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1 PROBLEMA 1 | GABRIEL FREITAS @STUDYGABRIEL| SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS V| ORTOPEDIA OBJETIVOS 1. Revisar os aspectos anatômicos e a morfofisiologia da coluna e seus componentes nervosos; 2. Compreender as alterações funcionais da coluna e as causadas pela senilidade; 3. Estudar as afecções correspondente ao quadro clínico apresentado. A nossa coluna vertebral é constituída de 33 vértebras distribuídas da seguinte forma: 7 Cervicais 12 Torácicas 5 Lombares 5 sacrais 4 Formando o Cóccix E que tem por função promover estabilidade, mobilidade, proteger a medula e coordenar os movimentos do esqueleto apendicular. Cada vértebra é formada por 2 porções: uma anterior, também chamada de corpo e uma posterior, também chamada de arco. - Os corpos vertebrais articulam-se entre si por intermédio do disco intervertebral e dos processos articulares por uma articulação do tipo artrodial. - Os discos intervertebrais, além dos outros ligamentos, têm uma função primordial na manutenção da postura, sendo dividido em duas partes: núcleo pulposo e anel fibroso. NÚCLEO PUPOSO: Parte central; Sustância gelatinosa e formada por mucopolissacarídeos; Substâncias ligadas a proteínas; Não recebe terminações nervosas e nem vasos sanguíneos; Pressão no núcleo nunca é nula devido à substância “aquosa” presente. ANEL FIBROSO Região periférica; Fibras concêntricas que se entrecruzam obliquamente, mais verticais na periferia e mais horizontais à medida que se aproximam do núcleo; Quando uma carga é aplicada ao disco vertebral ocorre uma diminuição de espessura em curva exponencial, que sugere uma certa desidratação do volume do disco. As forças de compressão sofridas pelo disco são mais importantes à medida que se aproximam do sacro, devido ao peso corporal que a coluna suporta. O progressivo achatamento desses discos vão provocando artrose com os anos. LOMBALGIA e a senilidade 2 PROBLEMA 1 | GABRIEL FREITAS @STUDYGABRIEL| SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS V| ORTOPEDIA MEDULA, ENVOLTÓRIOS E CANAIS MEDULARES Os tipos de vértebras adaptam-se ao segmento da coluna pertencente, por exemplo, as vértebras do nível cervical têm o canal vertebral maior para proteção e evitar lesões medulares. A medula espinal se estende até o nível da primeira vértebra lombar e, a partir daí, o canal vertebral está preenchido pela cauda equina. Com o envelhecimento, a coluna vertebral sofre as alterações características, que incluem redução de massa e densidade óssea, juntamente com a diminuição do conteúdo de colágeno e mineral dentro do osso, modificações que tornam os ossos mais frágeis e suscetíveis a dano. As faces articulares perdem cartilagem com o envelhecimento e em seu lugar são formadas espículas ósseas produzindo condições artríticas. Na coluna vertebral, as espículas ósseas em torno dos discos intervertebrais podem gerar estenose do canal vertebral. Tal estreitamento pode ocasionar a compressão de nervos espinais e da medula espinal, o que pode se manifestar como dor e diminuição da função muscular no dorso e nos membros inferiores. DERMÁTOMOS E MIÓTOMOS Os dermátomos são segmentos cutâneos inervados por um segmento específico da medula, enquanto que os miótomos são músculos ou áreas musculares que representam um feixe específico da medula. A maioria das dores lombares é causada pelo “mau uso” ou “uso excessivo” das estruturas da coluna que resultam em entorses e distensões. Esforços repetitivos, excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado, erro postural, posição não ergonômica no trabalho e osteoartrose da coluna (com o passar do tempo, as estruturas da coluna vão se desgastando, podendo levar à degeneração dos discos intervertebrais