Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MATHEUS HERREN FALIVENE DE SOUSA MODELOS DE PRÁTICA PENAL PARA ADVOCACIA 1 MATHEUS HERREN FALIVENE DE SOUSA Advogado criminalista. Doutor e mestre em Direito Penal pela Universidade de São Paulo. Especialista em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra. Professor Universitário. matheus_falivene@hotmail.com www.faliveneadvogados.com.br MODELOS DE PRÁTICA PENAL PARA ADVOCACIA http://www.faliveneadvogados.com.br/ 2 [VERSÃO PARCIAL] Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. 3 SUMÁRIO INQUÉRITO POLICIAL 1. Pedido de instauração de inquérito policial............................................................................5 2. Representação criminal...........................................................................................................9 PRISÃO CAUTELAR E LIBERDADE 3. Pedido de relaxamento da prisão em flagrante.....................................................................13 4. Pedido de liberdade provisória..............................................................................................16 5. Pedido de revogação da prisão preventiva............................................................................19 AÇÃO PENAL 6. Queixa-crime.........................................................................................................................23 RESPOSTA ESCRITA 7. Resposta escrita à acusação...................................................................................................27 ALEGAÇÕES FINAIS 8. Alegações finais por meio de memoriais..............................................................................30 4 RECURSOS 9. Recurso de Apelação.............................................................................................................34 10. Recurso em Sentido Estrito.................................................................................................39 11. Embargos de declaração......................................................................................................44 12. Embargos infringentes e/ou de nulidade.............................................................................47 13. Recurso Ordinário Constitucional.......................................................................................51 14. Agravo em execução...........................................................................................................55 AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO 15. Habeas Corpus....................................................................................................................59 16. Revisão criminal.................................................................................................................65 5 INQUÉRITO POLICIAL 1. PEDIDO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL Conceito O pedido de instauração de inquérito policial é a peça dirigida à autoridade policial que tem por finalidade requerer a instauração de inquérito policial em razão da prática de determinada fato, apresentando elementos mínimos de prova. Previsão legal Art. 5º, inciso II, in fine, do CPP, no caso de ação penal pública incondicionada; e art. 5º, § 5º, do CPP, no caso de ação penal privada. Prazo Não há prazo específico, porém, deve ser levado em conta o prazo da decadência (nas hipóteses de crime de ação penal pública condicionada ou privada), e o prazo da prescrição, em qualquer hipótese. Formato “Petição inicial” (com qualificação completa) em peça única. Competência/atribuição A peça é dirigida ao Delegado de Polícia, que pode ser Estadual ou Federal, conforme a atribuição para investigar o crime. Legitimidade Nas hipóteses em que o crime for de ação penal privada, o pedido pode ser formulado pela vítima ou por seu representante legal. Em caso de morte da vítima, poderá ser formulado pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Nas hipóteses de crime de ação penal pública, o pedido pode ser formulado pela vítima ou pelo seu representante. Verbo “Requerer”. Denominação das partes “Requerente”, para designar a vítima que está realizado o pedido, e “requerido”, para designar aquele que deve ser investigado, se conhecido. Hipóteses de cabimento A peça é cabível quando houver elementos da ocorrência de uma infração penal que deva ser investigada pela autoridade policial. 6 Conteúdo A petição deve conter a descrição do fato criminoso e, se possível, a imputação do crime cometido – caso seja possível identifica-lo de plano. Pedidos (sugestão) a) instauração do inquérito policial; b) juntada dos documentos anexos, caso existam, e da procuração com poderes especiais; c) oitiva do requerente, para ratificação do conteúdo da peça; d) oitiva das testemunhas arroladas (que devem ser qualificadas); e e) realização de demais diligências pertinentes, caso necessárias. Particularidades A procuração outorgada ao advogado deve conter poderes especiais para requerer a instauração de inquérito policial, qualificando o requerido, descrevendo as circunstâncias do fato criminoso e, se possível, a imputação criminal. Além disso, é recomendável que o requerente assine a peça em conjunto com o advogado. MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA TITULAR DO ___ DISTRITO POLICIAL DE _____ [ou] EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIAL FEDERAL DA SUPERINTENÊNCIA DA POLÍCIAL FEDERAL DO ESTADO DE ______ REQUERENTE, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do documento de identidade (RG) n. ______, inscrito no CPF/MF sob o n.º ______, residente e domiciliado na (endereço), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, através de seu procurador devidamente constituído por meio de instrumento de procuração com poderes especiais, com fundando no art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal requerer a INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL 7 com a finalidade de apurar eventual conduta criminosa praticada por REQUERIDO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do documento de identidade (RG) n. - ______, inscrito no CPF/MF sob o n.º ______, residente e domiciliado na (endereço), conforme as razões de fato e de direito a seguir aduzidas: I – DOS FATOS [Descrever os fatos]. II – DO DIREITO [Discorrer sobre a subsunção do fato à norma penal] III – DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: a) a instauração do inquérito policial, nos termos do art. 5º, inciso II, do CPP; b) a designação de data para a ratificação do pedido de instauração de inquérito policial e oitiva do requerente; c) a juntada do anexo instrumento de procuração e demais documentos que instruem o presente pedido; d) a oitiva das testemunhas abaixo-arroladas. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. 8 ADVOGADO OAB ROL DE TESTEMUNHAS 1) TESTEMUNHA 1, endereço. 2) TESTEMUNHA 2, endereço. 9 2. REPRESENTAÇÃO CRIMINAL Conceito A representação criminal (ou delatio criminis) é a peça dirigida à Autoridade Policial, ao Ministério Pùblico ou ao Juiz de Direito que, nos casos de ação penal pública condicionada à representação, demonstra o desejo a vítima de ver o autor do fato investigado e posteriormente processado. Previsão legal Art. 5º, § 4º, do CPP e art. 24, caput, do CPP, no caso de ação penal pública condicionada à representação.Prazo Deve ser ofertada no prazo de 6 (seis) meses, contados da ciência da autoria do crime (art. 38 do CPP). Formato Petição simples em peça única. Competência/atribuição Pode ser dirigida ao Delegado de Polícia, que pode ser Estadual ou Federal, ao Membro do Ministério Público e ao Juiz de Direito. Legitimidade A representação pode ser formulada pela vítima ou seu representante legal. Em caso de morte da vítima, poderá ser oferecida pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Verbo “Oferecer” Denominação das partes “Representante”, para designar a vítima que oferece a representação criminal, e “representando”, para designar o suposto autor da infração penal. Hipóteses de cabimento A peça é cabível nas hipóteses em que foi cometida uma infração penal de natureza pública condicionada à representação do ofendido. Conteúdo A peça deve conter a narrativa dos fatos, a tipificação da conduta e a manifestação da representação, isto é, que a vítima deseja que seja instauração investigação policial e ação peal contra o representado. a) formulação da representação; b) instauração do inquérito policial; c) juntada dos documentos anexos, caso existam, e da 10 Pedidos (sugestão) procuração com poderes especiais; d) oitiva do requerente, para ratificação do conteúdo da peça; e) oitiva das testemunhas arroladas (que devem ser qualificadas); e f) realização de demais diligências pertinentes, caso necessárias. Particularidades A procuração outorgada ao advogado deve conter poderes especiais para oferecer representação criminal e requerer a instauração de inquérito policial, qualificando o requerido, descrevendo as circunstâncias do fato criminoso e, se possível, a imputação criminal. Além disso, é recomendável que o requerente assine a peça em conjunto com o advogado. É possível