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Fonte: www.sxc.hu 1 DESENHO TÉCNICO Luciene Abdala Antinori Curso Técnico em Cafeicultura 7 Meta Apresentar de forma clara as diferenças entre o Desenho técnico do desenho Artístico. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Ler e identificar o desenho técnico; Conhecer as etapas de elaboração do desenho Técnico Arquitetônico. 8 Introdução Nesta aula 1 você irá ter noções do Desenho técnico que é de fundamental importância para a realização de projetos. O Desenho Técnico é uma linguagem básica, onde possibilita ao educando o entendimento da inter-relação do desenho em diferentes áreas profissionais e de estudo como: Agrimensura (mapas, croquis, representações cartográficas, divisão de áreas, demarcação de divisas, estradas, etc.); Construções Rurais (galpões, casas, armazéns, silos estruturas de irrigação e drenagem, açudes, barragens, etc.); Máquinas e mecanização agrícola (funcionamento de máquinas, construção de equipamentos, motores, implementos, etc.); Parques e jardins. Uma coisa muito importante que você, sem dúvida, já deve ter percebido é que o desenho técnico está presente em praticamente todas as atividades do nosso dia-a-dia nas formas de vários objetos, nas dimensões dos ambientes e etc. É a linguagem gráfica em que se expressa e registra as idéias e dados para a construção de máquinas e estruturas. Distingue-se do desenho de finalidade meramente artística, embora em algumas vezes em desenhos artísticos, existam elementos do rigor do desenho técnico. Enquanto que o desenho artístico limita-se a representação de formas em que predominam as cores, luzes e sombra no desenho técnico limita-se unicamente ao contorno dos objetos, não só insinuando a sua intenção mas dando informação exata sobre o mesmo. Ou seja, é uma linguagem gráfica completa, por meio da qual pode descrever minuciosamente cada operação e guardar um registro completo do objeto, para reprodução ou reparos. 9 A evolução do desenho técnico... Quando alguém quer transmitir um recado, pode utilizar a fala ou passar seus pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem fica conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha, acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o papel na forma de desenho. A escrita, a fala e o desenho representam idéias e pensamentos. Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunica- ção. E essa representação gráfica trouxe grandes contribuições para a compreensão da História, porque, por meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos conhecer as técnicas utilizadas por eles, seus hábitos e até suas idéias. As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do tempo, à medida que o homem foi desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura. Veja algumas formas de representação da figura humana, criadas em diferentes épocas históricas. SAIBA MAIS... Representação esquemática da figura humana de acordo com o passar dos tempos... Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Desenho das cavernas no período Pré-histórico http://www.wiki/ 10 Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht, século XIV a.C. Representação plana que destaca o contorno da figura humana. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Nu, desenhado por Miguelangelo Buonarroti (1475-1564). Aqui, a representação do corpo humano transmite a idéia de volume. Esses exemplos de representação gráfica são considerados desenhos artísticos. http://www.wiki/ http://www.wiki/ 11 Embora não seja artístico, o desenho técnico também é uma forma de representação gráfica, usada, entre outras finalidades, para ilustrar plantas de construções, peças de marcenaria, projetos elétrica, em instrumentos de trabalho, como máquinas, peças e ferramentas. E esse tipo de desenho também sofreu modificações, com o passar do tempo. Desenho Técnico X Desenho Artístico Por enquanto, é importante que você saiba as diferenças que existem entre o desenho técnico e o desenho artístico. Para isso, é necessário conhecer bem as características de cada um. Observe a seguir algumas obras de Tarsila do Amaral: Fonte: www.tarsiladoamaral.com.br Tela de Tarsila do Amaral - Abaporu - 1928 12 Fonte: www.tarsiladoamaral.com. br Tela Paisagem com touro - 1925 Estes são exemplos de desenhos artísticos. A artista transmitiu suas idéias e seus sentimentos de maneira pessoal. Um artista não tem o compromisso de retratar fielmente a realidade. O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou. Fonte: www.tarsiladoamaral.com.br Tela - Auto-retrato - 1924 Fonte: www.tarsiladoamaral.com. BR Tela O Pescador - 1925 http://www.tarsiladoamaral.c/ http://www.tarsiladoamaral.com.br/ http://www.tarsiladoamaral.c/ 13 Já o desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas as características do objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de Normas Técnicas. Assim, todos os elementos do desenho técnico obedecem às Normas Técnicas, ou seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu próprio desenho técnico, de acordo com normas específicas. Observe alguns exemplos: Fonte: www.sxc.hu Desenho Técnico de Arquitetura ATENÇÃO! O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da arquitetura. Normas Técnicas A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Trata-se de uma entidade privada e sem fins lucrativos e de utilidade pública, fundada em 1940. http://www.sxc.hu/31323141 http://pt.wikipedia.org/wiki/Norma_t%C3%A9cnica http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia http://pt.wikipedia.org/wiki/1940 14 Fonte: www.sxc.hu Projeto Arquitetônico - Planta baixa Fonte: www.sxc.hu Projeto Arquitetônico Residencial - Perspectiva Fonte: Coletânea de Croquis de Oscar Niemeyer Croquis: Obras em Brasília - DF _ Arquiteto Oscar Niemeyer http://www.sxc.hu/1071720 http://www.sxc.hu/1071720 15 O Desenho técnico é a linguagem gráfica em que se expressa e registra as idéias e dados para a construção de máquinas e estruturas. Distingue-se do desenho de finalidade meramente artística, embora em algumas vezes em desenhos artísticos, existam elementos do rigor do desenho técnico. Enquanto que o desenho artístico limita-se a representação de formasem que predominam as cores, luzes e sombra, o desenho técnico limita-se unicamente ao contorno dos objetos, não só insinuando a sua intenção, mas dando informação exata sobre o mesmo. Ou seja, é uma linguagem gráfica completa, por meio da qual pode descrever minuciosamente cada operação e guardar um registro completo do Elaboração do Desenho Técnico A elaboração do desenho técnico envolve várias etapas descritas a seguir: A primeira é através do croqui as idéias são colocadas por meio de um esboço, isto é, um desenho técnico à mão livre. O esboço serve de base para a elaboração do desenho preliminar. O Projeto Arquitetônico é um desenho preliminar ou anteprojeto que corresponde a uma etapa intermediária do processo de elaboração do projeto, que ainda pode sofrer alterações, mas contém todos os elementos necessários a sua compreensão. Depois de aprovado, o desenho que corresponde à solução final do projeto será executado pelo desenhista técnico. O desenho técnico definitivo, também chamado de Projeto executivo, contém todos os elementos e detalhes técnicos necessários à sua execução. O desenho para execução, tanto pode ser feito na prancheta como no computador e deve atender rigorosamente a todas as normas técnicas que dispõem sobre o assunto. O desenho técnico chega pronto às mãos do profissional que vai executar a uma obra ou uma peça. Esse profissional deve ler e interpretar o desenho técnico para que possa executar. Quando o profissional consegue ler e interpretar corretamente o desenho técnico, ele é capaz de imaginar 16 exatamente como será a obra ou a peça, antes mesmo de executá-la. Para tanto, é necessário conhecer as normas técnicas em que o desenho se baseia e os princípios de representação. CURIOSIDADE! O desenho técnico, tal como nós o entendemos hoje, foi desenvolvido graças ao matemático francês Gaspar Monge (1746-1818). Os métodos de representação gráfica que existiam até aquela época não possibilitavam transmitir a idéia dos objetos de forma completa, correta e precisa. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre 17 Nesta aula você aprendeu a as diferenças que existem entre o desenho técnico e o desenho artístico. O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou. O desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas as características do objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de Normas Técnicas. Distingue-se do desenho de finalidade meramente artística, embora em algumas vezes em desenhos artísticos, existam elementos do rigor do desenho técnico. O profissional deve ler e interpretar o desenho técnico para que possa executar a obra ou peças de máquinas e etc. A elaboração do desenho técnico envolve várias etapas descritas a seguir: Croqui: quando as idéias são colocadas por meio de um esboço, isto é, um desenho técnico à mão livre. O esboço serve de base para a elaboração do desenho preliminar Desenho preliminar ou anteprojeto: corresponde a uma etapa intermediária do processo de elaboração do projeto, que ainda pode sofrer alterações. Desenho para execução: pode ser feito na prancheta como no computador, deve atender rigorosamente a todas as normas técnicas que dispõem sobre o assunto. RESUMINDO... 18 BIBLIOGRAFIA INEDI. Cursos profissionalizantes – Noções de desenho Aquitetônico e Construção Civil. Brasília, 2005. IZIDORO, N. Apostila de desenho Técnico. USP. 2010. Disponível em: HTTP: < www.eel.usp.br/na_apostila/pdf/capitulo1>. Disponível em 20 jul 2011. SILVA, S.F.da. A linguagem do desenho técnico. Rio de Janeiro: LTC – Livros técnicos e científicos editora S.A. 1984.151p. TELECURSO. Leitura e Interpretação de Desenho Técnico - Apostilas e Vídeo Aulas Telecurso 2000. Disponível em: HTTP: < http://www.4shared.com/file/1WNZuCdf/Telecurso_2000_- _Leitura_e_Int.html>. Disponível em 10 jun 2010. WIKIPEDIA – A enciclopédia Livre. Disponível em: HTTP: < http:www.wikipedia.com.br>. Disponível em 10 mai 2010. http://www.eel.usp.br/na_apostila/pdf/capitulo1 http://www.4shared.com/file/1WNZuCdf/Telecurso_2000_-_Leitura_e_Int.html http://www.4shared.com/file/1WNZuCdf/Telecurso_2000_-_Leitura_e_Int.html Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre 2 INSTRUMENTOS DE DESENHO TÉCNICO Luciene Abdala Antinori Curso Técnico em Cafeicultura http://www.wiki/ 20 Meta Apresentar de forma abrangente o Desenho técnico e seus instrumentos; Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Conhecer os vários instrumentos na elaboração do Desenho Técnico convencional; Utilizar adequadamente os instrumentos; Zelar pela conservação dos instrumentos. 21 Introdução Na aula anterior apresentamos o conceito de Desenho Técnico. Dando continuidade, nesta aula 2 Instrumento de Desenho Técnico vamos conhecer os instrumentos utilizados na confecção do Desenho Técnico convencional. Hoje em dia o desenho técnico está em uma era totalmente informatizada, com uma disponibilidade de diversos programas gráficos e o instrumental ficou reduzido a um micro computador e a uma impressora ou plotter. Mesmo assim utilizamos as técnicas do desenho técnico tradicional, mesmo em um escritório ou empresa totalmente informatizados, há a necessidade do instrumental básico para o desenho convencional. Prancheta, régua paralela ou régua T, par de esquadros, transferidor, escalímetro e lapiseiras são os equipamentos mais utilizados. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 1: Desenho técnico convencional com instrumentos http://www.wiki/ 22 Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 2: Desenho técnico informatizado com auxílio de programas gráficos VOCÊ SABIA? Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Plotter A Plotter é uma impressora destinada a imprimir desenhos em grandes dimensões, com elevada qualidade e rigor, como por exemplo, plantas arquitetônicas, mapas cartográficos, projetos de engenharia e grafismo. http://www.wiki/ http://www.wiki/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Impressora 23 Instrumentos para o Desenho Técnico convencional Foi mencionado anteriormente que ha vários instrumentos para se confeccionar um Desenho Técnico convencional. Nos textos a seguir você terá oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em cada um deles. 1. Lápis e lapiseiras Os lápis e lapiseiras são classificados por meio de letras ou números seguindo o grau de dureza da grafite. Quanto maior for o número ou classificação de sua letra maior será a sua rigidez. Classificação: Grafites macios: 7B,6B,5B,4B, 3B,2B Grafites duros: H, 2H, 3H, 5H, 6H Grafites com dureza intermediária: B, HB, F Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Para desenhos preliminares, usa-se geralmente o lápis HB ou grafite equivalente para uso em lapiseira. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Classificação Numérica: Número 1 = 3B Número 2 = B Número 3 = F Número 4 = 2H Número 5 = 4H Número 6 = 6H A série B compreende, de forma geral, os lápis com grafites macias e série F para lápis com grafites duras. http://www.wiki/ http://www.wiki/ 24 2. Pranchetas – Mesas de desenho As pranchetas para desenho geralmente são de madeira, em forma retangular, nela se fixam os papéis de desenho e podem ser simplesmente apoiadas em cavalete com altura e inclinação reguláveis. É importante que a prancheta bem como o banco possibilitem ao aluno uma correta postura ergonômica. A iluminação adequada também é importante para um bom trabalho. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 3: Posição-postura ergonômica As pranchetas podem ser fabricadas de diversas espécies de madeira como o Cedro, Pinho e Eucalipto ou madeira processada mecanicamente como MDF. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 4: Prancheta MAIS Ergonomia É o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos desse relacionamento. http://www.wiki/ http://www.wiki/ 25 O tampo pode ser forrado material de cor clara, para evitar a fadiga dos olhos do desenhista. Para cobrir as pranchetas, pode-se usar o seguinte: 1. Coberturas de vinil, que fornecem uma superfície de desenho suave e uniforme. Furos de alinhamento e cortes ficam naturalmente encobertos. 2. Revestimento em fórmica ou material resistente similar, sem imperfeições de superfície. As dimensões mais comuns que encontramos as pranchetas são: 0.60 x 0.80m, 0.80 x1.00m, 1.00x1.20m. CURIOSIDADE! MDF Em português a designação correta é placa de fibra de madeira de Média Densidade de Fibra. O MDF é fabricado através da junção de fibras de madeira com resinas sintéticas e outros aditivos. O material é moldado em painéis lisos sob alta temperatura e pressão.As chapas de MDF são fabricadas com diferentes características, que variam em função de sua utilização final. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre http://pt.wikipedia.org/wiki/Fibra_de_madeira http://pt.wikipedia.org/wiki/Fibra_de_madeira http://pt.wikipedia.org/wiki/Resina http://www.wiki/ 26 3. Régua T e régua Paralela Régua T é um instrumento próprio para desenho técnico. Assim como a régua paralela é uma régua utilizada para apoiar o esquadro ou para traçar horizontais e linhas paralelas quando apoiada na mesa de desenhos, possui em média 80 cm e normalmente é de madeira com detalhes em acrílico. Combinadas com esquadros permitem traçar com rapidez e precisão uma infinidade de ângulos e paralelas em todas as direções. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 4: Régua T Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 5: Régua Paralela Cabeçote fixo Fica presa à prancheta através de um sistema de fios e roldanas, que promovem seu deslizamento paralelo sobre a mesa de desenho. http://pt.wikipedia.org/wiki/Instrumento http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenho_t%C3%A9cnico http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9gua http://pt.wikipedia.org/wiki/Paralela http://pt.wikipedia.org/wiki/Acr%C3%ADlico http://www.wiki/ http://www.wiki/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenho 27 Fonte: Livro Desenho Técnico Básico Figura 6: Manejo da Régua T 4. Esquadros Esquadro é um instrumento de desenho que também pode ser usado para fazer linhas retas verticais com o apoio de uma régua T ou régua paralela e para formar ângulos principais como 30º, 45º, 60º, 90º e combinações de ângulos utilizando dois esquadros, contudo a principal função dos esquadros é fazer transferência de ângulos. Existem 2 tipos de esquadros básicos: O primeiro com o formato de um triângulo retângulo escaleno de 30º-60º-90º; O segundo com o formato de um triângulo retângulo isósceles de 45º-45º-90º. