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Avaliação de Pesquisa Escola e Sociedade

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Avaliação de Pesquisa: Escola e Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Com base no texto da aula, argumente qual é a importância da vida em sociedade. 
Se observarmos os seres que vivem em nosso planeta, notaremos que macho e fêmea de 
algumas espécies vivem isoladamente, unindo-se apenas no período de acasalamento. No 
entanto, sabemos que a maioria dos animais busca a vida em conjunto. Antigamente, associados 
em grupos, os homens dividiam as tarefas, otimizando o tempo e melhorando a qualidade de 
vida por meio das relações sociais. 
A partir do pensamento de Thomas Hobbes, a sociedade é uma necessidade humana, 
posto que o indivíduo não vive sozinho. Se entregue à sorte individual, esse homem só 
encontrará dificuldades e morte, mas se optar pela vida coletiva, haverá a necessidade de se ter 
leis, um contrato social e a normalização dos costumes. 
Resta observar, então, que muito embora o vetor de adaptação mais evidente seja o do 
indivíduo conformando-se aos modelos sociais, o julgamento que ele realiza acerca desses 
modelos pode levá-lo a ações capazes de mudar alguns padrões preestabelecidos da sociedade. 
Acreditar que é inexorável a adaptação dos indivíduos às normas da sociedade e que os padrões 
sociais são imutáveis corresponde a crer também que a sociedade em que vivemos é estática e 
imutável, o que não é verdade. Embora o mais comum seja o indivíduo ser influenciado pelo 
seu meio e se adaptar a ele, também não podemos desconsiderar as possibilidades de uma 
pessoa questionar os padrões já existentes de sua sociedade e de instaurar algumas mudanças. 
O ser humano se completa na sociedade. A cultura é a verdadeira responsável pela nossa 
natureza. Ela, evidentemente, não substitui a força dos fatores biológicos na constituição da vida 
humana. Sabemos, por exemplo, que o fator genético possui grande influência sobre o 
indivíduo, mas, como afirma Geertz (1989), “nós somos animais incompletos e inacabados que 
nos completamos e acabamos por meio da cultura”. 
A vida em sociedade é uma das tarefas mais importantes que se apresentam em nossa 
condição humana. O universo da escola, seja pelas características intrínsecas de vida social que 
apresenta ou por ser uma antecipação da dinâmica social da vida adulta, é um dos modelos mais 
concretos e importantes da sociabilidade. Nesta aula, vimos a base do que é esse viver em 
comum, suas principais características, o desenvolvimento do homem como ser social e as 
formas de poder que estabelece em sua sociedade. 
 
2. Elabore um exemplo para cada uma das formas de degeneração do poder, a saber: tirania, 
oligarquia e corrupção. 
Tirania: 
 
Escola e Sociedade 
Aluno (a): EDNALDO ATAIDE DE SOUZA Data: 14 / 07 / 2020 
Atividade de Pesquisa NOTA: 
ORIENTAÇÕES: 
❖ Ler atentamente as instruções contidas no documento é de fundamental importância na realização da 
avaliação. 
❖ Para esta atividade o aluno poderá utilizar-se das ferramentas de pesquisas como: internet, artigos científicos, 
manuais técnicos, livros e literaturas disponibilizadas em nossa biblioteca. 
❖ Preencha todos os dados referente a sua identificação como: nome completo, data de entrega. 
❖ As respostas poderão ser de escritas forma manual e/ou digitadas abaixo de cada pergunta. 
❖ Ao terminar a avaliação o arquivo deverá ser salvo com o nome: "Avaliação de Pesquisa" (nome do aluno). 
❖ Envie o arquivo pelo sistema em formato digital em pdf ou word. 
Bons Estudos! 
 
 Avaliação de Pesquisa: Escola e Sociedade 
• o abuso de poder (quando um agente público age de forma ilegítima contra à liberdade 
individual do cidadão); 
• a opressão ao povo (uso de força física como mecanismo de controle social); 
• crueldade (redução de direitos sociais e leis excludentes); 
• dominação através de violência; 
• ameaça a quem se opõe ao governo. 
 
No governo tirano, é comum que o líder governamental utilize o medo e o terror como forma 
de controle coletivo, a fim de perpetuar o seu poder e domínio social. Entretanto, alguns 
governantes utilizam-se dos ressentimentos sociais com o apoio da mídia e dos meios de 
propaganda para gerar uma cultura de adoração ao líder, frequentemente proveniente de 
informações e promessas enganosas. 
Adolf Hitler, caracteriza-se como um líder tirano em razão do seu governo autoritário. No 
governo de Hitler houve perseguição a oposição política, uso ilegítimo do poder em prol de 
interesses individuais, atentado à vida humana e violação dos direitos individuais e coletivos da 
sociedade. 
 
