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Estrutura_das_Demonstracoes_Contabeis_Aula_5

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ESTRUTURA DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
AULA 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ivanildo Viana Moura 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá estudante, tudo bem? 
Estamos iniciando nossa aula de número cinco, e vamos conhecer outro 
demonstrativo importante para os usuários tomadores de decisão. O objetivo 
desta aula, é fornecer o conhecimento acerca da obrigatoriedade, informações 
a serem evidenciadas e a elaboração da demonstração do valor adicionado. 
Para atingir a esse objetivo, iremos estudar os seguintes tópicos: 
 Demonstração do valor adicionado 
 Características das informações da DVA 
 Informações apresentadas na DVA 
 Elaboração e Estrutura da DVA 
 Benefícios das informações da DVA 
Aproveite a leitura e pratique os conhecimentos adquiridos resolvendo os 
exercícios. Lembre-se, a melhor maneira de aprender, é praticando. 
CONTEXTUALIZANDO 
A contabilidade é uma ciência social aplicada que tem por objetivo 
fornecer informações úteis aos usuários da informação contábil, informações 
essas que são geradas a partir o patrimônio das entidades, sendo esse o objeto 
de estudo da contabilidade. A contabilidade é também conhecida como a 
linguagem dos negócios pois ela “mede os resultados das empresas, avalia o 
desempenho dos negócios, dando diretrizes para a tomada de decisões” 
(MARION, 2018, p. 04). 
Quando falamos sobre contabilidade, informações úteis e usuários dessas 
informações, geralmente pensamos em investimentos, acionistas, grandes 
empresas e seus gestores. No entanto, é importante que tenhamos 
conhecimento que as informações fornecidas pela contabilidade não são 
elaboradas somente para esse tipo de usuários, pois outros tomadores de 
decisão precisam de outros tipos de dados que lhe sejam úteis em seus 
processos decisórios. 
Quem são eles? Bem, na nossa aula de hoje vamos estudar um 
demonstrativo que tem como foco não a tomada de decisões de cunho 
financeiro, mas sim, evidenciar informações que apresentam um contexto mais 
voltado para o lado social, pois ele evidencia a riqueza criada por uma empresa 
 
 
3 
e os grupos que recebem parte dessa riqueza. Estamos falando da DVA, a qual 
é apresentada a seguir. 
TEMA 1 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO 
 As demonstrações estudadas até o momento, evidenciam informações do 
contexto empresarial que podem ser muito úteis aos usuários tomadores de 
decisões em contextos diversos, mas que fornecem na grande maioria, 
subsídios para decisões de cunho financeiro. Essas informações fornecidas por 
esses demonstrativos, podem ser divididas em patrimoniais, financeiras e 
econômicas, e são de interesses de grupos específicos, os quais as tomam como 
subsídios para a tomada de decisão. 
 Acontece que, esses mesmos grupos, podem dispor de outros tipos de 
informações que não somente aquelas pertinentes ao desempenho econômico, 
composição do patrimônio e geração de caixa, pois as atividades empresariais 
resultam em agregação de valores para os produtos/serviços gerados pelas 
entidades, e esses valores, são distribuídos de forma direta ou indireta para a 
sociedade, pois de um modo ou de outro, toda a gama de stakeholders tende a 
receber alguma parcela desse valor. 
Nesse contexto, pondera-se que as empresas geram riquezas com suas 
atividades, adicionando valor aos insumos utilizados nos processos operacionais 
e, posteriormente, distribuindo parte do valor agregado aos envolvidos nesse 
processo, de forma direta ou indireta. 
 
 
Como é que essa riqueza 
é distribuída? 
De que forma essa 
informação pode chegar 
aos interessados? 
Mas afinal, quem são os 
grupos beneficiados com 
a geração de valor pela 
empresa? 
 
 
4 
Muita calma nessa hora! Uma coisa de cada vez, não é mesmo? Vamos 
iniciar respondendo a última pergunta, ou seja, a forma como a informação pode 
chegar aos interessados. Aqui, novamente, temos um demonstrativo contábil 
que tem por objetivo “demonstrar a origem da riqueza gerada pela entidade, e 
como essa riqueza foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram, 
direta ou indiretamente, para a sua geração” (RIBEIRO, 2017, p. 373). Esse 
demonstrativo é chamado de Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
Isso significa que todos os que tem interesse em saber como uma 
determinada empresa gera riqueza e como essas riquezas são distribuídas entre 
os setores, terá acesso a essas informações por meio da DVA, desde que essa 
empresa elabore e publique esse demonstrativo. 
Assim como ocorreu 
com a DFC, a DVA tornou-se 
obrigatória para as 
sociedades de capital aberto 
e as fechadas de grande porte 
por conta das alterações na lei 6.404/76 dadas por meio da lei 11.638/07. Nesse 
contexto, essas empresas são obrigadas a elaborar e divulgar esse 
demonstrativo em cada período, visando fazer com que a sociedade de um modo 
geral, possua informações acerca da criação e distribuição de riqueza que foi 
gerada no contexto de suas atividades. 
 
Também como aconteceu com os demonstrativos estudados 
anteriormente, temos a obrigatoriedade acerca da publicação da DVA dada pela 
lei, mas quem norteia as entidades na sua elaboração, é o CPC por meio do 
Pronunciamento Técnico CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado, “o 
qual foi aprovado pela Deliberação CVM no 557, de 12-11-2008, para as 
companhias abertas e pela Resolução CFC no 1.138/08 para os profissionais de 
contabilidade das entidades não sujeitas a alguma regulação contábil específica” 
(GELBECK et al., 2018, p. 647). 
O Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e 
Médias Empresas não contém disposições específicas sobre tal 
demonstração, e pela legislação brasileira ela não é exigida dessas 
entidades (GELBCKE et al. 2018, p. 656) 
 
Ok, tudo certo, mas quais 
empresas são obrigadas a 
elaborar a DVA? 
 
