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Geane Lilian Dorabiatto G ea n e Li lia n D o ra b ia tt o Aprendizagem e Desenvolvimento Ap ren di za ge m e D es env ol vim ent o Su pe rv is ão , I ns pe çã o e O rie nt aç ão E du ca ci on al Aprendizagem e Desenvolvimento Geane Lilian Dorabiatto 1a Edição / Outubro / 2011 Impressão em São Paulo - SP Editora Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 D693a Dorabiatto, Geane Lilian. Aprendizagem e desenvolvimento. / Geane Lilian Dorabiatto. – São Paulo: Know How, 2011. 192 p.: 21 cm. Inclui bibliografia ISBN: 978-85-8065-118-8 1.Aprendizagem. 2. Desenvolvimento. 3. Teorias da aprendizagem. 4. Mecanismos psicológicos de aprendizagem. I. Título. CDD – 370.1 Aprendizagem e Desenvolvimento Coordenação Geral Nelson Boni Coordenação de Projetos Leandro Lousada Professor Responsável Geane Lilian Dorabiatto Projeto Gráfico, Capa e Diagramação Vitor Bioni Bertollini Revisão Ortográfica Célia Ferreira Pinto Coordenadora Pedagó- gica de Cursos EaD Esp. Maria de Lourdes Araujo 1ª Edição: Outubro de 2011 Impressão em São Paulo/SP Copyright © EaD KnowHow 2011 Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Apresentação Prezado acadêmico! É grande a satisfação em disponibilizar o livro-texto da disciplina Aprendizagem e De- senvolvimento, elaborado especialmente para este curso, com o objetivo de desenvolver com- petências profissionais necessárias a todo educa- dor, envolvido, conscientemente, com o ato de coordenar as práticas pedagógicas da escola, bem como o professor, aquele envolvido diretamente no processo de ensino e aprendizagem. O mate- rial pesquisado foi construído com a finalidade de oferecer ao acadêmico as bases teóricas sobre o processo de ensino e aprendizagem e suas implica- ções no desenvolvimento humano. A disciplina abordará as concepções teó- ricas do processo de ensino e aprendizagem com ênfase nas principais teorias: comportamental, humanística e cognitivista. Estabelecendo relação entre aprendizagem e conhecimento, iremos dis- correr de maneira concisa as principais teorias do conhecimento e suas implicações nas bases epis- temológicas das teorias da aprendizagem. É fato que teoria não tem fundamento se não for aplica- da na prática; por esta razão, dando sequência aos nossos estudos, faremos um esboço sobre quais são os mecanismos psicológicos da aprendizagem ne- cessários para o processo de informações. E por fim, uma prévia a respeito das modalidades e estratégias da aprendizagem. Tal assunto oportunizará uma reflexão acerca das teorias outrora estudadas, com o intuito de estabelecer relação entre a teoria e prática, para que desta forma as aprendizagens sejam consolidadas. Tais temas serão pautados nas principais concepções teóricas desenvolvidas por autores con- ceituados nestas áreas de pesquisa. A cada conteúdo estudado você poderá per- ceber que teoria e prática difundem-se de maneira articulada. Importante ressaltar, que durante os es- tudos, você acadêmico perceberá a importância das pesquisas na área da Psicologia, como colaboração na construção das perguntas e respostas sobre a apren- dizagem e desenvolvimento. Quando falamos em aprendizagem adquiri- mos posição tanto de quem ensina, como de quem aprende, uma vez que, esse processo é recíproco. As atividades propostas, a cada unidade, levarão o acadê- mico a refletir em sua prática no âmbito escolar, e des- ta forma analisar o comportamento humano partindo não mais do conhecimento empírico, mas, sim, com bases nas referidas pesquisas, aqui, desenvolvidas. Partindo dos estudos desta disciplina, você compreenderá as características de cada fase do de- senvolvimento humano, os fatores primordiais para que a aprendizagem aconteça de forma significativa e, mediante estes estudos, sua postura enquanto educa- dor será de pesquisador, conhecedor das característi- cas do desenvolvimento da aprendizagem e de agente transformador e multiplicador do conhecimento. Bons Estudos! Sumário Carta ao Professor Plano de Estudos Unidade 1 O Processo de Ensino e Aprendizagem: Concepções Teóricas: Teoria Comportamental da Aprendizagem Unidade 2 Teoria Humanista da Aprendizagem Unidade 3 Teoria Cognitivista da Aprendizagem Unidade 4 Teorias do Conhecimento e suas Implicações nas Bases Epistemológicas das Teorias da Aprendizagem Unidade 5 Mecanismos Psicológicos da Aprendizagem e Processo de Informações Unidade 6 Aprendizagem Significativa: Modalidades e Estratégias Gabarito Referências 11 13 15 35 49 93 113 147 183 191 11 Foi com imensa satisfação e entusiasmo que ao elaborar este material, reuni as principais teorias do desenvolvimento da aprendizagem numa abordagem que privilegia o contexto teórico em prol da eficácia do ensino dos docentes, o que certamente resultará no sucesso da aprendizagem dos alunos. Desde a escolha bibliográfica como nas pes- quisas