a retratação até o oferecimento da denúncia (art. 25 do CPP), sendo que, para tanto, também deve ser outorgada procuração com poderes especiais (para retratação) e é recomendável que a petição seja assinada em conjunto pelo requerente. MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DO ___ DISTRITO POLICIAL DE ______ NOME, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF /MF sob o nº. ____, portador do documento de identidade (RG) nº. ___, residente e domiciliado na (endereço), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, ofertar, dentro do prazo decadencial (art. 103 CP e art. art. 38, caput, do CPP), nos termos do art. 5º, § 4º, do Código de Processo Penal, a presente REPRESENTAÇÃO CRIMINAL (DELATIO CRIMINIS) 11 em face de ato delituoso praticado por REPRESENTADO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF /MF sob o nº. ____, portador do documento de identidade (RG) nº. ___, residente e domiciliado na (endereço), o que faz através das anexas razões de fato e de direito: I - BREVES CONSIDERAÇÕES DE FATO E DE DIREITO II – DOS PEDIDOS Ante o exposto, restando ao menos em tese configurada a prática do crime de (crime), a representante NOME informa que tem interesse em representar contra o agressor a ser identificado no curso das investigações, requerendo, ainda, que se digne Vossa Excelência a tomar as seguintes providências: a) determinar a abertura de Inquérito Policial, a fim de averiguar a possível existência do crime e sua autoria, com fundamento no art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal; c) requer, ademais, a oitiva das testemunhas abaixo arroladas (CPP, art. 5º, § 1º, ‘c’). Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10868890/artigo-5-da-lei-n-11340-de-07-de-agosto-de-2006 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10868825/inciso-ii-do-artigo-5-da-lei-n-11340-de-07-de-agosto-de-2006 12 REPRESENTANTE ROL DE TESTEMUNHAS: 1) FULANO, qualificação e endereço / telefone 2) CICRANO, qualificação e endereço / telefone 13 PRISÃO CAUTELAR E LIBERDADE 3. PEDIDO DE RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE Conceito O pedido de relaxamento da prisão em flagrante é a peça dirigida ao juiz competente para que coloque o indivíduo preso em flagrante em liberdade em decorrência da nulidade do flagrante, seja porque foi realizada fora de uma das hipóteses previstas em lei, porque descumpriu alguma formalidade legal ou porque há excesso de prazo. Previsão legal Art. 5º, inciso LXV, da CF (dever de relaxamento da prisão ilegal); e art. 310, inciso I, do CPP (dever de relaxamento da prisão ilegal). Prazo Não há. Porém, a jurisprudência entende que, uma vez decretada a prisão preventiva, não há como se falar mais em relaxamento da prisão em flagrante. Formato “Petição inicial” em peça única, com qualificação do requerente. Caso o flagrante já tenha sido distribuído, petição simples, sem a necessidade de qualificação. Competência/atribuição Juízo da causa. Existem algumas comarcas, usualmente capitais, que possuem uma vara especializada em inquéritos policiais e prisões em flagrante (v.g., DIPO – Departamento Técnico de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária, na comarca de São Paulo). Legitimidade O indivíduo preso em flagrante ou o Ministério Público. Verbo “Requerer” Denominação das partes “Requerente” é o indivíduo que requer o relaxamento da prisão em flagrante. Hipóteses de cabimento O relaxamento da prisão em flagrante é cabível sempre que a prisão for ilegal, seja por ocorrer fora das hipóteses previstas em 14 lei, por desrespeitar as formalidades legais ou por haver excesso de prazo. Conteúdo A petição deve conter: a) os fatos, descrevendo o ocorrido; b) direito, demonstrando as razões pelas quais o indivíduo deve ser colocado em liberdade provisória; e c) pedido. Pedidos (sugestão) Requer-se que, após a oitiva do Ministério Público, seja relaxada a prisão em flagrante, com a expedição do alvará de soltura. Particularidades Caso o pedido de relaxamento da prisão em flagrante seja indeferido, poderá ser impetrado habeas corpus. Flagrante preparado: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação” (súmula 145 do STF). Excesso de prazo: “A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.” (súmula 687 do STF). MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MERITÍSSIMA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ Processo nº: [se houver, caso não haja processo deve-se colocar Autos nº:] _________(nome), _________(nacionalidade), _________(estado civil), _________(profissão), portador do documento de identidade (RG) _________, inscrito no CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado à _________(endereço), nº __, no _________(bairro), na cidade de _________, vem respeitosamente, por meio de seu advogado que esta subscreve, constituído conforme documento de procuração como cláusula ad judicia, com fundamento no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal e no artigo 304 do 15 Código de Processo Penal, apresentar o presente pedido de RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE pelos motivos que, de fato e de direito passa a expor: I – DOS FATOS II – DO DIREITO III – DO PEDIDO Por todo o exposto, requer-se à Vossa Excelência que determine o imediato relaxamento da prisão em flagrante, com a expedição do competente alvará de soltura. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB 16 4. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA Conceito O pedido de liberdade provisória é a peça dirigidaao juiz competente para que o indivíduo, preso em flagrante, possa aguardar o deslinde das investigações e do processo em liberdade. O pedido pode ser tanto com fiança, quando for admissível a prestação de fiança, e sem fiança, nas hipóteses em que não é admissível a imposição de fiança mas é admissível a liberdade provisória. Atualmente, com a implementação das audiências de custódia, o pedido perdeu um pouco de sua importância prática, na medida em que, na referida audiência, o juiz decidirá, após ouvido o Ministério Público e a defesa, se o flagranciado será colocado em liberdade (isto é, concedida a liberdade provisória) ou se será decretada sua prisão preventiva. Previsão legal Art. 5º, inciso LXVI, da CF (ninguém será preso ou mantido preso quando se admitir liberdade provisória, com ou sem fiança); art. 310, inciso III, do CPP (concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança); e art. 321 do CPP (dever de concessão de liberdade provisória uma vez ausentes os requisitos necessários para decretação da prisão preventiva). Prazo Não há. Porém, em regra, o pedido deve ocorrer antes de eventual decretação da prisão preventiva – uma vez decretada a prisão preventiva, será possível o pedido de revogação da prisão preventiva. Formato “Petição inicial” em peça única. Competência/atribuição Juízo da causa. Existem algumas comarcas, usualmente capitais, que possuem uma vara especializada em inquéritos policiais e prisões em flagrante (v.g., DIPO – Departamento Técnico de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária, na comarca de São Paulo). 17 Legitimidade Tanto o indivíduo preso em flagrante, por meio da sua defesa, quanto o Ministério Público podem requerer a liberdade provisória. Verbo “Requerer” Denominação das partes “Requerente” é o indivíduo preso em flagrante que requer a liberdade provisória para que possa responder ao inquérito/processo em liberdade. Hipóteses de cabimento A liberdade provisória sem fiança é cabível nas demais situações, como, por exemplo, nas hipóteses de crimes hediondos e equiparados. Conteúdo A petição deve conter: a) os fatos, descrevendo o ocorrido; b) breve demonstração das condições pessoais do requerente (emprego com carteira assinada, residência fixa, família, etc.); c) direito, demonstrando as razões pelas quais o indivíduo deve ser colocado em liberdade provisória; e d) pedido. Pedidos (sugestão) Requer-se, após a oitiva do Ministério Público, a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, com a consequente expedição do alvará de soltura. Particularidades Caso o pedido de liberdade provisória seja indeferido, poderá ser impetrado habeas corpus. MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MERITÍSSIMA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ Processo nº: [se houver, caso não haja processo deve-se colocar Autos nº:] 18 _________(nome), _________(nacionalidade), _________(estado civil), _________(profissão), portador do documento de identidade (RG) _________, inscrito no CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado à _________(endereço), nº __, no _________(bairro), na cidade de _________, vem respeitosamente, por meio de seu advogado que esta subscreve, constituído conforme anexo documento de procuração como cláusula ad judicia, com fundamento no artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal e no artigos _________ do Código de Processo Penal, apresentar o presente pedido de LIBERDADE PRIVISÓRIA, COM/SEM FINAÇA pelos motivos que, de fato e de direito passa a expor: I – DOS FATOS II – DA PESSOA DO REQUERENTE [Utilizando-se dos dados fornecidos pelo problema, demonstrar em tópico próprio que o requerente reúne as condições necessárias para concessão da liberdade provisória: primariedade, ocupação lícita, bons antecedentes, residência fixa e família constituída.] III – DO DIREITO IV – DO PEDIDO Por todo o exposto, requer-se à Vossa Excelência a concessão do presente pedido de liberdade provisória com/sem fiança em favor do requerente, com a imediata expedição do competente alvará de soltura.. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB 19 5. PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA / TEMPORÁRIA Conceito O pedido de revogação da prisão preventiva ou da prisão temporária é o pedido realizado ao juízo da causa para que revogue a prisão cautelar (preventiva ou temporária), por não estarem presentes os seus requisitos, pressupostos ou por haver excesso de prazo. Previsão legal Art. 316 do CPP (revogação da prisão preventiva); eventualmente, poderão ser invocados dispositivos da Lei de Prisão Temporária (Lei n.º 7.960/89). Prazo Não há prazo, devendo ser realizado enquanto perdurar a prisão cautelar. Formato “Petição inicial” em peça única. Competência/atribuição Juízo da causa ou que houver decretado a prisão preventiva ou temporária. Legitimidade Tanto o indivíduo preso cautelarmente, por meio da sua defesa, quanto o Ministério Público podem requerer a revogação da prisão preventiva ou da prisão temporária. Verbo “Requerer” Denominação das partes “Requerente” é o indivíduo preso que requer a revogação da prisão cautelar. Hipóteses de cabimento É cabível a revogação prisão preventiva ou da prisão temporária quando os motivos da decretação não estão mais presentes ou há o denominados excesso de prazo. A revogação pode se dar pela ausência dos pressupostos genéricos da prisão cautelar, denominados de fummus comissi delicti, que são a prova da existência do crime e indícios de autoria. Além isso, existem pressupostos específicos para cada tipo de prisão: Prisão preventiva: o pedido pode se fundamentar na ausência dos fundamentos da prisão preventiva (garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, conveniência da instrução 20 criminal ou assegurar a aplicação da lei penal) ou na ausência de suas condições de admissibilidade (crime punido com pena privativa de liberdade superior a quatro anos, condenado por outro crime doloso por sentença penal transitada em julgado, violência doméstica, dúvida sobre a identidade ou descumprimento de outra medida cautelar). É possível ocorrer o denominado excesso de prazo, apesar de não haver um marco doutrinário e jurisprudencial claro de quando ele ocorre. Prisão temporária: o pedido pode se fundamentar na ausência das hipóteses de cabimento contidas na Lei que são: a) o cometimento de algum dos crimes ali listados (art. 1º, inciso III); e c) quando imprescindível para investigação do inquérito policial (inciso II); ou d) quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos para o esclarecimento de sua identidade (inciso III). Além disso, é importante lembrar que a prisão temporária só pode ser decretada no âmbito do inquérito policial e possui prazo de duração limitado que, se for ultrapassado, dá azo ao excesso de prazo. Conteúdo A petição deve conter: a) os fatos, descrevendo o ocorrido; b) direito, demonstrando as razões pelas quais a prisão preventiva ou temporária deve ser revogada; e d) pedido. Pedidos (sugestão) Requer-se, após a oitiva do Ministério Público, a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, com a consequente expedição do alvará de soltura. Particularidades Caso o pedido de liberdade provisória seja indeferido, poderá ser impetrado habeas corpus. 21 MODELO EXCCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ Distribuição por dependência dos autos nº [se houver processo, processo nº] NOME, brasileiro, solteiro, estudante, portador da cédula de identidade nº ( ), inscrito no CPF sob o nº ( ), residente e domiciliadona rua (qualificação do endereço do autor da ação), vem por meio de seu advogado, devidamente constituído através do anexo instrumento de procuração, como fundamento no art. 5º, LXVI, da Constituição Federal e nos arts. 316 e 319 do Código de Processo Penal, requerer à Vossa Excelência o pedido de REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA o que faz através das seguintes razões de fato e de direito: I. DOS FATOS II. DO DIREITO III. DO PEDIDO 22 Ante o exposto, depois de ouvido o Excelentíssimo Representante do Ministério Público, requer a Vossa Excelência a revogação da prisão preventiva de NOME. Caso Vossa Excelência entenda necessário, seja a prisão preventiva substituída por uma das medidas cautelares diversas da prisão preventiva previstas no art. 319 do mesmo diploma legal. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB 23 AÇÃO PENAL 6. QUEIXA-CRIME Conceito A queixa-crime é a peça vestibular (petição inicial) da ação penal privada. Previsão legal Art. 30 do CPP; art. 100, § 2º, do CP. No caso da ação penal privada os fundamentos são: art. 5º, LIX, da F; art. 100, § 3º, do CP e art. 29 do CPP. Prazo Prazo decadencial de 6 (seis) meses contados da autoria criminosa (art. 103 do CP e art. 38 do CPP). No caso do crime de ocultação de erro essencial ou impedimento (art. 236 do CP), de ação penal privada personalíssima, o prazo se inicia do trânsito em julgado da sentença que anulou o casamento na esfera cível. Formato Petição inicial (qualificando as partes, querelante e querelado, de forma completa) em peça única. Competência/atribuição Juízo competente, de primeiro grau. A competência entre juízo comum e Juizado Especial Criminal se dá com fundamento na pena máxima cominada em tese (contadas eventuais circunstâncias agravantes). Legitimidade A queixa crime pode ser oferecida pela vítima ou por seu representante legal. Verbo “Oferecer” Denominação das partes “Querelante” é a vítima que oferece a ação penal privada, e “querelado”, que é o suposto autor do fato criminoso. Hipóteses de cabimento A queixa-crime é cabível sempre que for cometido um crime de ação penal privada. Conteúdo Devem ser observados os requisitos contidos no art. 41 do CPP: a) exposição do fato criminoso e todas as suas circunstâncias; b) 24 qualificação do acusado; c) classificação do crime; e d) quando necessário, o rol de testemunhas. A petição deve conter: a) fatos, contendo a descrição do crime e de todas as suas circunstâncias, bem como da motivação do querelado; b) direito, contendo argumentação sobre a subsunção do fato à norma penal (e suas circunstâncias); c) pedido, contendo obrigatoriamente o pedido de condenação criminal e o pedido de condenação cível. Pedidos (sugestão) Requer-se: a) o recebimento da queixa-crime; b) a condenação do querelado (deve-se indicar por qual crime, por quantas vezes, etc.); c) a citação do querelado para apresentar resposta escrita à acusação; d) a oitiva das testemunhas arroladas; e e) a condenação do querelado na obrigação civil de reparar o dano. Particularidades No preâmbulo deve-se fazer menção à procuração com poderes especiais (art. 44 do CP). A procuração para oferecimento de queixa-crime deve conter poderes especiais para tanto, qualificando também o querelado e descrevendo as circunstâncias em que se deram o crime e eventual imputação penal. Na prática judicial, é recomendável que o querelante assine a queixa-crime em conjunto com o advogado. MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ 25 _________(nome), _________(nacionalidade), _________(estado civil), _________(profissão), portador do documento de identidade (RG) _________, inscrito no CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado à _________(endereço), nº __, no _________(bairro), na cidade de _________, vem respeitosamente, por meio de seu advogado que esta subscreve, constituído conforme instrumento de procuração como cláusula ad judicia em anexo, com poderes especiais para apresentar a presente QUEIXA , com fundamento no artigo _________(crime), e nos artigos 41 e 44 do Código de Processo Penal, em face de _________(nome), _________(nacionalidade), _________(estado civil), _________(profissão), portador do documento de identidade (RG) _________, inscrito no CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado à _________(endereço), nº __, no _________(bairro), na cidade de _________, o que faz pelos motivos de fato e de direito que passa a expor: I – DOS FATOS [ Quem? Como? Quando? Onde? Por quê? É importante descrever os fatos de forma concisa, porém completa, dizendo também qual é a motivação do crime ] II – DO DIREITO III – DOS PEDIDOS Por todo o exposto, tendo o querelado infringido o disposto no artigo _________(crime), requer à Vossa Excelência que seja recebida a presente QUEIXA, que deverá ser julgada procedente, citando-se o querelado para responder à presente ação, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do artigo 396 do Código de Processo Penal, ouvindo-se em audiência as testemunhas abaixo-arroladas. Requer, ainda, seja imposta ao querelado a obrigação de reparar o dano, nos termos do artigo 387, IV, do Código de Processo Penal. Termos em que, Pede deferimento. 