 
5 
Nesse contexto, o CPC 09 pontua que “a entidade deve elaborar a DVA e 
apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis 
divulgadas ao final de cada exercício social”. Dessa forma, dentre o rol de 
demonstrativos contábeis obrigatórios, temos então a DVA como nosso último 
demonstrativo a ser estudado nesta disciplina, e as informações a serem 
apresentadas por ele, serão estudadas nos nossos próximos temas. 
TEMA 2 – CARACTERÍSTICAS DAS INFORMAÇÕES DA DVA 
De acordo com o CPC 09, na elaboração DVA deve-se levar em conta os 
critérios para a elaboração das demonstrações contábeis definidos pelo 
pronunciamento técnico CPC 00 (vide disciplina Estrutura da Contabilidade 
Brasileira), e o pronunciamento pontua também que os dados da DVA, em sua 
grande maioria, são obtidos principalmente a partir da Demonstração do 
Resultado. 
A menção a DRE feita pelo CPC é justamente porque a DVA evidencia 
em sua grande maioria, informações acerca de ingressos (receitas) e despesas 
(gastos) incorridos no decorrer de um determinado exercício, mas apresentados 
de forma mais detalhada, separados por grupos, visto que a essa separação 
possibilita a identificação da geração de riqueza e a quais setores foi distribuída. 
Para a elaboração do demonstrativo, o CPC apresenta uma série de 
termos, os quais são apresentados a seguir para que se tenha um melhor 
entendimento acerca do demonstrativo, conforme segue:
 
Os termos abaixo são utilizados neste Pronunciamento com os seguintes significados: 
Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela 
diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. [...] 
Receita de venda de mercadorias, produtos e serviços representa os valores reconhecidos 
na contabilidade a esse título pelo regime de competência e incluídos na demonstração do 
resultado do período. 
Outras receitas representam os valores que sejam oriundos, principalmente, de baixas por 
alienação de ativos não-circulantes, tais como resultados na venda de imobilizado, de 
investimentos, e outras transaçõesincluídas na demonstração do resultado do exercício que 
não configuram reconhecimento de transferência à entidade de riqueza criada por outras 
entidades. [...] 
Insumo adquirido de terceiros representa os valores relativos às aquisições de matérias-
primas, mercadorias, materiais, energia, serviços, etc. que tenham sido transformados em 
despesas do período. [...] 
Depreciação, amortização e exaustão representam os valores reconhecidos no período e 
normalmente utilizados para conciliação entre o fluxo de caixa das atividades operacionais 
e o resultado líquido do exercício. 
Valor adicionado recebido em transferência representa a riqueza que não tenha sido 
criada pela própria entidade, e sim por terceiros, e que a ela é transferida, como por exemplo 
receitas financeiras, de equivalência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties, etc. [...] 
 
 
6 
 No texto do CPC, é possível perceber as principais características de cada 
um dos termos utilizados para quando se fala em DVA. Chama-se a atenção 
para a forma como o CPC aponta a configuração do valor adicionado, visto que 
que esse termo está representando a diferença entre valor de vendas e insumos 
adquiridos de terceiros. Esse contexto leva a conclusão que empresas mais 
eficientes em processos operacionais, conseguem gerar mais valor. 
Na receita de venda de mercadorias (também de serviços para as 
empresas desse ramo de atividade), deve-se levar em conta que aqui, o CPC 
fala unicamente das receitas geradas a partir da atividade principal da empresa, 
aquela pela qual a entidade foi constituída. Outro ponto a ser observado, diz 
respeito ao regime de competência na elaboração desse demonstrativo. 
Conforme já estudado anteriormente, a lei das SA determina que todos os 
demonstrativos sejam elaborados conforme escrituração dos fatos contábeis 
pelo regime de competência, com exceção apenas para a DFC, a qual deve ser 
elaborada pelo regime de caixa. 
O item “outras receitas” deve apresentar as receitas que não são oriundas 
da atividade principal da entidade. O CPC não deixa claro o motivo dessa 
segregação, mas acredita-se que, assim como na DRE, o motivo pode ser para 
que fique mais fácil perceber a capacidade da empresa em manter suas 
operações a partir de suas atividades principais, o que fornece informações mais 
detalhadas e precisas aos usuários. Outro ponto é que o CPC menciona que 
também podem ser considerados em outras receitas, alguns itens que não são 
considerados na DRE, como é o caso de ativos construídos para uso próprio e 
juros pagos incorporados aos valores de ativos de longo prazo. 
Os insumos adquiridos de terceiros representam todos os gastos 
incorridos nas atividades operacionais da entidade, aqui sendo considerados 
tanto custos quanto despesas, os quais são destacados na DRE sendo 
deduzidos das receitas para a apuração do resultado do período. 
Depreciação, amortização e exaustão dizem respeito a despesas 
reconhecidas na DRE para mensurar a perda de valor de ativos fixos como 
máquinas, equipamentos, instalações, etc. (depreciação), ativos intangíveis 
como marcas, patentes, fundo de comércio, etc. (amortização) e ativos de 
exploração de recursos naturais ou minerais (exaustão). 
Por fim, o CPC caracteriza o valor adicionado recebido, o qual diz respeito 
a riquezas transferidas de terceiros. O ponto principal aqui, é que o CPC 
 
 
7 
recomenda que se tenha cuidado para não fazer dupla contagem nas 
agregações, o que significa que um item que foi classificado em valor adicionado, 
por engano poderia também estar constando novamente no item valor 
adicionado recebido. 
É importante que se tenha conhecimento acerca desses termos e se faça 
distinção entre os mesmos para uma correta classificação dos itens que devem 
ser classificados para compor a DVA, pois esse demonstrativo possibilita que o 
usuário tenha conhecimento de quanto a entidade contribui para a formação do 
PIB, conforme o CPC 09: 
 