realizadas, buscou-se aproximar as tendências teóricas educacionais relacionando-as com a prática do professor em sala de aula. A intenção foi ter como ponto de partida, a reflexão e a construção de novos conhecimentos uti- lizando dos conhecimentos prévios que adquiri ao longo de minha experiência como supervisora escolar. A cada atividade proposta, procurei elencar questões que tanto durante a minha vida acadêmica, como no exercício de minha função, enquanto especialista em Educação causava-me angústias e dúvidas. Certamente, a aprendizagem e desenvolvi- mento são assuntos que não se dão por esgotados, pois estamos em constante desenvolvimento e apren- dendo mais a cada dia. Desejo que este material de estudo seja ape- nas um estímulo para que o estudante sinta-se atraído pelo prazer de buscar mais e mais o conhecimento. Uma caminhada de sucesso com infini- tas descobertas. Um forte abraço Carta ao Professor 13 Plano de Estudos Ementa O processo de ensino e aprendizagem: con- cepções teóricas da aprendizagem comportamental. Teoria Humanista da aprendizagem. Teoria Cogniti- vista da aprendizagem. Teorias do conhecimento e suas implicações nas bases epistemológicas das teo- rias da aprendizagem. Mecanismos psicológicos da aprendizagem e processo de informações. Modalida- de e estratégias de aprendizagem. Carga Horária: 30 horas 15 UNIDADE 1 Nesta primeira unidade, faremos um breve estudo sobre os Processos de Aprendizagem, partindo das ideias da teoria comportamental, daremos ênfase às ideias de Skinner relacionadas ao desenvolvimento e a aprendizagem. Você poderá compreender, de uma maneira mais simples a teoria comportamentalista, ou do condicionamento como também é chamada. O Processo de Ensino e Aprendizagem: Concepções Teóricas - Teoria Comportamental da Aprendizagem 17 1. O Processo de Ensino e Aprendizagem: Concepções Teóricas - a Teoria da Aprendizagem Comportamental As teorias da aprendizagem buscam reco- nhecer a dinâmica envolvida nos atos do processo de ensino e aprendizagem, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem. O conceito de aprendizagem tem uma histó- ria que envolve características sociais, histórico-cul- turais, permeado pelas abordagens psicológicas do desenvolvimento humano. Antes de conceituar o que é aprendizagem, uma questão deve ser refletida: o su- jeito epistemológico aprende por que se desenvolve ou o seu desenvolvimento antecede à aprendizagem? Na vida humana, a aprendizagem acontece desde os primeiros anos de vida e prolonga-se até a morte. Logo que a criança nasce, começa a aprender e continua a fazê-lo durante toda a sua vida. Aos pou- cos, a criança aprende a chamar a atenção dos adultos com o choro, demonstrando algum desconforto ou dor. A psicologia do desenvolvimento afirma que ao longo da vida o ser humano adquire reflexos, movi- mentos, conhecimentos, competências e habilidades,cada vez mais elaborados. Quando se adquirem tais competências e ha- bilidades, os interesses, as atitudes, conhecimentos e 18 informações, conclui-se que a aprendizagem acom- panhou a cada um em seus processos, e desta forma foi consolidada. A aprendizagem é, afinal, um processo fun- damental da vida. Segundo Dinah Martins de Souza Campos (2010): “Todas as atividades e realizações humanas exibem os resultados da aprendizagem. Quando se considera a vida em termos do povo, da comunidade, ou do in- divíduo, por todos os lados são encontrados os efeitos da aprendizagem.” Podemos afirmar que aprendizagem é pro- cesso, quando pensamos no sentido do movimento em espiral, pequeno em sua base, mas, pelo constan- te movimento, permite àquele que aprende descobrir um novo significado a cada nova experiência. No processo de aprendizagem encontramos diferentes concepções e teorias que evidenciam a im- portância da Psicologia no sentido de auxiliar pais, educadores e estudiosos em entender o desenvolvi- mento e o comportamento humano. A Psicologia da aprendizagem é primordial para a coerência da aplicação dos principais psicólo- gos a favor da Educação e do Ensino. Na Psicologia educacional, a aprendizagem 19 constitui um aspecto central, pois a escola está inte- ressada tanto em compreender como os estudantes aprendem, quanto na qualidade dessa aprendizagem. Faz-se necessário que diretores, supervisores escolares, orientadores educacionais, coordenadores pedagógicos e professores, enquanto personagens do cenário educacional compreendam as concepções e abordagens teóricas, que permeiam o interior da instituição escolar e sua intencionalidade, para que o ensino proposto pela escola possa colaborar para aprendizagem do aluno. O conceito de aprendizagem é permeado por três abordagens distintas: aprendizagem com- portamentalista, aprendizagem cognitivista e apren- dizagem humanista. Na primeira categoria, estão incluídos os te- óricos que assumem uma posição ambientalista. Tais pesquisadores acreditam que os indivíduos são mo- delados passivamente por forças ambientais. Ampla variedade de fatores ambientais presentes nos dife- rentes momentos da vida de uma pessoa determina- rá a maneira como reagir às situações. Dentre vários pesquisadores, Antunes (2002) reforça esta ideia quando afirma que: (...) “os seres humanos apren- diam exclusivamente reagindo a aspectos agradáveis, dolorosos ou ameaçadores de seus ambientes (...).” Os teóricos cognitivistas não aceitam que o indivíduo seja passivo no processo de aprendizagem. 