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PIS, COFINS e Impostos do 
Comércio Exterior 
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Autoria do Desafio Profissional: Rodrigo Cristiano Diehl 
Leitora Crítica: Tayra Carolina Nascimento Aleixo 
 
 Proposta de Resolução 
 
Na condição de empreendedor do ramo de móveis rústicos, o objetivo com essa análise é verificar 
quais são os benefícios fiscais e tributários existentes na legislação brasileira que podem auxiliar a 
empresa a se tornar mais competitiva no mercado internacional, uma vez que ela se encontra 
consolidada em território nacional. A inserção no mercado internacional irá ocorrer com a 
venda/exportação de produtos via e-commerce. Como forma de sistematizar a análise, esta será 
dividida em quatro partes: I) comercio exterior e e-commerce; II) impostos sobre a exportação; III) 
incentivos tributários nacionais à exportação; IV) considerações finais. 
I) COMÉRCIO EXTERIOR E E-COMMERCE 
O e-commerce (ou comércio eletrônico) pode ser classificado como uma modalidade de transação 
comercial realizada por meio de equipamentos eletrônicos, isto é, por intermédio, por exemplo, de 
computadores e celulares. Essas novas ferramentas têm ganhado importância no cenário nacional e 
internacional diante da crescente informatização das mais variadas atividades no ramo da 
tecnologia da informação. 
Atrelado ao e-commerce, tem-se o comércio exterior que, de acordo com Pavan (2018), tem sua 
origem há décadas com o transporte de mercadoria entre países. Entretanto, com a modernização, 
a globalização e a comunicação, nota-se uma interdependência entre os países que alavanca as 
relações comerciais e estimula a cooperação entre as nações. Assim, a exportação é um grande 
instrumento que promove a entrada de divisas no país, gera e mantém empregos, aumenta a 
qualificação de recursos humanos e leva ao desenvolvimento da empresa nacional. 
É neste contexto que a presente análise tributária é realizada. Num primeiro momento, importante 
pontuar sobre a existência do SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), o qual não 
efetua somente os gerenciamentos de moedas estrangeiras no território nacional ou de moeda 
 
 
nacional nos territórios estrangeiros, como também é gerido por três órgãos principais: O Banco 
Central (controla entrada e saída de divisas através do Câmbio), a Receita Federal (parte do 
controle aduaneiro) e a Secretaria do Comércio Exterior (fiscalização de tributos). 
II) IMPOSTOS SOBRE A EXPORTAÇÃO 
Dentro da questão da tributação, um dos principais impostos que incidem sobre a exportação de 
alguns produtos é o Imposto de Exportação (IE), que se caracteriza como um tributo federal 
aplicado sobre as mercadorias nacionais ou nacionalizadas (após a importação) destinadas a 
qualquer país no exterior. Sendo assim, tem o seu fato gerador quando a pessoa física ou jurídica 
promove a saída de mercadorias do território nacional, no presente caso, quando a empresa realiza 
a saída de seus produtos para o exterior. 
Contudo, atualmente se aplica o Imposto de Exportação somente para: I) cigarros: cigarros 
contendo fumo, como o tabaco; II) couros e peles; e III) armas: armas e munições; suas partes e 
acessórios (conforme Decreto Lei n. 1.578/1977 e alterações e regulamentações). No que couber, 
aplicar-se-á, subsidiariamente, ao imposto de exportação a legislação relativa ao imposto de 
importação. Todavia, como o objeto da empresa são móveis rústicos, não há a incidência do 
Imposto de Exportação. 
III) INCENTIVOS TRIBUTÁRIOS NACIONAIS À EXPORTAÇÃO 
Segundo Pavan (2018), o governo brasileiro, com a finalidade de fomentar as exportações 
brasileiras e o mercado nacional, criou alguns benefícios aos exportadores por meio de incentivos 
fiscais e tributários para que a mercadoria nacional chegue ao mercado internacional com um valor 
mais atraente. Nesta linha, o governo isenta, ou seja, concede a dispensa do pagamento de IPI 
(Decreto n. 7.212/2010 - regulamenta a cobrança, fiscalização, arrecadação e administração do 
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI) e ICMS (Lei Complementar n. 87/1996 - Dispõe sobre 
o imposto dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação). 
Além da isenção, o governo brasileiro concede crédito do IPI e ICMS relativo à compra nacional ou 
importada das matérias-primas, produtos semiacabados e industrializados. Além desses, também 
foi estendido o benefício para produtos que englobam as embalagens que serão utilizadas para o 
 
 
fim específico de exportação. Outro benefício concedido é a isenção das contribuições sociais (PIS, 
COFINS, por exemplo). 
Nesse ponto, levando em consideração a construção de Pavan (2018), tem-se a seguinte 
sistematização com os principais incentivos fiscais à exportação: 
Reintegra1: Seu objetivo final está em reintegrar os valores referentes a custos tributários residuais 
existentes nas suas cadeias de produção (Lei nº 13.043/2014); 
ICMS: O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, tributo de competência dos estados 
da federação, torna-se isento para a exportação de produtos primário, semiacabados e 
industrializados, semielaborados e primários (CF/88, artigo 155, § 2º, X, a); 
IPI: O Imposto sobre Produtos Industrializados, tributo de competência da União, é isento para 
todos os produtos industrializados destinados à exportação (CF/88, art. 153, § 3º, inciso III); 
PIS: O Programa Integração Social, contribuição social, independentemente do produto, todos 
estão isentos ao PIS (MP 2.158-35/2001); 
COFINS: A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, independentemente do 
produto, todos estão isentos a COFINS, mediante comprovação da exportação (MP 2.158-35/2001); 
ISSQN: O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, tributo de competência dos municípios, 
não incide sobre as exportações (art. 2º, I da Lei Complementar 116/2003); 
DRAWBACK: O Regime Aduaneiro Especial de Drawback é considerado, nos termos da Lei n. 
8.402/1992, um incentivo fiscal à exportação, objetiva a suspensão, isenção ou eliminação de 
tributos em produtos que comprovadamente foram exportados. 
IV) CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Analisando o conteúdo acima descrito, especialmente em relação às isenções tributárias e aos 
incentivos fiscais para a exportação, é possível concluir que para a exportação de móveis rústicos, 
como sendo o ramo de atuação principal da empresa, não haverá a incidência de nenhum dos 
tributos acima elencados (IE, ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISSQN). Esse regime de tributação irá 
 
1 Sobre o Reintegra, ver mais: HENRIQUES (2013). 
 
 
favorecer as exportações da empresa e o seu crescimento, podendo inclusive se tornar mais 
competitiva e assim ter uma maior satisfação do cliente final. 
Contudo, é necessário pontuar que a empresa deverá ter um acompanhamento constante de uma 
equipe técnica para auxiliar nas questões tributárias, uma vez que, alguns tributos, como a COFINS, 
necessitam de comprovação da exportação para serem isentados. 
REFERÊNCIAS 
HENRIQUES, Carla de Carvalho Sudré. Reintegra: previsão legal e discussão a respeito da incidência 
do PIS e da Cofins sobre os valores reintegrados. Revista Tributária e de Finanças Públicas, v. 21, n. 
109, p. 131-139, mar./abr. 2013. 
PAVAN, Rafaella Loschi Grant. Pis, Cofins e impostos do comércio exterior. Londrina: Editora e 
Distribuidora Educacional S.A., 2018.