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ESTADO ABSOLUTISTA RUSSO
KENNEDY AZEVEDO
Kleion gangolf
VACILÃO
Crise Feudal
 Com efeito, o declínio econômico que marcou o aparecimento da última crise feudal ocorreu, como vimos, sob a ameaça da tutela tártara. Guerras, conflitos internos, epidemias, despovoamento e abandono das regiões colonizadas caracterizaram o século XIV e a primeira metade do século XV.
Características marcantes 
intacto até o século XX
Sucessivas guerras e revoltas camponeses
A partir de 1450
Com recuperação a população multiplicou-se, a agricultura prosperou, o comércio interno e o uso da moeda difundiram-se rapidamente, enquanto o território do Estado moscovita crescia mais de seis vezes em superfície. expansão econômicas. 
 O sistema de afoIhamento trienal
os domínios monásticos achavam-se no primeiro plano. As manufaturas e o intercâmbio urbano beneficiavam-se da unificação territorial da Moscóvia e da padronização monetária
Inicio do Estado
O volume do trabalho assalariado na cidade e no campo aumentou consideravelmente, enquanto em toda a Rússia florescia o comércio internacional.Foi durante esta fase de expansão que Ivã III lançou os primeiros fundamentos do absolutismo russo ao inaugurar o sistema do pomes t'e. 
 Ivã III 
Ivã III (Moscou, 22 de janeiro de 1440 – Moscou, 27 de outubro de 1505), apelidado de Ivã, o Grande, foi o Grão-Príncipe de Moscou de 1462 até sua morte. Era filho do grão-príncipe Basílio II e sua esposa Maria de Borovsk. As vezes chamado de "o Coletor das Terras da Rússia", Ivã triplicou o tamanho de seu país, encerrou o domínio do Canato da Horda Dourada sobre Moscóvia, renovou o Kremlin de Moscou e estabeleceu as fundações para o que tornaria-se o Czarado da Rússia.
 Os pomeshchik
(nobres proprietários rurais, que eram soldados de cavalaria, armados de arco e espada para desorganizadas e confusas batalhas: tal como os cavaleiros tártaros que tinham por missão combater, não usavam armas de fogo. A maior parte das terras que lhes eram concedidas situavam-se no centro e no sul do país, próximas à frente de combate permanente com os tártaros
o pomest'e da pequena nobreza constituía geralmente uma pequena propriedade com uma média de 5 a 6 famílias camponesas a seu serviço.
votchina boiarda
era um vasto domínio provido abundantemente de mão-de-obra escrava e de camponeses dependentes (a média no início do século XVII era de cerca de 520 unidades domésticas, na própria região de Moscou).
Dependência econômica diante do grão-duque, doador de suas terras, era, portanto, muito estreita, o que lhes deixava pouca margem para iniciativas sociais ou políticas.
o Sudebnik
que restringia a duas semanas por ano, antes e depois do dia de São Jorge, em novembro, o direito de movimentação dos camponeses: o primeiro passo importante em direção à servidão jurídica do campesinato russo, embora o processo global tivesse ainda uma longa distância a percorrer.
Basílio III
seguiu as pegadas de seu antecessor: anexou Pskov e estendeu o sistema do pomest'e, com suas vantagens políticas e militares para a dinastia
Ivã IV
Ivã IV, ao proclamar-se czar, estendeu e radicalizou este processo com a expropriação pura e simples de proprietários hostis e a criação de um corpo de guarda terrorista (oprichniki), que recebeu os domínios confiscados ern troca de seus serviços.