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 7: Par de esquadros http://www.wiki/ 28 Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 8: Esquadro apoiado na régua Manejo dos esquadros na régua T Fonte: Livro Desenho Técnico Básico http://www.wiki/ 29 Fonte: Livro Desenho Técnico Básico Manejo de um par de esquadros Fonte: Livro Desenho Técnico Básico 30 5. Transferidor Transferidor é um instrumento utilizado para medida e marcação de ângulos. É composto basicamente por uma escala circular, ou de seções de círculo, dividida e marcada em ângulos espaçados regularmente, tal qual numa régua. Os transferidores podem ser de diversos tipos sendo os mais comuns: Transferidor de 360° Transferidor de 180° Transferidor de 90° (ou quadrante) Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 9: Transferidor 360° Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 10: Transferidor 180° http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngulo http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADrculo http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9gua http://www.wiki/ http://www.wiki/ 31 6. Escalímetro ou Escala Triangular O Escalimetro ou régua tridimensional é um instrumento que possui 6 réguas com diferentes escalas e nos possibilita criar desenhos de projetos, ou representar objetos em uma escala ampliadas ou reduzidas, dentro das medidas medidas necessárias, conservando a proporção entre a representação do objeto e o seu tamanho real. No escalímetro tridimensional podemos observar seis tipos de escalas diferentes: Obs.: Não deve ser utilizado para o traçado de linhas, apenas para obter medidas. Ex: A escala 1:100 pode ser usado como 1:1 ou ainda 1:1000, dependendo do caso. Para se aprender a trabalhar com o Escalimetro, basta aprender um pouco sobre as escalas e suas aplicações. Portanto você verá a seguir, algumas noções de escala. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Existem três tipos de escalas: 1: 20 - um para 20 1: 25 - um para 25 1: 50 - um para 50 1:75 - um para 75 1:100- um para 100 1:125- um para 125 MAIS Escala É a relação que existe entre o tamanho de um objeto de um projeto, por exemplo, e o seu tamanho real. Utilizamos a escala para ampliar ou reduzir o desenho de um objeto conservando suas proporções. http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9gua http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala http://www.wiki/ 32 ESCALA NATURAL Escala natural é aquela utilizada quando o tamanho do desenho do objeto é igual ao tamanho real do mesmo, isto é, do mesmo tamanho que o objeto for construído, será também feito o seu desenho. É representada da seguinte forma: Escala 1:1 (lê-se, escala um por um). ESCALA DE REDUÇÃOEscala de redução é a utilizada para representar um objeto em tamanho menor do que o tamanho real. Para a aplicação da escala de redução, basta dividir o valor da medida indicada no desenho do objeto, pelo valor numérico da escala. Essa escala é bastante utilizada em mapas e em plantas de construções civis. É representada da seguinte forma: Escala 1:2, 1:3, 1:4, 1:5, 1:10, 1:20, 1:30, 1:40, 1:50, 1:100, etc. ESCALA DE AMPLIAÇÃO Escala de ampliação é utilizada para representar um objeto em tamanho maior do que o tamanho real. É representada da seguinte forma: Escala 2:1 (lê-se, escala dois por um). As escalas de ampliação mais utilizadas são: 2:1, 3:1, 4:1, 5:1, 10:1, 20:1, etc.. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 11: Escalímetro Figura 12: Detalhe – Graduação do Escalímetro http://www.wiki/ http://www.wiki/ 33 7. Gabaritos São placas de material plástico, transparente ou opaco, vazados nos formatos de figuras geométricas como círculos, quadrados, elipses e equipamentos sanitários/hidráulicos e mobiliário e etc. Veja alguns modelos: Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 13: Modelo de Gabarito para Layout (vasos, pias e móveis) ATENÇÃO Layout O Layout (ou leiaute) é um esboço mostrando a distribuição física como, por exemplo, de um ambiente (disposição dos móveis), tamanhos de elementos como texto, gráficos ou figuras num determinado espaço. Pode ser apenas formas rabiscadas numa folha para depois realizar o projeto ou pode ser o projeto em fase de desenvolvimento. VASO SANITÁRIO PIA MESA CADEIRA http://www.wiki/ http://dicionario.babylon.com/texto#!!9G2CGKRAUE http://dicionario.babylon.com/gr%C3%A1fico#!!9G2CGKRAUE 34 Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 14: Modelo de Gabarito para peças sanitárias Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 15: Modelo de Gabarito de círculos http://www.wiki/ http://www.wiki/ 35 8. Compasso Um compasso é um instrumento de desenho para desenhar arcos de circunferência, composto de duas hastes articuladas numa extremidade encontra-se uma ponta-seca (ponta de metal) e a outra será com grafite, destinado a traçar circunferências, arcos ou a tirar medidas. PONTA-SECA PONTA DE GRAFITE Fonte: www.sxc.hu Figura 17: Detalhe das pontas do Compasso Usa-se o compasso da seguinte forma: aberto com o raio desejado fixa-se a ponta seca no centro da circunferência a traçar e, segurando-se o compasso pela parte superior com os dedos indicador e polegar, imprime-se um movimento de rotação até completar a circunferência. Fonte: www.sxc.hu Figura 16: Compasso Fonte: www.sxc.hu VOCÊ SABIA? O Compasso parabólico que conhecemos hoje foi inventado por Leonardo da Vinci. http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenho http://pt.wikipedia.org/wiki/Arco_(matem%C3%A1tica) http://pt.wikipedia.org/wiki/Circunfer%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci 36 9. Curva Francesa e Régua Flexível As curvas francesas são gabaritos para curvas, recortadas por inúmeros arcos destinados àqueles desenhos em que o não se pode usar o compasso. As curvas francesas transparentes são melhores porque facilita a visualização de pontos e eixos de simetria nos desenhos. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre A régua flexível é utilizada em grandes curvas traçadas principalmente nos esboços a mão-livre. CURVA FRANCESA RÉGUA FLEXÍVEL MAIS O eixo de simetria em geometria é uma linha que divide uma figura em duas partes simétricas, isto é, como se fossem o objeto e a sua imagem num espelho. http://www.wiki/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Simetria 37 10. Borracha É utilizada para apagar os traços de um desenho quando feitos a lápis ou a lapiseira. Os traços feitos com grafites macias, a borracha deve ser macia e de grão fino; para traços a grafite dura ou feitos a tinta, a borracha deve ser dura, áspera e de consistência arenosa. Para traços muito finos em desenhos muito pequenos deve se usar a borracha tipo caneta com um refil de borracha. Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 18: Borracha macia de grão fino CURIOSIDADE! O Theatro da Paz é o maior e um dos luxuosos edifícios construídos com as fortunas da borracha. Localizado na cidade de Belém, no estado do Pará 1869 – 1874. Fonte: www.sxc.hu Figura 20: Borracha dura, áspera de grãos arenosos Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre Figura 19: Borracha tipo caneta Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre http://www.wiki/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Bel%C3%A9m http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1 http://www.wiki/ http://www.wiki/ 38 11. Papel De acordo com a Norma Técnica Brasileira NBR5984, o papel deverá seguir alguns padrões de dimensões, que chamamos de formatos da série A. Esta Norma padroniza as características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos. As folhas de desenhos podem ser utilizadas tanto na posição horizontal como na vertical. As folhas em que se desenha o projeto arquitetônico é denominada prancha. O formato do papel tem origem em um retângulo com área de (1m²) e cujos lados medem 0,841 x 1,189 m ( 841 x 1189 mm), denominando de formato A0. Deste formato originam por bipartição, ou duplicação, os demais formatos. Vamos conferir: Figura 21: Origem dos formatos Esta é a chamada folha A0 (a-zero). A partir desta, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a folha A1 corresponde à metade da A0, assim como a 2A0 corresponde ao dobro da A0). Do formato A0 resultarão os demais formatos de papéis: Referência X (mm) Y (mm) a (mm) 2 A0 1189 1682 15 A0 841 1189 10 1189 mm 841 mm 39 A1 594 841 10 A2 420 594 7 A3 297 420 7 A4 210 297 7 A5 148 210 5 Fonte: Luciene Abdala Antinori Figura 22: Formatos da série A 12. Conservação dos Instrumentos Para aumentar a vida útil dos instrumentos devemos manuseá-los com o máximo cuidado possível e armazená-los sempre em seus estojos. A limpeza da régua, dos esquadros e do transferidor deve ser feita sempre com água e sabão neutro. Nunca utilizar substâncias corrosivas ou derivados de petróleo 40 Precauções mínimas que devem ser seguidas: Evitar choques ou queda dos instrumentos; Nunca desenhar com a aresta inferior da régua T; Não colocar qualquer das extremidades na boca; Nunca trabalhar com o lápis com ponta grossa; Nunca lubrificar as articulações do compasso; Nunca traçar uma linha voltando para traz; Nunca passar a borracha por todo o desenho depois de terminado; Deve-se limpar a mesa antes de começar os trabalhos; Manter os instrumentos sempre limpos. 