e articulações). É comum em trabalhadores braçais. Outras causas incluem doenças inflamatórias como a espondilite anquilosante, infecções, tumores, etc. 3 PROBLEMA 1 | GABRIEL FREITAS @STUDYGABRIEL| SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS V| ORTOPEDIA A dor é geralmente o primeiro sintoma da compressão medular, mas os achados motores (geralmente fraqueza) e sensoriais estão presentes na maioria dos pacientes no diagnóstico. A disfunção intestinal e / ou da bexiga geralmente são achados tardios. ETIOLOGIAS: Hérnia de disco, espondilite anquilosante, neoplasias, espondiloartrose, osteofitose, osteoporose idiopática e senil; SINAIS E SINTOMAS DOR RIGIDEZ MUSCULAR MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS Dor contínua, mesmo em repouso, com piora aos movimentos ocorre na hérnia discal, enquanto que na espondiloartrose a dor melhora ao repouso, piora no início dos movimentos e melhora com o decorrer deles. É uma artrose da coluna vertebral decorrente da degradação dos discos intervertebrais, das facetas articulares e dos ligamentos. Na radiografia observamos degeneração do disco, proliferação óssea marginal com formação de osteófitos e esclerose subcondral das vértebras. - LOCAIS MAIS COMPROMETIDOS: REGIÃO CERVICAL E LOMBOSSACRA. - PRINCIPAIS SINTOMAS: DOR E LIMITAÇÃO DOS MOVIMENTOS. - Pode acometer qualquer local da coluna; OBSERVAÇÕES 1. Osteoporose senil e metástase são comum em mulheres mais velhas. 2. Osteoporose e Espondiloartrose: curso de dor uniforme e evolutivo; 3. Hérnia discal: Sintomas em momentos de surtos. OBSERVAÇÕES História de dor lombar com piora ao repouso e melhora ao movimento é sugestiva de espondilite anquilosante, !! Os processos degenerativos costumam acarretar dor de pequena a média intensidade, enquanto as hérnias e neoplasias de alta intensidade. !! Os processos degenerativos e metabólicos têm uma localização múltipla. OBSERVAÇÕES DOR REFERIDA: Aquela que é percebida na coluna vertebral mas sua origem não é ali. RIGIDEZ: Principalmente a pós repouso, ocorre em doenças inflamatórias e degenerativas. Porém, a de origem inflamatória é mais persistente, o paciente levanta queixando dor na coluna e permanece ao longo do dia, diferente das de origem degenerativas. MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS: Deve indagar-se a respeito da sua presença ou não, tais como: febre, anorexia e perda de peso. 4 PROBLEMA 1 | GABRIEL FREITAS @STUDYGABRIEL| SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS V| ORTOPEDIA Na sacrolombar a dor irradia para os MMII. Observa-se também a presença de parestesia/dormência e em casos mais avançados pordem surgir sintomas decorrentes da compressão nervosa. Uma herniação se dá através da protrusão do material presente no núcleo pulposo que rompe-se e gera uma hérnia. Esse processo ocorre pelos movimentos bruscos de flexão e torsão da coluna, esforços físicos, micro traumas repetidos e mal posicionamento. Esse contato do material protruso em contato com a raiz nervosa dorsal pode comprimi-la, dependendo do tamanho da hérnia, e causar alterações em seus dermátomos e miótomos. O principal sintoma é uma dor intensa no local da hérnia que irradia para os MMSS ou MMII dependendo da localidade. Essa dor é tipo um “choque elétrico” e que imobiliza o paciente impedindo-o de se locomover. Paciente não dorme de dor; Pode se mostrar com uma sensação de peso; Piora com a tosse, espirro, micção, evacuação e movimentação da coluna; AO EXAME FÍSICO: Contratura e rigidez muscular; Paciente normalmente em posição antálgica (Tentativa de amenizar a dor); Dor à palpação das linhas espondileias e paraespondileia; Reflexos reduzidos ou ausentes de acordo com a raiz lesada; Redução da lordose fisiológica com coluna quase vertical; Devido o tecido ósseo está em constante atividade, podemos apresentar alguns distúrbios em seu funcionamento. A osteoporose é uma doença marcada por um comprometimento e redução da matriz óssea, predispondo a um aumentono risco de fraturas, sendo, portanto uma doença sistêmica. OBSERVAÇÕES Pode-se haver obstrução dos forames de conjugação, causando uma compressão radicular com dor irradiada para os membros, tórax e cabeça. 