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TCC - Michael Silva - V01

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1 
AS NORMAS REGULAMENTADORAS BRASILEIRAS 
E OS EFEITOS CAUSADOS PELA RECENTE 
ATUALIZAÇÃO DA NR 1 SOBRE A NR 10 
 
SILVA, Michael1 
Pós Graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho – UNIMAIS / UCAM 
 
 
RESUMO 
Este artigo apresenta um breve estudo sobre a história da segurança do trabalho, da 
criação das normas regulamentadoras brasileiras e uma análise crítica dos efeitos 
causados pela atualização da Norma Regulamentadora 1 – Disposições Gerais e 
Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, ocorrida no dia 12 de março de 2020 sobre 
a norma regulamentadora 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade. 
 
Palavras-chave: Normas Regulamentadoras, Disposições Gerais, Serviços em 
Eletricidade. 
 
ABSTRACT 
This article presents a brief study on the history of Brazilian regulatory standards and 
an analysis of the effects caused by the update of regulatory standard 1 - General 
Provisions that occurred on March 12, 2020 on regulatory standard 10 - Safety in 
electricity installations and services. 
 
Keywords: Regulatory Standards, General Provisions, Electricity Services. 
 
1. INTRODUÇÃO 
As normas regulamentadoras brasileiras não surgiram do acaso. A história da 
segurança do trabalho apresenta uma grande dificuldade na criação de leis que visam 
a proteção e a segurança dos trabalhadores nos meios fabris e comerciais. 
 
1 Engenheiro Eletricista e Pós - graduando em Eng. de Segurança do Trabalho - UNIMAIS – São 
Paulo / SP – mdcsee@outlook.com 
 2 
No século X a.C., foi criada uma lei que dizia “olho por olho, dente por dente”. A 
finalidade desta lei era fazer com que a pessoa que cometesse uma penalidade fosse 
obrigada a pagá-la da mesma forma, ou seja: no aspecto de segurança, se uma 
pessoa fosse contratada para construir uma casa, e essa, durante a sua fase de 
construção ou mesmo após o término, caísse e causasse a morte do filho do dono da 
casa, este teria o direito de matar o filho mais velho da pessoa que a construiu 
(CABRELON, 2014). 
Apesar de radical, esta lei foi uma maneira criada pelos governantes da época 
para impor um senso de responsabilidade nas pessoas para que as mesmas 
pudessem construir algo de uma forma mais segura. 
Com o passar dos anos, os senhores idade média, devido aos riscos enfrentados 
constantemente em batalhas, visando encontrarem maneiras de se protegerem, 
inventaram os primeiros equipamentos que posteriormente seriam utilizados como 
base para alguns dos equipamentos de proteção individual, tais como: Luvas de malha 
de aço, capacetes de metal fundido, armaduras, perneiras de aço, coletes de ferro, 
etc. 
No século XVI, George Bauer, com a intenção de administrar melhor as 
condições de trabalho, procurando entender todos os aspectos da influência do meio 
ambiente e dos processos produtivos a saúde do trabalho, apresentou um 
levantamento sobre as doenças e acidentes em trabalhadores em minas de ouro e 
prata. 
Em 1717, por muitos considerado o pai da medicina do trabalho, Bernardino 
Ramazzini relatou os primeiros movimentos violentos e irregulares que resultavam em 
lesões pelo corpo dos trabalhadores. 
Segundo (CABRELON, 2014), no Brasil, as evoluções dos estudos em relação 
à segurança do trabalho surgiram conforme o crescimento e mobilização da classe 
trabalhista, conforme demonstrado: 
 
 Século XIX – Engenhos de café e açúcar; 
 1899 – 630 fábricas e 54.000 empregados; 
 1907 – 3200 fábricas – 150.000 empregados; 
 1907, 1912, 1917, 1920 - Greves por melhores condições de trabalho. 
 1918 - Primeira lei sobre acidentes no trabalho. DL N.º 3.724, de 15/01/1918. 
 3 
 1919 - Marca presença nas primeiras indústrias americanas. As greves culminam 
no código sanitário de São Paulo. Lei 13.493, de 05/03/1919 - alterações no DL 
3724. 
 1923 - Inspetoria de higiene industrial e profissional - Ministério do Interior e Justiça 
(DL. 16300). 
 1934 - Inspetoria de higiene e segurança do trabalho - MTIC (Ministério do 
Trabalho, indústria e comércio) – Segunda lei de acidentes do trabalho. Lei 24.637 
de 10/07/1934 - alterações no DL 3724. 
 1941 - Surge a ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes. 
 1942 - Divisão de higiene e segurança do trabalho. 
 1943 - CLT - DL. 5452 de 01/05/43 - capítulo V - higiene e segurança do trabalho. 
- Guerra Mundial influencia na Industrialização (CSN, Petrobrás) 
 1944 - DL. 7036/ M.T. de 10/11/44 - lei de acidentes - SESI. Revoga a lei 3724 
 1949 - Standart Oil (fábrica) - cria o primeiro Serviço de Previdência de Acidentes. 
 
Durante a segunda grande guerra notaram que a capacidade industrial dos 
países seria um fator determinante para um país vencer a guerra, ou seja, aquele país 
que obtivesse o maior número de trabalhadores em produção ativa venceria. Neste 
momento, a segurança do trabalho transformou-se definitivamente numa função 
extremamente importante nos processos produtivos. 
Enquanto que nos países desenvolvidos este conceito de segurança do trabalho 
estava se tornando popular, nos países em desenvolvimento o ritmo era bem mais 
lento. 
No Brasil, a preocupação com os acidentes de trabalho surgem sem grandes 
resultados no início da década de 1930. 
Entre década de 1950 até o final do século XX, ocorreram alguns eventos 
importantes na história da segurança do trabalho brasileira, sendo estes: 
 
• Década de 50: 
- II Congresso Pan-americano de Medicina do Trabalho. 
- I Congresso Nacional de CIPAS. 14 - 1953 - Portaria 155 - regulamenta CIPAS - 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. 
 
