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Complicações em anestesia local

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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 9
COMPLICAÇÕES 
EM ANESTESIA LOCAL
Abrahão Cavalcante Gomes de Souza Carvalho 
Pâmela Leticia dos Santos 
Ricardo José de Holanda Vasconcellos
INTRODUÇÃO
A anestesia local tem sido amplamente utilizada na prática ambulatorial da Odontologia, 
trazendo conforto por meio do controle da dor durante os procedimentos odontológicos. 
Os estudos que envolvem a farmacologia dos agentes anestésicos, as técnicas anestésicas e 
a prevenção de intercorrências associadas a essa prática têm sido extensamente realizados, 
com o intuito de se conseguir um procedimento anestésico eficaz, com um controle profundo 
da dor e com diminuição dos riscos associados à prática anestésica.
Entre os acidentes e as complicações que acontecem durante o atendimento odontológico, 
a anestesia é um momento de extrema importância para a realização do atendimento, pois 
está associada à garantia de conforto do paciente que está se submetendo ao tratamento. 
Entre as emergências médicas no consultório odontológico, mais da metade dos casos ocorre 
durante ou imediatamente após a realização da anestesia local.
Apesar de existirem grandes vantagens e uma boa margem de segurança na realização do 
procedimento anestésico local, o cirurgião‑dentista (CD) deve estar atento aos riscos de 
complicações que podem estar associados a essa prática. A atuação do profissional deve ser 
completa, desde uma conduta preventiva até um preparo técnico‑científico para conduzir 
uma intercorrência durante o procedimento de anestesia local.
PRO-ODONTO Implante 94 - 1.indd 9 23/09/2015 17:31:09
Dr. Breno Benevides
Realce
10 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
As complicações em anestesia local apresentam uma baixa incidência, representando menos de 
1% dos casos. No entanto, a sua ampla utilização na Odontologia faz com que o profissional 
se depare, em sua prática, com essas intercorrências, que podem ocorrer em nível sistêmico 
ou local. Essa segurança relatada pode variar principalmente nos ambientes de formação, 
como nos cursos de graduação e de pós‑graduação.
Outro fator importantíssimo relacionado às complicações anestésicas dizem respeito aos 
fármacos utilizados. A grande variedade de fármacos anestésicos e vasoconstritores faz com 
que o profissional precise conhecer a fundo as propriedades farmacológicas deles, para não 
incorrer em erros de indicação em situações especiais como na paciente gestante, no paciente 
cardiopata, diabético entre outros.
Uma técnica anestésica segura, com minimização dos riscos de acidentes, também envolve 
um bom embasamento anatômico por parte do profissional. O conhecimento dos planos 
anatômicos e de suas topografias é fundamental, principalmente para a realização dos blo‑
queios regionais e das anestesias tronculares.
O CD que apresenta um bom domínio da técnica da anestesia local, com um conhecimento 
teórico, atualizado acerca das condições clínicas do paciente e das propriedades farmaco‑
lógicas do anestésico local, pode minimizar os acidentes e as complicações em sua prática.
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 11
OBJETIVOS
Após a leitura deste artigo, o leitor poderá:
�� realizar uma revisão crítica da literatura acerca das complicações relacionadas ao uso 
do anestésico local em Odontologia;
�� revisar a prevenção das complicações sistêmicas e locais da anestesia local;
�� discutir a conduta frente ao manejo dos casos baseados na literatura vigente;
�� identificar as principais complicações relacionadas à anestesia local e tratá‑las conforme 
a literatura mais atual preconiza.
ESQUEMA CONCEITUAL
Como prevenir
Complicações sistêmicas
Superdosagem
Meta‑hemoglobinemia
Colinesterase plasmática atípica
Hipertermia maligna
Alergia
Interação medicamentosa
Antidepressivos tricíclicos
Sedação opioide
Inibidores do metabolismo
Cocaína
Complicações e acidentes locais
Fratura da agulha
Dor ou queimação durante a injeção
Anestesia ou parestesia persistente
Trismo
Lesão e necrose dos tecidos
Paralisia do nervo facial
Hematoma
Caso clínico
Conclusão
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12 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
COMO PREVENIR
A melhor forma para conduzir as complicações associadas à anestesia local é evitar que elas 
aconteçam. A prevenção é uma grande estratégia, da qual o CD deve lançar mão diminuindo 
as incidências desses acidentes em sua prática diária. Muitas vezes, existem maus hábitos dos 
profissionais, negligências e imprudências.
Quanto às complicações de origem sistêmicas, a melhor forma de se prevenir é 
realizar uma boa anamnese e um detalhado exame clínico no paciente. Aqueles 
que apresentam histórias de alterações sistêmicas têm um risco aumentado de 
desenvolver complicações na anestesia local.
No exame clínico do paciente, identificar os sinais vitais antes do procedimento anestésico 
é de suma importância. Após a infiltração de anestésico no paciente, há uma tendência de 
elevação da pressão arterial (PA) do paciente por ação dos vasoconstritores do anestésico, 
além da ansiedade e da dor associadas à punção e à infiltração do fármaco.
Conhecer os sinais vitais antes do procedimento pode evitar uma crise hipertensiva 
no paciente durante ou após a anestesia.
Outro fator importante é a monitoração dos sinais vitais durante o procedimento. Não é 
rotina no consultório odontológico realizar um monitoramento do paciente durante o seu 
atendimento. No entanto, uma queixa clínica dele no transoperatório seria melhor avaliada e 
conduzida com a sua monitoração. Nesse contexto, é fundamental a identificação do estado 
físico e sistêmico do paciente.
A classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA) sobre o estado físico do paciente 
em relação aos riscos para a anestesia geral tem sido utilizada na identificação da condição 
sistêmica dos pacientes, sendo dividida em seis categorias (Quadro 1).
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grupoa
Realce
Autores: validar todos os quadros e tabelas do artigo, por gentileza!
| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 13
Quadro 1
CLASSIFICAÇÃO DA AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS
Estado 
físico
Descrição
Mortalidade 
perioperatória
ASA 1 (P1) Paciente sadio, sem alterações orgânicas 0,06 a 0,08%
ASA 2 (P2) Paciente com alteração sistêmica leve ou modera‑
da causada pela doença cirúrgica ou por doença 
sistêmica
0,27 a 0,40%
ASA 3 (P3) Paciente com alteração sistêmica grave de qualquer 
causa com limitação funcional
1,8 a 4,3%
ASA 4 (P4) Paciente com alteração sistêmica grave que repre‑
senta risco de vida
7,8 a 23%
ASA 5 (P5) Paciente moribundo que não é esperado sobreviver 
sem cirurgia
9,4 a 51%
ASA 6 (P6) Paciente doador de órgãos
E Condição de emergência
Fonte: ASA Physical Status Classification System (www.asahq.org).
Embora a classificação ASA seja para anestesia geral, tem‑se, por analogia, aplicado a mesma 
classificação para os pacientes ambulatoriais. Nesses casos, é importante que o profissional 
classifique o paciente enquadrando‑o no ASA de 1 a 4, já que os pacientes ASA 5 e 6 são 
de ambiente hospitalar, e entendendo os riscos que os pacientes ASA 3 já representam, por 
não estarem compensados em suas doenças de base, além dos riscos que pacientes ASA 4 
podem apresentar durante procedimentos odontológicos não cirúrgicos.
Cada perfil de paciente pode ter uma especificidade na prevenção de complicações 
anestésicas.
Pacientes cardiopatas devem ter um planejamento mais preciso quanto à quantidade de anes‑
tésico utilizada, devendo‑se ponderar o uso de vasoconstritores para eles. A American Heart 
Association (AHA) orienta o uso restrito de anestésico com vasoconstritores em cardiopatas, 
com limitação do vasoconstritor a 0,04mg por consulta, o equivalente a:
�� 1 tubete na diluição 1:50.000;
�� 2 tubetes na diluição 1:100.000;
�� 4 tubetes nadiluição 1:200.000.
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14 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
O Quadro 2 apresenta o cálculo da dosagem de vasoconstritor para pacientes cardiopatas.
Quadro 2
CÁLCULO DE DOSE DO VASOCONSTRITOR (ADRENALINA)
�� Diluição 1:100.000 = 1g em 100.000mL
�� Diluição 1:100.000 = 1.000mg em 100.000mL = 1mg em 100mL
�� Diluição 1:100.000 = 0,01 em 1mL = cada mL contém 0,01mg
�� Dosagem máxima 0,04mg para cardiopatas
�� E em um paciente cardiopata? 0,04mg = 4mL (+/‑ 2 tubetes com 1,8mL)
�� Diluição 1:200.000 = 0,005 em 1mL = cada mL contém 0,005mg
�� Diluição 1:200.000 = 0,04mg = 8mL (+/‑ 4 tubetes com 1,8mL)
Fonte: Autores.
No procedimento anestésico, pacientes saudáveis podem receber até 0,2mg de vasoconstri‑
tor por procedimento, respeitando‑se a dosagem máxima do sal anestésico. Pacientes que 
apresentam obesidade moderada ou mórbida podem aumentar os riscos de complicações, 
principalmente envolvendo vias aéreas, que, normalmente, são debilitadas nesses pacientes.
Extremos de idade, como pacientes pediátricos, que apresentam margem menor entre a 
dose efetiva e a dose tóxica do anestésico, ou pacientes geriátricos, que podem apresentar 
outros problemas de base, podem ter risco aumentado para desenvolverem complicações 
desta natureza.
Pacientes gestantes têm os anestésicos em grupo de risco B (lidocaína) e C (mepivacaína) 
para a gestação, além de vasoconstritores que podem acelerar ou induzir o trabalho de parto, 
como acontece com a felipressina.
O profissional precisa identificar as especificidades de cada paciente para selecionar 
o fármaco que melhor se aplica a cada situação.