20 Não enfatizam a mudança de comportamento, mas o processo mental subjacente a tal mudança. A apren- dizagem seria resultante desse processo e envolveria uma reorganização da percepção ou da personalidade como um todo. Consequentemente, o que é ensina- do não é impresso na mente do aprendiz na forma em que é apresentado, mas interpretado e integrado nas suas estruturas cognitivas. Desta forma, o pro- cesso de aprendizagem não é apenas uma repetição mediante estímulo e resposta, mas um processo con- tínuo que resulta das descobertas, sendo o aprendiz agente de sua aprendizagem. Para conceituar aprendizagem e seu processo primei- ramente precisamos conhecer as abordagens teóricas que envolvem o ato de aprender. As concepções teó- ricas sobre a aprendizagem são pautadas nas ciências humanas e sociais que envolvem o estudo da Psicolo- gia, Filosofia e Biologia. A seguir, vamos compreender a aprendi- zagem e seu processo discorrendo sobre a teoria comportamentalista ou teoria do condicionamento. Importante que ao longo da leitura perceba-se que a teoria aborda a relação entre aprendizagem e desen- volvimento baseado na importância da relação entre o estímulo e a resposta. 21 1.1 A Aprendizagem na Abordagem Comportamental A aprendizagem por condicionamento é compreendida dentro da abordagem comportamenta- lista. Esta abordagem desconsidera os aspectos inter- nos que ocorrem na mente do indivíduo, que aprende centrando-se no comportamento observável. O comportamentalismo teve seu grande precursor, o norte americano John B. Watson, o que mais tarde foi maior difundido e conhecido como vi- são behaviorista1 ou condutista. O Behaviorismo desenvolveu-se num con- texto em que a Psicologia buscava sua identidade na Ciência, enfatizando o comportamento em sua rela- ção com o meio. Com isso, estabeleceram-se como unidades básicas para uma análise descritiva nesta ciência, os conceitos de Estímulo e Resposta. Para os teóricos da linha S-R, a aprendiza- gem, em sua forma mais simples, é o estabelecimento de uma conexão entre um estímulo e uma resposta. Antunes (2002), afirma que a abordagem comportamentalista defende a importância do meio ambiente como estímulo para a aprendizagem. Quando cita: 1 Behaviorismo ou teoria (S-R) vem do inglês Stimuli-Respond que significa Estímulo e Resposta: a aprendizagem centra-se apenas nos comporta- mento observáveis. 22 “A aprendizagem por condicionamento foi por muito tempo uma espécie de ícone do comportamentalismo que, por sua vez, enfatizava a importância do am- biente, sustentando que os seres humanos aprendiam exclusivamente reagindo a aspectos agradáveis, dolo- rosos ou ameaçadores de seus ambientes.” (ANTU- NES 2002, p. 17) Desta forma, na aprendizagem por con- dicionamento acredita que os estímulos oferecidos pelo meio ambiente é que determinarão as respostas que serão manifestadas pelo comportamento. A teoria explica que, na prática, o indivíduo é colocado frente a uma situação-problema. O organis- mo emite uma série de respostas, aquela que conduzir a um estado de coisas satisfatório ou a uma recom- pensa, é fortalecida, e tende a ocorrer novamente, quando a situação estimuladora for repetida. Sendo assim, a conexão entre estímulo e res- posta só pode ser reforçada sob certas condições. O organismo, devido a um estado de motivação, tende a dar certas respostas na presença de determinado conjunto de estímulos. A motivação torna-se indispensável para a aquisição da aprendizagem e tem como seus ele- mentos: o impulso, os estímulos ambientais, res- posta e recompensa. 23 A recompensa ou reforço corresponde à consequência da resposta. A consequência será re- compensadora se proporcionar um estado de satis- fação para o organismo, ou seja, se reduzir a tensão proveniente da motivação e do impulso. As marcas dessa abordagem estão no valor do ambiente estimulador e nos resultados que ele proporciona bem como, suas condições desconside- rando outras condições necessárias para a aprendiza- gem do indivíduo. Entre os estudiosos da teoria condicionis- ta, iremos destacar brevemente apenas os principais pesquisadores da concepção comportamental, o fi- siologista russo Ivan Pavlov e os psicólogos norte- -americanos John B. Watson e Burrhus Skinner. Estímulo: qualquer evento que atua sobre um or- ganismo. Resposta: qualquer comportamento emitido por um organismo. Condicionamento: de acordo como o ponto de vista behaviorista, toda aprendizagem é feita através de condicionamento. 