5 PROBLEMA 1 | GABRIEL FREITAS @STUDYGABRIEL| SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS V| ORTOPEDIA O processo de osteoporose avança com a idade e é por si só algo assintomático, porém, alguns pacientes podem apresentar fraturas, rigidez e dificuldade dos movimentos da coluna. As principais manifestações clínicas da osteoporose da coluna são dor nas costas e na região lombar, além de deformidades secundárias às fraturas. Entre os achados mais comuns podem está o colapso vertebral, compressão bicôncava, acunhamento anterior e também uma hérnia do núcleo pulposo para dentro do canal vertebral, chamado de hérnia de Schmorl. Lembrar que a primeira manifestação dessa doença pode ser uma fratura. DIAGNÓSTICO Densidometria Óssea; Raio-x (O paciente provavelmente já está com 30-40% da sua massa óssea comprometida); Outros exames laboratoriais: T3 e T4, fosfatase alcalina, cálcio, fósforo sérico, VHS, Sedimento Urinário, Calciúria e Fosfatúria de 24h; É um diagnóstico diferencial importante para avalição dessas síndromes, sendo decorrente de um processo infeccioso pelo Mycobaterium Tuberculosis que chega até lá, normalmente por um aporte sanguíneo. O processo infeccioso estende-se por meio dos ligamentos longitudinais anteriores e posteriores até a parte periférica dos respectivos discos. CLÍNICA Pouco expressiva; No início uma dor discreta e noturna; Com a progressão a dor é intensa e reduz os movimentos; Forma uma Giba Pótica; É uma doença inflamatória crônica de etiologia desconhecida e afeta jovens e adultos, principalmente do sexo masculino. Se dá pelo comprometimento inicial das articulações sacroilícas que evoluem para anquilose (adesão) e artrite das articulações sinoviais da coluna vertebral e calcificação dos ligamentos vertebrais. CLÍNICA Rigidez Matinal e dor localizada; Pode atingir toda a coluna e o paciente fica na posição do esquiador; Similar ao da artrite reumatoide; Lesões extra articulares: Insuf. Aórtica, Uveíte e Fibrose Pulmonar; A DOR POR UMA FRATURA DE VÉRTEBRA É LOCALIZADA, INTENSA E QUE ALIVIA EM DECÚBITO DORSAL OU LATERAL E AGRAVA COM PACIENTE DE PÉ. EXAMES DIAGNÓSTICO - Rx: Destruição dos discos intervertebrais; - Formação de abscessos; 6 PROBLEMA 1 | GABRIEL FREITAS @STUDYGABRIEL| SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS V| ORTOPEDIA DIAGNÓSTICO Clínico; Radiografia das articulações sacroilíacas; Rx: Aspecto em Bambu Com a evolução da doença a coluna vai tornando-se rígida e com diminuição da dor. A incapacitação do paciente advém da anquilose entre as vértebras; Acomete a coluna vertebral, correspondendo a uma das manifestações da artrose. A osteofitose ou bico de papagaio, se forma ao redor das articulações, deixando os ligamentos e músculos que cercam a bacia mais rígidos. Essas alterações surgem em decorrência da desidratação do disco intervertebral, favorecendo a aproximação das vértebras e tornando possível a compressão das raízes nervosas. De modo geral, os osteófitos podem ser considerados um tipo de defesa do organismo, visando absorver a sobrecarga exercida sobre as articulações e tentando, assim, estabilizar a coluna vertebral. Fatores desencadeantes: Estresse, Alcoolismo, Tabagismo, Má postura, Sedentarismo, Fatores Genéticos. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE LOMBALGIA - Ao exame, investigar idade, profissão e características semiológicas da dor; - Perguntar se irradia ou não para o nervo ciático, se sim: lombociatalgia, se não: lombalgia comum; - Normalmente a mobilização da coluna normalmente piora a dor; - Pode ser aguda ou desencadeante de um esforço físico; - Avaliar por um Raio-x inicialmente em 2 posições: frente e perfil; - RADIOGRAFIA NORMAL NÃO AFASTA O DIAGNÓSTICO; - COMPRESSÃO MEDULAR GRAVE: Síndrome da cauda equina, com anestesia em sela da região perineal, incontinência de esfíncteres, déficits neurológico, sensorial e motor nos MMII; - Eletromiografia auxilia no diagnóstico, mas o padrão ouro é TC ou RM; 7 PROBLEMA 1 | GABRIEL FREITAS @STUDYGABRIEL| SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS V| ORTOPEDIA Problema Apresentado: “Alberto mora no sítio e vive uma vida pesada trabalhando na roça. Ontem estava fazendo um curral e hoje, quando levantou, sentiu uma dor muito forte nas costas. A dor descia para a perna esquerda e ele andava com dificuldade. Não é a primeira vez que ele sente isso. Novamente ele procura sua médica, Manuela, mas dessa vez com muita dificuldade para movimentar o dedão do pé. Dra. Manuela comenta: - Sr. Alberto, o senhor precisa se cuidar. Com o tempo a coluna vai se modificando.” Radiculopatia lombossacra aguda: tratamento e prognóstico: Para pacientes com radiculopatia lombossacral aguda, os objetivos do tratamento são melhorar a dor e abordar o processo subjacente específico. As etiologias neoplásicas ou infecciosas da radiculopatia requerem tratamento imediato por mecanismo específico. Embora rara, a síndrome da cauda equina representa uma verdadeira emergência cirúrgica na qual a descompressão deve ser realizada dentro de 24 horas e, se possível, dentro de 12 horas O principal tratamento da radiculopatia é relativo à dor, a qual na maioria dos casos têm uma duração de semanas a poucos meses, mas em uma minoria de pacientes a dor pode se prolongar por meses ou mesmo além de um ano. O tratamento básico é com analgésicos comuns associados a opióides fracos, podendo-se associar gabapentina ou pregabalina caso a dor seja moderada e opióides fortes estão indicados caso dor intensa. Programas de exercícios individualizados para fortalecer musculatura paravertebral e abdominal e melhorar a amplitude dos movimentos, é benéfico para muitos pacientes. Injeção de esteroides transforaminal, zigapofiseal, epidural etc, ainda não são têm um parecer conclusivo. A radiculopatia nem sempre é isolada principalmente em idosos nos quais associam-se frequentemente, a dor da artrose coxofemoral, síndrome do grande trocanter (bursite trocantérica) e a dor miofascial notadamente do glúteo mínimo, nestes casos, a acupuntura e os agulhamentos de ponto gatilho são importantes. A cirurgia para hérnia de disco e estenose espinhal lombar é mais comumente realizada devido a sintomas persistentes ou comprometimento neurológico progressivo. No cenário de comprometimento neurológico progressivo, a consulta cirúrgica rápida deve ser considerada. REFERÊNCIAS 1. Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 8ª Edição. 2019. Editora Guanabara Koogan. 2. https://www.reumatologia.org.br/doencas- reumaticas/lombalgia/#:~:text=A%20maioria%20das%20dores%20lombares,coluna%20(com%20o%20passa r%20do https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/lombalgia/#:~:text=A%20maioria%20das%20dores%20lombares,coluna%20(com%20o%20passar%20do https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/lombalgia/#:~:text=A%20maioria%20das%20dores%20lombares,coluna%20(com%20o%20passar%20do https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/lombalgia/#:~:text=A%20maioria%20das%20dores%20lombares,coluna%20(com%20o%20passar%20do
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