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3GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO 
PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
5GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
SUMMARY
1. INTRODUÇÃO
2. USO DA TERRA E PASTAGEM
 2.1 TENDÊNCIAS DE DESMATAMENTO
 2.2 USO DA TERRA E RECUPERAÇÃO DE PASTAGEM
 2.3 LEI DE PROTEÇÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA (LEI 
 FEDERAL N° 12,651/2015) 
3. BIODIVERSIDADE E PECUÁRIA
4. EMISSÕES DE GEES E AGRICULTURA DE BAIXO CARBONO
5. CONTRIBUIÇÕES BRASILEIRAS PARA O ACORDO DE PARIS
6. O USO DA ÁGUA
7. PECUÁRIA SUSTENTÁVEL E A AGENDA 2030 PARA O 
 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
8. INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA PECUÁRIA SUSTENTÁVEL
9. CONCLUSÕES
10. REFERÊNCIAS
6
7GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
8
SUMÁRIO EXECUTIVO
Os desafios para se definir e promover uma pecuária sustentável no Brasil estão fundamentalmente 
relacionados com questões ambientais estratégicas. Desmatamento, emissões de GEE, pastagens degradadas, 
obstáculos à intensificação, uso da água e perda de biodiversidade são alguns dos problemas mais comuns 
relacionados com a produção de carne bovina. 
O objetivo deste Whitepaper é organizar dados e informações confiáveis sobre estes tópicos, considerando-se 
a importância da pecuária para a segurança alimentar no Brasil e no mundo, assim como a necessidade de se 
promover uma nova dinâmica de uso da terra com base na recuperação de pastagens e intensificação da pecuária. 
No Acordo de Paris, as Partes se comprometem a promover a redução das emissões e promover a adaptação e 
recuperação dos ecossistemas. As contribuições do Brasil envolvem não só a redução do desmatamento, mas 
também a restauração de 12 milhões de hectares e a recuperação de até 15 milhões de hectares de pastagens, 
que são os principais problemas evidenciados pelos debates sobre a sustentabilidade da pecuária no Brasil.
9GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
MENSAGENS-CHAVE
O compromisso voluntário do Brasil de reduzir 80% do desmatamento na Amazônia até 2020, abaixo dos 
níveis de 2005, já foi alcançado em 74%; 
O desmatamento pode ser causado por vários fatores como a exploração madeireira ilegal, deficiências na 
política de posse da terra, expansão agrícola e pecuária, desmatamento de pequenas áreas e desmatamento 
em assentamentos rurais e terras indígenas; 
A dinâmica de uso da terra no Brasil envolve recuperação de pastagens, o desmatamento ilegal zero, a 
intensificação da pecuária, restauração da vegetação nativa e a competição por terras entre os diferentes 
produtos agrícolas; 
A recuperação de pastagens é um fator-chave para promover a pecuária sustentável no Brasil ao englobar as 
emissões de carbono, a redução da pressão por novos desmatamentos e o apoio ao uso responsável da água;
Existem previsões de que em 2030 as áreas de pastagem cheguem a 161 milhões de hectares, liberando 17 
milhões de hectares para outras culturas, florestas plantadas e restauração sob a Lei de Proteção da Vegetação 
Nativa (Lei Federal nº 12.651 / 2015);
O processo de adequação e cumprimento da Lei de Proteção da Vegetação Nativa representa uma enorme 
oportunidade para equilibrar a produção e a proteção e criará uma agenda de restauração de pelo menos 12 
milhões de hectares;
O Cadastro Ambiental Rural - CAR alcançou 244 milhões de hectares do total de 398 milhões de hectares, 
o que representa 61,5% da área total a ser registrada até outubro de 2015; na Amazônia, a área já registrada 
chegou a 78,5%;
Existem 190 milhões de hectares de áreas protegidas localizadas em estabelecimentos rurais - Áreas de 
Preservação Permanente e de Reserva Legal que estocam até 99 bilhões de toneladas de CO2e e apoiam o 
alcance das metas de biodiversidade do Brasil;
O CAR poderia ser usado como uma ferramenta para monitorar a conformidade ambiental e para alcançar 