24 A Aprendizagem na Perspectiva de Ivan Pavlov, Watson e Skinner O nome de Ivan Pavlov é associado à teoria do reflexo condicionado, que atualmente conhecido como condicionamento Clássico. Antunes (2002), explica a teoria do condicio- namento clássico em uma experiência com criança: “Toda vez que vovô chegava, Mariana colocava o CD com a música de Mozart com que presenteara o neto e este batia palmas, saudando o visitante. Qual não foi a surpresa de Mariana quando um dia, ao casualmente colocar o CD de Mozart, percebeu que seu pequeno batia palmas, certo de que seu avô che- gara. O garoto de 10 meses aprendera a associar a música de Mozart à chegada do avô e seu reflexo condicionado de bater palmas ocorreu assim que ou- viu a música, mesmo sendo executada sem querer.” (ANTUNES, 2002, p. 18) O teor do CondicionamentoClássico mostra que mesmo nos dias atuais, inúmeras oportunidades cotidianas, demonstram estar condicionadas a deter- minados sons. Um exemplo é quando ouvimos a si- rene na escola, logo automaticamente nos dirigimos à sala de aula para darmos início às atividades. A sirene, 25 neste caso, funciona como o estímulo, mesmo que per- turbador, nós caminhamos automaticamente à sala, o que indica o condicionamento a que fomos induzidos. Ângela Biaggio (2007), faz uma síntese da teoria Pavloviana, quando explica os termos a que esta teoria refere-se. Explica que o Condicionamento Clássico é também chamado Pavloviano, por conti- guidade, S-S2, ou respondente. E salienta o que signi- ficam estes termos: “É chamado pavloviano, por ter sido primeiramente estudado por Pavlov. É chamado S-S, porque a co- nexão fortalecida ou aprendida é entre dois estímu- los. É chamado condicionamento por contiguidade, porque o princípio atuante é o de contiguidade ou de ocorrência simultânea. O que fortalece a conexão en- tre os dois estímulos é o fato de ocorrerem juntos. Fi- nalmente, é chamado de respondente, porque parte de uma ação reflexa em que um determinado estímulo naturalmente provoca uma determinada resposta.” (BIAGGIO, 2007, p. 123) Pavlov descobriu, acidentalmente, o Con- dicionamento Clássico, partindo de observações de animais mediante a associação de sons à comida. Um exemplo disto é quando o pesquisador percebeu que 2 A sigla refere-se ao termo que vem do inglês Stimuli (S). 26 seus cães salivavam toda vez que se aproximava da hora de alimentarem-se. A partir daí, o teórico utili- zou o som de uma campainha quando se aproximava à hora da comida. Ao ouvir o som da campainha, percebeu os cães começavam a salivar, o que confir- mou a aprendizagem por condicionamento clássico. John B. Watson foi considerado o pai do comportamentalismo, porém influenciado pelas pesquisas de Pavlov. Para o Watson, o processo de construção dos reflexos condicionados acontece por meio da substituição de um estímulo por ou- tro. O psicólogo desconsidera os fatores genéticos como essenciais para a aprendizagem, o foco é no resultado esperado mediante ensaios e testes. Nesta perspectiva de aprendizagem, o resultado demons- tra o que a pessoa aprendeu. Enquanto para Pavlov, aprendizagem acon- tece em um processo de resposta por meio de dois estímulos, para Watson a aprendizagem é aquilo que se pode ver e constatar, ou seja, a conduta adquirida e observável. Mesmo tendo Watson como seu grande pre- cursor, mais tarde a teoria comportamentalista foi amplamente divulgada pelo psicólogo norte-ameri- cano Burrhus Frederic Skinner. Skinner, também, compartilha com as ideias do paradigma comportamental, porém discorda com os teóricos da linha S-R (Estímulo- Resposta), uma 27 vez que considerava as condições do organismo e suas consequências, como fundamentais para o pro- cesso de aprendizagem. Embora, o conceito de Condicionamento Operante fosse a base de sua teoria, para melhor compreensão, Skinner fez uma distinção entre os dois tipos de comportamento: o reflexo e o operante. O comportamento reflexo abrange as rea- ções inatas do organismo que ocorrem frente a estí- mulos específicos. Exemplo: quando colocamos um alimento na boca e logo percebemos o aumento de saliva. Ou seja, a salivação é uma explicação suficien- te para a presença do alimento na boca, neste caso, o alimento na boca é um estímulo incondicionado que ocasiona o comportamento reflexo. O psicólogo, norte-americano, foi quem for- mulou pela primeira vez os fundamentos básicos da aprendizagem por meio do Condicionamento Ope- rante. Explica sucintamente Antunes (2002, p. 19) que para Skinner: (...) “o organismo tendia a apren- der e a repetir uma resposta reforçada e a suprimir e esquecer uma resposta que tivesse sido punida”. Me- diante essa ideia, a