No Quadro 3, são apresentadas as especificações de risco para uso de medicamentos durante 
a gravidez, de acordo com a Food and Drug Administration (FDA) .
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grupoa
Realce
de que natureza (“desta natureza” ao fim do parágrafo). De problema das vias aéreas, conforme fim da frase anterior? Ou complicações gerais, decorrentes da anestesia?
| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 15
Quadro 3
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO MEDICAMENTOSO NA GRAVIDEZ 
SEGUNDO A FOOD AND DRUG ADMINISTRATION
Risco A Estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas não mostraram 
risco de aumento de incidência de anormalidades fetais.
Risco B Estudos em animais não mostraram evidências de efeitos prejudiciais no 
feto, embora não existam adequados e bem controlados estudos em 
mulheres grávidas.
Risco C Estudos em animais mostraram efeitos adversos e não há estudos adequados 
e bem controlados em mulheres grávidas.
Risco D Estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas mostraram 
riscos ao feto; entretanto, os benefícios da terapia devem ser comparados 
ao potencial risco.
Risco X Estudos adequados e bem controlados em animais e em mulheres grávidas 
mostraram evidências positivas para anomalias fetais. O uso do produto 
é contraindicado em mulheres que estão ou que podem estar grávidas.
Fonte: Adaptado de Giglio e colaboradores, (2010).
Em uma circunstância local, a prevenção de acidentes pode ser realizada por meio de uma 
boa técnica anestésica, evitando maus hábitos, como deformar a agulha, angulando‑a para 
“facilitar” o acesso aos bloqueios anestésicos. Essa prática deve ser abolida pelos CDs, pois 
fragiliza a agulha no ponto de união entre a haste da agulha e o canhão (parte de plástico 
que serve para rosquear na seringa tipo carpule), aumentando o risco de fratura da agulha 
durante a anestesia.
Pacientes pediátricos ou pacientes especiais que apresentam dificuldade de cola‑
boração com o procedimento anestésico devem estar devidamente contidos, pois 
movimentos bruscos por parte deles pode levar à fratura da agulha.
A prática de utilizar tubetes anestésicos para armazenar soluções para irrigação endodôntica 
também já foi relatada como uma causa de acidentes. A falta de identificação dos anestu‑
bes pode levar o CD a infiltrar agentes de desinfecção como o hipoclorito no interior dos 
tecidos, o que pode causar uma irritação local importante, com toxicidade local e com risco 
de necrose tecidual.
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grupoa
Realce
de qual produto?
grupoa
Realce
há uma dúvida ali na última linha do quadro 3 acima, na palavra "produto!
16 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
Deve‑se observar o meio de conservação do anestube. Muitas vezes, o hábito de 
conservar o anestésico em álcool 70% pode levar a uma absorção por meio do 
diafragma ou do êmbolo poroso do anestube. Isso pode contaminar o anestésico 
com álcool 70%, o que pode levar a uma toxicidade local após sua infiltração.
Dessa forma, para a prevenção de acidentes, é de suma importância que o CD tenha uma 
boa formação acerca:
�� da farmacologia dos anestésicos locais;
�� da anatomia relacionada com a região a ser anestesiada;
�� das técnicas anestésicas que podem ser utilizadas na Odontologia.
1. Sobre a prevenção de complicações em anestesia local, marque V (verdadeiro) e F (falso).
( ) Quanto às complicações de origem sistêmica, a melhor forma de se prevenir é realizar 
uma boa anamnese.
( ) Pacientes que apresentam histórias de alterações sistêmicas têm um risco aumentado 
de desenvolver complicações na anestesia local.
( ) Após a infiltração de anestésico no paciente, há uma tendência de queda da PA do 
paciente.
Qual é a sequência correta?
A) V – F – V.
B) F – V – F.
C) V – V – F.
D) F – F – V.
Resposta no final do artigo
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 17
2. Como é classificado, quanto aos riscos para anestesia geral, pela ASA, um paciente com 
alteração sistêmica leve ou moderada causada pela doença cirúrgica ou por doença 
sistêmica?
A) Como ASA 1.
B) Como ASA 2.
C) Como ASA 3.
D) Como ASA 4.
Resposta no final do artigo
3. A mortalidade perioperatória de um paciente classificado como ASA 4 é de:
A) 0,06% a 0,08%.
B) 0,27% a 0,40%.
C) 1,8% a 4,5%.
D) 7,8% a 23%.
Resposta no final do artigo
4. Qual é a quantidade de adrenalina/tubete presente em uma solução anestésica contendo 
adrenalina na concentração de 1:100.000?
A) 0,0180mg.
B) 0,36mg.
C) 1,8mg.
D) 0,0018mg.
Resposta no final do artigo
5. Pacientes saudáveis podem receber até ........ de vasoconstritor por procedimento, 
respeitando‑se a dosagem máxima do sal anestésico.
A) 0,1mg.
B) 0,2mg.
C) 0,3mg.
D) 0,4mg.
Resposta no final do artigo
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18 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
6. Correlacione as colunas com a classificação de risco medicamentoso na gravidez segundo 
a FDA.
(1) Risco A
(2) Risco B
(3) Risco C
(4) Risco D
(5) Risco X
( ) Estudos em animais mostraram efeitos adversos e não há estudos 
adequados e bem controlados em mulheres grávidas.
( ) Estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas mos‑
traram riscos ao feto; entretanto, os benefícios da terapia devem ser 
comparados ao potencial risco.
( ) Estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas não 
mostraram risco de aumento de incidência de anormalidades fetais.
( ) Estudos em animais não mostraram evidências de efeitos prejudiciais 
no feto, embora não existam adequados e bem controlados estudos 
em mulheres grávidas.
( ) Estudos adequados e bem controlados em animais e em mulheres 
grávidas mostraram evidências positivas para anomalias fetais. O 
uso do produto é contraindicado em mulheres que estão ou que 
podem estar grávidas.
Qual é a sequência correta?
A) 2 – 4 – 1 – 3 – 5.
B) 4 – 2 – 1 – 5 – 3.
C) 3 – 4 – 1 – 2 – 5.
D) 5 – 3 – 1 – 4 – 2.
Resposta no final do artigo
COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS
O procedimento mais frequente na prática odontológica é a anestesia local e, comparativa‑
mente ao número de anestesias realizadas no Brasil, poucas são as complicações sistêmicas 
relevantes. Para a maioria dos pacientes, não há preocupaçãopara a obtenção da anestesia 
eficaz e segura, somente são necessários cuidados para a realização da anestesia local.
Alguns indivíduos apresentam alterações sistêmicas que podem contraindicar de forma relativa 
ou absoluta a anestesia local. Entre essas complicações, destacam‑se:
�� superdosagem;
�� meta‑hemoglobinemia;
�� colinesterase plasmática atípica;
�� hipertermia maligna;
�� alergia;
�� interações medicamentosas.
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Dr. Breno Benevides
Realce
| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 19
SUPERDOSAGEM
A superdosagem é o aumento excessivo dos níveis sanguíneos de determinado fármaco em 
vários órgãos ou em tecido‑alvo. Ela pode estar associada a fatores relacionados ao paciente 
e/ou ao fármaco.
Em relação ao paciente, os fatores que influenciam a ocorrência da superdosagem incluem:
�� gênero;
�� peso;
�� interação medicamentosa;
�� doenças sistêmicas e genéticas.
Já em relação aos fatores que influenciam a ocorrência da superdosagem relacionada ao 
fármaco, deve‑se considerar (Malamed e colaboradores, 2005):
�� concentração;
�� dose;
�� vasoatividade;
�� via de administração;
�� velocidade de injeção;
�� vasoconstritores.
O nível plasmático do fármaco está na dependência da velocidade de absorção, distribuição 
e eliminação. Dessa forma, segundo López e colaboradores (2008), os níveis elevados de 
anestésico local podem resultar de:
�� administração excessiva do fármaco;
�� administração intravenosa do fármaco;
�� biotransformação lenta do fármaco;
�� eliminação lenta do fármaco;
�� absorção rápida do anestésico local.
Entre os fatores mencionados, o mais comum de acarretar a superdosagem é a administra-
ção excessiva de anestésico local em relação à massa corpórea do paciente, fato que, 
geralmente, ocorre por realizar uma sessão longa envolvendo todos os quadrantes, uso de 
solução anestésica sem vasoconstritor e ultrapassagem da dose máxima.
PRO-ODONTO Implante 94 - 1.indd 19 23/09/2015 17:31:11
20 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
A Tabela 1, descrita por Andrade e colaboradores, em 2013, mostra as doses máximas, má‑
ximo absoluto e número de tubetes de cada sal de anestésicos locais.
Tabela 1
DOSE MÁXIMA, MÁXIMO ABSOLUTO E NÚMERO DE TUBETES 
DE CADA SAL DE ANESTÉSICOS LOCAIS
Solução de 
anestésico local
Dose máxima 
(mg/Kg)
Máximo 
absoluto (mg)
Número de 
tubetes
Bupivacaína 0,5% 1,3 90 10
Lidocaína 2% 4,4 300 8,3
Lidocaína 3% 4,4 300 5,5
Mepivacaína 2% 4,4 300 8,3
Mepivacaína 3% 4,4 300 5,5
Prilocaína 3% 6,0 400 7,4
Articaína 4% 7,0 500 6,9
Fonte: 5.Eduardo Dias de Andrade; Francisco Carlos Groppo; Maria Cristina Volpato; Pedro Luiz Rosalen; José Ranali. Farma‑
cologia, Anestesiologia e Terapêutica em Odontologia. 1 ª ed . Artes Medicas, 2013.
As doses máximas de cada sal de anestésicos locais sugeridas pelos fabricantes 
pressupõem a administração em indivíduos saudáveis. Todavia, em pacientes com‑
prometidos sistemicamente, idosos e sob uso de determinadas medicações, há 
necessidade de redução da dose total.
