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modelos de prática penal para advocacia (versão parcial)

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MATHEUS HERREN FALIVENE DE SOUSA 
 
MODELOS DE PRÁTICA PENAL 
PARA ADVOCACIA 
 
 
1 
 
MATHEUS HERREN FALIVENE DE SOUSA 
Advogado criminalista. Doutor e mestre em Direito Penal pela Universidade de São Paulo. 
Especialista em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra. Professor 
Universitário. 
matheus_falivene@hotmail.com 
www.faliveneadvogados.com.br 
 
 
 
 
MODELOS DE PRÁTICA PENAL PARA ADVOCACIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.faliveneadvogados.com.br/
2 
 
[VERSÃO PARCIAL] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio 
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. 
 
 
 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
1. Pedido de instauração de inquérito policial............................................................................5 
2. Representação criminal...........................................................................................................9 
 
PRISÃO CAUTELAR E LIBERDADE 
 
3. Pedido de relaxamento da prisão em flagrante.....................................................................13 
4. Pedido de liberdade provisória..............................................................................................16 
5. Pedido de revogação da prisão preventiva............................................................................19 
 
AÇÃO PENAL 
6. Queixa-crime.........................................................................................................................23 
 
RESPOSTA ESCRITA 
 
7. Resposta escrita à acusação...................................................................................................27 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
8. Alegações finais por meio de memoriais..............................................................................30 
 
 
4 
 
RECURSOS 
 
9. Recurso de Apelação.............................................................................................................34 
10. Recurso em Sentido Estrito.................................................................................................39 
11. Embargos de declaração......................................................................................................44 
12. Embargos infringentes e/ou de nulidade.............................................................................47 
13. Recurso Ordinário Constitucional.......................................................................................51 
14. Agravo em execução...........................................................................................................55 
 
 
AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO 
 
15. Habeas Corpus....................................................................................................................59 
16. Revisão criminal.................................................................................................................65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
 
 
1. PEDIDO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL 
 
 
 
Conceito 
O pedido de instauração de inquérito policial é a peça dirigida à 
autoridade policial que tem por finalidade requerer a instauração 
de inquérito policial em razão da prática de determinada fato, 
apresentando elementos mínimos de prova. 
 
Previsão legal 
Art. 5º, inciso II, in fine, do CPP, no caso de ação penal pública 
incondicionada; e art. 5º, § 5º, do CPP, no caso de ação penal 
privada. 
 
Prazo 
Não há prazo específico, porém, deve ser levado em conta o 
prazo da decadência (nas hipóteses de crime de ação penal 
pública condicionada ou privada), e o prazo da prescrição, em 
qualquer hipótese. 
Formato “Petição inicial” (com qualificação completa) em peça única. 
Competência/atribuição A peça é dirigida ao Delegado de Polícia, que pode ser Estadual 
ou Federal, conforme a atribuição para investigar o crime. 
 
 
Legitimidade 
Nas hipóteses em que o crime for de ação penal privada, o pedido 
pode ser formulado pela vítima ou por seu representante legal. 
Em caso de morte da vítima, poderá ser formulado pelo cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
Nas hipóteses de crime de ação penal pública, o pedido pode ser 
formulado pela vítima ou pelo seu representante. 
Verbo “Requerer”. 
Denominação das 
partes 
“Requerente”, para designar a vítima que está realizado o pedido, 
e “requerido”, para designar aquele que deve ser investigado, se 
conhecido. 
Hipóteses de cabimento A peça é cabível quando houver elementos da ocorrência de uma 
infração penal que deva ser investigada pela autoridade policial. 
6 
 
 
Conteúdo 
A petição deve conter a descrição do fato criminoso e, se 
possível, a imputação do crime cometido – caso seja possível 
identifica-lo de plano. 
 
 
Pedidos (sugestão) 
a) instauração do inquérito policial; b) juntada dos documentos 
anexos, caso existam, e da procuração com poderes especiais; c) 
oitiva do requerente, para ratificação do conteúdo da peça; d) 
oitiva das testemunhas arroladas (que devem ser qualificadas); e 
e) realização de demais diligências pertinentes, caso necessárias. 
 
 
Particularidades 
A procuração outorgada ao advogado deve conter poderes 
especiais para requerer a instauração de inquérito policial, 
qualificando o requerido, descrevendo as circunstâncias do fato 
criminoso e, se possível, a imputação criminal. 
Além disso, é recomendável que o requerente assine a peça em 
conjunto com o advogado. 
 
 
MODELO 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA TITULAR DO 
___ DISTRITO POLICIAL DE _____ 
[ou] 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIAL FEDERAL DA SUPERINTENÊNCIA 
DA POLÍCIAL FEDERAL DO ESTADO DE ______ 
 
 
REQUERENTE, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do 
documento de identidade (RG) n. ______, inscrito no CPF/MF sob o n.º ______, residente e 
domiciliado na (endereço), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, através de 
seu procurador devidamente constituído por meio de instrumento de procuração com poderes 
especiais, com fundando no art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal requerer a 
 
INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL 
 
7 
 
com a finalidade de apurar eventual conduta criminosa praticada por REQUERIDO, 
(nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do documento de identidade (RG) n. -
______, inscrito no CPF/MF sob o n.º ______, residente e domiciliado na (endereço), 
conforme as razões de fato e de direito a seguir aduzidas: 
 
I – DOS FATOS 
 
[Descrever os fatos]. 
 
II – DO DIREITO 
 
[Discorrer sobre a subsunção do fato à norma penal] 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: 
 
a) a instauração do inquérito policial, nos termos do art. 5º, inciso II, do CPP; 
 
b) a designação de data para a ratificação do pedido de instauração de inquérito policial 
e oitiva do requerente; 
 
c) a juntada do anexo instrumento de procuração e demais documentos que instruem o 
presente pedido; 
 
d) a oitiva das testemunhas abaixo-arroladas. 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
8 
 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
ROL DE TESTEMUNHAS 
 
1) TESTEMUNHA 1, endereço. 
2) TESTEMUNHA 2, endereço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2. REPRESENTAÇÃO CRIMINAL 
 
 
 
Conceito 
A representação criminal (ou delatio criminis) é a peça dirigida 
à Autoridade Policial, ao Ministério Pùblico ou ao Juiz de Direito 
que, nos casos de ação penal pública condicionada à 
representação, demonstra o desejo a vítima de ver o autor do fato 
investigado e posteriormente processado. 
Previsão legal Art. 5º, § 4º, do CPP e art. 24, caput, do CPP, no caso de ação 
penal pública condicionada à representação.Prazo Deve ser ofertada no prazo de 6 (seis) meses, contados da ciência 
da autoria do crime (art. 38 do CPP). 
Formato Petição simples em peça única. 
 
Competência/atribuição 
Pode ser dirigida ao Delegado de Polícia, que pode ser Estadual 
ou Federal, ao Membro do Ministério Público e ao Juiz de 
Direito. 
 
Legitimidade 
A representação pode ser formulada pela vítima ou seu 
representante legal. 
Em caso de morte da vítima, poderá ser oferecida pelo cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
Verbo “Oferecer” 
Denominação das 
partes 
“Representante”, para designar a vítima que oferece a 
representação criminal, e “representando”, para designar o 
suposto autor da infração penal. 
 
Hipóteses de cabimento 
A peça é cabível nas hipóteses em que foi cometida uma infração 
penal de natureza pública condicionada à representação do 
ofendido. 
 
Conteúdo 
A peça deve conter a narrativa dos fatos, a tipificação da conduta 
e a manifestação da representação, isto é, que a vítima deseja que 
seja instauração investigação policial e ação peal contra o 
representado. 
 
 
a) formulação da representação; b) instauração do inquérito 
policial; c) juntada dos documentos anexos, caso existam, e da 
10 
 
Pedidos (sugestão) procuração com poderes especiais; d) oitiva do requerente, para 
ratificação do conteúdo da peça; e) oitiva das testemunhas 
arroladas (que devem ser qualificadas); e f) realização de demais 
diligências pertinentes, caso necessárias. 
 
 
 
 
 
Particularidades 
A procuração outorgada ao advogado deve conter poderes 
especiais para oferecer representação criminal e requerer a 
instauração de inquérito policial, qualificando o requerido, 
descrevendo as circunstâncias do fato criminoso e, se possível, a 
imputação criminal. 
Além disso, é recomendável que o requerente assine a peça em 
conjunto com o advogado. 
É possível a retratação até o oferecimento da denúncia (art. 25 do 
CPP), sendo que, para tanto, também deve ser outorgada 
procuração com poderes especiais (para retratação) e é 
recomendável que a petição seja assinada em conjunto pelo 
requerente. 
 