3 fatores importantes 
O poder tártaro no leste foi rompido pela libertação de Kazan, em 1556. 
 o uso maciço de artilharia pesada e de minas contra as fortificações (o que foi decisivo na captura de Kazan), e a formação da primeira infantaria permanente de mosqueteiros streVtsy.
 o sistema do pomest 'e generalizava-se a uma nova escala, o que acabou por alterar o equilíbrio de poder entre os boiardos e o czar. Os confiscos âa oprichnina fizeram com que, pela primeira vez, o regime da posse condicional se tornasse a forma predominante de propriedade da terra na Rússia, ao passo que os próprios domínios votchina passavam a ser vinculados à prestação de serviço e o crescimento dos domínios monásticos era limitado
 Duma boiarda 
Na Zemsky Sobor, ou Assembléia da Terra, na qual a nobreza menor estava proeminentemente representada.E o que foi ainda mais importante: Ivã IV garantiu então à classe pomeshchik o direito de determinar o nível das rendas a serem extraídas do campesinato de suas terras, ao mesmo tempo que permitia que eles próprios as coletassem, tornando-os assim, pela primeira vez, os senhores efetivos da força de trabalho nos seus domínios
Modernização
o sistema administrativo e fiscal era modernizado com a abolição do sistema kormlenie de abastecimento (na prática, salários em espécie) dos funcionários provinciais e a criação de um erário central para as receitas fiscais. 
GUERRAS... E SUAS CONSEQUENCIAS 
 fortalecer de modo considerável o poder político do Estado czarista centras Guerras da Livônia, que exauriram o Estado e a economia e, no plano interno, pelas extorsões terroristas da oprichnina. "Estado acima do Estado",6 ^oprichnina compunha-se de 6 mil policiais militares e a ela estava confiada a administração da Rússia central. A repressão que exercia não tinha qualquer objetivo racional: correspondia apenas às próprias vinganças pessoais e insanas de Ivã IV.
ERROS TATICOS
 quando adotou uma política de expansão ocidental voltada para o Báltico, em vez de dirigir-se para o sul, a fim de enfrentar a ameaça tártara na Criméia, que se constituía em uma sangria permanente na segurança e na estabilidade da Rússia. 
incapazes de equiparar-se aos exércitos mais avançados da Polônia e da Suécia, munidos de armas e táticas ocidentais. Com a sua longa duração de 25 anos, a Guerra da Livônia terminou num revés esmagador, depois de arruinar a sociedade moscovita com enormes despesas e o desarranjo da economia rural. As derrotas na frente da Livônia combinaram-se à desmoralização interna sob o chicote oprichnik para precipitar um êxodo desastroso do campesinato da Rússia central e do noroeste para a recém-anexada periferia do país, deixando atrás de si regiões inteiras na maior desolação. As calamidades seguiam-se agora umas às outras, num ciclo já familiar de extorsões fiscais, más colheitas, epidemias e pestes, pilhagens internas e invasões estrangeira
FUGAS DE CAMPONESES
 Ivã IV proibiu toda a movimentação aos camponeses em 1581, interditando pela primeira vez o período de São Jorge; o decreto proclamava-se expressamente como de exceção, cobrindo um ano específico, ainda que tenha sido invocado intermitentemente ao longo da década. Tais proibições não conseguiram controlar o problema imediato das fugas em massa, enquanto grandes extensões dos tradicionais territórios da Moscóvia eram deixadas desertas.
REGRESSÃO
verificou-se uma regressão agrária generalizada e extensas áreas ficaram sem cultivo; na própria província de Moscou. ATÉ 96%
calcula-se que 76 a 96 por cento das colônias agrícolas foram abandonadas.8 Em meio a este desmoronamento de toda a ordem rural laboriosamente erigida ao longo do século anterior, houve um agudo recrudescimento da escravidão, com muitos camponeses chegando a vender-se a si próprios como escravos para escaparem à fome.
UMA NOVA DECADA
A década seguinte conheceu um certo alívio da profunda depressão econômica em que a Rússia tinha mergulhado, mas a nobreza pomeshchik sentia ainda uma crítica escassez de mão-de-obra camponesa para cultivar as suas terras e passava a sofrer agora também com a aguda inflação. 
 Bóris Godunov
 reorientou a política externa russa no sentido da paz com a Polônia, a oeste, do ataque aos.táríaros da Criméia, ao sul, e, acima de tudo, da anexação da Sibéria, a leste: para isso, necessitou da lealdade da nobreza de serviço militar. Foi contra este pano de fundo que, a fim de congregar o apoio dos nobres, Godunov baixou um decreto, em 1592 ou 1593, proibindo toda a mobilidade dos camponeses até determinação em contrário, suspendendo assim todas as restrições temporais de adscrição ao solo. "Este decreto foi o ponto culminante das medidas de servidão do finaldo século XVI e princípio do século XVII
AÇOES 
crescimento indiscriminado das prestações em serviços e por medidas jurídicas que impediam o ingresso dos grupos sociais inferiores na classe pomeshchik.