uma informação transparente sobre o desmatamento nas fazendas individualmente; 
A conservação da vegetação nativa nas fazendas e a melhoria das boas práticas agrícolas são formas de se 
promover as principais metas de biodiversidade (metas 4, 5, 7, 11 e 15), bem como os principais Objetivos 
de Desenvolvimento Sustentável (ODSs 2, 6, 12 e 15) ;
As emissões de GEEs e o saldo de remoções da pecuária devem ser melhorados considerando o sequestro 
pelas pastagens e melhorias metodológicas para seguir o Acordo de Paris, conforme a UNFCCC;
As emissões de metano pela pecuária utilizando-se o GTP representaram 66.350 milhões de toneladas de 
CO2e em 2012 em comparação com 278.670 milhões de toneladas de CO2e com base no GWP;
A recuperação de pastagens e os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, que incluem variação de 
estoques de carbono no solo, fermentação entérica, adubação nitrogenada e com esterco, podem significar a 
redução de emissões de até 100 e 25 milhões de toneladas de CO2e respectivamente;
A recuperação de pastagens e a disseminação de boas práticas são as ações mais promissoras para a pecuária 
sustentável e o desenvolvimento de projetos voltados para isso - pelo Grupo de Trabalho da Pecuária 
Sustentável do Brasil - estão na vanguarda da pecuária responsável no Brasil.
10
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste Whitepaper é reunir as informações mais atualizadas sobre os desafios ambientais 
relacionados com a pecuária no Brasil e organizá-las de tal maneira que possam informar e promover um 
debate aberto, dinâmico e construtivo sobre questões transversais relacionadas com o setor da pecuária 
no Brasil.
O Acordo de Paris que foi selado na 21a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas 
sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC - COP21), como um acordo que compromete as Partes a reduzir e 
sequestrar GEEs, adotar ações de adaptação e promover o desenvolvimento e a utilização de tecnologias 
de baixo carbono, é por excelência um momento de mudança que aborda padrões de produção, políticas 
e exigências dos consumidores para a construção fundamentada na sustentabilidade sob uma abordagem 
econômica ampla. 
Além disso, a aprovação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) na septuagésima sessão 
da Sessão Geral das Nações Unidas, ocorrida em 25 de setembro de 2015, criou uma agenda ampla e de 
longo prazo para o desenvolvimento sustentável, com metas claras relacionadas com nutrição e segurança 
alimentar (ODS 2), desafios ambientais (ODS 12, 13 e 15) diretamente relacionados com a produção de 
alimentos. A agenda dos ODS é um tema comum multilateral a ser trabalhado como base para promover 
o desenvolvimento sustentável. 
Os desafios da sustentabilidade dos sistemas de produção de alimentos, o acesso à alimentação, a 
disponibilidade de alimentos nutritivos, saudáveis e diversificados depende de vários fatores, tais 
como o abastecimento de água, terras produtivas, tecnologia e possibilidade de incorporação das boas 
práticas agrícolas. A produção animal no Brasil, assim como outros produtos alimentares, tem um papel 
fundamental a desempenhar quando se trata de alimentos nutritivos e segurança alimentar. 
A base para um debate racional sobre os principais desafios ambientais do setor pecuário no Brasil deve 
ter sua fundamentação em dados confiáveis que levem em conta os padrões da produção pecuária de hoje 
(2015), uma breve comparação com o passado (2005) e as projeções para o futuro (2030). 
A dinâmica e políticas de uso da terra, tendências de desmatamento, o engajamento do setor privado 
e ações no sentido de abordar os principais tópicos relacionados com sustentabilidade, as emissões de 
GEE e práticas agrícolas de baixa emissão de carbono, recuperação e intensificação de pastagens, uso 
responsável da água, assim como o foco em melhoria contínua são algumas das tarefas sobre as quais este 
Whitepaper irá tratar.
11GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Fontes: PRODES/INPE,UFG-LAPIG
2. PASTAGENS E DINÂMICAS DO USO DA TERRA 
TENDÊNCIAS DE DESMATAMENTO
Os últimos onze anos marcaram uma mudança significativa nas taxas de desmatamento da Amazônia. Em 
2014 o desmatamento anual foi de 5.012 km2 em comparação com 27.772 km2 em 2004, o que significou uma 
redução de 82%.
Desmatamento e rebanho bovino na Amazônia
A redução do desmatamento na Amazônia se deve a diferentes políticas, como o Plano de Ação para a 
Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm-2004). Políticas privadas, como a 
Moratória da Soja e o compromisso de desmatamento zero da indústria da carne bovina, lançados em 2006 e 
2009, respectivamente têm também papel importante no combate ao desmatamento no bioma amazônico.
Além disso, em 2010, o Brasil apresentou formalmente à UNFCCC seu compromisso voluntário de reduzir o 
desmatamento na Amazônia em 80% até 2020, abaixo dos níveis de 2005. O Brasil já atingiu 74% disso e a 
meta prevê um desmatamento de 3.900 km2 na Amazônia em 2020. 
Os padrões de desmatamento na Amazônia, considerando a escala, mostra que a conversão de áreas menores 
que 25 hectares representa 60% da área total desmatada no bioma entre 2001 e 2011, em comparação com 30% 
no início da década. Áreas de 25 a 500 hectares contribuíram com 35% (comparado a 50% anteriormente) e 
áreas maiores de 500 hectares representaram 5% do total desmatado (comparado a 20% anteriormente). 
1 PPCDAm, 2012-2015, Junho 2013. 
12
O Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), do Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (INPE), lançado em 2004, foi ferramenta fundamental para monitorar o desmatamento em áreas 
maiores que 25 hectares utilizando o sistema (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) MODIS. No 
entanto, o novo desafio agora são as áreas menores. 
Para resolver isso, desde 2007 o governo publica uma lista dos municípios-alvo, com altas taxas de 
desmatamento. Também é importante mencionar o desmatamento que ocorre em áreas de reforma agrária. De 
2001 a 2011 a conversão de florestas nessas áreas representou 19% do total da área convertida na Amazônia. 
A pecuária é geralmente apontada como a principal causa de desmatamento no Brasil. De fato, não é possível 
estabelecer uma correlação clara e automática entre desmatamento e formação de pastagens. Na verdade, 
existem diferentes vetores de desmatamento na Amazônia e a pecuária se torna uma atividade normal em 
qualquer área já desmatada. Aproximadamente 60% da área convertida até 2008 foi ocupada pela pecuária 
bovina de acordo com o TerraClass. 
Nos últimos 10 anos o número de bovinos aumentou principalmente no Norte do Brasil, ao passo que 
estabilizou-se nas regiões Sul e Sudeste. É importante notar, todavia, que a área de pastagem está diminuindo, 
enquanto que a produtividade animal está aumentando. A intensificação da pecuária, genética e boas práticas 
são fundamentais para uma melhoria contínua na sustentabilidade da pecuária no Brasil, tendo a redução do 
desmatamento e recuperação de pastagens como base.
Área de pastagem (mi ha) X produção de carne por hectare
Fonte: Agroconsult/IBGE.
 2PPCDAm, 2012-2015, Junho 2013
 3TerraClass 2010. 
Também é importante citar que a iNDC (Contribuição Nacionalmente Determinada pretendida) brasileira 
contempla o desmatamento ilegal zero na Amazônia até 2030. A plena aplicação da Lei de Proteção da Vegetação 
Nativa (Lei Federal nº 12.651 / 2012), o acompanhamento rigoroso com base no PPCDAm, a boa gestão das 
áreas protegidas, a revegetação natural na Amazônia, que perfazia 16,5 milhões de hectares em 2010 e a adoção 
de projetos de REDD plus formam uma matriz complexa de políticas e ações para coibir o desmatamento ilegal.
13GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
2.2 USO DA TERRA E RECUPERAÇÃO DE PASTAGEM
A interação entre as políticas de conservação e de produção estão na vanguarda da sustentabilidade da 
agricultura e pecuária. De um lado, as políticas de conservação com base no Sistema Nacional de Áreas 
Protegidas - SNUC, representam 107 milhões de hectares (Ministério do Meio Ambiente, fevereiro de 2015). 
Adicionalmente, as terras indígenas representam 110 milhões de hectares. 
Além disso, existem 190 milhões de hectares de vegetação natural protegida em fazendas devido a exigências 
de conservação pelo Código Florestal (Áreas de Preservação Permanente - APPs e áreas de Reserva Legal) e 
92 milhões de hectares de vegetação remanescente, não abrangidos por políticas específicas de conservação. 
Por outro lado, as áreas agrícolas compreendem 70 milhões de hectares (apenas para a primeira colheita) e 
170 a 180 milhões de hectares de pastagens. Dada a quantidade de pastagens disponíveis, a possibilidade de 
melhorar a produtividade através da implantação de tecnologias, a disponibilidade de áreas degradadas para 
serem restauradas e o desafio de promover a restauração da vegetação nativa, o uso da terra para a agricultura 
e pecuária vai passar por um processo de acomodação nas próximas décadas. A figura abaixo ilustra o cenário 
de uso da terra no Brasil em 2014.
 
Uso da terra no Brasil (2014)
14
15GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Os aspectos mais relevantes das mudanças de uso da terra para a agricultura e pecuária nos próximos anos virá de três 
fontes: 
A rea de pastagem que será recuperada (pastagem degradada); 
A área de pastagem que será intensificada (utilizando diferentes tecnologias para plantio e manejo de 
pastagens, passando pelo uso de genética, rotação lavoura-pecuária e integração de lavoura, pecuária e 
floresta); 
A área que será liberada pelas pastagens para outras atividades agrícolas.
A expansão da pecuária e da agricultura não depende de desmatamento. A mudança no uso da terra que ocorre 
sobre pastagens será fundamental para permitir uma utilização mais eficiente da terra, considerando as diferenças 
de produtividade. De 178 milhões de hectares em 2014/2015 estima-se que em 2030 a área de pastagens será de 
161 milhões de hectares, liberando 17 milhões de hectares de terra para lavouras, florestas plantadas e também para 
restauração sob a Lei de Proteção de Vegetação Nativa (Lei Federal nº 12.651 / 2015). 
Área de pastagem e produção de carne no Brasil
9,666 
10,048 
13,721 
182,796 
178,775 
161,261 
150,000 
155,000 
160,000 
165,000 
170,000 
175,000 
180,000 
185,000 
0 
2,000 
4,000 
6,000 
8,000 
10,000 
12,000 
14,000 
16,000 
2005 2015 (E) 2030 (P) 
Th
ou
sa
nd
 h
a 
Th
ou
sa
nd
 M
T 
Beef production Pasture area 
Source: ABIEC and Agroicone.
A intensificação da pecuária e a recuperação de pastagens também irá aumentar a produtividade do rebanho 
bovino, que segundo projeções irá atingir, em média, 6@/hectare em 2030 (de 4@/ha/ano em 2015). No 
entanto, este processo dependeria de vários fatores, como por exemplo:
Difusão de conhecimentos sobre a intensificação da pecuária bovina e seus benefícios para os 
produtores;
Adoção de boas práticas agropecuárias; 
Fazer manejo de pastagens; 
Melhorar o acesso ao crédito rural permitindo investimentos por produtores menos capitalizados;
16
Contratação de assistência técnica para implementar a intensificação e disponibilizar 
financiamento para este tipo de assistência;
Incentivar os produtores a fazerem controle de custos e receitas das suas propriedades; 
Apoiar os produtores no cumprimento da Lei de Proteção da Vegetação Nativa;
Melhorar o uso de insumos e genética.