Conforme já comentado anteriormente, a DVA apresenta as informações 
de forma segregada, o que possibilita saber onde a riqueza gerada foi distribuída, 
e conforme o CPC, a elaboração desse demonstrativo por segmento pode 
representar informações ainda mais valiosas no auxílio da formulação de 
predições. As informações apresentadas pela DVA estão no nosso próximo 
tema. 
TEMA 3 – INFORMAÇÕES APRESENTADAS NA DVA 
Já tomamos conhecimentos de vários termos que estão relacionados a 
DVA, mas ainda não ficou claro o que é a riqueza gerada e nem como essa 
riqueza é distribuída. Bom, vamos agora então entender o que é essa riqueza 
e como ela é formada. Também iremos saber como essa riqueza é distribuída, 
pois essas são as informações apresentadas pela DVA. 
Iniciamos então com a determinação da lei 6.404/76 acerca dessas 
informações: 
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do 
art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: 
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) 
II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada 
pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que 
contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, 
financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da 
riqueza não distribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) 
Muito bem, a lei das SA determina que a riqueza gerada pelas entidades 
seja evidenciada pela DVA, assim como foi feita a sua distribuição entre os 
A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, 
eliminados os valores que representam dupla-contagem, a parcela de contribuição que a 
entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta 
o quanto a entidade agrega de valor aos insumos adquiridos de terceiros e que são 
vendidos ou consumidos durante determinado período. 
 
 
 
8 
elementos, no caso, diversos stakeholders (empregados, financiadores, 
acionistas, governo, dentre outros). 
Bom, a riqueza gerada pela entidade, é representada pelo valor 
adicionado, conforme já comentado anteriormente. Por sua vez, o valor 
adicionado é medido pela diferença entre o valor das vendas e os insumos 
adquiridos de terceiros. 
 
A riqueza deve ser apresentada de forma detalhada na primeira parte da 
DVA, conforme a estrutura determinada pelo CPC 09. Desse modo, para 
evidenciar a riqueza criada pela própria entidade (valor adicionado) o 
pronunciamento apresenta os principais componentes da riqueza, conforme 
segue: 
Receitas: Conforme o CPC 09, a formação de riqueza é evidenciada a 
partir das receitas auferidas pela entidade, considerando como receitas: 
Venda de mercadorias, produtos e serviços: diz respeito aos ingressos de 
recursos relativos à venda dos bens e serviços da empresa, ou seja, advém da 
atividade principal da entidade. Nesse item, são considerados os tributos 
incidentes sobre essas receitas. 
Outras receitas: são aquelas oriundas de atividades que não a principal 
da empresa, por exemplo, venda de ativos imobilizados. Aqueles ingressos 
relativos a vendas de itens que não os da atividade principal da entidade, se 
encaixam aqui. Aqui também deve-se considerar os tributos incidentes. 
Provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) – reversão/ 
(constituição): nesse item, deve-se tomar muito cuidado, pois temos duas 
Para exemplificar, consideremos que uma determinada unidade de mercadoria adquirida do 
fornecedor por $ 20, tenha sido vendida pela empresa comercial por $ 30. Nesse caso, o 
valor adicionado pela empresa comercial corresponde a $ 10 (30 - 20). Observe bem: embora 
a Receita Bruta de vendas dessa empresa comercial tenha sido de $ 30, ela agregou à 
economia do país apenas $ 10, uma vez que os outros $ 20 representam riquezas já geradas 
por empresas integrantes da cadeia produtiva, porém em outras etapas da produção 
(agricultura, indústria, comércio atacadista e serviços). O valor adicionado de $ 10, portanto,corresponde à remuneração dos esforços que a empresa despendeu no desenvolvimento de 
suas atividades. Entre esses esforços incluem-se os empregados (fonte de mão de obra), os 
investidores (fonte de Capital Próprio), os financiadores (fonte de Capitais de Terceiros) e o 
Governo, que será remunerado por meio dos impostos como contrapartida dos benefícios 
sociais que oferece a toda sociedade, inclusive às empresas. Assim, o valor adicionado 
gerado em cada empresa em um determinado período representa o quanto essa empresa 
contribuiu para a formação do Produto Interno Bruto (PIB*) do país no referido período 
(RIBEIRO, 2017, p. 374). 
 
 
9 
possibilidades para essa conta. Na primeira, temos a reversão da provisão. 
Quando ocorre essa reversão, automaticamente o valor referente a mesma volta 
para a conta de origem, no caso, “clientes”, no ativo circulante. Essa reversão 
leva a um aumento nas receitas da entidade, pois aumenta o patrimônio. Por 
outro lado, se fosse a constituição da reserva, então seria o contrário, pois 
estaríamos diminuindo a conta de clientes, e, portanto, o patrimônio (perceba 
que o termo “constituição” está entre parênteses, indicando valor negativo). 
Dessa forma, quando se fala em DVA, a PCLD aumenta as receitas, quando 
da sua reversão, ou diminui as receitas, quando é constituída. 
As receitas são itens positivos, e assim como acontece com a DRE, a 
partir dela começam a ser deduzidos os itens que não representam o valor 
adicionado pela empresa, itens esses que foram recebidos de outras empresas, 
ou que vieram por transferência. 
 