aprendizagem seria definida como aumento da frequência de uma resposta pela ocor- rência das contingências reforçadoras, daí o termo de Teoria do Reforço. Skinner (1972) argumenta que o estímulo re- forçador deveria ser definido apenas por seus efeitos 28 sobre a resposta. Qualquer estímulo pode ser refor- çador desde que aumente a probabilidade futura de ocorrência do comportamento. Dentro deste contex- to, os estímulos reforçadores podem ser positivos ou negativos, conforme ressalta Antunes (2002): “O reforço pode ser positivo, constituindo- -se em uma recompensa, prêmio ou elogio, mas também poderá ser negativo. As ideias de Skinner modelaram as de muitos pais e professores que con- fundiam reforço negativo com “punição” e assim se esculpiam estruturas disciplinares que, algumas ve- zes, faziam do lar um reformatório e da escola um quartel.” (ANTUNES, 2002, p. 19) Em conformidade, o condicionamento operante, também, chamado reforçamento, des- crevia um processo de fortalecimento de respostas pela apresentação ou supressão de estímulos, conse- quentes à resposta. Resumindo, todo o comportamento huma- no é produto de um reforço operante. Consequen- temente, sendo operavelmente reforçadas. Segundo esta teoria, as pessoas aprendem a manter seu equilí- brio, a andar, a falar, a escrever em fim, a realizarem uma série de tarefas, e que mediante o reforço das mesmas, tende a repeti-las. E ainda, no Condiciona- 29 mento Operante, um organismo deve primeiramente dar uma resposta desejada e somente posterior a esta, receber a recompensa, a qual reforça a resposta. Fonte: http://mentesbrilhants.blogspot.com/2010/12/lei-do-efeito.html Figura 1: modelo da caixa de Skinner A caixa de Skinner é uma gaiola cúbica em que há uma barra e um dispensador de bolinhas de alimento. Ao ser colocado na gaiola, o organismo (geralmente um rato) emite uma série de comporta- mentos (operantes), que são espontâneos, isto é, não são respostas de nenhum estímulo identificável. Aca- bará, acidentalmente, pelo menos, pressionando-se a barra. Sendo esta resposta seguida pelo aparecimento de uma bolinha de alimento. A resposta de apertar a barra tende a ser repetida. A diferença principal, portanto, entre os dois tipos de condicionamento é que no condicionamento clássico uma ação que já é resposta a um estímulo pode ser traduzida sob controle de outro estímulo, através de associação ou 30 contiguidade. No condicionamento operante, qual- quer resposta aleatória, que não está ligada a nenhum estímulo específico, pode ser posta sob controle, por exemplo, a resposta operante de apertar a barra pode ser rapidamente colocada sob o controle de um estí- mulo reforçador. Logo abaixo, propomos uma síntese crítica, por meio da tabela, para melhor reflexão e compre- ensão dos aspectos fundamentais desta abordagem. TABELA 1: Principais pesquisadores, conceito de aprendizagem, proposta de ensino de acordo com a teoria. Teóricos Ivan Pavlov Conceito de Aprendizagem Influências no rocesso de Ensino e Aprendizagem • Teoria do Reflexo Condi- cionado, atualmente conhe- cido como Condicionamen- to clássico ou Aprendizagem por utilização de dois estí- mulos (S-S). O ambiente é o maior in- centivador do Estímulo- -Resposta. • Aquele que aprende está condicionado ao meio. Desconsidera os aspectos internos que ocorrem na mente do indivíduo. • A aprendizagem fica li- mitada, sem oportunizar o indivíduo a respostas mais elaboradas. • Ensino mecanicista e conteudista, parte da ideia de que o que foi ensinado deve ser repetido, incluindo pontos e vírgulas. • O professor deve fixar o saber do indivíduo, diante de uma pergunta, somente uma resposta é esperada. • Professor não reflete sua prática. • A avaliação deve contem- plar exatamente o que foi transmitido ao aluno. 31 John Watson Burrhus Skinner • Condicionamento Clássico. • A aprendizagem ocorre pelos estímulos do meio, o que resulta na resposta do comportamento. • Desconsidera os aspectos internos que ocorrem na mente do indivíduo.• Precursor do Behaviorismo. • Há estudos pautados na Teoria da Aprendizagem, que só é considerada a partir daquilo que se pode ver, ou seja, é puramente experimental. • Aprendizagem por condi- cionamento Operante, sendo este por comportamento me- diante o reflexo ou por com- portamento operante. • Reduz a aprendizagem a es- tímulos, respostas e reforços. • O ensino é pautado em conteúdos específicos de- terminados pelas institui- ções competentes. • A resposta é condicio- nada mediante Estímulo e Resposta. • O ensino é concebido como uma combinação de reforços contingentes, que facilitam a aprendizagem. • Desconsidera as informa- ções que o sujeito já possui. • O ensino deve requerer uma resposta do aluno e a cada res- posta correta deve ser reforça- da (reforço positivo). Tabela elaborada por mim referente às teorias supracitadas. A teoria comportamentalista