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AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 1 INTRODUÇÃO No Brasil a carga tributária representa um dos principais custos das empresas. A complexidade tributária, a quantidade de tributos e as frequentes alterações reforçam a necessidade de um acompanhamento criterioso dos tributos, pois muitas empresas acabam pagando impostos indevidos. A auditoria fiscal ou tributária tem como objetivo analisar as obrigações tributárias dos auditados, bem como verificar seu cumprimento. Naturalmente essas obrigações vão além do pagamento dos impostos. Assim a auditoria fiscal é responsável pelo controle e procedimentos legais que envolvem pagamento, recuperação de impostos e também o cumprimento das obrigações acessórias como a apresentação de declarações como a DIPJ (agora pelo sistema SPED), DCTF, DIRF e todos os projeto SPED (fiscal, contribuições, contábil e o e-Social). Outra função importante da Auditoria Fiscal é a prevenção de fraudes, atividades ilegais que atingem a saúde tributárias das empresas, ou possíveis erros que são tratados com rigor pela fiscalização. Conforme artigo 44 da lei 9430/96 com redação dada pela Lei 11638/2007 art 14. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II - de 50% (cinquenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano-calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. I - (revogado); II - (revogado); III- (revogado); IV - (revogado); V - (revogado pela Lei no 9.716, de 26 de novembro de 1998). § 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1o deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: I - prestar esclarecimentos; II - apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 de agosto de 1991; III - apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei. ................................................. ” (NR)” Importante instrumento de gestão administrativa que englobam fundamentais informações sobre todas as partes da empresa, a contabilidade, matem um elo com a auditoria que visa avaliar as informações produzidas por ela, tornando cada vez mais confiáveis e seguras. 2 DEFINIÇÃO DE AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA A auditoria fiscal e tributária está sempre em mudança o que requer muita atenção, com a finalidade de padronizar procedimentos para dar mais segurança nas informações tanto para o investidor como para administração da empresa. A auditoria compreende a análise dos procedimentos adotados para apuração, controle e pagamentos de tributos que incidem sobre as atividades comercias e operacionais da empresa, bem como se as obrigações estão sendo seguidas corretamente. Para que o governo faça uma fiscalização na empresa é necessário que possua indícios de infrações, ou seja, provas matérias que não foram cumpridas as obrigações fiscais. No Brasil, quem cuida da verificação tributária zelando pelo bom andamento das operações é a Receita Federal. (JUND FILHO, 2000, P.32) define “A auditoria tributaria objetiva o exame e a avaliação de planejamento tributário e a eficiência e eficácia dos procedimentos e controles adotados para a operação, pagamento e recuperação de impostos, taxas e quaisquer ônus de natureza fisco-tributária que incida nas operações, bens e documentos da empresa” 3 OBJETIVOS DA AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA. O objetivo da revisão fiscal é com base em procedimentos e evidencias que o auditor afirme que todos os cálculos e recolhimentos foram observados pelo contribuinte. Este procedimento de revisão não deve ser assumido pela Administração como uma maneira de validar e isentar de possíveis questionamentos do Fisco em relação aos resultados auferidos, critérios de escrituração contábil adotadas, isto porque tão serviço de montagem de processos faz parte de uma consultoria tributária. A auditoria fiscal divide-se em: Preventiva, corretiva e operacional. Preventiva: revisar os últimos 5 anos das principais obrigações acessórias e dar validade de acordo com a legislação vigente; Corretiva: revisão mensalmente as obrigações principais e acessórias com base nos documentos apresentados. Operacional: apurar mensalmente as obrigações principais, confeccionar guias, elaborar e enviar declarações, recuperar créditos tributários e levantamento das contingências fiscais. 4 PLANEJAMENTO DA AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA O Auditor deve planejar os trabalhos de revisão, estabelecendo estratégias que facilitem e torne seu trabalho mais eficaz. Para tanto ele deve ter prévio conhecimento da entidade, campo de atuação, ramo do negócio, organização, sistema contábil utilizado, características operacionais, natureza dos ativos, passivos, receitas e despesas e enquadramento tributário. Alguns documentos que se fazem necessários para a revisão são: Cópia do balanço patrimonial, DRE, DMPL, balance analítico; Memória de cálculo e comprovante de pagamento dos impostos; Comprovante de transmissão das obrigações acessórias; LALUR; Livros Fiscais; GIA; Cópia dos arquivos das declarações (SPED) e etc. Dentre este vasto campo da auditoria fiscal e tributária são prestações de serviços específicos como: Consultoria tributária e Societária; Gestão e Planejamento tributário; Diagnostico fiscal; Regimes especiais de tributação; Levantamento de créditos de PIS e COFINS (sistemática não cumulativa); Levantamento e revisão de créditos tributários; Revisão de transfer pricing (apuração de preço de transferência, importação e exportação commodities); Revisão folha de pagamentos; Planejamento