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Aprendizagem e Desenvolvimento - Unidades 1 e 2

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Prévia do material em texto

Geane Lilian Dorabiatto
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Aprendizagem e
Desenvolvimento
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 E
du
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ci
on
al
Aprendizagem 
e Desenvolvimento
Geane Lilian Dorabiatto
1a Edição / Outubro / 2011
Impressão em São Paulo - SP
Editora
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
D693a Dorabiatto, Geane Lilian.
 Aprendizagem e desenvolvimento. / Geane Lilian 
 Dorabiatto. – São Paulo: Know How, 2011.
 192 p.: 21 cm.
	 	 Inclui	bibliografia
 ISBN: 978-85-8065-118-8 
1.Aprendizagem. 2. Desenvolvimento. 3. Teorias
da aprendizagem. 4. Mecanismos psicológicos de 
aprendizagem. I. Título.
 CDD – 370.1
Aprendizagem e 
Desenvolvimento
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de 
Projetos
Leandro Lousada
Professor Responsável
Geane Lilian Dorabiatto
Projeto Gráfico, Capa
e Diagramação
Vitor Bioni Bertollini
Revisão Ortográfica
Célia Ferreira Pinto
Coordenadora Pedagó-
gica de Cursos EaD
Esp. Maria de Lourdes Araujo
1ª Edição: Outubro 
de 2011
Impressão em São Paulo/SP
Copyright © EaD KnowHow 2011
Nenhuma parte dessa publicação 
pode ser reproduzida por qualquer 
meio sem a prévia autorização desta 
instituição.
Apresentação
Prezado acadêmico!
 É grande a satisfação em disponibilizar 
o livro-texto da disciplina Aprendizagem e De-
senvolvimento, elaborado especialmente para 
este curso, com o objetivo de desenvolver com-
petências	 profissionais	 necessárias	 a	 todo	 educa-
dor, envolvido, conscientemente, com o ato de 
coordenar	as	práticas	pedagógicas	da	escola,	bem	
como o professor, aquele envolvido diretamente 
no processo de ensino e aprendizagem. O mate-
rial	pesquisado	foi	construído	com	a	finalidade	de	
oferecer ao acadêmico as bases teóricas sobre o 
processo de ensino e aprendizagem e suas implica-
ções no desenvolvimento humano.
	 A	disciplina	abordará	as	concepções	teó-
ricas do processo de ensino e aprendizagem com 
ênfase nas principais teorias: comportamental, 
humanística e cognitivista. Estabelecendo relação 
entre aprendizagem e conhecimento, iremos dis-
correr de maneira concisa as principais teorias do 
conhecimento e suas implicações nas bases epis-
temológicas das teorias da aprendizagem. É fato 
que teoria não tem fundamento se não for aplica-
da	na	prática;	por	esta	razão,	dando	sequência	aos	
nossos estudos, faremos um esboço sobre quais 
são os mecanismos psicológicos da aprendizagem ne-
cessários	para	o	processo	de	informações.	E	por	fim,	
uma prévia a respeito das modalidades e estratégias da 
aprendizagem.	Tal	assunto	oportunizará	uma	reflexão	
acerca das teorias outrora estudadas, com o intuito de 
estabelecer	relação	entre	a	 teoria	e	prática,	para	que	
desta forma as aprendizagens sejam consolidadas.
 Tais temas serão pautados nas principais 
concepções teóricas desenvolvidas por autores con-
ceituados	nestas	áreas	de	pesquisa.	
	 A	cada	conteúdo	estudado	você	poderá	per-
ceber	 que	 teoria	 e	 prática	 difundem-se	 de	maneira	
articulada. Importante ressaltar, que durante os es-
tudos,	você	acadêmico	perceberá	a	 importância	das	
pesquisas	na	área	da	Psicologia,	como	colaboração	na	
construção das perguntas e respostas sobre a apren-
dizagem e desenvolvimento. 
 Quando falamos em aprendizagem adquiri-
mos posição tanto de quem ensina, como de quem 
aprende, uma vez que, esse processo é recíproco. As 
atividades propostas, a cada unidade, levarão o acadê-
mico	a	refletir	em	sua	prática	no	âmbito	escolar,	e	des-
ta forma analisar o comportamento humano partindo 
não mais do conhecimento empírico, mas, sim, com 
bases nas referidas pesquisas, aqui, desenvolvidas.
 Partindo dos estudos desta disciplina, você 
compreenderá	 as	 características	de	 cada	 fase	do	de-
senvolvimento humano, os fatores primordiais para 
que	a	aprendizagem	aconteça	de	forma	significativa	e,	
mediante estes estudos, sua postura enquanto educa-
dor	será	de	pesquisador,	conhecedor	das	característi-
cas do desenvolvimento da aprendizagem e de agente 
transformador e multiplicador do conhecimento.
Bons Estudos!
Sumário
Carta ao Professor
Plano de Estudos
Unidade 1
O Processo de Ensino e Aprendizagem: Concepções 
Teóricas: Teoria Comportamental da Aprendizagem
Unidade 2
Teoria Humanista da Aprendizagem
Unidade 3 
Teoria Cognitivista da Aprendizagem
Unidade 4
Teorias do Conhecimento e suas Implicações nas 
Bases Epistemológicas das Teorias da Aprendizagem
Unidade 5
Mecanismos Psicológicos da Aprendizagem e 
Processo de Informações
Unidade 6
Aprendizagem	Significativa:	Modalidades	e	Estratégias
Gabarito
Referências
11
13
15
35
49
93
113
147
183
191 
11
 Foi com imensa satisfação e entusiasmo que 
ao elaborar este material, reuni as principais teorias do 
desenvolvimento da aprendizagem numa abordagem 
que	privilegia	o	contexto	 teórico	em	prol	da	eficácia	
do	ensino	dos	docentes,	o	que	certamente	resultará	no	
sucesso da aprendizagem dos alunos.