 
MODELO 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DO ___ 
DISTRITO POLICIAL DE ______ 
 
 
NOME, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF /MF 
sob o nº. ____, portador do documento de identidade (RG) nº. ___, residente e domiciliado 
na (endereço), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, ofertar, dentro do 
prazo decadencial (art. 103 CP e art. art. 38, caput, do CPP), nos termos do art. 5º, § 4º, do 
Código de Processo Penal, a presente 
 
REPRESENTAÇÃO CRIMINAL 
(DELATIO CRIMINIS) 
 
11 
 
em face de ato delituoso praticado por REPRESENTADO, (nacionalidade), (estado civil), 
(profissão), inscrito no CPF /MF sob o nº. ____, portador do documento de identidade (RG) 
nº. ___, residente e domiciliado na (endereço), o que faz através das anexas razões de fato 
e de direito: 
 
 
I - BREVES CONSIDERAÇÕES DE FATO E DE DIREITO 
 
 
 
II – DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, restando ao menos em tese configurada a prática do crime 
de (crime), a representante NOME informa que tem interesse em representar contra o 
agressor a ser identificado no curso das investigações, requerendo, ainda, que se digne 
Vossa Excelência a tomar as seguintes providências: a) determinar a abertura de Inquérito 
Policial, a fim de averiguar a possível existência do crime e sua autoria, com fundamento 
no art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal; c) requer, ademais, a oitiva das 
testemunhas abaixo arroladas (CPP, art. 5º, § 1º, ‘c’). 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10868890/artigo-5-da-lei-n-11340-de-07-de-agosto-de-2006
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10868825/inciso-ii-do-artigo-5-da-lei-n-11340-de-07-de-agosto-de-2006
12 
 
 
REPRESENTANTE 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1) FULANO, qualificação e endereço / telefone 
2) CICRANO, qualificação e endereço / telefone 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
PRISÃO CAUTELAR E LIBERDADE 
 
 
3. PEDIDO DE RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
 
 
Conceito 
O pedido de relaxamento da prisão em flagrante é a peça dirigida 
ao juiz competente para que coloque o indivíduo preso em 
flagrante em liberdade em decorrência da nulidade do flagrante, 
seja porque foi realizada fora de uma das hipóteses previstas em 
lei, porque descumpriu alguma formalidade legal ou porque há 
excesso de prazo. 
 
Previsão legal 
Art. 5º, inciso LXV, da CF (dever de relaxamento da prisão 
ilegal); e art. 310, inciso I, do CPP (dever de relaxamento da 
prisão ilegal). 
 
Prazo 
Não há. Porém, a jurisprudência entende que, uma vez decretada 
a prisão preventiva, não há como se falar mais em relaxamento 
da prisão em flagrante. 
 
Formato 
“Petição inicial” em peça única, com qualificação do requerente. 
Caso o flagrante já tenha sido distribuído, petição simples, sem a 
necessidade de qualificação. 
 
 
Competência/atribuição 
Juízo da causa. Existem algumas comarcas, usualmente capitais, 
que possuem uma vara especializada em inquéritos policiais e 
prisões em flagrante (v.g., DIPO – Departamento Técnico de 
Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária, na comarca de São 
Paulo). 
Legitimidade O indivíduo preso em flagrante ou o Ministério Público. 
Verbo “Requerer” 
Denominação das 
partes 
“Requerente” é o indivíduo que requer o relaxamento da prisão 
em flagrante. 
 
Hipóteses de cabimento 
O relaxamento da prisão em flagrante é cabível sempre que a 
prisão for ilegal, seja por ocorrer fora das hipóteses previstas em 
14 
 
lei, por desrespeitar as formalidades legais ou por haver excesso 
de prazo. 
 
Conteúdo 
A petição deve conter: a) os fatos, descrevendo o ocorrido; b) 
direito, demonstrando as razões pelas quais o indivíduo deve ser 
colocado em liberdade provisória; e c) pedido. 
Pedidos (sugestão) Requer-se que, após a oitiva do Ministério Público, seja relaxada 
a prisão em flagrante, com a expedição do alvará de soltura. 
 
 
 
Particularidades 
Caso o pedido de relaxamento da prisão em flagrante seja 
indeferido, poderá ser impetrado habeas corpus. 
Flagrante preparado: “Não há crime, quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação” 
(súmula 145 do STF). 
Excesso de prazo: “A proibição de liberdade provisória nos 
processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da 
prisão processual por excesso de prazo.” (súmula 687 do STF). 
 
 
 
MODELO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MERITÍSSIMA VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ 
 
Processo nº: [se houver, caso não haja processo deve-se colocar Autos nº:] 
 
 
 _________(nome), _________(nacionalidade), _________(estado civil), 
_________(profissão), portador do documento de identidade (RG) _________, inscrito no 
CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado à _________(endereço), nº __, no 
_________(bairro), na cidade de _________, vem respeitosamente, por meio de seu 
advogado que esta subscreve, constituído conforme documento de procuração como cláusula 
ad judicia, com fundamento no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal e no artigo 304 do 
15 
 
Código de Processo Penal, apresentar o presente pedido de RELAXAMENTO DA PRISÃO 
EM FLAGRANTE pelos motivos que, de fato e de direito passa a expor: 
 
I – DOS FATOS 
 
II – DO DIREITO 
 
III – DO PEDIDO 
 
Por todo o exposto, requer-se à Vossa Excelência que determine o imediato 
relaxamento da prisão em flagrante, com a expedição do competente alvará de soltura. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
4. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito 
O pedido de liberdade provisória é a peça dirigidaao juiz 
competente para que o indivíduo, preso em flagrante, possa 
aguardar o deslinde das investigações e do processo em 
liberdade. 
O pedido pode ser tanto com fiança, quando for admissível a 
prestação de fiança, e sem fiança, nas hipóteses em que não é 
admissível a imposição de fiança mas é admissível a liberdade 
provisória. 
Atualmente, com a implementação das audiências de custódia, o 
pedido perdeu um pouco de sua importância prática, na medida 
em que, na referida audiência, o juiz decidirá, após ouvido o 
Ministério Público e a defesa, se o flagranciado será colocado em 
liberdade (isto é, concedida a liberdade provisória) ou se será 
decretada sua prisão preventiva. 
 
 
Previsão legal 
Art. 5º, inciso LXVI, da CF (ninguém será preso ou mantido 
preso quando se admitir liberdade provisória, com ou sem 
fiança); art. 310, inciso III, do CPP (concessão de liberdade 
provisória, com ou sem fiança); e art. 321 do CPP (dever de 
concessão de liberdade provisória uma vez ausentes os requisitos 
necessários para decretação da prisão preventiva). 
 
Prazo 
Não há. Porém, em regra, o pedido deve ocorrer antes de eventual 
decretação da prisão preventiva – uma vez decretada a prisão 
preventiva, será possível o pedido de revogação da prisão 
preventiva. 
Formato “Petição inicial” em peça única. 
 
Competência/atribuição 
Juízo da causa. Existem algumas comarcas, usualmente capitais, 
que possuem uma vara especializada em inquéritos policiais e 
prisões em flagrante (v.g., DIPO – Departamento Técnico de 
Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária, na comarca de São 
Paulo). 
17 
 
 
Legitimidade 
Tanto o indivíduo preso em flagrante, por meio da sua defesa, 
quanto o Ministério Público podem requerer a liberdade 
provisória. 
Verbo “Requerer” 
Denominação das 
partes 
“Requerente” é o indivíduo preso em flagrante que requer a 
liberdade provisória para que possa responder ao 
inquérito/processo em liberdade. 
 
Hipóteses de cabimento 
A liberdade provisória sem fiança é cabível nas demais situações, 
como, por exemplo, nas hipóteses de crimes hediondos e 
equiparados. 
 
Conteúdo 
A petição deve conter: a) os fatos, descrevendo o ocorrido; b) 
breve demonstração das condições pessoais do requerente 
(emprego com carteira assinada, residência fixa, família, etc.); c) 
direito, demonstrando as razões pelas quais o indivíduo deve ser 
colocado em liberdade provisória; e d) pedido. 
 
Pedidos (sugestão) 
Requer-se, após a oitiva do Ministério Público, a concessão de 
liberdade provisória, com ou sem fiança, com a consequente 
expedição do alvará de soltura. 
Particularidades Caso o pedido de liberdade provisória seja indeferido, poderá ser 
impetrado habeas corpus. 
 
 
 
MODELO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MERITÍSSIMA VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ 
 
Processo nº: [se houver, caso não haja processo deve-se colocar Autos nº:] 
 
 
18 
 
 _________(nome), _________(nacionalidade), _________(estado civil), 
_________(profissão), portador do documento de identidade (RG) _________, inscrito no 
CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado à _________(endereço), nº __, no 
_________(bairro), na cidade de _________, vem respeitosamente, por meio de seu 
advogado que esta subscreve, constituído conforme anexo documento de procuração como 
cláusula ad judicia, com fundamento no artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal e no artigos 
_________ do Código de Processo Penal, apresentar o presente pedido de LIBERDADE 
PRIVISÓRIA, COM/SEM FINAÇA pelos motivos que, de fato e de direito passa a expor: 
 
I – DOS FATOS 
 
II – DA PESSOA DO REQUERENTE 
 
[Utilizando-se dos dados fornecidos pelo problema, demonstrar em tópico próprio 
que o requerente reúne as condições necessárias para concessão da liberdade provisória: 
primariedade, ocupação lícita, bons antecedentes, residência fixa e família constituída.] 
 
III – DO DIREITO 
 
IV – DO PEDIDO 
 
Por todo o exposto, requer-se à Vossa Excelência a concessão do presente pedido de 
liberdade provisória com/sem fiança em favor do requerente, com a imediata expedição do 
competente alvará de soltura.. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
19 
 
5. PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA / TEMPORÁRIA 
 
 
 
Conceito 
O pedido de revogação da prisão preventiva ou da prisão 
temporária é o pedido realizado ao juízo da causa para que 
revogue a prisão cautelar (preventiva ou temporária), por não 
estarem presentes os seus requisitos, pressupostos ou por haver 
excesso de prazo. 
Previsão legal Art. 316 do CPP (revogação da prisão preventiva); 
eventualmente, poderão ser invocados dispositivos da Lei de 
Prisão Temporária (Lei n.º 7.960/89). 
Prazo Não há prazo, devendo ser realizado enquanto perdurar a prisão 
cautelar. 
Formato “Petição inicial” em peça única. 
Competência/atribuição Juízo da causa ou que houver decretado a prisão preventiva ou 
temporária. 
 