ou do condicio- namento faz-nos recordar a ideia de Educação tradi- cional, uma vez que exige do professor uma postura de único retentor do saber. Quem não se lembra das estrelinhas douradas nos cadernos por ter apresenta- do um bom comportamento? Ou das balas e doces ao término de cada atividade feita com capricho e sem “orelhas” no caderno? Quem não gostava de ter 32 recadinhos no caderno como “muito bem”, ”conti- nue assim”? Será que tais questões não nos remetem à ideia do que Skinner nomeou como Reforço Po- sitivo? Qual a concepção do Reforço Negativo, que educadores, atuais, ainda insistem em reproduzir? Fi- car sem recreio por não se comportar nas aulas? Ficar sem praticar as aulas de Educação Física, por não ter feito as tarefas? Estas questões possibilitarão aos educadores uma reflexão do que venha a ser realmente o proces- so de ensino e aprendizagem. Podemos descrever o ensino na teoria skin- neriana, pautado na relação estímulo-resposta tendo a figura do professor como o único responsável pelo estabelecimento dos reforços positivos e negativos, com o objetivo de fazer com que os alunos manifes- tem o comportamento que se espera deles. Sugestões para Complementação dos Estudos Leitura individual, com destaque nas ideias centrais do texto: O que é possível saber sobre a aprendi- zagem, p. 15 - 32. ANTUNES, Celso. In: “Novas formas de ensinar, novas formas de aprender.” Porto Alegre: Editora Artmed, 2002. 33 Atividades 1) Qual a condição básica para que o indivíduo apren- da na concepção de Pavlov? 2) Quais os elementos fundamentais na teoria de Watson? 3) Como é visto o ensino na concepção skinneriana? 4) Skinner nasceu em 1904, no Estado da Pensilvâ- nia, EUA, falecendo no ano de 1980. Esse dado leva- -nos a crer que sua teoria teve grande influência no ensino, ganhando adeptos principalmente na década de 70 e 80. Em sua opinião, o atual ensino ainda car- rega algum manifesto da teoria de Skinner? 5) Reflita sobre a teoria Comportamentalista e dis- corra uma opinião crítica sobre a mesma. 35 UNIDADE 2 Nesta unidade, faremos um breve estudo sobre os Processos de Aprendizagem partindo das ideias de Carl Rogers. Oportunizaremos um estudo da concepção humanista. Você poderá compreender a aprendizagem do ponto de vista humanístico, onde o referido teórico defende que o professor deve ter uma postura de facilitador da aprendizagem, pois a relação entre professor e aluno é baseada na sensibilidade e na compreensão do sentimento do outro. Teoria Humanista da Aprendizagem 37 2. O Processo de Ensino e Aprendizagem: Concepções Teóricas - Teoria Humanista da Aprendizagem Carl Rogers nasceu em Ilinois, EUA, em 1902, falecendo no ano de 1987. Representante da Psicologia Humanista é responsável na educação pela antipedagogia ou pedagogia não diretiva, como uma premissa basicamente fenomenológica, pois enfatiza as experiências das pessoas, seus valores e sentimen- tos, ou seja, vê o aprendiz em sua totalidade. Nesta abordagem, o importante é a autorrealização, o cres- cimento pessoal. A base dos pensamentos de Rogers era a ideia que ele tinha da natureza humana, porém de um ponto de vista terapêutico, já que sua formação acadêmica era em Psicologia e Psicoterapia, onde as qualidades pessoais de Rogers bem como sua compe- tência eram amplamente reconhecidas. Sobre a teoria de Rogers, Zimring (2010), cita: “Considerava que cada pessoa possui a capacidade de se autoatualizar, a qual, uma vez liberada, lhe permitiria resolver seus problemas. O terapeuta, se- gundo ele, mais do que agir como especialista que compreende o problema e decide sobre a maneira de resolvê-lo, deve liberar o potencial que o paciente pos- sui para resolver, por si mesmo, seus problemas.” (ZIMRING, 2010, p. 11) 38 Partindo deste mesmo pensamento, Rogers inspirou seus inscritos na área da Educação. Acredi- tava que o aluno tem potencialidades e motivações que o professor deve liberar e favorecer. 2.1 O Papel do Professor na Perspectiva de Carl Rogers Rogers apresentou pelo menos três condi- ções possíveis para a efetivação da aprendizagem. Primeiro, para ocorrer a verdadeira aprendizagem, o aluno precisa trabalhar em cima de problemas que são reais para ele; o segundo, a aprendizagem não pode ser facilitada se quem a ensina não for autêntico e sincero. Zimring (2010), que a terceira condição ex- pressa a ideia de que o professor deva aceitar e aco- lher afetivamente seus alunos, e considera que: “O professor que for capaz de acolher e de aceitar os alunos com calor, de testemunhar-lhes uma esti- ma sem reserva, e de partilhar com compreensão e sinceridade os sentimentos de temor, de expectativa e de desânimo que eles experimentam quando de seu primeiro contado com os novos materiais, este profes- sor contribuirá amplamente para criar as condições de uma aprendizagem autêntica e verdadeira.” (ZI- MRING, 