Por exemplo, pelo fato de as soluções de anestésico do tipo amida realizarem a metaboliza‑
ção no fígado, os pacientes com insuficiência hepática podem eliminar a solução de modo 
inadequado; dessa forma, o volume normal do anestésico vai se tornar potencialmente tóxico.
O mesmo ocorre em pacientes com insuficiência renal, pois o anestésico local não é total‑
mente excretado pela urina, acumulando‑o no organismo (Singh, 2012). Para esses casos, 
o fármaco indicado é a articaína, pois é biotransformada pelas colinesterases plasmáticas e 
teciduais e gera um metabólito inativo, com toxicidade cardíaca e neurológica irrelevante 
(Almeida e colaboradores, 2001; Soares e colaboradores, 2006).
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 21
Em crianças, por causa de sua menor massa corpórea, há maior risco de superdosagem, 
especialmente quando o CD estabelece um plano de tratamento que envolve a boca 
toda em uma única sessão. O anestésico local com indicação para crianças é a lidocaína 
2%, com epinefrina 1:100.000, por sua eficácia e segurança.
Os outros fármacos (articaína, mepivacaína e prilocaína) são mais concentrados, atingin‑
do níveis tóxicos com menor volume injetado em comparação com a lidocaína. Outra 
opção para evitar a superdosagem em pacientes pediátricos é a bupivacaína, porém, 
por conta de sua anestesia prolongada, aumenta o risco à lesão traumática em tecido 
mole após o procedimento (Wannmacher & Ferreira, 2012).
No intuito de prevenir a superdosagem, é necessário considerar, antes do atendimento 
odontológico do paciente, qual é a dose máxima que pode ser administrada com segurança. 
Para isso, existem alguns valores estimados, pois há uma variação na resposta dos indivíduos.
As doses dos anestésicos locais são apresentadas em miligrama (mg) do fármaco por unida‑
de de peso corpóreo (Malamed e colaboradores, 2005). É possível visualizar a maneira de 
realizar o cálculo da dose máxima e do número de tubetes anestésicos de lidocaína a 2% 
sem vasoconstritor que podem ser administrados em pacientes com peso corpóreo de 30Kg 
e de 70kg na Figura 1.
Figura 1 – Cálculo da dosagem da solução anestésica lidocaína para pacientes com massa corpórea de 30Kg 
e de 70Kg.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
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grupoa
Realce
Autores: essa figura será redesenhada e ficará nítida!
22 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
Os sinais e os sintomas em casos de os níveis máximos do fármaco serem atingidos 
ou ultrapassados referem‑se, principalmente, ao sistema nervoso central (SNC) 
e cardiovascular. Na toxicidade leve, os sinais e os sintomas incluem taquicardia, 
hipertensão, sonolência, confusão e gosto metálico, e iniciam de 5 a 10 minutos 
após a anestesia local.
Os sinais progressivos da superdosagem em anestesia, após 15 minutos, são tremo‑
res, alucinações, hipotensão e bradicardia. Os sinais tardios incluem inconsciência, 
convulsões tônico‑clônicas, disritmias, parada respiratória e circulatória (Finder & 
Moore, 2002; López e colaboradores, 2008).
O tratamento imediato da superdosagem deve abordar tanto as convulsões como a depres‑
são respiratória. Para os quadros convulsivos, coloca‑se o paciente em decúbito dorsal e, 
embora raramente necessário, deve‑se administrar um anticonvulsivante, como o diazepam 
intravenoso 5mg ou 10mg ou midazolam, em convulsões persistentes.
Já na presença de depressão respiratória decorrente da superdosagem, o tratamento inclui 
monitorar os sinais vitais e a manutenção da via aérea. No caso de o paciente estar incons‑
ciente, deve‑se administrar oxigênio suplementar e, se necessário, solicitar assistência médica 
(Finder & Moore, 2002; Moore e colaboradores, 2010; Cummings e colaboradores, 2011).
META-HEMOGLOBINEMIA
A meta‑hemoglobinemia é uma reação sistêmica adversa, incomum, dose dependente, que 
provoca alterações no transporte sanguíneo do oxigênio. A meta‑hemoglobinemia pode se 
originar de duas formas:
�� congênita: decorrida de alterações enzimáticas na hemoglobina;
�� adquirida: resultante da exposição a fármacos ou a toxinas, como nitratos e anesté‑
sicos locais.
Neste artigo, a ênfase será dada à meta‑hemoglobinemia adquirida por exposição aos anes‑
tésicos locais. Entre eles, a meta‑hemoglobinemia está associada principalmente à prilocaína; 
no entanto, também pode ocorrer com o uso de articaína (Finder & Moore, 2002; Singh, 
2012; Andrade e colaboradores, 2013).
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 23
Para saber mais:
Em situação normal, 99% das moléculas de hemoglobina ligam‑se aos íons ferrosos 
(Fe2+), que apresentam menor afinidade com o oxigênio. Dessa forma, quando a he‑
moglobina passa pelos tecidos, libera oxigênio e liga‑se ao dióxido de carbono (CO2), 
realizandoo inverso ao passar pelos capilares pulmonares, isto é, libera CO2 e liga‑se ao 
oxigênio. Porém, o Fe2+ é instável e sofre oxidação constantemente, sendo convertido 
em íon férrico (Fe3+). Assim, para garantir que a oxigenação ocorra, o sistema enzimático 
citocromo β‑5 meta‑hemoglobina redutase catalisa o Fe3+ em Fe2+ de forma contínua 
(Malamed e colaboradores, 2005).
No entanto, com relação a pacientes submetidos à anestesia local com prilocaína, ela é meta‑
bolizada nos radicais ortoluidina e n‑propilanina. O radical ortoluidina inibe a ação do sistema 
enzimático citocromo β‑5 meta‑hemoglobina redutase, gerando o aumento da concentração 
do Fe3+, que se liga à hemoglobina, formando a meta‑hemoglobina.
Nessa forma, o íon possui alta afinidade com o oxigênio proveniente dos capilares pulmonares 
e não permite a sua liberação nos tecidos. Assim, ele não cumpre seu papel de carreador de 
oxigênio e removedor de CO2 dos tecidos.
Na meta‑hemoglobinemia, os sinais clínicos são observados com níveis de meta‑he‑
moglobina variando entre 35% e 40%, ocorrem após 3 a 4 horas da administração 
do fármaco e podem persistir por até 14 horas, portanto os pacientes desenvolvem 
a sintomatologia após deixarem o consultório odontológico.
As manifestações clínicas notadas na meta‑hemoglobinemia são pele pálida e/ou 
com coloração acinzentada, mucosas cianóticas, letargia, dispneia e taquicardia 
(Finder & Moore, 2002; Paiva, 2005).
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O Fe 3+? Ou a meta-hemoglobina?
24 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
Contudo, os autores Umbreit (2007) e Trapp & Will (2010) associam os sinais e os sintomas 
da meta‑hemoglobinemia ao nível de meta‑hemoglobina, em porcentagem, como se vê no 
Quadro 4.
Quadro 4
SINAIS E SINTOMAS DA META‑HEMOGLOBINEMIA ASSOCIADOS AO NÍVEL SÉRICO 
DE META‑HEMOGLOBINA, EM PORCENTAGEM
≤ 2 Nenhum (fisiológico)
2 – 15 Nenhum
15 – 20 Cianose
20 – 30 Alterações mentais (cefaleia, fadiga, vertigens)
Intolerância a exercícios
Síncope
Taquicardia
30 – 50 Fadiga
Confusão mental
Taquicardia
Taquipneia
50 – 70 Arritmias
Convulsões
Coma
Acidose
> 70 Óbito
Fonte: Adaptado de Trapp L, Will J. Acquired methemoglobinemia revisited. Dent Clin North Am 2010; 54(4):665–675.
A prevenção da meta‑hemoglobinemia inclui limitar a dosagem de prilocaína para 
pacientes saudáveis. Em adultos, a dose deve ser menor do que 6mg/kg e, em 
crianças, menor do que 2,5mg/kg.
Existem pacientes que apresentam menor oxigenação e, consequentemente, maior predis‑
posição a desenvolver meta‑hemoglobinemia, incluindo idosos, anêmicos, portadores de 
doenças respiratórias e meta‑hemoglobinemia prévia. Nesses casos, recomenda‑se a escolha 
de outro fármaco para a realização da anestesia local (Finder & Moore, 2002; Andrade e 
colaboradores,2013).
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O tratamento é limitado à meta‑hemoglobinemia adquirida ou tóxica, pois a congê‑
nita está associada a alterações genéticas e requer uma abordagem completamente 
diferente (Trapp & Will, 2010). Na presença da sintomatologia supracitada, deve‑se 
encaminhar o paciente ao hospital para atendimento médico, relatando a suspeita 
e a dosagem de fármaco utilizada.
No caso da confirmação do diagnóstico de meta‑hemoglobinemia, o paciente de‑
verá ter seus sinais vitais monitorados e, se necessário, deve‑se administrar oxigênio 
suplementar. Em seguida, administra‑se, por via intravenosa, o azul de metileno 
(1‑2mg/kg), podendo a dose ser repetida a cada quatro horas até a resolução da 
cianose (Paiva, 2005).
COLINESTERASE PLASMÁTICA ATÍPICA
A colinesterase plasmática atípica é uma patologia hereditária que altera, de forma atípica, a 
colinesterase plasmática, enzima sintetizada pelo fígado. Em condições fisiológicas normais, 
os relaxantes musculares despolarizantes da succinilcolina e os anestésicos locais do tipo éster 
são hidrolisados pelo sangue por meio da ação da colinesterase plasmática.
A hidrólise dos relaxantes musculares despolarizantes da succinilcolina e dos anestésicos locais 
do tipo éster ocorre rapidamente e, consequentemente, o nível sanguíneo desses fármacos 
é reduzido, minimizando, assim, o risco de superdosagem. No entanto, em pacientes que 
apresentam colinesterase plasmática atípica, os sinais e os sintomas de superdosagem estão 
presentes em dosagens normais (Malamed e colaboradores, 2005).