previdenciário e etc. 5 DOS CONHECIMENTOS CONTABEIS ESSENCIAIS A escrituração é a técnica utilizada para registro dos fatos contábeis ocorridos na entidade e atualmente regida pela norma ITG 2000 e NBC t 2, ambas em anexo no final deste material. Lucro real É o lucro líquido do período ou lucro contábil ajustado pelas adições e exclusões autorizadas pelo RIR. Os ajustes do lucro líquido, apuração, é feita no LALUR podendo a apuração ser anual ou trimestral, A escrituração prevista deverá ser entregue em meio digital ao sistema público de escrituração digital (SPED) (art. 2º da Lei n. 12.973/2014). Obrigatoriedade do Lucro real (anual ou trimestral): De acordo com o art. 14 da lei m 9718/98, estão obrigadas a apurar pelo lucro real: Empresas com receita total seja superior a R$ 78.000.000,00, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 meses; Empresas com atividade de instituições financeiras ou equiparadas; Empresas que tiveram lucros, rendimentos ou ganho de capital oriundo do exterior; Empresas que com autorização se beneficiam de isenções ou redução de impostos; Empresas que atuam como factoring; Empresas que efetuaram pagamento mensalpelo regime de estimativa. Lucro presumido É uma forma um pouco mais simplificada do que o lucro real para apuração da base de cálculo do IRPJ e CSLL, restrita aos contribuintes que não estão obrigados ao lucro real. A opção pelo lucro real, presumido será manifestada pelo pagamento da primeira cota de qualquer um dos regimes, mediante o documento de arrecadação da receita federal (DARF), sendo que a legislação não permite mudar a forma de tributação durante o ano-calendário (art. 13 lei nº 9718/98) As pessoas jurídicas que podem optar pelo lucro presumido são: Empresas Cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), no ano-calendário anterior, ou a R$6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-calendário anterior; Que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica “Durante o período em que estiverem submetidas ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis), as pessoas jurídicas obrigadas ao lucro real, exceto Instituições Financeiras (inclusive as equiparadas e as factoring), poderão optar pelo lucro presumido (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, inciso II; e Lei nº 9.964, de 2000, art. 4º). A partir de 1º/01/2001, as sociedades em conta de participação (SCP) ficaram autorizadas a optar pelo lucro presumido, exceto aquelas com atividades imobiliárias, enquanto mantiverem registro de custo orçado (IN SRF nº 31, de 2001). Até 31/12/2013 o limite anual era de R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais) (Lei nº 10.637, de 2002, art. 46; RIR/1999, art. 516). As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido poderão fazer também opção pelo Regime Tributário de Transição – RTT de que trata o art. 15 da Lei nº 11.941, de de 2009 (Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, art. 15 e §§ 1º a 3º). A opção pelo RTT é aplicável a todos os trimestres nos anos-calendário de 2008 e de 2009, inclusive nos trimestres já transcorridos do ano-calendário de 2008. A eventual diferença entre o valor do imposto devido com base na opção pelo RTT e o valor antes apurado deverá ser recolhida até o último dia útil do mês de janeiro de 2009, sem acréscimos, ou compensada, conforme o caso.(Lei nº 11.941, de 2009, art. 20 e §§ 1º a 3º). O RTT será obrigatório a partir do ano- calendário de 2010, inclusive para a apuração do imposto sobre a renda com base no lucro presumido (Lei nº 11.941, de 2009, art. 15, § 3º). (RECEITA FEDERAL, 2014)” Simples Nacional Conforme Lei Complementar 123 de 2006 “O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido previsto na Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006”. Estabelece normas gerais e unificadas de recolhimentos no que tange os poderes da União, Estados e Municípios para as ME e EPP. O simples nacional é regulamentado pelo um comitê gestor próprio, instituído pelo decreto nº 6037/2007, que é vinculado ao ministério da fazenda e trata do Estatuto Nacional da Microempresa e da empresa de pequeno porte, sendo composto por representantes da 3 esferas do poder: União dos estados, municípios e do Distrito Federal. Características: Considera-se ME, para efeito do Simples Nacional, a Pessoa Jurídica ou equiparada que aufira em cada ano calendário receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 Considera EEP, para efeito do simples nacional, Pessoa Jurídica ou equiparada que aufira em casa ano calendário receia bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00; O simples Nacional implica o recolhimento mensal e unificado dos seguintes tributos: ICMS CSLL IPI COFINS PIS/PASEP CPP – contribuição patronal previdenciário IRPJ ISS Opção As ME e as EPP que não incorra, em nenhuma das vedações previstas na Lei complementar nº 123/2006. O comitê aprovou a ingresso de novas atividades em 2014 conforme lei complementar 147/2014. (anexo) IMPOSTOS SOBRE MERCADORIAS Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) A constituição Federal atribuiu aos Estados e ao Distrito Federal o poder de regular o ICMS na forma da Lei Complementar nº 87/96 e respeitando os convênios firmados entre os Estados. È por essa razão que cada Estado possui seu próprio regulamento e torna esse imposto mais complexo pois para cada Lei temos 27 interpretações que é o caso da EC 87/2015 que passa a tributar pela alíquota interestadual a venda para pessoa física fora do Estado, porem para isso temos que respeitar a alíquota