41 RESUMINDO... Nesta aula você que o desenho técnico está em uma era totalmente informatizada, com uma disponibilidade de diversos programase o instrumental ficou reduzido a um micro computador e a uma impressora ou plotter, mas mesmo assim utilizamos as técnicas do desenho técnico tradicional, há a necessidade do instrumental básico para o desenho convencional. Podendo ser citados: 1. Lápis e lapiseiras; 2. Pranchetas - mesas pra desenho; 3. Régua T e Régua Paralela; 4. Esquadros; 5. Transferidor; 6. Escalímetro ou escala triangular; Os lápis e lapiseiras são classificados por meio de letras ou números seguindo o grau de dureza do grafite. As pranchetas para desenho geralmente são de madeira, em forma retangular, nela se fixam os papéis de desenho. As réguas T e paralela são réguas utilizadas para apoiar o esquadro ou para traçar horizontais e linhas paralelas quando apoiada na mesa de desenhos. A principal função dos esquadros é fazer transferência de ângulos como 30º, 45º, 60º, 90º e combinações de ângulos utilizando dois esquadros. O Transferidor é um instrumento utilizado para medida e marcação de ângulos. O Escalímetro ou régua tridimensional é um instrumento que possui 6 réguas com diferentes escalas,mas só pode ser utilizado para obter medidas e não traçar. Os Gabaritos são placas de material plástico, vazados nos formatos de figuras e equipamentos. O Compasso é um instrumento de desenho para desenhar arcos de circunferência. As curvas francesas são gabaritos para curvas e a régua flexível é utilizada em grandes curvas traçadas principalmente nos esboços a mão-livre. A Borracha é utilizada para apagar os traços de um desenho quando feitos a lápis ou a lapiseira. O Papel deverá seguir alguns padrões de dimensões, que chamamos de formatos da série A. 7. Gabaritos; 8. Compasso; 9. Curva Francesa e Régua Flexível 10. Borracha 11. Papel http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9gua http://pt.wikipedia.org/wiki/Paralela http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngulo http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9gua http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenho http://pt.wikipedia.org/wiki/Arco_(matem%C3%A1tica) http://pt.wikipedia.org/wiki/Circunfer%C3%AAncia 42 BIBLIOGRAFIA ABNT. Coletânea de normas de desenho técnico. São Paulo: SENAI – DTE-DMD. 1990. 86p ALVARENGA, L.M.deS.L.; SODRÉ, J.B. Manual de desenho de Arquitetura. Belo Horizonte: ULTRAMIG – Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais, 1977. MARMO, C. Curso de desenho. São Paulo, 1997. MONTENEGRO, G.A. Desenho arquitetônico: para cursos técnicos de 2º grau e faculdades de arquitetura. São Paulo: Edgard Blucher, 1978. OBERG, L.. Desenho arquitetônico. Ed. 22. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1979. 156p. PENTEADO, J.de A. Curso de desenho. ed.4. São Paulo: Nacional, 1967. 349p. SPECK, H.J.; PEIXOTO, V.V. Manual básico de desenho técnico. Ed.3. Florianópolis: UFSC, 2004. 180 p (Série Didática). TELECURSO. Leitura e Interpretação de Desenho Técnico - Apostilas e Vídeo Aulas Telecurso 2000. Disponível em: HTTP: < http://www.4shared.com/file/1WNZuCdf/Telecurso_2000_- _Leitura_e_Int.html>. Disponível em 10 jun 2010. http://www.4shared.com/file/1WNZuCdf/Telecurso_2000_-_Leitura_e_Int.html http://www.4shared.com/file/1WNZuCdf/Telecurso_2000_-_Leitura_e_Int.html Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre 3 NORMAS DE DESENHO TÉCNICO Luciene Abdala Antinori Curso Técnico em Cafeicultura http://www.wiki/ 44 Meta Apresentar as características das principais exigências estabelecidas pela ABNT para o desenho técnico. Objetivo Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Conhecer as normas técnicas mais utilizadas e a existência de outras normas que também auxiliam a realizar um projeto com precisão e clareza; Realizar com desenvoltura atividades referentes a escala , espaçamento entre os desenhos , formato e dobramento de folhas. 45 Introdução Nas duas aulas anteriores (aulas 1 e 2) , estudamos como se identifica um desenho técnico e quais os instrumentos utilizados com e sem a informatização isto é a confecção através de mecanismos modernos e mecanismos tradicionais. Nesta aula 3 Normas de Desenho Técnico iremos avançar o nosso estudo com o objetivo de oportunizá-lo a conhecer normas e/ou padrões na elaboração de projetos que garantam sua qualidade, que permitam a sua compreensão e execução por profissionais diferentes daquele que o concebeu. Sendo assim para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente. As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores e clientes. Cada país elabora suas normas técnicas e estas são aceitas em todo o seu território por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente, a este setor. No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940. As normas técnicas que regulamentam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como normas brasileiras - NBR e estão juntamente ligadas com as normas internacionais aprovadas pela ISO. ISO International Organization for Standardization (International Organization for Standardization), criada em 1947 para favorecer o desenvolvimento da padronização internacional e facilitar o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações. MAIS 46 Finalidade e importância Normas da ABNT A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT. Os procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO TÉCNICO (Antiga NBR 8) como em normas específicas que tratam os assuntos separadamente, conforme os exemplos que iremos observar: A Associação Brasileira de Normas Técnicas é sistema de Padronização que garante a qualidade de um projeto. Para Facilitar a compreensão do projeto em nível nacional, todos os componentes que envolvem o desenho de arquitetura e engenharia são padronizados e normalizados em todo o país. Para isto existem normas específicas para cada elemento do projeto, assim como: caligrafia, formatos do papel, e outros. O objetivo é conseguir melhores resultados a partir do uso de padrões que permitem a sua compreensão e execução do projeto por profissionais diferentes independente da presença daquele que o concebeu. As Normas técnicas contribuem em quatro aspectos. Vamos observar quais são: 1. Qualidade: fixando padrões que levam em conta necessidades e os desejos dos usuários. 2. Produtividade: padronizando produtos, processos e procedimentos. 3. Tecnologia: estabelecendo parâmetros entre os produtores, consumidores e especialistas, colocando os resultados à disposição da sociedade. 4. Marketing: regulando de forma equilibrada as relações de compra e venda. 47 NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir os termos empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho quanto aos seus aspectos geométricos, quanto aograu de elaboração (Esboço, Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de detalhes (Desenho de Detalhes e Conjuntos) e quanto à técnica de execução (À mão livre ou utilizando computador); NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAYOUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e definir seu layout com suas respectivas margens e legenda. As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal. NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para desenho etc.. Como regra geral deve-se organizar os desenhos distribuídos na folha, de modo a ocupar toda a área, e organizar os textos acima da legenda junto à margem direita, ou à esquerda da legenda logo acima da margem inferior. NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que fixa a forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a fixação em pastas, eles são dobrados até as dimensões do formato A4. NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS que, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na clareza do desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou as características de escrita em desenhos técnicos. A legenda deve conter todos os dados para identificação do desenho (número, origem, título, executor etc.) e sempre estará situada no canto inferior direito da folha, conforme mostra a figura 1. 