Oligarquia 
Oligarquia é uma forma de governo controlada por um pequeno número de pessoas. Esse 
pequeno grupo se utiliza da manutenção no governo para permanecer no poder, concentrar renda e 
expandir seus privilégios sobre a classe dominada. Ou seja, seus interesses sempre estão sempre 
acima dos da maioria. 
Entre os exemplos estão grupos políticos ou partidos, que se mantêm no poder por práticas 
consideradas antiéticas, como o nepotismo. 
Também são formas de exercício da oligarquia as práticas de: 
• Meritocracia 
• Militarismo 
• Plutocracia 
• Tecnocracia 
• Teocracia 
 
Corrupção 
 
Na questão política, a corrupção relaciona-se muito com o suborno, isto é, quando pessoas 
utilizam-se de um cargo importante para exigir dinheiro de alguma pessoa. Tendo isso em vista, se um 
prefeito exige suborno para realizar a construção de um hospital em determinado local, por exemplo, 
ele está sendo corrupto. 
Uma das maiores dificuldades para o exercício da política no mundo integrado, globalizado, é o 
fato de que o universo político está sempre se associando a práticas ilícitas, como o favorecimento de 
grandes corporações multinacionais por políticos de determinado país, lavagem de dinheiro em 
paraísos fiscais, conexões com máfias e demais associações criminosas etc. A corrupção, nesse nível, é 
percebida, mas nem sempre interrogada, investigada. Isso porque a rede de esquemas ilegais que ela 
movimenta é incalculável. 
O que existe no mundo contemporâneo, grosso modo, é uma espécie de tolerância à 
corrupção, desde que o sistema político corrupto não “fuja” com a obrigação da satisfação dos 
interesses e das necessidades da população. 
https://www.todamateria.com.br/nepotismo/
https://www.todamateria.com.br/meritocracia/
https://www.todamateria.com.br/plutocracia/
https://www.todamateria.com.br/teocracia/
 
 Avaliação de Pesquisa: Escola e Sociedade 
3. Com base no que foi estudado, argumente qual a relação entre pensamento social e 
educação na época estudada nesta aula. 
Neste breve retrospecto da educação pudemos perceber que há uma profunda e inseparável 
união entre pensamento social e educação. As formas e os conteúdos educativos estão em 
sincronia com o pensamento de sua época. Ao mesmo tempo, é justamente a boa educação que 
pode propiciar novos pensadores e formuladores de novas ideias para a sociedade. Podemos 
concluir, portanto, que o pensamento social e a educação caminham juntos, um alimentando o 
outro, no objetivo que o homem sempre se colocou, o de compreender, o quanto mais possível, o 
mundo e a existência. 
As relações entre pensamento social e escola sempre estiveram presentes nos diversos 
momentos da história. A escola, como uma das instituições mais importantes do contexto social, 
carrega importantes funções entre as quais podemos destacar a política organizacional e 
formativa, pois cabe a essa instituição o papel de educar os cidadãos. Isso significa dizer que o 
projeto educacional de uma escola deve visar, entre outros objetivos, transmitir o conjunto de 
valores de determinada cultura. Isso possibilita coesão e sincronia entre os indivíduos de uma 
sociedade de modo a haver consenso no julgamento moral das ações cotidianas. Por essas razões, 
encontramos no pensamento dos mais diversos filósofos e cientistas sociais grande preocupação 
com a educação de seus contextos. O aspecto educacional das ideias desses pensadoresgeralmente é dado de modo direto – quando elegem a escola como foco de suas palavras – ou 
indireto – quando abordam a questão dos valores sociais, dos significados culturais e das condutas 
públicas. 
Sem nos enveredarmos por discussões teológicas, concentremo-nos no foco de nossa 
temática, ou seja, percebamos como essa forma de pensamento social conduz à educação que se 
desprende de valores como os do corpo, dos prazeres ou das riquezas. A educação afinada com os 
propósitos cristãos concentrava-se na disciplina e na ascese, ou seja, na prática da norma moral. 
Muito da tradição do que conhecemos por educação moral, ainda hoje, deve certa herança aos 
preceitos preconizados pelo ensino medieval. No entanto, diferentemente da época medieval, nos 
dias de hoje consideramos que a educação deve ser laica, ou seja, independente do direito à 
crença de qualquer aluno, pois as orientações que fundamentam o ensino devem ter caráter 
eminentemente pedagógico. 
O Renascimento, movimento cultural (literário, artístico e filosófico) posterior à Idade Média, 
teve início na Itália (séculos. XIV ao XVI) e sua principal característica é a retomada dos valores 
gregos e romanos nas artes, na cultura e no conhecimento em geral. Além de promulgar 
reavivamento de muitos aspectos da cultura greco-romana clássica, durante esse período também 
houve muitas mudanças na relação entre pensamento social e educação. O período foi designado 
como o do renascer, porque nessa época a sociedade ocidental, que durante dez séculos esteve 
guiada pelo pensamento católico, voltou-se para as preocupações ligadas propriamente ao homem 
e seu mundo humano. 
No entanto, ao estudar o homem pelas suas características naturais, uma diferença menor (ou, 
de fato, inexistente) começa a aparecer entre homem nobre e o homem do povo. Todos nós, ricos 
ou pobres, temos características comuns como seres humanos, ideia inadmissível em tempos 
anteriores aos do Renascimento. Lentamente, a noção do homem como ser biológico e o mundo 
como realidade material, ambos atendendo a leis físicas, foram constituindo-se como fatos 
 
