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conceito
Também conhecida como precocidade sexual, é definida como o desenvolvimento de 
caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos de idade, nas meninas, e dos 9 anos, 
nos meninos. No entanto, o critério idade deve ser avaliado caso a caso, uma vez que 
estudos realizados a partir da década de 90 identificaram desenvolvimento mamário 
antes dos 8 anos em 15% de meninas brancas e 48% das meninas negras, sem contudo 
alterar-se a idade de aparecimento da menarca. Chama à atenção a associação dessas 
alterações com a obesidade e aumento nos níveis de leptina 1. 
Trata-se geralmente de condição benigna, mas pode ser o primeiro sinal de patologia 
sistêmica. Sua incidência é maior em meninas, cerca de 20:10.000, do que em meninos, 
5:10.000, segundo pesquisa dinamarquesa entre 1993 e 2001 2. 
Classificação
São várias as causas da puberdade precoce, sendo importante a distinção entre as de 
origem central, com ativação do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano e as de origem pe-
riférica, nas quais há produção de esteróides independentemente da ativação do eixo3. 
• Puberdade precoce verdadeira (completa, isossexual, central ou dependente do 
GnRH): decorrente da ativação precoce do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, levando 
à produção de esteróides sexuais pelos ovários e desenvolvimento puberal precoce, 
porém com padrão semelhante ao da puberdade fisiológica.
• Pseudopuberdade precoce (incompleta, periférica, iso ou heterossexual ou indepen-
dente do GnRH): estímulo por esteróides sexuais, ovarianos ou das supra renais, não 
associado à produção de gonadotrofinas hipofisárias.
Puberdade Precoce Verdadeira
Decorre da ativação prematura do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, antes dos 8 anos de 
idade, levando à produção de gonadotrofinas e esteróides sexuais, sendo a causa não 
identificada em cerca de 80% dos casos em meninas, com diagnóstico de origem idio-
PUBERdAdE PREcOcE
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pática 4. Com o advento de métodos diagnósticos por imagem, tais como tomografia 
computadorizada e ressonância magnética, casos que antes eram considerados idiopá-
ticos passaram a ser diagnosticados como lesões mínimas do SNC. O diagnóstico de 
causa idiopática é feito por exclusão e após longo tempo de observação da evolução da 
paciente, uma vez que algumas lesões do SNC só irão se manifestar na vida adulta. 
Lesões do SNC podem levar à puberdade precoce verdadeira e devem ser pesquisa-
das sempre. De acometimento precoce, surgem usualmente antes dos 4 anos de ida-
de. Incluem-se aqui: os hamartomas de hipotálamo, craniofaringiomas, astrocitomas, 
gliomas, neurofibromas, teratomas. Qualquer trauma do SNC pode estimular o desen-
volvimento puberal, tais como hidrocefalia, infecções, anomalias congênitas, traumas 
mecânicos.
O desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários na puberdade precoce verda-
deira geralmente segue a cronologia usual do desenvolvimento puberal fisiológico. O 
padrão de desenvolvimento é variável, sendo mais lento nos casos de causa idiopática 
e mais acelerado nos casos de doenças do SNC e tumores. Apresenta características 
clínicas varáveis, tanto para a idade de início como na rapidez das mudanças obser-
vadas, podendo corresponder clinicamente a puberdade precoce de evolução lenta ou 
rapidamente progressiva, sendo o tratamento mais necessário na última. 
No que se refere ao impacto da puberdade precoce sobre o indivíduo adulto, sabe-se 
que há redução na altura final esperada para a idade adulta, devido à soldadura precoce 
das epífises ósseas. A estatura pode inicialmente estar acima do padrão normal para 
a idade cronológica, pelo aumento da velocidade de crescimento devido ao estímulo 
dos esteróides sexuais sob a secreção do hormônio do crescimento (GH) e do fator de 
crescimento insulinóide tipo 1 (IGF-1). Ao final do processo, no entanto, ocorre o fe-
chamento precoce da cartilagem de crescimento, com estatura final abaixo do esperado 
para aquele indivíduo5. 
Parece não haver repercussões sobre a fertilidade e sobre a idade de ocorrência da 
menopausa. 
Um dos aspectos importantes na puberdade precoce é o psicossocial, uma vez que essas 
meninas tendem a ter o perfil psicológico compatível com a idade cronológica, ainda 
que seu aspecto físico seja o de um indivíduo mais velho. Isto leva a um conflito inter-
no e com o meio social e familiar, tornando essas meninas diferentes de suas colegas. 
Além disso, elas estão mais expostas ao risco de abuso sexual. 
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Pseudopuberdade Precoce
Representa cerca de 15 a 20% dos casos de puberdade precoce. Caracteriza-se pela 
elevação dos esteróides sexuais não associada à elevação dos níveis de GnRh, ou ainda 
elevação independentemente do estímulo gonadotrófico.