48 Além das normas citadas acima, como exemplos, também encontramos as seguintes normas da ABNT: NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE LINHAS – LARGURAS DAS LINHAS NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO TÉCNICO NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO NBR8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM DESENHOS TÉCNICOS NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS EM DESENHO TÉCNICO. Vamos aprofundar nossos estudos na NBR 10.647/1989, NBR 10.582/1988, NBR 13.142/1999, pois são as Normas mais conhecidas. NBR 10.647/1989 – Desenho técnico 1. Objetivo Esta Norma define os termos empregados em desenho técnico. 2. Definições Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições: 2.1 Quanto ao aspecto geométrico 49 2.2 Quanto ao grau de elaboração 2.3 Quanto ao grau de pormenorização 2.4 Quanto ao material empregado 2.5 Quanto à técnica de execução 2.6 Quanto ao modo de obtenção 2.1. Quanto ao aspecto geométrico Desenho projetivo: desenho resultante de projeções do objeto sobre um ou mais planos que fazem coincidir com o próprio desenho, compreendendo: a) vistas ortográficas: figuras resultantes de projeções cilíndricas ortogonais do objeto, sobre planos convenientemente escolhidos, de modo a representar, com exatidão, a forma do mesmo com seus detalhes; b) perspectivas: figuras resultantes de projeção cilíndrica ou cônica, sobre um único plano, com a finalidade de permitir uma percepção mais fácil da forma do objeto. Desenho não projetivo: desenho não subordinado à correspondência, por meio de projeção, entre as figuras que constituem e o que é por ele representado, compreendendo larga variedade de representações gráficas, tais como: a) Diagrama: desenho no qual valores funcionais são representados em um sistema de coordenadas; b) Esquema: figura que representa não a forma dos objetos, mas as suas relações e funções; c) Ábaco ou nomograma: gráfico com curvas apropriadas, mediante o qual se podem obter as soluções de uma equação determinada pelo simples traçado de uma ou mais retas; d) Fluxograma: representação gráfica de uma seqüência de operações. e) Organograma: quadro geométrico que representa os níveis hierárquicos de uma organização, ou de um serviço, e que indica os arranjos e as inter- relações de suas unidades constitutivas; f) Gráfico: representado por desenho ou figuras geométricas. É um conjunto finito de pontos e de segmentos de linhas que unem pontos distintos. 50 2.2. Quanto ao grau de elaboração a) Esboço: representação gráfica aplicada habitualmente aos estágios iniciais de elaboração de um projeto, podendo, entretanto, servir ainda à representação de elementos existentes ou à execução de obras; b) Desenho preliminar: representação gráfica empregada nos estágios intermediários da elaboração do projeto sujeita ainda a alterações e que corresponde ao anteprojeto; c) Croqui: desenho não obrigatoriamente em escala, confeccionado normalmente à mão livre e contendo todas as informações necessárias à sua finalidade; d) Desenho definitivo: desenho integrante da solução final do projeto, contendo os elementos necessários à sua compreensão. 2.3. Quanto ao grau de pormenorização a) Desenho de componente: desenho de um ou vários componentes representados separadamente; b) Desenho de conjunto: desenho mostrando reunidos componentes, que se associam para formar um todo; c) Detalhe: vista geralmente ampliada do componente ou parte de um todo complexo. 2.4. Quanto ao material empregado Desenho executado com lápis, tinta, giz, carvão ou outro material adequado. 2.5. Quanto à técnica de execução Desenho executado manualmente (à mão livre ou com instrumento) ou à máquina. 2.6. Quanto ao modo de obtenção a) Original: desenho matriz que serve para reprodução. b) Reprodução: desenho obtido, a partir do original, por qualquer processo, compreendendo: I) cópia - reprodução na mesma escala do original; II) ampliação - reprodução maior que o original; III) redução - reprodução menor que o original. 51 NBR 10.582/1988 – Apresentação da Folha para Desenho Técnico Esta Norma fixa as condições exigíveis para a localização e disposição do espaço para desenho, espaço para texto e espaço para legenda, e respectivos conteúdos, nas falhas de desenhos técnicos. A folha para o desenho deve conter: a) espaço para desenho; b) espaço para texto; c) espaço para legenda. Figura 4: Posição: desenho, texto e legenda A legenda é usada para informação, indicação e identificação do desenho e deve ser traçada conforme a NBR 10068. As informações contidas na legenda são as seguintes: 52 a) designação da firma; b) projetista, desenhista ou outro, responsável pelo conteúdo do desenho; c) local, data e assinatura; d) nome e localização do projeto; e) conteúdo do desenho; f) escala (conforme NBR 8196); g) número do desenho; h) designação da revisão; i) indicação do método de projeção (conforme NBR 10067); j) unidade utilizada no desenho conforme a NBR 10126. Espaço para desenho Os desenhos são dispostos na ordem horizontal e vertical. O desenho principal, se houver, é colocado acima e à esquerda, no espaço para desenho. Os desenhos são executados, se possível, levando em consideração o dobramento das cópias do padrão de desenho, conforme formato A4. Espaço para texto Todas as informações necessárias ao entendimento do conteúdo do espaço para desenho são colocados no espaço para texto e escritas conforme NBR 8402. O espaço para texto é colocado a direita ou na margem inferior do padrão de desenho. A largura de espaço para texto é igual a da legenda ou no mínimo 100 mm. O espaço para texto é separado em colunas com larguras apropriadas de forma que possível, leve em consideração o dobramento da cópia do padrão de desenho, conforme formato A4. NBR 13.142/1999 – Folha de Desenho – Layout e DimensõesEsta Norma padroniza as características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos e também apresenta o layout da folha do desenho técnico com relação: 53 a) posição e dimensão da legenda; b) margem e quadro; c) marcas de centro; d) escala métrica de referência; e) sistema de referência por malhas; f) marcas de corte. Condições específicas Formatos Seleção e designação de formatos: a) O original deve ser executado em menor formato possível, desde que não prejudique a sua clareza; b) A escolha do formato no tamanho original e sua reprodução são feitas nas séries mostradas em Formatos da série “A”; c) As folhas de desenhos podem ser utilizadas tanto na posição horizontal como na vertical. Formatos da série "A" Os tamanhos das folhas seguem os Formatos da série “A”, e o desenho deve ser executado no menor formato possível, desde que não comprometa a sua interpretação. Figura 1: Posição das folhas de desenho Figura 2: Tabela Formato das folhas série A A legenda deve conter todos os dados para identificação do projeto (número, origem, título, executor etc.) e sempre estará situada no canto inferior direito da folha, conforme mostra ao lado. 54 Formato especial Sendo necessário formato fora dos padrões, recomenda-se a escolha dos formatos de tal maneira que a largura ou o comprimento corresponda ao múltiplo ou submúltiplo ao do formato padrão. Figura 3: Formato das folhas de desenho- derivados do formato A0 Você adquiriu conhecimentos do formato das folhas de desenho e verá em seguida a posição e dimensões da Legenda. Legenda É um texto explicativo que acompanha uma ilustração, um projeto. Conforme vimos anteriormente ela deve conter todos os dados para identificação do projeto e canto inferior direito da folha, A posição da legenda deve estar dentro do quadro para desenho de tal forma que contenha a identificação do desenho (número de registro, título, origem, etc.); deve estar situado no canto inferior direito, tanto nas folhas posicionadas horizontalmente como verticalmente. 