interna do Estado Destino, para assim apurar a partilha do tributo entre os Estados. A legislação em vigor considera como contribuintes qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade, operações de circulação de mercadoria ou prestação de serviço de transporte interestadual. O ICMS está regido pela não cumulatividade (art. 155, parágrafo 2, inciso I, CF), compensando o que for devido de cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores de entrada. Além de não cumulativo é seletivo em função da essencialidade das mercadorias (art 155, inciso III, CF), ou seja, quanto mais essencial for a mercadoria, menor será a incidência do imposto sobre ele. O controle dos saldos devedores e credores é realizado por meio de livros fiscais (Livro Registro de Entrada, Livro de Registro de Saída e Livro de Apuração de ICMS) onde são registrados todos os documentos fiscais (notas fiscais) e o destaque do imposto. ICMS - Substituição Tributária A substituição Tributária é o regime pelo qual a responsabilidade do recolhimento passa para o outro contribuinte (substituto tributário). Modalidades de contribuintes: Contribuinte Substituto: é aquele eleito para efetuar a retenção e/ou recolhimento do ICMS; Contribuinte Substituído: é aquele que, nas operações ou prestações antecedentes ou concomitantes é beneficiado pelo diferimento do imposto e nas operações ou prestações subsequentes sofre a retenção. A lei Estadual que vai determina a forma, valor e alíquota bem como o contribuinte responsável pelo recolhimento do imposto. A adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados interessados. O contribuinte substituto para cálculo e recolhimento do ICMS da substituição tributária observará as normas da legislação da unidade da Federação de destino da mercadoria. As empresas que se encontram na forma de tributação do Simples Nacional estão obrigadas a escrituração do Livro de Inventários e do Livro de Registro de Entradas. Para as demais empresas que não recolhem o imposto unificado é de obrigação o Livro de registro de Entrada, Livro de Registro de Saída e Livro de Apuração do ICMS. IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados Devido por Industria ou equiparados é um tributo indireto definido na CF em seu art. 153 “Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados...” “§ 3º O imposto previsto no inciso IV: I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior...” Por ser seletivo em função da essencialidade, quanto mais essencial for o produto, menor deverá ser a incidência do imposto sobre ele. O IPI é não cumulativo, significa que ele pode incidir sobre a mesma mercadoria várias vezes durante seu processo produtivo/vendas. Assim como a sistemática do ICMS é permitido o credito, ou seja, é permitido queo contribuinte abata em cada operação tributada o imposto pago, creditado, na compra deste insumo. É interessante atentar para o fato de que o IPI é um tributo calculado por fora, ou seja, sobre o valor da mercadoria constante da nota fiscal de venda na qual já está incluso o ICMS aplicando se a alíquota do imposto para determinar seu valor e o preço final da mercadoria (total nota fiscal.) As pessoas jurídicas (lucro real, simples nacional) estão obrigados a escrituração fiscal do IPI, caso sejam contribuinte. ISS – Imposto Sobre Serviço O imposto sobre serviço de qualquer natureza é de competência municipal, instituído pela CF, art 156. Inciso III e Lei complementar 116/2003. Regulado pelo município é necessário consultar a legislação municipal que define alíquota, prazo de recolhimento etc. Atualmente a escrituração do ISS é feita de maneira eletrônica através de um sistema próprio da prefeitura onde todos os contribuintes devem fazer os registros fiscais e apurações. TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE O FATURAMENTO PIS/PASEP e COFINS As contribuições do Pis/Pasep e Cofins são de competência da União e estão fundamentadas pela CF art. 195. São considerados contribuintes da Cofins e do Pis/Pasep as pessoas jurídicas e aquelas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda. Existem 2 modalidades para o cálculo mensal da Cofins e do Pis. A primeira é aplicada sobre a receita bruta e a segunda é destinada exclusivamente as pessoas jurídicas com base no lucro real, com a sistemática de não cumulatividade de que tratam as Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, com alteração pela lei nº 10.865/2004. Em se tratando de Base de cálculo é considerada base de cálculo a receita bruta da pessoa jurídica independente da classificação (operacional ou não operacional), sendo excluídas as previstas (Lei nº 9.718/98), como exemplo: - Vendas canceladas e descontos incondicionais; - IPI destacado nas notas fiscais e ICMS cobrado pelo vendedor na condição de ST; - A receita decorrente da venda de bens do Ativo Imobilizado; - Receitas de exportação de mercadoria ao exterior e outras. PIS/PASEP – Não Cumulativo A partir da Lei nº 10.637/2002, acaba com a cumulatividade do Pis/Pasep as empresas optantes pela tributação do lucro real. Essa contribuição passa a ser calculada a alíquota de 1,65% sobre o faturamento mensal da empresa. COFINS – Não Cumulativo A partir da lei nº 10.833/2003, as empresas optantes pelo lucro real acabam com a cumulatividade do Cofins, sendo então, essa contribuição calculada a alíquota de 7,60% sobre o faturamento da pessoa jurídica. Com essa alteração a pessoa jurídica passa a descontar créditos mediante a alíquota de 1,65% (PIS) e 7,60% (COFINS) sobre o valor de: - Bens adquiridos no mês para