	 Desde	a	escolha	bibliográfica	como	nas	pes-
quisas realizadas, buscou-se aproximar as tendências 
teóricas	educacionais	relacionando-as	com	a	prática	do	
professor em sala de aula.
 A intenção foi ter como ponto de partida, a 
reflexão	e	a	construção	de	novos	conhecimentos	uti-
lizando dos conhecimentos prévios que adquiri ao 
longo de minha experiência como supervisora escolar. 
A cada atividade proposta, procurei elencar questões 
que tanto durante a minha vida acadêmica, como no 
exercício de minha função, enquanto especialista em 
Educação causava-me angústias e dúvidas.
 Certamente, a aprendizagem e desenvolvi-
mento são assuntos que não se dão por esgotados, 
pois estamos em constante desenvolvimento e apren-
dendo mais a cada dia.
 Desejo que este material de estudo seja ape-
nas um estímulo para que o estudante sinta-se atraído 
pelo prazer de buscar mais e mais o conhecimento.
 Uma caminhada de sucesso com infini-
tas descobertas.
Um forte abraço
Carta ao Professor
13
Plano de Estudos
Ementa
 O processo de ensino e aprendizagem: con-
cepções teóricas da aprendizagem comportamental. 
Teoria Humanista da aprendizagem. Teoria Cogniti-
vista da aprendizagem. Teorias do conhecimento e 
suas implicações nas bases epistemológicas das teo-
rias da aprendizagem. Mecanismos psicológicos da 
aprendizagem e processo de informações. Modalida-
de e estratégias de aprendizagem.
Carga Horária: 30 horas
15
UNIDADE 1
 Nesta primeira unidade, faremos um breve 
estudo sobre os Processos de Aprendizagem, partindo 
das ideias da teoria comportamental, daremos ênfase 
às ideias de Skinner relacionadas ao desenvolvimento 
e	a	aprendizagem.	Você	poderá	compreender,	de	uma	
maneira mais simples a teoria comportamentalista, ou 
do condicionamento como também é chamada.
O Processo de Ensino 
e Aprendizagem: 
Concepções Teóricas - Teoria 
Comportamental da Aprendizagem 
17
1. O Processo de Ensino e 
Aprendizagem: Concepções 
Teóricas - a Teoria da 
Aprendizagem Comportamental
 As teorias da aprendizagem buscam reco-
nhecer	a	dinâmica	envolvida	nos	atos	do	processo	de	
ensino e aprendizagem, partindo do reconhecimento 
da evolução cognitiva do homem.
 O conceito de aprendizagem tem uma histó-
ria que envolve características sociais, histórico-cul-
turais, permeado pelas abordagens psicológicas do 
desenvolvimento humano. Antes de conceituar o que 
é	aprendizagem,	uma	questão	deve	ser	refletida:	o	su-
jeito epistemológico aprende por que se desenvolve 
ou o seu desenvolvimento antecede à aprendizagem? 
 Na vida humana, a aprendizagem acontece 
desde os primeiros anos de vida e prolonga-se até a 
morte. Logo que a criança nasce, começa a aprender 
e continua a fazê-lo durante toda a sua vida. Aos pou-
cos, a criança aprende a chamar a atenção dos adultos 
com o choro, demonstrando algum desconforto ou 
dor.	A	psicologia	do	desenvolvimento	afirma	que	ao	
longo	da	vida	o	ser	humano	adquire	reflexos,	movi-
mentos, conhecimentos, competências e habilidades,cada vez mais elaborados.
 Quando se adquirem tais competências e ha-
bilidades, os interesses, as atitudes, conhecimentos e 
18
informações, conclui-se que a aprendizagem acom-
panhou a cada um em seus processos, e desta forma 
foi consolidada.
	 A	aprendizagem	é,	afinal,	um	processo	fun-
damental da vida. Segundo Dinah Martins de Souza 
Campos (2010): 
“Todas as atividades e realizações humanas exibem 
os resultados da aprendizagem. Quando se considera 
a vida em termos do povo, da comunidade, ou do in-
divíduo, por todos os lados são encontrados os efeitos 
da aprendizagem.”
	 Podemos	afirmar	que	aprendizagem	é	pro-
cesso, quando pensamos no sentido do movimento 
em espiral, pequeno em sua base, mas, pelo constan-
te movimento, permite àquele que aprende descobrir 
um	novo	significado	a	cada	nova	experiência.
 No processo de aprendizagem encontramos 
diferentes concepções e teorias que evidenciam a im-
portância	 da	Psicologia	 no	 sentido	 de	 auxiliar	 pais,	
educadores e estudiosos em entender o desenvolvi-
mento e o comportamento humano.
 A Psicologia da aprendizagem é primordial 
para a coerência da aplicação dos principais psicólo-
gos a favor da Educação e do Ensino.
 Na Psicologia educacional, a aprendizagem 
19
constitui	um	aspecto	central,	pois	a	escola	está	inte-
ressada tanto em compreender como os estudantes 
aprendem, quanto na qualidade dessa aprendizagem.
	 Faz-se	necessário	que	diretores,	supervisores	
escolares, orientadores educacionais, coordenadores 
pedagógicos e professores, enquanto personagens 
do	cenário	educacional	compreendam	as	concepções	
e abordagens teóricas, que permeiam o interior da 
instituição escolar e sua intencionalidade, para que 
o ensino proposto pela escola possa colaborar para 
aprendizagem do aluno.
 O conceito de aprendizagem é permeado 
por três abordagens distintas: aprendizagem com-
portamentalista, aprendizagem cognitivista e apren-
dizagem humanista. 