O compromisso do setor privado para conter e controlar o desmatamento, o processo de conformidade à Lei de 
Proteção da Vegetação Nativa, o controle rígido sobre o desmatamento ilegal e o processo de intensificação serão 
fatores-chave afetando o uso da terra e, especificamente, a dinâmica das áreas de pastagens nos próximos anos. 
2.3 LEI DE PROTEÇÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA 
(LEI FEDERAL Nº 12.651 / 2015) 
A lei de Proteção da VegetaçãoNativa recentemente promulgada (anteriormente conhecida como “Código Florestal”) 
é um instrumento fundamental de política com o objetivo de promover a restauração da vegetação natural, conter o 
desmatamento ilegal e regular com alto grau de controle a conversão permitida ou desmatamento legal.
A lei 2012 sucedeu o Código Florestal de 1965 e as suas várias alterações e regulamentos relacionados com 
as obrigações de manter e restaurar Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Reserva Legal (APPs) 
(chamadas de RL). 
As APPs são áreas que devem ser preservadas, tanto em áreas rurais quanto urbanas e seus critérios variam de 
acordo com a largura dos rios e corpos d’água, inclinação de encostas, topos de morros e manguezais. Por outro 
lado, a RL significa uma área de vegetação nativa que deve ser mantida em propriedades rurais, sendo de 80% na 
Amazônia (50% em alguns casos), 35% em áreas de Cerrado na Amazônia Legal e 20% em outras áreas. 
A nova lei cria um processo de conformidade, considerando os produtores que desmataram antes e depois de 
julho de 2008, com regras específicas para cada um dos dois casos. Basicamente, os produtores irão restaurar 
áreas de APPs e RL com plantio de espécies nativas, promover revegetação natural se possível e, no caso 
de RL, compensar em áreas remanescentes de vegetação natural que seriam legalmente elegíveis para o 
desmatamento, desde que no mesmo bioma e unidade da federação (a compensação em diferentes Estados 
teria que ocorrer em áreas prioritárias e seguir critérios rigorosos). 
Nesse caso, a compensação pode tornar-se uma espécie de pagamento por serviços ambientais em que o 
proprietário será pago para conservar a vegetação natural. Embora a regulamentação relacionada com a Cota de 
Reserva Ambiental - CRAs ainda não tenha sido aprovada, há diferentes sistemas destinados a criar mercados 
de compensação em muitos Estados, com perspectivas promissoras de se tornarem uma ferramenta essencial 
para a compensação ambiental e incentivo do mercado no futuro. 
O primeiro passo exigido pela nova lei é a inscrição da propriedade no Cadastro Ambiental Rural- CAR, uma 
plataforma web para registro eletrônico (SiCAR), que irá agregar informações sobre Áreas de Preservação 
Permanente e Reserva Legal, assim como se há um déficit de vegetação. Assim, pela primeira vez na história, 
o país terá uma fonte confiável e clara de informações que descrevem o cenário real da vegetação natural 
protegida por fazendas e o déficit de APPs e RLs, que terá que ser restaurado ou passar por revegetação.
A este respeito, até outubro de 2015, as propriedades rurais inscritas no CAR atingiram uma área de 244.67 
milhões de hectares do total de 398 milhões de hectares, o que representa 61,5%. A Amazônia atingiu 78,5%, o 
Centro-Oeste 60% e o Sudeste 58,5%, enquanto no Sul esse percentual foi de 27,5% e no Nordeste 32%. O prazo 
de cadastro no CAR para os produtores que queiram utilizar os mecanismos de conformidade é maio de 2016. 