55 A direção da leitura da legenda deve corresponder à do desenho. Por conveniência, o número de registro do desenho pode estar repetido em lugar de destaque, conforme a necessidade do usuário. A legenda deve ter 178 mm de comprimento, nos formatos A4, A3 e A2, e 175 mm nos formatos A1 e A0. Figura 4: Largura das e Linhas e das margens A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no arquivamento. NBR 13.142/1999 – Folha de Desenho – Dobramento de cópia Esta Norma fixa as condições exigíveis para o dobramento de cópia de desenho técnico. Definições: Para os efeitos desta Norma aplicam-se as definições da NBR 10647. Requisitos gerais O formato final do dobramento de cópias de desenhos formatos A0, A1, A2 e A3 deve ser o formato A4; As dimensões do formato A4 devem ser conforme a NBR 10068 (210 x 297mm); As cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a legenda (NBR 10582); O dobramento deve ser feito a partir do lado direito, em dobras verticais, de acordo com as medidas indicadas nas figuras 1 a 4; Quando as cópias de desenho formato A0, A1 e A2 tiverem que ser perfuradas para arquivamento, deve ser dobrado, para trás, o canto superior esquerdo, conforme as figuras 1 a 4; 56 Para formatos maiores que o formato A0 e formatos especiais, o dobramento deve ser tal que ao final esteja no padrão do formato A4. Vamos ver como devemos fazer o dobramento dos Formatos da série A: Figura 5: Forma de dobramento e dimensões (mm) para a folha tamanho A0. Figura 6: Forma de dobramento e dimensões (mm) para a folha tamanho A1. 57 Figura 7: Forma de dobramento e dimensões (mm) para a folha tamanho A2. Figura 8: Forma de dobramento e dimensões (mm) para a folha tamanho A3 Na aula 2 (INSTRUMENTOS DE DESENHO TÉCNICO) você aprendeu o que é escala, como se utiliza o Escalímetro , pois é um instrumento que nos auxilia a medi - lá. Nesta aula você terá a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a escala é a relação que indica a proporção entre cada medida do desenho e a sua dimensão real no objeto,portanto é imprescindível o seu entendimento. 58 Escalas Através do Desenho Arquitetônico o arquiteto, engenheiro ou o desenhista gera os documentos necessários para as construções. Esses são reproduzidos em "pranchas", isto é, folhas de papel com dimensões padronizadas, por norma técnica, onde o espaço utilizável é delimitado por linhas chamadas de margens. Uma prancha "A4", por exemplo, tem 21 cm de largura por 29,7cm de altura e espaço utilizável de 17,5 cm de largura por 27,7 cm de altura. Desta forma se tivermos que desenhar a planta, o corte e a fachada de uma edificação, nesta prancha, estes deverão estar em ESCALA. As escalas são encontradas em réguas próprias, chamadas de Escalímetros. Assim, a escala é a relação que indica a proporção entre cada medida do desenho e a sua dimensão real no objeto. Um dos fatores que determina a escala de um desenho é a necessidade de detalhe da informação. Normalmente, na etapa de projeto executivo, quando elementos menores e cheios de detalhes da construção estão sendo desenhados para serem executados, como, por exemplo, as esquadrias (portas, janelas, etc.), normalmente as desenhamos em escalas mais próximas do tamanho real (1:20 ou 1:25). Outro fator que influencia a escolha da escala é o tamanho do projeto. Prédios muito longos ou grandes extensões urbanizadas em geral são desenhados nas escalas de 1:500 ou 1:1000. Isto visando não fragmentar o projeto, o que quando ocorre, dificulta às vezes a sua compreensão. A escolha da escala geralmente determina também o tamanho da prancha que se vai utilizar. Com a prática do desenho, a escolha da escala certa se torna um exercício extremamente simples. À medida que a produção dos desenhos acontece, a escolha fica cada vez mais acertada. 59 Só uma dica: um prédio com 100 metros de comprimento (10.000 cm) para ser desenhado na escala de 1:100, precisa de 1 metro (100 cm) de espaço disponível na folha de papel para ser desenhado. Na de 1:50 o dobro. Assim você pode determinar a prancha a ser utilizada. Por exemplo, um projeto pequeno desenhado na escala de 1:100 (ou 1/100), talvez possa utilizar uma prancha A4, ou A3. Um projeto nesta escala significa que o desenho estará 100 vezes menor que a verdadeira dimensão/grandeza (VG). Então, se estamos desenhando uma porta de nosso projeto, com 1 metro de largura (VG), ela aparecerá no desenho, em escala, com 1 centímetro de comprimento. Se escolhermos 1:50 (ou 1/50) o desenho será 50 vezes menor, e assim por diante. Como podemos observar, o tamanho do desenho produzido é inversamente proporcional ao valor da escala. Por exemplo: um desenho produzido na escala de 1:50 é maior do que ele na escala de 1:200. Escalas recomendadas: Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral; Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos; Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e fachadas de projetos arquitetônicos; Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de apresentação que não necessitem ir para a obra – maior dificuldade de proporção. Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de 1:50; plantas de situação e paisagismo; também para desenhos de estudos que não necessitem de muitos detalhes; Escala 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra; Escala 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadasde grandes projetos, plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano; Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia; 60 Escala 1:2.000 e 1:5.000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de urbanismo e zoneamento. As escalas são classificadas em dois tipos: Veja a seguir, as escalas recomendadas pela ABNT, através da norma Técnica NBR 8196 / 1983. Numérica Escalas Gráfica Redução Ampliação Real ou natural 61 Escala Numérica: A escala numérica pode ser de redução ou de ampliação. É chamada de ampliação quando a representação gráfica é maior do que o tamanho real do objeto. Exemplo: 3:1, 5:1, 10:1 A escala de redução é mais utilizada em projetos arquitetônicos. Quando o desenho é sempre realizado em tamanho inferior ao que o objeto real. Exemplo: 1:25, 1:50, 1:100 Ex. Escala 1:5 – cada 1 cm do desenho representa 5cm da peça. Para desenhar nesta escala divide-se por 5 a verdadeira grandeza das medidas. D R Nas escalas de redução o número 1 representa a escala real e o segundo número representa quantas vezes foi reduzido. EX: 1:100 ( se lê UM PARA CEM),ou seja, o desenho é 100 vezes menor que a realidade. Nas escalas de ampliação o primeiro representa a escala quantas vezes foi ampliado e o segundo número a escala real. EX: 10:1 ( se lê DEZ PARA UM),ou seja, o desenho é 10 vezes maior que a realidade. Na escala real 1:1 ( se lê UM PARA UM),ou seja, o desenho é igual o real. Uma medida no desenho A mesma medida feita no desenho (Medida real) 62 Escala Gráfica É a representação através de um gráfico proporcional à escala utilizada. É utilizada quando for necessário reduzir ou ampliar o desenho por processo fotográfico. Assim, se o desenho for reduzido ou ampliado, a escala o acompanhará em proporção. Para obter a dimensão real do desenho basta copiar a escala gráfica numa tira de papel e aplicá-la sobre a figura. Ex.: A escala gráfica correspondente a 1:50 é representada por segmentos iguais de 2cm, pois 1 metro/50= 0,02 = 2cm. Como vimos no início desta aula as Normas Técnicas exigem também que o sistema de Cotagem (NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO) seja precisa, pois a sua ausência trará problemas para quem executa o projeto. A seguir você terá a oportunidade de aprender a Importância da utilização das cotas. Dimensionamento/Cotagem – Colocação de Cotas no Desenho As cotas indicadas nos desenhos determinam a distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento, etc.. A ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa, e na dificuldade de saná-las, normalmente o responsável pela obra, extrai do desenho, a informação, medindo com o metro, a distância desejada. Portanto, -1 0 1 32 metros MAIS Cada folha de desenho ou prancha deve ter indicada em seu título as escalas utilizadas nos desenhos ficando em respectiva escala indicada junto dele . Além disto, cada desenho terá a sua. MAIS Cotas são os números que correspondem às medidas reais no desenho. 