FIM DE SEU COMANDO
 No entanto, ao eliminar o último herdeiro da dinastia Rurik, Godunov precipitou a sua queda. O Estado russo desintegrou-se então até quase ao caos com a Época das Dificuldades (1605-13), uma seqüela política de ação retardada do colapso econômico da década de 1580
DISPUTA PELO PODER
As múltiplas fissuras na ordem dominante permitiram uma revolta camponesa chefiada pelos cossacos, do tipo das que pontuariam os dois séculos seguintes .
A UNIÃO FAZ A FORÇA
Tal ameaça uniu rapidamente forças hostis entre si, como a pequena nobreza e os grandes senhores, na luta contra os insurretos, que acabaram por ser derrotados em Tula.11 Mas a primeira revolta social das classes inferiores contra o aumento da repressão senhorial e da servidão serviu como advertência para as classes possuidoras das possíveis tormentas que estavam por vir. 
 dinastia Romanov 
Em 1613, a aristocracia cerrara o suficiente as suas fileiras para permitir a eleição do jovem boiardo Miguel Romanov como imperador.
.Em resposta às reivindicações da pequena nobreza, o novo governo promoveu a enérgica recuperação dos camponeses fugitivos, incluindo aqueles que tinham servido nas milícias ante estrangeiras da Época das Dificuldades. A produção econômica foi retomada.
 estímulos à classe pomeshchik, entregando-lhe os territórios camponeses das "terras negras'* no norte
Briga de rico
 A partir daí, o século XVII presenciaria um divórcio e um conflito crescentes entre a massa da classe de serviço pomeshchik (numericamente, o grupo mais numeroso entre os proprietários de terra da Rússia: cerca de 25 mil pessoas) e o Estado absolutista, tal como ocorria à mesma época na maior parte dos países europeus, mas assumindo características particulares no contexto oriental de maior atraso.
Duas grandes contradições o separavam da pequena nobreza de serviço. Em primeiro lugar, a superioridade bélica da Suécia e da Polônia, provada nas Guerras da Livônia e confirmada mais uma vez durante a Época das Dificuldades, impôs a renovação e modernização do exército russo. A incerta cavalaria pomeshchik, carente tanto de uma disciplina conjunta como de uma potência de fogo regular, constituía um anacronismo na época da Guerra dos Trinta Anos na Europa, tal como o era a desmoralizada streVtsy urbana: o futuro pertencia aos regimentos de infantaria bem treinados, empregados em formações em linha e munidos de mosquetes ligeiros, em conjunto com os dragões de elite. 
 A partir de então, desenvolveu-se uma crescente divergência entre a função de serviço nominal da classe pomeshchik e a verdadeira estrutura e composição das forças armadas russas, que passavam cada vez mais a ser constituídas por regimentos profissionais de infantaria e de cavalaria de novo estilo, em vez das mobilizações ocasionais da pequena nobreza montada
 1630
 em relação a nobreza montada, a racionalidade militar desta última tornou-se crescentemente ameaçada, revelando-se o seu papel tradicional obsoleto e r
ocorriam atritos constantes entre boiardos e a pequena nobreza no seio da classe fundiária, a propósito da disponibilidade da força de trabalho ruraedundante.
Disputas por camponeses, onde senhores podiam atrair os servos dos domínios dos cavaleiros para os seus próprios latifúndios, onde as condições agrárias eram habitualmente mais seguras e prósperas e os tributos feudais correspondentemente menos onerosos. 
Levantes x medidas
 Os grandes levantes populares dos séculos XVII e XVIII atuaram invariavelmente no sentido de reforçar a solidariedade da aristocracia feudal dominante.