revenda, exceto em relação as mercadorias e aos produtos adquiridos as quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora (ST) ou submetidos a incidência monofásica; - Bens e serviços adquiridos no mês utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados a venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; - Alugueis de equipamentos, maquinas e prédios, incorridos no mês e pagos a pessoa jurídica, utilizados na atividade da empresa; Encargos de depreciação de maquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados a venda, bem como outros bens incorpóreos no ativo imobilizado; - Encargos de depreciação e amortização de edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive a mão de obra, tenha sido suportado pela locatária; - Dos bens recebidos no mês em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto na Lei nº 10.637/2002; - da Energia Elétrica consumida no mês no estabelecimentos da pessoa jurídica; e etc. conforme art. 3º da lei 10.637/2002 e art. 3º da lei 10.833/2003. AUDITORIA FISCAL PELO LUCRO REAL De caráter corretivo ou preventivo a auditoria fiscal analisa os procedimentos a dotados com objetivo de verificar acúmulos de contingencias fiscais e tributárias e possíveis vantagens fiscais que não estão sendo aproveitadas. Em empresas do Lucro real são feitas revisões dos cálculos dos tributos diretos (impostos sobre a renda e contribuição social) e indiretos (ICMS, IPI, ISS e etc) e verifica se os processos atendem a legislação vigente. A apuração do lucro real é feita na parte A do lalur com adições e exclusões ao lucro líquido do período de apuração (trimestral ou anual) do imposto e das compensações de prejuízo fiscais autorizadas de acordo com a IN 28/78 e demais atos posteriores. LIMITAÇÃO DA COMPENSAÇÃO DP PREJUIZO FISCAL E DA BASE NEGATIVA DA CSLL – LUCRO REAL ANUAL OU TRIMETRAL A legislação do Imposto de renda estabelece que a compensação de prejuízo fiscal apurado em exercício anterior, devidamente registrado (lalur), está limitado a 30% do lucro líquido anual ajustado e ainda ficará extinta no prazo de 4 anos a contar a partir do ano seguinte ao da apuração. Então se uma pessoa jurídica apurou em ano anterior 180.000,00 de prejuízo e no ano apurou lucro de R$ 100.000,00, poderá compensar 30% do lucro desse ano, ou seja, compensa R$ 30.000,00. Sendo assim a pessoa jurídica vai pagar IRPJ e CSLL sobre R$ 70.000,0 (100.000,00 – 30.000,00). Lucro real trimestral deverá a cada trimestre levantar o balanço acumulado e apurar o Imposto de renda e a csll sobre o lucro líquido. Lucro real anual compreende o período de janeiro a dezembro, sendo que a empresa deverá pagar mensalmente o imposto de renda e a csll por estimativa com base na receita bruta ou balancete de suspenção. A alíquota do imposto de renda em vigor no ano-calendário é de 15% sobre o lucro apurado. ADICIONAL A parcela de lucro que exceder o resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número dos meses do respectivo período de apuração se sujeita a incidência da alíquota adicional de 10%. Isso também acontece com a apuração anual o que exceder a R$ 20.000,00. CSLL A CSLL é aplicada a base de cálculo e a alíquota da sua legislação - 15% para pessoas jurídicas de seguros privados, capitalização e das referidas nos incisos I a IV, IX e X do parágrafo 1º do art. 1º da lei complementar nº 105/2001; - 9% no caso das demais pessoas jurídicas. Há duas maneiras para apuração da CSLL para as empresas optantes do Lucro Real anual: com base no faturamento mensal ou balanço e balancete de suspenção ou redução acumulados mensalmente devendo a opção ser igual a do IRP. AUDITORIA FISCAL NO LUCRO RPESUMIDO A opção do lucro real ou presumido se dá pelo pagamento da primeira cota de qualquer um dos regimes e lembrando que a opção que escolher para o IRPJ é a mesma para a CSLL. Em relação ao PIS/COFINS, se a pessoa jurídica optar pelo lucro presumido, recolhe os percentuais de PIS e COFINS respectivamente de 0,65% e 3,0%. A base de calculo do IR para o lucro presumido em cada trimestre será determinada mediante a aplicação dos percentuais fixados de acordo com a atividade da pessoa jurídica sobre a receita bruta no trimestre. Os coeficientes fixados pelo art. 15 da lei nº 9.249/1995, para a aplicação sobre a receita bruta da atividade são: “Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: I - um inteiro e seis décimos por cento, paraa atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II - dezesseis por cento: a) para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput deste artigo; b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 da referida Lei; III - trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). e) prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço público. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) § 2º No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada atividade. § 3º As receitas provenientes de atividade incentivada não comporão a base de cálculo do imposto, na proporção do benefício a que a pessoa jurídica, submetida ao regime de tributação com base no lucro real, fizer jus”. A alíquota do imposto devido a cada trimestre é de 15% sobre a base de cálculo e como no lucro real tem o adicional de 10% ao o que exceder o resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelos respectivos números de meses do período de apuração. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1598.htm#art12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1598.htm#art12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8981.htm#art30 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8981.htm#art30 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm#art119 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8981.htm#art36iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8981.htm#art29§1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8981.htm#art29§2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Mpv/232.htm#art11 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11727.htm#art29 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm#art119 È permitida a dedução do IR devido por: - IR retido sobre receitas que integram a base de cálculo; - IR retido por órgãos públicos; - IR pago incidente sobre rendimentos e ganhos no mercado de renda fixa e variável. CSLL As pessoa jurídicas tributadas na forma do lucro presumido devem apurar e pagar a CSLL trimestralmente com alíquota de: - 15%, no caso das pessoas jurídicas de seguro privados, as de capitalização e as instituições financeiras; - 9%, no caso das demais pessoas jurídicas. RETENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA A legislação que rege o IR é o RIR – regulamento do Imposto de renda. Com exceção dos rendimentos exclusivos na fonte, fica dispensado a retenção de IRRF com valor igual ou inferior a 10,00. “o IRRF tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza (art. 43, CTN)” A retenção de 1,5% é feita sobre o pagamento de pessoa jurídica a pessoa jurídica pela prestação de serviço de natureza profissional (art 647, RIR99) como serviço de advogado, auditoria, ensino, contabilidade e etc. Em relação a serviços de limpeza, conservação, segurança (art 649 do RIR) a retenção é de 1%. No caso da pessoa física o fato gerador é o pagamento n/mês e está sujeito a retenção conforme a tabela progressiva divulgada/corrigida todo ano pela Receita Federal. Os rendimentos isentos e/ou não tributáveis não integram a base de cálculo para efeito do IRRF, coo exemplo de rendimentos isentos temos: - ajuda de custo; - alimentação e transporte; -Bolsa de estudos (recebida exclusivamente para estudo ou pesquisa) e etc. RETENÇÃO DE PIS, COFINS E CSL Alterado pelo lei 13.137/2015, a partir de 22/06/2015 o valor mínimo para a retenção passa a ser de R$ 10,00. Estão sujeitos a retenção os serviços profissionais do artigo 647 do Rir, e os serviços de Limpeza, Manutenção, Conservação, vigilância, segurança, transporte de valores e assessoria creditícia. Bibliografia: CREPALDI, SILVIO APARECIDO, AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA, ED. SARAIVA. DE OLIVEIRA, GUSTAVO PEDRO, CONTABILIDDETRIBUTÁRIA, 4º EDIÇÃO, EDITORA SARAIVA. MANUAL CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA, EDITORA ATLAS. WWW.RECEITAFEDERAL.COM.BR. ANEXO A ITG 2000 foi alterada e consolidada em 5.12.14 como ITG 2000 (R1). A versão atual está disponível em “Normas Específicas” no seguinte link: http://www.portalcfc.org.br/coordenadorias/camara_tecnica/normas_brasileiras_de_contabilidade/ RESOLUÇÃO CFC N.º 1.330/11 Aprova a ITG 2000 – Escrituração Contábil. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, e com fundamento no disposto na alínea “f” do art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei n.º 12.249/10, RESOLVE: Art. 1º Aprovar a ITG 2000 – Escrituração Contábil. Art. 2º Revogar as Resoluções CFC n.ºs 563/83, 596/85, 597/85, 612/85, 684/90, 685/90, 790/95, 848/99 e 1.115/07, publicadas no D.O.U., Seção 1, de 30/12/83, 29/7/85, 29/7/85, 21/1/86, 27/8/91, 27/8/91, 18/12/95, 12/7/99 e 19/12/07, respectivamente. Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 18 de março de 2011. Contador Juarez Domingues Carneiro http://www.portalcfc.org.br/coordenadorias/camara_tecnica/normas_brasileiras_de_contabilidade/ Presidente Ata CFC n.º 948 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ITG 2000 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL Índice Item OBJETIVO 1 ALCANCE 2 FORMALIDADES DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 3 – 36 Livro diário e livro razão 14 – 19 Escrituração contábil de filial 20 – 25 Documentação contábil 26 – 28 Contas de compensação 29 – 30 Retificação de lançamento contábil 31 – 36 Objetivo 1. Esta Interpretação estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais, por meio de qualquer processo, bem como a guarda e a manutenção da documentação e de arquivos contábeis e a responsabilidade do profissional da contabilidade. Alcance 2. Esta Interpretação deve ser adotada por todas as entidades, independente da natureza e do porte, na elaboração da escrituração contábil, observadas as exigências da legislação e de outras normas aplicáveis, se houver. Formalidades da escrituração contábil 3. A escrituração contábil deve ser realizada com observância aos Princípios deContabilidade. 4. O nível de detalhamento da escrituração contábil deve estar alinhado às necessidades de informação de seus usuários. Nesse sentido, esta Interpretação não estabelece o nível de detalhe ou mesmo sugere um plano de contas a ser observado. O detalhamento dos registros contábeis é diretamente proporcional à complexidade das operações da entidade e dos requisitos de informação a ela aplicáveis e, exceto nos casos em que uma autoridade reguladora assim o requeira, não devem necessariamente observar um padrão pré-definido. 