2010, p. 15) 39 Em conformidade com as ideias do autor, o professor deve ter sensibilidade, entender os anseios do aluno quanto ao processo de ensino e aprendi- zagem, uma vez que a criança quando ingressa pela primeira vez na escola, este momento é repleto de in- certezas, ansiedades e medo daquilo que ainda é visto como algo desconhecido. O mestre, como nomeia Rogers, deve colo- car-se no lugar do outro e sempre questionar: “o que eu sentirei em seu lugar?” Para o teórico, a aprendizagem é um proces- so (conceito este ainda em desenvolvimento para a época), e que neste processo o professor é conceitu- ado por Rogers, como um facilitador do ensino e da aprendizagem. E define: “Para mim, facilitar a aprendizagem é o objetivo es- sencial da educação, a melhor maneira de contribuir para o desenvolvimento do indivíduo que aprende e de aprender ao mesmo tempo a viver como indivídu- os. Eu vejo o processo que permite facilitar a apren- dizagem como uma função capaz de levar a respos- tas construtivas, provisórias e evolutivas para certas interrogações muitíssimo importantes que assaltam os homens hoje.” (ZIMRING apud ROGERS, 2010, p. 16) 40 Esta definição aponta alguns caminhos ine- rentes ao ensino e a aprendizagem. Aprendizagem facilitadora exige uma posição de quem ensina, com relação a apresentar o ensino de maneira que permita o aluno a aprender considerando que todo o indiví- duo possui potencialidades próprias para aprender. A aprendizagem nesta óptica, não depende só das capacidades acadêmicas do professor e de seus recursos didáticos metodológicos, mas mediante a perspectiva humanista de aprendizagem. Uma verda- deira aprendizagem depende principalmente das rela- ções positivas que se estabelecem entre quem ensina e quem aprende. Com o intuito de exemplificar a postura do professor como facilitador do ensino e da aprendiza- gem, (ZIMRING apud ROGERS, 2010, p., 21 e 22) salienta que: 1. É essencial que o formador, ou professor, crie desde o início uma atmosfera ou clima, nos quais se desenvolverá a experiência real pelo grupo ou classe. 2. O formador deverá contribuir para a definiçãoe para a clarificação dos objetivos pessoais de cada membro da classe e também para os objetivos gerais comuns ao grupo. Rogers deixa claro, a propósito do formador, que: “se ele não tem medo de aceitar obje- tivos antagônicos e conflituosos, se é capaz de permi- tir a cada indivíduo expressar livremente o que deseja 41 fazer, então contribuiu para criar um clima propício à aprendizagem.” 3. O formador deverá utilizar motivação para uma verdadeira aprendizagem, o desejo de cada estudante de atingir objetivos que realmente lhe interessam. 4. Ele deverá esforçar-se para organizar um conjunto tão vasto quanto possível de recursos didáticos para que os alunos possam utilizar com facilidade. 5. Ele deverá considerar-se como um recurso coloca- do à disposição do grupo. 6. Diante das reações dos membros da classe, o pro- fessor deverá levar em conta tanto aquelas que são de ordem intelectual quanto às reações afetivas, es- forçando-se por dar, aproximadamente, a estes dois tipos de reações, a importância de que se revestem para cada indivíduo e para o grupo. 7. Quando o grupo encontrar-se num clima de acei- tação, o formador poderá integrar-se, progressiva- mente, e expressar suas opiniões do ponto de vista puramente individual. 8. Ele deverá tomar a iniciativa de compartilhar seus sentimentos e ideias com o grupo, mas sem atribuir- -lhes o mínimo valor de autoridade; simplesmente a título de testemunho pessoal, estando os alunos livres de aceitar ou recusar. 9. Na sala de aula, o formador prestará atenção, cons- tantemente, para detectar reações afetivas profundas ou violentas. Rogers esclarece que estas manifesta- 42 ções devem ser acolhidas com compreensão e devem suscitar uma reação claramente expressa de confiança e de respeito. 10. Para facilitar o processo de aprendizagem, o for- mador deverá esforçar-se para tomar consciência de seus limites e aceitá-los. Certamente, tais ideias não eram fáceis de incorporar-se, uma vez que a Educação no período de Rogers (1902-1987) era fortemente impregnada pela tendência tradicional de Educação. Tal tendên- cia considerava o professor como único detentor do saber e o aluno mero receptor. Porém, Rogers acre- ditava que a relação entre professor tinha como seus pilares: a valorização daquele que aprende a aceitação do outro como ser único, em sua maneira de pensar e a confiança. 