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Tema 09: Nexo Causal Aula I: Teoria da Equivalência dos Antecedentes Indivíduo conduz sua vítima até uma floresta com o objetivo de estuprá-la. Porém, antes de consumar o crime sexual, a vítima empreende fuga, correndo até uma rodovia próxima, onde vem a ser atropelada por um caminhão. Na situação narrada, deverá o agente responder pelo resultado morte? RESPOSTA ESPERADA Não. Embora, pela teoria da equivalência dos antecedentes, a conduta do agente seja considerada causa do evento morte (aplicação do método da eliminação hipotética), é certo que o agente não possuía dolo de homicídio, e nem sequer quebrou dever de cuidado (culpa) relativo à vida da ofendida. Portanto, embora haja relação causal, não existe tipicidade subjetiva (dolo ou culpa), devendo responder apenas pela tentativa de estupro. Quanto à relação de causalidade, o Código Penal adota: a teoria da equivalência, admitindo exceções; Aula II: Concausas Geraldo, funcionário de Lucas, ministrou a este dose letal de veneno. Contudo, antes que a substância começasse a surtir efeitos, a residência de Lucas sofreu um incêndio em virtude de curto-circuito, vindo o proprietário a falecer. Na situação hipotética narrada, por qual crime responderá Geraldo? RESPOSTA ESPERADA Geraldo responderá apenas por tentativa de homicídio. Isso porque, no caso narrado, o incêndio se caracteriza como causas absolutamente independente, não apresentando qualquer relação com o veneno ministrado. Portanto, a Geraldo não pode ser imputado o resultado morte, respondendo apenas pela forma tentada do crime pretendido. No que tange ao rompimento do nexo de causalidade, é incorreto afirmar: a causa independente surge em conjunto com a conduta humana. Aula III: Causa Superveniente José, com a intenção de matar, desferiu diversas facadas contra João, sendo este socorrido e encaminhado a hospital, onde foi submetido a cirurgia. No decorrer do procedimento cirúrgico, o médico responsável cometeu erro grosseiro, posto que, na noite anterior, havia participado de uma festividade e ingerido bebida alcoólica em excesso. Em virtude do erro médico, João veio a óbito. Na qualidade de advogado de José, qual argumento poderia ser usado em favor de seu cliente. RESPOSTA ESPERADA Deve-se argumentar que o erro médico grosseiro é causa superveniente relativamente independente não previsível pelo agente. Não é previsível o fato de estar o médico cansado e ainda sentindo os efeitos na ingestão de álcool na noite anterior à cirurgia. Portanto, nos termos do art. 13, § 1º, do CP, deve ser excluída a imputação, respondendo apenas por tentativa de homicídio. Sobre a causa superveniente relativamente independente pode-se afirmar que: a concausa superveniente conta com regramento específico, cuidando-se de exceção à adoção da equivalência dos antecedentes. Aula IV: Omissão Penalmente Relevante Três agentes penitenciários observam, pelas câmeras de segurança, dois detentos discutirem e se agredirem mutuamente no interior de uma cela. Em virtude da superlotação, os agentes penitenciários conversam entre si e concluem que seria benéfico ao estabelecimento se um dos detentos morresse, inclusive por serem ambos integrantes de facção criminosa. A peleja apenas chega ao fim com a morte de um dos envolvidos. É típica a conduta dos agentes penitenciários? Justifique. RESPOSTA ESPERADA Sim, a conduta dos agentes penitenciários é típica. Enquanto se encontram recolhidos, os detentos estão sob vigilância e proteção Estatal direta, cabendo aos agentes penitenciários zelar pela segurança dos mesmos. Noutras palavras, tinham o dever de evitar o resultado. No caso em tela, os agentes tinham consciência e vontade que ocorresse o resultado morte, portanto devem responder por homicídio doloso na forma comissiva por omissão. O art. 13, § 2º, do Código Penal aplica-se: aos crimes omissivos impróprios.
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