológica dos osteoblastos.(20) Ensaios clínicos comparando o raloxifeno com place- bo evidenciaram uma redução significativa (~30%) no número de fraturas vertebrais e também no agrava- mento destas fraturas. Entretanto, a redução de fratu- ra de quadril e fraturas não vertebrais (RR=0,9; IC95% 0,8-1,1) não foi significativa quando comparada com placebo.(21,22) O raloxifeno possui ação de prevenção primária para câncer de mama em mulheres com ris- co aumentado para câncer de mama e com osteopo- Femina®. 2017; 45(2): 76-89 85 rose nas pós-menopausadas. No acompanhamento de mulheres usando 8 anos deste medicamento ob- servou-se diminuição de 66% de câncer invasivo (HR = 0.34; IC 95% = 0.22 a 0.50). Porém, a utilização deste medicamento associa-se a aumento da ocorrência de fogachos e risco aumentado para tromboembolismo venoso [RR 3.1 (IC 95% 1.5 – 6.2)].(21,22) Denosumabe Na remodelação óssea, é fundamental a diferencia- ção e ativação dos osteoclastos a partir das células-tronco hematopoiéticas. Este evento depende de três moléculas: o fator estimulador de colônia dos macrófagos (M-CSF), o ativador do receptor do fator kappa B nuclear (RANK) e o seu ligante (RANK-L). A intera- ção RANK- RANKL é primordial para maturação e ação dos osteoclastos e é contrarregulada, através da inibição desta ligação, pela osteoprotegerina (OPG). Tanto o RANK como a OPG são sin- tetizados pelos osteo- blastos que, dependen- do da sinalização, podem estimular a reabsorção ou inibi-la.(23) O denosumabe é um anticorpo mo- noclonal humano contra o ligante do ativador do receptor do fator kappa B nuclear (RANK-L). Ele possui alta afinidade e ligação potente com o RANKL e impede a interação com o RANK. En- saio clínico comparando a dose de 60 mg de denosu- mabe, injetadas via subcutânea a cada 6 meses com placebo, demonstrou redução de 68% nas fraturas vertebrais, 20% nas fraturas não vertebrais e 40% nas de quadril, após 36 meses de tratamento. Evidências demonstram manutenção do efeito terapêutico nas mulheres acompanhadas por 5 anos.(24) O estudo FREEDOM fornece a avaliação mais consis- tente sobre a utilização clínica do denosumabe(25). Este medicamento pode ser considerado seguro com eventos relacionados à frequência de infecção, doenças cardiovasculares ou neoplasias similares ao número encontrado nas pacientes tratadas com pla- cebo. Ressalta-se que erupções cutâneas e eczemas foram mais frequentes nas usuárias de denosumabe (3%) em comparação com o placebo (1%) (p<0,001). A ocorrência de celulite não relacionada ao local da punção também foi mais frequente (12 episódios com denosumabe versus 1 com o placebo). O risco de doenças de pele parece diminuir após o terceiro ano de uso.(25) A excreção do denosumabe não se faz por via renal, o que torna uma opção interessante para pacientes com insuficiência renal. Há preocupação quanto à su- pressão excessiva do remodelamento ósseo por lon- go período de tempo. Na comparação frontal com o alendronato de sódio, o denosumabe é um inibidor mais potente de marcadores do turnover ósseo.(26) En- tretanto, diferentemente do ocorrido com os bisfos- fonatos, os efeitos terapêuticos no tecido ósseo con- quistados com o denosumabe perdem-se após um ano de suspensão da medicação, tornando a opção do drug-holiday não recomendada. Ranelato de Estrôncio O ranelato de estrôncio compreende um ânion or- gânico (ranelato) e dois cátions estáveis de estrôn- cio. O estrôncio é um elemento vestigial no corpo humano, dos quais 99% encontram-se no tecido ósseo. A dose terapêutica de 2 g diárias por via oral fornece 8 mmoles deste cátion e sua excreção é por via renal. O mecanismo de ação no tecido ósseo per- manece desconhecido.(5) Ensaios clínicos com dura- ção superior a 5 anos demonstraram que o ranelato de estrôncio possui ação antifratura vertebral e não vertebral. Este efeito terapêutico ocorreu indepen- dentemente da população selecionada, que variou desde mulheres com osteopenia, mulheres com ida- de superior a 80 anos, a mulheres com osteoporose associada ou não à fratura vertebral prévia.(27,28). A di- minuição do risco de fratura vertebral com o uso do ranelato de estrôncio foi de 49% ao final do primeiro ano e 24% após 5 anos. E as fraturas não vertebrais diminuíram 16% após 3 anos e 18% após 5 anos.(29) Steiner ML, Strufaldi R, Fernandes CE Femina®. 2017; 45(2): 76-89 86 M a t é r i a d e C a p a A absorção do ranelato de estrôncio é diminuída pela ingesta concomitante com comida, leite e derivados. Orienta-se a ingesta antes de dormir, duas horas após a última refeição. A utilização por pacientes com in- suficiência renal grave (cleareance de creatinina < 30 ml/min) é contraindicada e os eventos adversos mais comuns são náusea e diarreia, que tendem a cessar após três meses de uso. Na avaliação conjunta dos resultados dos estudos fase III para tratamento de osteoporose, observou-se aumento da incidência de tromboembolismo venoso (RR 1.42; IC 95% 1.02 – 1.98).