 Avaliação de Pesquisa: Escola e Sociedade 
inegáveis. No entanto, mudanças tão profundas no pensamento social e na educação costumam 
gerar controvérsias e, nesse caso, não foi diferente. 
O pensamento social costuma não aceitar grandes mudanças em pouco tempo. A educação 
também costuma ser assim. A pedagogia não abandona suas práticas a qualquer momento, e é 
preciso que haja um grande movimento nas formas do conhecimento para novos saberes serem 
incorporados à prática educativa. Isso nos ajuda a compreender a força da tradição oral e dos 
saberes que passam de pais para filhos. Uma escola que queira romper padrões ou implantar 
novos saberes precisará sempre de argumentos favoráveis e bastante convincentes para fórmulas 
antigas cederem às novidades. 
 
4. Com base no que foi estudado, argumente quais seriam as vantagens e as desvantagens dos 
três tipos de educação não crítica: Pedagogia Tradicional, Pedagogia Nova e Pedagogia 
Tecnicista. 
Pedagogia Tradicional 
 
Comecemos por entender as características da Pedagogia Tradicional. Esse modelo de 
ensino, como o próprio nome diz, tem seu fundamento na tradição. Tradição moral, tradição 
intelectual e tradição de ensino. As escolas representantes do ensino tradicional são aquelas nas 
quais os fundamentos da disciplina (da conduta) são levadas ao mais alto grau. Todo saber está nas 
mãos do professor, que o transmite aos alunos como se eles fossem elementos passivos na relação 
de ensino e aprendizado. Para o professor que segue essa vertente, o bom aluno é aquele que 
obedece às regras e tira boas notas. Para esse estudante obter seu êxito escolar é preciso conhecer 
muito sobre tudo o que foi apresentado pelo professor. O estudo, nesse caso, tem critério 
quantitativo, e o conteúdo a ser reproduzido pelo aluno em suas avaliações deve ser sempre o 
mais semelhante possível à explicação do mestre, dos livros e dos materiais de referência. A 
criatividade e a espontaneidade assumem possibilidades muito limitadas dentro desse processo. 
No imaginário de nossa sociedade, a Pedagogia Tradicional é responsável por dotar o 
processo de ensino-aprendizagem de caráter “forte” e disciplinado, sem espaço para distrações e 
individualidades. A partir de todo esse cerceamento da liberdade individual, advinda da pedagogia 
tradicional, resta pouco espaço para uma crítica social, o que exigiria flexibilidade nas opiniões e 
troca de ideias. Essa vertente pedagógica já conta com ideias preestabelecidas e, assim, não há 
nada para o aluno acrescentar. Por essas razões é que a Pedagogia Tradicional deve ser 
considerada uma teoria não crítica da educação. 
Até a primeira metade do século XX esse era o modelo pedagógico mais difundido, inclusive 
nas escolas públicas de todo país. 
Hoje ainda existem muitos focos desse tipo de educação, com evidentes mudanças 
disciplinares. Essas escolas que visam estritamente à transmissão de conteúdos e à 
disciplinarização de seus alunos podem ser classificadas como seguidoras de uma teoria 
educacional não crítica. 
 
Pedagogia Nova 
 
Como o modelo da Pedagogia Tradicional foi se desgastando, houve anseio cada vez maior 
por alguma forma de educação que não fosse tão repressora e disciplinarizadora. A partir de 
meados do século XX, surge um movimento educacional caracterizado por ser o contraponto da 
Pedagogia Tradicional. Esse movimento ficou conhecido como Pedagogia Nova. São representantes 
desse movimento a chamada Escola Nova, o Construtivismo, o método Montessori, entre outros. A 
tônica principal desses métodos foi a de tentar inverter os pressupostos da até então hegemônica 
Pedagogia Tradicional. Assim, no lugar do ensino em quantidade, preconizava-se a qualidade; no 
 
 Avaliação de Pesquisa: Escola e Sociedade 
lugar da disciplina, foi defendida a liberdade; no lugar do professor como senhor do saber, o aluno 
como descobridor do conhecimento. O interesse passou a ser a palavra de ordem na prática 
pedagógica e o professor o estimulador do descobrimento do mundo. 
Quando temos um descontentamento, é evidente termos a necessidade de modificar aquilo 
que está nos incomodando. Assim ocorreu com a Pedagogia Nova. Todos os seus principais 
fundamentos estão ligados a uma simples inversão dos valores da Pedagogia Tradicional. 
Dessa forma, a Pedagogia Nova não foi capaz de tocar na questão da crítica educacional 
porque não questionava os antigos pressupostos pedagógicos à luz da realidade social. Com isso, a 
Pedagogia Nova também deve ser entendida como teoria não crítica. 
De fato, se notarmos as propostas que essa “nova” vertente pedagógica preconiza, 
perceberemos que não houve criação de nenhuma estratégia para a realidade social passar a fazer 
parte do conteúdo educativo. Ao flexibilizar a disciplina e centrar o foco no interesse do aluno, a 
educação da Pedagogia Nova continuou alheia à sociedade, enfatizando o comportamento do 
aluno exclusivamente dentro dos muros da escola. Por exemplo, se há uma diferença social entre 
os alunos, tal diferença não será objeto de trabalho pedagógico, mas simplesmente será respeitada 
a forma como cada indivíduo se manifesta. 
De acordo com a Pedagogia Tradicional, essas diferenças sociais dadas entre os estudantes 
não poderiam existir; o que essa vertente propunha era a equalização de seus alunos. Já na 
Pedagogia Nova, as diferenças são respeitadas, mas tanto em uma como em outra vertente, essas 
diferenças não serviram para demonstrar realidades diversas, para propor discussões sobre tais 
diferenças, enfim, para construir um cenário crítico no qual o aluno fosse capaz de interpretar sua 
própria realidade social e também a dos seus colegas. A escola da Pedagogia Nova continuou, 
portanto, apartada da realidade social, vivendo em um mundo próprio. 
 