Insumos adquiridos de terceiros: Quando uma sociedade efetua a 
produção ela cria riqueza, sendo essa representada pela diferença entre o valor 
da venda e o valor pago a terceiros a título de insumos para a obtenção dos 
produtos, mercadorias ou serviços. No entano, os fornecedores de insumos 
também geraram riquezas quando os produziram, e por essa razão eles são 
diminuídos na parte inicial da DVA (VICECONTI; NEVES, 2018). Assim, esses 
valores que são deduzidos da receita bruta por não terem sido adicionados pela 
entidade, sendo eles descritos a seguir (texto dado pelo CPC 09): 
A PCLD é uma provisão. As provisões são estimativas feitas pela empresa acerca 
de eventos que podem diminuir o ativo ou aumentar o passivo. No caso da PCLD, as 
provisões são estimativas que a empresa tem sobre perdas futuras na conta clientes, ou seja, 
vendas a prazo realizadas pela empresa e que não são recebidas. 
[...] para o caso dos Créditos de Liquidação Duvidosa “a partir de certas previsões, 
constitui-se, contabilmente, a Provisão. Não dá para confundir. A empresa pode, inclusive, 
prever perdas, e não contabilizar a Provisão se fizer uma Contabilidade incorreta” 
(GELBECK, et al., 2018, p. 12). 
Para se ter um exemplo mais prático, pense da seguinte forma: uma determinada 
empresa possui uma média de vendas mensais a prazo no valor de R$1.000.000,00 (um 
milhão de reais). No entanto, com base em dados históricos, é possível estimar que 5% 
desse valor não é recebido, ou seja, os clientes que compraram a prazo dessa empresa, 
deixam de pagar um valor aproximado de R$50.000,00. Diante disso, a empresa deve 
realizar a provisão (conta redutora da conta clientes, no ativo circulante) para reconhecimento 
da perda na demonstração de resultado, levando a uma diminuição do ativo. Caso essa 
previsão de perda não se confirme, a empresa deverá fazer a reversão dessa provisão, 
retornando os valores para a respectiva conta. 
Você sabe o que é PCLD? 
 
 
10 
Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos - inclui os 
valores das matérias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do 
produto vendido, das mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de 
terceiros; não inclui gastos com pessoal próprio. 
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos 
às despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços 
adquiridos junto a terceiros. 
Assim como acontece nas receitas, o CPC pontua que sejam também 
considerados os tributos incluídos nos custos dos produtos e mercadorias 
vendidas, e todos os demais insumos que estejam incluídos nesses itens, 
independentemente desses tributos serem recuperáveis ou não. A seguir, outros 
itens são classificados nessa categoria pelo CPC 09: 
Perda e recuperação de valores ativos - inclui valores relativos a ajustes 
por avaliação a valor de mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. 
Também devem ser incluídos os valores reconhecidos no resultado do período, 
tanto na constituição quanto na reversão de provisão para perdas por 
desvalorização de ativos [...]. 
Os valores referentes a perda e constituição de provisão devem ser 
diminuídos, mas quando se trata de reversão de provisão, o valor será somado. 
Ao chegar nesse item, evidencia-se a seguir o valor adicionado bruto gerado pela 
entidade. Em seguida, têm-se outras deduções a serem feitas, conforme abaixo: 
Depreciação, amortização e exaustão: inclui a despesa ou o custos 
contabilizados no período. 
Após essas deduções, evidencia-se então o valor adicionado líquido 
produzido pela entidade. Esse valor implica no resultado apurado a partir das 
atividades operacionais da empresa, as atividades principais realizadas pela 
entidade. A lógica dedutiva da DVA, a partir do valor adicionado líquido, passa 
então a incorporar ou deduzir outros itens conforme segue (texto do CPC 09): 
Valor adicionado recebido em transferência. 
Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da equivalência pode 
representar receita ou despesa; se despesa, deve ser considerado como 
redução ou valor negativo. 
 
 
 
11 
Receitas financeiras - inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações 
cambiais ativas, independentemente de sua origem. 
Outras receitas - inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados 
ao custo, aluguéis, direitos de franquia, etc. 
Após realizadas essas operações de deduções e adições, por fim, 
evidencia-se o valor adicionado total a distribuir. Desse ponto em diante, a 
DVA mostra os grupos a quem esses valores foram distribuídos. 
Distribuição da riqueza: mostra de forma detalhada como a riqueza 
gerada foi distribuída, segregadas conforme segue (texto do CPC 09): 
Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na 
forma de: 
 Remuneração direta - representada pelos valores relativos a 
salários, 13º salário, honorários da administração (inclusive os pagamentos 
baseados em ações), férias, comissões, horas extras, participação de 
empregados nos resultados, etc. 
 Benefícios - representados pelos valores relativos a assistência 
médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria etc. 
 FGTS – representado pelos valores depositados em conta 
vinculada dos empregados. 
A distribuição da riqueza inicia-se pelo grupo de pessoal, implica em todos 
os pagamentos e encargos sociais trabalhistas destinados aos funcionários da 
empresa. 
É a alteração do valor contábil das participações societárias registradas no Ativo Não 
Circulante – Investimentos, pela investidora, conforme o aumento ou a diminuição do 
Patrimônio Líquido (PL) da investida (VICECONTI; NEVES, 2018, p. 119). 
Significa que um investimento de uma empresa em outra, é reconhecido inicialmente 
pelo valor do custo (valor que a empresa investiu na outra), mas a partir daí, esse valor é 
ajustado conforme ocorrem mutações no patrimônio da investida (o valor pode aumentar ou 
diminuir). 
Por exemplo, quando a empresa investida vai obtendo lucros em períodos 
subsequentes, o resultado de equivalência patrimonial é positivo, mas caso essa empresa 
tenha resultados negativos (prejuízos) a equivalência também será negativo. 
Equivalência Patrimonial 
 
 
12 
 
Ficou surpreso? Pois é, é exatamente isso que significa a distribuição de 
riqueza. Os recursos pagospela empresa em contrapartida ao capital fornecido 
por determinados grupos, incluindo aqui o capital humano, que diz respeito aos 
funcionários da empresa. Assim, os outros grupos são apresentados a seguir 
(texto do CPC 09): 
Impostos, taxas e contribuições - valores relativos ao imposto de renda, 
contribuição social sobre o lucro, contribuições aos INSS (incluídos aqui os 
valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do empregador, 
bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. 
Para os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem 
ser considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, e representam a 
diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e os 
respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos 
adquiridos de terceiros”. 
 Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que 
são repassados no todo ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., 
tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui também a contribuição 
sindical patronal. 
O quê? Então isso é a 
distribuição de riqueza? 
Achei que a empresa 
distribuía dinheiro... 
 