(29) A relação causal entre a ação biológica do medicamento e o desfecho de tromboembolismo é desconhecida. Mais recentemente foram registrados casos da síndrome da erupção cutânea com eosinofi- lia e sintomas sistêmicos (DRESS), que exigem suspen- são imediata da medicação.(30) Paratormônio Entre as medicações disponíveis para o tratamento da osteoporose, a teriparatida é a única que possui me- canismo de ação anabólica. Trata-se de um fragmen- to aminoterminal do hormônio paratireoidiano (PTH) (1-34) humano bioquimicamente sintetizado. O PTH estimula a formação e a reabsorção e pode aumentar ou diminuir a massa óssea, dependendo da forma de administração. A sua administração contínua resulta no aumento persistente da concentração sérica do PTH, o que leva a um aumento da reabsorção óssea. A administração diária determina elevações transitórias na concentração desse hormônio, estimula de manei- ra intermitente o osteoblasto e tem ação anabólica no tecido ósseo.(31) A dose da teriparatida é de 20 mcg em injeções sub- cutâneas diárias. O efeito anabólico permite a restau- ração da microarquiteturaóssea, incluindo melhor co- nectividade trabecular e maior espessura cortical. Há também benefício relacionado à diminuição no risco de fratura vertebral e não vertebral. Ensaio clínico ava- liando mulheres com fraturas prévias e idade média de 70 anos, utilizando randomicamente teriparatida ou placebo, demonstrou uma diminuição de 65% no risco de fratura vertebral e de 40% no risco de fratura não vertebral quando comparada ao placebo.(32) Pacientes candidatas a esse tratamento são mulheres com alto risco de fraturas relacionadas à osteoporose, incluindo fraturas por compressão vertebral, associa- do à densidade mineral óssea na faixa da osteoporose ou densitometria óssea com T- score inferior a -3,0 DP. Ou seja, são mulheres com o tecido ósseo compro- metido e/ou com potencial de tratamento por me- dicamento antirreabsortivo diminuído. O curso do tratamento com teriparatida é de 18 a 24 meses em função da duração dos testes iniciais de fraturas e em virtude do efeito poder diminuir após esse período.(32) Calcitonina A calcitonina está aprovada apenas para o tratamen- to de osteoporose da pós-menopausa, mas não para prevenção. É um inibidor da reabsorção óssea e está disponível como um spray nasal e injeção subcutânea. A ausência de um claro efeito de dose/resposta, taxa de descontinuação de uso em torno de 60% e o seu efeito comprovadamente inferior ao dos outros agen- tes antirreabsortivos conduziram a dúvidas em rela- ção à confiabilidade de resultados de estudo clínico (PROOF Study) com este fármaco.(33) A calcitonina demonstrou ser capaz de reduzir dor ori- ginada das fraturas vertebrais osteoporóticas, porém não há evidência de redução da dor óssea em outras situações.(34) Tratamento não farmacológico Várias medidas não farmacológicas podem reduzir o risco de desenvolvimento de osteoporose pós-me- Como clínico da mulher em várias fases da vida, o (a) GO tem papel central no tratamento da osteoporose Femina®. 2017; 45(2): 76-89 87 Xxxxxxx nopáusica, as quais devem ser recomendadas para todas as mulheres e incluem exercícios físicos fre- quentes e prevenção de quedas, dieta rica em cálcio, cessação do hábito de fumar e não ingestão exces- siva de álcool. Embora seja conhecido o benefício dos exercícios fí- sicos na redução da dor, aumento da força muscular e melhora do equilíbrio, apenas um estudo mostrou que um programa de caminhada moderada a vigoro- sa e exercícios aeróbicos reduziram o risco de fraturas de quadril.(35) Recentemente, o Instituto de Medicina Americano (IOM), objetivando a saúde esquelética, fez recomen- dações nutricionais de ingestão de cálcio para ho- mens e mulheres nas idades entre 19 e 50 anos de 1.000 mg/dia e deve ser aumentada para 1.200 mg/ dia para mulheres com idade entre 51 e 70 anos. Em relação à vitamina D, está atualmente recomendado o uso de 600 UI/dia para todos os indivíduos entre 1 e 70 anos, aumentando para 800 UI/dia após esta idade. O IOM também definiu o nível tolerável de in- gestão de 2.000 mg/dia de cálcio e 4.000 Ui/dia para vitamina D. Pacientes com deficiência de vitamina D, ou seja, com concentrações séricas de 25OH vitamina D <20 ng/mL, podem necessitar de até 50.000 UI de vitamina D3 por via oral, 1 vez por semana, durante 6 a 8 semanas.