 à codificação final da servidão na Rússia, A Zemsky Sobor elaborou então o abrangente código jurídico que iria tornar-se a carta social do absolutismo russo. As Sobornoe Ulozhenie de 1649 codificaram e promulgaram em definitivo a servidão do campesinato, a partir daí irreversivelmente vinculado ao solo.
Tanto as terras votchina como as do pomest 'e foram declaradas hereditárias e a compra e venda destas últimas foi proibida: desde então, todos os domínios ficaram sujeitos ao serviço militar.16 As cidades foram submetidas a controles sem precedentes por parte do czar e meticulosamente isoladas do resto do país: a sua população pobre (posadskie) foi assimilada aos servos do Estado, somente os que pagavam impostos podiam nelas residir e nenhum habitante poderia deixá-las sem permissão do monarca. O estrato superior dos comerciantes (gosti) recebeu privilégios monopolistas no comércio e nas manufaturas, mas, de fato, o desenvolvimento posterior das cidades foi estrangulado pela suspensão da migração rural devido à generalização da fixação à terra, que gerou uma inevitável escassez da mão-de-obra no reduzido setor urbano da economia. 
Tiro no pé?
Pacto comum
 alicerces do absolutismo por meio de um pacto entre a monarquia e nobreza, no qual a fidelidade política que uma buscava foi trocada pela servidão patrimonial exigida pela outra.
Guerras²
 Pelo Tratado de Andrussovo, em 1667, o Estado czarista adquiria a metade oriental da Ucrânia além-Dnieper, incluindo Kiev, e recuperava a região de Smolensk, ao norte.
Com efeito, foi durante este período, à medida que o sistema de Estados declinava, que o exército cresceu rapidamente, atingindo um volume duas vezes superior entre 1630 e 1681, quando passou a contar com 200 mil homens em seu efetivo — um nível superior ao dos maiores sistemas militares do Ocidente na época
Em 1674, a pequena nobreza fornecia apenas dois quintos dos efetivos da cavalaria, que, desde então, via-se, no aspecto estratégico, ultrapassada pela infantaria pesada. Entretanto, os pomeshchik eram igualmente marginalizados na administração civil.
E foram progressivamente excluídos da burocracia do século XVII, que passou a ser privilégio de uma casta quase hereditária de funcionários nos graus inferiores e de corruptos altos burocratas ligados aos grandes senhores, nos escalões superiores.18 Em 1679, além disso, a dinastia Romanov aboliu a auto-administração local (guba), que outrora estivera nas mãos de pequenos nobres da província, integrando-a na máquina centralizada dos governadores voevoda, designados por Moscou.
Preconização da situação do campones
 Em 1658, foram decretadas novas leis que equiparavam as fugas de camponeses ao crime de felonia, mas a existência inalterada das fronteiras meridionais e dos espaços agrestes da Sibéria abria expressivas fendas na consolidação jurídica da servidão, embora nas regiões centrais do país a degradação dos camponeses se acentuasse cada vez mais: enquanto os impostos triplicaram ao longo do século XVII, a parcela média do camponês foi reduzida à metade entre 1550 e 1660, chegando a medir apenas de 1,5 a 2 hectares.
Novas revoltas
 1670, que reuniu as tribos desalojadas dos Tchuvaches, Maris e Mordvas e desencadeou sublevações populares nas cidades ao longo do Volga. O extremo perigo social que esta ampla jacquerie representava para o conjunto da classe dominante uniu imediatamente os boiardos e a pequena nobreza: as agudas querelas entre proprietários das décadas precedentes foram esquecidas na mesma implacável repressão dos pobres.
czar Teodoro 
 queimou solenemente os veneráveis livros da precedência ancestral que registravam tal hierarquia, a partir daí abolida — condição prévia para uma maior unidade da aristocracia.20 Estava montado o cenário para uma drástica reconstrução de toda a ordem política do absolutismo russo
Pedro I.
Evidentemente, a máquina estatal erigida sobre estes novos fundamentos sociais foi, acima de tudo, a obra monumental de Pedro I. O seu primeiro gesto ao subir ao poder foi dissolver a velha e inconstante streVtsy, a milícia moscovita cuja turbulência fora uma fonte de freqüentes inquietudes para os seus predecessores, e criar os exímios regimentos de guardas Preobrazhensky e Semenovsky,que seriam a partir daí os corpos de elite do aparelho repressivo czarista
criação de um novo e abrangente sistema hierárquico e pela universalização do princípio do serviço, que uniu nobres e cavaleiros numa mesma estrutura política
Novos títulos importados, (conde, barão), trazendo modernidade ao estado.