Legitimidade 
Tanto o indivíduo preso cautelarmente, por meio da sua defesa, 
quanto o Ministério Público podem requerer a revogação da 
prisão preventiva ou da prisão temporária. 
Verbo “Requerer” 
Denominação das 
partes 
“Requerente” é o indivíduo preso que requer a revogação da 
prisão cautelar. 
 
 
 
 
Hipóteses de cabimento 
É cabível a revogação prisão preventiva ou da prisão temporária 
quando os motivos da decretação não estão mais presentes ou há 
o denominados excesso de prazo. 
A revogação pode se dar pela ausência dos pressupostos 
genéricos da prisão cautelar, denominados de fummus comissi 
delicti, que são a prova da existência do crime e indícios de 
autoria. Além isso, existem pressupostos específicos para cada 
tipo de prisão: 
Prisão preventiva: o pedido pode se fundamentar na ausência 
dos fundamentos da prisão preventiva (garantia da ordem 
pública, garantia da ordem econômica, conveniência da instrução 
20 
 
criminal ou assegurar a aplicação da lei penal) ou na ausência de 
suas condições de admissibilidade (crime punido com pena 
privativa de liberdade superior a quatro anos, condenado por 
outro crime doloso por sentença penal transitada em julgado, 
violência doméstica, dúvida sobre a identidade ou 
descumprimento de outra medida cautelar). 
É possível ocorrer o denominado excesso de prazo, apesar de não 
haver um marco doutrinário e jurisprudencial claro de quando ele 
ocorre. 
Prisão temporária: o pedido pode se fundamentar na ausência 
das hipóteses de cabimento contidas na Lei que são: a) o 
cometimento de algum dos crimes ali listados (art. 1º, inciso III); 
e c) quando imprescindível para investigação do inquérito 
policial (inciso II); ou d) quando o indiciado não tiver residência 
fixa ou não fornecer elementos para o esclarecimento de sua 
identidade (inciso III). 
Além disso, é importante lembrar que a prisão temporária só 
pode ser decretada no âmbito do inquérito policial e possui prazo 
de duração limitado que, se for ultrapassado, dá azo ao excesso 
de prazo. 
 
Conteúdo 
A petição deve conter: a) os fatos, descrevendo o ocorrido; b) 
direito, demonstrando as razões pelas quais a prisão preventiva 
ou temporária deve ser revogada; e d) pedido. 
 
Pedidos (sugestão) 
Requer-se, após a oitiva do Ministério Público, a concessão de 
liberdade provisória, com ou sem fiança, com a consequente 
expedição do alvará de soltura. 
Particularidades Caso o pedido de liberdade provisória seja indeferido, poderá ser 
impetrado habeas corpus. 
 
 
 
 
21 
 
 
MODELO 
 
 
EXCCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE ________ 
 
Distribuição por dependência dos autos nº [se houver processo, processo nº] 
 
 
NOME, brasileiro, solteiro, estudante, portador da cédula de identidade nº 
( ), inscrito no CPF sob o nº ( ), residente e domiciliadona rua (qualificação do endereço 
do autor da ação), vem por meio de seu advogado, devidamente constituído através do anexo 
instrumento de procuração, como fundamento no art. 5º, LXVI, da Constituição Federal e 
nos arts. 316 e 319 do Código de Processo Penal, requerer à Vossa Excelência o pedido de 
 
 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA 
 
 
o que faz através das seguintes razões de fato e de direito: 
 
I. DOS FATOS 
 
II. DO DIREITO 
 
III. DO PEDIDO 
 
22 
 
Ante o exposto, depois de ouvido o Excelentíssimo Representante do 
Ministério Público, requer a Vossa Excelência a revogação da prisão preventiva de NOME. 
Caso Vossa Excelência entenda necessário, seja a prisão preventiva 
substituída por uma das medidas cautelares diversas da prisão preventiva previstas no art. 
319 do mesmo diploma legal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
AÇÃO PENAL 
 
 
6. QUEIXA-CRIME 
 
Conceito A queixa-crime é a peça vestibular (petição inicial) da ação penal 
privada. 
 
Previsão legal 
Art. 30 do CPP; art. 100, § 2º, do CP. 
No caso da ação penal privada os fundamentos são: art. 5º, LIX, 
da F; art. 100, § 3º, do CP e art. 29 do CPP. 
 
 
Prazo 
Prazo decadencial de 6 (seis) meses contados da autoria 
criminosa (art. 103 do CP e art. 38 do CPP). 
No caso do crime de ocultação de erro essencial ou impedimento 
(art. 236 do CP), de ação penal privada personalíssima, o prazo 
se inicia do trânsito em julgado da sentença que anulou o 
casamento na esfera cível. 
Formato Petição inicial (qualificando as partes, querelante e querelado, de 
forma completa) em peça única. 
 
Competência/atribuição 
Juízo competente, de primeiro grau. A competência entre juízo 
comum e Juizado Especial Criminal se dá com fundamento na 
pena máxima cominada em tese (contadas eventuais 
circunstâncias agravantes). 
Legitimidade A queixa crime pode ser oferecida pela vítima ou por seu 
representante legal. 
Verbo “Oferecer” 
Denominação das 
partes 
“Querelante” é a vítima que oferece a ação penal privada, e 
“querelado”, que é o suposto autor do fato criminoso. 
Hipóteses de cabimento A queixa-crime é cabível sempre que for cometido um crime de 
ação penal privada. 
Conteúdo Devem ser observados os requisitos contidos no art. 41 do CPP: 
a) exposição do fato criminoso e todas as suas circunstâncias; b) 
24 
 
qualificação do acusado; c) classificação do crime; e d) quando 
necessário, o rol de testemunhas. 
A petição deve conter: a) fatos, contendo a descrição do crime e 
de todas as suas circunstâncias, bem como da motivação do 
querelado; b) direito, contendo argumentação sobre a subsunção 
do fato à norma penal (e suas circunstâncias); c) pedido, 
contendo obrigatoriamente o pedido de condenação criminal e o 
pedido de condenação cível. 
Pedidos (sugestão) Requer-se: a) o recebimento da queixa-crime; b) a condenação 
do querelado (deve-se indicar por qual crime, por quantas vezes, 
etc.); c) a citação do querelado para apresentar resposta escrita à 
acusação; d) a oitiva das testemunhas arroladas; e e) a 
condenação do querelado na obrigação civil de reparar o dano. 
 
 
 
Particularidades 
No preâmbulo deve-se fazer menção à procuração com poderes 
especiais (art. 44 do CP). 
A procuração para oferecimento de queixa-crime deve conter 
poderes especiais para tanto, qualificando também o querelado e 
descrevendo as circunstâncias em que se deram o crime e 
eventual imputação penal. 
Na prática judicial, é recomendável que o querelante assine a 
queixa-crime em conjunto com o advogado. 
 
 
 
MODELO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ 
 
 
 
 
25 
 
 
 _________(nome), _________(nacionalidade), _________(estado civil), 
_________(profissão), portador do documento de identidade (RG) _________, inscrito no 
CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado à _________(endereço), nº __, no 
_________(bairro), na cidade de _________, vem respeitosamente, por meio de seu 
advogado que esta subscreve, constituído conforme instrumento de procuração como 
cláusula ad judicia em anexo, com poderes especiais para apresentar a presente QUEIXA , 
com fundamento no artigo _________(crime), e nos artigos 41 e 44 do Código de Processo 
Penal, em face de _________(nome), _________(nacionalidade), _________(estado civil), 
_________(profissão), portador do documento de identidade (RG) _________, inscrito no 
CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado à _________(endereço), nº __, no 
_________(bairro), na cidade de _________, o que faz pelos motivos de fato e de direito que 
passa a expor: 
 
I – DOS FATOS 
 
[ Quem? Como? Quando? Onde? Por quê? É importante descrever os fatos de 
forma concisa, porém completa, dizendo também qual é a motivação do crime ] 
 
II – DO DIREITO 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
Por todo o exposto, tendo o querelado infringido o disposto no artigo 
_________(crime), requer à Vossa Excelência que seja recebida a presente QUEIXA, que 
deverá ser julgada procedente, citando-se o querelado para responder à presente ação, no 
prazo de 10 (dez) dias, nos termos do artigo 396 do Código de Processo Penal, ouvindo-se 
em audiência as testemunhas abaixo-arroladas. 
Requer, ainda, seja imposta ao querelado a obrigação de reparar o dano, nos termos 
do artigo 387, IV, do Código de Processo Penal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
26 
 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1ª - _________(nome), _________(endereço); 
2ª - _________(nome), _________(endereço); 
3ª - _________(nome), _________(endereço). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
RESPOSTA ESCRITA 
 
 
7. RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO 
 
 
 
 
Conceito 
A resposta escrita à acusação é a primeira peça apresentada pela 
defesa no processo penal, no prazo de 10 (dez) dias contados da 
citação do réu, e tem como finalidade juntar documentos, 
apresentar preliminares, discutir o mérito da acusação (nos 
termos do art. 397 do CPP), requerendo a denominada absolvição 
sumária, e arrolar testemunhas. 
A resposta escrita à acusação é posterior ao recebimento da 
denúncia. 
Previsão legal Arts. 396 e 396-A do CPP. 
 
Prazo 
Prazo de 10 (dez) dias, contados a partir da citação, nas hipóteses 
em que o réu é citado pessoalmente, ou a partir do 
comparecimento no processo, quando o réu é citado por edital. 
Formato Petição simples em peça única. 
Competência/atribuição Juízo da causa. 
 