Pedagogia Tecnicista 
 
O terceiro tipo de teoria educacional representante dasteorias não críticas é a Pedagogia 
Tecnicista. Como nem o modelo da Pedagogia Tradicional nem o da Pedagogia Nova foram capazes 
de produzir certos resultados – por exemplo, o de garantir ao aluno formação suficiente para o 
trabalho – surgiu uma pedagogia com objetivos extremamente pragmáticos, voltada para a 
qualificação profissional do aluno. A Pedagogia Tecnicista deixou de lado tanto os conteúdos 
tradicionais, tão valorizados pela Pedagogia Tradicional, como as estratégias de interesse e 
criatividade do aluno, focos da Pedagogia Nova. Com isso lançou-se um objetivo pragmático e 
direto: capacitar o aluno para tarefas práticas, no sentido técnico e operacional. Baseada em 
pressupostos mecânicos da ciência, esse tipo de educação não se preocupou com a autonomia do 
aluno, tampouco com sua cultura geral ou capacidade de reflexão. Essas são virtudes desejáveis, 
mas não necessárias à formação do homem técnico. Segundo esse mesmo pressuposto, esse 
homem técnico é aquele que realiza tarefas, operacionaliza ações, reduz os custos, aumenta a 
produtividade, maximiza os lucros, tudo sem muita abstração ou envolvimento pessoal, que 
podem distanciá-lo do modo prático de entender a vida. 
A escola, como um todo, absorveu muito desse espírito técnico, em especial nas décadas 
finais do século XX, quando a Pedagogia Nova se encontrava desacreditada. Há alguns exemplos 
bastante expressivos desse tipo de educação, que são as chamadas escolas técnicas ou escolas de 
ensino profissionalizante. Era comum no final do século XX, e ainda é nesse começo de século XXI, 
alunos que não logram êxito na escola optarem pelo ensino profissionalizante. Torna-se claro como 
esse modelo educativo está distante de qualquer possibilidade crítica, pois antes de proporcionar 
qualquer reflexão do aluno e da sua realidade social, limita- -se a inserir o indivíduo no mundo do 
trabalho. A escola, nesse caso, aparece como mero trampolim para a inclusão social, sem formar o 
indivíduo para o exercício da cidadania consciente. É evidente que nem toda escola de ensino 
profissionalizante pode ser enquadrada nesse modelo pedagógico, mas também é claro que 
existem variáveis nas escolas de ensino tradicional ou da Pedagogia Nova. O que estamos 
 
 Avaliação de Pesquisa: Escola e Sociedade 
abordando aqui são as características gerais de cada uma dessas vertentes da teoria pedagógica e 
a convergência das três em torno da questão da não criticidade. 
 
 
 
5. Seguindo os passos propostos por Dermeval Saviani para uma teoria crítica em educação, 
apresentados e adaptados por esse texto, proponha um tema simples de aula e descreva 
brevemente como esse tema seria tratado em cada um dos cinco passos de uma educação 
crítica. 
 
1º passo – prática social 
 
Trata-se de partir da realidade social dos alunos para construir o conhecimento. De 
acordo com a Pedagogia Tradicional, o professor oferece o conteúdo sem se importar com a 
realidade social dos alunos. Na Pedagogia Nova, a realidade do aluno também é indiferente à 
prática pedagógica, pois o foco está no interesse de transformação dessa realidade. Na 
educação que possui caráter crítico, a realidade do discente seria o ponto de partida para uma 
prática pedagógica social, pois contextualiza as experiências vividas pelos alunos no âmbito do 
processo de ensino-aprendizagem. A partir daí, essa educação crítica diagnostica o contexto 
do aluno para aplicar os conteúdos e métodos mais coerentes com ele. 
Como exemplo podemos citar um determinado professor em sala de aula de 
matemática, por exemplo, onde a maioria dos alunos têm dificuldades com números, cálculos 
e geometria, o professor não investiga a vida social do aluno que neste dado momento poderá 
estar passando por problemas sociais, familiars, psicológicos, dentre outros. 
 
