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Sistema Urinário- PHM II- Dra. Ana Carolina Collo Universidade do Contestado Resumo dos Capítulos 26 e 27 do Tratado de Fisiologia Médica- Guyton & Hall- 13ª Edição Acadêmica: Amanda Amaral Mancini- 2º Período Página 1 Sistema Urinário Anatomia funcional e Formação da urina pelos rins Funções do Rim Eliminar os produtos indesejados que estão no corpo; Controlar o volume e a composição dos eletrólitos dos líquidos corporais (combinando ganhos e perdas); Realizar a regulação da pressão arterial (a partir da excreção de sódio e água ou por hormônios e substâncias vasoativas); A regulação do equilíbrio ácido-base (sistema tampão); Regular a produção das hemácias; Fazer a secreção, o metabolismo e a excreção de hormônios; Gliconeogênese (síntese da glicose). Anatomia fisiológica dos rins Organização geral dos Rins e do Trato urinário Estão situados fora da cavidade peritoneal, na parede posterior do abdome. Possuem regiões como hilo, por onde passam as artérias e veias renais, vasos linfáticos, suprimento nervoso e o ureter. Ainda, na bexiga a urina é armazenada e excretada, enquanto os rins são revestidos por uma cápsula fibrosa que confere proteção às estruturas internas. Suprimento Sanguíneo Renal O fluxo sanguíneo que segue para os dois rins corresponde a 22% do débito cardíaco. Sendo que tal circulação é única e possui dois leitos capilares, o glomerular e o peritubular. A alta pressão nos capilares glomerulares resulta em uma rápida filtração, enquanto a baixa, nos capilares peritubulares, permite uma rápida reabsorção. O Néfron é a Unidade Funcional do Rim Essa estrutura é responsável pela formação da urina e não pode ser regenerada, visto que após os 40 anos de idade ela diminui, entretanto, não traz risco à vida devido as suas alterações adaptativas. Ainda, possui uma placa de células epiteliais especializadas, que é a mácula densa, que faz o controle da função do néfron. Tais estruturas possuem um grupo de capilares glomerulares, os glomérulos, que são responsáveis pela filtração sanguínea, e um longo túbulo, em que faz a conversão do líquido filtrado em urina. Diferenças regionais na estrutura do néfron Existem algumas diferenças nas estruturas citadas dos néfrons devido à profundidade em que estão situados no interior do parênquima, sendo condiderados como: Néfrons corticais: possuem curtas alças de Henle, visto que penetram em uma pequena extensão no interior da medula. Sistema Urinário- PHM II- Dra. Ana Carolina Collo Universidade do Contestado Resumo dos Capítulos 26 e 27 do Tratado de Fisiologia Médica- Guyton & Hall- 13ª Edição Acadêmica: Amanda Amaral Mancini- 2º Período Página 2 Néfrons justamedulares: possuem alças de henle longas, já que mergulham profundamente no interior da medula, em direção as papilas renais. Micção É o processo pelo qual a bexiga se esvazia ao ficar cheia, ou seja, a bexiga se enche até que a tensão atinja o nível limiar em sua parede, e então, o reflexo da micção a faça esvaziar. Anatomia fisiológica da Bexiga A bexiga é uma câmara de músculo liso, composta por corpo, que faz o armazenamento da urina, e colo, que é uma extensão afunilada, que se conecta com a uretra. O músculo liso vesical é chamado de detrusor, que quando contraído, faz a etapa principal de esvaziamento da bexiga. Enquanto o colo vesical é composto pelo m. detrusor entrelaçado com uma grande quantidade de tecido elástico, formando o que chamamos de músculo de esfíncter interno, que faz com que ocorra o esvaziamento da bexiga até que a pressão na porção principal se eleve acima do limiar crítico. Além da uretra posterior, ela passa pelo diafragma urogenital que contém uma camada muscular, o esfíncter externo, do tipo esquelético voluntário, que está sob o controle voluntário do sistema nervoso que pode ser usado para evitar conscientemente a micção. Ainda, tem-se que o principal suprimento nervoso da bexiga é feito pelos nervos