O poder independente dos magnatas foi implacavelmente suprimido; a Dunia boiarda foi eliminada e substituída por um senado nomeado pelo czar. A pequena nobreza foi reincorporada numa administração e nurn exército modernizados, onde voltava a configurar o elemento central.22 A votchina e o pomest 'e foram reunidos em um único modelo de propriedade hereditária da terra e a nobreza foi indissoluvelmente ligada ao Estado por obrigações universais de serviço, a partir dos catorze anos, tanto no exército como na burocracia. Para financiar estas instituições, foi ordenado um novo censo da população e os antigos escravos foram assimilados à classe dos servos, que passaram a ser vinculados à pessoa do senhor e não mais à terra que cultivavam
as comunidades anteriormente livres das terras negras do norte e os colonos da Sibéria foram considerados "servos do Estado", com situação um pouco superior à dos servos privados, mas com tendência a aproximar-se rapidamente da condição destes.
Patriarcado abolido
Igreja foi firmemente subordinada ao Estado pelo novo departamento do Santo Sínodo.
São Petersburgo uma nova e ocidentalizada capital. O sistema administrativo foi reorganizado em governos, províncias e distritos e o número de burocratas duplicou
MODERNIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO
Os departamentos governamentais foram concentrados em nove "colégios" centrais, dirigidos coletivamente por conselhos. Nos Urais, instalou-se uma moderna indústria metalúrgica, que transformaria a Rússia num dos maiores produtores de ferro da época. O orçamento foi quadruplicado, basicamente com os recursos provenientes de um novo imposto sobre as almas servis. A média dos impostos pagos pelos camponeses quintuplicou entre 1700 e 1707-8.
 construção de um exército profissional e de uma armada moderna
O absolutismo russo emergiu dos vinte anos de conflitos da Grande Guerra do Norte como uma força que se agigantava no leste da Europa
o perfil do Estado de Pedro, com a sua incansável repressão e seus avanços territoriais, deve ser traçado sobre o fundo sombrio de um grande atraso, que afetou profundamente o seu verdadeiro caráter. Apesar de toda a reorganização e repressão exercida por Pedro I, não foi possível superar o caráter endêmico da corrupção e do desvio de fundos públicos
Monarcas fracos
Com PEDRO III em 1762; por essa época, a aristocracia estava já espontânea e seguramente integrada ao aparelho do Estado, havendo um relaxamento.
os nobres conspiravam no seio da autocracia, não contra ela.
Catarina II
II revelou-se o governante ideologicamente mais consciente da história da Rússia.
Prós: Aspirando a uma reputação européia por seu iluminismo político, promulgou um novo sistema educacional, secularizou as terras eclesiásticas e fomentou o desenvolvimento mercantilista da economia russa. A moeda foi estabilizada, a indústria do ferro expandida e o volume do comércio externo aumentado.
Contras: extensão da agricultura servil organizada ao conjunto da Ucrânia e a promulgação da Carta da Nobreza. 
Expansão territorial, porém, não se registrou nenhum progresso técnico na economia rural em conseqüência deste imenso avanço territorial: tratou-se de um ganho puramente extensivo. No aspecto social, serviu para submeter os habitantes outrora livres ou semilivres das regiões pioneiras à condição dos camponeses do centro, provocando assim um rápido crescimento da população servil da Rússia.
o volume das rendas monetárias pagas pelos servos cresceu, em alguns casos, até cinco vezes
Pugatchev
uma rebelião avassaladora que abalou toda a região do Volga e dos Urais, arrastando imensas e heterogêneas massas de camponeses, trabalhadores metalúrgicos, nômades, montanheses, hereges e pequenos proprietários num assalto final e desesperado contra a ordem dominante.