 Na primeira categoria, estão incluídos os te-
óricos que assumem uma posição ambientalista. Tais 
pesquisadores acreditam que os indivíduos são mo-
delados passivamente por forças ambientais. Ampla 
variedade de fatores ambientais presentes nos dife-
rentes momentos da vida de uma pessoa determina-
rá	a	maneira	como	reagir	às	situações.	Dentre	vários	
pesquisadores, Antunes (2002) reforça esta ideia 
quando	 afirma	 que:	 (...)	 “os	 seres	 humanos	 apren-
diam	exclusivamente	reagindo	a	aspectos	agradáveis,	
dolorosos ou ameaçadores de seus ambientes (...).”
 Os teóricos cognitivistas não aceitam que o 
indivíduo seja passivo no processo de aprendizagem. 
20
Não enfatizam a mudança de comportamento, mas o 
processo mental subjacente a tal mudança. A apren-
dizagem seria resultante desse processo e envolveria 
uma reorganização da percepção ou da personalidade 
como um todo. Consequentemente, o que é ensina-
do não é impresso na mente do aprendiz na forma 
em que é apresentado, mas interpretado e integrado 
nas suas estruturas cognitivas. Desta forma, o pro-
cesso de aprendizagem não é apenas uma repetição 
mediante estímulo e resposta, mas um processo con-
tínuo que resulta das descobertas, sendo o aprendiz 
agente de sua aprendizagem.
Para conceituar aprendizagem e seu processo primei-
ramente precisamos conhecer as abordagens teóricas 
que envolvem o ato de aprender. As concepções teó-
ricas sobre a aprendizagem são pautadas nas ciências 
humanas e sociais que envolvem o estudo da Psicolo-
gia,	Filosofia	e	Biologia.	
 A seguir, vamos compreender a aprendi-
zagem e seu processo discorrendo sobre a teoria 
comportamentalista ou teoria do condicionamento. 
Importante que ao longo da leitura perceba-se que a 
teoria aborda a relação entre aprendizagem e desen-
volvimento	baseado	na	importância	da	relação	entre	
o estímulo e a resposta.
21
1.1 A Aprendizagem na 
Abordagem Comportamental
 A aprendizagem por condicionamento é 
compreendida dentro da abordagem comportamenta-
lista. Esta abordagem desconsidera os aspectos inter-
nos que ocorrem na mente do indivíduo, que aprende 
centrando-se	no	comportamento	observável.	
 O comportamentalismo teve seu grande 
precursor, o norte americano John B. Watson, o que 
mais tarde foi maior difundido e conhecido como vi-
são behaviorista1 ou condutista.
 O Behaviorismo desenvolveu-se num con-
texto em que a Psicologia buscava sua identidade na 
Ciência, enfatizando o comportamento em sua rela-
ção com o meio.
 Com isso, estabeleceram-se como unidades 
básicas	para	uma	análise	descritiva	nesta	ciência,	os	
conceitos de Estímulo e Resposta.
 Para os teóricos da linha S-R, a aprendiza-
gem, em sua forma mais simples, é o estabelecimento 
de uma conexão entre um estímulo e uma resposta. 
	 Antunes	 (2002),	 afirma	 que	 a	 abordagem	
comportamentalista	defende	a	importância	do	meio	
ambiente como estímulo para a aprendizagem. 
Quando cita: 
1 Behaviorismo ou teoria (S-R) vem do inglês Stimuli-Respond que significa 
Estímulo e Resposta: a aprendizagem centra-se apenas nos comporta-
mento	observáveis.
22
“A aprendizagem por condicionamento foi por muito 
tempo uma espécie de ícone do comportamentalismo 
que, por sua vez, enfatizava a importância do am-
biente, sustentando que os seres humanos aprendiam 
exclusivamente reagindo a aspectos agradáveis, dolo-
rosos ou ameaçadores de seus ambientes.” (ANTU-
NES 2002, p. 17)
 Desta forma, na aprendizagem por con-
dicionamento acredita que os estímulos oferecidos 
pelo meio ambiente é que determinarão as respostas 
que serão manifestadas pelo comportamento.
	 A	teoria	explica	que,	na	prática,	o	indivíduo	é	
colocado frente a uma situação-problema. O organis-
mo emite uma série de respostas, aquela que conduzir 
a um estado de coisas satisfatório ou a uma recom-
pensa, é fortalecida, e tende a ocorrer novamente, 
quando a situação estimuladora for repetida.
 Sendo assim, a conexão entre estímulo e res-
posta só pode ser reforçada sob certas condições. O 
organismo, devido a um estado de motivação, tende 
a dar certas respostas na presença de determinado 
conjunto de estímulos.
	 A	motivação	torna-se	indispensável	para	a	
aquisição da aprendizagem e tem como seus ele-
mentos: o impulso, os estímulos ambientais, res-
posta e recompensa.
23
 A recompensa ou reforço corresponde à 
consequência	 da	 resposta.	 A	 consequência	 será	 re-
compensadora se proporcionar um estado de satis-
fação para o organismo, ou seja, se reduzir a tensão 
proveniente da motivação e do impulso. 
 As marcas dessa abordagem estão no valor 
do ambiente estimulador e nos resultados que ele 
proporciona bem como, suas condições desconside-
rando	outras	condições	necessárias	para	a	aprendiza-
gem do indivíduo. 
 Entre os estudiosos da teoria condicionis-
ta, iremos destacar brevemente apenas os principais 
pesquisadores	 da	 concepção	 comportamental,	 o	 fi-
siologista russo Ivan Pavlov e os psicólogos norte-
-americanos John B. Watson e Burrhus Skinner.
Estímulo: qualquer evento que atua sobre um or-
ganismo.
Resposta: qualquer comportamento emitido por 
um organismo.
Condicionamento: de acordo como o ponto de 
vista behaviorista, toda aprendizagem é feita através 
de condicionamento. 