A característica mais proeminente do CAR é que ele pode ser usado como ferramenta para o planejamento 
17GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 73,761,657 
 15,059,574 
 7,587,233 
 2,819,124 
 646,105 
 436,031 
AMAZON 
CERRADO 
CAATINGA 
ATLANTIC FOREST 
PANTANAL 
PAMPA 
da paisagem, para o planejamento das fazendas e para dar transparência quanto à adequação ambiental das 
explorações agrícolas brasileiras. A utilidade do CAR no futuro, dada a possibilidade de passar informações 
claras e confiáveis sobre a situação de uso da terra, pode ser de tornar-se um instrumento importante para os 
produtores, a indústria, varejistas e consumidores. Além disso, a partir de 2017, os produtores sem CAR não 
serão elegíveis para crédito com lastro em recursos públicos dos bancos. 
Como segundo passo, a lei cria o Programa de Regularização Ambiental - PRA, definindo regras específicas a 
serem seguidas por todos os produtores, que terão que adequar as APPs e/ou áreas de RL. Assim, a restauração 
é o objetivo final para a adequação e a recuperação natural (revegetação), onde é possível; as áreas de RL 
poderiam também ser compensadas e 50% do déficit de RL poderia ser plantado com espécies exóticas desde 
que alguns requisitos sejam seguidos. 
Alguns Estados já aprovaram a regulamentação dos PRAs, como é o caso do Paraná, Pará e Mato Grosso do 
Sul, por exemplo. No Pará, especificamente, os produtores terão até setembro de 2016 para aderir ao PRA 
Estadual, que realmente levaria aos chamados Termos de Compromisso, que contêm as ações de adequação a 
serem feitas em cada fazenda individualmente. 
Por outro lado, São Paulo aprovou uma Lei de PRA mas as regras de adequação estão pendentes, e Mato 
Grosso tem um projeto de PRA prestes a ser aprovado, bem como outros Estados. 
Mesmo com o registro dos estabelecimentos rurais no CAR ainda não completo, o déficit estimado para APPs 
chega a 6 milhões de hectares e o de RLs chega a 19 milhões de hectares. A maior parte desse déficit está 
localizada na Amazônia (até 9,1 milhões de hectares), no Cerrado (6,7 milhões de hectares) e Mata Atlântica 
(7,4 milhões de hectares). 
Este processo de adequação cria uma grande oportunidade para equilibrar a produção com a proteção, gerando 
uma agenda de restauração para o Brasil. Assim, o iNDC apresentado pelo Brasil prevê a restauração de até 12 
milhões de hectares de florestas para fins múltiplos, que atende a agenda de adequação. 
É essencial mencionar que, além da agenda de restauração trazida pelo processo de adequação, os requisitos 
de APPs e RLs já protegem 190 milhões de hectares sob as novas regras. Os estoques de carbono nesta 
vegetação das fazendas representam externalidades positivas da agricultura brasileira, apesar de até hoje não 
existirem políticas eficazes para incentivar e promover a conservação e incremento dos estoques de carbono, 
independentemente dos requisitos legais. 
A figura abaixo representa a quantidade estimada de carbono estocado em APPs e áreas de RL, no valor de 99 
bilhões de toneladas de CO2 equivalente. Além disso, a restauração de pelo menos 12 milhões de hectares de 
APPs e RLs pode gerar um sequestro de carbono de até 4,5 bilhões de toneladas de CO2 equivalente, o que 
representa mais de 10 vezes as emissões da agricultura no Brasil com base nos dados 2012.
Carbono em reserva legal e APPs (toneladass CO2e) 
 4Cadastro Ambiental Rural, Boletim Informativo, Outubro 2015. Available at file:///Users/rodrigocalima/Downloads/boletim_informativo_car_out2015.pdf
 5Soares Filho, B. et al. 2014. Cracking Brazil’s Forest Code. Science vol. 344, pp363-364.
Fonte: Agroicone based on Soares-Filho et. al. 2014. 