Legitimidade 
É peça privativa da defesa, ofertado pelo acusado por meio de 
seu defensor, e tem como finalidade precípua realizar o 
contraditório com relação á denúncia. 
Verbo “Apresentar” 
 
Denominação das 
partes 
O “réu” também pode ser denominado de “acusado” ou 
“denunciado” na ação penal pública, ou “querelado”, na ação 
penal privada, e a parte ex adversa, a “acusação”, pode ser 
denominada de “Ministério Público” na ação penal pública, ou 
“querelante”, na ação penal privada. 
Hipóteses de cabimento Nos termos do art. 396, caput, do CPP, a defesa pode apresentar 
qualquer defesa que lhe interessar, seja preliminar ou de mérito, 
28 
 
juntar documentos e apresentar o rol de testemunhas, cujo 
número varia conforme o procedimento. 
 
 
 
Conteúdo 
A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em 
preliminares e mérito; e c) pedidos. 
Com relação ao direito, este pode constituir de preliminares 
(nulidades e reconhecimento de causas de extinção da 
punibilidade) e mérito (pedido de absolvição sumária, pedido de 
aplicação da suspensão condicional do processo, etc.) ou apenas 
mérito. 
 
 
Pedidos (sugestão) 
Os pedidos devem seguir uma ordem: a) questões preliminares, 
relativas à extinção da punibilidade e às questões processuais; b) 
mérito,que é a denominada absolvição sumária, disciplinada 
pelo art. 397 do CPP (que difere da “absolvição”, requerida nas 
alegações finais); c) pedidos subsidiários, caso existam; d) oitiva 
das testemunhas arroladas, em caráter de imprescindibilidade, 
Particularidades É necessário que se arrole as testemunhas, caso existam, e que 
requeira sua oitiva em caráter de imprescindibilidade. Dessa 
forma, caso haja ausência ou a testemunha não seja encontrada, 
é possível que seja substituída. 
 
 
 
MODELO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE ____ 
 
Processo nº:______ 
 
 
 NOME, já qualificado nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, 
vem respeitosamente, por meio de seu advogado que esta subscreve, constituído através de 
29 
 
instrumento de procuração com cláusula ad judicia já acostado aos autos, apresentar, com 
fundamento no artigo 396 e seguintes do Código de Processo Penal, a presente pedido de 
RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO, o que faz nos seguintes termos: 
 
I – DOS FATOS 
 
 
II – DO DIREITO 
 
 
III – DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer-se à Vossa Excelência que NOME seja sumariamente 
absolvido com fundamento no artigo 397, inciso ____, do Código de Processo Penal. Porém, 
na remota hipótese de Vossa Excelência entender de maneira diversa, requer-se que, no 
momento oportuno, sejam ouvidas as seguintes testemunhas: 
 
1 – NOME, residente no (endereço); 
2 – NOME, residente no (endereço); 
3 – NOME, residente no (endereço); 
4 – NOME, residente no (endereço); 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local , data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
30 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
 
8. ALEGAÇÕES FINAIS POR MEIO DE MEMORIAIS ESCRITOS 
 
 
 
 
Conceito 
As alegações finais são o último momento que as partes têm para 
se manifestar nos autos do processo e, em regra, são realizadas 
de forma oral. Contudo, nas hipóteses em que a causa é complexa 
(art. 403, § 3º, do CPP) ou em que há requerimento de diligências 
na audiência de instrução (art. 404, parágrafo único, do CPP), as 
alegações finais são apresentadas de forma escrita, naquilo que 
se denomina de “alegações finais por meio de memoriais 
escritos”. 
 
Previsão legal 
Art. 403, § 3º, do CPP, nos casos em que a causa é complexa, ou 
art. 404, parágrafo único, do CPP, nas hipóteses em que, em 
audiência, for determinada a realização de audiência. 
Prazo 5 (cinco) dias, contados da intimação, nos termos do art. 403, § 
3º, do CPP 
Formato Petição simples em peça única. 
Competência/atribuição Juízo da causa. 
 
 
Legitimidade 
Tanto a acusação quanto a defesa têm legitimidade para 
apresentação de alegações finais por memoriais, nesta ordem. 
Nas hipóteses em que houver assistente técnico habilitado, este 
apresentará seus memoriais após os do Ministério Público, isto 
é, antes dos da defesa. 
Verbo “Apresentar” 
 
 
Denominação das 
partes 
O “réu” também pode ser denominado de “acusado” ou 
“querelado”, sendo este correto apenas para a hipótese de ação 
penal privada. Já a “acusação” pode ser denominada de 
“Ministério Público”, no caso da ação penal pública, ou 
“querelante”, no caso da ação penal privada. 
31 
 
 
 
 
Hipóteses de cabimento 
As alegações finais por meio de memoriais escritos são cabíveis 
quando: a) a causa for complexa e assim determinar o magistrado 
(art. 403, § 3º, do CPP); e b) quando, em audiência, houver 
requerimento de diligência (art. 404, parágrafo único, do CPP). 
Porém, na prática forense, os magistrados determinam a 
apresentação de alegações finais por escritos em casos que não 
se encaixam nessas hipóteses como meio de facilitar a condução 
do processo. 
 
 
 
 
Conteúdo 
A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em 
preliminares e mérito; e c) pedidos. 
Com relação ao direito, este pode constituir de preliminares 
(nulidades e reconhecimento de causas de extinção da 
punibilidade) e mérito (pedido de absolvição, pedido de 
aplicação de circunstâncias agravantes ou atenuantes, pedido de 
aplicação de causas de aumento ou diminuição de pena, pedido 
de aplicação de regime prisional menos gravoso, pedido de 
substituição da pena, etc.) ou apenas mérito. 
 
Pedidos (sugestão) 
Os pedidos a serem realizados na peça estão estritamente 
atrelados ao caso concreto apresentado. Contudo, em regra, há o 
pedido de absolvição, com fundamento numa das hipóteses 
contidas no art. 386 do CPP. 
 
 
 
Particularidades 
Nos termos da jurisprudência dominante, as alegações finais da 
defesa são peça obrigatória e, caso não sejam apresentadas pelo 
advogado constituído, pode o magistrado nomear defensor ad 
hoc. 
O processo em que não foram apresentadas alegações finais pela 
defesa é nulo em decorrência da violação dos princípios do 
contraditório e da ampla defesa. 
 
 
 
MODELO 
 
32 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA 
COMARCA DE _______ 
 
Processo nº: 
 
 
NOME, já qualificado nos autos da ação penal que lhe move o 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, vem respeitosamente a presença 
de Vossa Excelência, nos termos da norma do art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, 
apresentar suas alegações finais através de 
 
MEMORIAIS ESCRITOS DA DEFESA 
 
o que faz através dos seguintes fundamentos de fato e de direito: 
 
 
I – DOS FATOS 
 
 
II – DO DIREITO 
 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
[Exemplos] 
 
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência, preliminarmente: 
 
a) O reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do Estado, 
inclusive com relação aos efeitos extrapenais da condenação, nos termos da norma do art. 
386, VI, do CPP; 
 
33 
 
No mérito, requer: 
 
a) A absolvição em razão do ilícito civil com relação ao crime de 
estelionato, nos termos da norma do art. 386, III, do CPP; 
 
b) A absolvição, com relação ao crime de quadrilha ou bando (antiga 
redação do art. 288 do CP) em razão da ausência de comprovação dos elementos constitutivos 
do crime “associarem-se mais de 3 pessoas”), nos termos da norma do art. 386, III, do CPP; 
 
c) Na remota hipótese de condenação, a aplicação da pena no mínimo 
legal em razão da: i) primariedade do agente; e ii) ausência de circunstâncias agravantes e 
causas de aumento de pena; iii) a consideração do tempo de prisão preventiva para fins 
de fixação do regime inicial de cumprimento de pena (art. 387, § 2º, do CPP; e, por fim, 
iv) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (art. 44 do CP). 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local , data. 
 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
RECURSOS 
 
 
9. RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Conceito A apelação é um dos mais importantes recursos, não 
apenas por ser um dos mais antigos, mas também por possuir o 
maior efeito devolutivo de todos (ampla possibilidade de 
discussão de toda a matéria de fato e de direito). 
 
 
Previsão legal 
Geral: art. 593 do CPP. 
Absolvição sumária ou impronúncia no procedimento do 
júri: art. 416 do CPP. 
Procedimento sumaríssimo (JECRIM): art. 82 da Lei 
9.099/95. 
 
 
 
Prazo 
Regra: 5 (cinco) dias para interposição e 8 (oito) dias para 
razões. 
Assistente de acusação: no caso de assistente de acusação não 
habilitado nos autos, haverá o prazo de 15 (quinze) dias para 
interposição, seguido do prazo de 8 (oito) dias para razões. 
Exceção: no procedimento sumaríssimo (Juizado Especial 
Criminal0, disciplinado pela Lei n.º 9.099/95, o prazo para 
interposição e razões é de 10 (dez) dias, em peça única. 
 
 
 
 
Formato 
Regra: petição simples dividida em duas peças, petição de 
interposição, no prazo de 5 (cinco) dias, e petição de razões, no 
prazo de 8 (oito) dias. 
Exceção: no procedimento sumaríssimo (Juizado Especial 
Criminal0, disciplinado pela Lei n.º 9.099/95, o recurso de 
apelação éfeito em petição simples em peça única, no prazo de 
10 (dez) dias. 
Contrarrazões: a parte recorrida oferece contrarrazões, anexada 
a uma petição de juntada, em regra, no prazo de 8 (oito) dias. 
35 
 
Porém, no JECRIM, o prazo para contrarrazões será de 10 (dez) 
dias. 
Competência/atribuição Primeira instância (a quo): juízo da causa. 
Segunda instância (ad quem): Tribunal de Justiça, Tribunal 
Regional Federal ou Turma Recurso dos Juizados Especiais 
Criminais, conforme o caso. 
 