26 Local, data. ADVOGADO OAB ROL DE TESTEMUNHAS: 1ª - _________(nome), _________(endereço); 2ª - _________(nome), _________(endereço); 3ª - _________(nome), _________(endereço). 27 RESPOSTA ESCRITA 7. RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO Conceito A resposta escrita à acusação é a primeira peça apresentada pela defesa no processo penal, no prazo de 10 (dez) dias contados da citação do réu, e tem como finalidade juntar documentos, apresentar preliminares, discutir o mérito da acusação (nos termos do art. 397 do CPP), requerendo a denominada absolvição sumária, e arrolar testemunhas. A resposta escrita à acusação é posterior ao recebimento da denúncia. Previsão legal Arts. 396 e 396-A do CPP. Prazo Prazo de 10 (dez) dias, contados a partir da citação, nas hipóteses em que o réu é citado pessoalmente, ou a partir do comparecimento no processo, quando o réu é citado por edital. Formato Petição simples em peça única. Competência/atribuição Juízo da causa. Legitimidade É peça privativa da defesa, ofertado pelo acusado por meio de seu defensor, e tem como finalidade precípua realizar o contraditório com relação á denúncia. Verbo “Apresentar” Denominação das partes O “réu” também pode ser denominado de “acusado” ou “denunciado” na ação penal pública, ou “querelado”, na ação penal privada, e a parte ex adversa, a “acusação”, pode ser denominada de “Ministério Público” na ação penal pública, ou “querelante”, na ação penal privada. Hipóteses de cabimento Nos termos do art. 396, caput, do CPP, a defesa pode apresentar qualquer defesa que lhe interessar, seja preliminar ou de mérito, 28 juntar documentos e apresentar o rol de testemunhas, cujo número varia conforme o procedimento. Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em preliminares e mérito; e c) pedidos. Com relação ao direito, este pode constituir de preliminares (nulidades e reconhecimento de causas de extinção da punibilidade) e mérito (pedido de absolvição sumária, pedido de aplicação da suspensão condicional do processo, etc.) ou apenas mérito. Pedidos (sugestão) Os pedidos devem seguir uma ordem: a) questões preliminares, relativas à extinção da punibilidade e às questões processuais; b) mérito,que é a denominada absolvição sumária, disciplinada pelo art. 397 do CPP (que difere da “absolvição”, requerida nas alegações finais); c) pedidos subsidiários, caso existam; d) oitiva das testemunhas arroladas, em caráter de imprescindibilidade, Particularidades É necessário que se arrole as testemunhas, caso existam, e que requeira sua oitiva em caráter de imprescindibilidade. Dessa forma, caso haja ausência ou a testemunha não seja encontrada, é possível que seja substituída. MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____ Processo nº:______ NOME, já qualificado nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, vem respeitosamente, por meio de seu advogado que esta subscreve, constituído através de 29 instrumento de procuração com cláusula ad judicia já acostado aos autos, apresentar, com fundamento no artigo 396 e seguintes do Código de Processo Penal, a presente pedido de RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO, o que faz nos seguintes termos: I – DOS FATOS II – DO DIREITO III – DO PEDIDO Ante o exposto, requer-se à Vossa Excelência que NOME seja sumariamente absolvido com fundamento no artigo 397, inciso ____, do Código de Processo Penal. Porém, na remota hipótese de Vossa Excelência entender de maneira diversa, requer-se que, no momento oportuno, sejam ouvidas as seguintes testemunhas: 1 – NOME, residente no (endereço); 2 – NOME, residente no (endereço); 3 – NOME, residente no (endereço); 4 – NOME, residente no (endereço); Termos em que, Pede deferimento. Local , data. ADVOGADO OAB 30 ALEGAÇÕES FINAIS 8. ALEGAÇÕES FINAIS POR MEIO DE MEMORIAIS ESCRITOS Conceito As alegações finais são o último momento que as partes têm para se manifestar nos autos do processo e, em regra, são realizadas de forma oral. Contudo, nas hipóteses em que a causa é complexa (art. 403, § 3º, do CPP) ou em que há requerimento de diligências na audiência de instrução (art. 404, parágrafo único, do CPP), as alegações finais são apresentadas de forma escrita, naquilo que se denomina de “alegações finais por meio de memoriais escritos”. Previsão legal Art. 403, § 3º, do CPP, nos casos em que a causa é complexa, ou art. 404, parágrafo único, do CPP, nas hipóteses em que, em audiência, for determinada a realização de audiência. Prazo 5 (cinco) dias, contados da intimação, nos termos do art. 403, § 3º, do CPP Formato Petição simples em peça única. Competência/atribuição Juízo da causa. Legitimidade Tanto a acusação quanto a defesa têm legitimidade para apresentação de alegações finais por memoriais, nesta ordem. Nas hipóteses em que houver assistente técnico habilitado, este apresentará seus memoriais após os do Ministério Público, isto é, antes dos da defesa. Verbo “Apresentar” Denominação das partes O “réu” também pode ser denominado de “acusado” ou “querelado”, sendo este correto apenas para a hipótese de ação penal privada. Já a “acusação” pode ser denominada de “Ministério Público”, no caso da ação penal pública, ou “querelante”, no caso da ação penal privada. 31 Hipóteses de cabimento As alegações finais por meio de memoriais escritos são cabíveis quando: a) a causa for complexa e assim determinar o magistrado (art. 403, § 3º, do CPP); e b) quando, em audiência, houver requerimento de diligência (art. 404, parágrafo único, do CPP). Porém, na prática forense, os magistrados determinam a apresentação de alegações finais por escritos em casos que não se encaixam nessas hipóteses como meio de facilitar a condução do processo. Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em preliminares e mérito; e c) pedidos. Com relação ao direito, este pode constituir de preliminares (nulidades e reconhecimento de causas de extinção da punibilidade) e mérito (pedido de absolvição, pedido de aplicação de circunstâncias agravantes ou atenuantes, pedido de aplicação de causas de aumento ou diminuição de pena, pedido de aplicação de regime prisional menos gravoso, pedido de substituição da pena, etc.) ou apenas mérito. Pedidos (sugestão) Os pedidos a serem realizados na peça estão estritamente atrelados ao caso concreto apresentado. Contudo, em regra, há o pedido de absolvição, com fundamento numa das hipóteses contidas no art. 386 do CPP. Particularidades Nos termos da jurisprudência dominante, as alegações finais da defesa são peça obrigatória e, caso não sejam apresentadas pelo advogado constituído, pode o magistrado nomear defensor ad hoc. O processo em que não foram apresentadas alegações finais pela defesa é nulo em decorrência da violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. MODELO 32 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA COMARCA DE _______ Processo nº: NOME, já qualificado nos autos da ação penal que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, nos termos da norma do art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, apresentar suas alegações finais através de MEMORIAIS ESCRITOS DA DEFESA o que faz através dos seguintes fundamentos de fato e de direito: I – DOS FATOS II – DO DIREITO III – DOS PEDIDOS [Exemplos] Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência, preliminarmente: a) O reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do Estado, inclusive com relação aos efeitos extrapenais da condenação, nos termos da norma do art. 386, VI, do CPP; 33 No mérito, requer: a) A absolvição em razão do ilícito civil com relação ao crime de estelionato, nos termos da norma do art. 386, III, do CPP; b) A absolvição, com relação ao crime de quadrilha ou bando (antiga redação do art. 288 do CP) em razão da ausência de comprovação dos elementos constitutivos do crime “associarem-se mais de 3 pessoas”), nos termos da norma do art. 386, III, do CPP; c) Na remota hipótese de condenação, a aplicação da pena no mínimo legal em razão da: i) primariedade do agente; e ii) ausência de circunstâncias agravantes e causas de aumento de pena; iii) a consideração do tempo de prisão preventiva para fins de fixação do regime inicial de cumprimento de pena (art. 387, § 2º, do CPP; e, por fim, iv) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (art. 44 do CP). Termos em que, Pede deferimento. Local , data. ADVOGADO OAB 34 RECURSOS 9. RECURSO DE APELAÇÃO Conceito A apelação é um dos mais importantes recursos, não apenas por ser um dos mais antigos, mas também por possuir o maior efeito devolutivo de todos (ampla possibilidade de discussão de toda a matéria de fato e de direito). Previsão legal Geral: art. 593 do CPP. Absolvição sumária ou impronúncia no procedimento do júri: art. 416 do CPP. Procedimento sumaríssimo (JECRIM): art. 82 da Lei 9.099/95. Prazo Regra: 5 (cinco) dias para interposição e 8 (oito) dias para razões. Assistente de acusação: no caso de assistente de acusação não habilitado nos autos, haverá o prazo de 15 (quinze) dias para interposição, seguido do prazo de 8 (oito) dias para razões. Exceção: no procedimento sumaríssimo (Juizado Especial Criminal0, disciplinado pela Lei n.