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Acadêmicas: Clara Melo Alberto, Eli-janilma dos Santos, Leticia Ribeiro, Rakel Agra, Sáthya Noronha. EMERGÊNCIAS MEDICAS EM ODONTOLOGIA- REAÇÕES ALÉRGICAS CONSIDERAÇÕES GERAIS EMERGÊNCIAS: Situações de emergência médica podem ocorrer no cotidiano profissional de qualquer cirurgião-dentista, mesmo que não sejam realizados procedimentos invasivos. O profissional e sua equipe (ASB, TSB e secretária) precisam estar preparados para tentar prevenir ou agir em situações emergenciais, com o intuito de garantir a saúde de seus pacientes. As situações de emergência e urgência são situações em que não pode haver uma demora no atendimento devendo ser imediato. Emergência e urgência se distinguem pela medida de tempo bem curta que pode significar a sobrevivência de um paciente. Em situações de emergência, o serviço deve ser prestado em um período curto de tempo que é geralmente considerado como não maior do que duas horas. Situações não emergenciais podem ser direcionados de atendimento ambulatorial emergência para atendimento ambulatorial convencional (Erazo, 2002). CONSIDERAÇÕES GERAIS REAÇÕES ALÉRGICAS: Alergias são um conjunto de reações causadas por hipersensibilidade do sistema imunitário a agentes que geralmente causam pouco ou nenhum problema na maioria das pessoas. Na reação alérgica o organismos responde de forma exagerada ao entrar em contato com uma substancia, a qual normalmente os indivíduos apresentam reações normais. As reações alérgicas são as emergências que mais confundem o CD, uma vez que se exige informações precisas e detalhadas na anamnese. O paciente pode relatar alguns eventos ocorridos em atendimentos anteriores os quais podem ser irrelevantes como sinal de alergia. O variados tipos e severidades das reações alérgicas dificultam o pronto atendimento e diagnostico pelo profissional. CONSIDERAÇÕES GERAIS Anticorpo: São substâncias encontradas no sangue ou tecidos e que respondem à administração de, ou reagem com, antígenos; diferem em estrutura (p. ex., IgE e IgG) e são capazes de desenvolver respostas diferentes (p. ex., Anafilaxia ou reação ao soro). Antígeno: Qualquer substância estranha ao hospedeiro capaz de ativar uma resposta imune (p. ex., alergia) pelo estímulo ao desenvolvimento de um anticorpo específico. Alérgeno: Um antígeno que pode desencadear sintomas de alergia. As reações alérgicas desencadeiam através do mecanismo de defesa do organismo onde se tem uma reação anticorpo e antígeno (alergênico). CONSIDERAÇÕES GERAIS FATORES PREDISPONENTES Antibióticos; Analgésicos; Anestésicos locais; Outras substâncias; FATORES PREDISPONENTES ANTIBIÓTICOS: As penicilinas tem destaque pois são responsáveis pelo maior numero de reações alérgicas. A via de administração tópica é mais provável para desencadear uma reação alérgica. Por via oral as chances são menores. As cefalosporinas apresentam estruturas semelhantes as penicilinas. Portanto, há a mesma probabilidade de ocorrer alergia. FATORES PREDISPONENTES ANALGÉSICOS: Na maioria dos casos, a “alergia à codeína” acaba por ser apenas um desagradável efeito colateral (dependente da dose), aparecendo como náuseas, vômitos, sonolência, disforia (inquietação) ou constipação. A incidência de alergia ao ácido acetilsalicílico é relativamente alta (estima-se que seja 0,2% a 0,9%), com sintomas que vão desde urticária leve até a reação anafilática. O uso de ibuprofeno deve ser evitado em pacientes alérgicos ao AAS , pelo risco potencial de alergia cruzada. FATORES PREDISPONENTES ANESTÉSICOS LOCAIS: A alergia aos anestésicos locais ocorre muito mais frequentemente em resposta aos anestésicos locais do tipo éster, como a procaína, propoxicaína, benzocaína, tetracaína e compostos relacionados a estes, como procaína penicilina G e a procainamida (uma medicação antiarrítmica). As manifestações alérgicas dos anestésicos locais podem variar de uma dermatite alérgica (a qual comumente ocorre entre os membros do consultório odontológico) ao típico broncospasmo da anafilaxia sistêmica fatal. Os bissulfitos de sódio tem potencial alérgico. Estando presentes em anestésicos locais com vasoconstritores. FATORES PREDISPONENTES OUTRAS SUBSTÂNCIAS: O látex presente nas luvas e nos lenções de borracha. Latéx presente no cartucho do anestésico local , deve ser considerado a um potencial risco de reação alérgica. Entretanto , não há relatos na literatura comprovando essa ligação. Anestésicos tópicos ,como: benzocaína e tetracaína. PREVENÇÃO Procurar identificar os pacientes de risco à alergia por meio da anamnese; Solicitar avaliação médica no caso de pacientes com história de alergia a medicamentos ou portadores de doenças de fundo alérgico. Nunca fazer teste de sensibilizantes no consultório ,porque mesmo pequenas quantidades podem desencadear uma reação alérgica grave em pacientes verdadeiramente alérgicos . Em