Legitimidade 
As partes podem interpor recurso de apelação. O assistente de 
acusação pode interpor recurso de apelação com fundamento no 
art. 598 do CPP. 
Verbo “Interpor”. 
 
 
Denominação das 
partes 
“Apelante” é quem interpõe o recurso de apelação, podendo ser 
tanto a defesa técnica (advogado, por meio de petição), 
autodefesa (réu, por termo nos autos), e o Ministério Público. Há 
discussão na doutrina sobre a possibilidade de interposição pelo 
assistente de acusação. 
“Apelado” é a parte contra quem é oferecido o recurso de 
apelação. 
 
 
 
 
 
 
Hipóteses de cabimento 
Nos termos do art. 593 do CPP, cabe apelação contra: a) ase 
sentenças definitivas de condenação; b) as sentenças definitivas 
de absolvição; c) as decisões definitivas ou com força de 
definitivas, quando não couber recurso em sentido estrito; e d) 
das decisões do Tribunal do Júri, quando: i) ocorrer nulidade 
posterior à pronúncia; ii) for a sentença do juiz-presidente 
contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; iii) houver erro 
ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de 
segurança; e iv) for a decisão dos jurados manifestamente 
contrária à prova dos autos. 
Ainda, no âmbito do Tribunal do Júri, a apelação também é 
cabível para impugnar a impronúncia e a sentença de absolvição 
sumária (art. 416 do CPP). 
No procedimento comum sumaríssimo (Juizado Especial 
Criminal), é cabível apelação da decisão que 
36 
 
 
 
 
 
Conteúdo 
A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em 
preliminares e mérito; e c) pedidos. 
Com relação ao direito, este pode constituir de preliminares 
(nulidades e reconhecimento de causas de extinção da 
punibilidade) e mérito (pedido de absolvição, pedido de 
aplicação de circunstâncias agravantes ou atenuantes, pedido de 
aplicação de causas de aumento ou diminuição de pena, pedido 
de aplicação de regime prisional menos gravoso, pedido de 
substituição da pena, etc.) ou apenas mérito. 
 
Pedidos (sugestão) 
Petição de interposição: pedido para que o recurso seja recebido 
e processado. 
Razões: pedido para que o recuso seja conhecido e provido. 
 
Particularidades 
No recurso de apelação, não há juízo de retratação. 
Se a apelação for denegada ou julgada deserta, poderá ser 
interposto recurso em sentido estrito (art. 581, inciso XV, do 
CPP). 
 
 
 
MODELO – PETIÇÃO DE INTEPROSIÇÃO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ 
 
Processo n.º: 
 
 
 NOME, já qualificado nos presentes autos, por seu advogado que esta subscreve, 
inconformado com a r. sentença condenatória prolatada às fls. ___, com fundamento no artigo 
593, inciso __, do Código de Processo Penal, interpor, tempestivamente, o presente 
RECURSO DE APELAÇÃO 
37 
 
com anexas razões de recurso, para que seja recebido em encaminhado ao Egrégio Tribunal 
competente para delas conhecer. 
 
Termos em que, requerendo ainda que seja ordenado o processamento do presente recurso, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
MODELO - RAZÕES 
 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
Apelante: 
Apelado: 
Processo n.º: 
 
Egrégio Tribunal de Justiça [ou Tribunal Regional Federal] 
Colenda Câmara 
Excelsos Julgadores 
 
Em que pese o notável saber jurídico e isenção do meritíssimo juiz singular, prolator 
da sentença condenatória, no presente caso, sua excelência não decidiu com o costumeiro 
acerto, motivo pelo qual, o apelante, respeitosamente, submete a esse Tribunal, os motivos 
que, de fato e de direito, fundamentam o seu inconformismo, nos seguintes termos: 
 
I – DOS FATOS 
 
38 
 
II – DOS DIREITO 
 
1. PRELIMINARES 
- Violações de princípios processuais penais (ampla defesa, contraditório, devido processo 
legal) 
- Nulidades 
- Prescrição e outras causas de extinção da punibilidade 
 
2. MÉRITO 
- Absolvição 
- Pena (cálculo da pena, inclusive questões relativas à exasperação no concurso de crimes) 
- Regime inicial de cumprimento de pena 
- Substituição (por pena restritiva de direito, sursis). 
 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
Por todo o exposto, requer-se que seja dado provimento ao presente recurso para 
absolver o apelante _________(nome), com fundamento no disposto no artigo 386, inciso 
__, do Código de Processo Penal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
10. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
 
 
 
Conceito 
O recurso em sentido estrito (RESE) é o recurso que busca 
atacar decisões interlocutórias que produzam algum tipo de 
gravame à parte. Conforme sublinha a doutrina, as hipóteses de 
cabimento de RESE (seja no CPP, seja em lei extravagante) são 
taxativas (trata-se de um número restrito de situações, portanto). 
Porém, isso não impedirá, em alguns casos, o emprego de 
interpretação extensiva. 
 
 
Previsão legal 
Geral: art. 581 do CPP. 
Código de Trânsito: art. 294, parágrafo único, do CTB. 
Procedimento na contravenção de jogos de azar: art. 6º, 
parágrafo único, da Lei n.º 1.508/51. 
Crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores: art. 2º, 
inciso III, do Decreto-lei n.º 201/67. 
 
 
 
 
 
Prazo 
A petição de interposição deve, em regra, ser interposta no 
prazo de 5 (cinco) dias (art. 586 do CPP). 
Contudo, o prazo será de 20 (vinte) dias (art. 586, parágrafo 
único, do CPP) no caso de RESE contra a decisão que inclui ou 
exclui jurado da lista geral do Tribunal do Júri. 
Será de 15 (quinze) dias o prazo para a vítima não habilitada 
como assistente de acusação interpor RESE contra declaração da 
extinção da punibilidade em caso de inércia do MP (art. 584, § 
1º c/c art. 598 do CPP). 
As razões recursais devem ser apresentadas ano prazo de 2 
(dois) dias. Após as razões do recorrente, será dado vista ao 
recorrido para apresentar suas contrarrazões recursais, cujo prazo 
será também de 2 (dois) dias. 
 
Formato 
Petição simples, em duas peças: a) interposição, em regra 
oferecida no prazo de 5 (cinco) dias; e b) razões, oferecidas no 
prazo de 2 (dois) dias. 
 Primeira instância (a quo): juízo da causa. 
40 
 
Competência/atribuição Segunda instância (ad quem): Tribunal de Justiça ou Tribunal 
Regional Federal, conforme o caso. 
 
 
Legitimidade 
Poderão interpor recurso de apelação as partes (acusação e 
defesa) e o assistente de acusação, nesta hipótese, desde que não 
tenha havido interposição pelo Ministério Público. Caso o 
Ministério Público tenha interposto RESE, caberá ao assistente 
de acusação apenas arrazoá-lo. 
Verbo “Interpor”. 
Denominação das 
partes 
“Recorrente”, para aquele que oferece o recurso, e “recorrido”, 
para aquele contra quem o recurso é oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipóteses de cabimento 
O art. 581 do CPP foi consideravelmente modificado em 
decorrência da Lei de Execução Penal, que crio o recurso de 
agravo em execução. Sendo assim, atualmente, cabe RESE com 
este fundamento nas seguintes hipóteses: 
a) que não receber a denúncia ou a queixa; 
b) que concluir pela incompetência do juízo; 
c) que julgar procedentes as exceções, salvo as de suspeição; 
d) que pronunciar o réu; 
e) que conceder, engar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a 
fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, 
conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;f) que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; 
g) que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a 
punibilidade; 
h) que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de 
outra causa extintiva da punibilidade; 
i) que conceder ou negar ordem de habeas corpus; 
j) que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da 
pena; 
as decisões proferidas no curso da execução penal pelo Juízo das 
Execuções Penais. 
k) que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em 
parte; 
41 
 
l) que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; 
m) que denegar a apelação ou a julgar deserta; 
n) que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão 
prejudicial; 
o) que decidir o incidente de falsidade documental. 
Além disso, o art. 294, parágrafo único, do CTB dispõe que 
caberá RESE da decisão que suspender cautelarmente a 
permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor ou a 
proibição de sua obtenção ou o requerimento para suspensão. 
O art. 6º, parágrafo único, da Lei n.º 1.508/51 (que dispõe sobre 
o procedimento da contravenção de jogos de azar), dispõe que 
caberá RESE da decisão de arquivamento da representação. 
Por fim, o art. 2º, inciso III, do Decreto-lei n.º 201/67 (crimes de 
responsabilidade de prefeitos e vereadores) dispõe que caberá 
RESE do despacho concessivo ou denegatório de prisão 
preventiva ou afastamento do cargo. 
Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em 
preliminares e mérito; e c) pedidos. 
 
Pedidos (sugestão) 
Petição de interposição: pedido para que o recurso seja recebido 
e processado. 
Razões: pedido para que o recuso seja conhecido e provido. 
 
 
Particularidades 
No RESE há juízo de retratação, que deve ser expressamente 
requerido na petição de interposição. 
Em caso de não conhecimento ou não seguimento do RESE cabe 
a interposição de carta testemunhável (art. 639 do CPP). 
Súmula 707/STF: “constitui nulidade a falta de intimação do 
denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da 
rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor 
dativo.” 
 
 
 
42 
 
 
MODELO - INTERPOSIÇÃO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ 
 
Processo n.º: 
 
 
 NOME, já qualificado nos presentes autos, por seu advogado que esta subscreve, 
inconformado com a r. decisão prolatada às fls. ___, com fundamento no artigo 581, inciso 
__, do Código de Processo Penal, interpor, tempestivamente, o presente 
 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
com anexas razões de recurso. 
 