 
13 
 Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive 
aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Municípios, Autarquias 
etc., tais como o ICMS e o IPVA. 
 Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive 
aqueles que são repassados no todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer 
outras entidades, tais como o ISS e o IPTU. 
Aqui nesse item, conforme podemos observar, o governo é o beneficiário 
da riqueza distribuída pela empresa. Todos os valores pagos referentes a 
impostos, taxas e contribuições que são pagos pelo governo, representam a 
parcela de riqueza que a mesma distribui e que cujo beneficiário é o governo. 
Perceba que, de forma indireta, a sociedade também está se beneficiando dessa 
parcela distribuída a esse grupo, pois esses valores se convertem em benefícios 
para a população, seja como investimentos na educação, na saúde, em 
transporte, etc. 
Remuneração de capitais de terceiros - valores pagos ou creditados aos 
financiadores externos de capital. 
 Juros - inclui as despesas financeiras, inclusive as variações 
cambiais passivas, relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos 
junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obtenção 
de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no período. 
 Aluguéis - inclui os aluguéis (inclusive as despesas com 
arrendamento operacional) pagos ou creditados a terceiros, inclusive os 
acrescidos aos ativos. 
 Outras - inclui outras remunerações que configurem transferência 
de riqueza a terceiros, mesmo que originadas em capital intelectual, tais como 
royalties, franquia, direitos autorais, etc. 
Aqui neste item, entram os credores, fornecedores de capital que não tem 
vínculo com a empresa, mas que fornecem recursos a ela. Esse grupo recebe 
sua parcela da riqueza gerada pela entidade na forma de pagamento de 
despesas, pois essas não configuram os custos de bens ou serviços. 
Remuneração de capitais próprios - valores relativos à remuneração 
atribuída aos sócios e acionistas. 
 Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos - inclui os valores 
pagos ou creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do período, 
 
 
14 
ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta de reserva de lucros. 
Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no resultado do 
próprio exercício, desconsiderando-se os dividendos distribuídos com base em 
lucros acumulados de exercícios anteriores, uma vez que já foram tratados como 
“lucros retidos” no exercício em que foram gerados. 
 Lucros retidos e prejuízos do exercício - inclui os valores relativos 
ao lucro do exercício destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem 
esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal 
negativo. 
 As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros 
sobre o Capital Próprio – JCP, independentemente de serem registradas como 
passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem ter o mesmo 
tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem 
ser imputados. 
Com base nas informações apresentadas anteriormente, pode-se verificar 
“o valor da riqueza econômica gerada pelas atividades da empresa como 
resultante de um esforço coletivo e sua distribuição entre os elementos que 
contribuíram para a sua criação” (GELBECK, et al., 2018, p. 647). “Assim, podem 
ser identificadas as entidades que mais distribuem aos acionistas, aquelas que 
distribuem parte relevante aos funcionários, aquelas que entregam parte 
significativa ao governo e, também, aos financiadores” (BORINELLI; PIMENTEL, 
2018, p. 289). 
Assim, a DVA apresenta informações acerca da parcela de riqueza 
gerada que foi destinada a cada grupo, tornando-se um demonstrativo com 
potencial para tomada de decisões não somente econômicas e financeiras, mas 
também de cunho social, pois possibilita aos grupos que contribuem para a 
geração de riqueza de determinas empresas, saberem quanto dessa riqueza 
está retornando para si. 
As informações apresentadas neste tema, apresentam de forma 
detalhada a estrutura da DVA, estrutura essa que será apresentada a seguir. 
TEMA 4 – ELABORAÇÃO E ESTRUTURA DA DVA 
Conforme estudado no tema anterior, a DVA utiliza-se em sua grande 
maioria, de contas extraídas da DRE, mas também apresenta contas que 
compõe o balanço patrimonial, pois a evidenciação da riqueza gerada e a 
 
 
15 
distribuição da mesma são demonstradas por meio da dinâmica apresentada 
anteriormente, compreendendo contas patrimoniais e de resultado. 
As Contas de Resultado que serão consultadas para a elaboração da 
DVA são todas aquelas que representam as Despesas, os Custos e as 
Receitas, observado o Regime de competência. As Contas 
Patrimoniais das quais serão extraídas informações para a elaboração 
da DVA são aquelas representativas das Participações de Terceiros 
(tributos sobre o Lucro Líquido, debenturistas, empregados, 
administradores etc.), bem como aquelas representativas da 
remuneração dos acionistas pelo Capital investido (Juros e 
Dividendos) (RIBEIRO, 2017, p. 374). 
Conforme já mencionado anteriormente, a elaboração da DVA deve ser 
realizada com base nas diretrizes do CPC 09, o qual, assim como a lei das 
sociedades por ações, determina que “a entidade deve elaborar a DVA e 
apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis 
divulgadas ao final de cada exercício social”. Nesse contexto, Gelbeck et al. 
(2018, p. 648) pontuam alguns itens que devem ser considerados para que a 
elaboração e divulgação da DVA atenda aos requisitos estabelecidos no 
Pronunciamento Técnico CPC 09 e pela legislação societária: 
 ser feita com base no princípio contábil da competência; 
 ser apresentada de forma comparativa (período atual e anterior); 
 ser feita com base nas demonstrações consolidadas, e não pelo 
somatório das Demonstrações do Valor Adicionado individuais, no caso da 
divulgação da DVA consolidada; 
 incluir a participação dos acionistas não controladores no componente 
relativo à distribuição do valor adicionado, no caso da divulgação da DVA 
consolidada; 
 ser consistente com a demonstração do resultado e conciliada em 
registros auxiliares mantidos pela entidade; e 
 ser objeto de revisão ou auditoria se a entidade possuir auditores 
externos independentes que revisem ou auditem suas Demonstrações 
Contábeis. 
Uma vez que esses itens sejam seguidos quando da elaboração da DVA, 
entende-se que a entidade que reporta a informação estará atendendo todos os 
requisitos estabelecidos, mas o CPC ainda determina qual a estrutura deve ter 
o demonstrativo.Importante ressaltar que os requisitos mínimos para o 
demonstrativo são dados pela Lei 6.404/76 em seu artigo 188, conforme 
elencado no tema 03, mas o CPC coloca as mesmas informações de forma mais 
detalhada, conforme visto anteriormente. 
Assim, para que se possa realizar a elaboração do demonstrativo de 
forma mais padronizada, o CPC 09 traz um modelo de DVA que pode ser 
 