Causas•	
Ovariana−	 : a causa mais frequente é a presença de tumor ovariano, produ-
tor de esteróides sexuais, sendo que em 60% dos casos são tumores de células 
da granulosa. Outros tumores ovarianos também podem estar relacionados com a 
pseudopuberdade precoce, tais como arrenoblastomas, cistadenomas, gonadoblas-
tomas, carcinomas, tecomas, cistos ovarianos benignos (foliculares ou luteínicos) e 
tumores produtores de hCG.
Adrenal−	 : tumores adrenais produtores de estrogêneo (adenomas e adenocar-
cinomas), hiperplasia adrenal congênita.
Síndrome de McCune Albright−	 : pode estar presente em até 5% dos casos de 
pseudopuberdade precoce e se caracteriza por displasia óssea, hiperpigmentação da 
pele com manchas “café-com-leite” ou “costa do Maine” e precocidade sexual. O 
mecanismo de produção hormonal na síndrome de McCune Albright é autônomo, 
independentemente das gonadotrofinas.
Iatrogênica−	 : fonte exógena de hormônios, incluindo a ingestão de estrogênios 
orais ou uso de cremes contendo hormônios.
Hipotireoidismo primário−	 : pode estar relacionado com a puberdade precoce, 
embora o mais comum seja a puberdade retardada. O mecanismo parece ser reação 
cruzada entre TSH e FSH, com estímulo dos receptores FSH pelo TSH.
É importante lembrar que qualquer causa de pseudopuberdade precoce que causar ele-
vação crônica de esteróides sexuais pode levar secundariamente a ativação do eixo 
hipotálamo-hipófise-ovários pela sensibilização dos receptores centrais, levando à su-
perposição de um quadro de puberdade precoce verdadeira.
Precocidade sexual incompleta ou isolada
O desenvolvimento precoce isolado dos caracteres sexuais, também chamado de preco-
cidade sexual incompleta, é um quadro geralmente não patológico, sendo aparentemente 
uma variante do desenvolvimento puberal normal6. Deve ser sempre investigado, com 
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monitorização cuidadosa das curvas de crescimento e de outros sinais de maturação 
sexual, pois, eventualmente, pode ser um primeiro sinal de patologia. Citam-se:
 •	 Adrenarca prematura: pode ocorrer antes dos 8 anos e permanecer inalte-
rada ou com progressão lenta até a puberdade. Não há desenvolvimento mamário, 
mas pode ocorrer discreta aceleração da velocidade de crescimento, evidenciada 
pela estatura e maturação esquelética, avançadas para a idade, não comprome-
tendo a estatura final. Parece ser mais comum em crianças negras, hispânicas e 
obesas. Relaciona-se a aumento discreto de androstenediona, deidroepiandroste-
rona e sulfato de deidroepiandosterona. Eventualmente, esses indivíduos podem 
desenvolver anovulação, hirsutismo e hiperinsulinemia no menacme.
 •	 Telarca precoce: desenvolvimento mamário uni ou bilateral, sem desenvol-
vimento areolar ou de outros sinais puberais. Relativamente comum em meninas 
abaixo de 2 anos, provavelmente em decorrência de um aumento transitório de 
estrogênio ou por uma maior sensibilidade mamária a níveis baixos de estrogênio. 
Deve ser investigada causa iatrogênica. Não devem ser tratados com medicamen-
tos, merecendo controle da evolução do desenvolvimento puberal e da estatura até 
o inícioda puberdade normal. São úteis na avaliação a citologia hormonal vaginal, 
o teste com estímulo pelo GnRH, a idade óssea e a ultrassonografia pélvica. 
 •	 Menarca prematura: é rara a sua ocorrência isolada e as causas mais fre-
quentes a serem pesquisadas como diagnósticos diferenciais são: corpo estranho, 
infecções, trauma e neoplasia. Deve ser cuidadosamente investigada, pois é um 
diagnóstico de exclusão. O E2 deve manter-se em níveis pré-puberais.
Quadro clínico
Manifestação clínica variável, mas em geral a telarca precoce é o sinal mais comum, 
seguido pela aceleração do crescimento. Presença de secreção vaginal branca, inodora 
e assintomática. Perda sanguínea discreta e menstruação. Alteração no comportamento 
e labilidade emocional.
diagnóstico
O diagnóstico das diferentes formas de puberdade precoce é eminentemente clínico, 
baseado na observação das alterações dos sinais de desenvolvimento sexual secundário 
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e da velocidade de crescimento. Identificar etiologia, separando os casos patológicos 
dos distúrbios benignos do desenvolvimento puberal, tais como telarca e pubarca iso-
ladas.