º 9.099/95, o prazo para interposição e razões é de 10 (dez) dias, em peça única. Formato Regra: petição simples dividida em duas peças, petição de interposição, no prazo de 5 (cinco) dias, e petição de razões, no prazo de 8 (oito) dias. Exceção: no procedimento sumaríssimo (Juizado Especial Criminal0, disciplinado pela Lei n.º 9.099/95, o recurso de apelação éfeito em petição simples em peça única, no prazo de 10 (dez) dias. Contrarrazões: a parte recorrida oferece contrarrazões, anexada a uma petição de juntada, em regra, no prazo de 8 (oito) dias. 35 Porém, no JECRIM, o prazo para contrarrazões será de 10 (dez) dias. Competência/atribuição Primeira instância (a quo): juízo da causa. Segunda instância (ad quem): Tribunal de Justiça, Tribunal Regional Federal ou Turma Recurso dos Juizados Especiais Criminais, conforme o caso. Legitimidade As partes podem interpor recurso de apelação. O assistente de acusação pode interpor recurso de apelação com fundamento no art. 598 do CPP. Verbo “Interpor”. Denominação das partes “Apelante” é quem interpõe o recurso de apelação, podendo ser tanto a defesa técnica (advogado, por meio de petição), autodefesa (réu, por termo nos autos), e o Ministério Público. Há discussão na doutrina sobre a possibilidade de interposição pelo assistente de acusação. “Apelado” é a parte contra quem é oferecido o recurso de apelação. Hipóteses de cabimento Nos termos do art. 593 do CPP, cabe apelação contra: a) ase sentenças definitivas de condenação; b) as sentenças definitivas de absolvição; c) as decisões definitivas ou com força de definitivas, quando não couber recurso em sentido estrito; e d) das decisões do Tribunal do Júri, quando: i) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; ii) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; iii) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; e iv) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. Ainda, no âmbito do Tribunal do Júri, a apelação também é cabível para impugnar a impronúncia e a sentença de absolvição sumária (art. 416 do CPP). No procedimento comum sumaríssimo (Juizado Especial Criminal), é cabível apelação da decisão que 36 Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em preliminares e mérito; e c) pedidos. Com relação ao direito, este pode constituir de preliminares (nulidades e reconhecimento de causas de extinção da punibilidade) e mérito (pedido de absolvição, pedido de aplicação de circunstâncias agravantes ou atenuantes, pedido de aplicação de causas de aumento ou diminuição de pena, pedido de aplicação de regime prisional menos gravoso, pedido de substituição da pena, etc.) ou apenas mérito. Pedidos (sugestão) Petição de interposição: pedido para que o recurso seja recebido e processado. Razões: pedido para que o recuso seja conhecido e provido. Particularidades No recurso de apelação, não há juízo de retratação. Se a apelação for denegada ou julgada deserta, poderá ser interposto recurso em sentido estrito (art. 581, inciso XV, do CPP). MODELO – PETIÇÃO DE INTEPROSIÇÃO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ Processo n.º: NOME, já qualificado nos presentes autos, por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a r. sentença condenatória prolatada às fls. ___, com fundamento no artigo 593, inciso __, do Código de Processo Penal, interpor, tempestivamente, o presente RECURSO DE APELAÇÃO 37 com anexas razões de recurso, para que seja recebido em encaminhado ao Egrégio Tribunal competente para delas conhecer. Termos em que, requerendo ainda que seja ordenado o processamento do presente recurso, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB MODELO - RAZÕES RAZÕES DE APELAÇÃO Apelante: Apelado: Processo n.º: Egrégio Tribunal de Justiça [ou Tribunal Regional Federal] Colenda Câmara Excelsos Julgadores Em que pese o notável saber jurídico e isenção do meritíssimo juiz singular, prolator da sentença condenatória, no presente caso, sua excelência não decidiu com o costumeiro acerto, motivo pelo qual, o apelante, respeitosamente, submete a esse Tribunal, os motivos que, de fato e de direito, fundamentam o seu inconformismo, nos seguintes termos: I – DOS FATOS 38 II – DOS DIREITO 1. PRELIMINARES - Violações de princípios processuais penais (ampla defesa, contraditório, devido processo legal) - Nulidades - Prescrição e outras causas de extinção da punibilidade 2. MÉRITO - Absolvição - Pena (cálculo da pena, inclusive questões relativas à exasperação no concurso de crimes) - Regime inicial de cumprimento de pena - Substituição (por pena restritiva de direito, sursis). III – DOS PEDIDOS Por todo o exposto, requer-se que seja dado provimento ao presente recurso para absolver o apelante _________(nome), com fundamento no disposto no artigo 386, inciso __, do Código de Processo Penal. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB 39 10. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Conceito O recurso em sentido estrito (RESE) é o recurso que busca atacar decisões interlocutórias que produzam algum tipo de gravame à parte. Conforme sublinha a doutrina, as hipóteses de cabimento de RESE (seja no CPP, seja em lei extravagante) são taxativas (trata-se de um número restrito de situações, portanto). Porém, isso não impedirá, em alguns casos, o emprego de interpretação extensiva. Previsão legal Geral: art. 581 do CPP. Código de Trânsito: art. 294, parágrafo único, do CTB. Procedimento na contravenção de jogos de azar: art. 6º, parágrafo único, da Lei n.º 1.508/51. Crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores: art. 2º, inciso III, do Decreto-lei n.º 201/67. Prazo A petição de interposição deve, em regra, ser interposta no prazo de 5 (cinco) dias (art. 586 do CPP). Contudo, o prazo será de 20 (vinte) dias (art. 586, parágrafo único, do CPP) no caso de RESE contra a decisão que inclui ou exclui jurado da lista geral do Tribunal do Júri. Será de 15 (quinze) dias o prazo para a vítima não habilitada como assistente de acusação interpor RESE contra declaração da extinção da punibilidade em caso de inércia do MP (art. 584, § 1º c/c art. 598 do CPP). As razões recursais devem ser apresentadas ano prazo de 2 (dois) dias. Após as razões do recorrente, será dado vista ao recorrido para apresentar suas contrarrazões recursais, cujo prazo será também de 2 (dois) dias. Formato Petição simples, em duas peças: a) interposição, em regra oferecida no prazo de 5 (cinco) dias; e b) razões, oferecidas no prazo de 2 (dois) dias. Primeira instância (a quo): juízo da causa. 40 Competência/atribuição Segunda instância (ad quem): Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal, conforme o caso. Legitimidade Poderão interpor recurso de apelação as partes (acusação e defesa) e o assistente de acusação, nesta hipótese, desde que não tenha havido interposição pelo Ministério Público. Caso o Ministério Público tenha interposto RESE, caberá ao assistente de acusação apenas arrazoá-lo. Verbo “Interpor”. Denominação das partes “Recorrente”, para aquele que oferece o recurso, e “recorrido”, para aquele contra quem o recurso é oferecido. Hipóteses de cabimento O art. 581 do CPP foi consideravelmente modificado em decorrência da Lei de Execução Penal, que crio o recurso de agravo em execução. Sendo assim, atualmente, cabe RESE com este fundamento nas seguintes hipóteses: a) que não receber a denúncia ou a queixa; b) que concluir pela incompetência do juízo; c) que julgar procedentes as exceções, salvo as de suspeição; d) que pronunciar o réu; e) que conceder, engar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;f) que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; g) que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; h) que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; i) que conceder ou negar ordem de habeas corpus; j) que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; as decisões proferidas no curso da execução penal pelo Juízo das Execuções Penais. k) que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; 41 l) que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; m) que denegar a apelação ou a julgar deserta; n) que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; o) que decidir o incidente de falsidade documental. Além disso, o art. 294, parágrafo único, do CTB dispõe que caberá RESE da decisão que suspender cautelarmente a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor ou a proibição de sua obtenção ou o requerimento para suspensão. O art. 6º, parágrafo único, da Lei n.º 1.508/51 (que dispõe sobre o procedimento da contravenção de jogos de azar), dispõe que caberá RESE da decisão de arquivamento da representação. Por fim, o art. 2º, inciso III, do Decreto-lei n.º 201/67 (crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores) dispõe que caberá RESE do despacho concessivo ou denegatório de prisão preventiva ou afastamento do cargo. Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em preliminares e mérito; e c) pedidos. Pedidos (sugestão) Petição de interposição: pedido para que o recurso seja recebido e processado. Razões: pedido para que o recuso seja conhecido e provido. Particularidades No RESE há juízo de retratação, que deve ser expressamente requerido na petição de interposição. Em caso de não conhecimento ou não seguimento do RESE cabe a interposição de carta testemunhável (art. 639 do CPP). Súmula 707/STF: “constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.” 42 MODELO - INTERPOSIÇÃO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ Processo n.º: NOME, já qualificado nos presentes autos, por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a r. decisão prolatada às fls. ___, com fundamento no artigo 581, inciso __, do Código de Processo Penal, interpor, tempestivamente, o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO com anexas razões de recurso. Assim sendo, caso Vossa Excelência entenda que a r. decisão deve ser mantida, requer seja o presente Recurso em Sentido Estrito remetido ao Egrégio Tribunal competente para dele conhecer. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB MODELO – RAZÕES 43 RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Recorrente: Recorrido: Processo n.º: Egrégio Tribunal de Justiça Colenda Câmara Excelsos Julgadores Em que pese o notável saber jurídico e isenção do meritíssimo juiz singular, prolator da decisão, no presente caso, sua excelência não decidiu com o costumeiro acerto, motivo pelo qual, o recorrente, respeitosamente, submete a esse Tribunal, os motivos que, de fato e de direito, fundamentam o seu inconformismo, nos seguintes termos: I – DOS FATOS II – DO DIREITO III – DOS PEDIDOS Por todo o exposto, requer-se que seja dado provimento ao presente recurso para tornar sem efeito a decisão impugnada, no sentido de _________, como medida inteira de justiça. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB 44 11. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Conceito Os embargos de declaração são o recurso oponível contra a decisão (leia-se, sentenças, acórdãos ou decisões interlocutórias) que apresente ambiguidade, obscuridade, omissão ou contradição (arts. 382, 619 e 620 do CPP). Visam, portanto, tornar a decisão mais clara, mais precisa. A doutrina anota que na primeira instância o recurso deve ser denominado como “declaração de sentença”. Previsão legal Declaração de sentença: art. 382 do CPP. Embargos de declaração: art. 619 do CPP. Juizado Especial Criminal: ar. 82 da Lei n.º 9.099/95. Prazo Regra: prazo de 2 (dois) dias. Exceção: no procedimento comum sumaríssimo (Juizado Especial Criminal), o prazo é de 5 (cinco) dias, contados da ciência da decisão. Em qualquer hipótese, a oposição de embargos de declaração interrompe o prazo para interposição de outros recursos. Formato Petição simples em peça única Competência/atribuição O próprio órgão prolator da decisão embargada. Legitimidade Qualquer das partes, seja acusação ou defesa. Verbo “Opor”. Denominação das partes “Embargante” é quem opõe os embargos de declaração e, “embargado” é contra quem são opostos. Hipóteses de cabimento Os arts. 382 e 360 do Código de Processo dispõe que caberá embargos de declaração quando houver: a) ambiguidade; b) obscuridade; c) contradição; ou d) omissão. Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em preliminares e mérito; e c) pedidos. No Direito, deve-se demonstrar o vício da decisão que deverá ser sanado. 45 Pedidos (sugestão) Deve-se requerer o recebimento e provimentos dos embargos, com a declaração da decisão. Particularidades Nos julgamentos de segunda instância (acórdãos), é necessária a oposição de embargos de declaração como forma de se prequestionar as teses que serão levantadas em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário. MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ Processo n.º: NOME, já qualificado nos presentes autos, por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a r. decisão prolatada às fls. ___, com fundamento no art.382 do Código de Processo Penal, opor, tempestivamente, os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO o que faz através das anexas razões de fato e de direito: I – DOS FATOS II – DO DIREITO III – DOS PEDIDOS 46 Ante ao exposto, requer que sejam recebidos e providos os presentes embargos de declaração, declarando-se a v. decisão embargadas, corrigindo-se a [obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão] nela contida. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB 47 12. EMBARGOS INFRINGENTES E/OU DE NULIDADE Conceito Os embargos infringentes e de nulidade são recursos exclusivos da defesa que, ao atacar a falta de unanimidade dos julgadores de segunda instância, busca reverter a situação em favor do acusado. Apontando a defesa a existência de divergência entre os julgadores de uma Turma ou Câmara Criminal que decidiu, por exemplo, o recurso de apelação do réu, os embargos em análise buscam reverter o cenário em prol do réu, fazendo com que os demais julgadores alterem a sua posição pretérita e passem a seguir o voto vencido (favorável ao acusado). Previsão legal Art. 609, parágrafo único, do CPP. Prazo Prazo de 10 (dez) dias, para interposição e razões. As contrarrazões também devem ser oferecidas no prazo de 10 (dez) dias. Formato Petição simples, em peça única, porém dividida em petição e interposição e razões, oferecidas simultaneamente. Caso se apresente embargos e infringentes e de nulidade simultaneamente, eles devem ser feitos em duas peças diferentes (não podem ser feitos numa peça única). Nessa hipótese, o prazo de 10 (dez) dias será comum. Competência/atribuição Juízo a quo : Desembargador Relator do acórdão. Juízo ad quem: Câmara doTribunal de Justiça ou Turma do Tribunal Regional Federal. Legitimidade São recursos privativos da defesa, não havendo a possibilidade de oposição pela acusação. Verbo “Opor”. Denominação das partes “Embargante” é quem opõe os embargos e, “embargado” é contra quem são opostos. Hipóteses de cabimento São três os requisitos para o cabimento do recurso: a) decisão de segunda instância não unânime e desfavorável ao réu (2 votos 48 a 1, por exemplo); b) voto vencido de um dos julgadores favorável ao réu; c) esse recurso só é cabível do acórdão que julgar a apelação, o RESE e o agravo em execução. Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em preliminares e mérito; e c) pedidos. Pedidos (sugestão) Petição de interposição: que seja recebido e processado o recurso. Razões: que seja conhecido e provido o recurso. Particularidades Não será cabível esse recurso se a divergência dos julgadores se der apenas no tocante à fundamentação da decisão. Ex.: não cabem embargos se um julgador divergir dos demais apenas quanto à fundamentação, sendo que a parte dispositiva (a conclusão) do acórdão foi idêntica à dos demais julgadores. Os embargos ficam restritos à matéria divergente. Não poderão abranger, portanto, questões unânimes decididas pelos julgadores. MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO – ____ CÂMARA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE _________ Processo n.º: NOME, já qualificado nos presentes autos, não se conformando com o v. acórdão de fls. ___, que por decisão não unânime _____[falar o motivo dos embargos], vem respeitosamente por meio de seu advogado que esta subscreve, com fundamento no artigo 609 do Código de Processo Penal, opor os presentes 49 EMBARGOS INFRINGENTES [ou] DE NULIDADE desde já apresentando suas razões. Termos em que, Pede deferimento. Local, data; ADVOGADO OAB -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES / DE NULIDADE Embargante: Embargado: Ministério Público Processo n.º: ____ Egrégio Tribunal de Justiça. Colenda Câmara, Excelsos Julgadores, Impõem-se, data vênia, os presentes embargos infringentes/nulidade para que seja reformado o venerado acórdão, dando-se prevalência à tese do voto vencido, na esteira dos fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos: I – DOS FATOS II – DO DIREITO 50 [Discorrer sobre a tese vencida com argumentos da doutrina e da jurisprudência.] III – DO PEDIDO Ante todo o exposto, requer-se que sejam recebidos e providos os presentes embargos infringentes [ou] de nulidade, dando-se prevalência ao voto vencido, no sentido de ________, como medida de inteira justiça. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB 51 13. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL Conceito O recurso ordinário constitucional (ROC) visa resguardar o duplo grau de jurisdição a algumas situações específicas, como nos casos das ações constitucionais de habeas corpus e de mandado de segurança julgadas em segunda instância (TJ ou TRF). O ROC pode ser manejado ao Superior Tribunal de Justiça ou ao Supremo Tribunal Federal, conforme o caso. Previsão legal STF: art. 102, inciso II, alienas a e b, da CF. STJ: art. 105, inciso II, alienas a e b, da CF. Geral: arts. 30 a 35 da Lei n.