2º passo – problematização 
 
Nessa etapa, espera-se que os conhecimentos propostos pela educação sejam capazes de 
se relacionar com a realidade social, de modo a formar problemas a serem trabalhados. 
Portanto, nessa fase não são apresentadas soluções práticas, como é o caso da vertente 
educacional tecnicista, mas é construído um panorama amplo em torno das relações entre os 
conhecimentos trabalhados pela escola e as possibilidades de modificação da vida social que 
tais saberes podem propiciar. 
Exemplificamos nessa fase onde o aluno deverá ser capaz de se relacionar com a 
realidade social dos outros alunos, de modo que os “problemas” formados possam serem 
trabalhados pelo mesmo, através de soluções práticas. 
 
3º e 4º passos – instrumentalização e catarse 
 
Para os fins desse texto, evitando compor um referencial muito detalhado, propomos 
uma abordagem do terceiro e do quarto passos em conjunto. Ambos referem-se, basicamente, 
à autonomia que o conhecimento pode trazer ao aluno. A problematização dos conhecimentos 
à luz de seu contexto realizada no passo anterior deve ser incorporada pelos alunos de modo 
que eles possam, efetivamente, levar o aprendizado para além dos muros da escola e aplicar 
seus saberes para obtenção de melhor qualidade de vida. 
 
 Avaliação de Pesquisa: Escola e Sociedade 
Aqui, nos indica por exemplo que um aluno que aprende matemática, possa ter 
autonomia de no conhecimento, da resolução, de modo que ele possa levar o que aprendeu, 
além da escola e aplicar o conhecimento para melhoria de sua qualidade de vida. 
 
5º passo – prática social 
 
O último passo volta ao ponto de partida, que é a prática social. No entanto, nessa fase 
com a herança dos ganhos dos passos anteriores espera-se que o aluno seja capaz de voltar à 
prática social com conhecimentos suficientes para capacitá-lo a interpretar e transformar essa 
prática. Sua relação com o meio social agora deve ser autônoma e consciente. A escola dotou 
o indivíduo da capacidade de refletir por meio de uma educação crítica. Essa educação não se 
limitou a saberes sem relação com o mundo em que ele vive – como fazem as pedagogias não 
críticas – tampouco tentou inculcar-lhe uma visão de mundo conformada e imóvel como 
preconizam as teorias crítico-reprodutivistas. 
Nesta prática, o aluno deve ser capaz de ter senso crítico, devido ao aprendizado 
adquirido nas práticas anteriores, sendo capaz de voltar a prática social com conhecimentos 
suficientes, por exemplo em matemática para capacitá-lo a interpretar e transformar essa 
prática. Deve atuação autônoma e consciente no meio social em que vive. 
 
6. Apresente quatro frases, criadas por você ou transcritas de alguma fonte, sendo que a 
primeira delas deve ser exemplo de dogmatismo, a segunda de ceticismo, a terceira de 
relativismo e a quarta de pragmatismo. 
 
Dogmatismo: "Os gatos foram colocados no mundo para refutar o dogma de que todas as 
coisas foram criadas para servir ao homem." 
 
Ceticismo: “Se um homem tiver realmente muita fé, pode dar-se ao luxo de ser cético.” 
 
Relativismo: “A certeza absoluta de que não existem certezas absolutas.” 
 
Pragmatismo: “É preciso diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, até que, num 
dado momento, a tua fala seja a tua prática.” 
 
7. Seguindo a mesma característica interdisciplinar e de relação entre a escola e a realidade 
social, proponha outros dois temas (diferentes dos que foram tratados nesta aula) que 
possam ser, em sua opinião, interessantes para o trabalho educativo. Justifique, em cada um 
deles, as razões que o fazem pensar que tais temas sejam adequados para o trabalho 
pedagógico. 
Quando um professor inova na forma de ensinar acaba envolvendo todos os seus 
alunos e ele não terá mais que gastar tanto tempo chamando a atenção deles para que 
prestem atenção na aula. Por isso, é preciso aproximar-se da realidade dos alunos para dentro 
da sala de aula e proporcionar uma experiência real por meio de métodos prazerosos e 
interessantes. 
Os professores se esforçam, tentam chamar a atenção deles e repassar o conteúdo a 
ser aprendido, mas são poucos os que prestam atenção. Mas issonão acontece pela falta de 
profissionalismo dos educadores e, sim, por falta de interesse dos alunos. Por isso, uma forma 
de conseguir chamar a atenção deles é aproximando o ensino da realidade deles. 
https://canaldoensino.com.br/blog/pesquisa?q=novas%20formas%20de%20integrar%20o%20conte%C3%BAdo%20did%C3%A1tico
 