 
16 
seguido pelas empresas na elaboração do demonstrativo, o qual apresenta 
todas as informações que vimos no tema anterior. 
Figura 1 - Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL 
 
Fonte: Pronunciamento Técnico Contábil - CPC 09 
Esse modelo dado pelo pronunciamento deve ser utilizado pelas 
empresas de um modo geral, mas o CPC 09 também apresenta outros dois 
modelos de DVA, no entanto, para entidades específicas, que não podem utilizar 
o modelo aqui apresentado. 
Talvez você tenha percebido certa semelhança entre DRE e DVA, não é 
mesmo? Importante ressaltar que esses dois demonstrativos apresentam 
objetivos complementares. Enquanto a prioridade da DRE é enfatizar o lucro 
liquido do exercício, a DVA prima por demonstrar a riqueza gerada pela empresa 
Em Em 
milhares de reais milhares de reais 
20X1 20X0 
1 – RECEITAS 
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 
1.2) Outras receitas 
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios 
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição) 
2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 
 (inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS) 
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos 
2.4) Outras (especificar) 
3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 
4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 
6.1) Resultado de equivalência patrimonial 
6.2) Receitas financeiras 
6.3) Outras 
7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 
8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*) 
8.1) Pessoal 
8.1.1 – Remuneração direta 
8.1.2 – Benefícios 
8.1.3 – F.G.T.S 
8.2) Impostos, taxas e contribuições 
8.2.1 – Federais 
8.2.2 – Estaduais 
8.2.3 – Municipais 
8.3) Remuneração de capitais de terceiros 
8.3.1 – Juros 
8.3.2 – Aluguéis 
8.3.3 – Outras 
8.4) Remuneração de Capitais Próprios 
8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio 
8.4.2 – Dividendos 
8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício 
8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação) 
(*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7. 
DESCRIÇÃO 
 
 
 
17 
e sua distribuição entre os elementos que contribuem para a geração dessa 
riqueza, sendo então o lucro líquido a parcela da riqueza destinada aos 
detentores do capital ou retida pela entidade (GELBECK et al., 2018). 
Assim como os demais demonstrativos, a elaboração da DVA é realizada 
por força da lei porque esse relatório possui benefícios que outras 
demonstrações não apresentam, os quais são apresentados a seguir. 
 
TEMA 05: BENEFÍCIOS DAS INFORMAÇÕES DA DVA 
Falamos tanto da DVA até o momento, mas talvez você ainda não tenha 
conseguido identificar uma finalidade para as informações fornecidas por esse 
relatório, não é verdade? Bom, se for assim, agora você vai conseguir enxergar 
onde o demonstrativo pode ser utilizado e quais os benefícios fornecidos por ele. 
Para iniciar, é importante que saibamos o tipo de informação fornecida por esse 
demonstrativo. Seria informação financeira? Vamos ver: 
Para os investidores e outros usuários, essa demonstração 
proporciona o conhecimento de informações de natureza econômica e 
social e oferece a possibilidade de melhor avaliação das atividades da 
entidade dentro da sociedade na qual está inserida. A decisão de 
recebimento por uma comunidade (Município, Estado e a própria 
Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um 
instrumento de extrema utilidade e com informações que, por exemplo, 
a demonstração de resultados por si só não é capaz de oferecer (CPC 
09). 
Opa, agora já sabemos que a DVA fornece informações de natureza 
social e econômica, e nesse ponto, ela diferencia-se da DRE, pois a estrutura 
da DVA com as informações evidenciadas pelo demonstrativo, permite que 
sejam “identificadas as entidades que mais distribuem aos acionistas, aquelas 
que distribuem parte relevante aos funcionários, aquelas que entregam parte 
significativa ao governo e, também, aos financiadores” (BORINELLI; PIMENTEL, 
2018, p. 289). 
No mesmo contexto, Gelbeck et al. (2018) pontuam que a riqueza gerada 
é mostrada então sendo distribuída entre o capital, o trabalho e o governo, mas 
quando calculada de forma agregada para o país, a parte que vai para o governo 
se distribui da mesma forma, excedendo-se o próprio governo. 
Significa dizer que a riqueza é distribuída em diferentes grupos, mas a 
parte que vai para o governo, também é distribuída novamente para a sociedade, 
pois o governo deve investir esses tributos recolhidos em educação, saúde, 
moradia, etc. Os autores ainda concluem que com base nesse contexto, quando 
 