O diagnóstico colinesterase plasmática atípica é realizado pelo teste para estudo da 
colinesterase sérica. O número de dibucaína no sangue para pacientes normais varia 
de 66 a 86; já para pacientes com a presença de colinesterase plasmática atípica, o 
número é menor do que 20 (Zsrcmonv & Thomas, 1968).
O paciente portador da colinesterase plasmática atípica submetido ao uso de relaxantes 
musculares despolarizantes da succinilcolina, que são administrados previamente à anestesia 
geral para facilitar a intubação, pode apresentar apneia por períodos prolongados, variando 
de minutos a horas. A conduta para solucionar essa complicação é manter o paciente com 
ventilação mecânica (VM) até o retorno dos esforços respiratórios espontâneos efetivos 
(Kalow & Genest, 1957).
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Dr. Breno Benevides
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Dr. Breno Benevides
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26 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
Na Odontologia, o profissional deve atentar‑se para a administração de altos níveis 
de anestésico local do tipo éster. Todavia, atualmente, são escassos os casos em que 
se utiliza esse tipo de anestésico local, pois ele apresenta alta possibilidade de causar 
reações alérgicas, sendo o anestésico local de escolha o do tipo amida (Zsigmond 
& Eilderton, 1968).
HIPERTERMIA MALIGNA
A hipertermia maligna é uma síndrome multifatorial de origem hereditária. O índice de aco‑
metimento de hipertermia maligna na população é de 1:50.000; não há predileção por gênero 
e a hipertermia maligna ocorre com maior incidência em indivíduos com menos de 30 anos.
Os pacientes com predisposição genética para desenvolver hipertermia maligna devem ser 
expostos a anestésicos gerais inalatórios, à succinilcolina e a anestésicos locais do tipo amida 
(Kurukowiak e colaboradores, 1979; Mnasian e Yagiela, 1988; Noguchi e colaboradores, 
2006; Singh, 2012).
Segundo Shinohara e colaboradores (1997) e Singh (2012), os anestésicos locais do tipo 
amida são seguros para os pacientes que são suscetíveis à hipertermia maligna na prática 
clínica odontológica. Contudo, em 2006, Noguchi e colaboradores descreveram um caso de 
óbito relacionado a essa condição em um paciente do gênero masculino, com 12 anos, após 
o tratamento odontológico.
As manifestações clínicas da hipertermia maligna consistem em desordens mus‑
culoesqueléticas (hipermobilidade articular, ptose, estrabismo), cianose, acidose 
respiratória, taquicardia, rigidez muscular, febre acima de 42°C e óbito (de 50% a 
70% dos casos).
Os níveis séricos elevados de creatinina fosfoquinase podem ser um indicador de 
predisposição à hipertermia maligna, mas não certificam que o paciente terá real‑
mente a reação (Carson & Van Sickels, 1982).
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Diagnosticada a hipertermia maligna, o paciente deve ser encaminhado ao hospital e seus 
sinais vitais devem ser monitorados. Além disso, solicita‑se eletrocardiograma (ECG) e exame 
de urina, para avaliar o débito urinário. A terapia para a hipertermia maligna sintomática é 
constituída por (Kurukowiak e colaboradores, 1979):
�� interrupção da anestesia;
�� oxigênio suplementar;
�� monitoramento de gases no sangue arterial e pH para uma correta avaliação da aci‑
dose do paciente;
�� administração intravenosa de bicarbonato de sódio para a alcalinização rápida do 
sangue;
�� administração intravenosa de cloroprocaína ou de procainamida rapidamente apóso 
diagnóstico, pois aumenta a transferência de íons de cálcio do sarcolema das células 
musculares estriadas para o armazenamento no retículo sarcoplasmático;
�� controle da temperatura corpórea;
�� monitorar o débito urinário se necessário.
Para prevenção da hipertermia maligna, é de extrema importância atenção na 
anamnese, no histórico médico familiar, na história de complicações após o aten‑
dimento odontológico, nas experiências anestésicas prévias, nos níveis de creatina 
fosfoquinase anormal e na evolução pós‑operatória do paciente.
ALERGIA
A alergia é um estado de hipersensibilidade adquirido pela exposição a determinado antíge‑
no, cuja reexposição produz um aumento na capacidade de reagir. As manifestações clínicas 
podem ser imediatas ou tardias e, após a exposição, as respostas podem variar de leve a 
letais, incluindo prurido, pápulas, broncoespasmo, edema de faringe, hipotensão arterial e 
anafilaxia (Rosenberg e colaboradores, 2013).
As alergias podem ser classificadas em (López e colaboradores, 2008):
�� humorais do tipo I – caracterizadas por serem imediatas e graves, como a anafilaxia;
�� humorais do tipo III – caracterizadas por serem reações tardias;
�� celulares do tipo IV – caracterizadas por serem tardias com reações dermatológicas 
moderadas, como presença de urticária ou de exantema cutâneo.
Os anestésicos locais do tipo éster, geralmente, causam reações alérgicas do tipo IV, 
enquanto os do tipo amida podem causar ambos os tipos de reação (Paiva, 2005).
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28 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
A alergia contraindica de forma absoluta a exposição ao agente causal, pois, se administrado, 
pode levar o paciente a óbito. Especificamente em Anestesiologia, a incidência de pacientes 
com crises alérgicas é menor do que 1%; todavia, em alguns casos, a alergia pode ocorrer.
As reações alérgicas associadas à anestesia local podem estar associadas ao sal anestésico, ao 
antioxidante dos vasoconstritores (biossulfito de sódio) e ao conservante da solução anestésica 
(metilparabeno) (Andrade e colaboradores, 2013).
Para saber mais:
Os sais do tipo éster (procaína e cloroprocaína), após a sua metabolização, derivam o 
ácido para‑aminobenzoico (Paba), o qual é associado, frequentemente, a reações de 
hipersensibilidade. Em contrapartida, as alergias relacionadas ao anestésico do tipo 
amida são raras, sendo comumente relacionadas à articaína, que é classificada como 
amida; contudo, apresenta ligações amida e éster, tendo potencial de causar reação 
alérgica aos pacientes sensíveis (Carvalho, 2010).
Para a realização do atendimento odontológico em paciente alérgico a anestésico 
amina‑éster, ele deve ser anestesiado com o anestésico do tipo amino‑amida. Já 
pacientes alérgicos a anestésicos do tipo amida devem utilizar outro anestésico do 
mesmo tipo, pois esse, diferentemente do éster, não possui reação cruzada.
Os parabenos são compostos utilizados em cosméticos, em alimentos e em soluções anesté‑
sicas. De interesse especial, nos tubetes anestésicos atuam como conservante, com o intuito 
de evitar o crescimento microbiano.
Nos Estados Unidos, os parabenos foram proibidos desde 1985. No Brasil, a Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite o uso do parabeno, desde que ele 
esteja discriminado na bula.
Recentemente, a principal preocupação com o parabeno está relacionada com o antioxidante 
do vasoconstritor, o bissulfito de sódio. Os sulfitos são inclusos na solução anestésica com 
o objetivo de prevenir a oxidação dos vasoconstritores, prolongando, assim, a vida útil de 
tais formulações. Além dos anestésicos locais, eles são aplicados em frutas e em vegetais 
para maior duração.
Os pacientes asmáticos possuem 8,1% de risco de possuir alergia ao parabeno, podendo 
desenvolver respostas graves, como o broncoespasmo. A alternativa viável para esses casos 
é utilizar uma solução anestésica sem vasoconstritor (Finder & Moore, 2002).
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Outra possibilidade de reação alérgica em procedimento anestésico é ao látex. Atualmente, 
o número de pacientes sensíveis a esse material é amplo. Por conta disso, Haas, em 2002, 
realizou um estudo avaliando se o êmbolo e o diafragma do tubete anestésico poderiam 
desenvolver alguma reação de hipersensibilidade no paciente, visto que, à medida que a 
anestesia é realizada, ocorre a perfuração dessas partes do tubete e elas entram em contato 
com a solução anestésica. No estudo de Haas, não houve nenhum caso de alergia relatado.
Na maioria das vezes, o paciente tem uma reação psicogênica por causa do estresse do 
procedimento e relata ter sofrido reações alérgicas às soluções anestésicas. Contudo, como 
não há uma confirmação do tipo de reação que o paciente relatou sofrer, deve‑se realizar a 
prevenção, para que ela não ocorra por meio da aquisição de uma história completa sobre a 
reação alérgica anterior, incluindo o fármaco que ocasionou e outros medicamentos a que, 
por ventura, o paciente tenha alergia.
Além da história médica, avalia‑se a necessidade de encaminhar o paciente ao es‑
pecialista, para a realização dos testes intradermais ou subcutâneos, com o intuito 
de diagnosticar a qual componente da solução anestésica o paciente possui alergia.
Se após 20 minutos da aplicação da solução houver a presença de pápula ou de 
eritema, isso demonstra um resultado positivo (Malamed e colaboradores, 2005; 
Speca e colaboradores, 2010).
Alguns autores sugerem a realização dos testes de hipersensibilidade no consultório 
odontológico, porém o profissional deve estar preparado para solucionar possíveis 
reações alérgicas exacerbadas.
O tratamento de reações alérgicas está relacionado com a gravidade de sua crise. As formas 
leves são geralmente tratadas por anti‑histamínicos orais ou intramusculares, tais como difeni‑
dramina, 25mg a 50mg, devendo ser prescrita após o atendimento por mais três dias, via oral.