 
 4 
• Década de 60: 
- CONPAT - Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes. 
- 1963 - Fundacentro - subordinado à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho 
do M.T. 
- 1967 - nova lei de acidentes do trabalho. Lei 293 de 28/02/67 revoga o DL 7036 
(1944). Lei 5316 de 14/09/67 - Seguro de acidentes não permanecerá só no campo 
privado. 
- 1968 - Portaria 32 - CIPAs. 
• Década de 70: 
- 1972 - Portaria 3237 - Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. 
- 1975 - Portaria 3460 - Segurança e Medicina do Trabalho. 
- 1976 - Lei de Acidentes n.º 6367 de 19/10/76 (DL. 79037 de 24/12/76). Revoga a lei 
5316. O seguro é feito obrigatoriamente pelo INPS. 
- 1977 - Lei 6514 - revisão do capítulo V, título II da CLT. (DL 5452) 
- 1978 - Lei n.º 83080 - Substitui e cancela 79037 (24/12/76) 
- 1978 - Regulamentada a Lei 6514 - Portaria 3214 / MTb /78 15 
 
• Década de 80: 
- 1983 - Portaria n.° 6 de 09/03/83 SSMT - MT - Alterações da 3214. Alterações da 
NRs 1, 2, 3 e 6. 
- 1988 - Portaria n.° 3067 de 12/04/88 - MT - Aprovação das normas regulamentadoras 
rurais - Segurança e Higiene do trabalho rural (art. 13 da lei 5889 de 08/06/73). 
 
• Década de 90: 
- 1991 - Lei 8213 - determina que o INSS cobre de empresas culpadas por acidentes 
de trabalho os benefícios pagos aos acidentados. 
- 1992 – Criação da FENATEST – Federação N 
 
• Anos 2000: 
- Criação de normas relativas ao uso das empresas do Perfil Profissiográfico 
Previdenciário (PPP). 
 
Na década de 1970, o Brasil foi considerado campeão mundial em acidentes do 
trabalho. Somente após a percepção da triste realidade da época, uma grande 
revolução na área de segurança do trabalho se iniciou. 
 5 
A partir de então, começou a mobilização para diminuir o custo de acidente do 
trabalho junto ao INSS. Em 1972, foi instituída a figura do Inspetor de Segurança que 
tinha o objetivo de realizar a função do atual Técnico de Segurança do Trabalho, 
porém somente esta ação não surtiu muito efeito. 
Finalmente em 1978, através da portaria 3214, o Ministério do Trabalho 
Brasileiro editou e aprovou as Normas Regulamentadoras Brasileiras, também 
conhecidas pela abreviatura NR’s, relativas à segurança e a medicina do Trabalho. 
Através dessas Normas, estabeleceu-se, segundo critériosde risco e número de 
empregados das empresas, a obrigatoriedade de serviços e programas responsáveis 
pelas questões relativas à saúde (CABRELON, 2014). 
 Com estas normas e algumas outras que foram instituídas, deu-se início a uma 
nova Segurança do Trabalho no Brasil. 
Hoje existem 37 NR’s, sendo 36 de observância obrigatória pelas empresas 
privadas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos 
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos 
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. A NR 2 foi revogada pela portaria 
SEPRT n. ° 915 no dia 30 de julho de 2019, sendo a mesma publicada no Diário Oficial 
da União no dia 31 de Julho de 2019 perdendo assim seu caráter legal. 
 
2. NORMAS REGULAMENTADORAS BRASILEIRAS – NR’s 
 No Brasil, as Normas Regulamentadoras (NR’s), como o próprio nome diz, 
regulamentam e fornecem orientações, tendo como um dos principais objetivos a 
padronização dos procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e a medicina 
do trabalho. Estas normas encontram-se no capítulo V, Título II da Consolidação das 
Leis Trabalhistas (CLT). Foram aprovadas pela Portaria 3214, no dia 8 de junho de 
1978, sendo elaboradas por comissões tripartites específicas, ou seja, um grupo de 
representantes do governo federal, dos empregadores e dos trabalhadores. 
As revisões das NR’s ficam ao encargo da Subsecretaria de Inspeção do 
Trabalho que, posteriormente, as enviam para o secretário implementar na forma de 
Portaria. 
Quando o texto de uma norma é alterado, uma nova versão será publicada. 
Todas as empresas, públicas ou privadas, submetidas a C.L.T terão, a partir da data 
de publicação, o período de 6 meses a 1 ano para se adaptarem a tais mudanças. 
Após este período, o estado cobrará a obrigatoriedade da mesma. O não cumprimento 
http://www.guiatrabalhista.com.br/clt.htm
 6 
das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho 
acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação 
pertinente. Além disto, constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao 
cumprimento de suas obrigações com a segurança do trabalho. 
 As normas regulamentadoras brasileiras vigentes são: 
 NR 01 - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais 
 NR 02 - Inspeção Prévia (REVOGADA pela portaria SEPRT n.º 915, de 30 de 
julho de 2019, publicada do D.O.U em 31 de julho de 2019 
 NR 03 - Embargo ou Interdição 
 NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho 
 NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
 NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI 
 NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
 NR 08 - Edificações 
 NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais 
 NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade 
 NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais 
 NR 12 - Máquinas e Equipamentos 
 NR 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tabulações e Tanques Metálicos de 
Armazenamento 
 NR 14 - Fornos 
 NR 15 - Atividades e Operações Insalubres 
 NR 16 - Atividades e Operações Perigosas 
 NR 17 - Ergonomia 
 NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
 NR 19 - Explosivos 
 NR 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis 
 NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto 
 NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração 
 NR 23 - Proteção Contra Incêndios 
 NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho 
 NR 25 - Resíduos Industriais 
 NR 26 - Sinalização de Segurança 
 NR 28 - Fiscalização e Penalidades 
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr1.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr3.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr4.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/cipa.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr8.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr9.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr10.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr11.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr12.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr13.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr14.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr15.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr16.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr18.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr19.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr20.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr21.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr22.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr23.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr24.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr25.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr26.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr28.htm
 7 
 NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário 
 NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário 
 NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, 
Exploração Florestal e Aquicultura 
 NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde 
 NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 
 NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, 
Reparação e Desmonte Naval 
 NR 35 - Trabalho em Altura 
 NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento 
de Carnes e Derivados 
 NR 37 - Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo 
 