24
A Aprendizagem na Perspectiva de Ivan 
Pavlov, Watson e Skinner
 O nome de Ivan Pavlov é associado à teoria 
do	reflexo	condicionado,	que	atualmente	conhecido	
como	condicionamento	Clássico.
 Antunes (2002), explica a teoria do condicio-
namento	clássico	em	uma	experiência	com	criança:
“Toda vez que vovô chegava, Mariana colocava o 
CD com a música de Mozart com que presenteara o 
neto e este batia palmas, saudando o visitante. Qual 
não foi a surpresa de Mariana quando um dia, ao 
casualmente colocar o CD de Mozart, percebeu que 
seu pequeno batia palmas, certo de que seu avô che-
gara. O garoto de 10 meses aprendera a associar a 
música de Mozart à chegada do avô e seu reflexo 
condicionado de bater palmas ocorreu assim que ou-
viu a música, mesmo sendo executada sem querer.” 
(ANTUNES, 2002, p. 18)
	 O	teor	do	CondicionamentoClássico	mostra	
que mesmo nos dias atuais, inúmeras oportunidades 
cotidianas, demonstram estar condicionadas a deter-
minados sons. Um exemplo é quando ouvimos a si-
rene na escola, logo automaticamente nos dirigimos à 
sala de aula para darmos início às atividades. A sirene, 
25
neste caso, funciona como o estímulo, mesmo que per-
turbador, nós caminhamos automaticamente à sala, o 
que indica o condicionamento a que fomos induzidos.
 Ângela Biaggio (2007), faz uma síntese da 
teoria Pavloviana, quando explica os termos a que 
esta teoria refere-se. Explica que o Condicionamento 
Clássico	é	 também	chamado	Pavloviano,	por	conti-
guidade, S-S2, ou respondente. E salienta o que signi-
ficam	estes	termos:
“É chamado pavloviano, por ter sido primeiramente 
estudado por Pavlov. É chamado S-S, porque a co-
nexão fortalecida ou aprendida é entre dois estímu-
los. É chamado condicionamento por contiguidade, 
porque o princípio atuante é o de contiguidade ou de 
ocorrência simultânea. O que fortalece a conexão en-
tre os dois estímulos é o fato de ocorrerem juntos. Fi-
nalmente, é chamado de respondente, porque parte de 
uma ação reflexa em que um determinado estímulo 
naturalmente provoca uma determinada resposta.” 
(BIAGGIO, 2007, p. 123)
 Pavlov descobriu, acidentalmente, o Con-
dicionamento	Clássico,	partindo	de	observações	de	
animais mediante a associação de sons à comida. Um 
exemplo disto é quando o pesquisador percebeu que 
2 A sigla refere-se ao termo que vem do inglês Stimuli (S). 
26
seus cães salivavam toda vez que se aproximava da 
hora de alimentarem-se. A partir daí, o teórico utili-
zou o som de uma campainha quando se aproximava 
à hora da comida. Ao ouvir o som da campainha, 
percebeu	os	cães	começavam	a	salivar,	o	que	confir-
mou	a	aprendizagem	por	condicionamento	clássico.	
 John B. Watson foi considerado o pai do 
comportamentalismo,	 porém	 influenciado	 pelas	
pesquisas de Pavlov. Para o Watson, o processo de 
construção	 dos	 reflexos	 condicionados	 acontece	
por meio da substituição de um estímulo por ou-
tro. O psicólogo desconsidera os fatores genéticos 
como essenciais para a aprendizagem, o foco é no 
resultado esperado mediante ensaios e testes. Nesta 
perspectiva de aprendizagem, o resultado demons-
tra o que a pessoa aprendeu.
 Enquanto para Pavlov, aprendizagem acon-
tece em um processo de resposta por meio de dois 
estímulos, para Watson a aprendizagem é aquilo que 
se pode ver e constatar, ou seja, a conduta adquirida 
e	observável.
 Mesmo tendo Watson como seu grande pre-
cursor, mais tarde a teoria comportamentalista foi 
amplamente divulgada pelo psicólogo norte-ameri-
cano Burrhus Frederic Skinner. 
 Skinner, também, compartilha com as ideias 
do paradigma comportamental, porém discorda com 
os teóricos da linha S-R (Estímulo- Resposta), uma 
27
vez que considerava as condições do organismo e 
suas consequências, como fundamentais para o pro-
cesso de aprendizagem. 
 Embora, o conceito de Condicionamento 
Operante fosse a base de sua teoria, para melhor 
compreensão, Skinner fez uma distinção entre os 
dois	tipos	de	comportamento:	o	reflexo	e	o	operante.	
	 O	 comportamento	 reflexo	 abrange	 as	 rea-
ções inatas do organismo que ocorrem frente a estí-
mulos	específicos.	Exemplo:	quando	colocamos	um	
alimento na boca e logo percebemos o aumento de 
saliva.	Ou	seja,	a	salivação	é	uma	explicação	suficien-
te para a presença do alimento na boca, neste caso, o 
alimento na boca é um estímulo incondicionado que 
ocasiona	o	comportamento	reflexo.
 O psicólogo, norte-americano, foi quem for-
mulou	pela	primeira	vez	os	fundamentos	básicos	da	
aprendizagem por meio do Condicionamento Ope-
rante. Explica sucintamente Antunes (2002, p. 19) 
que	para	Skinner:	(...)	“o	organismo	tendia	a	apren-
der e a repetir uma resposta reforçada e a suprimir e 
esquecer uma resposta que tivesse sido punida”. Me-
diante	essa	ideia,	a	aprendizagem	seria	definida	como	
aumento da frequência de uma resposta pela ocor-
rência das contingências reforçadoras, daí o termo de 
Teoria do Reforço. 