Entretanto, nas formas graves de alergia, além do anti‑histamínico, administra‑se adrenalina 
0,3mg a 0,5mg intramuscular ou subcutânea e oxigênio, monitora‑se sinais vitais, solicita‑se 
o atendimento de urgência médica e, se necessário, inicia‑se o suporte básico de vida (Cum‑
mings e colaboradores, 2011; Rosenberg e colaboradores, 2013).
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30 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
Atualmente, as pessoas estão com maior expectativa de vida, procurando meios para enve‑
lhecer com saúde e conforto. Graças a isso, há um número significativo de idosos em busca 
de tratamento odontológico.
Todavia, os idosos possuem maior probabilidade de apresentarem comprometimento sistêmico 
e de utilizarem medicamentos. Os riscos associados a esses pacientes são um desafio para 
o profissional da área da saúde, devendo eles ter conhecimento sobre a farmacologia dos 
principais medicamentos de uso rotineiro.
A interação medicamentosa ocorre quando dois ou mais fármacos são administrados 
em um paciente interferindo no efeito esperado dos fármacos. Essa interação pode levar 
à potencialização ou à redução do efeito dos medicamentos utilizados, resultando em 
efeitos adversos que podem ser de grau leve a grave e, em alguns casos, levar a óbito 
(Chioca e colaboradores, 2010).
Na prática odontológica, os fármacos mais utilizados incluem anestésico local, antibiótico, 
anti‑inflamatórios, analgésicos e sedativos. Neste artigo, será dada ênfase aos anestésicos 
locais, que, na maioria das vezes, são seguros, possuindo poucos relatos de interações me‑
dicamentosas associadas ao seu uso.
Os anestésicos locais, geralmente, interagem com fármacos com mecanismos de ação 
semelhantes ao seu, ou por fármacos atuarem no mesmo sítio receptor, podendo acarretar 
de uma simples potencialização do efeito anestésico até a toxicidade anestésica (Moore, 
1999). As principais interaçõesassociadas a anestésicos locais descritas na literatura serão 
demonstradas a seguir.
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS
Os pacientes usuários de antidepressivos tricíclicos podem ter como efeitos colaterais no 
sistema cardiovascular o aumento da PA e arritmias cardíacas, pois os antidepressivos tricí‑
clicos agem inibindo a recaptação de noradrenalina e serotonina nas terminações nervosas 
adrenérgicas.
Dessa forma, em pacientes usuários de antidepressivos tricíclicos submetidos à anestesia 
odontológica com aminas simpatomiméticas, pode haver um acúmulo de noradrenalina, o 
que acarreta aumento da PA e da frequência cardíaca (FC) (Chioca e colaboradores, 2010; 
Andrade e colaboradores, 2013).
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A interação mencionada ocorre com maior frequência com a noradrenalina e a levonor‑
defrina, devendo essas ser evitadas em pacientes usuários de antidepressivos tricíclicos. Os 
outros vasoconstritores derivados de aminas simpatomiméticas, como a epinefrina, devem ser 
limitados. Todavia, é prudente utilizar solução anestésica com vasoconstritores felipressina, 
pois ela não apresenta efeitos cardiovasculares significantes, sendo mais segura (Goldman 
e colaboradores, 1971).
A interação de antidepressivo tricíclico e anestésicos locais contendo vasoconstritores 
derivados de amina simpatomiméticos é perigosa, e tais medicamentos devem ser 
utilizados com cautela. Além da escolha do vasoconstritor e da limitação da dose, 
atenção deve ser dada durante a punção e a inoculação da solução anestésica, 
para que ela não seja injetada no interior de um vaso sanguíneo, devendo aspirar 
previamente.
SEDAÇÃO OPIOIDE
O uso de sedação para a realização de procedimentos odontológicos é comum, especialmente 
em crianças e em cirurgias invasivas, pois diminui a ansiedade do paciente e, consequente‑
mente, diminui o volume total de anestésico utilizado.
Porém, alguns estudos realizados em humanos e em animais comprovaram que o uso de 
sedação com agentes opioides associados a anestésicos locais pode reduzir o limiar de toxi‑
cidade, podendo ocasionar crises convulsivas e os demais sinais e sintomas de superdosagem 
com uma dose usual (Smudski e colaboradores, 1964; Moore & Burney, 1979; Goodson & 
Moore, 1983; Moore & Goodson, 1985; Orszulak‑Michalak, 2002).
O opioide induz a uma leve acidose respiratória, o que pode causar uma redução 
no grau da ligação proteica com o anestésico, fato que gera a diminuição do tempo 
de anestésico.
Orszulak‑Michalak, em 2002, realizou um estudo para avaliar a influência do midazolam so‑
bre as concentrações plasmáticas e os parâmetros farmacocinéticos da lidocaína em coelhos 
e concluíram que o midazolam administrado por via intravenosa juntamente com lidocaína 
encurta o tempo de residência do fármaco anestésico.
Por conta dessas possíveis complicações, Moore, 1999, conclui como prudente os profissionais 
que praticam sedação possuírem uma formação farmacológica, estarem preparados para 
solucionar os efeitos adversos que podem ocorrer e, preferencialmente, realizarem a sedação 
com opioides associados aos anestésicos locais em ambiente hospitalar.
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32 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
É importante ressaltar que a prática com opioides é segura e frequente na Odonto‑
logia; porém a prevenção e o conhecimento dos limites de capacitação do CD são 
essenciais, para limitar o risco de emergências médicas.
INIBIDORES DO METABOLISMO
Os anestésicos locais do tipo amida são metabolizados no fígado e excretados pelos rins. 
Assim, em pacientes portadores de disfunção hepática ou que são submetidos à terapia 
medicamentosa com fármacos de ação inibitórias, pode haver uma diminuição nas taxas 
de eliminação do anestésico local, fato que resulta em um aumento do nível plasmático. 
Esse risco eleva‑se quando a aplicação da solução anestésica é intravenosa, podendo gerar 
sobredosagem do anestésico.
A cimetidina e o propanolol são as principais medicações inibitórias utilizadas que possuem 
potencial de reduzir a eliminação dos anestésicos locais:
�� a cimetidina é um bloqueador de receptor H2 prescrito para pacientes portadores de 
alterações gástricas e pode modificar a biotransformação da lidocaína, pois compete 
com ela por ligação nas enzimas oxidativas hepáticas (Kishikawa e colaboradores, 1990);
�� o propranolol é um fármaco utilizado para controle da PA que age por meio de bloqueio 
dos receptores beta (β1 e β2). Na associação do propranolol com soluções de anesté‑
sicos locais contendo epinefrina (que, normalmente, também atua por bloqueio dos 
receptores β), a epinefrina passará a atuar somente em receptores alfa adrenérgicos 
(α‑adrenérgicos). Dessa forma, a ação vasodilatadora mediada pelo receptor β2 dos vasos 
musculares esqueléticos não ocorre, podendo gerar um aumento da PA e bradicardia 
reflexa (Moore, 1999; Andrade e colaboradores, 2013).
Para os pacientes portadores de disfunção hepática ou que são submetidos à terapia medi‑
camentosa com fármacos de ação inibitórias, aconselha‑se:
�� a inoculação prévia do anestésico local;
�� a realização da aspiração, com a finalidade de reduzir o índice de injeção em vasos 
sanguíneos;
�� a injeção lenta da solução de anestésico;
�� a redução da dose máxima de tubetes.
COCAÍNA
A cocaína é a droga ilícita associada ao maior número de óbito. Ela é derivada da Erythoxylon 
coca, erva que foi amplamente estudada no século passado e da qual foram derivados vários 
fármacos como anestésicos locais e analgésicos opioides (Gay, 1975). Porém, por conta de 
seus efeitos colaterais, a cocaína foi proibida na América e na Europa em 1914.
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 33
No Brasil, a partir de 1990, o uso da cocaína foi reiniciado de maneira ilegal e, desde então, 
o número de dependentes vem se elevando, sendo a segunda droga mais utilizada, perma‑
necendo somente atrás de bebidas alcoólicas.
O atendimento odontológico de pacientes usuários de cocaína deve ser cauteloso. 
Em relação à anestesia local, com soluções contendo aminas simpatomiméticas, há 
um acúmulo de noradrenalina, causando aumento da PA, da FC e do consumo de 
oxigênio, o que pode ter como consequência infarto do miocárdio, arritmias e até 
parada cardiorrespiratória.
Somado a esse fator, a cocaína promove constrição do baço, aumentando a viscosi‑
dade sanguínea, podendo gerar trombose e acidente vascular encefálico (AVE) (Luft 
& Mendes, 2007; Andrade e colaboradores, 2013).
A conduta para atendimento dos pacientes usuários de cocaína é a realização do procedi‑
mento odontológico no mínimo 24 horas após o uso da droga, somado aos cuidados da 
inoculação lenta de anestésico e checar para não realizar a injeção intravenosa. Em casos de 
atendimento de urgência, utilizar, preferencialmente, felipressina, pois esse vasoconstritor 
não tem ação no sistema cardíaco.
7. Sobre a superdosagem, qual alternativa NÃO está correta?
A) A superdosagem é o aumento excessivo dos níveis sanguíneos de determinado 
fármaco em vários órgãos ou em tecido‑alvo.
B) A superdosagem pode estar associada a fatores relacionados ao paciente e/ou ao 
fármaco.
C) Em relação ao paciente, os fatores que influenciam a ocorrência da superdosagem 
incluem gênero, peso, interação medicamentosa, doenças sistêmicas e genéticas.
D) O nível plasmático do fármaco depende da velocidade de absorção e de distribuição.
Resposta no final do artigo
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34 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
8. Qual é o fator mais comum para acarretar a superdosagem, segundo Lopes e colabora‑
dores?
A) Eliminação lenta do fármaco.
B) Administração intravenosa do fármaco.
C) Administração excessiva do fármaco.
D) Biotransformação lenta do fármaco.
Resposta no final do artigo9. Qual cuidado o profissional deverá ter para anestesiar um paciente com insuficiência 
hepática?