Assim sendo, caso Vossa Excelência entenda que a r. decisão deve ser mantida, requer 
seja o presente Recurso em Sentido Estrito remetido ao Egrégio Tribunal competente para 
dele conhecer. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
MODELO – RAZÕES 
 
 
43 
 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Recorrente: 
Recorrido: 
Processo n.º: 
 
Egrégio Tribunal de Justiça 
Colenda Câmara 
Excelsos Julgadores 
 
Em que pese o notável saber jurídico e isenção do meritíssimo juiz singular, prolator 
da decisão, no presente caso, sua excelência não decidiu com o costumeiro acerto, motivo 
pelo qual, o recorrente, respeitosamente, submete a esse Tribunal, os motivos que, de fato e 
de direito, fundamentam o seu inconformismo, nos seguintes termos: 
 
I – DOS FATOS 
 
II – DO DIREITO 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
Por todo o exposto, requer-se que seja dado provimento ao presente recurso para 
tornar sem efeito a decisão impugnada, no sentido de _________, como medida inteira de 
justiça. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
44 
 
11. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
 
 
 
Conceito 
Os embargos de declaração são o recurso oponível contra a 
decisão (leia-se, sentenças, acórdãos ou decisões interlocutórias) 
que apresente ambiguidade, obscuridade, omissão ou 
contradição (arts. 382, 619 e 620 do CPP). Visam, portanto, 
tornar a decisão mais clara, mais precisa. 
A doutrina anota que na primeira instância o recurso deve ser 
denominado como “declaração de sentença”. 
 
Previsão legal 
Declaração de sentença: art. 382 do CPP. 
Embargos de declaração: art. 619 do CPP. 
Juizado Especial Criminal: ar. 82 da Lei n.º 9.099/95. 
 
 
Prazo 
Regra: prazo de 2 (dois) dias. 
Exceção: no procedimento comum sumaríssimo (Juizado 
Especial Criminal), o prazo é de 5 (cinco) dias, contados da 
ciência da decisão. 
Em qualquer hipótese, a oposição de embargos de declaração 
interrompe o prazo para interposição de outros recursos. 
Formato Petição simples em peça única 
Competência/atribuição O próprio órgão prolator da decisão embargada. 
Legitimidade Qualquer das partes, seja acusação ou defesa. 
Verbo “Opor”. 
Denominação das 
partes 
“Embargante” é quem opõe os embargos de declaração e, 
“embargado” é contra quem são opostos. 
 
Hipóteses de cabimento 
Os arts. 382 e 360 do Código de Processo dispõe que caberá 
embargos de declaração quando houver: a) ambiguidade; b) 
obscuridade; c) contradição; ou d) omissão. 
 
Conteúdo 
A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em 
preliminares e mérito; e c) pedidos. 
No Direito, deve-se demonstrar o vício da decisão que deverá ser 
sanado. 
45 
 
Pedidos (sugestão) Deve-se requerer o recebimento e provimentos dos embargos, 
com a declaração da decisão. 
 
Particularidades 
Nos julgamentos de segunda instância (acórdãos), é necessária a 
oposição de embargos de declaração como forma de se 
prequestionar as teses que serão levantadas em Recurso Especial 
e em Recurso Extraordinário. 
 
 
 
MODELO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ 
 
Processo n.º: 
 
 
 NOME, já qualificado nos presentes autos, por seu advogado que esta subscreve, 
inconformado com a r. decisão prolatada às fls. ___, com fundamento no art.382 do Código 
de Processo Penal, opor, tempestivamente, os presentes 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
o que faz através das anexas razões de fato e de direito: 
 
I – DOS FATOS 
 
II – DO DIREITO 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
46 
 
Ante ao exposto, requer que sejam recebidos e providos os presentes embargos de 
declaração, declarando-se a v. decisão embargadas, corrigindo-se a [obscuridade, 
ambiguidade, contradição ou omissão] nela contida. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
12. EMBARGOS INFRINGENTES E/OU DE NULIDADE 
 
 
 
 
 
Conceito 
Os embargos infringentes e de nulidade são recursos 
exclusivos da defesa que, ao atacar a falta de unanimidade dos 
julgadores de segunda instância, busca reverter a situação em 
favor do acusado. 
Apontando a defesa a existência de divergência entre os 
julgadores de uma Turma ou Câmara Criminal que decidiu, por 
exemplo, o recurso de apelação do réu, os embargos em análise 
buscam reverter o cenário em prol do réu, fazendo com que os 
demais julgadores alterem a sua posição pretérita e passem a 
seguir o voto vencido (favorável ao acusado). 
Previsão legal Art. 609, parágrafo único, do CPP. 
 
Prazo 
Prazo de 10 (dez) dias, para interposição e razões. As 
contrarrazões também devem ser oferecidas no prazo de 10 (dez) 
dias. 
 
 
Formato 
Petição simples, em peça única, porém dividida em petição e 
interposição e razões, oferecidas simultaneamente. 
Caso se apresente embargos e infringentes e de nulidade 
simultaneamente, eles devem ser feitos em duas peças diferentes 
(não podem ser feitos numa peça única). Nessa hipótese, o prazo 
de 10 (dez) dias será comum. 
 
Competência/atribuição 
Juízo a quo : Desembargador Relator do acórdão. 
Juízo ad quem: Câmara doTribunal de Justiça ou Turma do 
Tribunal Regional Federal. 
Legitimidade São recursos privativos da defesa, não havendo a possibilidade 
de oposição pela acusação. 
Verbo “Opor”. 
Denominação das 
partes 
“Embargante” é quem opõe os embargos e, “embargado” é 
contra quem são opostos. 
Hipóteses de cabimento São três os requisitos para o cabimento do recurso: a) decisão 
de segunda instância não unânime e desfavorável ao réu (2 votos 
48 
 
a 1, por exemplo); b) voto vencido de um dos julgadores 
favorável ao réu; c) esse recurso só é cabível do acórdão que 
julgar a apelação, o RESE e o agravo em execução. 
Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em 
preliminares e mérito; e c) pedidos. 
 
Pedidos (sugestão) 
Petição de interposição: que seja recebido e processado o 
recurso. 
Razões: que seja conhecido e provido o recurso. 
 
 
 
Particularidades 
Não será cabível esse recurso se a divergência dos julgadores se 
der apenas no tocante à fundamentação da decisão. Ex.: não 
cabem embargos se um julgador divergir dos demais apenas 
quanto à fundamentação, sendo que a parte dispositiva (a 
conclusão) do acórdão foi idêntica à dos demais julgadores. 
Os embargos ficam restritos à matéria divergente. Não poderão 
abranger, portanto, questões unânimes decididas pelos 
julgadores. 
 
 
 
MODELO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO 
ACÓRDÃO – ____ CÂMARA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE 
_________ 
 
Processo n.º: 
 
 
 NOME, já qualificado nos presentes autos, não se conformando com o v. acórdão de 
fls. ___, que por decisão não unânime _____[falar o motivo dos embargos], vem 
respeitosamente por meio de seu advogado que esta subscreve, com fundamento no artigo 
609 do Código de Processo Penal, opor os presentes 
49 
 
 
EMBARGOS INFRINGENTES [ou] DE NULIDADE 
 
desde já apresentando suas razões. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data; 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES / DE NULIDADE 
 
Embargante: 
Embargado: Ministério Público 
Processo n.º: ____ 
 
Egrégio Tribunal de Justiça. 
Colenda Câmara, 
Excelsos Julgadores, 
 
Impõem-se, data vênia, os presentes embargos infringentes/nulidade para que seja 
reformado o venerado acórdão, dando-se prevalência à tese do voto vencido, na esteira dos 
fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
I – DOS FATOS 
 
II – DO DIREITO 
50 
 
 
 
[Discorrer sobre a tese vencida com argumentos da doutrina e da 
jurisprudência.] 
 
III – DO PEDIDO 
 
Ante todo o exposto, requer-se que sejam recebidos e providos os presentes embargos 
infringentes [ou] de nulidade, dando-se prevalência ao voto vencido, no sentido de ________, 
como medida de inteira justiça. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
13. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
 
 
 
Conceito 
O recurso ordinário constitucional (ROC) visa resguardar o 
duplo grau de jurisdição a algumas situações específicas, como 
nos casos das ações constitucionais de habeas corpus e de 
mandado de segurança julgadas em segunda instância (TJ ou 
TRF). O ROC pode ser manejado ao Superior Tribunal de Justiça 
ou ao Supremo Tribunal Federal, conforme o caso. 
 
Previsão legal 
STF: art. 102, inciso II, alienas a e b, da CF. 
STJ: art. 105, inciso II, alienas a e b, da CF. 
Geral: arts. 30 a 35 da Lei n.º 8.038/90. 
 
 
Prazo 
ROC HC: o prazo para interposição do recurso ordinário 
constitucional em habeas corpus é de 5 (cinco) dias. 
ROC MS: o prazo para interposição do recurso ordinário 
constitucional em mandado de segurança, no STJ, é de 15 
(quinze) dias. Já no STF, o prazo é de 5 (cinco) dias (Súmula 
319/STF). 
Formato Petição simples, em peça única, porém dividida em petição e 
interposição e razões, oferecidas simultaneamente. 
A petição de interposição é dirigida ao órgão prolator do acórdão 
recorrido. 
Competência/atribuição Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça. 
 
Legitimidade 
No caso de ROC HC, tem legitimidade apenas o paciente (aquele 
em favor de quem foi impetrado o HC). Já no caso de ROC MS, 
o recurso deve ser interposto pelo impetrante. 
Verbo “Interpor”. 
Denominação das 
partes 
As partes são denominadas “recorrente” e “recorrido”. 
 