5. A escrituração contábil deve ser executada: a) em idioma e em moeda corrente nacionais; b) em forma contábil; c) em ordem cronológica de dia, mês e ano; d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas; e e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis. 6. A escrituração em forma contábil de que trata o item 5 deve conter, no mínimo: a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu; b) conta devedora; c) conta credora; d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de histórico padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio; e) valor do registro contábil; f) informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que integram um mesmo lançamento contábil. 7. O registro contábil deve conter o número de identificação do lançamento em ordem sequencial relacionado ao respectivo documento de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis. 8. A terminologia utilizada no registro contábil deve expressar a essência econômica da transação. 9. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em forma não digital, devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como: a) serem encadernados; b) terem suas folhas numeradas sequencialmente; c) conterem termo de abertura e de encerramento assinados pelo titular ou representante legal da entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade. 10. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em forma digital, devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como: a) serem assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado; b) serem autenticados no registro público competente. 11. Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos dos lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar o significado dos códigos e/ou abreviaturas no Livro Diário ou em registro especial revestido das formalidades extrínsecas de que tratam os itens 9 e 10. 12. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises, demonstrativos e demonstrações contábeis são de atribuição e de responsabilidade exclusivas do profissional da contabilidade legalmente habilitado. 13. As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do titular ou de representante legal da entidade e do profissional da contabilidade legalmente habilitado. Livro diário e livro razão 14. No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com individualização, clareza e referência ao documento probante, todas as operações ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem variações patrimoniais. 15. Quando o Livro Diário e o Livro Razão forem gerados por processo que utilize fichas ou folhas soltas, deve ser adotado o registro “Balancetes Diários e Balanços”. 16. No caso da entidade adotar processo eletrônico ou mecanizado para a sua escrituração contábil, os formulários de folhas soltas, devem ser numerados mecânica ou tipograficamente e encadernados em forma de livro. 17. Em caso de escrituração contábil em forma digital, não há necessidade de impressão e encadernação em forma de livro, porém o arquivo magnético autenticado pelo registro público competente deve ser mantido pela entidade. 18. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escrituração contábil. 19. A entidade é responsável pelo registro público de livros contábeis em órgão competente e por averbações exigidas pela legislação de recuperação judicial, sendo atribuição do profissional de contabilidade a comunicação formal dessas exigências à entidade. Escrituração contábil de filial 20. A entidade que tiver unidade operacional ou de negócios, quer como filial, agência, sucursal ou assemelhada, e que optar por sistema de escrituração descentralizado, deve ter registros contábeis que permitam a identificação das transações de cada uma dessas unidades. 21. A escrituração de todas as unidades deve integrar um único sistema contábil. 22. A opção por escrituração descentralizada fica a critério da entidade. 23. Na escrituração descentralizada, deve ser observado o mesmo grau de detalhamento dos registros contábeis da matriz. 24. As contas recíprocas relativas às transações entre matriz e unidades, bem como entre estas, devem ser eliminadas quando da elaboração das demonstrações contábeis da entidade. 25. As despesas e as receitas que não possam ser atribuídas às unidades devem ser registradas na matriz e distribuídas para as unidades de acordo com critérios da administração da entidade. Documentação contábil 26. Documentação contábil é aquela que comprova os fatos que originam lançamentos na escrituração da entidade e compreende todos os documentos, livros, papéis, registros e outras peças, de origem interna ou externa, que apoiam ou componham a escrituração. 27. A documentação contábil é hábil quando revestida das características intrínsecas ou extrínsecas essenciais, definidas na legislação, na técnica-contábil ou aceitas pelos “usos e costumes”. 28. Os documentos em papel podem ser digitalizados e armazenados em meio magnético, desde que assinados pelo responsável pela entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente habilitado, devendo ser submetidos ao registro público competente. Contas de compensação 29. Contas de compensação constituem sistema próprio para controle e registro dos fatos relevantes que resultam em assunção de direitos e obrigações da entidade cujos efeitos materializar-se-ão no futuro e que possam se traduzir em modificações no patrimônio da entidade. 30. Exceto quando de uso mandatório por ato de órgão regulador, a escrituração das contas de compensação não é obrigatória. Nos casos em que não forem utilizadas, a entidade deve assegurar-se que possui outros mecanismos que permitam acumular as informações que de outra maneira estariam controladas nas contas de compensação. Retificação de lançamento contábil 31. Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro realizado com erro na escrituração contábil da entidade e pode ser feito por meio de: a) estorno; b) transferência; e c) complementação. 32. Em qualquer das formas citadas no item 31, o histórico do lançamento deve precisar o motivo da retificação, a data e a localização do lançamento de origem. 33. O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o totalmente. 34. Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de conta indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do registro para a conta adequada. 35. Lançamento de complementação é aquele que vem posteriormente complementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado. 36. Os lançamentos realizados fora da época devida devem consignar, nos seus históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do registro extemporâneo.Das Vedações ao Ingresso no Simples Nacional Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); II - que tenha sócio domiciliado no exterior; III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal; IV - (REVOGADO) V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros; VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (Produção de efeito) VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica; VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; IX - que exerça atividade de importação de combustíveis; X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes; b) bebidas a seguir descritas: 1 - alcoólicas; 2 - refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art15i 2. (Revogado); (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) 3 - preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de até 10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado; 3. (Revogado); (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) 4 - cervejas sem álcool; XI - que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios; XI - (Revogado); (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (Produção de efeito) XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra; XIII - que realize atividade de consultoria; XIII - (Revogado); (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) (Produção de efeito) XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis. XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS. XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou estadual, quando exigível. § 1º As vedações relativas a exercício de atividades previstas no caput deste artigo não se aplicam às pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente às atividades referidas nos §§ 5o-B a 5o-E do art. 18 desta Lei Complementar, ou as exerçam em conjunto com outras atividades que não tenham sido objeto de vedação no caput deste artigo. REVOGADO DO ARTIGO I AO XXVIII 2o Também poderá optar pelo Simples Nacional a microempresa ou empresa de pequeno porte que se dedique à prestação de outros serviços que não tenham sido objeto de vedação expressa neste artigo, desde que não incorra em nenhuma das hipóteses de vedação previstas nesta Lei Complementar. § 3o (VETADO). § 4º Na hipótese do inciso XVI do caput, deverá ser observado, para o MEI, o disposto no art. 4o desta Lei Complementar. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm Comitê Gestor inicia a regulamentação das alterações promovidas pela Lei Complementar 147/2014 - 08/09/2014 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art16 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art16 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art16 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art15i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art16 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm#art15i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm#art18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm O Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) aprovou a Resolução CGSN nº 115, de 4/09/2014, que veicula os primeiros itens da regulamentação das alterações trazidas pela Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014. Novas atividades Poderá optar pelo Simples Nacional a partir de 01/01/2015 a ME ou EPP que exerça as seguintes atividades: 1. Tributadas com base nos Anexos I ou II da LC 123/2006: 1.1 Produção e comércio atacadista de refrigerantes A ME ou EPP envasadora de refrigerantes que venha a optar pelo Simples Nacional permanece obrigada a instalar equipamentos de contadores de produção, que possibilitem, ainda, a identificação do tipo de produto, de embalagem e sua marca comercial, na forma disciplinada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 2. Tributadas com base no Anexo III da LC 123/2006: 2.1 Fisioterapia 2.2 Corretagem de seguros 2.3 Corretagem de imóveis de terceiros, assim entendida a receita relativa à intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis 2.4 Serviços prestados mediante locação de bens imóveis próprios com a finalidade de exploração de salões de festas, centro de convenções, escritórios virtuais, stands, quadras esportivas, estádios, ginásios, auditórios, casas de espetáculos, parques de diversões, canchas e congêneres, para realização de eventos ou negócios de qualquer natureza. 