3. NORMA REGULAMENTADORA N.º 01 - DISPOSIÇÕES GERAIS E 
GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS 
De 1978 até os dias atuais, o processo de discussão e elaboração das Normas 
sofreram importantes mudanças, estando diretamente relacionadas as novas formas 
de organização do processo de produção, como a modificação dos riscos presentes 
nos locais de trabalho, e a redemocratização política do país (ANAMT, 2020). 
A publicação de novas NR’s e a restruturação das mais antigas, trouxeram 
contribuições significativas para a melhoria das condições de trabalho. Entretanto, a 
crescente publicação de novas NR’s de caráter mais específico, a participação das 
representações da sociedade e de profissionais da área geraram problemas sérios 
para este conjunto do normas técnicas (ANAMT, 2020). 
Como as NR’s apresentavam certas imperfeições conceituais e organizacionais, 
comprometendo seu entendimento entre os trabalhadores e empregadores, e também 
o seu cumprimento pelas empresas, a nova redação da NR 1 veio em boa hora, ao 
passo que vai auxiliar decisivamente no aprimoramento desses regulamentos técnicos 
próprios. 
A Norma Regulamentadora N.º 01 - Disposições Gerais e Gerenciamento de 
Riscos, como a maioria das NR’s, foi elaborada em 1978, passando, ao decorrer dos 
anos, por seis revisões (1983,1988,1993, 2009, 2019 e 2020), sendo a mais recente 
realizada pela portaria SEPRT n.º 6730, no dia 09 de março de 2020 e publicada no 
Diário Oficial da União no dia 12 de março de 2020. 
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr29.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr30.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr31.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr32.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr33.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr34.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr35.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr36.htm
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/NR-37.pdf
 8 
Para fins de fiscalização, o texto publicado no D.O.U no dia 31 de julho de 2019será utilizado. Todas as empresas terão até o dia 09 de março de 2021 para se 
adaptarem as novas regras. 
Visando estruturar as demais NR’s, a nova NR 1 tem por objetivo principal 
estabelecer as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as definições 
comuns às Normas Regulamentadoras - NR relativas à segurança e saúde no trabalho 
e as diretrizes e requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas 
de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho - SST, além de ter também o papel 
de recompor uma nova lógica para as mesmas, redefinir os conceitos dos princípios 
da prevenção dos agravos decorrentes do trabalho e reconstruir as responsabilidades 
de trabalhadores, empregadores e do governo. 
As recentes atualizações desta norma traz alguns efeitos sobre as demais, 
sendo estes apresentados neste artigo. 
 
3.1 - Definições Comuns 
A primeira mudança a ser apresentada encontra-se no Item 1.1.1, onde diz: 
“O objetivo desta norma é o de estabelecer as disposições gerais, o campo de 
aplicação, os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras - NR 
relativas à segurança e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos para o 
gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em Segurança e 
Saúde no Trabalho - SSTO. “ 
 
Com esta atualização, a NR 1 traz informações e procedimentos que são comuns 
a todas as outras NR’s, tornando o estudo e o claro entendimento desta norma de 
extrema importância para as empresas. 
 
3.2 - Gerenciamento de riscos ocupacionais 
A ideia inicial do governo federal seria a criação de uma norma regulamentar 
específica para um programa de gerenciamento de riscos (PGR) tratando a respeito 
dos requisitos gerais para as ações de prevenção e gerenciamento de riscos no 
ambiente de trabalho. 
Um PGR baseia-se praticamente nos seguintes itens. 
a) Evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no trabalho; 
b) Identificar os perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde; 
 9 
c) Avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco; 
d) Classificar os riscos ocupacionais para determinar a necessidade de adoção de 
medidas de prevenção; 
e) Implementar medidas de prevenção, de acordo com a classificação de risco e em 
uma ordem de prioridade; 
f) Acompanhar o controle dos riscos ocupacionais. 
 