Sua derrota marcou o fechamento da fronteira oriental. A partir daí, as aldeias russas afundaram num profundo silêncio. Em 1785, a Carta da Nobreza outorgada pela imperatriz completou a longa jornada do campesinato rumo à servidão. Através dela, Catarina II garantia à aristocracia todos os privilégios, libertava-a de serviços compulsórios e lhe concedia controle jurisdicional absoluto sobre a força de trabalho rural.
RESISTENCIA MILITAR – ALEXANDRE I
quando Napoleão lançou a sua invasão em grande escala da Rússia, a Grande Armée mostrou-se incapaz de desmantelar a estrutura do Estado czarista. Vitorioso a princípio no campo de batalha, o ataque francês foi aparentemente arruinado pelo clima e pelas condições logísticas, mas, na realidade, sua derrota se deveu à resistência impenetrável de um ambiente feudal demasiado primitivo para ser vulnerável à espada da expansão burguesa e da emancipação ocidental, cuja lâmina estava agora embotada pelo bonapartismo.29
O czarismo atravessou o século XIX como o guardião vitorioso da contra-revolução européia. O Congresso de Viena selou o seu triunfo: outra grande fatia da Polônia foi anexada e Varsóvia tornou-se uma cidade russa
Nicolau I
O Estado foi oficialmente proclamado uma autocracia: o czar governava por toda a nobreza, em seu próprio nome apenas.30 Abaixo dele, uma hierarquia feudal estava cimentada aos próprios degraus do sistema de Estado.
criou-se em 1831 uma hierarquia modernizada no seio da classe nobiliária, correspondente aos escalões hierárquicos da burocracia do Estado. Em contrapartida, todos os que ocupassem determinadas posições no serviço do Estado recebiam o grau de nobreza correspondente, o qual, acima de certos graus, tornava-se hereditário.
Títulos e privilégios aristocráticos continuaram portanto, até 1917.
A partir de 1831-32, os pequenos cavaleiros em posse de menos de 21 almas foram excluídos das assembléias da nobreza. A aristocracia russa manteve durante todo o século XIX a sua vocação para o serviço do Estado e a sua aversão pela gestão agrária.
O Estado propriamente dito era proprietário de terras com 20 milhões de servos — dois quintos da população camponesa da Rússia. Era portanto o maior proprietário feudal direto do país.-O exército era constituído por convocações ocasionais de servos, e a nobreza hereditária dominava a sua estrutura de comando, de acordo com o seu grau aristocrático.
Os grão-duques ocupavam as inspetorias gerais do exército e o conselho de guerra: até a Primeira Guerra Mundial, e durante o
(30) H. Seton-Watson, The Decline of Imperial Rússia, Londres, 1964, pp. 5-27 oferece uma visão geral bastante clara da sociedade russa sob Nicolau 1. (31) T. Emmons, The Russian Landed Gentry and the Peasant Emancipation of ítfó/.Cambridge, 1968, pp. 3-11.
LINHAGENS DO ESTADO ABSOLUTISTA 347
seu curso, os comandantes-em-chefe eram os primos ou tios do czar. A Igreja era uma subdivisão do Estado, subordinada a um departamento burocrático (o Santo Sínodo
O sistema educacional era controlado pelo Estado; em meados do século, os reitores e professores das universidades eram designados diretamente pelo czar e por seus ministros. No topo desta vasta e prolifera burocracia estava apenas a figura do autocrata e o governo de bastidores de sua chancelaria privada— havia ministros, mas não gabinete, três colmeias de polícia concorrentes e peculato generalizado. A ideologia da reação clerical e chauvinista que presidia este sistema era proclamada pela trindade oficial: autocracia, ortodoxia e nacionalidade. O poder político e militar do Estado czarista na primeira metade do século XIX encontrou continua demonstração no expansionismo e no intervencionismo externos.
. Nicolau l, o principal executor da reação monárquica no exterior, governava, no plano interno, sobre o único país importante do continente que não fora afetado pelas sublevações populares de 1848. O poder internacional do czarismonunca parecera maior.
Alexandre II
INICIO DOS CHOQUES
O primeiro grande choque sofrido pelo absolutismo russo veio com a humilhante derrota que lhe foi infligida pelos Estados capitalistas da Inglaterra.