 
18 
se olha a economia como um todo o valor agregado geral do país (PIB) é 
distribuído entre juros, lucros e salários. 
Perceba como a DVA é importante para determinados grupos. Mesmo 
que a princípio possa parecer um demonstrativo sem muita utilidade, a medida 
em que conhecemos o potencial das informações fornecidas por esse 
demonstrativo, faz mais sentido a obrigatoriedade da elaboração e divulgação 
do mesmo. 
Observa-se nos contextos anteriores que a DVA vai muito além de buscar 
fornecer informações apenas para fins econômicos e financeiros, o que 
conseguimos observar nitidamente nos relatórios estudados anteriormente. 
Dessa forma, o relatório também serve de base para as empresas medirem o 
seu impacto na sociedade onde está inserida, saber como ela contribui, ou 
melhor, retribui o acolhimento que a sociedade lhe dá, e como poderia melhorar 
no sentido de buscar distribuir sua riqueza de forma mais justa, não se 
preocupando apenas em remunerar o capital próprio por meio da distribuição de 
dividendos. 
Dessa forma, espera-se uma mudança de atitude por parte das 
organizações e seus gestores no sentido de que busquem não apenas 
o lucro a qualquer preço, mas também que atuem de forma 
responsável do ponto de vista socioambiental [...]. Essa preocupação 
pode ser determinante na sobrevivência da organização dentro de um 
novo paradigma da sociedade em que os resultados econômicos de 
uma organização passam a estar atrelados ao seu desempenho social. 
Até porque é esperado que as ações de uma entidade em prol da 
promoção do bem-estar da coletividade revertam-se em benefícios 
para a própria entidade (BORINELLI; PIMENTEL, 2018, p. 289). 
Esse contexto demonstra a importância de uma entidade em buscar 
distribuir a sua riqueza gerada de forma não deixar de atender nenhum grupo de 
stakeholders, pois todos eles são importantes no contexto empresarial. Os 
funcionários com sua força de trabalho e capital intelectual, o governo com 
incentivos, regulações e normatizações que auxiliam a empresa a continuar 
atuante, a sociedade que permite que as operações da entidade possam ser 
realizadas em seus arredores, os fornecedores que colocam seu capital a 
disposição da organização, e os investidores que investem recursos na empresa 
com o objetivo de terem um retorno desse investimento. Todos esses grupos 
contribuem para a formação de riqueza da entidade, e por conta disso, esperam 
que haja justiça na distribuição dessa riqueza. 
 
 
19 
Com base nas características apresentadas aqui sobre as informações 
produzidas pela DVA, observa-se que esse demonstrativo é muito útil para o 
contextosocial, demonstrando que a contabilidade não se limita apenas aos 
negócios, mas também a decisões que envolvem outros contextos, pois ela não 
faz distinção sobre quem deve utilizar seus demonstrativos. 
Assim, Rios e Marion (2019, p. 339) pontuam que “a Contabilidade deve 
desempenhar cada vez mais um de seus papéis mais relevantes, que é o de ser 
útil à sociedade, fornecendo informações mais abrangentes e que envolvam 
também informes sociais e ambientais”. Esse contexto pode ser fundamentado 
ou justificado pela obrigatoriedade da elaboração da DVA, pelas empresas, 
levando a sociedade a ter acesso a informações de seu interesse. Os autores 
então concluem que “as boas práticas contábeis, representadas por 
demonstrativos confiáveis, podem mudar os rumos de uma entidade e também 
da economia de maneira geral”. 
Muito bem, agora que já estamos a par da DVA, que tal um exemplo 
prático de elaboração do demonstrativo? Vamos utilizar aqui um exemplo 
adaptado de Viceconti e Neves (2018; p. 308). Analise a DRE a seguir: 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
Receita Operacional Bruta......................................... R$ 1.450.000,00 
(–) Deduções da Receita Bruta: 
 Devoluções e Abatimentos...................................... R$ 50.000,00 
 Impostos Incidentes sobre Vendas......................... R$ 300.000,00 
(=) Receita Operacional Líquida............................... R$ 1.100.000,00 
 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)................ R$ 350.000,00 
(=) Lucro Operacional Bruto..................................... R$ 750.000,00 
(–) Despesas Operacionais: 
 Vendas e Administração......................................... R$ 250.000,00 
(±) Outras Receitas e Despesas 
 Vendas de Imobilizado............................................ R$ 50.000,00 
(–) Custo do Imobilizado Vendido................................. R$ 20.000,00 
(=) 
Resultado Antes das Receitas e Despesas 
Financeiras 
 R$ 530.000,00 
(–) Despesas Financeiras............................................ R$ 20.000,00 
(+) Receitas Financeiras.............................................. R$ 40.000,00 
(=) 
Resultado Antes das Antes dos Tributos Sobre o 
Lucro 
 R$ 550.000,00 
(–) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). R$ 50.000,00 
(–) Provisão para o Imposto de Renda......................... R$ 70.000,00 
(=) Resultado Após os Tributos Sobre o Lucro................... R$ 430.000,00 
(–) Participações nos Lucros: 
 Debêntures.............................................................. R$ 43.000,00 
 
 
20 
 Empregados............................................................ R$ 37.000,00 
(=) Lucro Líquido do Exercício R$ 350.000,00 
 