63 não são indicadas, para os desenhos de projetos executivos, as escalas de 1:25, 1:75, 1:125, difíceis de se transformar com a utilização do “metro” de obra. É a forma pela qual passamos nos desenhos, as informações referentes às dimensões de projeto. São normalmente dadas em centímetros. Isso porque nas obras, os operários trabalham com o "metro" (trena dobrável com 2 metros de comprimento), que apresenta as dimensões em centímetros. Assim, para quem executa a obra, usuário do "metro", a visualização e aplicação das dimensões se torna mais clara e direta. Isso não impede que seja utilizada outra unidade, desde que mantida em todo o desenho a mesma unidade. Normalmente, para desenhos de alguns detalhes, quando a execução requer rigorosa precisão, as dimensões podem ser dadas em milímetros. Na hora de cotar, deve-se ter o cuidado de não apresentar num mesmo desenho, duas unidades diferentes, centímetros e metros por exemplo. As áreas podem e devem ser dadas em metros quadrados. Assim, procurar sempre informar através de uma "nota de desenho" as unidades utilizadas, como por exemplo: "cotas dadas em centímetros" e "áreas em metros quadrados". Os desenhos de arquitetura, bem como todo desenho técnico, devem ter as suas medidas indicadas corretamente. Indicar a medida da cota errada ou uma má indicação costuma trazer prejuízos e aborrecimentos. As cotas, sempre que possível devem estar margeando os desenhos, ou seja, fora do limite das linhas principais de uma planta, corte, ou qualquer COTA 64 outro desenho. Isso não impede que algumas cotas sejam dadas no interior, mas deve-se evitar, a fim de não dificultar a leitura das informações. Na sua representação, são utilizadas linhas médias-finas para traçado das "linhas de cota" - que determina o comprimento do trecho a ser cotado; "linhas de chamada" - que indicam as referências das medidas; e o "tick" - que determina os limites dos trechos a serem dimensionados. Nos desenhos, a linha de cota, normalmente dista 2,5cm (em escala 1/1) da linha externa mais próxima do desenho. Quando isso não for possível admite-se que esteja mais próxima ou mais distante, conforme o caso. A distância entre linhas de cota deve ser de 1,0 cm (escala 1/1). As linhas de chamada devem partir de um ponto próximo ao local a ser cotado (mas sem tocar – deixar 0,5 cm em escala 1/1), cruzar a linha de cota e se estender até um pouco mais além desta (0,5 cm em escala 1/1). O tick, sempre a 45º à direita, ou uma circunferência pequena cheia, que cruza a interseção entre a linha de cota e a de chamada. Este deve ter um traçado mais destacado, através de uma linha mais grossa ou circunferência cheia para facilitar a visualização do trecho cotado. O texto deve estar sempre acima da linha de cota, sempre que possível no meio do trecho cotado e afastado aproximadamente 2 mm da linha de cota. Caracteres com 3 mm de altura. Princípios Gerais: As cotas de um desenho ou projeto devem ser expressas em uma única unidade de medida; As cotas devem ser escritas sem o símbolo da unidade de medida (m, mm ou cm); As cotas devem ser escritas acompanhando a direção das linhas de cota; Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas representam a verdadeira grandeza das dimensões (medidas reais); 65 As linhas de cota devem ser contínuas e os algarismos das cotas devem ser colocados ACIMA da linha de cota; Quando a peça for muito grande deve-se interromper a peça e não a linha de cota: Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho; Não traçar linha de cota como continuação de linha da figura; Os ângulos serão medidos em graus, exceto nas coberturas e rampas que se indicam em porcentagem. Cotas horizontais As cotas verticais devem acompanhar a linha de cota, como se o observador estivesse à direita do desenho. As cotas oblíquas devem acompanhar as linhas de cotas e estas devem ser paralelas à face cotada. 66 Nesta aula você aprendeu que o Órgão responsável pela normalização técnica é a ABNT. As normas definem os tipos de desenho quanto aos seus aspectos geométricos, quanto ao grau de elaboração. As normas fixam padrões de qualidade, padronizam produtos e estabelecem parâmetros entre produtores, consumidores e especialistas, bem como regulam as relações de compra e venda. Foramcitadas as Normas Técnicas: NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAYOUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e definir seu layout com suas respectivas margens e legenda. NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para desenho etc.. NBR 10.647/1989 – Desenho técnico esta Norma define os termos empregados em desenho técnico, quanto ao aspecto geométrico , de elaboração, de pormenorização, material empregado,à técnica de execução e ao modo de obtenção. NBR 13.142/1999 – Folha de Desenho – Layout e Dimensões esta Norma padroniza as características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos e normatiza a Série A com os tamanhos: A0, A1, A2, A3 e A4. Nos desenhos temos que utilizar escalas na qual é a relação que indica a proporção entre cada medida do desenho e a sua dimensão real no objeto. Um dos fatores que determina a escala de um desenho é a necessidade de detalhe da informação. As escalas são classificadas em dois tipos: 1. Numérica que podem ser de redução, ampliação e real ou natural 2. Gráfica no qual é a representação através de um gráfico proporcional à escala utilizada. A legenda deve conter todos os dados para identificação do desenho (número, origem, título, executor, etc.) e sempre estará situada no canto inferior direito da folha. As Cotas são os números que correspondem às medidas reais no desenho. Elas determinam a distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de porta ou janela, a altura do pé direito, etc.. RESUMINDO... 67 BIBLIOGRAFIA ABNT. Coletânea de normas de desenho técnico. São Paulo: SENAI – DTE-DMD. 1990. 86p. FRENCH, T.E. Desenho técnico e tecnologia gráfica. Ed.8. São Paulo: globo, 2005.109 p. MENICUCCI, E; RODARTE, J.F.; SILVA, N.F.da. Apostila de desenho técnico I. Lavras: ESAL, 1988. 33p. OBERG, L. Desenho arquitetônico. Ed.22. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1979. 156p. PEREIRA, A. Desenho Técnico Básico. Rio de Janeiro: Editora Livraria Francisco Alves. 1976. 128 p. SILVA, S.F.da. A linguagem do desenho desenho técnico. Rio de Janeiro: LTC – Livros técnicos e científicos editora S.A. 1984. 151p. SPECK, H.J.; PEIXOTO, V.V.. Manual básico de desenho técnico. Ed.3. Florianópolis: UFSC, 2004. 180 p (Série Didática). Fonte: Wikipédia A enciclopédia livre 4 SÍMBOLOS E CONVENÇÕES Luciene Abdala Antinori Curso Técnico em Cafeicultura http://www.wiki/ 69 Meta Apresentar as convenções utilizadas no Desenho técnico arquitetônico. Objetivos Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Identificar a espessura de traços para a diferenciação de planos, tipos de linhas, de cotas, de letras e números; Conhecer as técnicas de Graficação e Caligrafia Técnica. 70 Introdução Nas aulas precedentes você estudou o que é um Desenho técnico, seus instrumentos e normas que propiciam um trabalho claro, preciso dentro de um padrão estabelecido pela ABNT facilitando a interpretação dos dados informados. Nesta aula 4 trataremos da questão dos Símbolos e Convenções que estão intimamente ligados aos temas estudados. Sabemos que vários fatores colaboram e asseguram a qualidade do desenho de um projeto, por isso a utilização de Símbolos e Convenções vêm para complementar uma boa apresentação do desenho. Desta forma sempre que possível o desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas padronizadas com margens e legenda ou carimbo com as informações necessárias. Deve estar limpo e sem rasuras. Conter traços homogêneos, com espessuras diferenciadas que identifiquem e facilitem a compreensão dos elementos desenhados. Textos com caracteres claros que não gerem dúvidas ou dupla interpretação. Dimensões e demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita execução da obra. Sempre que possível seguir uma norma de desenho estabelecida pela ABNT. A base para a maior parte do Desenho Técnico é a linha, cuja essência é a continuidade. Em um desenho constituído somente de linhas, a informação arquitetônica transmitida (espaço volumétrico; definição dos elementos planos, sólidos e vazios; profundidade) depende das diferenças do peso visual dos tipos de linhas usados. 71 1. LINHAS As linhas são os principais elementos do Desenho Técnico. Além de definirem o formato, dimensão e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas, objetos e etc, determinam as dimensões e informam as características de cada elemento projetado. Sendo assim, estas deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho. As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras. Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As linhas em primeiro plano – mais próximo – serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e demais planos visualizados – mais afastados – serão menos intensas. TRAÇO GRAFITE TIPO DE LINHA USO GROSSO, FORTE ESCURO HB Principais/ secundárias Linhas que estão sendo cortadas MÉDIO H Secundárias Linhas em vista/elevações FINO, FRACO, CLARO 2H / 4H Layout ou mobiliário Linhas de construção/ cotas/representação de material Traço forte: As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas baixas e cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de corte. No desenho a lápis pode-se utilizar a lapiseira 0,5 e retraçar a linha diversas vezes, até atingir a espessura e tonalidade desejadas, ou então utilizar-se o grafite 0,9, traçando com a lapiseira bem vertical. Com o uso de tinta nanquim a pena pode ser 0.6; 72 Traço médio: As linhas médias, ou seja, finas e escuras, representam elementos em vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, paredes em vista, etc. É indicado o uso do grafite 0,5, num traço firme, com a lapiseira um pouco inclinada, procurando girá-la em torno de seu eixo, para que o grafite desgaste homogeneamente mantendo a espessura do traço único. Para o desenho a tinta pode-se usar as penas 0,2 e 0,3. Traço fino: Para linhas de construção do desenho – que não precisam ser apagadas – utiliza-se linha bem fina. Nas representações de piso ou parede (azulejos, cerâmicas, pedras, etc), as juntas são representadas por linhas finas. Também para linhas de cota, auxiliares e de projeção. Utiliza-se normalmente o grafite 0,3, ou o grafite 0,5 exercendo pequena pressão na lapiseira. Para tinta, usa-se as penas 0,2 ou 0,1. Textos e outros elementos informativos podem ser representados com traços médios. Títulos ou informações que precisem de destaque poderão aparecer com traço forte. Tipos de Linhas contínua larga – contornos visíveis contínua estreita – cotagem, linhas auxiliares, hachuras, linha de chamada, linhas de centro curtas contínua estreita à mão livre – limites ou interrupções contínua estreita em zique-zague – limites ou interrupções tracejada estreita – contornos não visíveis traço e ponto estreita – linhas de centro, simetria traço e ponto estreita, mas larga nas extremidades e nas mudanças de direção planos de cortes 73 Vamos observar as representações de cada uma:1. Linhas de Contorno – contínuas A espessura varia com a escala e a natureza do desenho, exemplo: ± 0,6 mm 2. Linhas Internas – Contínuas Firmes, porém de menor valor que as linhas de contorno, exemplo: ± 0,4 mm 3. Linhas situadas além do plano do desenho – Tracejadas. Mesmo valor que as linhas de eixo. ± 0,2 mm 4. Linhas de projeção – traço e dois pontos Quando se tratar de projeções importantes, devem ter o mesmo valor que as linhas de contorno. São indicadas para representar projeções de pavimentos superiores, marquises, balanços, etc. ± 0,2 mm 5. Linhas de eixo ou coordenadas – traço e ponto Firmes, definidas, com espessura inferior às linhas internas e com traços longos. ± 0,2 mm 6. Linhas de cotas – contínuas Firmes, definidas, com espessura igual ou inferior à linha de eixo ou coordenadas ± 0,2 mm 7. Linhas auxiliares – contínuas Para construção de desenho, guia de letras e números, com traço; o mais leve possível. ± 0,1 mm 74 8. Linhas de indicação e chamadas – contínuas. Mesmo valor que as linhas de eixo. ± 0,2 mm ± 0,2 mm ± 0,2 mm ± 0,2 mm 2. TIPOS DE LETRAS E NÚMEROS As características mais importantes para a graficação das letras são LEGIBILIDADE e CONSISTÊNCIA, tanto em estilo quanto em espaçamento. A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z 0,5cm A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z 0,3 cm NÚMEROS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0,5 cm 75 Letras de Mão Na década de 60, quando os desenhos de arquitetura passaram a ser feitos a lápis em papel, foi introduzida nas normas de desenho, que praticamente aposentou os normógrafos. A Letra de Mão se difundiu por todos os demais e passou a ser chamada de "Letra de Arquiteto". É composta por caracteres próprios, que apresentam pequenas inclinações em elementos que os compõem, determinando assim a sua personalidade. São utilizadas na transmissão das informações contidas nos desenhos, sob forma de textos ou números. Normalmente elas aparecem nos desenhos, entre "linhas guia", em três dimensões: 2mm (dois milímetros) para locais onde o espaço para a escrita seja bastante restrito; 3mm (três milímetros) a mais utilizada; e 5mm para títulos, designações ou qualquer outro texto ou número que necessite de destaque. São representadas sempre em "caixa alta" (letras maiúsculas). O uso de linhas guia é obrigatório para que as letras sejam consistentes na altura. CUIDADO! A dimensão das entrelinhas não deve ser inferior a 2 mm. As letras cifras das coordenadas devem ter altura de 3 mm. 76 As letras devem comunicar e não distrair ou prejudicar o desenho em si. Desta forma, algumas dicas: 1. As letras devem ser sempre maiúsculas e não inclinadas – letras inclinadas geralmente são direcionais, distraindo a visão em um desenho retilíneo. 2. Para manter as letras verticais, um pequeno esquadro ajuda a manter os traços verticais das letras. 3. Mantenha a proporção de áreas iguais para cada letra, para que seu texto seja mais estável. Caligrafia Técnica A linguagem escrita de desenho técnico é feita através de uma Caligrafia estabelecida por estudos de legibilidade de execução: as letras e algarismos do tipo denominado bastão. Recomendado pela Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT), o tipo bastão é a representação mais simples dos diversos tipos de letras. Esta padronização facilita o entendimento do projeto em qualquer lugar do país. 77 Veja algumas representações de letras tipo bastão maiúsculas, minúsculas e números. Fonte: Livro: Desenho Técnico Básico – Aldemar Pereira 78 3. COTAS Este assunto não é novidade para você, já foi comentado na aula 3 (NORMAS DE DESENHO TÉCNICO em caso de dúvida releia o item Dimensionamento/Cotagem – Colocação de Cotas no Desenho). O processo de colocação das dimensões de um desenho para informação das suas medidas é chamado de Cotagem. Vamos observar alguns exemplos de colocação de linhas de cota para retângulos e triângulos: Fonte: Luciene Abdala Antinori Elementos de Linhas de Cota As cotas horizontais são registradas da esquerda para a direita; as verticais de baixo para cima e as inclinadas, de modo a facilitar a leitura. Vamos observar alguns exemplos de direção da escrita dos números em linhas de cota: Fonte: Luciene Abdala Antinori . . . . . 10 .0 0 20.00 79 Linhas de cota – Horizontal e Vertical Vamos observar alguns exemplos de substituição das setas nas extremidades por pontos. Fonte: Luciene Abdala Antinori PONTO NA EXTREMIDADE 20.00 25.0 0. 5. 00 20.00 1 0 .0 0 Fonte: Luciene Abdala Antinori Linhas de cota – Inclinadas 80 Fonte: Luciene Abdala Antinori Vamos observar um exemplo de substituição das setas nas extremidades por traços inclinados. Fonte: Luciene Abdala Antinori TRAÇO INCLINADO NA EXTREMIDADE 81 Cotagem de Ângulos Vamos observar um exemplo de cotagem de ângulos Fonte: Luciene Abdala Antinori Fonte: Luciene Abdala Antinori COTA NO INTERIOR COTA NO CENTRO COTA NO EXTERIOR 82 RESUMINDO Nesta aula você aprendeu que as linhas são os principais elementos do Desenho Técnico, cuja essência é a continuidade. Em um desenho constituído somente de linhas, a informação arquitetônica transmitida depende das diferenças do peso visual dos tipos de linhas usados. As linhas em primeiro plano – mais próximo – serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e demais planos visualizados – mais afastados – serão menos intensas. A linguagem escrita de desenho técnico é feita através de uma Caligrafia estabelecida pela Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT), é o tipo bastão porque é a representação mais simples dos diversos tipos de letras. Esta padronização facilita o entendimento do projeto em qualquer lugar do país. O processo de colocação das dimensões de um desenho para informação das suas medidas é chamado de Cotagem. As cotas horizontais são registradas da esquerda para a direita; as verticais de baixo para cima e as inclinadas, de modo a facilitar a leitura. 83 BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-10126: Cotagem em desenho técnico. ABNT. Rio de Janeiro. 1987. 13 p. MONTENEGRO, G.A. Desenho Arquitetônico. São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda. 1978. PEREIRA, A.. Desenho Técnico Básico. 128 p. Rio de Janeiro: Editora Livraria Francisco Alves.. 1976.
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