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PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM SOBRE A MORTE E O MORRER NA VIDA ADULTA. Funéralle d’Atala Roussy-Trioson,1808 Louvre - Paris “ Somente pessoas capazes de amar fortemente podem sofrer grande pesar, mas essa mesma necessidade de amar serve para amenizar seu luto e curá-las.” Tolstoy MODELO KLUBER-ROSS Seu trabalho foi enriquecido com contribuições de vários especialistas a uma área específica da profissão médica, a TANATOLOGIA. TANATOLOGIA ESTUDO DA MORTE E SEUS ASPECTOS JÚRIDICOS E SOCIAIS Morte = cessação completa e definitiva das funções vitais. Le retour de Marcus Sextus Guérin,1799 ELISABETH KLUBER – ROSS MÉDICA PSIQUIÁTRICA SUÍÇA, 08/07/1926 USA, 24/08/2004 Obras Publicadas Morte, Estágio Final da Evolução. Ed, Record, 1975. Perguntas e Respostas sobre a Morte e o Morrer Ed Martins Fontes,1979. A Morte um Amanhecer Ed. Martins Fontes,1991. A roda da Vida : memórias do viver e do morrer. Ed. GMT,1998. Os Segredos da Vida. Ed. Sextante,2004. SOBRE A MORTE E O MORRER Obra inovadora: “On death and dyan” “Sobre a Morte e o Morrer” (1969) Eleita em 2007 para a National Women’s Hall of Fame (USA) La mort de Géricault Scheffer,1824 Louvre - Paris MODELO KLUBER-ROSS Identifica períodos definidos no processo da morte e métodos para que médicos, enfermeiros e familiares acompanhem e ajudem a pessoa em seus últimos dias. Os cinco estágios da Dor e da Morte Todo processo de mudança significa abandonar o velho para receber o novo. Os cinco estágios da Dor e da Morte Estágio 1: NEGAÇÃO E ISOLAMENTO “Isto não pode ser verdade” “Não, isto não está acontecendo” Procuramos indícios de que a notícia não é verdadeira ou houve algum engano. Os cinco estágios da Dor e da Morte Afasta-se da rotina. Isola-se. “Trava”. Tenta reter ou negar a mudança! Estágio 1. Negação e Isolamento Os cinco estágios da Dor e da Morte Estágio 2: RAIVA “Por quê?” “Por que comigo” “Por que não com...” Lamúrias Queixas Descontrole emocional Forte carga emocional Os cinco estágios da Dor e da Morte Estágio 3 : NEGOCIAÇÃO A pessoa barganha a perda, a fim de conseguir amenizá-la ou revertê-la. Atitude fuga Atitude culpa “eu faço qualquer coisa Para mudar as coisas” Os cinco estágios da Dor e da Morte Estágio 4 : DEPRESSÃO Não houve negociação! “Nada mais importa” O momento é de interiorização e superação. Um profissional de apoio pode ser útil. Os cinco estágios da Dor e da Morte Estágio 5: ACEITAÇÃO Enfraquecida, mas pronta para aceitar a mudança: “Tudo vai ficar bem” A pessoa reconhece sua mortalidade e a proximidade do fim Os períodos no processo de morte não se sucedem de forma ordenada e excludente, podem misturar-se. “Dizemos que uma pessoa é como o casulo de uma borboleta. O casulo é o que ela vê no espelho. È apenas uma morada do seu “eu” real. Quando esse casulo fica irrecuperávelmente danificado, a pessoa morre, e o que acontece é que o casulo,constitído de energia física, vai – simbolicamente – libertar a borboleta” “Estamos na Terra para curar uns aos outros e a nós mesmos.” E.Kluber-Ross “As pessoas que vivem plenamente nunca terão medo de viver nem de morrer” E.Kluber-Ross O Luto e a Família: o momento da despedida O luto: Perdas e Rompimento de Vínculos A perda de um ente querido é uma das experiências mais dolorosas para um ser humano e mais nada no momento do luto iria causar o conforto e a paz do que a volta da pessoa perdida O rompimento de uma relação ou uma perda desencadeia o processo do luto terminando com a retomada da própria vida. Na atualidade o luto passou a ser proibido, isolado e demonstração de fraqueza O luto: Perdas e Rompimento de Vínculos Atualmente, a expressão de sentimentos é associada à fraqueza, particularmente a exteriorização de sentimentos de dor e de tristeza Esta idéia socialmente partilhada tem influência direta sobre os nossos comportamentos, dificultando muitas vezes a realização do luto Luto em privado, sem partilha e sem procura de ajuda, leva mais facilmente ao luto patológico O Apego e o Desapego O Apego é definido como o instinto de formar laços relacionais com outros objetos (figuras primárias de apego). O homem estabelece diversas formas de apego, quer do ponto de vista material (bens, finanças), emocional (relações afetivas, hábitos) ou social (status, posição, função), e isto pode significar resistência no que diz respeito à mudança de paradigmas. Na vida experimentamos a todo o momento a experiência de perder, abandonar e desistir. Esta condição é permanente e inerente à vida e mesmo assim é dolorosa e o processo de lamentação é difícil e lento. Luto: o inevitável percurso face à inevitabilidade da morte Luto: o inevitável percurso face à inevitabilidade da morte Segundo Viorst (1986), a lamentação da perda de um ente querido é relativa ao modo como sentimos nossa perda, depende da nossa idade e da idade de quem perdemos e de toda uma história compartilhada. Finda as sucessivas fases de mudanças, geralmente, por mais ou menos um ano completamos a principal parte deste processo. Sentimentos comuns no processo de luto Tristeza Raiva Culpa e autocensura Ansiedade Solidão Fadiga Desamparo Choque Anseio Emancipação Alívio Torpor Sensações físicas normalmente sentidas após a perda vazio no estômago aperto no peito nó na garganta hipersensibilidade ao barulho sensação de despersonalização (nada parecer real, incluindo o próprio) falta de fôlego, sensação de falta de ar fraqueza muscular falta de energia boca seca Tipos de Luto Segundo Melanie Klein, o luto normal e o patológico se contrastam pelo grau e não pela estrutura O luto normal, segundo Freud, consiste na perda consciente do objeto, enquanto no luto patológico esta perda fica radicalmente inconsciente Tipos de luto normal, complicado/crônico, adiado, não reconhecido e antecipatório Assistência de Enfermagem Comunicação profissional-paciente-família do paciente é um campo no qual podem ser encontrados elementos facilitadores ou complicadores do luto A implantação de hospitais para pacientes terminais com a preocupação de oferecer cuidados paliativos e assistência a família em situação de luto tem efeitos positivos e preventivos É importante que a pessoa enlutada expresse, mais cedo ou tarde, seus sentimentos e emoções Assistência de Enfermagem Avaliar Necessidades Detectar Sinais de Sofrimento Promover a Comunicação Ajudar a família a tratar o doente como pessoa viva Estar presente sempre que necessário e possível; Ajudar a dizer “Adeus, Gosto de ti, Desculpa, Perdoo-te” Sempre que praticável, prevenir situações de descompensação Reforçar o apoio à família durante a agonia Prestar apoio quando da morte. Assistência de Enfermagem No momento da morte Manter uma atitude calma e tranquilizadora; Permitir à família a exteriorização dos seus sentimentos; Reforçar positivamente os cuidados prestados, evitando sentimentos de culpabilização; Mostrar disponibilidade; Permitir à família participar nos cuidados ao corpo; Dar espaço às despedidas. Na vida estamos sempre lidando com perdas. Algumas são naturais e orgânicas, enquanto outras são extremamente significativas e dolorosas, pois representam uma grande ausência!
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