Ao invés de vir como uma nova norma regulamentadora, o governo federal, 
representado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho (SEPRT), decidiu 
incluir o gerenciamento de riscos ocupacionais em um único item da NR 1, fazendo 
com que sua validade se expanda para as demais 36 normas regulamentadoras 
brasileiras vigentes. 
O gerenciamento de riscos ocupacionais agora presente na NR 1, deverá ser 
utilizado para fins de gerenciamento e prevenção. O novo texto estabelece que as 
empresas deverão constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais 
(PGR) a partir das diretrizes e requisitos do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais 
(GRO) incorporados à NR 1, bem como das medidas de prevenção em Segurança e 
Saúde no Trabalho - SST. 
Cada estabelecimento deverá ter um PGR vigente, podendo ser implementado 
por unidade operacional, setor ou atividade, ou ainda, ser atendido por sistemas de 
gestão em SST, desde que cumpram as exigências previstas na NR 1 e em 
dispositivos legais de segurança e saúde no trabalho. 
Quando a empresa possua certificação em sistema de gestão de Segurança e 
Saúde no Trabalho, as mesmas poderão refazer o plano em até três anos, caso 
contrário, necessitarão refazer o plano a cada dois anos ou na ocorrência das 
seguintes situações: 
 Após implementação das medidas de prevenção, para avaliação de riscos 
residuais; 
 Após inovações e modificações nas tecnologias, ambientes, processos, condições, 
procedimentos e organização do trabalho que impliquem em novos riscos ou 
modifiquem os riscos existentes; 
 Quando identificadas inadequações, insuficiências ou ineficácias das medidas de 
prevenção; 
 10 
 Na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho; 
 Quando houver mudança nos requisitos legais aplicáveis. 
 
A partir do momento em que a nova norma entrar em vigor, o PGR substituirá o 
PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e deverá abranger os riscos 
físicos, químicos, biológicos, acidentes e aspectos ergonômicos (CNI, 2020). 
O item 1.5.2 da nova norma, orienta que, por questões de adicional de 
insalubridade ou periculosidade, sejam utilizadas respectivamente as NR’s 15 e 16. 
Para aposentadoria especial, a empresa deverá utilizar o anexo 4 do decreto 3048 e 
as normas relacionadas. 
 
3.2.1. Processos do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais 
As diretrizes e requisitos do GRO abrangem um conjunto de processos a serem 
implementados pelas empresas com o objetivo de promover a identificação de perigos 
e avaliação de riscos ocupacionais, controle dos riscos ocupacionais, preparação para 
emergências e a documentação, composta, ao menos, pelo inventário de riscos e 
planos de ação. 
A figura 1 apresenta um modelo esquemático da interação entre o GRO e a 
constituição do PGR, com o seu posterior detalhamento. 
 
 
Figura 1 - Modelo esquemático da interação das diretrizes e requisitos do GRO com a constituição do PGR na 
 
 11 
3.3 - Certificação Digital 
Este tópico encontra-se no item 1.5.2, que diz: 
“Os documentos previstos nas NR’s poderão ser emitidos e armazenados em 
meio digital com certificado digital emitido no âmbito da infraestrutura de Chaves 
Públicas Brasileiras (ICP - BRASIL), normatizada por lei específica.” 
 
Sendo assim, não é mais necessário manter os certificados impressos e 
armazenados em grandes arquivos, liberando este espaço ocupado para outros fins, 
além de desobrigar o ministrante do curso a imprimir estes certificados, pois os 
mesmos poderão ser fabricados digitalmente e validados por meio de certificação 
digital. 
 
 3.4 - Hierarquia das medidas de controle 
Diante dos riscos ocupacionais, algumas medidas de controle deverão ser 
tomadas, mas não poderão serem adotadas sem nenhum critério técnico. 
 Existe uma ordem de prioridade que deverá ser seguida, sendo esta encontrada 
agora na nova NR 1, no item 1.4.1, sendo: 
“1.4.1 Cabe ao empregador: 
(…) g. implementar medidas de prevenção, ouvidos os trabalhadores, de acordo 
com a seguinte ordem de prioridades: 
I. eliminação dos fatores de risco; 
II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de 
proteção coletiva; 
III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas 
administrativas, ou de organização do trabalho; 
IV. adoção de medidas de proteção individual.” 
 
 Este item traz para as disposições gerais o que já estava descrito em algumas 
normas específicas, como a NR 9 e a NR 35, ou seja, com a atualização, esta 
hierarquia será aplicada em todas as NR’s. 
O item 1.5.5.1.2 da nova NR 1/GRO complementa essa ideia, estabelecendo 
que: 
“1.5.5.1.2 Quando comprovada pela organização a inviabilidade técnica da 
adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou 
 12 
encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação ou, ainda, em 
caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, 
obedecendo-se a seguinte hierarquia: 
a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; 
b) utilização de equipamentos de proteção individual - EPI. “ 
 
Geralmente, a maioria das empresas não dão a devida importância para esta 
hierarquia, pulando todas as etapas e passando pro fornecimento direto do EPI. 
Agora, com essa atualização, servindo para todas as normas, antes de recomendar e 
fornecer tal EPI, a empresa precisa comprovar a viabilidade técnica das medidas de 
proteção coletiva. 
Estas empresas também precisam comprovar que as medidas de controle não 
são suficientes, ou então queestão estudando/planejando/implantando medidas de 
proteção coletiva. 
Só depois de cumpridas estas etapas que o uso do EPI seria justificado. 
 
3.5 - Direito de Recusa 
Agora o direito de recusa serve para todas as normas, sendo este descrito no 
item 1.4.3, ou seja: 
“O trabalhador poderá interromper suas atividades quando constatar uma 
situação de trabalho onde, a seu ver, envolva um risco grave e iminente para a sua 
vida e saúde, informando imediatamente ao seu superior hierárquico.” 
 
O item 1.4.3.1 complementa: 
“Comprovada pelo empregador a situação de grave e iminente risco, não poderá 
ser exigida a volta dos trabalhadores a atividade, enquanto não sejam tomadas as 
medidas corretivas.” 
 