Anamnese:•	 Caracterizar sintomas atuais e pregressos, antecedentes de doenças 
do sistema nervoso central (traumatismo craniano, epilepsia, malformações ou 
sequelas de infecção), exposição a esteróides sexuais exógenos, presença de cefa-
léia recorrente ou de dor abdominal sem causa específica. Cronologia do apareci-
mento dos eventos puberais. História familiar.
Exame físico•	 : Avaliação dos sinais de desenvolvimento dos caracteres sexuais 
secundários com estadiamento das mamas e pêlos segundo critérios de Tanner e 
Marshall. Avaliar o peso e a estatura, as curvas de crescimento e a idade estatu-
ral. Identificar a presença de manchas café-com-leite na pele e alterações ósseas 
características da síndrome de McCune Albrigth.
Propedêutica laboratorial•	
Dosagens hormonais: Devem ser solicitadas de acordo com a suspeita diagnóstica7. 
Gonadotrofinas: permitem o diagnóstico entre puberdade central ou periférica.
LH basal−	 : mais sensível que a dosagem do FSH basal. Concentrações basais 
de LH maiores que 0,6 UI/L pelo método imunofluorimétrico são suficientes para se 
estabelecer que a causa é central. 
LH após estímulo com 100 mg de GnRH:−	 dosar em 30,60, 90 e 120 minu-
tos; pico do LH ocorre entre os pontos de 60 e 90 minutos8. Valor de pico de LH/FSH 
> 1 ou LH > 10 IU/L são diagnósticos de teste puberal.
LH após estímulo com Acetato de leuprorrelina−	 (1 a 3,75 mg, IM): coleta 
basal e após 120 minutos da administração. Valores de LH acima de 10 mUI/mL após 
duas horas da aplicação indicativos de ativação do eixo hipotalâmico. Alguns autores 
sugerem a confirmação com a determinação de estradiol sérico em 24 horas, que se 
elevada confirma o diagnóstico. 
FSH basal−	 : dosagens não são úteis no diagnóstico de puberdade precoce cen-
tral, já que podem estar elevados no período pré-puberal. Porém a relação LH/FSH > 
1 sugere ativação puberal e valores muito baixos podem indicar puberdade precoce 
periférica. 
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Estradiol:−	 Pouco conclusivo, porém níveis elevados sugerem causa ovariana 
(tumores ou cistos funcionantes).
Androgênios−	 : nos casos de pubarca precoce e de suspeita de hiperplasia adre-
nal congênita, dosagem de testosterona e 17-hidroxiprogesterona; nos casos de viri-
lização com suspeita de tumores da suprarrenal ou tumor virilizante do ovário dosar 
sulfato de deidroepiandrosterona e androstenediona.
TSH e T4 livre:−	 nos quadros de suspeitos de hipotireoidismo primário, espe-
cialmente nos casos onde a idade óssea está atrasada.
HCG:−	 elevado nos casos de coriocarcinoma ovariano ou de tumor hepático 
produtor de HCG 
Hormônio do crescimento−	 : nos casos de baixa estatura e após tratamento 
radioterápico do sistema nervoso central.
Citologia vaginal−	 com análise do índice de maturação vaginal (índice de 
Frost): avaliação prática e objetiva da ação estrogênica. Presença de células interme-
diárias e superficiais caracteriza estímulo estrogênico; mais de 40% de células super-
ficiais sugerem estímulo estrogênico. Não ajuda a diferenciar a origem do estímulo 
estrogênico (central ou periférico), mas é útil no diagnóstico e no acompanhamento 
do tratamento.
Diagnóstico por imagem:
Raios X de mão e punho do lado não dominante−	 : avaliação da idade 
óssea. Métodos utilizados: Greulich-Pyle, RUS e Tanner-Whitehouse (Marcondes, 
1980). Uma diferença superior ou igual a dois desvios-padrões entre a idade óssea 
e a cronológica indica estímulo estrogênico sobre os ossos. Deve-se relacionar esta 
diferença com a idade da paciente, sendo significativa a diferença de 3 a 6 meses em 
pacientes de até 1 ano de idade, de 12 a 18 meses em pacientes com idade entre 1 e 
3 anos e de 2 anos em pacientes com idade superior a 3 anos. Medidas seriadas são 
importantes para monitorização do tratamento.
Ultrassonografia pélvica e abdominal:−	 Permite avaliação da genitália inter-
na, com identificação de sinais de estímulo gonadotrófico e exclusão da presença de 
tumores ovarianos sólidos ou císticos. Parâmetros ecográficos: útero de aspecto globo-
so, com diâmetro ântero-posterior do fundo maior que o do colo, com volume uterino 
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> 2 cc, presença de eco endometrial; ovários com volume > 1 cc, apresentando 6 ou 
mais folículos medindo mais de 4 mm8. Pode auxiliar na avaliação das suprarrenais, 
mas a RNM é o método de escolha.
