Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ementa e Acórdão 25/10/2019 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.171.254 PARAÍBA RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ESTADO DA PARAÍBA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA PARAÍBA AGDO.(A/S) :VERONICA MARIA DE ARAUJO MACIEL ADV.(A/S) :MANOEL ALEXANDRE CAVALCANTE BELO EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 05.12.2018. MANDADO DE SEGURANÇA. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. NATUREZA DO CARGO. LCE 96/2010. REEXAME DE LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280 DO STF. PRECEDENTES. 1. É inadmissível o extraordinário quando para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, quanto à natureza do cargo em face das funções desempenhadas pela servidora, exija-se o reexame de legislação local aplicável à espécie (LCE 96/2010). Incidência da Súmula 280 do STF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC. Incabível a fixação de honorários advocatícios em mandado de segurança, nos termos da Súmula 512 do STF. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 18 a 24 de outubro de 2019, sob a Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo regimental, com imposição de multa (art. 1.021, § 4º, do CPC), e entendeu incabível a fixação de honorários advocatícios em mandado de segurança, em face do Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 91B4-E9FF-92D0-24DF e senha B5DD-DF33-46D7-9415 Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 13 Ementa e Acórdão RE 1171254 AGR / PB que dispõe a Súmula 512 do STF, nos termos do voto do Relator. Brasília, 25 de outubro de 2019. Ministro EDSON FACHIN Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 91B4-E9FF-92D0-24DF e senha B5DD-DF33-46D7-9415 Supremo Tribunal Federal RE 1171254 AGR / PB que dispõe a Súmula 512 do STF, nos termos do voto do Relator. Brasília, 25 de outubro de 2019. Ministro EDSON FACHIN Relator 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 91B4-E9FF-92D0-24DF e senha B5DD-DF33-46D7-9415 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 13 Relatório 25/10/2019 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.171.254 PARAÍBA RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ESTADO DA PARAÍBA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA PARAÍBA AGDO.(A/S) :VERONICA MARIA DE ARAUJO MACIEL ADV.(A/S) :MANOEL ALEXANDRE CAVALCANTE BELO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 10) interposto em 05.12.2018 (eDOC 11) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso extraordinário, nos seguintes termos (eDOC 9, p. 1-4): “Trata-se de recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, assim ementado (eDOC 4, p. 2): ‘CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO – Mandado de segurança – Pretensão à acumulação de cargos públicos – Técnico Judiciário – Cargo que exige conhecimentos jurídicos específicos – Previsão na LOJE de desempenho das funções do cargo de analista judiciário - Enquadramento no conceito de cargo técnico - Compatibilidade de horários demonstrada – Possibilidade de acumulação remunerada com o cargo de Professor - Intelecção do art. 37, XVI, “b”, da CF – Jurisprudência dominante desta Corte de Justiça – Concessão da segurança. - O mandado de segurança é ação constitucionalizada instituída para proteger direito líquido e certo, sempre que alguém sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por ilegalidade ou abuso de poder, exigindo-se prova pré-constituída como condição essencial à verificação da pretensa ilegalidade, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Supremo Tribunal Federal 25/10/2019 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.171.254 PARAÍBA RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ESTADO DA PARAÍBA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA PARAÍBA AGDO.(A/S) :VERONICA MARIA DE ARAUJO MACIEL ADV.(A/S) :MANOEL ALEXANDRE CAVALCANTE BELO RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Cuida-se de agravo regimental (eDOC 10) interposto em 05.12.2018 (eDOC 11) em face de decisão monocrática em que neguei provimento ao recurso extraordinário, nos seguintes termos (eDOC 9, p. 1-4): “Trata-se de recurso extraordinário interposto em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, assim ementado (eDOC 4, p. 2): ‘CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO – Mandado de segurança – Pretensão à acumulação de cargos públicos – Técnico Judiciário – Cargo que exige conhecimentos jurídicos específicos – Previsão na LOJE de desempenho das funções do cargo de analista judiciário - Enquadramento no conceito de cargo técnico - Compatibilidade de horários demonstrada – Possibilidade de acumulação remunerada