3.6 - Aproveitamento de Treinamentos 
Segundo o item 1.6.6: “É permitido o aproveitamento de conteúdos de 
treinamentos ministrados na mesma organização, desde que: 
a) O conteúdo e a carga horária requeridos no novo treinamento estejam 
compreendidos no treinamento anterior; 
 13 
b) O conteúdo do treinamento anterior tenha sido ministrado no prazo inferior ao 
estabelecido em NR, ou há menos de 2 anos, quando não estabelecida esta 
periodicidade; 
c) Seja validado pelo responsável técnico do treinamento; “ 
 
 Porém, além do aproveitamento de treinamentos na mesma organização, a 
norma agora traz um aproveitamento entre outras organizações diferente, conforme 
itens: 
“1.6.7. Os treinamentos realizados pelo trabalhador poderão ser avaliados pela 
organização e convalidados ou complementados. “ 
 
A convalidação ou complementação, conforme a norma, deverá considerar: 
a) as atividades desenvolvidas pelo trabalhador na organização anterior, quando 
for o caso; 
b) as atividades que desempenhará na organização; 
c) o conteúdo e carga horária cumpridos; 
d) o conteúdo e carga horária exigidos; e 
e) que o último treinamento tenha sido realizado em período inferior ao 
estabelecido na NR ou há menos de 2 (dois) anos, nos casos em que não haja prazo 
estabelecido em NR. 
O aproveitamento de treinamentos não exclui a responsabilidade de tal empresa 
quando a emissão do certificado, mencionando o conteúdo e a data de realização do 
treinamentos aproveitados, convalidados ou complementados. 
Quando a periodicidade de realização de um novo treinamento passa a 
considerar a data do treinamento mais antigo. 
 
3.7 - Treinamentos a distância - EAD 
Agora, segundo o item 1.6.9; a NR 1 permitirá a aplicação de cursos na 
modalidade de ensino a distância ou semipresencial, desde que atendidos os 
requisitos exigidos na norma, sendo estes os requisitos operacionais, administrativos, 
tecnológicos e de estruturação pedagógica previstos no Anexo II desta NR. 
Porém, segundo o item 1.6.9.1; o conteúdo prático do treinamento só poderá ser 
realizado a distância ou semipresencial desde que previsto em NR específica. 
 
 14 
3.8 - Tratamento diferenciado ao Microempreendedor individual - MEI, a 
Microempresa - ME e a Empresa de Pequeno Porte - EPP 
 Com a atualização, MEI’s, ME’s e EPP’s, com o grau de risco 1 e 2 
(mencionados dos subitens 1.7.1 e 1.7.2 da NR 4), isto é, empresas sujeitas a um 
nível de baixo de risco, que prestem informações de segurança e saúde no trabalho 
em formato digital, conforme item 1.5.1 desta mesma norma, e não possuírem riscos 
químicos, físicos e biológicos, ficarão dispensados de elaboração do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA e do Programa de Controle Médico de Saúde 
ocupacional - PCMSO. Porém, a dispensa do PCMSO não desobriga a empresa da 
realização dos exames médicos e emissão do Atestado de Saúde Ocupacional - ASO. 
 
4. NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
A NR 10 foi criada em 06 de Julho de 1978, sofrendo 4 atualizações, sendo a 
última realizada no dia 02 de Maio de 2016. 
O objetivo desta norma, segundo o item 10.1 da mesma, está em estabelecer os 
requisitos e condições mínimas, objetivando a implementação de medidas de controle 
e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores 
que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com 
eletricidade. 
Esta norma se aplica ás fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, 
incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção e 
quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades. 
 
4.1 - Medidas de controle, proteções individuais e coletivas. 
 Em resumo, as empresas são obrigadas a manter esquemas unifilares 
atualizados de suas instalações elétricas com as especificações do sistema de 
aterramento, equipamentos elétricos e dispositivos de proteção. 
 Em casos de estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW, a 
empresa deverá constituir e manter atualizado um Prontuário de Instalações Elétricas 
(PIE) contendo todas as informações das instalações elétricas e dos trabalhadores 
envolvidos, além de conter também as medidas de proteção coletiva e individuais e 
as especificações dos equipamentos e das ferramentas disponíveis para eventuais 
manutenções no sistema elétrico. 
 
 15 
4.2 - Segurança em Projetos 
O projeto deverá estar sempre atualizado e acessível, dotado de um memorial 
descritivo contendo todas as informações das instalações elétricas. 
Além disso, deverão ser contemplados dispositivos de desligamento de circuitos 
que possuam recursos para impedimento de reenergização, incluindo, quando 
possível, os de ação simultânea e aterramentos. 
Tratando-se das atividades de construção e manutenção, os espaços de 
segurança deverão ser considerados, assim como o que diz respeito ao aspecto 
ergonômico e aos demais dispostos nas NR’s de Saúde e Segurança no Trabalho. 
 
4.3 - Segurança na construção, montagem, operação e manutenção 
Sob a supervisão de um profissional autorizado, todas as atividades deverão 
ocorrer de forma a garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores, utilizando 
equipamentos e ferramentas aprovadas compatíveis com a instalação elétrica. 
Deverão ser considerados também todos os perigos e riscos adicionais possíveis 
junto ás suas respectivas medidas preventivas. 
 
4.4 - Segurança na construção, montagem, operação e manutenção 
Sob a supervisão de um profissional autorizado, todas as atividades deverão 
ocorrer de forma a garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores, utilizando 
equipamentos e ferramentas compatíveis com a instalação elétrica. 
Deverão ser considerados também todos os perigos e riscos adicionais possíveis 
junto ás suas respectivas medidas preventivas. 
 