Dados adicionais: 
1o) As Despesas Operacionais estão subdivididas nas seguintes contas: 
Ordenados e Salários........................................... R$ 100.000,00 
Encargos Sociais.................................................. R$ 30.000,00 
Serviços de Terceiros Utilizados .......................... R$ 20.000,00 
Materiais de Escritório e de Consumo .................. R$ 10.000,00 
Propaganda e Publicidade .................................... R$ 40.000,00 
Imposto Predial ......................................................R$ 15.000,00 
Luz, Água, Telefone................................................R$ 15.000,00 
Depreciação e Amortização................................... R$ 20.000,00 
(=) Total ................................................................ .R$250.000,00; 
2o) as despesas financeiras referem-se a juros sobre empréstimo e 
financiamento de bens do ativo, obtidos junto a estabelecimentos bancários; 
3o) as receitas financeiras foram obtidas através de aplicações no 
mercado financeiro, juros recebidos pelo atraso no recebimento de créditos e 
descontos obtidos no pagamento de obrigações. 
4o) continuaremos supondo que não há incidência de impostos indiretos 
sobre a compra de mercadorias (para saber o porquê, consulte o intem 11.10 a 
seguir) 
Com base nos dados fornecidos elabore a Demonstração do Valor 
Adicionado. 
 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
 Geração do Valor Adicionado 
Receita de Vendas (1.450.000,00 – 50.000,00).................................... R$ 1.400.000,00 
(+) Receita da Venda do Imobilizado................................................... R$ 50.000,00 
(–) Custo das Mercadorias Vendidas................................................... R$ 350.000,00 
(–) Custo do Imobilizado Vendido........................................................ R$ 20.000,00 
(–) Serviços Adquiridos de Terceiros................................................... R$ 20.000,00 
(–) Materiais Consumidos.................................................................... R$ 10.000,00 
(–) Propaganda e Publicidade............................................................. R$ 40.000,00 
(–) Água, luz e Telefone...................................................................... R$ 15.000,00 
(=) Valor Adicionado Bruto............................................................... R$ 995.000,00 
(–) Depreciação e Amortização........................................................... R$ 20.000,00 
(=) Valor Adicionado Líquido............................................................ R$ 975.000,00 
(+) Valores Recebidos de Terceiros (Receita Financeira)................... R$ 40.000,00 
(=) Valor Adicionado à disposição da entidade............................... R$ 1.015.000,00 
 Distribuição do Valor Adicionado 
Remuneração do Trabalho (100.000,00 + 37.000,00) .......................... R$ 137.000,00 
Encargos Sociais................................................................................... R$ 30.000,00 
Governo (300.000,00 + 15.000,00 + 50.000,00 + 70.000,00) .............. R$ 435.000,00 
 Juros e outros valores de terceiros (20.000,00 + 43.000,00) .............. R$ 63.000,00 
Lucro Líquido do Exercício................................................................ R$ 350.000,00 
Total ..................................................................................................... R$ 1.015.000,00 
 
 
21 
Finalizando a nossa aula, é importante que tenhamos uma visão real do 
que foi visto, e por isso, temos a seguir uma DVA real da empresa Natura, do 
ano de 2018 para que possamos verificar a forma de criação e distribuição de 
riqueza dessa empresa. 
 
 
 
22 
TROCANDO IDEIAS 
Depois da aula de hoje, você já deve estar com aquela curiosidade básica 
sobre a forma como alguma empresa de seu interesse faz a distribuição da 
riqueza gerada, não é verdade? Bom, chegou a hora então de matar a 
curiosidade. 
Procure uma empresa da qual você possua algum tipo de interesse, seja 
por ser funcionário, por ser cliente, por estar presente na sua cidade ou algo 
assim. Em seguida consulte a DVA dessa empresa, caso ela elabore e divulgue 
o demonstrativo, e verifique como a riqueza é distribuída. Coloque no fórum os 
resultados que você encontrou e troque dados com seus colegas. 
Vamos tentar descobrir como as empresas distribuem suas riquezas, 
quem são os grupos mais beneficiados por elas. Entre no fórum e interaja com 
seus colegas. 
 
NA PRÁTICA 
Sobre o balanço patrimonial, analise as asserções a seguir e a relação 
entre elas: 
I. Na evidenciação da riqueza gerada, empresas industriais devem deduzir da 
receita o valor relativo a matéria prima adquirida de terceiros para a fabricação 
de seus produtos. 
Porque 
II. Os fornecedores de insumos também geraram riquezas quando os 
produziram, e por essa razão eles são diminuídos na parte inicial da DVA. 
Assinale a alternativa correta: 
a) As asserções I e II são proposições falsas. 
b)A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
c) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
d) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da 
I. 
e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa da I. 
 
 
 
 
23 
Assinale a alternativa que não corresponde a uma receita considerada 
pela DVA: 
a) Venda de mercadorias. 
b) Venda de ativos imobilizados. 
c) Constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD). 
d) Venda de produtos. 
e) Ingressos de recursos relativos a prestação de serviços. 
 
Sobre a DVA, analise as asserções a seguir: 
i. Tem por objetivo demonstrar a origem da riqueza gerada pela entidade, e 
como essa riqueza foi distribuída. 
ii. No contexto brasileiro, esse demonstrativo é obrigatório para pequenas e 
médias empresas. 
III. As diretrizes para sua elaboração são dadas pelo pronunciamento técnico 
CPC 09 
Assinale a alternativa correta. 
a) Está correto o que se afirma em I apenas 
b) Está correto o que se afirma em I e III apenas 
c) Está correto o que se afirma em II apenas 
d) Está correto o que se afirma em II e III apenas 
e) Está correto o que se afirma em I, II e III 
 
FINALIZANDO 
Pois é, estamos finalizando nossa aula de número cinco. Nessa aula, 
conhecemos uma demonstração diferente das vistas anteriormente, a 
Demonstração do Valor Adicionado. 
Os temas tratados nesta aula foram: 
 Demonstração do valor adicionado 
 Características das informações da DVA 
 Informações apresentadas na DVA 
 
 
24 
 Elaboração da demonstração 
 Objetivo e benefícios das informações da DVA 
Na próxima aula não vamos conhecer nenhum demonstrativo novo, mas 
vamos estudar as notas explicativas e o relatório da administração. 
Bons estudos e até a próxima aula! 
 
REFERÊNCIAS 
BORINELLI, Márcio Luiz; PIMENTEL, Renê Coppe. Contabilidade para 
gestores, analistas e outros profissionais: de acordo com os 
pronunciamentos do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e IFRS 
(Normas Internacionais de Contabilidade. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
GELBCKE, Ernesto Rubens, et al. Manual de contabilidade societária: 
aplicável a todas as sociedades: de acordo com as normas internacionais 
e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial : instrumentos de 
análise, gerência e decisão. 18 ed. rev. atual. e modernizada São Paulo: Atlas, 
2018. 
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica. 30 ed.-São Paulo: Saraiva, 
2017. 
RIOS, Ricardo Pereira; MARION, José Carlos. Contabilidade avançada: 
de acordo com as normas brasileiras de contabilidade (NBC) e normas 
internacionais de contabilidade (IFRS). 1. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade Avançada - 18 
ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
 
 
Gabarito 
1. D 
2. C 
3. B

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