pacientes com historia de alergia a fármacos específicos, fazer a substituição por medicamentos alternativos Quando for prescrever penicilinas e cefalosporinas , dar preferencia às preparações para uso por via oral. Nos asmáticos ,evitar prescrever a aspirina e os anti-inflamatórios não esteroides, substituindo-os por dipirona sódica e corticosteroides , como a dexametasona ou betametasona . MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS REAÇÕES CUTÂNEAS: Não são considerados situações de emergência; O angioedema localizado, é uma reação cutânea diagnosticada, pelo inchaço assimétrico, localizada na região perioral ou periorbital, sem a presença de prurido. O edema difuso e a urticaria são acompanhados de prurido e sensação de alfinetadas, apresentam ponto e placas avermelhadas por toda a pele, especialmente em face, antebraço, ventre e dorso. Tambem pode ser incluida nas reações cutâneas a rinite, caracterizada por congestão nasal e coriza e a conjuntivite. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS REAÇÕES RESPIRATÓRIAS: Broncoespasmos: Seus principais sinais são os chiados respiratórios e o uso de músculos acessórios na respiração. Edema de laringe: Não é uma complicação comum e pode der diagnosticada quando pouco ou nenhum movimento de ar é ouvido ou percebido, apesar dos movimentos respiratórios exagerados do paciente. A obstrução parcial da laringe produz um som estridente, diferente do chiado respiratório observado no bronco espasmo, enquanto a obstrução total é silenciosa e caracterizada por movimentos da caixa torácica. O paciente torna-se cianótico e logo perde a consciência devido a falta de oxigenação. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CHOQUE ANAFILÁTICO: Caracteriza-se por uma sequencia de fenômenos patológicos que o tornam potencialmente ameaçador a vida. Podem ocorrer após a primeira injeção de determinados medicamentos ou substancias, como a morfina ou meio de contrastes radiológicos TRATAMENTO ALERGIA ALEGADA EM RELAÇÃO AOS ANESTÉSICOS LOCAIS TRATAMENTO ODONTOLÓGICO ELETIVO Quando há uma história questionável de alergia, os anestésicos locais não devem ser administrados. O atendimento odontológico eletivo que exija anestesia local, seja tópica ou injetável, deve ser postergado, até que uma avaliação completa seja concluída por um indivíduo competente. O atendimento odontológico que não exija anestesia injetável ou tópica pode ser realizado durante este período. TRATAMENTO ALERGIA ALEGADA EM RELAÇÃO AOS ANESTÉSICOS LOCAIS TRATAMENTO ODONTOLÓGICO DE EMERGÊNCIA Neste caso, o paciente pode chegar ao consultório com uma dor exacerbada e necessitando de uma extração e com uma suposta alergia a um tipo de anestésico. A conduta mais prática para esses casos emergenciais seria: 1- Consulta imediata com uma pessoa capaz de testar o paciente para a alergia aos anestésicos locais. O tratamento deve ser adiado por completo, se possível. Se presente, a dor pode ser controlada com analgésicos administrados por via oral e a infecção, controlada com antibióticos. TRATAMENTO ALERGIA ALEGADA EM RELAÇÃO AOS ANESTÉSICOS LOCAIS TRATAMENTO ODONTOLÓGICO DE EMERGÊNCIA 2- A segunda abordagem seria utilizar a anestesiageral em lugar de anestesia local para tratar a emergência odontológica. Embora a anestesia geral seja muito útil e seja também uma técnica relativamente segura quando devidamente realizada, existem complicações e problemas associados com seu uso, sem contar com o fato de que ela não se encontra disponível na maioria dos consultórios odontológicos. No entanto, a anestesia geral continua a ser uma alternativa viável para a anestesia local no tratamento do paciente “alérgico”, desde que sejam realizadas em instalações adequadas e que uma equipe bem treinada esteja disponível para a sua administração. TRATAMENTO ALERGIA ALEGADA EM RELAÇÃO AOS ANESTÉSICOS LOCAIS TRATAMENTO ODONTOLÓGICO DE EMERGÊNCIA 3- Uma terceira opção a considerar quando o tratamento de emergência é necessário e a anestesia geral não está disponível é o uso de um bloqueador de histamina, como a difenidramina, como anestésico local para o controle da dor durante o tratamento odontológico. A maioria dos anti-histamínicos injetáveis possui propriedades anestésicas locais. Vários deles são mais potentes anestésicos locais do que a procaína. A difenidramina tem sido o anti-histamínico mais comumente utilizado com este propósito. Usada em uma solução a 1% com adrenalina 1:100.000, a difenidramina produz anestesia pulpar com duração de até 30 minutos. TRATAMENTO ALERGIA ALEGADA EM RELAÇÃO AOS ANESTÉSICOS LOCAIS ALERGIA AO ANESTÉSICO LOCAL CONFIRMADA Se a alergia for limitada aos anetésicos locais do tipo éster, as amidas podem ser utilizadas porque a alergenicidade cruzada, embora possível, é muito rara. Se a alergia ao anestésico local tiver sido na verdade uma alergia ao conservante parabeno, um anestésico