 Skinner (1972) argumenta que o estímulo re-
forçador	deveria	ser	definido	apenas	por	seus	efeitos	
28
sobre a resposta. Qualquer estímulo pode ser refor-
çador desde que aumente a probabilidade futura de 
ocorrência do comportamento. Dentro deste contex-
to, os estímulos reforçadores podem ser positivos ou 
negativos, conforme ressalta Antunes (2002):
 “O reforço pode ser positivo, constituindo-
-se em uma recompensa, prêmio ou elogio, mas 
também poderá ser negativo. As ideias de Skinner 
modelaram as de muitos pais e professores que con-
fundiam reforço negativo com “punição” e assim se 
esculpiam estruturas disciplinares que, algumas ve-
zes, faziam do lar um reformatório e da escola um 
quartel.” (ANTUNES, 2002, p. 19)
 Em conformidade, o condicionamento 
operante, também, chamado reforçamento, des-
crevia um processo de fortalecimento de respostas 
pela apresentação ou supressão de estímulos, conse-
quentes à resposta.
 Resumindo, todo o comportamento huma-
no é produto de um reforço operante. Consequen-
temente, sendo operavelmente reforçadas. Segundo 
esta teoria, as pessoas aprendem a manter seu equilí-
brio,	a	andar,	a	falar,	a	escrever	em	fim,	a	realizarem	
uma série de tarefas, e que mediante o reforço das 
mesmas, tende a repeti-las. E ainda, no Condiciona-
29
mento Operante, um organismo deve primeiramente 
dar uma resposta desejada e somente posterior a esta, 
receber a recompensa, a qual reforça a resposta.
Fonte: http://mentesbrilhants.blogspot.com/2010/12/lei-do-efeito.html
Figura 1: modelo da caixa de Skinner
 A caixa de Skinner é uma gaiola cúbica em 
que	há	uma	barra	e	um	dispensador	de	bolinhas	de	
alimento. Ao ser colocado na gaiola, o organismo 
(geralmente um rato) emite uma série de comporta-
mentos	(operantes),	que	são	espontâneos,	isto	é,	não	
são	respostas	de	nenhum	estímulo	identificável.	Aca-
bará,	acidentalmente,	pelo	menos,	pressionando-se	a	
barra. Sendo esta resposta seguida pelo aparecimento 
de uma bolinha de alimento. A resposta de apertar 
a barra tende a ser repetida. A diferença principal, 
portanto, entre os dois tipos de condicionamento 
é	 que	 no	 condicionamento	 clássico	 uma	 ação	 que	
já	é	 resposta	a	um	estímulo	pode	ser	 traduzida	sob	
controle de outro estímulo, através de associação ou 
30
contiguidade. No condicionamento operante, qual-
quer	resposta	aleatória,	que	não	está	ligada	a	nenhum	
estímulo	específico,	pode	ser	posta	sob	controle,	por	
exemplo, a resposta operante de apertar a barra pode 
ser rapidamente colocada sob o controle de um estí-
mulo reforçador. 
 Logo abaixo, propomos uma síntese crítica, 
por	meio	da	tabela,	para	melhor	reflexão	e	compre-
ensão dos aspectos fundamentais desta abordagem.
TABELA 1: Principais pesquisadores, conceito 
de aprendizagem, proposta de ensino de acordo
 com a teoria.
Teóricos
Ivan 
Pavlov
Conceito de 
Aprendizagem
Influências no 
rocesso de Ensino 
e Aprendizagem
•	Teoria	do	Reflexo	Condi-
cionado, atualmente conhe-
cido como Condicionamen-
to	clássico	ou	Aprendizagem	
por utilização de dois estí-
mulos (S-S).
O ambiente é o maior in-
centivador do Estímulo-
-Resposta.
•	 Aquele	 que	 aprende	 está	
condicionado ao meio.
Desconsidera os aspectos 
internos que ocorrem na 
mente do indivíduo.
•	 A	 aprendizagem	 fica	 li-
mitada, sem oportunizar o 
indivíduo a respostas mais 
elaboradas.
•	 Ensino	 mecanicista	 e	
conteudista, parte da ideia 
de que o que foi ensinado 
deve ser repetido, incluindo 
pontos e vírgulas.
•	O	professor	deve	 fixar	o	
saber do indivíduo, diante 
de uma pergunta, somente 
uma resposta é esperada.
• Professor não reflete sua 
prática.
• A avaliação deve contem-
plar exatamente o que foi 
transmitido ao aluno. 
31
John 
Watson
Burrhus 
Skinner
•	Condicionamento	Clássico.
•	 A	 aprendizagem	 ocorre	
pelos estímulos do meio, o 
que resulta na resposta do 
comportamento. 
•	Desconsidera	 os	 aspectos	
internos que ocorrem na 
mente do indivíduo.•	Precursor	do	Behaviorismo.
•	Há	estudos	pautados	na	
Teoria da Aprendizagem, 
que só é considerada a 
partir daquilo que se pode 
ver, ou seja, é puramente 
experimental. 
• Aprendizagem por condi-
cionamento Operante, sendo 
este por comportamento me-
diante o reflexo ou por com-
portamento operante.
• Reduz a aprendizagem a es-
tímulos, respostas e reforços. 
• O ensino é pautado em 
conteúdos específicos de-
terminados pelas institui-
ções competentes.
•	 A	 resposta	 é	 condicio-
nada mediante Estímulo e 
Resposta.
• O ensino é concebido como 
uma combinação de reforços 
contingentes, que facilitam a 
aprendizagem.
• Desconsidera as informa-
ções	que	o	sujeito	já	possui.
•	O	ensino	deve	requerer	uma	
resposta do aluno e a cada res-
posta correta deve ser reforça-
da (reforço positivo). 
Tabela elaborada por mim referente às teorias supracitadas.