pélvicos. Transporte da urina a partir do rim, através dos ureteres para a Bexiga A urina que é expelida pela bexiga tem a mesma composição do líquido que sai dos ductos coletores. Assim, as paredes dos ureteres, a partir dos músculos lisos que a constituem, fazem contrações peristálticas ao ureter serem aumentadas pela estimulação parassimpática e inibidas pela estimulação simpática. Sendo assim, cada onda peristáltica ao longo do ureter aumenta a pressão no interior dele, de modo que a parede vesical se abre, permitindo o fluxo da urina para o interior da bexiga. Patologias associadas a esse sistema: Refluxo vesicouretral: ocorre devido a um “refluxo” da urina aos ureteres, que podem levar ao aumento do calibre, e ainda, de forma mais grave, elevar a pressão nos cálices renais nas estruturas da medula renal. Reflexo uretrorrenal: que evita o fluxo excessivo de líquido para o interior da pelve quando o ureter está obstruído, devido às contrições reflexas associadas à dor, que induz ao reflexo simpático nos rins, fazendo a constrição das arteríolas renais. Reflexo da Micção Ocorre conforme o enchimento da bexiga, que é um ciclo único com aumento rápido e progressivo da pressão, seguido do período de pressão sustentada, e por fim, o retorno da pressão ao tônus basal da bexiga. Quando esse reflexo se torna suficiente para esvaziar a bexiga, ele produz um reflexo de relaxamento no esfíncter interno a partir dos nervos pudendos. Sistema Urinário- PHM II- Dra. Ana Carolina Collo Universidade do Contestado Resumo dos Capítulos 26 e 27 do Tratado de Fisiologia Médica- Guyton & Hall- 13ª Edição Acadêmica: Amanda Amaral Mancini- 2º Período Página 3 Tal reflexo é autônomo e pode ser ou inibido, ou facilitado pelos centros cerebrais localizados no tronco e no córtex cerebral. Ainda, sabe-se que a micção voluntária é iniciada a partir da contração da musculatura abdominal pelo indivíduo, aumentando a pressão na bexiga fazendo com que a quantidade extra de urina entre no colo vesical e na uretra posterior, estimulando os receptores de estiramento e desencadeando o reflexo da micção. A formação da urina resulta de filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular A taxa de excreção urinária= taxa de filtração- taxa de reabsorção + taxa de secreção A filtração da urina inicia-se a partir dos líquidos sem proteínas e do plasma (que nele as proteínas são excluídas), que vão para a cápsula de Bowman, que sai e flui para os túbulos, onde é modificado pela reabsorção de água e solutos específicos. Assim, para cada substância plasmática, ocorre a combinação de filtração, reabsorção e secreção, sendo que a intensidade a ser excretada de cada substância depende das intensidades dos processos citados, que ocorrem de acordo com as necessidades corporais. Filtração Glomerular, Fluxo Sanguíneo Renal e seus Controles Filtração Glomerular Faz a filtração dos líquidos através dos capilares glomerulares interiormente na cápsula de Bowman. É similar às concentrações no plasma, além de ser determinada pelo balanço das forças hidrostáticas e coloidosmóticas e pelo coeficiente de filtração capilar (Kf). Fração de filtração= FG/Fluxo plasmático renal A membrana capilar glomerular possui endotélio capilar, membrana basal e camada decélulas epiteliais, que constituem uma barreira à filtração, que é seletiva ao tamanho e carga elétrica, e sua alta intensidade ocorre devido ao endotélio capilar que é perfurado por fenestrações. Nefropatia com alteração mínima: decorrente à perda das cargas negativas da membrana antes que ocorram alterações histológicas. Proteinúria e albuminúria: devido à perda das cargas negativas nas membranas basais algumas proteínas com baixo peso molecular são filtradas e aparecem na urina. FG= Kf X Pressão líquida de filtração Sendo que: Pressão líquida de filtração= PG-PB-ΠG-ΠB A partir das forças normais que favorecem e se opõem à filtração glomerular, a pressão efetiva de filtração é igual à +10mmHg. Kf= FG/Pressão efetiva de filtração Sistema Urinário- PHM II- Dra. Ana Carolina Collo Universidade do Contestado Resumo dos Capítulos 26 e 27 do Tratado de Fisiologia Médica- Guyton & Hall- 13ª Edição Acadêmica: Amanda Amaral Mancini- 2º Período Página 4 O Kf é o produto da condutividade hidráulica e da área de superfície dos capilares glomerulares. A pressão hidrostática na cápsula de Bowman é cerca de 18mmHg, assim, aumentando a pressão, a FG é reduzida e vice-versa. Ainda, a precipitação de cálcio ou de ácido úrico pode levar a formação de cálculos que obstruem a eliminação da urina, que leva ao aumento na pressão da cápsula de Bowman. Hidronefrose: distenção e dilatação da pelve renal e dos cálices. A pressão hidrostática glomerular em condições normais é de 60mmHg e é determinada pela pressão arterial, pela resistência arteriolar aferente e pela resistência arteriolar eferente. Quando essa pressão é constante, a maior intensidade do fluxo sanguíneo para o glomérulo tende a aumentar a FG, enquanto a menor intensidade do fluxo sanguíneo tende a diminuir a FG. Fluxo Sanguíneo Renal É responsável por suprir os rins com nutrientes e por remover os produtos indesejáveis, ademais, o fluxo sanguíneo para os rins é de 22% do débito cardíaco. (Pressão na artéria renal- Pressão na veia renal)/ Resistência vascular renal total O processo de autorregulação realizado pelos rins consiste no mecanismo efetivo para manter o fluxo sanguíneo renal e a FG constantes. Ainda, o córtex recebe a maior parte do fluxo sanguíneo, enquanto que o fluxo para a medula renal é suprido pela vasa recta, que possui um papel importante na formação da urina concentrada pelo rim. Controle Fisiológico da Filtração Glomerular e do Fluxo Sanguíneo Renal Os determinantes da FG são a pressão hidrostática glomerular e a pressão coloidosmótica capilar glomerular, que são influenciadas pelo sistema nervoso simpático, pelos hormônios e autacoides, e ainda, por controles de feedback. Sistema nervoso simpático A forte ativação dos nervos simpáticos renais leva a constrição das arteríolas, diminuindo o fluxo sanguíneo renal e a FG. Entretanto, no indivíduo saudável em repouso, o tônus simpático parece ter pouca influência sobre o fluxo sanguíneo renal. Controle Hormonal e Autacoide Esses fatores citados influenciam a FG e o fluxo sanguíneo renal, como exposto na tabela: Sistema Urinário- PHM II- Dra. Ana Carolina Collo Universidade do Contestado Resumo dos Capítulos 26 e 27 do Tratado de Fisiologia Médica- Guyton & Hall- 13ª Edição Acadêmica: Amanda Amaral Mancini- 2º Período Página 5 Autorregulação da FG e Fluxo Sanguíneo Renal Os mecanismos de feedback mantêm o controle da autorregulação, para que ela seja responsável, no fluxo sanguíneo, por manter o fornecimento de oxigênio e de nutrientes em nível normal, e por remover os produtos indesejados do metablolismo. Outrossim, como é responsável, nos rins, por manter a FG constante e por controlar a excreção renal de água e solutos. Na ausência da autorregulação, aumentos na pressão poderiam causar aumento na FG, entretanto, as variações costumam exercer um efeito menor sobre o volume da urina, devido à autorregulação renal e ao balanço glomerotubular. Por outro lado, tais variações possuem efeitos na excreção renal de água e sódio, a chamada diurese ou natiurese pressórica. Os mecanismo de feedback, já citados anteriormente, possuem como componentes o mecanismo de feedback arteriolar aferente e eferente que controlam a FG. Na tabela, estão sendo expostos os mecanismo de feedback da mácula densa para autorregulação da pressão hidrostática glomerular e da taxa de filtração glomerular durante a diminuição da pressão arterial renal. Mecanismo Miogênico Contribui para a autorregulação do fluxo sanguíneo renal e da FG, devido a capacidade dos vasos sanguíneos individuais de resistirem ao estiramento durante o aumento da pressão.
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