A) Não usar anestésicos locais com adrenalina.
B) Fazer profilaxia antibacteriana.
C) Limitar o uso de anestésico do grupo amida.
D) Não há necessidade de cuidados especiais; o paciente poderá receber qualquer 
anestésico local com ou sem vasoconstritores e na dosagem máxima correspondente 
ao seu peso corporal.
Resposta no final do artigo
10. Quais são as possíveis origens da meta‑hemoglobinemia?
 _________________________________________________________________________
 _________________________________________________________________________
 _________________________________________________________________________
 _________________________________________________________________________
11. Qual dos anestésicos locais apresenta maior potencial alérgico?
A) Mepivacaína.
B) Lidocaína.
C) Articaína.
D) Bupivacaína.
Resposta no final do artigo
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 35
12. Quando detectada doença renal no paciente que necessita de intervenção cirúrgica, qual 
anestésico local seria mais apropriado para o uso?
A) Articaína.
B) Prilocaína.
C) Bupivacaína.
D) Sem restrições.
Resposta no final do artigo
13. O diagnóstico colinesterase plasmática atípica é realizado pelo teste para estudo da 
colinesterase sérica. O número de dibucaína no sangue para pacientes normais varia de 
..........; já para pacientes com a presença de colinesterase plasmática atípica, o número 
é menor do que 20.
A) 56 a 76.
B) 66 a 86.
C) 76 a 86.
D) 76 a 96.
Resposta no final do artigo
14. NÃO se pode administrar anestésicos com vasoconstritor adrenérgico em quais pacientes?
A) Cardíacos e gestantes.
B) Gestantes e diabéticos.
C) Tireoidectomizados totais e cardíacos graves.
D) Jovens e idosos.
Resposta no final do artigo
COMPLICAÇÕES E ACIDENTES LOCAIS
A seguir, serão apresentadas as principais complicações e os acidentes locais decorrentes do 
procedimento anestésico.
FRATURA DA AGULHA
As agulhas gengivais rotineiramente utilizadas nas anestesias odontológicas apresentam‑se 
como um instrumento frágil, que deve ser manuseado com delicadeza e precisão pelo pro‑
fissional, para evitar acidentes de fratura desse instrumento. As agulhas gengivais podem 
ser divididas em três componentes:
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36 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
�� o bisel, região perfurante na extremidade da agulha;
�� a haste, que seria o longo eixo em toda a sua extensão;
�� o canhão, que seria sua base plástica e que é apreendido à seringa carpule.
Atualmente, com a evolução dos materiais que compõem a agulha para materiais bem mais 
flexíveis, associada ao melhor treinamento que é dado ao CD durante sua formação, houve 
uma grande redução na incidência de quebra da agulha.
A quebra da agulha durante a anestesia e sua perda no interior dos tecidos é uma 
complicação ainda possível nos dias de hoje, apesar de rara. As principais causas 
relacionadas a esse acidente são falhas na fabricação da agulha, a movimentação 
súbita do profissional ou do paciente durante a anestesia, ou mesmo erros de técnica 
do profissional, como a reutilização excessiva da agulha, a inserção de toda a agulha 
nos tecidos ou a angulação da haste da agulha antes de sua inserção.
Após a ocorrência da quebra da agulha, o CD deve, inicialmente, inspecionar o campo ope‑
ratório, para identificação da porção proximal da agulha, no intuito de observar se ela se 
encontra visível na cavidade bucal, na região do ponto de punção. Em caso positivo, o profis‑
sional deve aprisionar a agulha com o uso de uma pinça hemostática e retirá‑la em seguida.
Para aprisionar a agulha com o uso de uma pinça hemostática e retirá‑la, é fundamental uma 
boa iluminação do campo operatório, uma boa abertura de boca do paciente, um campo 
operatório com boa hemostasia ou um auxiliar aspirando a cavidade bucal do paciente.
Em caso de não observância da porção proximal da agulha, em que não é possível a simples 
retirada dela, o profissional não deverá realizar uma dissecção às cegas da região. Muitas 
vezes, a agulha é deslocada posteriormente, no momento da dissecção. O CD deverá aguar‑
dar o período de 15 a 21 dias da complicação, acompanhando o paciente com retornos 
frequentes durante esse período.
Uma fibrose irá se desenvolver ao redor da agulha fraturada, o que ajudará a estabilizar 
o fragmento para uma posterior intervenção. Outro fator importante é a possibilidade de 
realização de exames complementares de imagem para auxiliar na localização da agulha.
Exames de radiografias convencionais intra e extrabucais e tomografias computadorizadas 
(TCs) podem auxiliar o profissional a encontrar com precisão a localização do fragmento, 
orientando uma posterior dissecção dos tecidos para sua remoção.
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 37
DOR OU QUEIMAÇÃO DURANTE A INJEÇÃO
Durante a aplicação do anestésico, o paciente pode referir dor ou queimação como uma 
possível complicação da anestesia. Essas complicações podem ocorrer por causa de:
�� injeção rápida de anestésico;
�� perda do fio da agulha gengival após várias reutilizações em múltiplos bloqueios;
�� perfuração direta de um tronco nervoso, como no caso do nervo alveolar inferior 
durante seu bloqueio regional;
�� laceração do periósteo durante o trajeto da agulha gengival;
�� injeção do anestésico no interior de fibras musculares.
O profissional pode evitar essas situações realizando uma técnica anestésica apurada, com 
utilização de anestésico tópico previamente à anestesia e realizando uma infiltração lenta 
do anestésico, com o uso de uma agulha descartável, evitando reutilizações da agulha em 
múltiplos bloqueios. Outro fator que pode estar associado às queixas do paciente de dor ou 
de queimação é a contaminação do anestésico.
O condicionamento dos tubetes é extremamente importante para sua conservação. Meios 
aquecidos ou imersão em álcool 70% podem contaminar o conteúdo dos anestubes e levar 
a uma complicação desse tipo. Nesses casos, a dor ou a queimação podem ser seguidas de 
parestesia do nervo associado ou mesmo trismo, dependendo da região anestesiada.
ANESTESIA OU PARESTESIA PERSISTENTE
Anestesia ou parestesia persistente são possíveis complicações que podem acometer o pa‑
ciente após a anestesia. Essas complicações são relatadas pelo paciente como a sensação 
de dormência prolongada mesmo após o tempo normal para o final da anestesia. Também 
podem ser relatadas como sensação de queimação ou de “formigamento” na região inervada.
A anestesia ou parestesia persistente podem se dar por conta da infiltração de 
contaminantes junto com o anestésico local, como, por exemplo, o álcool 70% de 
uma solução desinfectante do tubete que tenha sido absorvido pelo anestube por 
meio do êmbolo dele, por um trauma direto ao nervo durante a punção anestésica 
ou por uma possível hemorragia durante a infiltração do anestésico.
Nos casos de toxicidade de soluções desinfectantes ou esterelizantes, ocorre uma reação 
inflamatória local, com formação de edema, o que pode causar a alteração. Já nos casos de 
trauma direto ao nervo, normalmente, o paciente refere uma dor semelhante a um “choque 
elétrico”, o que representa uma possível laceração da bainha do nervo a ser anestesiado. 
Nessas intercorrências, o profissional deverá recuar a agulha cerca de 1mm ou 2mm e realizar 
a infiltração do anestésico.
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38 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
O tratamento da parestesia, em geral, ocorre espontaneamente. Com o tempo, as sensações 
vão desaparecendo e o paciente vai relatando a melhora do quadro. Na maioria dos casos, 
a dormência da região afetada não é total e o paciente refere a sensibilidade parcial da área 
inervada.Algumas vezes, o paciente pode referir uma sensação dolorosa ao toque da região, podendo 
configurar um diagnóstico de hiperestesia. Nesses casos, é fundamental que o paciente seja 
tranquilizado, pois muitos dos pacientes ficam extremamente sensibilizados e angustiados 
com o problema.
Entre os fármacos que podem ser utilizados no tratamento da parestesia e da 
hiperestesia, podem ser utilizados vitamina do complexo B, como a vitamina B12 
(cobalamina), que tem ação na recuperação dos danos nervosos. Como exemplo, 
pode‑se citar o Citaneurin®, o Núcleo CMP® (complexo citidina e uridina) e o me‑
dicamento Etna®.
A literatura também se refere ao tratamento da parestesia e da hiperestesia com 
aplicação de laser de baixa intensidade. Essa terapia promove a regeneração e a 
proliferação de células de Schwann, podendo acelerar o tempo de recuperação do 
paciente e atuar na magnitude da área de retorno sensorial.
TRISMO
O trismo é uma alteração representada clinicamente pela limitação de abertura bu‑
cal, que pode ser causada por espasmo persistente da musculatura da mastigação.
O trismo pode transcorrer após a anestesia local em caso de infiltração do anestésico no 
interior de fibras musculares. Nesses casos, a toxicidade do anestésico em ação com os va‑
soconstritores pode levar a uma fibrose persistente na musculatura da mastigação, podendo 
chegar a níveis de necrose.
Para impedir o trismo, o profissional deve evitar o uso excessivo de anestésico na mesma 
região e evitar o trauma excessivo como a reinserção da agulha por várias vezes no mesmo 
sítio cirúrgico, refreando, assim, a possível formação de hematomas.
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 39
Situações de infecção associadas à punção da agulha podem ser somadas às causas 
do trismo. Nesses casos, o profissional deve seguir com o tratamento da infecção 
utilizando antibióticos com espectro de ação o mais específico possível e avaliar a 
necessidade de intervenção cirúrgica na região infectada.
O tratamento do paciente com trismo envolve um momento inicial com a medicação 
do paciente com anti‑inflamatórios e com relaxantes musculares, para a condução 
da fase aguda do processo. O seguimento dessa fase é a realização de fisioterapia.