 A teoria comportamentalista ou do condicio-
namento faz-nos recordar a ideia de Educação tradi-
cional, uma vez que exige do professor uma postura 
de único retentor do saber. Quem não se lembra das 
estrelinhas douradas nos cadernos por ter apresenta-
do um bom comportamento? Ou das balas e doces 
ao término de cada atividade feita com capricho e 
sem	“orelhas”	no	caderno?	Quem	não	gostava	de	ter	
32
recadinhos	no	caderno	como	“muito	bem”,	”conti-
nue	assim”?	Será	que	tais	questões	não	nos	remetem	
à ideia do que Skinner nomeou como Reforço Po-
sitivo? Qual a concepção do Reforço Negativo, que 
educadores, atuais, ainda insistem em reproduzir? Fi-
car sem recreio por não se comportar nas aulas? Ficar 
sem praticar as aulas de Educação Física, por não ter 
feito as tarefas?
 Estas questões possibilitarão aos educadores 
uma	reflexão	do	que	venha	a	ser	realmente	o	proces-
so de ensino e aprendizagem.
 Podemos descrever o ensino na teoria skin-
neriana, pautado na relação estímulo-resposta tendo 
a	figura	do	professor	como	o	único	responsável	pelo	
estabelecimento dos reforços positivos e negativos, 
com o objetivo de fazer com que os alunos manifes-
tem o comportamento que se espera deles. 
Sugestões para 
Complementação dos Estudos
 Leitura individual, com destaque nas ideias centrais 
do texto: O que é possível saber sobre a aprendi-
zagem,	 p.	 15	 -	 32.	ANTUNES,	Celso.	 In:	 “Novas	
formas de ensinar, novas formas de aprender.” Porto 
Alegre: Editora Artmed, 2002.
33
Atividades
1)	Qual	a	condição	básica	para	que	o	indivíduo	apren-
da na concepção de Pavlov?
2) Quais os elementos fundamentais na teoria de Watson?
3) Como é visto o ensino na concepção skinneriana?
4)	Skinner	nasceu	em	1904,	no	Estado	da	Pensilvâ-
nia, EUA, falecendo no ano de 1980. Esse dado leva-
-nos	a	crer	que	sua	teoria	teve	grande	influência	no	
ensino, ganhando adeptos principalmente na década 
de 70 e 80. Em sua opinião, o atual ensino ainda car-
rega algum manifesto da teoria de Skinner? 
5)	Reflita	 sobre	 a	 teoria	Comportamentalista	 e	dis-
corra uma opinião crítica sobre a mesma.
35
UNIDADE 2
 Nesta unidade, faremos um breve estudo 
sobre os Processos de Aprendizagem partindo das 
ideias de Carl Rogers. Oportunizaremos um estudo 
da	concepção	humanista.	Você	poderá	compreender	a	
aprendizagem do ponto de vista humanístico, onde o 
referido teórico defende que o professor deve ter uma 
postura de facilitador da aprendizagem, pois a relação 
entre professor e aluno é baseada na sensibilidade e na 
compreensão do sentimento do outro.
Teoria Humanista 
da Aprendizagem
37
2. O Processo de Ensino e 
Aprendizagem: Concepções 
Teóricas - Teoria Humanista da 
Aprendizagem
 Carl Rogers nasceu em Ilinois, EUA, em 
1902, falecendo no ano de 1987. Representante da 
Psicologia	Humanista	é	responsável	na	educação	pela	
antipedagogia ou pedagogia não diretiva, como uma 
premissa basicamente fenomenológica, pois enfatiza 
as experiências das pessoas, seus valores e sentimen-
tos, ou seja, vê o aprendiz em sua totalidade. Nesta 
abordagem, o importante é a autorrealização, o cres-
cimento pessoal.
 A base dos pensamentos de Rogers era a 
ideia que ele tinha da natureza humana, porém de 
um	ponto	de	vista	terapêutico,	já	que	sua	formação	
acadêmica era em Psicologia e Psicoterapia, onde as 
qualidades pessoais de Rogers bem como sua compe-
tência eram amplamente reconhecidas.
 Sobre a teoria de Rogers, Zimring (2010), cita:
“Considerava que cada pessoa possui a capacidade 
de se autoatualizar, a qual, uma vez liberada, lhe 
permitiria resolver seus problemas. O terapeuta, se-
gundo ele, mais do que agir como especialista que 
compreende o problema e decide sobre a maneira de 
resolvê-lo, deve liberar o potencial que o paciente pos-
sui para resolver, por si mesmo, seus problemas.” 
(ZIMRING, 2010, p. 11)
38
 Partindo deste mesmo pensamento, Rogers 
inspirou	seus	inscritos	na	área	da	Educação.	Acredi-
tava que o aluno tem potencialidades e motivações 
que o professor deve liberar e favorecer.
2.1 O Papel do Professor
na Perspectiva de Carl Rogers
 Rogers apresentou pelo menos três condi-
ções possíveis para a efetivação da aprendizagem. 
Primeiro, para ocorrer a verdadeira aprendizagem, o 
aluno precisa trabalhar em cima de problemas que são 
reais	para	ele;	o	segundo,	a	aprendizagem	não	pode	ser	
facilitada se quem a ensina não for autêntico e sincero.
 Zimring (2010), que a terceira condição ex-
pressa a ideia de que o professor deva aceitar e aco-
lher afetivamente seus alunos, e considera que:
“O professor que for capaz de acolher e de aceitar 
os alunos com calor, de testemunhar-lhes uma esti-
ma sem reserva, e de partilhar com compreensão e 
sinceridade os sentimentos de temor, de expectativa e 
de desânimo que eles experimentam quando de seu 
primeiro contado com os novos materiais, este profes-
sor contribuirá amplamente para criar as condições 
de uma aprendizagem autêntica e verdadeira.” (ZI-
MRING, 2010, p. 15)
39
 Em conformidade com as ideias do autor, o 
professor deve ter sensibilidade, entender os anseios 
do aluno quanto ao processo de ensino e aprendi-
zagem, uma vez que a criança quando ingressa pela 
primeira vez na escola, este momento é repleto de in-
certezas, ansiedades e medo daquilo que ainda é visto 
como algo desconhecido.