4.5 - Segurança em instalações elétricas desenergizadas 
Segundo o subitem 10.5.1, somente serão consideradas desenergizadas as 
instalações elétricas liberadas para trabalho mediante os procedimentos apropriados, 
obedecida a sequência: 
a) seccionamento; 
b) impedimento de reenergização; 
c) constatação da ausência de tensão; 
d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos 
condutores dos circuitos; 
http://34.68.255.3/o-que-a-nr-10-diz-sobre-aterramento/
http://34.68.255.3/servicos/aet-analise-ergonomica-do-trabalho/
http://34.68.255.3/servicos/aet-analise-ergonomica-do-trabalho/
http://34.68.255.3/e-social-saude-seguranca/
 16 
e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo II 
da NR 10); 
f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização. 
 
Segundo item 10.5.2, o estado de instalação desenergizada deve ser mantido 
até a autorização para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a 
seguinte sequência de procedimentos: 
a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; 
b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no 
processo de reenergização; 
c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções 
adicionais; 
d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização; 
e) destravamento, se houver,e religação dos dispositivos de seccionamento. 
 
4.6 - Segurança em instalações elétricas energizadas 
Em instalações elétricas de baixa tensão não são consideradas atividades 
restritas as operações básicas, como ligar e desligar circuitos elétricos, desde que 
utilizados materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, 
adequados para operação. 
Todavia, na ausência de impedimentos, as intervenções de complexidade 
superior às operações básicas citadas anteriormente somente serão realizadas 
por trabalhadores qualificados, habilitados, capacitados e autorizados nas definições 
da NR 10. 
Já o trabalhador que ingressar na zona controlada deverá respeitar as distâncias 
de segurança delimitadas e realizar procedimentos específicos. 
 
4.7- Trabalhos envolvendo Alta Tensão (AT) 
Além do treinamento básico da NR 10, o trabalhador deverá realizar também o 
curso específico em Sistemas Elétricos de Potência (SEP) e em suas proximidades, 
com duração mínima de 40h. 
Também é importante salientar que em instalações elétricas energizadas em AT 
e SEP serviços não serão realizados individualmente. 
http://34.68.255.3/treinamentos/seguranca-no-sep-e-em-suas-proximidades/
 17 
É dever do trabalhador atentar-se às orientações da norma, no que se refere, 
por exemplo, ao uso de equipamentos que permitam a comunicação permanente com 
a equipe e ao cumprimento de uma ordem de serviço específica, devidamente 
autorizada para data e local. 
 
4.8 - Habilitação, qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores 
Quanto a habilitação, qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores 
de acordo com a NR 10, lista-se abaixo os seguintes itens: 
 
 10.8.1: É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de 
curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. 
 10.8.2: É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente 
qualificado e com registro no competente conselho de classe. 
 10.8.3: É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes 
condições, simultaneamente: 
a) Receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional 
habilitado e autorizado; e 
b) Trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado. 
 
 10.8.4: São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados 
e os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa. 
 
4.9 - Proteção contra incêndio e explosão 
Os ambientes com atmosferas potencialmente explosivas deverão contar com 
instalações elétricas constituídas por componentes em conformidade. 
Tais componentes devem atender a requisitos do Sistema Brasileiro de 
Certificação (SBC). 
Ademais, somente serão permitidas atividades em áreas classificadas nos casos 
de supressão do agente de risco, que determina a classificação da área, ou mediante 
devida autorização com liberação formalizada. 
 
http://34.68.255.3/treinamentos/nr-23-protecao-contra-incendios/
http://34.68.255.3/treinamentos/area-classificada/
 18 
4.10 - Quanto à sinalização de segurança 
Identificações e advertências deverão ser feitas utilizando sinalizações 
adequadas, conforme disposto na NR 26. 
A sinalização visa atender, por exemplo, à demanda de identificação de circuitos 
elétricos, identificação de impedimento, dentre outros. 
 
4.11 - Procedimentos de trabalho 
Antes de iniciar trabalhos em equipe, os seus membros, junto ao responsável 
pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, no intuito de 
compreender e planejar da melhor forma possível as atividades a serem 
desenvolvidas. 
Além disso, as atividades devem ser precedidas por ordens de serviço 
específicas, contendo a autorização do responsável e todas as demais informações 
necessárias ao cumprimento do trabalho. 
 
4.12 - Situações de emergência 
A empresa deve incluir ações de emergência relacionadas às instalações e aos 
serviços com eletricidade no plano de emergência empresarial. 
Métodos de resgate padronizados adequados às atividades, bem como os meios 
para a sua aplicação, devem ser providos pela empresa. 
Trabalhadores autorizados devem estar aptos a prestar primeiros socorros a 
acidentados e a operar equipamentos de prevenção e combate a incêndios. 
 
5. O QUE MUDOU COM A ATUALIZAÇÃO DA NR 1 EM RELAÇÃO A NR 10? 
Como descrito anteriormente, a NR 1 passou, em 2020, por atualizações, sendo 
estas responsáveis pela modernizando das disposições gerais e pela adição de um 
item tratando exclusivamente do gerenciamento de riscos ocupacionais. 
Por se tratar da NR 1, qualquer modificação no texto desta norma refletirá nas 
demais. O resultado desta análise encontra-se nos dois subitens a seguir, sendo o 
primeiro dele tratando dos efeitos causados pelas mudanças nas disposições gerais 
e o segundo sobre os efeitos causados pela introdução do gerenciamento de riscos. 
 