local do tipo amida pode ser injetado, se ele não contiver qualquer conservante. Em algumas ocasiões, no entanto, pode ser relatado que o paciente seja alérgico a todos os medicamentos terminados em “caína”. Recomenda-se que este relatório sofra um exame minucioso e que o método pelo qual esta conclusão foi alcançada deva ser reexaminado (Que exames, se houver, foram realizados? Por quem? Soluções puras foram utilizadas? Ou conservantes também estavam presentes?). TRATAMENTO REAÇÕES CUTÂNEAS TARDIAS Reconhecimento do problema(coceira, urticária, edema, ruborização da face); Interromper o tratamento odontológico; Ativar a equipe de emergência do consultório; Posicionar o paciente confortavelmente; Acessar e realizar o suporte básico de vida, conforme necessário; Ativar a equipe de emergências médicas se o paciente não se recuperar imediatamente; Providenciar tratamento definitivo, conforme necessário; Administrar um bloqueador de histamina oral(ao paciente é então fornecida uma receita de difenidramina ou clorfeniramina a ser administrada por via oral a cada 4 a 6 horas, por 2 a 3 dias), se necessário; Consulta com o médico para futuros tratamentos odontológicos. TRATAMENTO REAÇÕES CUTÂNEAS RÁPIDO Reconhecimento do problema (coceira, urticária, edema, ruborização da face); Interromper o tratamento odontológico; Ativar a equipe de emergência do consultório; Posicionar o paciente confortavelmente; Acessar e realizar o suporte básico de vida, conforme necessário; Ativar a equipe de emergências médicas se o paciente não se recuperar imediatamente; Providenciar tratamento definitivo, conforme necessário: nenhum envolvimento do SNC ou respiratório, administrar um bloqueador de histamina IM, permitir a recuperação e liberação do paciente Há envolvimento do SNC e/ou respiratório: reposicionar o paciente em posição supina com as pernas elevadas administrar O2 e realizar punção venosa, administrar adrenalina (SC, IM, IV), solicitar assistência médica (caso não tenha sido feito anteriormente) , administrar um bloqueador de histamina IM, permitir a recuperação e liberação do paciente. TRATAMENTO REAÇÕES RESPIRATÓRIAS: BRONCOESPASMO Reconhecimento do problema(chiado, uso da musculatura acessória da respiração) Interromper o tratamento odontológico; Ativar a equipe de emergência do consultório; Posicionar o paciente confortavelmente; Acessar e realizar o suporte básico de vida, conforme necessário; Remover materiais da boca do paciente; Tranquilizar o paciente ; Providenciar tratamento definitivo, conforme necessário; Ativar o serviço médico de emergência; Administrar broncodilatador (inalação, IM, SC, IV); Monitorar os sinais vitais; Ativar o serviço médico de emergência caso o paciente não se recupere imediatamente Administrar bloqueador de histamina (IM); Hospitalizar ou liberar o paciente. TRATAMENTO REAÇÕES RESPIRATÓRIAS: EDEMA DE LARINGE Reconhecimento do problema (dificuldade respiratória, movimentos torácicos exagerados, som agudo ou nenhum som, cianose, perda de consciência) Interromper o tratamento odontológico; Ativar a equipe de emergência do consultório; Posicionar o paciente confortavelmente, se consciente, posição supina, se inconsciente; Acessar e realizar o suporte básico de vida conforme o necessário; Providenciar tratamento definitivo, conforme necessário; Ativar o serviço médico de emergência; Administrar adrenalina (IM, IV); Manter a permeabilidade das vias aéreas (inclinação da cabeça-elevação do mento; cânulas nasofaríngea ou orofaríngea); Administrar O2; Administrar medicamentos adicionais: bloqueador de histamina, corticosteroides (IM, IV); Cricotireoidostomia, conforme necessário. TRATAMENTO REAÇÕES RESPIRATÓRIAS: REAÇÃO ANAFILÁTICA GENERALIZADA Reconhecimento do problema(nenhum sinal e sintoma de alergia presente); Interromper o tratamento odontológico; Ativar a equipe de emergência do consultório; Posição supina com os pés ligeiramente elevados; Acessar e realizar o suporte básico de vida, conforme necessário; Providenciar tratamento definitivo, conforme necessário; Ativar o serviço médico de emergência; Administrar O2; Monitorar os sinais vitais; Estabilizar e transporter o paciente; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Histórico medico Idade Gênero Posição Sinais e sintomas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ERAZO, G. A. C. Manual de Urgências em Pronto Socorro. 7. ed. São Paulo: Medsi, 2002. ANDRADE, Eduardo dias de. et al. Terapêutica medicamentosa em odontologia. 3 ed. São Paulo : artes medicas,2014. MALAMED, Stanley F. Manual de anestesia local . 6 ed. São Paulo: elsevier, 2013. MALAMED, Stanley F. Emergência medica em odontologia. 7 ed. São Paulo: elsevier, 2016. HUPP, James R. ;ELLIS III, Edward; TUCKER, Myron R. . Cirugia oral e maxilofacial contemporânea. 5 ed. Rio de Janeiro: elsivier,2008.
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