 O mestre, como nomeia Rogers, deve colo-
car-se	no	lugar	do	outro	e	sempre	questionar:	“o	que	
eu sentirei em seu lugar?” 
 Para o teórico, a aprendizagem é um proces-
so (conceito este ainda em desenvolvimento para a 
época), e que neste processo o professor é conceitu-
ado por Rogers, como um facilitador do ensino e da 
aprendizagem.
	 E	define:
“Para mim, facilitar a aprendizagem é o objetivo es-
sencial da educação, a melhor maneira de contribuir 
para o desenvolvimento do indivíduo que aprende e 
de aprender ao mesmo tempo a viver como indivídu-
os. Eu vejo o processo que permite facilitar a apren-
dizagem como uma função capaz de levar a respos-
tas construtivas, provisórias e evolutivas para certas 
interrogações muitíssimo importantes que assaltam 
os homens hoje.” (ZIMRING apud ROGERS, 
2010, p. 16) 
40
 Esta	definição	aponta	alguns	caminhos	ine-
rentes ao ensino e a aprendizagem. Aprendizagem 
facilitadora exige uma posição de quem ensina, com 
relação a apresentar o ensino de maneira que permita 
o aluno a aprender considerando que todo o indiví-
duo possui potencialidades próprias para aprender.
 A aprendizagem nesta óptica, não depende 
só das capacidades acadêmicas do professor e de seus 
recursos	 didáticos	 metodológicos,	 mas	 mediante	 a	
perspectiva humanista de aprendizagem. Uma verda-
deira aprendizagem depende principalmente das rela-
ções positivas que se estabelecem entre quem ensina 
e quem aprende.
	 Com	o	intuito	de	exemplificar	a	postura	do	
professor como facilitador do ensino e da aprendiza-
gem, (ZIMRING apud ROGERS, 2010, p., 21 e 22) 
salienta que:
1. É essencial que o formador, ou professor, crie 
desde o início uma atmosfera ou clima, nos quais se 
desenvolverá	a	experiência	real	pelo	grupo	ou	classe.
2.	 O	 formador	 deverá	 contribuir	 para	 a	 definiçãoe	para	 a	 clarificação	dos	objetivos	pessoais	de	cada	
membro da classe e também para os objetivos gerais 
comuns ao grupo. Rogers deixa claro, a propósito do 
formador,	que:	“se	ele	não	tem	medo	de	aceitar	obje-
tivos	antagônicos	e	conflituosos,	se	é	capaz	de	permi-
tir a cada indivíduo expressar livremente o que deseja 
41
fazer, então contribuiu para criar um clima propício 
à aprendizagem.” 
3.	O	 formador	 deverá	 utilizar	motivação	 para	 uma	
verdadeira aprendizagem, o desejo de cada estudante 
de atingir objetivos que realmente lhe interessam.
4.	Ele	deverá	esforçar-se	para	organizar	um	conjunto	
tão	vasto	quanto	possível	de	recursos	didáticos	para	
que os alunos possam utilizar com facilidade.
5.	Ele	deverá	considerar-se	como	um	recurso	coloca-
do à disposição do grupo.
6. Diante das reações dos membros da classe, o pro-
fessor	deverá	 levar	 em	conta	 tanto	aquelas	que	 são	
de ordem intelectual quanto às reações afetivas, es-
forçando-se por dar, aproximadamente, a estes dois 
tipos	de	 reações,	 a	 importância	de	que	 se	 revestem	
para cada indivíduo e para o grupo.
7. Quando o grupo encontrar-se num clima de acei-
tação,	 o	 formador	 poderá	 integrar-se,	 progressiva-
mente, e expressar suas opiniões do ponto de vista 
puramente individual.
8.	Ele	deverá	tomar	a	iniciativa	de	compartilhar	seus	
sentimentos e ideias com o grupo, mas sem atribuir-
-lhes	o	mínimo	valor	de	autoridade;	simplesmente	a	
título de testemunho pessoal, estando os alunos livres 
de aceitar ou recusar.
9.	Na	sala	de	aula,	o	formador	prestará	atenção,	cons-
tantemente, para detectar reações afetivas profundas 
ou violentas. Rogers esclarece que estas manifesta-
42
ções devem ser acolhidas com compreensão e devem 
suscitar	uma	reação	claramente	expressa	de	confiança	
e de respeito.
10. Para facilitar o processo de aprendizagem, o for-
mador	deverá	esforçar-se	para	tomar	consciência	de	
seus	limites	e	aceitá-los.	
	 Certamente,	 tais	 ideias	 não	 eram	 fáceis	 de	
incorporar-se, uma vez que a Educação no período 
de Rogers (1902-1987) era fortemente impregnada 
pela tendência tradicional de Educação. Tal tendên-
cia considerava o professor como único detentor do 
saber e o aluno mero receptor. Porém, Rogers acre-
ditava que a relação entre professor tinha como seus 
pilares: a valorização daquele que aprende a aceitação 
do outro como ser único, em sua maneira de pensar 
e	a	confiança.
2.2 O Ensino e a 
Aprendizagem para Carl Rogers
 Rogers possui uma concepção positivista 
e humanista da aprendizagem. Para ele todo o ser 
humano possui aptidões naturais para aprender. A 
aprendizagem para ser autêntica parte do princípio 
que o aprendente precisa relacionar o ensino aos seus 
objetivos	pessoais,	tendo	os	materiais	didáticos	como	
43
instrumentos	eficazes	para	que	estes	objetivos	sejam	
alcançados, ou seja, o material escolhido também é 
tido como facilitador do processo.