Hipóteses de cabimento 
Cabimento para o STF (art. 102, inciso II, alienas a e b, da 
CF): 
52 
 
a) Decisões denegatórias dos tribunais superiores (STJ, TSE, 
STM) em única instância de HC ou mandado de segurança; 
Ex.; prefeito julgado pelo TJ impetra HC contra este órgão no 
STF, sendo que a Corte o denega. 
b) Decisões relativas aos crimes políticos: correspondem aos 
crimes previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei n.º 
7.170/83), cuja competência é da Justiça Federal (art. 109, IV, da 
CF). 
Ex.: prefeito está sendo processo pelo TRF por crime político. 
Do acórdão, caberá ROC ao STF. 
Cabimento para o STJ (art. 105, inciso II, alienas a e b, da 
CF): 
a) Decisão denegatória de HC proferida por TRF ou TJ em única 
ou última instância. 
Ex.: Fulano impetra HC ao TJ para trancar ação penal contra ele 
ingressada. O TJ denega a ordem. Cabe ROC ao STJ. 
Atenção que os exames, valem-se desse mesmo exemplo só que 
acrescentam que o TJ denegou o HC por maioria de voos. Mesmo 
assim, cabe ROC. Descabe os infringentes porque este recurso 
não ataca acórdão de HC não unânime, mas apenas acórdãos não 
unânimes de RESE, apelação e agravo em execução. 
b) Decisão denegatória da MS proferida por TRF ou TJ em única 
instância. 
Ex.: advogado impetra MS ao TJ contra juiz que o impediu de 
consultar autos. Da decisão denegatória, cabe ROC. 
Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em 
preliminares e mérito; e c) pedidos. 
Pedidos (sugestão) Petição de interposição: que seja recebido e processado o 
recurso. 
Razões: que seja conhecido e provido o recurso. 
 
Particularidades 
Súmula 319/STF: “O prazo do recurso ordinário para o 
Supremo Tribunal Federal, em habeas corpus ou mandado de 
segurança, é de cinco dias.” 
 
53 
 
 
 
MODELO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
Processo n.º: 
 
NOME, já devidamente qualificado nos autos da ação de habeas corpus 
[ou mandado de segurança], vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, através 
de seu advogado que esta subscreve, com fundamento na norma do art. ___ da Constituição 
Federal, art. ___ da Lei nº 8.038/90, interpor 
 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
EM HABEAS CORPUS [ou EM MANDADO DE SEGURANÇA] 
 
contra o v. acórdão proferido nos autos do processo, através das anexas razões. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
 
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
 
EXCELSO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL [ou EXCELENTÍSISMO SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA] 
EXCELENTÍSSIMOS MINISTROS 
 
54 
 
I – DOS FATOS 
 
II – DO DIREITO 
 
III – DO PEDIDO 
 
Ante ao exposto, requer seja recebido e provido o presente recurso 
ordinário constitucional com a finalidade de __________. 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
14. AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
 
Conceito 
O agravo em execução (art. 197 da LEP) é o recurso cabível 
contra as decisões proferidas no cursoda execução da pena pelo 
juízo da Execução Penal. 
Previsão legal Art. 197 da Lei de Execução Penal. 
 
Prazo 
O prazo é de 5 (cinco) dias para interposição e 2 (dois) dias para 
razões. 
O prazo para contrarrazões é de 2 (dois) dias. 
 
Formato 
Petição simples, em duas peças: petição interposição, no prazo 
de 5 (cinco) dias, dirigida ao juízo a quo e petição de razões, no 
prazo de 2 (dois) dias, dirigida ao Tribunal. 
Competência/atribuição Juízo a quo: Juiz da Vara das Execução Penais. 
Juízo ad quem: Tribunal. 
 
Legitimidade 
Podem interpor agravo em execução tanto o Ministério Público 
quanto o condenado, que usualmente é denominada de 
reeducando. 
Verbo “Interpor”. 
Denominação das 
partes 
“Recorrente” ou “agravante”, para quem interpõe o agravo, e 
“recorrido” ou “agravado” para designar contra quem é 
interposto o agravo em execução. 
 
 
Hipóteses de cabimento 
O agravo em execução não possui cabimento taxativo, ao 
contrário do que ocorre com o RESE. A lei não enumera, 
portanto, as hipóteses de cabimento de agravo em execução. 
Sendo assim, ele é cabível contra qualquer decisão proferida pelo 
juízo da execução penal. 
Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em 
preliminares e mérito; e c) pedidos. 
 
Pedidos (sugestão) 
Petição de interposição: que seja recebido e processado o 
recurso. 
Razões: que seja conhecido e provido o recurso. 
56 
 
 
 
Particularidades 
No agravo em execução há juízo de retratação, que deve ser 
expressamente requerido na petição de interposição. 
Em caso de não conhecimento ou não seguimento do agravo em 
execução cabe a interposição de carta testemunhável (art. 639 do 
CPP). 
 
 
 
MODELO - INTERPOSIÇÃO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA DE 
EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ 
 
Processo n.º: 
 
 
 NOME, já qualificado nos presentes autos de execução penal, por seu advogado que 
esta subscreve, inconformado com a r. decisão prolatada às fls. ___, com fundamento no 
artigo 197 da Lei de Execução Penal, interpor, tempestivamente, o presente 
 
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
com anexas razões de recurso. 
 
Assim sendo, caso Vossa Excelência entenda que a r. decisão deve ser mantida, requer 
seja o presente Agravo em Execução remetido ao Egrégio Tribunal competente para dele 
conhecer. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
57 
 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
MODELO – RAZÕES 
 
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
Agravante: 
Agravado: 
Processo n.º: 
 
Egrégio Tribunal de Justiça 
Colenda Câmara 
Excelsos Julgadores 
 
Em que pese o notável saber jurídico e isenção do meritíssimo juiz singular, prolator 
da decisão, no presente caso, sua excelência não decidiu com o costumeiro acerto, motivo 
pelo qual, o recorrente, respeitosamente, submete a esse Tribunal, os motivos que, de fato e 
de direito, fundamentam o seu inconformismo, nos seguintes termos: 
 
I – DOS FATOS 
 
II – DO DIREITO 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
Por todo o exposto, requer-se que seja dado provimento ao presente recurso para 
tornar sem efeito a decisão impugnada, no sentido de _________, como medida inteira de 
justiça. 
Termos em que, 
58 
 
Pede deferimento. 
 
Local, data. 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO 
 
15. HABEAS CORPUS 
 
 
 
Conceito 
O habeas corpus é a ação constitucional que busca garantir todos 
os direitos do acusado e do sentenciado relacionados com sua 
liberdade de locomoção, ainda que pudesse, na simples condição 
de direito-meio, ser afetado apenas de modo reflexo, indireto ou 
oblíquo. 
Previsão legal Art. 5º, inciso LXVIII, da CF; art. 647 do CPP. 
Prazo Não há prazo para impetração, podendo ser impetrado inclusive 
após o trânsito em julgado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espécies de habeas 
corpus 
São espécies de habeas corpus: 
a) Preventivo: no habeas corpus preventivo, o indivíduo 
encontra-se na iminência de ser preso ilegalmente. Impetra-se 
HC e pede-se aqui um documento chamado “salvo-conduto” 
(livre trânsito), que blinda o sujeito contra aquela ameaça de 
prisão ilegal. 
b) Liberatório (ou repressivo): no habeas corpus liberatório 
(ou repressivo) a pessoa encontra-se presa ilegalmente. Impetra-
se o HC e requer-se o alvará de soltura. 
c) Suspensivo: no habeas corpus suspensivo, foi expedido um 
mandado de prisão (ilegal) contra o sujeito. Impetra-se o HC e 
pede-se o contramandado de prisão, visando neutralizar a 
ordem de prisão anteriormente expedida. 
d) Trancamento: No habeas corpus de trancamento é aquele 
que visa obstar o prosseguimento do inquérito policial ou da ação 
quando não houver justa causa (v.g., o fato é atípico). 
A jurisprudência entende que o habeas corpus de trancamento, 
especialmente na hipótese de inquérito policial, somente deve ser 
concedido em hipóteses excepcionais, quando a ilegalidade for 
flagrante. 
60 
 
Formato Petição inicial em peça única. 
 
 
 
 
 
 
 
Competência/atribuição 
A competência para julgar o habeas corpus é da autoridade 
judiciária imediatamente superior àquela que proferiu a ordem 
ilegal a ser combatida: 
Competência do juiz de primeira instância: em regra, quando 
o coator for delegado, agente policial ou particular. 
Competência do TJ: em regra, quando o coator for promotor de 
justiça ou juiz de primeira instância. 
Competência do TRF: quando a autoridade coatora fora juiz 
federal ou procurador da república (art. 108, I, d, da CF). 
Competência do STJ (art. 105, I, c, da CF): quando o coator ou 
paciente for Governador, desembargos do TJ, TRF, TRE ou 
TRT, membro do Tribunal de Contas (da União, do Estado ou do 
Município) ou membro do MPU que oficie perante tribunais. 
Competência do STF (art. 102, I, d, da CF): quando o paciente 
for o Presidente da República, Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, os membros dos tribunais superiores e do 
TCU ou os chefes de missão diplomática de caráter permanente. 
 
