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Beatriz Marinelli Matéria dada em sala de aula HEMORRAGIA Conceito: saída de sangue de vasos sanguíneos ou coração para o compartimento extra vascular trombocitopenia/plaquetopenia ou para fora do organismo levando a um processo hemorrágico. Esse processo é sempre patológico, exceto no caso da menstruação. ETIOLOGIA DAS HEMORRAGIAS (fatores que fazem com que a hemorragia ocorra): 1- Fatores que afetam os vasos sanguíneos e/ou o coração 2- Fatores que interferem no mecanismo da homeostasia Ex: hemofilia FATORES QUE AFETAM OS VASOS SANGUÍNEOS E/OU O CORAÇÃO: • Trauma: toda vez que ocorre um trauma seja eles por acidentes, agressões e cirurgias, como exemplo, levam alterações nos vasos sanguíneos. • Não traumático ou espontânea: nesse caso é necessário a presença de um agente para que ocorra esse sangramento. Como: ▪ Corrosão vascular: alto digestão por formação de ulceras. ▪ Aneurisma: Má formação oi enfraquecimento de um vaso pela formação de uma placa de ateroma, levando a uma lesão tecidual por tentativa de reparo. Dilata a artéria formando uma área de aneurisma e essa área se torna uma área de fragilidade. O aumento da pressão pode levar ao rompimento, levando essa hemorragia. (Abaixo da camada íntima do vaso sanguíneo começa um depósito de colesterol, estreitando o vaso, isso se chama aterosclerose. O organismo inflama o local, do tipo crônica, sem sinais presentes. A área tenta ser destruída e reparada, fragilizando a área do vaso, ficando mais propenso à alterações anatômicas e funcionais. Quando aumenta a pressão arterial, essa área pode abaular, ficando mais frágil ainda e se aumenta mais ela pode se romper.) ▪ Hemangioma: vaso sanguíneo começa a se proliferar intensamente, mas é muito frágil. Pode ser em qualquer órgão, processo neoplásico benigno, sendo que qualquer aumento de pressão pode levar ao seu rompimento. ▪ Aterosclerose: é a força de cisalhamento, força do liquido sobre o sólido. É o mesmo sem formar o aneurisma, podendo se romper. FATORES QUE INTERFEREM NO MECANISMO DA HOMEOSTASIA: OBS: Homeostasia também chamada de diáteses hemorrágicas ou discrasias. Quando o endotélio descamar as plaquetas se agregam (atraídas pela hemoteína), levando a cascata coagulativa→fibrinogênio em fibrina → leva à um tampão → impede que o sangue saia do organismo e dá tempo que o organismo de regenere. 1- Anormalidades da parede vascular 2- Deficiência ou disfunção plaquetária, alterações quantitativas e qualitativas das plaquetas 3- Distúrbio no mecanismo de coagulação ausência dos fatores de coagulação 4- Combinação desses 3 fatores Beatriz Marinelli 1- Anormalidades na parede vascular: chamo de púrpura vascular → se manifesta por petéquias (+ que 3 é ruim) e púrpuras (união de petéquias. Grave pois pode ocorrer em todos os órgãos inclusive no cérebro → sangue fora do corpo → processo inflamatório agudo → saída do exsudato → sai proteína → diminui a Pressão coloidosmótica. Pode ser ocasionada por: • Algumas infecções como meningococos, riquietiose, endocardite infecciosa • Vasculites: processo inflamatório que causa anormalidade na parede. • Escorbuto: falta de vitamina C, presente no colágeno que tem no vaso levando a anormalidade na parede. • Síndrome de Ehlers-Danlos: síndrome de colágeno fraco, deixa o vaso passível a uma lesão. • Síndrome de Cushing: síndrome do cortisol, em que o cortisol se encontra elevado. 2- Deficiência plaquetária: • Púrpura trombocitopênica: diminuição do número de plaquetas (ex: quimioterapia) • O normal de plaquetas é acima de 100.000/mm³ (trombocitopenia/plaquetopenia ) • Quando as plaquetas estão abaixo desse valor, aumenta-se a chance de sangramento • 50.000 a 20.000/mm³ sangramento pós traumático • <20.000/mm³ sangramento espontâneo No caso de púrpura, precisa de muitos doadores de sangue pois retira pouca plaqueta de cada um; tomar cuidado com movimentos bruscos sangramento espontâneo. Produção baixa de plaquetas pode ser gerada por: ▪ Anemia aplástica ▪ Leucemia ▪ Álcool, tiazídicos( remédio de tratamento de doenças do coração), agentes citotóxicos ▪ Infecções: sarampo, HIV ▪ Eles diminuem o número de plaquetas Redução da sobrevida das plaquetas pode ser causada por: ▪ Destruição imunológica: destrói antes do tempo normal, podendo ter origem idiopática, lúpus eritematoso sistêmico, heparina, sulfa, quinidina, infecções, mononucleose infecciosa, HIV, CMV. ▪ Destruição não imunológica (coagulação intravascular disseminada): durante o parto, o líquido amniótico, por força de contração, pode entrar na corrente circulatória da mãe e agregar plaquetas, formando trombos, com isso obstrui vasos, levando a hemorragias espontâneas. Se injeta plaqueta morre de trombose, se não faz nada morre também, logo 92% dos casos morrem. Beatriz Marinelli 3- Distúrbios no mecanismo de coagulação: Envolve fatores de coagulação ▪ Distúrbios adquiridos: deficiência de vitamina K (faz a síntese dos fatores intimamente ligados á coagulação → fator II, VII, IX, X → na cirrose hepática eles possuem maior chance de sangramento, principalmente no esôfago; coagulação intravascular disseminada (CID), complicações obstétricas, mordida de cobra (pode impedir a formação de trombos), infecções e neoplasias. ▪ Distúrbios hereditários: hemofilia A-, deficiência do fator VIII, hemofilia B- doença de Christmas < Fatorm IX, doença de Willebrand. CLASSIFICAÇÃO DA HEMORRAGIA: • Quanto ao mecanismo de formação: ▪ Rexe: “rasgar”, “romper”, toda vez que um vaso for seccionado, seja ele por corte ou por outro motivo, não necessariamente precisa sair do organismo. ▪ Diapedese: são pequenos pontos hemorrágicos provocado por doenças graves, alterações nas paredes dos vasos que levam a aparecer petequeias. Não há ruptura do vaso, mas o endotélio se afasta e permite que as células sanguíneas saiam para fora do vaso. ▪ Diabrose: “abrasão”, ações corrosivas, ácidas, enzimas, situações de necrose que podem levar a destruição tecidual levando a hemorragia. Ex: ácidos do estômago, enzimas. • Quanto ao momento de ocorrência: ▪ Primária: nas primeiras 24 horas. ▪ Secundária: após as 24 horas Ex: paciente vai para UTI e começa a sangrar de novo depois de 24 horas. • Quanto a origem: ▪ Arterial, venosa, capilar ou cardíaca • Quanto a localização: ▪ Interna ▪ Externa Externa: • Estomatorragia: h. boca • Gastrorragia: h. estomago • Enterorragia: h. anus • Otorragia: h. pelo ouvido, pode estar relacionado a estruturas cranianas. • Hematemese: vomito com sangue. • Hemoptiase: expectoração com sangue, comum em tuberculose. Beatriz Marinelli • Hematúria: sangue na urina • Espitaxe: sangramento nasal • Melena: h. digestiva alta, sangue nas fezes. • Metrorragia: h. uterina fora do período menstrual. Interna: hemorragias subcutâneas • Hemotórax • Hemopericárdio: ruptura de vasos do coração e o sangue cai no pericárdio • Hemoperitônio • Hemartrose: nas articulações • Apoplexia: hemorragia em qualquer órgão maciço • Manifestações clínicas: ▪ Petéquias: pequenos pontos hemorrágicos 1mm de diâmetro. São diminutas áreas hemorrágicas de até 3mm de diâmetro, geralmente múltiplas, na maioria das vezes resultante de defeitos qualitativos ou quantitativos de plaquetas. ▪ Púrpura: maior que 1mm. É uma lesão superficial um pouco maior que as petéquias, geralmente na pele, múltiplas, planas ou discretamente elevadas, podendo atingir até 1cm de diâmetro. ▪ Equimose: sangramento que se espalha por todo conjuntivo abaixo do epitélio. É a hemorragia que aparece como mancha azulado ou arroxeada, mais extensa que a purpura e pode provocar aumento discreto do volume no local, sendo frequentes em traumatismo. ▪ Hematoma: muito parecido com equimose só que aqui há um aumento volumétrico com o sangue aprisionado na área. É uma hemorragiaem que o sangue se acumula formando tumoração, sendo frequente após a ação de agentes mecânicos. ASPECTOS CLÍNICOS DA HEMORRAGINA INTERNA: CONSEQUÊNCIAS DA HEMORRAGIA (importância clínica): • Depende do volume perdido, do local, tempo e causa. • Importante rápido diagnóstico • Sr. De 75 anos com úlcera resultando em perdas sanguíneas (diabrose), ao se alimentar → ácido → sangramento EVOLUÇÃO DA HEMORRAGIA: • O sangue extravasado pode: ❖ Reabsorção: sofre lise. ❖ Encistamento ❖ Calcificação: processo inflamatório → necrose → calcificação distrófica (o Ca²+ extracelular migra rapidamente ao local de necrose) ❖ Supuração: sangue fora sofre infecção. Beatriz Marinelli QUADROS CLÍNICOS DISTINTOS DE HEMORRAGIA: 1- Acidente vascular encefálico hemorrágico 2- Amputação de parte de dedos por serra elétrica “Avalie clinicamente a hemorragia nos dois casos, levando em consideração o volume de sangue perdido, local, tempo e causa.” Informações adicionadas em itálico são referentes ao livro de apoio “Patologia-Bogliolo”. 209
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