com o cargo de Professor - Intelecção do art. 37, XVI, “b”, da CF – Jurisprudência dominante desta Corte de Justiça – Concessão da segurança. - O mandado de segurança é ação constitucionalizada instituída para proteger direito líquido e certo, sempre que alguém sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por ilegalidade ou abuso de poder, exigindo-se prova pré-constituída como condição essencial à verificação da pretensa ilegalidade, Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 13 Relatório RE 1171254 AGR / PB sendo a dilação probatória incompatível com a natureza dessa ação constitucional (art. 5, LXIX, CF/88). - A Carta Magna admite a acumulação remunerada apenas nas situações que expressamente excepciona, e, seja qual for a hipótese de permissividade, fica ela condicionada à comprovação de compatibilidade de horários. - O caso em comento subsume-se perfeitamente à hipótese de acumulação permitida pela Constituição Federal prevista na alínea “b” do inciso XVI do art. 37 da CF, haja vista que o cargo de técnico judiciário enquadra-se no conceito de cargo técnico, já que exige daquele que exerce as funções a ele inerentes conhecimentos específicos da área do Direito, especialmente direito processual civil, bem como é substituto legal do Analista Judiciário. - Dúvidas não há de que a impetrante possui direito líquido e certo à acumulação remunerada do cargo de técnico judiciário com o de professor, eis que além de observado o enquadramento do referido cargo no conceito de cargo técnico, há compatibilidade de horários entre as atividades dos cargos em testilha.’ Não foram opostos embargos de declaração. Norecurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, a, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 37, XVI, b, da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em suma, a ilegalidade da acumulação ‘uma vez que o cargo exercido de técnico administrativo não se enquadra como cargo técnico’ (eDOC 5, p. 5). A Presidência do TJ/PB admitiu o extraordinário (eDOC 7). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Verifica-se que o Tribunal de origem, quando do julgamento do mandado de segurança, asseverou (eDOC 4, p. 8): 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Supremo Tribunal Federal RE 1171254 AGR / PB sendo a dilação probatória incompatível com a natureza dessa ação constitucional (art. 5, LXIX, CF/88). - A Carta Magna admite a acumulação remunerada apenas nas situações que expressamente excepciona, e, seja qual for a hipótese de permissividade, fica ela condicionada à comprovação de compatibilidade de horários. - O caso em comento subsume-se perfeitamente à hipótese de acumulação permitida pela Constituição Federal prevista na alínea “b” do inciso XVI do art. 37 da CF, haja vista que o cargo de técnico judiciário enquadra-se no conceito de cargo técnico, já que exige daquele que exerce as funções a ele inerentes conhecimentos específicos da área do Direito, especialmente direito processual civil, bem como é substituto legal do Analista Judiciário. - Dúvidas não há de que a impetrante possui direito líquido e certo à acumulação remunerada do cargo de técnico judiciário com o de professor, eis que além de observado o enquadramento do referido cargo no conceito de cargo técnico, há compatibilidade de horários entre as atividades dos cargos em testilha.’ Não foram opostos embargos de declaração. No recurso extraordinário, com fundamento no art. 102, III, a, do permissivo constitucional, aponta-se ofensa ao art. 37, XVI, b, da Constituição Federal. Nas razões recursais, sustenta-se, em suma, a ilegalidade da acumulação ‘uma vez que o cargo exercido de técnico administrativo não se enquadra como cargo técnico’ (eDOC 5, p. 5). A Presidência do TJ/PB admitiu o extraordinário (eDOC 7). É o relatório. Decido. A irresignação não merece prosperar. Verifica-se que o Tribunal de origem, quando do julgamento do mandado de segurança, asseverou (eDOC 4, p. 8): 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 13 Relatório RE 1171254 AGR / PB ‘Assim, seja de nível superior ou médio, os cargos cujas atribuições lhes emprestem características de técnico, poderão ser acumulados com outro de magistério. Impende assinalar, neste ponto, que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do MS n. 28497/DF, enfatizou que a aferição da natureza do cargo é de ser feita a partir da análise concreta das funções desempenhadas pelo servidor. Confira-se: “Para a identificação da natureza do cargo, se técnico ou científico, não basta a sua denominação, mas a análise concreta das funções desempenhadas, o que pode suscitar profundas controvérsias”. (STF. RMS nº 28.497/DF. Relª do Acórdão Min. Cármen Lúcia. J. em 20/05/2014) A partir disso, entendo