	 O	aluno	precisa	 ser	desafiado	a	aprender	e	
este	desafio	deve	gerar	ação	do	educando,	desta	for-
ma a aprendizagem é facilitada quando o aluno parti-
cipa de todo o processo.
 Neste processo de aprendizagem a autoava-
liação e autocrítica têm papéis fundamentais na faci-
litação da construção da independência, criatividade 
e autonomia do aluno (ZIMRING apud ROGERS, 
2010, p, 20). 
	 Para	algumas	pessoas,	ensinar	significa	man-
ter a sala em ordem, ter o domínio dos alunos, avaliar 
e dar notas. 
	 Zimring	cita	o	filósofo	alemão	Martin	Hei-
degger,	para	uma	possível	reflexão	a	respeito	do	con-
ceito de ensinar:
 
“Ensinar é ainda mais difícil do que aprender (...) 
e por que assim é? Não porque o professor tem de 
possuir um estoque mais amplo de informações, tê-lo 
sempre à mão. Ensinar é mais difícil do que apren-
der, porque o que o ensino exige é o seguinte: deixar 
aprender. O verdadeiro professor, em verdade, não 
deixa que nada mais seja aprendido, a não ser a 
aprendizagem. A conduta dele, portanto, amiúde 
produz a impressão de que nós, propriamente falan-
44
do, nada aprendemos dele, se é que, por “aprender”, 
repentinamente entendemos apenas a obtenção de in-
formações úteis. O professor acha-se à frente de seus 
estudantes somente nisso: que ele ainda tem muito 
mais a aprender do que eles - ele tem de aprender a 
deixá-los aprender. O professor tem de ser capaz de 
ser mais lecionável que os aprendizes. O professor 
acha-se muito menos certo do terreno em que pisa, 
do que aqueles que aprendem estão no deles. Dessa 
maneira, se a relação entre o mestre e o que aprende 
é genuína, nunca existirá lugar nela para a autori-
dade do sabichão ou a predominância tornar-se um 
mestre o que é algo inteiramente diferente de tor-
nar-se um professor famoso.” (ZIMRING, apud 
HEIDEGGER, 2010, p, 34)
	 A	citação	do	autor	nos	traz	a	reflexão	de	que	
o professor precisa primeiramente se despir de toda a 
sua	“plenitude	do	saber”	e	de	seu	autoritarismo,	uma	
vez que, o professor aprende enquanto ensina. Sendo 
assim, o verdadeiro ensino é aquele que permite a 
aprendizagem e a verdadeira aprendizagem é aquela 
em que professor e aluno aprendem juntos.
 Se o propósito do ensino é promover a 
aprendizagem, é preciso então indagar o que quere-
mos dizer com essa expressão (Zimring, 2010, p. 34).
 Para a teoria humanista, a aprendizagem é 
45
completa, pois envolve o aprendente como um todo. 
Trata-se	de	uma	aprendizagem	significativa,	ao	tem-
po	que	propõe	ao	educando	conteúdos	significativos	
e munidos a atingir os objetivos pessoais e intelectu-
ais do aprendente.
	 Em	outras	palavras,	o	autor	define	a	apren-
dizagem:
“Ela tem uma qualidade de envolvimento pessoal 
com toda pessoa, em seus aspectos sensórios e cog-
nitivos, achando-se dentro do ato de aprendizagem. 
A aprendizagem é autoiniciada. Mesmo quando o 
ímpeto ou estímulo provém do exterior, o senso de 
descoberta, de alcance, de apreensão e compreensão, 
vem de dentro. A aprendizagem é difusa. Faz dife-
rença no comportamento, nas atitudes, talvez mesmo 
na personalidade do que aprende. A aprendizagem 
é avaliada por ele. Ele sabe se ela está atendendo 
às suas necessidades, quer conduza para o que ele 
quer saber, quer ilumine a área sombria da ignorân-
cia que está experimentando. O locus da avaliação, 
nós poderíamos dizer, reside definitivamente no que 
aprende. A essência da aprendizagem é o signifi-
cado. Quando uma aprendizagem assim se realiza, 
o elemento do significado para o que aprende faz 
parte integrante da experiência como um todo.” (ZI-
MRING, 2010, p, 37)
46
 Tal concepção visualiza o aluno como pes-
soa, acreditava que o ensino deveria ser centrado no 
aluno,	sustentando	a	aprendizagem	significativa,	sen-
do esta compreendida por um envolvimento pessoal, 
tanto do professor como do aluno, sendo autoinicia-
da, penetrante e avaliada pelo aluno.
Sugestões para 
Complementação dos Estudos
 Leitura individual, com destaque nas ideias centrais 
do texto: O que é possível saber sobre a apren-
dizagem, p. 15 - 32. ANTUNES, Celso. In: Novas 
formas de ensinar - novas formas de aprender. Porto 
Alegre: Editora Artmed, 2002.
 
Atividades
1)	Defina	aprendizagem	na	concepção	humanista.	
2) Pontue quais os elementos fundamentais para que 
o professor torne-se um facilitador do processo de 
ensino e aprendizagem. 
47
3)	Em	sua	opinião,	 é	possível	 colocar	 em	prática	 a	
teoria humanista de Carl Rogers? Como? 
4) De a sua opinião sobre a concepção da teoria de 
Rogers. Destaque os pontos que julgar positivos e 
negativos. 
5) Pautado nas ideias de Rogers, elabore um plano de 
aula que demonstre um ensino e uma aprendizagem 
significativos	para	seus	alunos.	Mas,	lembre-se	de	que	
você deve adquirir a postura de professor facilitador 
do processo.

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