No caso de trismo, a movimentação da musculatura evita a ocorrência de fibroses 
ou de danos crônicos na articulação temporomandibular, sendo fundamental para 
a recuperação dos movimentos articulares.
LESÃO E NECROSE DOS TECIDOS
A necrose tecidual é uma complicação da anestesia local que pode estar associada a vários 
fatores, como o uso excessivo de anestésico tópico, o uso excessivo de anestésico local em 
regiões anatômicas mais favoráveis ao acometimento, como o palato, ou em casos de mor‑
dedura de lábio por crianças que foram anestesiadas e não percebem o dano tecidual após 
os procedimentos odontológicos.
A durabilidade anestésica da região de tecidos moles é mais prolongada quando 
comparada ao tempo de anestesia do tecido pulpar. Isso faz com que a criança 
esteja susceptível à necrose tecidual.
Para prevenir a necrose tecidual, o profissional deve atuar de maneira comedida, evitando os 
excessos de anestésicos, principalmente na região palatina, onde o tecido gengival é bastante 
fino, não havendo espaços fasciais para a disseminação do anestésico.
Para os casos de mordedura de lábios, é fundamental a orientação, por parte do profissional, 
dos pais ou dos responsáveis pela criança desse risco, para que eles observem o comporta‑
mento do filho no período pós‑tratamento.
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40 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
Uma vez instalado o dano tecidual e a necrose, o profissional deve atuar diretamente. 
Deve observar a necessidade do uso de antibióticos e de analgésicos pelo paciente. 
Sempre importante o cuidado tópico com o ferimento, com o uso de antissépticos 
à base de clorexidina.
O uso de antissépticos pode evitar o acometimento de infecções oportunistas. Em 
alguns casos, em que a necrose tecidual leva à perda de tecido, o profissional deve 
considerar a realização de um debridamento do tecido necrótico, com desepitelia‑
lização das bordas do ferimento e com cicatrização por segunda intenção.
PARALISIA DO NERVO FACIAL
Durante o procedimento anestésico, uma das complicações que podem ocorrer é a paralisia 
do nervo facial. Esse problema pode ocorrer por difusão do anestésico pela fáscia parotídea 
até o tronco nervoso que emerge sua saída na base do crânio. Esse nervo é responsável pela 
motricidade da musculatura facial, como, por exemplo, por realizar as expressões faciais do 
beijo, piscar de olhos, sorriso e franzir a fronte.
A paralisia do nervo facial é passageira, tendo, entre outras causas, o aprofundamento 
da inserção da agulha na região medial do ramo mandibular, onde, em sua bora posterior, 
pode encontrar a fáscia parotídea.
A duração da paralisia do nervo facial depende do tempo de duração do efeito anestésico. 
No entanto, outros fatores podem influenciar no tempo necessário para o retorno sensorial, 
como a quantidade de anestésico infiltrada e o tipo de anestésico.
No período da paralisia do nervo facial, o paciente deve ser tranquilizado e orientado quan‑
to à proteção do globo ocular. Pelo fato de a inervação motora da pálpebra ser alterada, 
o paciente perde o reflexo de piscar o olho. Nesse período, o profissional pode realizar um 
curativo oclusivo do globo ocular ou orientar o paciente a utilizar lubrificantes oculares na 
forma de colírios para evitar o ressecamento da córnea.
Durante o evento da paralisia do nervo facial, o paciente deve ser orientado quanto 
à reversibilidade do quadro após algumas horas.
O profissional deve estar atento aos casos de lesão isquêmica do SNC. Durante um acidente 
vascular cerebral (AVC), uma das alterações que podem estar presentes é a paralisia do nervo 
facial. O profissional deve investigar rapidamente se a hipótese de AVC está descartada.
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Realce
Autor: essa palavra está correta?
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Uma forma de investigar a hipótese de AVC é observar a pupila do paciente. Em casos de 
AVC, ocorre uma anisocoria (desarmonia na contração das pupilas do paciente), que pode 
aumentar a suspeita da lesão isquêmica cerebral.
Nos casos de AVC, o paciente deve ser referenciado para um serviço de urgência médica.
As alterações relacionadas a um AVC são, em alguns casos, irreversíveis, e devem 
ser conduzidas de imediato após o aparecimento dos sintomas.
HEMATOMA
Os hematomas são definidos como acúmulo de sangue em espaço anatômico extravascular, 
que se formam pelo acúmulo sanguíneo. Após uma infiltração anestésica em áreas que apre‑
sentem reparos anatômicos vasculares nobres, como no bloqueio do nervo alveolar superior 
posterior e do nervo alveolar inferior, a punção da agulha pode lesionar um vaso nessa região 
anatômica e propiciar o extravasamento de conteúdo sanguinolento de artérias e de veias 
para o espaço anatômico.
Nos referidos casos, o aumento de volume acontece até a resistência de distensão dos tecidos 
superar a pressão sanguínea no interior dos vasos lesados, o que promove a hemostasia 
do ferimento, promovida durante a anestesia. Da mesma forma, um tampão de coágulo 
pode fechar o defeito vascular, contendo, assim, o sangramento para o interior dos tecidos.
No momento imediato da formação do hematoma, se o profissional perceber o 
aumento de volume no momento da anestesia, a conduta é interromper a aneste‑
sia, realizar compressão da região para conseguir a hemostasia do sangramento e, 
em seguida, observar os riscos inerentes à região anatômica em que o hematoma 
foi formado.
O CD deve se lembrar de que as vias aéreas do paciente devem permanecer pérvias durante 
a formação do hematoma. Em algumas situações, o aumento de volume pode comprometera perviabilidade de vias aéreas, e a drenagem deve ser realizada de imediato.
Em um momento tardio, uma vez estabelecido o hematoma, essa região passa a constituir um 
meio de cultura de bactérias, onde até mesmo a flora indígena pode se proliferar e levar 
a uma infecção da região. Nesses casos, é fundamental o tratamento com antibioticoterapia 
e avaliar o melhor momento para drenagem do conteúdo sanguinolento.
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Realce
Autor: essa palavra está correta?
42 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
15. As agulhas gengivais podem ser divididas em ..... componentes.
A) 2.
B) 3.
C) 4.
D) 5.
Resposta no final do artigo
16. Com relação à fratura da agulha gengival, marque V (verdadeiro) e F (falso).
( ) Com a evolução dos materiais que compõem a agulha para materiais bem mais 
flexíveis, associada ao melhor treinamento que é dado ao CD durante sua formação, 
houve uma grande redução na incidência de fratura da agulha gengival.
( ) A quebra da agulha durante a anestesia e sua perda no interior dos tecidos é uma 
complicação ainda possível nos dias de hoje, apesar de rara.
( ) A principal causa relacionada à fratura da agulha gengival é a movimentação súbita 
do profissional durante a anestesia.
Assinale a sequência correta.
A) V – F – V.
B) F – V – F.
C) V – V – F.
D) F – F – V.
Resposta no final do artigo
17. Durante a aplicação do anestésico, o paciente pode referir dor ou queimação como uma 
possível complicação da anestesia. Essas complicações podem ocorrer por causa de quais 
fatores?
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 43
18. O trismo é uma complicação da anestesia local que pode ocorrer no pós‑operatório do 
paciente. Acerca dessa complicação, qual alternativa NÃO está correta?.
A) O trismo pode ser causado pela infiltração de grande quantidade anestésica no 
interior de fibras musculares da mastigação.
B) Após o estabelecimento do trismo, o profissional deve prescrever analgésicos e 
relaxantes musculares e iniciar fisioterapia.
C) Essa alteração pode ser consequência de um processo infeccioso estabelecido durante 
o procedimento.
D) O trismo após a anestesia local é uma alteração causada por uma alteração na arti‑
culação temporomandibular que se estabelece imediatamente após a anestesia.
Resposta no final do artigo
19. Sobre a lesão e a necrose dos tecidos, qual é a alternativa correta?
A) A necrose tecidual é uma complicação da anestesia local associada ao uso excessivo 
de anestésico tópico.
B) A durabilidade anestésica da região de tecidos moles é mais curta quando comparada 
ao tempo de anestesia do tecido pulpar.
C) Para os casos de mordedura de lábios, é fundamental a orientação, por parte do 
profissional, dos pais ou dos responsáveis pela criança sobre esse risco, para que eles 
observem o comportamento do filho no período pós‑tratamento.
D) Uma vez instalado o dano tecidual e a necrose, o profissional não deve atuar na 
região.
Resposta no final do artigo
20. Durante o procedimento anestésico, uma das complicações que podem ocorrer é a 
paralisia do nervo facial. Como proceder nessa situação?
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44 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
CASO CLÍNICO 1
Paciente do sexo feminino, 21 anos, natural de Fortaleza/CE, procurou serviço de Colégio 
Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF) se queixando de “dor 
no último dente superior há 15 dias”.
Durante anamnese, não foi evidenciada nenhuma alteração digna de nota em história 
médica. A paciente apresentava boas condições de higiene bucal; no entanto, apresentava 
dente 18 semi‑incluso, com dor e sangramento à palpação.
Ao solicitar exame radiográfico panorâmico (Figura 2), observou‑se que o dente 18 
apresentava‑se em posição mesioangular, em nível B da classificação de Pell & Gregory. 
Após avaliação inicial, a paciente foi então agendada para procedimento cirúrgico de 
remoção do 3º molar superior direito, dente 18, em consulta seguinte, recebendo uma 
analgesia preemptiva para o procedimento.
No dia da cirurgia, seguiu‑se com antissepsia e com preparo de campos cirúrgicos. Em 
seguida, foi realizada a anestesia do nervo alveolar superior posterior com 1 tubete de 
anestésico mepivacaína a 2%, com vasoconstritor de epinefrina a 1:100.000.
A paciente foi submetida. Após latência anestésica, procedeu‑se à técnica cirúrgica de 
remoção do dente 18, com incisão, descolamento de retalho, ostectomia com cinzéis 
manuais e extração do dente com o uso de alavanca de Seldin curva.