 Avaliação de Pesquisa: Escola e Sociedade 
Trazendo o conteúdo a ser dado em sala de aula de forma simples e interessante 
acaba envolvendo os alunos. Colocando situações do dia a dia com as quais ele convive, dentro 
da sala de aula, vai chamar a atenção deles e o aprendizado se dará de forma mais simples. 
Quando um professor inova na forma de ensinar acaba envolvendo todos os seus 
alunos e ele não terá mais que gastar tanto tempo chamando a atenção deles para que 
prestem atenção na aula. Por isso, é preciso aproximar-se da realidade dos alunos para dentro 
da sala de aula e proporcionar uma experiência real por meio de métodos prazerosos e 
interessantes. 
Uma forma de conseguir isso é promovendo uma investigação dos problemas da 
localidade onde eles residem. Dessa forma, o ensino estará se aproximando da realidade dos 
alunos e a motivação será instantânea. 
Promover oficinas com diversos temas que estejam dentro da realidade deles é outra 
opção muito interessante, até porque, nessas oficinas, os alunos podem vivenciar situações do 
dia a dia deles, enxergar os problemas e encontrar as soluções de forma muito simples e 
prática. 
Um bom exemplo dessa aproximação da realidade com o ensino pode ser tirado da 
própria sala de aula. Boas partes das escolas públicas não possuem ar-condicionado nas salas 
de aula. Com isso, o calor é insuportável para os estudantes e para os professores. Mas, essa 
pode ser uma ótima união da realidade com o ensino, pois os educadores podem se unir em 
torno de um único projeto: criar um sistema de refrigeração. 
Claro que isso dá trabalho, mas é apenas um exemplo. Têm-se um problema do dia a 
dia (o calor) e a solução (um sistema de refrigeração) que pode ser utilizada em todas as 
disciplinas a fim de conseguir um protótipo que os próprios alunos criarão. Assim, eles 
absorverão diversos conteúdo em um único projeto e em um espaço de tempo muito curto. 
 
8. Suponha uma escola situada em um bairro no qual se registram altos índices de 
criminalidade, inclusive entre crianças e jovens. No entanto, nesse mesmo bairro, há alguns 
movimentos sociais constituídos, por exemplo, o de grafiteiros ou aficionados por hip-hop. O 
que você poderia propor para que a escola pudesse se relacionar melhor com a comunidade 
e até mesmo contribuir para amenizar o quadro de violência descrito? 
 
No contexto citado, eu sugeriria a união dos jovens para o aproveitamento das 
habilidades artísticas dos grafiteiros, por exemplo, para pintar imagens e desenhos 
pedagógicos e atuais nos muros da escola, fazendo com que estes jovens sejam reconhecidos 
na comunidade e a escola seria preservada em sua estrutura física e quanto ao aos aficionados 
pelo hip-hop, criaria a “escola aberta” ao fins de semana promovendo eventos culturais e 
artísticos como dança e apresentações sob a supervisão do gestor da instituição. 
 
9. De acordo com Hobbes, quais são os principais fatores constituintes da “discórdia” entre os 
homens e como eles podem ser associados ao ambiente escolar? 
 
De acordo com Hobbes, as três causas da discórdia entre as pessoas seriam a 
competição, a desconfiança e a glória. Tentemos, então, entender como essas causas podem 
se manifestar no ambiente escolar, gerando violência, indisciplina e outras formas comuns de 
conflito. 
Assim, podemos notar na socialidade de uma sala de aula, por exemplo, as disputas de 
poder e todo um conjunto de manifestações por meio do qual podemos inferir uma lógica do 
comportamento humano – não individual ou psicológica – mas social. É exatamente aí que 
https://canaldoensino.com.br/blog/pesquisa?q=novas%20formas%20de%20integrar%20o%20conte%C3%BAdo%20did%C3%A1tico
https://canaldoensino.com.br/blog/pesquisa?q=realidade%20com%20o%20ensino
 
 Avaliação de Pesquisa: Escola e Sociedade 
existem pontos de intersecção que permitem paralelos entre o pensamento de Hobbes com o 
cotidiano da escola. 
 
A competição na sala de aula 
 
Como precondição da formação da estrutura social de uma “sala de aula” podemos 
supor que as pessoas que a constituem, ou seja, os alunos e professores são – em suas esferas 
individuais – constituintes de outros tipos de socialidade, tais como a familiar, comunitária etc. 
À medida que esses indivíduos se encontram no tempo e espaço delimitado pela classe, 
fazem-se participantes de uma nova relação social. Essa relação traz consigo, evidentemente, 
fortes traços da presença dos indivíduos em suas outras socialidades, em outras palavras: cada 
um traz para “dentro da sala” suas crenças, ideologias e visões de mundo. No entanto, é licito 
afirmar que a constituição daquele espaço de convivência representa o estabelecimento de 
uma nova realidade que se forma a partir da convivência entre os alunos e professores que 
não se conheciam anteriormente e que irão dividir o mesmo espaço, defendendo ideias, 
realizando atividades e, claro, competindo entre si. 
A própria estrutura sobre a qual estão montados os procedimentos escolares pode ser 
interpretada como estimulante dessa competição, por meio de sua meritocracia (notas 
avaliativas, chamadas, manifestações de apoio e valorização dos “bons alunos” etc.). O título 
de “melhor aluno da sala” sempre esteve em disputa de modo tácito, senão francamente 
explícito. 
Não menos importantes são as disputas entre os alunos em torno da construção de 
uma imagem de si próprios que, inevitavelmente, entra em competição com a imagem do 
outro. Por fim, lembrando ainda Hobbes quanto à igualdade natural dos homens – que nos 
impinge à competição –, notemos que, se essa igualdade não parece tão explícita na sociedade 
como um todo, em uma sala de aula ela aparece claramente. Pois, pelo raciocínio de Hobbes, 
o desejo de competição é tão mais evidente quanto mais clara for a constatação de igualdade 
entre os indivíduos. Dessa forma, já que a escola busca organizar seus alunos de forma a 
igualá-los – seja pela faixa etária, pelo nível de escolaridade etc. –, eles, por sua vez, 
competem entre si para se distinguirem um dos outros. 
 