A derrota militar frente ao Ocidente levou à abolição da servidão por Alexandre II, como a mais elementar modernização social das bases do ancien regime. No entanto, é necessário não exagerar este paralelo. Com efeito, a extensão do golpe recebido pelo czarismo foi bastante amena e limitada: a Paz de Paris não era, de modo algum, o Tratado de Tilsit. Portanto, a "Era das Reformas" que a Rússia conheceu na década de 1860 foi apenas um eco longínquo de sua predecessora prussiana. a e da França, na Guerra da Criméia de 1854-56.
Na Rússia setentrional, onde era baixo o valor das terras e os tributos servis eram pagos em espécie (obrok), os proprietários conseguiram extorquir quase o dobro do valor de mercado das terras em compensações monetárias.
Na Rússia meridional, onde as obrigações servis assumiam principalmente a forma de prestações de serviços (barshchina) e o rico solo negro permitia lucrativas exportações de cereais, a nobreza defraudou seus camponeses em até 25 por cento das terras melhores que lhes eram devidas (as chamadas otrezki).3
EXPLORAÇÃO SERVIL
O campesinato, esmagado sob o peso dos resgates, sofreu assim uma redução líquida do total das terras que antes haviam cultivado para suas famílias. Além disso, a abolição da servidão não significou o fim das relações feudais no campo, tal como já acontecera na Europa ocidental
Lenin
a "economia capitalista não podia surgir imediatamente e a economia da corvée não podia desaparecer imediatamente. Deste modo, o único sistema possível era uma economia da transição, um sistema que combinasse as características tanto do sistema da corvée como do capitalista.
"embora o sistema de prestações de serviços predomine nas gubernias puramente russas, o sistema capitalista de cultivo deve ser considerado como dominante na agricultura senhorial da Rússia européia em seu conjunto“.
"Nas gubernias puramente russas, a agricultura capitalista em grande escala passou incontestavelmente para segundo plano. Nos grandes latifúndios, predomina o cultivo em pequena escala, compreendendo várias formas de posse agrícola baseada na servidão e na vinculação“
"dez milhões e quinhentas mil famílias camponesas na Rússia européia detêm 75 milhões de dessiatines de terra. Trinta mil proprietários, principalmente nobres, rnas também novosricos, possuem quinhentas dessiatines cada um, ao todo 70 milhões de dessiatines.’’
"A diferença entre a 'Europa' e a Rússia deriva do extremo atraso da Rússia. No Ocidente, o sistema agrário burguês está plenamente estabelecido, o feudalismo foi há muito varrido e as suas sobrevivências são insignificantes e não desempenham papel de importância. O tipo predominante de relação social na agricultura ocidental é o que estabelece entre o trabalhador assalariado e o patrão, o fazendeiro ou proprietário de terra... Sem dúvida, estabeleceu-se já firmemente na Rússia um sistema agrícola assim capitalista, que está rapidamente se desenvolvendo. É neste sentido que se desenvolve a agricultura, tanto senhorial como camponesa. Mas as relações puramente capitalistas no nosso país ainda estão obscurecidas, em uma enorme extensão, por relações feudais*'.
SITUAÇÃO PRÉ REVOLUÇÃO
A superpopulação nas aldeias tornouse um problema endêmico nos últimos tempos da Rússia czarista. A parcela dos cultivos camponeses no conjunto da propriedade fundiária cresceu em 50 por cento, principalmente graças às aquisições dos kulaks, nas quatro décadas que precederam 1917, ao passo que a propriedade camponesa per capita decaía em um terço. As massas rurais continuaram atoladas* no atraso e na pobreza seculares.
após a década de 1880, as aquisição realizadas pelos camponeses ricos superaram as dos investidores urbanos. 
a Rússia atingiu no século XIX a mesma posição desfrutada pela Polônia ou pela Alemanha oriental no mercado internacional dos séculos XVI ao XVIII.