º 8.038/90. Prazo ROC HC: o prazo para interposição do recurso ordinário constitucional em habeas corpus é de 5 (cinco) dias. ROC MS: o prazo para interposição do recurso ordinário constitucional em mandado de segurança, no STJ, é de 15 (quinze) dias. Já no STF, o prazo é de 5 (cinco) dias (Súmula 319/STF). Formato Petição simples, em peça única, porém dividida em petição e interposição e razões, oferecidas simultaneamente. A petição de interposição é dirigida ao órgão prolator do acórdão recorrido. Competência/atribuição Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça. Legitimidade No caso de ROC HC, tem legitimidade apenas o paciente (aquele em favor de quem foi impetrado o HC). Já no caso de ROC MS, o recurso deve ser interposto pelo impetrante. Verbo “Interpor”. Denominação das partes As partes são denominadas “recorrente” e “recorrido”. Hipóteses de cabimento Cabimento para o STF (art. 102, inciso II, alienas a e b, da CF): 52 a) Decisões denegatórias dos tribunais superiores (STJ, TSE, STM) em única instância de HC ou mandado de segurança; Ex.; prefeito julgado pelo TJ impetra HC contra este órgão no STF, sendo que a Corte o denega. b) Decisões relativas aos crimes políticos: correspondem aos crimes previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei n.º 7.170/83), cuja competência é da Justiça Federal (art. 109, IV, da CF). Ex.: prefeito está sendo processo pelo TRF por crime político. Do acórdão, caberá ROC ao STF. Cabimento para o STJ (art. 105, inciso II, alienas a e b, da CF): a) Decisão denegatória de HC proferida por TRF ou TJ em única ou última instância. Ex.: Fulano impetra HC ao TJ para trancar ação penal contra ele ingressada. O TJ denega a ordem. Cabe ROC ao STJ. Atenção que os exames, valem-se desse mesmo exemplo só que acrescentam que o TJ denegou o HC por maioria de voos. Mesmo assim, cabe ROC. Descabe os infringentes porque este recurso não ataca acórdão de HC não unânime, mas apenas acórdãos não unânimes de RESE, apelação e agravo em execução. b) Decisão denegatória da MS proferida por TRF ou TJ em única instância. Ex.: advogado impetra MS ao TJ contra juiz que o impediu de consultar autos. Da decisão denegatória, cabe ROC. Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em preliminares e mérito; e c) pedidos. Pedidos (sugestão) Petição de interposição: que seja recebido e processado o recurso. Razões: que seja conhecido e provido o recurso. Particularidades Súmula 319/STF: “O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em habeas corpus ou mandado de segurança, é de cinco dias.” 53 MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Processo n.º: NOME, já devidamente qualificado nos autos da ação de habeas corpus [ou mandado de segurança], vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, através de seu advogado que esta subscreve, com fundamento na norma do art. ___ da Constituição Federal, art. ___ da Lei nº 8.038/90, interpor RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL EM HABEAS CORPUS [ou EM MANDADO DE SEGURANÇA] contra o v. acórdão proferido nos autos do processo, através das anexas razões. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL EXCELSO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL [ou EXCELENTÍSISMO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA] EXCELENTÍSSIMOS MINISTROS 54 I – DOS FATOS II – DO DIREITO III – DO PEDIDO Ante ao exposto, requer seja recebido e provido o presente recurso ordinário constitucional com a finalidade de __________. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB 55 14. AGRAVO EM EXECUÇÃO Conceito O agravo em execução (art. 197 da LEP) é o recurso cabível contra as decisões proferidas no cursoda execução da pena pelo juízo da Execução Penal. Previsão legal Art. 197 da Lei de Execução Penal. Prazo O prazo é de 5 (cinco) dias para interposição e 2 (dois) dias para razões. O prazo para contrarrazões é de 2 (dois) dias. Formato Petição simples, em duas peças: petição interposição, no prazo de 5 (cinco) dias, dirigida ao juízo a quo e petição de razões, no prazo de 2 (dois) dias, dirigida ao Tribunal. Competência/atribuição Juízo a quo: Juiz da Vara das Execução Penais. Juízo ad quem: Tribunal. Legitimidade Podem interpor agravo em execução tanto o Ministério Público quanto o condenado, que usualmente é denominada de reeducando. Verbo “Interpor”. Denominação das partes “Recorrente” ou “agravante”, para quem interpõe o agravo, e “recorrido” ou “agravado” para designar contra quem é interposto o agravo em execução. Hipóteses de cabimento O agravo em execução não possui cabimento taxativo, ao contrário do que ocorre com o RESE. A lei não enumera, portanto, as hipóteses de cabimento de agravo em execução. Sendo assim, ele é cabível contra qualquer decisão proferida pelo juízo da execução penal. Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito, que pode se dividir em preliminares e mérito; e c) pedidos. Pedidos (sugestão) Petição de interposição: que seja recebido e processado o recurso. Razões: que seja conhecido e provido o recurso. 56 Particularidades No agravo em execução há juízo de retratação, que deve ser expressamente requerido na petição de interposição. Em caso de não conhecimento ou não seguimento do agravo em execução cabe a interposição de carta testemunhável (art. 639 do CPP). MODELO - INTERPOSIÇÃO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE _________ – ESTADO DE _________ Processo n.º: NOME, já qualificado nos presentes autos de execução penal, por seu advogado que esta subscreve, inconformado com a r. decisão prolatada às fls. ___, com fundamento no artigo 197 da Lei de Execução Penal, interpor, tempestivamente, o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO com anexas razões de recurso. Assim sendo, caso Vossa Excelência entenda que a r. decisão deve ser mantida, requer seja o presente Agravo em Execução remetido ao Egrégio Tribunal competente para dele conhecer. Termos em que, Pede deferimento. Local, data. 57 ADVOGADO OAB MODELO – RAZÕES RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO Agravante: Agravado: Processo n.º: Egrégio Tribunal de Justiça Colenda Câmara Excelsos Julgadores Em que pese o notável saber jurídico e isenção do meritíssimo juiz singular, prolator da decisão, no presente caso, sua excelência não decidiu com o costumeiro acerto, motivo pelo qual, o recorrente, respeitosamente, submete a esse Tribunal, os motivos que, de fato e de direito, fundamentam o seu inconformismo, nos seguintes termos: I – DOS FATOS II – DO DIREITO III – DOS PEDIDOS Por todo o exposto, requer-se que seja dado provimento ao presente recurso para tornar sem efeito a decisão impugnada, no sentido de _________, como medida inteira de justiça. Termos em que, 58 Pede deferimento. Local, data. ADVOGADO OAB 59 AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO 15. HABEAS CORPUS Conceito O habeas corpus é a ação constitucional que busca garantir todos os direitos do acusado e do sentenciado relacionados com sua liberdade de locomoção, ainda que pudesse, na simples condição de direito-meio, ser afetado apenas de modo reflexo, indireto ou oblíquo. Previsão legal Art. 5º, inciso LXVIII, da CF; art. 647 do CPP. Prazo Não há prazo para impetração, podendo ser impetrado inclusive após o trânsito em julgado. Espécies de habeas corpus São espécies de habeas corpus: a) Preventivo: no habeas corpus preventivo, o indivíduo encontra-se na iminência de ser preso ilegalmente. Impetra-se HC e pede-se aqui um documento chamado “salvo-conduto” (livre trânsito), que blinda o sujeito contra aquela ameaça de prisão ilegal. b) Liberatório (ou repressivo): no habeas corpus liberatório (ou repressivo) a pessoa encontra-se presa ilegalmente. Impetra- se o HC e requer-se o alvará de soltura. c) Suspensivo: no habeas corpus suspensivo, foi expedido um mandado de prisão (ilegal) contra o sujeito. Impetra-se o HC e pede-se o contramandado de prisão, visando neutralizar a ordem de prisão anteriormente expedida. d) Trancamento: No habeas corpus de trancamento é aquele que visa obstar o prosseguimento do inquérito policial ou da ação quando não houver justa causa (v.g., o fato é atípico). A jurisprudência entende que o habeas corpus de trancamento, especialmente na hipótese de inquérito policial, somente deve ser concedido em hipóteses excepcionais, quando a ilegalidade for flagrante. 60 Formato Petição inicial em peça única. Competência/atribuição A competência para julgar o habeas corpus é da autoridade judiciária imediatamente superior àquela que proferiu a ordem ilegal a ser combatida: Competência do juiz de primeira instância: em regra, quando o coator for delegado, agente policial ou particular. Competência do TJ: em regra, quando o coator for promotor de justiça ou juiz de primeira instância. Competência do TRF: quando a autoridade coatora fora juiz federal ou procurador da república (art. 108, I, d, da CF). Competência do STJ (art. 105, I, c, da CF): quando o coator ou paciente for Governador, desembargos do TJ, TRF, TRE ou TRT, membro do Tribunal de Contas (da União, do Estado ou do Município) ou membro do MPU que oficie perante tribunais. Competência do STF (art. 102, I, d, da CF): quando o paciente for o Presidente da República, Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, os membros dos tribunais superiores e do TCU ou os chefes de missão diplomática de caráter permanente. Legitimidade Qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus em nome próprio ou em nome de outrem (inclusive sem procuração). Assim, podem impetrar habeas corpus: pessoa jurídica, menor, doente mental, estrangeiro, enfim, não há restrição aqui. Note-se que não se exige capacidade postulatória para impetrar habeas corpus, não sendo necessário, portanto, fazê-lo por meio de advogado. Verbo “Impetrar” Denominação das partes O habeas corpus, diferentemente de outras ações, possui três partes: o “impetrante”, que é aquele que impetra o habeas corpus (usualmente advogado), o “paciente”, que é aquele que está sofrendo o constrangimento ilegal, e a “autoridade coatora”, autoridade que determinou o ato considerado ilegal, que pode ser judiciária ou administrativa. 