A desconfiança na sala de aula 
 
Para compreendermos a segunda razão da discórdia entre os homens, que é a 
desconfiança, partamos da seguinte análise: notemos que, se os indivíduos competem entre si 
para garantir individualmente certas vantagens ou destaque, eles desconfiam uns dos outros 
para preservarem tais vantagens já garantidas, evitando que alguém possa destruí-las ou 
miná-las a qualquer momento. 
Portanto, o aluno que se une a outro que possui um bom desempenho escolar para 
realizar um trabalho em duplas, por exemplo, pode sofrer a desconfiança do segundo por 
poder estar “se aproveitando” da inteligência do aluno considerado bom. Outro aluno que ri 
de alguma atitude ou fala de seu colega pode estar igualmente tentando sobressair-se à 
imagem deste. O aluno que demonstra demasiado apego ao professor pode estar buscando, 
apenas, certo ganho com isso (ou evitar alguma perda). Enfim, inúmeros são os exemplos que 
ilustram essas ocasiões em que pode surgir a atitude de desconfiança. 
 
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A glória e a sala de aula 
 
A terceira razão da discórdia entre os homens, por fim, é ainda mais facilmente 
extraída da primeira. A competição concede, ela própria, a glória como prêmio aos seus 
vencedores, e aos perdedores, a humilhação. Entre as lembranças mais constrangedoras da 
maior parte das pessoas, invariavelmente habitam episódios vividos no ambiente escolar. 
Também as glórias parecem mais explícitas e sensíveis quando conquistadas no palco social de 
uma sala de aula. O melhor aluno da sala é um destaquee tem seus momentos de glória. Para 
ele, a escola é um veículo importante para a sua valorização e ele se identifica com o rótulo 
que lhe é oferecido de inteligente, culto etc. No entanto, notemos que o líder da algazarra, o 
bagunceiro, aquele que mais vezes foi alvo de problemas e sanções disciplinares, também – 
em muitos casos – é um personagem valorizado pelos alunos. A glória desse aluno “líder”, 
nesse caso, advém do fato de ele desafiar os limites das regras impostas, de lutar contra as 
autoridades e de ser o herói dos que se sentem rejeitados pela escola. 
Temos de perceber que, em última análise, é a própria estrutura escolar que está 
propiciando a glória a esse aluno. Em um ambiente de não rivalidade, esse personagem não 
teria sentido. Muitas vezes, ao punir o aluno, a escola acaba por aumentar o poder desse 
estudante. Essa questão é mais profundamente discutida quando considerarmos a temática da 
indisciplina. Mas, mesmo aqui, onde estamos pensando na relação de poder nos âmbitos 
social e escolar, cabe destacar que, o contrato, como estamos vendo, é uma forma de não se 
estabelecer lados tão antagônicos e, assim, evitar que alguns vejam nas rivalidades contra a 
escola um ganho para si. Em outras palavras, o fato de estabelecermos um pacto de 
convivência entre os vários personagens participantes do ambiente escolar oferece uma 
pequena garantia de que o objetivo da escola é ser parceira dos alunos e não sua fonte de 
opressão. 
 
10. Que relações podemos estabelecer entre erro X sucesso, fracasso X indisciplina? 
Consideraremos como erro a atitude ou resposta do aluno que não corresponda à 
solução esperada para certo problema de uma atividade escolar. A tendência da escola, muitas 
vezes, é de se isentar da culpa de um fracasso escolar e passá-la para a ação pedagógica. Na 
verdade, isso seria um processo de empobrecimento educativo, pois vejamos: se aquele 
problema oferecido aos alunos é suficientemente complexo, evidentemente que propiciará 
erros. Não devemos, portanto, entender o erro do aluno como um desvio ou deterioração da 
solução para o fracasso escolar, mas como parte mesmo de tal solução. 
Quantos problemas não foram solucionados na história da humanidade depois de 
inúmeras tentativas errôneas? 
O erro pode ser encarado como uma etapa do acerto. Como disse o filósofo italiano 
Benedetto Croce (2001, p. 34), o erro absoluto simplesmente não existe. Isso porque quando 
se erra, há a intenção do acerto e, dessa forma, ao menos a intenção é correta, fato que 
invalida a possibilidade de um erro absoluto. Se alguém ainda duvidar e pensar, “mas e se 
mesmo a intenção for a de errar?” Bom, nesse caso, se a intenção era a de errar, e, houve de 
fato o erro, trata-se de um acerto. 
Tal pensamento é até mesmo engraçado, mas o que o filósofo nos ajudou a pensar é 
que o erro não é um fracasso absoluto. É uma etapa importante do processo de busca de uma 
 