 O afolhamento trienal ainda predominava numa escala muito ampla, praticamente inexistia o cultivo de forragens e metade dos camponeses ainda usava arados de madeira.
nunca chegaram a adquirir a força de um grande êxito econômico, e sempre continuaram enredadas na vegetação rasteira das relações pré-capitalistas
Enquanto isso, obviamente, a industrialização avançava a passo rápido nas cidades. No início do século XX, a Rússia dispunha de grandes indústrias de carvão, ferro, petróleo e tecidos, e contava com uma extensa rede de estradas de ferro.
Nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, a Rússia era o quarto maior produtor de aço no globo (acima da França). O volume absoluto do setor industrial era o quinto do mundo.
A agricultura eqüivalia então a 50 por cento do produto nacional, enquanto a indústria respondia talvez por 20 por cento.
social russa era uma estrutura compósita, com um setor agrário predominantemente feudal, mas com um setor capitalista agroindustrial combinado, que era então, no geral, preponderante
LENIN
Não obstante, embora a formação social russa estivesse dominada pelo modo de produção capitalista, o Estado russo continuava a ser um absolutismo feudal. Com efeito, não ocorrera nenhuma mudança básica em seu caráter de classe ou em sua estrutura política na época de Nicolau II. Tal como antes, a nobreza feudal continuava a ser a classe dominante da Rússia imperial: o czarismo era o aparelho político da sua dominação, do qual ela nunca se afastou
Na Rússia nunca teve lugar a transmutação política qualitativa que fez do Estado feudal prussiano o Estado capitalista alemão. Tanto os princípios organizacionais como o funcionalismo czarista permaneceram intatos até o fim.
LENIN
"Antes da revolução de fevereiro-março de 1917, o poder político na Rússia estava nas mãos de uma antiga classe, a nobreza fundiária feudal, chefiada por Nicolau Romanov".
"O velho poder czarista (...) representava apenas um punhado de proprietários feudais que comandavam toda a máquina do Estado (exército, polícia e burocracia)".
absolutismo feudal
A formação social russa era um conjunto complexo dominado pelo modo de produção capitalista, mas o Estado russo continuava a ser um absolutismo feudal. Tal disjunção entre os dois está ainda por ser explicada, e fundamentada, teoricamente.
a maior parte do novo sistema ferroviário, que representava a segunda despesa orçamentária mais elevada, depois das forças armada.
O papel econômico não tinha equivalentes no Ocidente desenvolvido. O desenvolvimento desigual e combinado produzira portanto na Rússia um colossal aparelho de Estado a produção em equipamentos era destinada ao Estado.
ausência do artesanato pequeno-burguês
Ministérios 
O Ministério do Interior vivia obcecado pela manutenção da segurança política do Estado feudal Preocupava-se sobretudo com a prevenção das desordens públicas e lutas sociais.
O Ministério das Finanças desenvolvia políticas consoantes com os objetivos ortodoxos da burguesia
Gramsci — "Na Rússia, o Estado era tudo, a sociedade civil era primitiva e gelatinosa
Conclusões 
autocracia russa era um Estado feudal, embora a Rússia fosse, no século XX, uma formação social compósita dominada pelo modo de produção capitalista: uma dominância cujos efeitos remotos são visíveis nas estruturas do czarismo.
A crise do feudalismo produziu no Ocidente um absolutismo que sucedeu à servidão; a crise do feudalismo no Leste gerou um absolutismo que institucionalizou a servidão.
queda
e, o imperialismo, que de início fora armadura do absolutismo russo, acabou por engolfá-lo e destruí-
 Em fevereiro de [1917, bastou uma semana para que as massas o derrubassem is fortes que ele.
Revolucão Russa
A Revolução Russa não foi feita contra um estado capitalista. O czarismo que caiu em 1917 era um aparelho feudal: o Governo Provisório não teve tempo de o substituir por um novo )U estável aparelho burguês
A Primeira Guerra Mundial pôs fim à longahistória do absolutismo europeu
FIM
Os dois derradeiros Estados feudais importantes da Europa oriental caíram diante de revoluções vindas de baixo, de caráter diverso. O Estado capitalista que fora antes o seu confrade legitimista resistiu a todos os levantes revolucionários, em meio ao desespero e aos escombros de sua própria derrota diante da Entente.

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