2.2 O Ensino e a Aprendizagem para Carl Rogers Rogers possui uma concepção positivista e humanista da aprendizagem. Para ele todo o ser humano possui aptidões naturais para aprender. A aprendizagem para ser autêntica parte do princípio que o aprendente precisa relacionar o ensino aos seus objetivos pessoais, tendo os materiais didáticos como 43 instrumentos eficazes para que estes objetivos sejam alcançados, ou seja, o material escolhido também é tido como facilitador do processo. O aluno precisa ser desafiado a aprender e este desafio deve gerar ação do educando, desta for- ma a aprendizagem é facilitada quando o aluno parti- cipa de todo o processo. Neste processo de aprendizagem a autoava- liação e autocrítica têm papéis fundamentais na faci- litação da construção da independência, criatividade e autonomia do aluno (ZIMRING apud ROGERS, 2010, p, 20). Para algumas pessoas, ensinar significa man- ter a sala em ordem, ter o domínio dos alunos, avaliar e dar notas. Zimring cita o filósofo alemão Martin Hei- degger, para uma possível reflexão a respeito do con- ceito de ensinar: “Ensinar é ainda mais difícil do que aprender (...) e por que assim é? Não porque o professor tem de possuir um estoque mais amplo de informações, tê-lo sempre à mão. Ensinar é mais difícil do que apren- der, porque o que o ensino exige é o seguinte: deixar aprender. O verdadeiro professor, em verdade, não deixa que nada mais seja aprendido, a não ser a aprendizagem. A conduta dele, portanto, amiúde produz a impressão de que nós, propriamente falan- 44 do, nada aprendemos dele, se é que, por “aprender”, repentinamente entendemos apenas a obtenção de in- formações úteis. O professor acha-se à frente de seus estudantes somente nisso: que ele ainda tem muito mais a aprender do que eles - ele tem de aprender a deixá-los aprender. O professor tem de ser capaz de ser mais lecionável que os aprendizes. O professor acha-se muito menos certo do terreno em que pisa, do que aqueles que aprendem estão no deles. Dessa maneira, se a relação entre o mestre e o que aprende é genuína, nunca existirá lugar nela para a autori- dade do sabichão ou a predominância tornar-se um mestre o que é algo inteiramente diferente de tor- nar-se um professor famoso.” (ZIMRING, apud HEIDEGGER, 2010, p, 34) A citação do autor nos traz a reflexão de que o professor precisa primeiramente se despir de toda a sua “plenitude do saber” e de seu autoritarismo, uma vez que, o professor aprende enquanto ensina. Sendo assim, o verdadeiro ensino é aquele que permite a aprendizagem e a verdadeira aprendizagem é aquela em que professor e aluno aprendem juntos. Se o propósito do ensino é promover a aprendizagem, é preciso então indagar o que quere- mos dizer com essa expressão (Zimring, 2010, p. 34). Para a teoria humanista, a aprendizagem é 45 completa, pois envolve o aprendente como um todo. Trata-se de uma aprendizagem significativa, ao tem- po que propõe ao educando conteúdos significativos e munidos a atingir os objetivos pessoais e intelectu- ais do aprendente. Em outras palavras, o autor define a apren- dizagem: “Ela tem uma qualidade de envolvimento pessoal com toda pessoa, em seus aspectos sensórios e cog- nitivos, achando-se dentro do ato de aprendizagem. A aprendizagem é autoiniciada. Mesmo quando o ímpeto ou estímulo provém do exterior, o senso de descoberta, de alcance, de apreensão e compreensão, vem de dentro. A aprendizagem é difusa. Faz dife- rença no comportamento, nas atitudes, talvez mesmo na personalidade do que aprende. A aprendizagem é avaliada por ele. Ele sabe se ela está atendendo às suas necessidades, quer conduza para o que ele quer saber, quer ilumine a área sombria da ignorân- cia que está experimentando. O locus da avaliação, nós poderíamos dizer, reside definitivamente no que aprende. A essência da aprendizagem é o signifi- cado. Quando uma aprendizagem assim se realiza, o elemento do significado para o que aprende faz parte integrante da experiência como um todo.” (ZI- MRING, 2010, p, 37) 46 Tal concepção visualiza o aluno como pes- soa, acreditava que o ensino deveria ser centrado no aluno, sustentando a aprendizagem significativa, sen- do esta compreendida por um envolvimento pessoal, tanto do professor como do aluno, sendo autoinicia- da, penetrante e avaliada pelo aluno. Sugestões para Complementação dos Estudos Leitura individual, com destaque nas ideias centrais do texto: O que é possível saber sobre a apren- dizagem, p. 15 - 32. ANTUNES, Celso. In: Novas formas de ensinar - novas formas de aprender. Porto Alegre: Editora Artmed, 2002. Atividades 1) Defina aprendizagem na concepção humanista. 2) Pontue quais os elementos fundamentais para que o professor torne-se um facilitador do processo de ensino e aprendizagem. 47 3) Em sua opinião, é possível colocar em prática a teoria humanista de Carl Rogers? Como? 4) De a sua opinião sobre a concepção da teoria de Rogers. Destaque os pontos que julgar positivos e negativos. 5) Pautado nas ideias de Rogers, elabore um plano de aula que demonstre um ensino e uma aprendizagem significativos para seus alunos. Mas, lembre-se de que você deve adquirir a postura de professor facilitador do processo.
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