3. Tributada com base no Anexo IV da LC 123/2006: 3.1 Serviços Advocatícios Constará de Resolução a ser publicada oportunamente as seguintes atividades, que também poderão optar pelo Simples Nacional a partir de 01/01/2015: 1. Tributadas com base no Anexo III da LC 123/2006: - Serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, na modalidade fluvial, ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de estudantes e trabalhadores (retirando-se o ISS e acrescentando-se o ICMS) 2. Tributadas com base no Anexo VI da LC 123/2006: - Medicina, inclusive laboratorial e enfermagem - Medicina veterinária - Odontologia - Psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia e de clínicas de nutrição, de vacinação e bancos de leite - Serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de interpretação - Arquitetura, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia - Representaçãocomercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros - Perícia, leilão e avaliação - Auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração - Jornalismo e publicidade - Agenciamento, exceto de mão-de-obra - Outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III, IV ou V da LC 123/2006. O novo ANEXO VI da LC 123/2006, vigente a partir de 01/01/2015, prevê alíquotas entre 16,93% e 22,45%. MEI – CONTRATAÇÃO POR EMPRESAS A empresa que contrata MEI para prestar serviços diferentes de hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria, carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos, não está mais obrigada ao registro na GFIP e ao recolhimento da cota patronal de 20% (o art. 12 da LC 147/2014 revogou retroativamente essa obrigatoriedade). Todavia, quando houver os elementos da relação de emprego, o MEI deverá ser considerado empregado para todos os efeitos. Adicionalmente, a resolução ratifica que o MEI não pode prestar serviços na modalidade de cessão de mão-de-obra. FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO São tributadas com base no Anexo III as receitas decorrentes da comercialização de medicamentos e produtos magistrais sob encomenda para entrega posterior ao adquirente, em caráter pessoal, mediante prescrições de profissionais habilitados ou indicação pelo farmacêutico, produzidos no próprio estabelecimento após o atendimento inicial. São tributadas com base no Anexo I as receitas auferidas nos demais casos (comercialização de produtos em prateleira). NOVA HIPÓTESE DE VEDAÇÃO À OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL Não terá direito à opção pelo Simples Nacional e estará sujeita à exclusão do regime o MEI, ME ou EPP cujo(s) titular(es) ou sócio(s) guarde(m), cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade. Em outras palavras: membro de empresa optante pelo Simples Nacional não pode ser, na realidade, empregado de quem a contrata. BENEFÍCIOS PARA A CESTA BÁSICA A União, os Estados e o Distrito Federal poderão, em lei específica destinada à ME ou EPP optante pelo Simples Nacional, estabelecer isenção ou redução das Contribuições para a COFINS e para o PIS/Pasep e do ICMS para produtos da cesta básica, discriminando a abrangência da sua concessão. A medida depende de lei federal (COFINS e PIS/Pasep) e de leis estaduais ou distrital (ICMS) NOVAS REGRAS PARA VALORES FIXO DE ICMS E DE ISS Os Estados, o DF e os Municípios poderão estipular valores fixos de ICMS ou de ISS para a ME que tenha auferido, no ano anterior, até R$ 360 mil de receita bruta. Hoje esse limite é de R$ 120 mil. O valor fixo deixará de ser aplicado se, durante o ano calendário, a ME ultrapassar o limite de R$ 360 mil de receita bruta. A não aplicação do valor fixo ocorrerá no mês seguinte ao do excesso. O ente federado que tenha valor fixo em vigência terá que efetuar a revisão até 31/12/2014. DOCUMENTOS FISCAIS E DEMAIS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS NO PORTAL DO SIMPLES NACIONAL A LC 147/2014 previu a regulamentação por parte do Comitê Gestor do Simples Nacional e a disponibilização, no Portal do Simples Nacional, de aplicativos para emissão de documentos fiscais e demais obrigações acessórias relativas ao regime. A implantação desses aplicativos demandará o desenvolvimento e implantação de sistemas em conjunto com a Receita Federal, Estados, Distrito Federal e Municípios. Qualquer nova obrigação acessória relativa ao Simples Nacional terá que constar de Resolução do CGSN. Permanecem válidas as obrigações acessórias estabelecidas para a ME ou EPP optante pelo Simples Nacional decorrentes de norma publicada até 31 de março de 2014, até que sejam unificados os procedimentos por meio de aplicativos disponíveis no Portal do Simples Nacional. ITENS QUE SERÃO REGULAMENTADOS OPORTUNAMENTE: LIMITE EXTRA PARA EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS A partir de 2015, o limite extra para que a EPP tenha incentivos para exportar passará a abranger mercadorias e serviços. Dessa forma, a empresa poderá auferir receita bruta anual de até R$ 7,2 milhões, sendo R$ 3,6 milhões no mercado interno e R$ 3,6 milhões em exportação de mercadorias e serviços. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DO ICMS As alterações trazidas pela LC 147/2014 relativas à substituição tributária do ICMS terão vigência a partir de 01/01/2016, devendo a regulamentação ocorrer ao longo do ano de 2015. SECRETARIA-EXECUTIVA DO COMITÊ GESTOR DO SIMPLES NACIONAL http://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional/noticias/noticiacompleta.aspx?id =0aadadc0-53a9-4764-925f-7a1d3f2b7ca4 http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/perguntao/dipj2014/Capitulo_XIII_IRPJ_LucroPresumido 2014.pdf http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/perguntao/dipj2014/Capitulo_XIII_IRPJ_LucroPresumido2014.pdf http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/perguntao/dipj2014/Capitulo_XIII_IRPJ_LucroPresumido2014.pdf
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