61 Hipóteses de cabimento O habeas corpus é cabível sempre que houver a restrição ou a probabilidade de restrição da liberdade do indivíduo, ainda que de forma indireta. O art. 648 do CPP traz um rol exemplificativo de situações que podem ser consideras como violadoras da liberdade de locomoção do indivíduo: a) quando não houver justa causa: A justa causa destaca na norma deste inciso possui dois significados: Primeiro: falta de justa causa, isto é, falta de fundamentação para a ordem proferida. Ex.: decisão que, sem fundamentação, decreta a preventiva do réu. Cabe HC contra essa decisão. Segundo: justa causa para a existência do processo ou da investigação. Ou seja, não há provas suficientes embasando a investigação ou o processo contra o réu. Ex.: ação penal sem provas mínimas de que o réu é o autor do fato. Neste caso, será perdido o trancamento da persecução penal por meio de HC. b) quando alguém estiver preso por maiostempo do que determina a lei: Ex.: excesso de prazo na prisão em flagrante (art. 10 do CPP). Delegado que extrapola o seu prazo de 10 (dez) dias para concluir e encaminhar o inquérito policial. Cabe HC nessa situação. c) quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; Ex.: juiz federal que decreta a prisão preventiva de um indiciado que praticou crime de competência da justiça estadual. d) quando houver cessado o motivo que autorizou a coação: Ex.: imagine-se que, no curso do processo, foi decreta a preventiva do réu por conveniência da instrução criminal em razão dele estar destruindo as provas do processo. Finda a instrução probatória, não havendo mais material probatório a ser 62 produzido/destruído, torna-se desnecessária a manutenção do cárcere. Cabe HC nesta situação, pois o motivo pelo qual foi decretada a prisão não mais existe. Somente será possível a prisão do réu se pautada em oura hipótese autorizadora da preventiva (art. 312 do CPP), mas não mais a “conveniência da instrução criminal”. e) quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza: Ex.: imagine-se que, no curso do processo, o juiz indefere arbitrariamente a concessão de fiança que era cabível no caso concreto. Cabe HC nessa situação. f) quando o processo for manifestamente nulo: Ex.: imagine-se que o réu não citado está respondendo a processo por crime de furto. Conclusão: processo manifestamente nulo. Cabe HC para combater essa situação. g) quando extinta a punibilidade: Ex.: imagine-se que o crime praticado pelo acusado já prescreveu. O juiz, ignorando esse fato, determina o seguimento do processo. Cabe HC neste caso. Liminar em habeas corpus Há a possibilidade de concessão de medida liminar, para se evitar possível constrangimento irreparável à liberdade de locomoção. São requisitos para a concessão da medida liminar: a) periculum in mora: é o risco de que, sem a medida liminar, a liberdade de locomoção do indivíduo seja constrita por uma ordem ilegal; e b) fumus boni iuris: que a plausibilidade da tese jurídica levantada, usualmente demonstrada pela existência de normas jurídicas, interpretação doutrinárias ou precedentes judiciais no mesmo sentido. Conteúdo A peça deve conter: a) fatos; b) direito; e c) pedidos. Devem ser formulados os seguintes pedidos: a) concessão da ordem de habeas corpus, indicando-se o fundamento legal e a finalidade; b) que seja oficiada a autoridade coatora para que 63 Pedidos (sugestão) preste informações; e c) a intimação do membro do Ministério Público. Caso tenha sido requerida a medida liminar, deve-se pedir: a) a concessão da medida liminar, já que presentes os requisitos autorizadores; e b) no julgamento do mérito, a ratificação da liminar já concedida, com a concessão definitiva da ordem de habeas corpus. É importante destacar que nunca se deve pedir a absolvição do paciente em sede de habeas corpus, na medida em que não se discute o mérito da causa nessa ação. Particularidades Apesar dos Tribunais Superiores não admitirem tal posicionamento, é certo que não há impedimento legal para que o habeas corpus seja utilizado como substitutivo de recurso ou de revisão criminal. MODELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR _________. IMPETRANTE, _________(nacionalidade), _________(estado civil), advogado, inscrito no quadros da Ordem dos Advogados do Brasil sob o n.º _____ (se for advogado), portador do documento de identidade (RG) n.º _________, inscrito no CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado na _________(endereço), nº __, no _________(bairro), na cidade de _________, vem respeitosamente, com fundamento no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição da República Federativa do Brasil, impetrar o presente pedido de concessão de ordem de HABEAS CORPUS [com pedido de liminar] 64 em favor do paciente NOME DO PACIENTE, _________(nacionalidade), _________(estado civil), _________(profissão), portador do documento de identidade (RG) _________, inscrito no CPF/MF sob o nº _________, residente e domiciliado na _________(endereço), nº __, no _________(bairro), na cidade de _________, por estar sofrendo constrangimento ilegal por parte AUTORIDADE COATORA, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor: I – DOS FATOS II – DO DIREITO III – DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA CONCESSÃO DO PEDIDO LIMINARMENTE IV – DO PEDIDO 1 .Que seja concedida a ordem pleiteada liminarmente. 2. Que a ordem concedida liminarmente seja confirmada em julgamento definitivo. Que a ordem de habeas corpus seja concedida [neste caso, quando não houver pedido de liminar]. Termos em que, Pede deferimento. Local, data ADVOGADO OAB 65 16. REVISÃO CRIMINAL Conceito A revisão criminal é uma ação penal de natureza constitutiva e sui generis, de competência originária dos tribunais, destinada a rever, como regra, decisão condenatória com trânsito em julgado, quando ocorreu erro judiciário. É ação exclusiva do réu. Não é aceita entre nós a revisão em favor da sociedade (pro societate). A vedação da revisão pro societate encontra respaldo expressa na Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). Previsão legal Art. 621 do CPP. Prazo Não há prazo. Porém, a revisão criminal somente pode ser proposta após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Requisito O requisito para a propositura da revisão criminal é a existência de uma sentença penal condenatória transitada em julgado, não importando a natureza da pena aplicada (pecuniária ou privativa de liberdade), a sua quantidade, se já foi cumprida ou não ou se é vivo ou morto o sentenciado. Formato Petição inicial em peça única. Competência/atribuição Cabe ao Tribunal em que ocorre o trânsito em julgado a revisão criminal, sendo endereçada ao Presidente do Tribunal, nos seguintes termos: a) STF e STJ: julgam suas próprias condenações (em sede de competência originária) e aquelas por eles mantidas. Ex. da última situação: imagine-se que um processo, por meio de recurso extraordinário, chegou até o STF. Caso, posteriormente, surja nova prova da inocência do réu, eventual revisão criminal poderá ser ingressada no próprio STF, uma vez que esse órgão manteve a condenação do acusado. b) TRF: julgam as próprias condenações (competência originária) e dos juízes federais. 66 c) TJ: julgam as próprias condenações (competência originária) e dos juízes estaduais. Note-se que não existem revisão criminal julgada pela primeira instância. Legitimidade A revisão criminal somente pode ser intentada em favor do réu. Porém, a doutrina e a jurisprudência entendem como legitimados para sua propositura: a) O próprio condenado, independentemente de advogado. b) Procurador legalmente habilitado (advogado). Há doutrinadores como Tourinho Filho Júlio Fabbrini Mirabete que entendem que pode ser qualquer pessoa, desde que munida de procuração. c) Cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, no caso de condenado já falecido. d) O Ministério Público. Embora o tema seja polêmico, prevalece o entendimento de que é possível (Luiz Flávio Gomes e Hidejalma Muccio, por exemplo). Verbo “Propor”. Denominação das partes “Revisionando” é a denominação daquele que requer a revisão criminal. Hipóteses de cabimento As hipóteses de cabimentos são disciplinadas pelo art. 621 do CPP: a) quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos: a) Sentença contrária ao texto expresso de lei penal: por “lei penal” entenda-se lei penal e processual penal. É preciso que a sentença
Compartilhar