 
 
http://34.68.255.3/treinamentos/nr-26-sinalizacao-de-seguranca/
http://34.68.255.3/trabalho-em-equipe-na-tailandia/
http://34.68.255.3/treinamentos/primeiros-socorros/
http://34.68.255.3/projeto-de-incendio-sistemas/
 19 
5.1. Disposições gerais 
O primeiro tópico a ser destacado, ao se tratar somente das disposições gerais, 
encontra-se logo no primeiro item: Definições comuns. O empregador, antes de aplicar 
a NR 10 em sua empresa, deverá estudar e compreender bem a NR 1, pois tudo que 
é apresentado no texto nesta norma valerá para todas as outras, principalmente a NR 
10. 
A certificação digital vem com o objetivo de facilitar o arquivamento e o manuseio 
dos certificados dos empregados em uma empresa. Agora, o empregado ao completar 
o curso de NR 10, tanto o básico, revisão ou o curso avançado (SEP), o aplicador do 
curso poderá fornecer o certificado em formato digital e o empregador poderá 
armazená-lo digitalmente, sendo que o certificado deverá ser emitido no âmbito da 
infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP - BRASIL), garantindo assim sua 
autenticidade. 
As medidas de controle, mesmo antes das recentes atualizações da NR 1, já 
existiam na NR 10, sendo estas de cumprimento obrigatório pelo empregador e por 
todos os colaboradores da empresa. 
Antes do fornecimento do EPI, o empregador deverá eliminar o máximo de 
fatores de riscos existentes em seu estabelecimento, adotar medidas de proteção 
coletiva e elaborar algumas medidas administrativas. Caso após a execução destes 
passos seja constatada a permanência de alguns riscos, o empregador deverá 
disponibilizar os equipamentos de proteção individual a todos que tiverem acesso as 
dependências da empresa, além de considerar no caso concreto, sempre a hierarquia 
das medidas de controle. 
O item 10.2 é suficientemente claro quando da revisão de 2004 traz a exigência 
de cumprimento de uma série de padrões tanto de eletrotécnica aplicada a segurança, 
quanto a observância do que já se praticava na NBR 5410/1997. Neste contexto, é 
possível se estabelecer ainda na fase de concepção as ações e medidas que serão 
necessárias para projetos, para instalação e manutenção, com isso buscando garantir 
a segurança de diferentes usuários. Independe de tipo ou porte de estabelecimentos 
empresariais a observância deste fundamental item da norma, visto que todos os 
estabelecimentos deverão pelo menos conceber e implantar medidas que garantam a 
segurança dos usuários mesmo que estes sejam inadvertidos (pessoas comuns sem 
o conhecimento e o preparo necessário aos cuidados com instalações elétricas). 
 20 
O direito de recusa foi extinto no texto da NR 10, porém, o mesmo está incluso 
na NR 1 por meio das disposições gerais, o tornando válido em todas as normas 
regulamentadoras, inclusive na NR 10. Caso um trabalhador presencie algum fato, 
durante o trabalho, que coloque em risco a sua integridade física ou de seus colegas, 
o mesmo poderá parar a execução do serviço e apresentaruma justificativa formal 
para o seu superior imediato. Após isto, tal ato inseguro deverá ser analisado e 
corrigido. Somente após a total eliminação dos riscos apresentados, a execução 
desse serviço deverá ser retomada. 
Outra possibilidade permitida pela recente atualização da NR 1 está relacionada 
ao aproveitamento do conteúdo de cursos realizados em outras empresas, ou na 
mesma, ou seja, caso um colaborador tenha realizado um curso básico de NR 10 em 
um estabelecimento e tenha ido trabalhar em uma outra empresa, o novo empregador 
poderá solicitar a revalidação do curso realizado anteriormente. 
Estes cursos também poderão ser realizados presencialmente, ou a distância, 
desde que sigam todas as normas e os requisitos operacionais, administrativos, 
tecnológicos e de estruturação pedagógica previstos no Anexo II da nova NR 1. 
 
5.2. Gerenciamento de riscos 
Os riscos ocupacionais são aqueles aos quais os colaboradores estão expostos 
durante a sua rotina de trabalho. Já o risco elétrico seria a probabilidade de lesão ou 
morte devido a exposição direta ou indireta a eletricidade. 
Ao tratar-se da NR 10, o gerenciamento de riscos se dá basicamente num 
gerenciamento de riscos elétricos, ou seja, num levantamento preliminar, na 
identificação e na avaliação de todos os riscos elétricos presentes em uma empresa. 
O levantamento preliminar destes riscos deverá ser realizado antes do início das 
atividades em uma empresa ou em uma nova instalação, nas mudanças e na 
introdução de novos processos ou atividades de trabalho, ou ainda, para as atividades 
existentes. 
Um Perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o potencial 
de causar ou contribuir para uma lesão ou morte. A identificação dos riscos elétricos 
envolvem a descrição de todos os perigos existentes e das possíveis lesões ou 
agravos de saúde, a identificação das fontes ou das circunstâncias, bem como a 
identificação do grupo de trabalhadores sujeitos aos riscos elétricos, ou seja, todas as 
operações, antes de serem realizadas, que envolvam a exposição de algum 
 21 
colaborador aos riscos elétricos, deverão ser catalogadas, descritas e documentadas 
pela empresa, contendo também a identificação dos trabalhadores aptos a 
executarem tais operações e que serão sujeitos a tais riscos. 
A avaliação dos riscos ocupacionais relacionados a eletricidade deverá ser 
realizada de modo que seja possível catalogar em um documento todas as 
consequências geradas através da exposição dos trabalhadores a tais riscos, 
tornando-se possível a elaboração de um plano de ação e de medidas de controle. 
Já o controle se dá basicamente pela adoção de algumas medidas que tendem 
a garantir a segurança e a saúde do trabalhador quando exposto aos riscos elétricos, 
sendo estes muito bem apresentados no item 10.2 da NR 10, sendo estes, em resumo: 
 