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solução. O problema é que a escola e seus métodos, muitas vezes, condenam o erro, punindo-
o e classificando pejorativamente aqueles que o cometem. 
Na indisciplina e fracasso escolar, o que percebemos é que o erro, no ambiente escolar, 
acaba por determinar papéis. Aqueles que acertam com frequência são considerados bons 
alunos e aqueles que erram são os ruins. Os bons terão boas notas, serão valorizados e 
assumem para si a missão – muitas vezes delegada por pais e professores – de serem “alguém 
na vida”. Os alunos ruins, por sua vez, serão reprovados, não serão orgulho para a escola. Aos 
primeiros erros desses últimos, pode-se notar professores e familiares sentenciando que “ele 
não leva jeito para o estudo”. 
Esse hábito de associar os erros de um aluno ao estereótipo a que eles já foram 
enquadrados anteriormente – por antigos professores, colegas e familiares – acaba por deixar 
imprecisa a fronteira entre o que é causa e efeito. Em outras palavras: será que o aluno de fato 
tem dificuldades com o estudo ou, justamente por ter sido taxado de problemático 
precocemente, desenvolveu insegurança e desinteresse? 
Na escola, assim como na vida social, há toda uma configuração de papéis, uma espécie 
de teatralidade cotidiana. No palco em que se desenvolve essa teatralidade, somos 
reconhecidos por características marcantes que atribuímos a nós mesmos ou maioria que nos 
são atribuídas pelos outros. Um exemplo bastante claro disso são os apelidos que recebemos. 
Dado a alguma característica física ou comportamental expressas constantemente, por 
exemplo, ganhamos um apelido que pode durar a vida toda. Na escola, isso é extremamente 
comum. 
Desde os estudos de Michel Foucault (2007), sabemos que as escolas, assim como 
outras instituições disciplinares tais como os presídios, possuem um ímpeto de domesticação e 
controle. Isso significa dizer que, para que o sistema possa impor suas vontades, que podem 
ser até bem intencionadas, como é de fato o caso da educação, tem-se a impressão de que 
tudo será mais adequado se os indivíduos envolvidos estiverem sob estrito controle. As 
manifestações individuais devem ser banidas e as vontades domesticadas para que todos 
pensem do mesmo modo, reajam da mesma forma e aceitem o mesmo tratamento. É 
evidente que nem todas as instituições agem, sempre, com a intenção da domesticação dos 
costumes, mas se Foucault nos aponta isso é para que estejamos atentos a esse perigo e 
tendência, em especial em nossas tarefas educativas. 
No entanto, nem todos aceitam essa forma de domesticação e acabam por reagir de 
modo violento a esse controle. Para o sistema continuar a funcionar pelo controle, sem 
enfraquecer as estruturas de seu modo operante, esses indivíduos são considerados 
desviantes, desajustados ou loucos. Para eles, destina-se o banimento. Eles devem ser 
afastados do convívio social para que não “contaminem” com suas ideias e comportamentos 
os membros “sadios” da sociedade. 
Na escola, esse processo é representado pelas sanções disciplinares e pelos rótulos que 
os alunos se atribuem mutuamente. Os alunos que não se mostram “dóceis”, aqueles que 
revelam comportamentos extravagantes ou contestadores, devem ser punidos e isolados. Essa 
ainda é uma forma de pensar que, muitas vezes, faz parte do imaginário pedagógico quando 
se pensa nas questões da indisciplina e do fracasso escolar. 
Mas, e se a indisciplina for um movimento de reação ao sistema, uma recusa ao 
controle que o aluno supõe recair sobre si? Nesse caso, o aluno indisciplinado não é aquele 
 
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que quer o fim da escola, mas sua transformação; não é aquele que rivaliza com os professores 
e a direção escolar, mas com as ações que é obrigado a seguir e para as quais não vê sentido. 
Evidentemente, não se trata de supor que o comportamento do aluno transgressor é o mais 
adequado e que toda forma de indisciplina deve ser aceita e aplaudida, mas também o 
caminho rápido da punição para esse tipo de comportamento deve ser visto menos como uma 
forma corajosa de bani-lo e mais como um simples escape ao problema da indisciplina. 
Comecemos por inverter essa problemática desde suas bases. É um lugar-comum entre os 
exemplos de indisciplina citar os alunos do fundo da sala. Diz-se, com bastante convicção, que 
os alunos que vão para o “fundão” são aqueles que não querem prestar atenção na aula. E 
isso, de fato, parece ser verdade. Mas vamos pensar também no seguinte aspecto: uma vez 
que eles se colocam no fundo da sala, o professor os esquece por lá? Será que esse fundo seria 
tão negativo se o professor mostrasse interesse também por ele? 
Mais uma vez notemos: não se trata de supor que a solução para todos os problemas 
está nas mãos do professor, mas se estamos nesse papel profissional temos de assumir certas 
responsabilidades e lutarmos com o que nos é possível para a construção de um ambiente de 
conforto, respeito e participaçãointeressada. Certamente, o descaso e os estereótipos não são 
as formas mais eficientes de se combater o desinteresse e a indisciplina.

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