(36) Portanto, a suplementação de cálcio e vitamina D faz parte do arsenal terapêutico para grande parte dos pacientes com osteoporose, uma vez que significativa parcela dessa população não consegue atingir as metas de ingestão recomendada para estes nutrientes. CO N C LU S Ã O Dentro da abordagem multidisciplinar da osteoporo- se, o médico ginecologista, como clínico da mulher em várias fases de sua vida, deve desempenhar pa- pel central nessa assistência. A redução dos impactos pessoais e epidemiológicos desta doença está direta- mente associada à capacidade de identificar, preve- nir e tratar os indivíduos por ela acometidos. Dessa forma, torna-se importante estar atualizado sobre as principais abordagens e opções terapêuticas. Femina®. 2017; 45(2): 76-89 88 Identificando o Risco de Fratura Referências 1. Johnell O. &Kanis J. A. An estimate of the worldwide prevalence and disability associa- ted with osteoporotic fractures. Osteoporos. Int. [periódicos na Internet] 2006 [acesso em 09 mar 2017]; 17, 1726-1733. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pub- med/16983459 2. International Osteoporosis Foundation - IOF. [homepage na internet] Capture the Frac- ture 2012 [acesso em 09 mar 2017]. Disponível em: https://www.iofbonehealth.org/ data-publications/fact-sheets/capture-fracture 3. Pinheiro MM, Ciconelli RM, de O Jacques N, Genaro PS, Martini LA, Ferraz MB. The burden of osteoporosis in Brazil: regional data from fractures in adult men and women – The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS). Bras J Rheumatolo [periódicos na Internet] 2010 [acesso em 09 mar 2017] 50: 113-27. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih. gov/pubmed/21125148 4. Marinho BC, Guerra LP, Drummond JB, Silva BC, Soares MM. 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Nesse mesmo período observou-se um aumento no número de notificações de sífilis congênita de 135%.(1,2) A ocorrência de sífilis durante a gestação pode resultar em graves efeitos adversos para o con- cepto, desde abortos e óbitos fetais até recém-nascidos vivos com sequelas diversas da doença, que poderão se manifestar até os dois anos de vida.(3,4) Apesar do agente causador da sífilis, o Treponema pallidum, não apresentar resistência ao principal esquema de tratamento recomen- dado, a penicilina, ainda não se conseguiu alcançar efetivo controle da doença. Quando se rea- liza um paralelismo entre o controle da transmissão vertical do HIV e da sífilis, observamos um programa exitoso na primeira infecção e, infelizmente, dados desastrosos em relação ao controle da segunda.(1-4) Com o objetivo de prevenir o acometimento fetal e neonatal, e preconizada a realização de triagem sorológica no início do pré-natal, as 28 semanas e na admissão para parto ou aborto. Entretanto, dados dos casos notificados de sífilis congênita no Brasil revelam que mais de 70% dessas mães realizaram acompanhamento pré-natal, com mais da metade tendo o diagnóstico durante a gravidez e menos de 15% de parceiros tratados, demonstrando que a problemática da sífilis no país está mais diretamente relacionada à má qualidade da atenção pré-natal do que propriamente a falta de atendimento durante a gestação dessas mulheres.(1) A ocorrência de formas sintomáticas da doença na gestação não é comum, apesar de mais recentemente essas situações estarem sendo descritas de maneira mais frequente. A imensa maioria das gestantes se apresentara com uma forma assintomática, a chamada doença latente, na qual a identificação da patologia dependerá da realização da triagem sorológica adequada. A presença de doença sintomática com a presença do cancro duro (sífilis primária) ou de rash cutâneo, condiloma plano e alopecia (sífilis secundária), entre outras, não é situação comum na prática clínica de pré-natal.(3) *Este texto faz parte das Séries Orientações e Recomendações da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO e a autora é membro da Comissão Nacional Especializada de Gestação e Alto Risco. 1. Departamento de Tocoginecologia, Universidade de São Paulo, Campinas, SP, Brasil. Endereço para correspondência: Helaine Maria Besteti Pires Mayer Milanez - Rua Alexander Fleming, 101, 13083-881 - Cidade Universitária - Campinas-SP - Brasil/e-mail: helaine@caism.unicamp.br. Femina®. 2017; 45(2): 90-92 91 CNES Milanez HMA transmissão vertical (TV) da sífilis é das maiores den-tre as doenças infecciosas na gestação. Observa-se uma taxa de 40% de mortalidade perinatal. Nas fases primária e secundária da doença, as taxas de TV estão entre 90% e 100%. Nas fases mais tardias, incluindo a doença latente, o terciarismo, as cifras de TV estão entre 10% e 30%. Sabe--se que quanto mais recente a doença e mais avançada a gestação, maior a taxa de TV. Considera-se que a doen- ça tratada antes de 16 semanas previne a infecção fetal. Aquela tratada após as 16 semanas provavelmente estará abordando um feto potencialmente
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