 
 
Legitimidade 
Qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus em nome próprio 
ou em nome de outrem (inclusive sem procuração). Assim, 
podem impetrar habeas corpus: pessoa jurídica, menor, doente 
mental, estrangeiro, enfim, não há restrição aqui. 
Note-se que não se exige capacidade postulatória para impetrar 
habeas corpus, não sendo necessário, portanto, fazê-lo por meio 
de advogado. 
Verbo “Impetrar” 
 
 
Denominação das 
partes 
O habeas corpus, diferentemente de outras ações, possui três 
partes: o “impetrante”, que é aquele que impetra o habeas corpus 
(usualmente advogado), o “paciente”, que é aquele que está 
sofrendo o constrangimento ilegal, e a “autoridade coatora”, 
autoridade que determinou o ato considerado ilegal, que pode ser 
judiciária ou administrativa. 
61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipóteses de cabimento 
O habeas corpus é cabível sempre que houver a restrição ou a 
probabilidade de restrição da liberdade do indivíduo, ainda que 
de forma indireta. 
O art. 648 do CPP traz um rol exemplificativo de situações que 
podem ser consideras como violadoras da liberdade de 
locomoção do indivíduo: 
a) quando não houver justa causa: 
A justa causa destaca na norma deste inciso possui dois 
significados: 
Primeiro: falta de justa causa, isto é, falta de fundamentação para 
a ordem proferida. 
Ex.: decisão que, sem fundamentação, decreta a preventiva do 
réu. Cabe HC contra essa decisão. 
Segundo: justa causa para a existência do processo ou da 
investigação. Ou seja, não há provas suficientes embasando a 
investigação ou o processo contra o réu. Ex.: ação penal sem 
provas mínimas de que o réu é o autor do fato. Neste caso, será 
perdido o trancamento da persecução penal por meio de HC. 
b) quando alguém estiver preso por maiostempo do que 
determina a lei: 
Ex.: excesso de prazo na prisão em flagrante (art. 10 do CPP). 
Delegado que extrapola o seu prazo de 10 (dez) dias para 
concluir e encaminhar o inquérito policial. Cabe HC nessa 
situação. 
c) quando quem ordenar a coação não tiver competência 
para fazê-lo; 
Ex.: juiz federal que decreta a prisão preventiva de um indiciado 
que praticou crime de competência da justiça estadual. 
d) quando houver cessado o motivo que autorizou a coação: 
Ex.: imagine-se que, no curso do processo, foi decreta a 
preventiva do réu por conveniência da instrução criminal em 
razão dele estar destruindo as provas do processo. Finda a 
instrução probatória, não havendo mais material probatório a ser 
62 
 
produzido/destruído, torna-se desnecessária a manutenção do 
cárcere. Cabe HC nesta situação, pois o motivo pelo qual foi 
decretada a prisão não mais existe. Somente será possível a 
prisão do réu se pautada em oura hipótese autorizadora da 
preventiva (art. 312 do CPP), mas não mais a “conveniência da 
instrução criminal”. 
e) quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos 
casos em que a lei autoriza: 
Ex.: imagine-se que, no curso do processo, o juiz indefere 
arbitrariamente a concessão de fiança que era cabível no caso 
concreto. Cabe HC nessa situação. 
f) quando o processo for manifestamente nulo: 
Ex.: imagine-se que o réu não citado está respondendo a processo 
por crime de furto. Conclusão: processo manifestamente nulo. 
Cabe HC para combater essa situação. 
g) quando extinta a punibilidade: 
Ex.: imagine-se que o crime praticado pelo acusado já 
prescreveu. O juiz, ignorando esse fato, determina o seguimento 
do processo. Cabe HC neste caso. 
 
 
 
 
Liminar em habeas 
corpus 
Há a possibilidade de concessão de medida liminar, para se 
evitar possível constrangimento irreparável à liberdade de 
locomoção. 
São requisitos para a concessão da medida liminar: a) periculum 
in mora: é o risco de que, sem a medida liminar, a liberdade de 
locomoção do indivíduo seja constrita por uma ordem ilegal; e 
b) fumus boni iuris: que a plausibilidade da tese jurídica 
levantada, usualmente demonstrada pela existência de normas 
jurídicas, interpretação doutrinárias ou precedentes judiciais no 
mesmo sentido. 
Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito; e c) pedidos. 
 
 
 
Devem ser formulados os seguintes pedidos: a) concessão da 
ordem de habeas corpus, indicando-se o fundamento legal e a 
finalidade; b) que seja oficiada a autoridade coatora para que 
63 
 
 
 
Pedidos (sugestão) 
preste informações; e c) a intimação do membro do Ministério 
Público. 
Caso tenha sido requerida a medida liminar, deve-se pedir: a) a 
concessão da medida liminar, já que presentes os requisitos 
autorizadores; e b) no julgamento do mérito, a ratificação da 
liminar já concedida, com a concessão definitiva da ordem de 
habeas corpus. 
É importante destacar que nunca se deve pedir a absolvição do 
paciente em sede de habeas corpus, na medida em que não se 
discute o mérito da causa nessa ação. 
 
Particularidades 
Apesar dos Tribunais Superiores não admitirem tal 
posicionamento, é certo que não há impedimento legal para que 
o habeas corpus seja utilizado como substitutivo de recurso ou 
de revisão criminal. 
 
 
 
MODELO 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR _________. 
 
 
 IMPETRANTE, _________(nacionalidade), _________(estado civil), advogado, 
inscrito no quadros da Ordem dos Advogados do Brasil sob o n.º _____ (se for advogado), 
portador do documento de identidade (RG) n.º _________, inscrito no CPF/MF sob o nº 
_________, residente e domiciliado na _________(endereço), nº __, no _________(bairro), 
na cidade de _________, vem respeitosamente, com fundamento no artigo 5º, inciso LXVIII, 
da Constituição da República Federativa do Brasil, impetrar o presente pedido de concessão 
de ordem de 
 
HABEAS CORPUS 
[com pedido de liminar] 
64 
 
 
em favor do paciente NOME DO PACIENTE, _________(nacionalidade), 
_________(estado civil), _________(profissão), portador do documento de identidade (RG) 
_________, inscrito no CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado na 
_________(endereço), nº __, no _________(bairro), na cidade de _________, por estar 
sofrendo constrangimento ilegal por parte AUTORIDADE COATORA, pelos motivos de 
fato e de direito que passa a expor: 
 
I – DOS FATOS 
 
II – DO DIREITO 
 
III – DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA CONCESSÃO DO PEDIDO 
LIMINARMENTE 
 
IV – DO PEDIDO 
 
1 .Que seja concedida a ordem pleiteada liminarmente. 
2. Que a ordem concedida liminarmente seja confirmada em julgamento definitivo. 
 
Que a ordem de habeas corpus seja concedida [neste caso, quando não houver pedido 
de liminar]. 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local, data 
 
ADVOGADO 
OAB 
 
 
 
65 
 
16. REVISÃO CRIMINAL 
 
 
 
 
Conceito 
A revisão criminal é uma ação penal de natureza constitutiva e 
sui generis, de competência originária dos tribunais, destinada a 
rever, como regra, decisão condenatória com trânsito em julgado, 
quando ocorreu erro judiciário. 
É ação exclusiva do réu. Não é aceita entre nós a revisão em 
favor da sociedade (pro societate). A vedação da revisão pro 
societate encontra respaldo expressa na Convenção Americana 
de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). 
Previsão legal Art. 621 do CPP. 
 
Prazo 
Não há prazo. Porém, a revisão criminal somente pode ser 
proposta após o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. 
 
 
Requisito 
O requisito para a propositura da revisão criminal é a existência 
de uma sentença penal condenatória transitada em julgado, 
não importando a natureza da pena aplicada (pecuniária ou 
privativa de liberdade), a sua quantidade, se já foi cumprida ou 
não ou se é vivo ou morto o sentenciado. 
Formato Petição inicial em peça única. 
 
 
 
 
 
 
Competência/atribuição 
Cabe ao Tribunal em que ocorre o trânsito em julgado a revisão 
criminal, sendo endereçada ao Presidente do Tribunal, nos 
seguintes termos: 
a) STF e STJ: julgam suas próprias condenações (em sede de 
competência originária) e aquelas por eles mantidas. Ex. da 
última situação: imagine-se que um processo, por meio de 
recurso extraordinário, chegou até o STF. Caso, posteriormente, 
surja nova prova da inocência do réu, eventual revisão criminal 
poderá ser ingressada no próprio STF, uma vez que esse órgão 
manteve a condenação do acusado. 
b) TRF: julgam as próprias condenações (competência 
originária) e dos juízes federais. 
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c) TJ: julgam as próprias condenações (competência originária) 
e dos juízes estaduais. 
Note-se que não existem revisão criminal julgada pela primeira 
instância. 
 
 
 
 
 
Legitimidade 
A revisão criminal somente pode ser intentada em favor do réu. 
Porém, a doutrina e a jurisprudência entendem como legitimados 
para sua propositura: 
a) O próprio condenado, independentemente de advogado. 
b) Procurador legalmente habilitado (advogado). Há 
doutrinadores como Tourinho Filho Júlio Fabbrini Mirabete 
que entendem que pode ser qualquer pessoa, desde que munida 
de procuração. 
c) Cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, no 
caso de condenado já falecido. 
d) O Ministério Público. Embora o tema seja polêmico, 
prevalece o entendimento de que é possível (Luiz Flávio Gomes 
e Hidejalma Muccio, por exemplo). 
Verbo “Propor”. 
Denominação das 
partes 
“Revisionando” é a denominação daquele que requer a revisão 
criminal. 
 
 
 
 
 
 
Hipóteses de cabimento 
As hipóteses de cabimentos são disciplinadas pelo art. 621 do 
CPP: 
a) quando a sentença condenatória for contrária ao texto 
expresso da lei penal ou à evidência dos autos: 
a) Sentença contrária ao texto expresso de lei penal: por “lei 
penal” entenda-se lei penal e processual penal. É preciso que a 
sentença

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