Figura 2 – Panorâmica da paciente, apre‑
sentando dente 18 mesioangular, com 
indicação de remoção cirúrgica.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
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Realce
Autor: por gentileza, complementar essa frase.
| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 45
Após a extração, ainda antes da sutura, ao ser questionada se estava se sentindo bem, a 
paciente respondeu que estava tudo bem; no entanto, percebia que “estava visualizando 
tudo de forma duplicada”. Ao realizar exame físico de mobilidade ocular, percebeu‑se 
que a paciente apresentava uma oftalmoplegia à abdução (movimento de lateralização) 
do olho direito (Figura 3).
A paciente foi questionada sobre se apresentava visão dupla ao obstruir a visão de 
um dos olhos, e a resposta foi negativa tanto para o olho direito quanto para o olho 
esquerdo. Dessa forma, a paciente só apresentava a diplopia quando da visualização 
utilizando os dois olhos, quando olhava para o lado direito, durante o movimento de 
abdução do olho direito.
Percebeu‑se, nesse momento, que havia um déficit motor exclusivamente do nervo ab‑
ducente direito, VI par craniano, responsável pela movimentação de abdução do globo 
ocular. Após nova aferição de PA da paciente, foi observada uma PA de 130 x 85mmHg, 
o que evidencia uma situação estável da PA da paciente, que também apresentava um 
pulso de 75bpm.
Figura 3 – Paciente apresentando oftal‑
moplegia à abdução do olho direito após 
técnica anestésica para o nervo alveolar 
superior posterior direito.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
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46 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
Com a evolução temporal do caso, a paciente foi submetida à sutura do procedimento 
cirúrgico e ficou em observação em sala de recuperação. Após 30 minutos, a paciente 
referiu melhora do quadro, com percepção de diminuição da visão dupla, com a sensação 
de que “as imagens estavam se aproximando”, o que se verificava clinicamente com 
a melhora da mobilidade ocular durante a movimentação de abdução do olho direito 
(Figura 4).
A paciente permaneceu em observação, sem outras queixas clínicas, com sinais vitais 
estáveis e com regressão paulatina do quadro de diplopia. Após duas horas, a paciente 
apresentava regressão total do quadro, sem queixas visuais e com mobilidade ocular 
restabelecida (Figura 5).
Figura 4 – Paciente apresentando melho‑
ra do quadro com o restabelecimento par‑
cial da mobilidade do globo ocular direito.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 5 – Paciente apresentando regres‑
são completa do quadro de oftalmoplegia.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
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| PRO-ODONTO/IMPLANTE E PERIO | CICLO 9 | VOLUME 4 | 47
Na paciente do caso clínico, ficou esclarecido, com a evolução do caso, que se tratou 
de uma difusão superior do anestésico na técnica anestésica. Com o uso da técnica da 
tuberosidade alta, o anestésico difundiu‑se no interior dos tecidos, causando a anestesia 
do nervo abducente direito, o que gerou o quadro de oftalmoplegia à abdução do globo 
ocular direito.
Nesse caso, é fundamental o acompanhamento do paciente e sua devida monitoração, 
assim como a observação da resposta fotorreagente do olho e a observação da abertura 
pupilar da paciente.
Situações em que o paciente apresenta quadros de anisocoria, ou mesmo quadros de 
midríase ou miose, podem ser evidências de um comprometimento de SNC, com um 
diagnóstico diferencial do caso em questão de um AVC.
Nesses casos, seria crucial a conduta do acionamento do serviço de urgência para o en‑
caminhamento do paciente para um centro hospitalar, com internação e com tratamento 
realizado pela especialidade médica de Neurologia e, em alguns casos, da Neurocirurgia.
Para o fechamento do caso clínico, é fundamental que o profissional conheça as diversas 
complicações que podem advir de um procedimento anestésico, de ordem técnica ou 
por alterações sistêmicas, para que o CD possa conduzir o caso com segurança e obter 
sucesso no tratamento definitivo do seu paciente.
CONCLUSÃO
Neste artigo, foi realizada uma discussão acerca das complicações locais e sistêmicas relacio‑
nadas à anestesia local, à prevenção dessas complicações e ao seu tratamento. Para concluir, 
o CD deve ter uma boa formação clínica, para conhecer as repercussões sistêmicas desses 
fármacos, as limitações do uso em pacientes com agravos de saúde e dominar a técnica de 
anestesia e de anatomia da região a ser anestesiada.
Conhecer as complicações é fundamental para se conseguir preveni‑las. E caso o profissio‑
nal se depare com alguma dessas complicações, ele deve ter tranquilidade para conduzir o 
tratamento.
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48 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: B
Comentário: Quanto às complicações de origem sistêmicas, a melhor forma de se prevenir 
é realizar uma boa anamnese e um detalhado exame clínico do paciente. Após a infiltração 
de anestésico no paciente, há uma tendência de elevação da PA do paciente por ação dos 
vasoconstritores do anestésico, além da ansiedade e da dor associadas à punção e à infiltra‑
ção do fármaco.
Atividade 2
Resposta: B
Atividade 3
Resposta: D
Atividade 4
Resposta: A
Comentário: A solução anestésica com adrenalina na concentração 1:100.000 contém 0,01mg 
de adrenalina/mL. Portanto, em um tubete anestésico (1,8mL), haverá 0,0180mg de adrenalina.
Atividade 5
Resposta: B
Atividade 6
Resposta: C
Atividade 7
Resposta: D
Comentário: O nível plasmático do fármaco está na dependência da velocidade de absorção, 
de distribuição e de eliminação.
Atividade 8
Resposta: C
Comentário: Entre os fatores, o mais comum de acarretar a superdosagem é a administração 
excessiva de anestésico local em relação à massa corpórea do paciente, fato que, geralmen‑
te, ocorre por realizar uma sessão longa, envolvendo todos os quadrantes, uso de solução 
anestésica sem vasoconstritor e ultrapassagem da dose máxima.
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Atividade 9
Resposta: C
Comentário: O principal local de biotransformação dos anestésicos locais do tipo amida é 
o fígado, exceto para a prilocaína, que, além de no fígado, é metabolizada no pulmão, e a 
articaína, que possui uma metabolização inicial no plasma. Por causa desse fator, a função do 
fígado influencia diretamente a velocidade de biotransformação do fármaco. Dessa forma, 
em pacientes com insuficiência hepática, o anestésico local será lentamente metabolizado, 
fato que eleva o seu nível sanguíneo, existindo um risco maior de toxicidade.
Atividade 11
Resposta: C
Comentário: O cloridrato de articaína difere dos demais anestésicos do tipo amida por pos‑
suir um anel tiofeno em vez de um anel benzeno na porção lipofílica, o que lhe gera maior 
lipossolubilidade. Além disso, a articaína possui uma cadeia radical éster, que permite sua 
biotransformação no plasma sanguíneo por meio da ação das esterases, bem como no fígado, 
pelas enzimas microssomais hepáticas, o que causa maior possibilidade de reações alérgicas.
Atividade 12
Resposta: B
Comentário: As doenças renais são uma contraindicação relativa à administração de anes‑
tésicos locais, visto que os rins podem ser incapazes de eliminar do sangue o anestésico 
original ou seus principais metabólitos, resultando em um aumento dos níveis sanguíneos 
desse composto e um aumento no potencial de toxicidade.
Atividade 13
Resposta: B
Atividade 14
Resposta: C
Comentário: O hipertireoidismo apresenta como contraindicação a utilização de adrenalina 
como vasoconstritor, bem como cardíacos graves, pois sensibilizam o miocárdio e desenca‑
deiam arritmias cardíacas. Nesses pacientes, o vasoconstritor mais recomendado é a felipres‑
sina, com exceção de pacientes grávidas.
Atividade 15
Resposta: B
Comentário: As agulhas gengivais são divididas em bisel, região perfurante na extremidade 
da agulha; haste, que seria o longo eixo em toda a sua extensão; e canhão, que seria sua 
base plástica e que é apreendido à seringa carpule.
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50 COMPLICAÇÕES EM ANESTESIA LOCAL
Atividade 16
Resposta: C
Comentário: As principais causas relacionadas a esse acidente são falhas na fabricação da 
agulha, a movimentação súbita do profissional ou do paciente durante a anestesia ou mesmo 
erros de técnica do profissional, como a reutilização excessiva da agulha, a inserção de toda 
a agulha nos tecidos ou a angulação da haste da agulha antes de sua inserção.
Atividade 18
Resposta: D
Comentário: O trismo é uma alteração representada clinicamente pela limitação de abertura 
bucal, que pode ser causado por espasmo persistente da musculatura da mastigação. Essa 
complicação pode transcorrer após a anestesia local, em caso de infiltração do anestésico 
no interior de fibras musculares. Nesses casos, a toxicidade do anestésico em ação com os 
vasoconstritores pode levar a uma fibrose persistente na musculatura da mastigação, podendo 
chegar a níveis de necrose.
Atividade 19
Resposta: C
Comentário: A necrose tecidual é uma complicação da anestesia local que pode estar associada 
a vários fatores, como o uso excessivo de anestésico tópico, o uso excessivo de anestésico 
local em regiões anatômicas mais favoráveis ao acometimento, como o palato, ou em casos 
de mordedura de lábio por crianças que foram anestesiadas e não percebem o dano tecidual 
após os procedimentos odontológicos. A durabilidade anestésica da região de tecidos moles 
é mais prolongada quando comparada ao tempo de anestesia do tecido pulpar; isso faz com 
que a criança esteja susceptível a esse tipo de problema. Uma vez instalado o dano tecidual 
e a necrose, o profissional deve atuar diretamente. Deve observar a necessidade do uso de 
antibióticos e de analgésicos pelo paciente.
REFERÊNCIAS
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