 Adoção de medidas preventivas de controle do risco elétrico e de riscos 
adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e 
saúde no trabalho; 
 Manter obrigatoriamente diagramas unifilares atualizados das instalações 
elétricas; 
 Constituir um prontuário de instalações elétricas (empresas com carga 
instalada superior a 75 kW) permanecendo permanentemente a disposição dos 
trabalhadores envolvidos; 
 Adoção de medidas de proteção coletiva (compreendendo prioritariamente a 
desenergização elétrica e no caso de sua impossibilidade, o emprego de tensão de 
segurança, isolação das partes vivas, sinalização, bloqueio de religamento, etc.); 
 Efetuar o aterramento das instalações elétricas; 
 Adoção de EPI’s específicos na inviabilidade ou insuficiência de medidas de 
proteção coletiva; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
6. CONCLUSÃO 
Conforme visto no contexto histórico da segurança do trabalho, as normas 
regulamentadoras brasileiras, de tempos em tempos passam por atualizações, 
modernizando os processos de trabalho e a segurança dos trabalhadores. 
Os efeitos causados pela recente atualização da NR 1 simplesmente modernizou 
ainda mais a NR 10 gerando algumas melhorias, como a aplicação de cursos de 
capacitação a distância (EAD), certificação digital, reaproveitamento de conteúdos 
aplicados nos cursos de capacitação e na restituição do direito de recusa por parte do 
colaborador. 
Antes destas atualizações, a NR 1 era constantemente ignorada pelas 
empresas. Agora, a NR 1 passou a ser a norma regulamentadora mais importante, 
como sempre deveria ter sido, apresentando além das definições gerais, o 
gerenciamento dos riscos ocupacionais e a obrigação, por parte das empresas, da 
elaboração do plano e gerenciamento de riscos (PGR), incidindo sobre todas as 
normas regulamentadoras brasileiras, dentre elas, a NR 10. 
Com a criação deste novo item, todos os riscos ocupacionais existentes dentro 
de uma empresa deverão ser levantados, avaliados e catalogados, apresentados 
junto com todas as medidas de controle num PGR, possibilitando a garantia de saúde 
e da integridade física de todos os colaboradores por parte da empresa. 
Para nós que trabalhamos diariamente aplicando a NR 10 não houve grandes 
novidades e, certamente não teremos dificuldades em incorporar nas nossas práticas 
as mudanças apresentadas pela NR 1, tanto porque já se praticava as medidas de 
controle previstas, quanto por se tratar de um aprofundamento no gerenciamento de 
riscos, o que facilitará sobremaneira a aplicação de técnicas por nós já conhecidas 
que verificavam com foco nos riscos elétricos e, de agora em diante abrangerá os 
riscos ocupacionais de um modo geral onde com especial ênfase os riscos adicionais 
previstos na NR 10 e os riscos ambientais anteriormente previstos na NR 9. 
Neste início será necessário buscar aprendizado de aplicação de novas 
ferramentas para a quantificação de riscos que até então usávamos de forma mais 
subjetiva, porém, com o avanço no cumprimento de tais exigências teremos no 
benchmarking uma grande oportunidade para crescimento de todos os atores 
envolvidos: sociedade em geral, órgãos de fiscalização e, sobretudo profissionais dá 
área de segurança e saúde do trabalhador. 
 
 23 
7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CABRELON, Jéferson. Introdução a segurança do trabalho. 1. Ed. São Paulo, 2014. 
BONCIANI, Mario. A NOVA NR 01 - Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho 
- Posicionamento ANAMT. 2019. Disponível em: www.anamt.org.br. Acesso em: 12 
de maio de 2020. 
 
CNI. Confederação Nacional da Industria. Informativo CNI. Ano 6. N.º 23. 2020. 
Acesso em 22 de maio de 2020. 
 
VIANA, Gabriela Cristina. Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR. São 
Paulo, 2020. Verde Ghaia. Disponível em: https://www.verdeghaia.com.br/blog/ 
programa-de-gerenciamento-de-riscos/. Acesso em: 22 de maio de 2020. 
 
REGULAMENTADORES, Normas. Segurança e Medicina do Trabalho: NR 01 à 
35. Editora Atlas, v. 71. 
 
NAZARETH, Rodrigo Trisoligno; YERED, Paulo Lascani; BASTOS, Alder Thiago. A 
Simplificação e Desburocratização da Segurança e Saúde no Trabalho 
Introduzidas pela Norma Regulamentadora NR-01. Anais do Encontro Nacional de 
Pós Graduação, v. 3, n. 1, p. 466-470, 2019. 
 
DE SOUZA, JOÃO JOSÉ BARRICO; PEREIRA, JOAQUIM GOMES. Manual de 
auxílio na interpretação e aplicação da nova NR 10. 2007. 
 
LOURENÇO, Heliton; LOBÃO, Elidio. Análise da Segurança do Trabalho em 
Serviços com Eletricidade sob a Ótica da Nova NR 10. Trabalho de Conclusão de 
Curso, Trabalho de Conclusão de Curso-Faculdade Dinâmica de Cataratas, Foz do 
Iguaçu, 2008. 
 
JUNIOR, Joubert Rodrigues Dos Santos. NR 10: Segurança em Eletricidade-Uma 
Visão Prática. Editora Saraiva, 2018. 
 
DE ARAÚJO, Giovanni Moraes. Normas regulamentadoras comentadas: 
legislação de segurança e saúde no trabalho. Gerenciamento Verde Editora, 2005. 
http://www.anamt.org.br/
https://www.verdeghaia.com.br/blog/%20programa-de-gerenciamento-de-riscos/
https://www.verdeghaia.com.br/blog/%20programa-de-gerenciamento-de-riscos/

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