que o cargo de técnico judiciário enquadra-se no conceito de cargo técnico, eis que exige daquele que exerce as funções a ele inerentes conhecimentos específicos da área do Direito, especialmente direito processual civil. Importante registrar, ademais, que a LC n. 96/2010 (LOJE) prevê em seu art. 269, inciso I, como função do técnico judiciário, “substituir o analista judiciário, quando não houver mais de um designado para o respectivo cartório de justiça, nos seus impedimentos, suspeições e outros afastamentos”, cabendo- lhe, portanto, ter ciência de todas as atribuições inerentes àquela função (analista judiciário), situação que corrobora a necessidade de utilização de conceitos especializados de uma área de saber.’ Como se depreende desses fundamentos, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, quanto à natureza do cargo em face das funções desempenhadas pelo servidor, demandaria o exame da legislação local aplicável à espécie (Lei Complementar Estadual 96/2010), o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida na Súmula 280 do STF. Nesse sentido: ‘EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Supremo Tribunal Federal RE 1171254 AGR / PB ‘Assim, seja de nível superior ou médio, os cargos cujas atribuições lhes emprestem características de técnico, poderão ser acumulados com outro de magistério. Impende assinalar, neste ponto, que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do MS n. 28497/DF, enfatizou que a aferição da natureza do cargo é de ser feita a partir da análise concreta das funções desempenhadas pelo servidor. Confira-se: “Para a identificação da natureza do cargo, se técnico ou científico, não basta a sua denominação, mas a análise concreta das funções desempenhadas, o que pode suscitar profundas controvérsias”. (STF. RMS nº 28.497/DF. Relª do Acórdão Min. Cármen Lúcia. J. em 20/05/2014) A partir disso, entendo que o cargo de técnico judiciário enquadra-se no conceito de cargo técnico, eis que exige daquele que exerce as funções a ele inerentes conhecimentos específicos da área do Direito, especialmente direito processual civil. Importante registrar, ademais, que a LC n. 96/2010 (LOJE) prevê em seu art. 269, inciso I, como função do técnico judiciário, “substituir o analista judiciário, quando não houver mais de um designado para o respectivo cartório de justiça, nos seus impedimentos, suspeições e outros afastamentos”, cabendo- lhe, portanto, ter ciência de todas as atribuições inerentes àquela função (analista judiciário), situação que corrobora a necessidade de utilização de conceitos especializados de uma área de saber.’ Como se depreende desses fundamentos, eventual divergência em relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, quanto à natureza do cargo em face das funções desempenhadas pelo servidor, demandaria o exame da legislação local aplicável à espécie (Lei Complementar Estadual 96/2010), o que inviabiliza o processamento do apelo extremo, tendo em vista a vedação contida na Súmula 280 do STF. Nesse sentido: ‘EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 13 Relatório RE 1171254 AGR / PB com agravo. Administrativo. Natureza dos cargos acumulados. Legislação local. Ofensa reflexa. Precedentes. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local e o exame de ofensa reflexa à Constituição. Incidência da Súmula nº 280/STF. 2. Agravo regimental não provido.”(ARE 846524 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 18.3.2015) ‘EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. CARÁTER TÉCNICO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 279 DO STF. A discussão sobre o caráter técnico do cargo que se pretende acumular com o de professor, nos termos da norma da alínea b do inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal, exige o exame das provas constantes dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente, o que é inviável nesta esfera. Agravo regimental a que se nega provimento.’ (AI 512663 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 19.12.2011) ‘Ementa: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. NATUREZA DO CARGO. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. DECADÊNCIA. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. RECURSO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.’ (ARE 1038463 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 4.8.2017) Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, a e b, do CPC. Sem honorários, por se tratar de mandado de segurança 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Supremo Tribunal Federal RE 1171254 AGR / PB com agravo. Administrativo. Natureza dos cargos acumulados. Legislação local. Ofensa reflexa. Precedentes. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local e o exame de ofensa reflexa à Constituição. Incidência da Súmula nº 280/STF. 2. Agravo regimental não provido.” (ARE 846524 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 18.3.2015) ‘EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. CARÁTER TÉCNICO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 279 DO STF. A discussão sobre o caráter técnico do cargo que se pretende acumular com o de professor, nos termos da norma da alínea b do inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal, exige o exame das provas constantes dos autos e da legislação infraconstitucional pertinente, o que é inviável nesta esfera. Agravo regimental a que se nega provimento.’ (AI 512663 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 19.12.2011) ‘Ementa: AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. NATUREZA DO CARGO. INCURSIONAMENTO NO CONJUNTO FÁTICO- PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO STF. DECADÊNCIA. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. RECURSO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.’ (ARE 1038463 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 4.8.2017) Ante o exposto, nego provimento ao recurso, nos termos do art. 932, IV, a e b, do CPC. Sem honorários, por se tratar de mandado de segurança 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 13 Relatório RE 1171254 AGR / PB (Súmula 512/STF e art. 25 da Lei 12.016/2009)”. Nas razões do recurso, sustenta-se que a decisão agravada não merece prosperar, com apoio nos seguintes argumentos (eDOC 10, p. 2- 7) “O acórdão vergastado viola os dispositivos constitucionais, tendo em vista que a controvérsia versa sobre a possibilidade ou não de acumulação de o cargo de professor da rede pública com o cargo de técnico administrativo do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. (...) No Estado da Paraíba o cargo exercido de Técnico Judiciário do Estado da Paraíba não se enquadra como cargo técnico, notadamente porque se exige do ocupante apenas escolaridade de nível médio. Nesse sentido, a Lei de Organização Judiciária do Estado da Paraíba (LOJE), Lei Complementar Estadual nº 96/2010 (...). (...) Ora, aduzindo os fundamentos de reforma do acórdão guerreado e a efetiva violação à Constituição da República, restou demonstrado que a questão em análise é de direito. Ao contrário do que afirma a r. decisão ora agravada, a questão atinente ao recurso extraordinário não refere-se a ofensa a direito local. Nota-se que a pretensão recursal, neste sentido, não refere-se a analise a direito local, mas a decisão sobre a aplicação da legislação invocada pelo Recurso Extraordinário afastando-se, destarte, do âmbito de abrangência da Súmula nº 280 do STF”. A parte Agravada, regularmente intimada, não apresentou manifestação (eDOC 13). É o relatório. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Supremo Tribunal Federal RE 1171254 AGR / PB (Súmula 512/STF e art. 25 da Lei 12.016/2009)”. Nas razões do recurso, sustenta-se que a decisão agravada não merece prosperar, com apoio nos seguintes argumentos (eDOC 10, p. 2- 7) “O acórdão vergastado viola os dispositivos constitucionais, tendo em vista que a controvérsia versa sobre a possibilidade ou não de acumulação de o cargo de professor da rede pública com o cargo de técnico administrativo do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. (...) No Estado da Paraíba o cargo exercido de Técnico Judiciário do Estado da Paraíba não se enquadra como cargo técnico, notadamente porque se exige do ocupante apenas escolaridade de nível médio. Nesse sentido, a Lei de Organização Judiciária do Estado da Paraíba (LOJE), Lei Complementar Estadual nº 96/2010 (...). (...) Ora, aduzindo os fundamentos de reforma do acórdão guerreado e a efetiva violação à Constituição da República, restou demonstrado que a questão em análise é de direito. Ao contrário do que afirma a r. decisão ora agravada, a questão atinente ao recurso extraordinário não refere-se a ofensa a direito local. Nota-se que a pretensão recursal, neste sentido, não refere-se a analise a direito local, mas a decisão sobre a aplicação da legislação invocada pelo Recurso Extraordinário afastando-se, destarte, do âmbito de abrangência da Súmula nº 280 do STF”. A parte Agravada, regularmente intimada, não apresentou manifestação (eDOC 13). É o relatório. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código C21C-D2C9-87BA-EB14 e senha 3DBF-B821-2600-F742 Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 13 Voto - MIN. EDSON FACHIN 25/10/2019 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.171.254 PARAÍBA VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): As razões recursais são insuficientes para infirmar a conclusão da decisão agravada. No caso em exame, o Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, após analisar a Lei Complementar Estadual 96/2010, concluiu que “o cargo de técnico judiciário enquadra-se no conceito de cargo técnico”, para fins de acumulação de cargos permitida pela ConstituiçãoFederal (art. 37, XVI, b, da CF), nestes termos (eDOC 4, p. 7-10): “(...) Como é cediço, a Constituição Federal prevê, como regra, a vedação a acumulação remunerada de cargos públicos. Contudo, a Carta Magna admite a acumulação nas situações que expressamente excepciona, e, seja qual for a hipótese de permissividade, fica ela condicionada à comprovação de compatibilidade de horários. (...) Para deslinde da presente contenda, mostra-se imprescindível aferir se o cargo de técnico judiciário enquadra- se no conceito de cargo técnico. Sobre a definição de “cargo técnico”, não há ainda um consenso a seu respeito, em face da ausência no texto constitucional de conceituação expressa. O Superior Tribunal de Justiça entende que “cargo técnico é o conjunto de atribuições cuja execução reclama conhecimento específico de uma área do saber”. Acerca do tema, dita Corte Superior também já decidiu que, ainda que de nível médio, deve ser considerado cargo técnico aquele cujo exercício requeira conhecimentos específicos. (...) Impende assinalar, neste ponto, que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do MS n. 28497/DF, enfatizou que a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Supremo Tribunal Federal 25/10/2019 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.171.254 PARAÍBA VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): As razões recursais são insuficientes para infirmar a conclusão da decisão agravada. No caso em exame, o Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, após analisar a Lei Complementar Estadual 96/2010, concluiu que “o cargo de técnico judiciário enquadra-se no conceito de cargo técnico”, para fins de acumulação de cargos permitida pela Constituição Federal (art. 37, XVI, b, da CF), nestes termos (eDOC 4, p. 7-10): “(...) Como é cediço, a Constituição Federal prevê, como regra, a vedação a acumulação remunerada de cargos públicos. Contudo, a Carta Magna admite a acumulação nas situações que expressamente excepciona, e, seja qual for a hipótese de permissividade, fica ela condicionada à comprovação de compatibilidade de horários. (...) Para deslinde da presente contenda, mostra-se imprescindível aferir se o cargo de técnico judiciário enquadra- se no conceito de cargo técnico. Sobre a definição de “cargo técnico”, não há ainda um consenso a seu respeito, em face da ausência no texto constitucional de conceituação expressa. O Superior Tribunal de Justiça entende que “cargo técnico é o conjunto de atribuições cuja execução reclama conhecimento específico de uma área do saber”. Acerca do tema, dita Corte Superior também já decidiu que, ainda que de nível médio, deve ser considerado cargo técnico aquele cujo exercício requeira conhecimentos específicos. (...) Impende assinalar, neste ponto, que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do MS n. 28497/DF, enfatizou que a Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 13 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1171254 AGR / PB aferição da natureza do cargo é de ser feita a partir da análise concreta das funções desempenhadas pelo servidor (...). A partir disso, entendo que o cargo de técnico judiciário enquadra-se no conceito de cargo técnico, eis que exige daquele que exerce as funções a ele inerentes conhecimentos específicos da área do Direito, especialmente direito processual civil. Importante registrar, ademais, que a LC n. 96/2010 (LOJE) prevê em seu art. 269, inciso I, como função do técnico judiciário, ‘ substituir o analista judiciário, quando não houver mais de um designado para o respectivo cartório de justiça, nos seus impedimentos, suspeições e outros afastamentos’, cabendo-lhe, portanto, ter ciência de todas as atribuições inerentes àquela função (analista judiciário), situação que corrobora a necessidade de utilização de conceitos especializados de uma área de saber. Finalmente, é de se ressaltar que não há que se falar em incompatibilidade de horários, eis que a impetrante já obteve aposentadoria no cargo de professora. (...) Desta feita, dúvidas não há de que a impetrante possui direito líquido e certo à acumulação remunerada do cargo de técnico judiciário com o de professor, sendo, portanto, ilegal e abusivo o ato coator, motivo pelo qual não há como se esquivar o Poder Judiciário de tutelar o direito da requerente, lidimamente alcançado”. Desse modo, conforme consignado na decisão ora agravada, para se divergir do entendimento do Colegiado de origem que entendeu pelo enquadramento do cargo em questão “no conceito de cargo técnico” (eDOC 4, p. 8), seria necessário proceder ao reexame de legislação local, providência vedada pela Súmula 280 do STF. A respeito, além dos precedentes citados na decisão ora atacada, aponto os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Acumulação. Natureza dos cargos acumulados. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Supremo Tribunal Federal RE 1171254 AGR / PB aferição da natureza do cargo é de ser feita a partir da análise concreta das funções desempenhadas pelo servidor (...). A partir disso, entendo que o cargo de técnico judiciário enquadra-se no conceito de cargo técnico, eis que exige daquele que exerce as funções a ele inerentes conhecimentos específicos da área do Direito, especialmente direito processual civil. Importante registrar, ademais, que a LC n. 96/2010 (LOJE) prevê em seu art. 269, inciso I, como função do técnico judiciário, ‘ substituir o analista judiciário, quando não houver mais de um designado para o respectivo cartório de justiça, nos seus impedimentos, suspeições e outros afastamentos’, cabendo-lhe, portanto, ter ciência de todas as atribuições inerentes àquela função (analista judiciário), situação que corrobora a necessidade de utilização de conceitos especializados de uma área de saber. Finalmente, é de se ressaltar que não há que se falar em incompatibilidade de horários, eis que a impetrante já obteve aposentadoria no cargo de professora. (...) Desta feita, dúvidas não há de que a impetrante possui direito líquido e certo à acumulação remunerada do cargo de técnico judiciário com o de professor, sendo, portanto, ilegal e abusivo o ato coator, motivo pelo qual não há como se esquivar o Poder Judiciário de tutelar o direito da requerente, lidimamente alcançado”. Desse modo, conforme consignado na decisão ora agravada, para se divergir do entendimento do Colegiado de origem que entendeu pelo enquadramento do cargo em questão “no conceito de cargo técnico” (eDOC 4, p. 8), seria necessário proceder ao reexame de legislação local, providência vedada pela Súmula 280 do STF. A respeito, além dos precedentes citados na decisão ora atacada, aponto os seguintes julgados: “Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Acumulação. Natureza dos cargos acumulados. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento podeser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 13 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1171254 AGR / PB Legislação local. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local e do conjunto fático- probatório da causa. Incidência das Súmulas nº 280 e 279/STF. 2. Agravo regimental não provido” (ARE 663.339-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 28.11.2013). “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. ACUMULAÇÃO REMUNERADA DECARGOS. VERIFICAÇÃO DA NATUREZA TÉCNICA. 1. Saber se o cargo de taquígrafo, que se pretende acumular com o de professor, possui caráter técnico exige o reexame dos fatos e provas da causa e a apreciação das normas locais em que se baseou o aresto impugnado. Logo, o recurso extraordinário encontra óbice nas Súmulas STF nºs 279 e 280. 2. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido” (RE 246.859-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 12.12.2003). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 13.09.2016. ACUMULAÇÃO DE CARGOS. NATUREZA DO CARGO. INCOMPATIBILIDADE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279. 1. É inadmissível o extraordinário quando para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, exija-se o reexame de fatos e provas e o da legislação infraconstitucional aplicável à espécie. Incidência da Súmula 279 do STF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC” (RE 988.779-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 21.03.2017). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. REITERAÇÃO DA TESE DO RECURSO INADMITIDO. SUBSISTÊNCIA DA DECISÃO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Supremo Tribunal Federal RE 1171254 AGR / PB Legislação local. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local e do conjunto fático- probatório da causa. Incidência das Súmulas nº 280 e 279/STF. 2. Agravo regimental não provido” (ARE 663.339-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 28.11.2013). “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. ACUMULAÇÃO REMUNERADA DECARGOS. VERIFICAÇÃO DA NATUREZA TÉCNICA. 1. Saber se o cargo de taquígrafo, que se pretende acumular com o de professor, possui caráter técnico exige o reexame dos fatos e provas da causa e a apreciação das normas locais em que se baseou o aresto impugnado. Logo, o recurso extraordinário encontra óbice nas Súmulas STF nºs 279 e 280. 2. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido” (RE 246.859-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 12.12.2003). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTERPOSIÇÃO EM 13.09.2016. ACUMULAÇÃO DE CARGOS. NATUREZA DO CARGO. INCOMPATIBILIDADE. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279. 1. É inadmissível o extraordinário quando para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o Tribunal de origem, exija-se o reexame de fatos e provas e o da legislação infraconstitucional aplicável à espécie. Incidência da Súmula 279 do STF. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC” (RE 988.779-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 21.03.2017). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. REITERAÇÃO DA TESE DO RECURSO INADMITIDO. SUBSISTÊNCIA DA DECISÃO 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 13 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1171254 AGR / PB AGRAVADA. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. NATUREZA DA FUNÇÃO. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULAS/STF 279 E 280. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I - As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II - Conforme a Súmula 279/STF, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. III - É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica a revisão da interpretação de normas infraconstitucionais locais. Incidência da Súmula 280/STF. IV - Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa ( art. 1.021, § 4°, do CPC)” (ARE 1.126.461-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 06.12.2018). Nesse mesmo sentido, registre-se que, em recente julgamento, a Primeira Turma desta Corte, ao analisar o ARE 1.176.341-AgR/PB, de relatoria do Min. Luiz Fux, DJe 08.04.2019, em caso análogo ao dos presentes autos, envolvendo a acumulação de cargos de oficial de justiça, de nível médio, e o de professor da rede pública de ensino do Estado da Paraíba, assim se fundamentou: “Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado das razões recursais que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme asseverado, o Tribunal de origem consignou que o cargo de oficial de justiça se enquadra no conceito de técnico, uma vez que exige daquele que o exerce a aplicação de conhecimento específico, notadamente no campo da ciência jurídica. (...) Assim, verifica-se que a controvérsia acerca da natureza 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Supremo Tribunal Federal RE 1171254 AGR / PB AGRAVADA. ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS. NATUREZA DA FUNÇÃO. REEXAME DE FATOS E PROVAS E DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULAS/STF 279 E 280. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. I - As razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II - Conforme a Súmula 279/STF, é inviável, em recurso extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. III - É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica a revisão da interpretação de normas infraconstitucionais locais. Incidência da Súmula 280/STF. IV - Agravo regimental a que se nega provimento, com aplicação da multa ( art. 1.021, § 4°, do CPC)” (ARE 1.126.461-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 06.12.2018). Nesse mesmo sentido, registre-se que, em recente julgamento, a Primeira Turma desta Corte, ao analisar o ARE 1.176.341-AgR/PB, de relatoria do Min. Luiz Fux, DJe 08.04.2019, em caso análogo ao dos presentes autos, envolvendo a acumulação de cargos de oficial de justiça, de nível médio, e o de professor da rede pública de ensino do Estado da Paraíba, assim sefundamentou: “Em que pesem os argumentos expendidos no agravo, resta evidenciado das razões recursais que a parte agravante não trouxe nenhum capaz de infirmar a decisão hostilizada, razão pela qual deve ela ser mantida, por seus próprios fundamentos. Conforme asseverado, o Tribunal de origem consignou que o cargo de oficial de justiça se enquadra no conceito de técnico, uma vez que exige daquele que o exerce a aplicação de conhecimento específico, notadamente no campo da ciência jurídica. (...) Assim, verifica-se que a controvérsia acerca da natureza 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 13 Voto - MIN. EDSON FACHIN RE 1171254 AGR / PB do cargo de oficial de justiça foi decidida pelo Tribunal de origem a partir de interpretação e aplicação da norma infraconstitucional pertinente (Código de Processo Civil e Lei de Organização Judiciária do Estado da Paraíba) e do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que torna inviável o apelo extremo, além de atrair a incidência da Súmula 279 do STF de seguinte teor, in verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nesse sentido, aliás, é a jurisprudência desta Corte, como se infere dos seguintes julgados (...). No mesmo sentido, em casos análogos ao dos autos, destaco as seguinte decisões: RE 896.999, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 18/04/2016; RE 1.161.702, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 13/11/2018; RE 1.171.250, Rel. Min. Alexandre de Moraes; RE 1.169.023, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 25/10/2018; e RE 1.167.403, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 25/10/2018”. Ante o exposto, voto pelo não provimento do recurso e, diante da manifesta improcedência do agravo, nos termos da fundamentação acima declinada, voto por aplicar à parte Agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC, na hipótese de deliberação unânime desta Turma, condicionando-se a interposição de qualquer outro recurso ao depósito prévio da quantia fixada, observado o disposto no art. 1.021, § 5º, do CPC. Inaplicável o artigo 85, § 11, do CPC, em face do que dispõe a Súmula 512 do STF. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Supremo Tribunal Federal RE 1171254 AGR / PB do cargo de oficial de justiça foi decidida pelo Tribunal de origem a partir de interpretação e aplicação da norma infraconstitucional pertinente (Código de Processo Civil e Lei de Organização Judiciária do Estado da Paraíba) e do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que torna inviável o apelo extremo, além de atrair a incidência da Súmula 279 do STF de seguinte teor, in verbis: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. Nesse sentido, aliás, é a jurisprudência desta Corte, como se infere dos seguintes julgados (...). No mesmo sentido, em casos análogos ao dos autos, destaco as seguinte decisões: RE 896.999, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 18/04/2016; RE 1.161.702, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 13/11/2018; RE 1.171.250, Rel. Min. Alexandre de Moraes; RE 1.169.023, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe de 25/10/2018; e RE 1.167.403, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 25/10/2018”. Ante o exposto, voto pelo não provimento do recurso e, diante da manifesta improcedência do agravo, nos termos da fundamentação acima declinada, voto por aplicar à parte Agravante multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC, na hipótese de deliberação unânime desta Turma, condicionando-se a interposição de qualquer outro recurso ao depósito prévio da quantia fixada, observado o disposto no art. 1.021, § 5º, do CPC. Inaplicável o artigo 85, § 11, do CPC, em face do que dispõe a Súmula 512 do STF. É como voto. 5 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 35A9-73D0-5C44-A54E e senha E39A-4163-60AC-1DA4 Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 13 Extrato de Ata - 25/10/2019 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.171.254 PROCED. : PARAÍBA RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : ESTADO DA PARAÍBA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA PARAÍBA AGDO.(A/S) : VERONICA MARIA DE ARAUJO MACIEL ADV.(A/S) : MANOEL ALEXANDRE CAVALCANTE BELO (5366/PB) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, com imposição de multa (art. 1.021, § 4º, do CPC), e entendeu incabível a fixação de honorários advocatícios em mandado de segurança, em face do que dispõe a Súmula 512 do STF, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.10.2019 a 24.10.2019. Composição: Ministros Cármen Lúcia (Presidente), Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Ravena Siqueira Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5E0A-9148-BF99-544D e senha 45AF-6ECD-005B-AB0E Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 1.171.254 PROCED. : PARAÍBA RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : ESTADO DA PARAÍBA PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA PARAÍBA AGDO.(A/S) : VERONICA MARIA DE ARAUJO MACIEL ADV.(A/S) : MANOEL ALEXANDRE CAVALCANTE BELO (5366/PB) Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, com imposição de multa (art. 1.021, § 4º, do CPC), e entendeu incabível a fixação de honorários advocatícios em mandado de segurança, em face do que dispõe a Súmula 512 do STF, nos termos do voto do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 18.10.2019 a 24.10.2019. Composição: Ministros Cármen Lúcia (Presidente), Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Ravena Siqueira Secretária Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 5E0A-9148-BF99-544D e senha 45AF-6ECD-005B-AB0E Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 13 Ementa e Acórdão Relatório Voto - MIN. EDSON FACHIN Extrato de Ata - 25/10/2019
Compartilhar