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A família representa um grupo social primário

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A família representa um grupo social primário que propicia grande influência no processo de desenvolvimento social, cognitivo e psicológico das crianças. A comunicação familiar começa por meio de cuidados e afetos concedidos a criança, e deve permanecer durante toda vida, tornando-se cada vez mais verbal e democrática ao passar do tempo. As mudanças ocorridas durante o desenvolvimento do filho, exigem dos pais capacidade e aptidão para perceber essas mudanças, e adaptar seus comportamentos de modo que continue a proporcionar afeto, apoio e limites. No decorrer da vida, nem sempre essas exigências são prontamente compreendidas e atendidas pelos pais, resultando em dificuldades e conflitos. Com a puberdade, a relação entre pai e filho fica cada vez mais difícil, devido a divergência de opiniões e da forma de perceber e lidar com as situações. Um dos motivos dessa divergência são o estilo parental e as práticas educativas parentais utilizadas pela família. O estilo parental caracteriza-se pela forma como os pais se relacionam com os filhos. Refletem as emoções que decorrem das relações entre eles e manifesta-se em elementos como o tom de voz, a linguagem corporal, a formalidade e as mudanças de humor. As práticas educativas parentais são estratégias simultâneas que os pais utilizam na sua rotina com os filhos, que objetiva ensinar habilidades em diferentes áreas (académico, social, afetivo) e em determinados situações. O estilo pode ser usado para definir quatro grupos distintos de pais: autoritários, democráticos, permissivos e negligentes. A diferença entre estes quatro grupos reside na forma como se exprime a sua autoridade, no grau de atenção e flexibilidade para com os filhos. Estilo autoritário resulta da combinação entre altos níveis de controle e baixo desenvolvimento da autonomia e da autoafirmação, resultando na submissividade e o conformismo dos filhos. Pais autoritários são exigentes, impõem padrões de comportamento rígidos, no sentido de impedir o desrespeito pela autoridade, aplicando quando necessárias medidas como a punição física e a privação de privilégios ou ameaças. O ambiente emocional criado é caracterizado, muitas vezes, por frieza, uma reduzida troca de afeto e distância. Estilo democrático, os pais educam os filhos exercendo firmeza no cumprimento de regras e limites, mas com grande afetividade. Estimulam o diálogo e a comunicação entre eles, expõe as razões das decisões tomadas, promovem a autonomia, independência e individualidade, respeitam e conhecem os direitos dos filhos, aconselham e orientam os comportamentos e as decisões dos filhos, estimulando a discussão de pontos de vista e a argumentação. Estes pais são exigentes, porém são muito afetivos. Direcionam o foco para as consequências dos comportamentos dos filhos em vez de utilizarem estratégias punitivas. Estes pais manifestam elevados níveis de exigência e de responsividade. Estilo permissivo, são afetuosos, compreensivos e tolerantes diante das vontades, impulsos e desejos dos filhos. Sente dificuldade em determinar limites e regras, e impor autoridade, aparentam-se inconstantes no exercício dos limites delineados. São pouco punitivos, deixando que os próprios filhos regulem o seu comportamento, evitam tomar posições, deixando os filhos tomar as suas decisões, impõem poucas rotinas e estabelecem padrões de comunicação ineficaz. Estes pais revelam baixos níveis de responsividade e de exigência. Estilo negligente, caracteriza-se pela quase inexistência de afetividade ou de controle e exigência. São pais que fogem ao seu papel parental. Não são capazes de organizar-se de forma a poderem responder às necessidades físicas e emocionais dos filhos. Tendem a afastar os filhos, garantindo, em alguns casos, as suas necessidades básicas e funcionais. Não estimulam o desenvolvimento, não supervisionam, não orientam e não contêm as emoções dos filhos. Após analisar todos os estilos parentais, percebo que pais com práticas educativas do estilo democrático estão propensos a ter filhos com mais habilidades mentais, emocionais e sociais. O desenvolvimento social e afetivo dos filhos é persuadido pelas práticas educativas parentais, ainda assim, outras variáveis intervém na educação e formação de um filho, a carga genética, os parentes, a escola, os amigos, a cultura da sociedade onde se inclui. Existem muitos pais que se incluem em mais do que um estilo parental, demonstrando que os diferentes estilos não se encerram em si mesmos. Independente dos estilos parentais utilizados na educação dos filhos, é indispensável que os filhos sintam a saibam que o amor por eles é grande e incondicional.

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