Ressonância Nuclear Magnética e Tomografia Computadorizada:−	 Ava-
liação do SNC nos casos de puberdade precoce de origem central, principalmente, 
na identificação de malformações ou tumores. RNM é o método de escolha pela ca-
pacidade de identificar pequenas lesões tumorais como os hamartomas, devendo ser 
solicitada nas pacientes com suspeita de puberdade precoce verdadeira com antes dos 
6 anos de idade. 
Também está indicado a RNM abdominal nos casos suspeitos de tumor de adrenal e 
de ovário.
tratamento
Os objetivos do tratamento da puberdade precoce são:
Identificar a etiologia e tratar a causa quando possível; • 
Interromper o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários prematu-• 
ros até o início da puberdade em idade normal; 
Diminuir o impacto sobre a estatura final e o desenvolvimento psicossocial do • 
indivíduo, inclusive com diminuição do risco de abuso sexual 9 . 
O tratamento da puberdade precoce deve ser iniciado tão logo seja feito o diagnóstico, 
pois os estudos correlacionam a eficiência terapêutica à idade em que foi empregada a 
medicação. 
O tratamento de escolha para os casos de puberdade verdadeira são os agonistas do 
GnRH, que suprimem o eixo gonadotrópico e bloqueiam o desenvolvimento puberal. 
Estão indicados nos casos de reposta puberal do LH ao estímulo com GnRH; no avan-
ço rápido em 6 a 12 meses dos caracteres sexuais secundários, no avanço patológico 
da idade óssea e da velocidade de crescimento; na presença da menarca e ciclicidade 
menstrual em meninas menores de 7 anos. 
O tratamento em crianças com puberdade precoce próxima à idade normal mostra re-
sultados discretos. O uso de GH e agonistas do GnRH em indivíduos sem deficiência 
de GH deve ser vista como experimental10.
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Os mais empregados são os agonistas do GnRH de liberação lenta ou de depósito, pela 
via intramuscular ou subcutânea, que pela facilidade de uso, permitem maior aderência 
ao tratamento. A dose inicial pode ser de 3,75 mg (Leuprorrelina ou Triptorrelina, IM) 
ou 3,6 mg (Groserelina, SC) que é aplicada a cada 28 dias. Contudo, a dose deve ser au-
mentada se não houver supressão satisfatória do estradiol sérico, ou seja, este deve es-
tar abaixo de 10 pg/mL. Há ainda possibilidade de uso trimestral, mas são necessários 
mais estudos para avaliar se este esquema é superior ao tratamento clássico mensal. 
Estudosrecentes propõem o uso da histrelina, sobforma de implante, com bons resul-
tados na supressão das gonadotrofinas, por até um ano2. Essa formulação apresenta 
como principais vantagens, a facilidade de uso com maior aderência ao tratamento, e a 
diminuição da dor e do desconforto ligado à injeção mensal. 
A maioria dos autores sugere que os melhores resultados do tratamento são obtidos 
quando a idade óssea for inferior a 10 anos. Quando a resposta ao uso do análogo 
for abaixo do esperado, em termos de ganho estatural, deve-se avaliar a possibilidade 
de associação do GH. Não há ainda consenso sobre quando interromper o tratamento 
quando há boa resposta, sendo que alguns investigadores sugerem a idade óssea igual a 
12 anos e outros acreditam que poderia ser um a dois anos a mais do que esta idade. O 
uso dos análogos pode estar relacionado à diminuição da massa óssea.
O acompanhamento do tratamento deve ser trimestral com avaliação clínica e semes-
tral com ultrassonografia, dosagens hormonais e RX de mãos e punho.
Prognóstico
O prognóstico depende do agente causal, sendo mais reservado nos casos de tumores 
do SNC, ovários e adrenais. No que se refere à preservação da estatura final, parece 
haver uma relação direta com a idade de início do tratamento. Não existe impacto ne-
gativo sobre a função reprodutiva. 
O acetato de medroxiprogesterona e o acetato de ciproterona tem ação antigonadotró-
fica menos potente, mas são uma opção naqueles casos em que não é possível utilizar 
os análogos GnRH. Seus efeitos colaterais incluem ganho de peso no uso do AMP e a 
possibilidade de supressão do ACTH no caso da ciproterona. 
Nos casos de Síndrome de McCune Albright podem ser utilizados os inibidores da 
aromatase como o letrozole e o anastrozole para bloquear a produção excessiva de es-
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trogênio O tamoxifeno, modulador seletivo do receptor estrogênico, leva à diminuição 
dos episódios de sangramento, da velocidade de crescimento e da maturação óssea. O 
impacto sobre a altura final é incerto tanto com o uso do tamoxifeno quanto da aroma-
tase11. 
Conflito de interesse: Os autores declaram não haver conflito de interesse.
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