18
Deve-se ressaltar que a agenda de conformidade é uma política de longo prazo, prevista para durar 
até 20 anos após a adesão de cada um dos produtores ao processo de conformidade. Alinhado com o 
processo do CAR nos Estados, a aprovação de PRAs para embasar o processo de conformidade e o 
início da restauração vai promover uma nova dinâmica no uso da terra. 
3. BIODIVERSIDADE E PECUÁRIA
Considerando-se a extensão das áreas de pastagem e as diferentes políticas e ações que promovem a 
redução do desmatamento e desmatamento ilegal zero, é importante situar a pecuária no contexto da 
proteção à biodiversidade. O mapa abaixo representa os diferentes biomas brasileiros.
19GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
É importante assumir que o cumprimento da Lei de Proteção da Vegetação Nativa iria promover a restauração e 
um controle rigoroso sobre o desmatamento legal (somente aqueles que estão em conformidade com os critérios 
de APPs e RLs e que se inscreveram no CAR seriam elegíveis para solicitar autorização de desmatamento 
legal). Em paralelo, o cumprimento das políticas contra o desmatamento ilegal, bem como a melhoria das 
políticas de conservação com base no Sistema Nacional de Áreas Protegidas teria um grandeimpacto na 
redução do desmatamento e perda da biodiversidade. 
A redução das áreas de pastagens devido à restauração e intensificação irá também desempenhar um papel 
importante no apoio aos valores da biodiversidade, especialmente com a conservação das Áreas de Preservação 
Permanente e Áreas de Reserva Legal, que são áreas protegidas pela Lei de Proteção da Vegetação Nativa. As 
APPs e áreas RL existentes somam 190 milhões de hectares, a maioria localizada na Amazônia e no Cerrado. 
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) irá capturar geograficamente a localização dessas áreas nos diferentes 
biomas, ligando-as a cada exploração agrícola, o que vai permitir uma informação transparente sobre como os 
produtores estão tratando suas obrigações relacionadas com a conservação. 
Naturalmente, as atividades de pecuária sobre áreas recém-desmatadas têm externalidades negativas, 
considerando-se a biodiversidade. No entanto, as exigências de conservação em fazendas já em vigor têm um 
papel importante na conservação da biodiversidade, contribuindo para as Metas de Biodiversidade de Aichi e 
as metas de biodiversidade do Brasil. 
Além disso, o processo de intensificação que leva a ganhos de produtividade e a restauração de pastagens 
degradadas tendem a reduzir a necessidade de novas áreas convertidas e, por isso, elas terão impactos 
importantes para o monitoramento de indicadores de biodiversidade ao longo do tempo. 
As Metas de Biodiversidade de Aichi complementam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o avanço 
da pecuária sustentável tem um papel fundamental a desempenhar quando se trabalha com essas metas. Por 
exemplo, a Meta 4 (produção e consumo sustentáveis), Meta 5 (perda de habitats naturais), Meta 7 (agricultura 
sustentável e conservação da biodiversidade), Meta 11 (áreas protegidas) e Meta 15 (resiliência do ecossistema) 
estão intimamente relacionadas com o desenvolvimento da pecuária sustentável e a implantação das melhores 
práticas, considerando-se as características regionais.
A tabela abaixo inclui informações sobre áreas de terras indígenas, áreas protegidas com base em áreas de 
SNUC, APPs, RL e áreas remanescentes de vegetação nas fazendas.
BIOMAS
AMAZÔNIA
CAATINGA
CERRADO
MATA ATLÂNTICA
PAMPA
PANTANAL
419,694,300
84,445,300
203,644,800
111,018,200
17,649,600
15,035,500
851,487,700 110,227,125
99,983,417
266,385
9,971,023
630,013
3,232
273,055
107,663,082
96,439,600
1,118,100
6,585,200
3,096,600
416, 635
6,947
11, 957, 039
4,787,361
2,319,642
3,278, 756
787,923
299, 912
483, 445
178, 399, 606
103, 112, 698
15, 031, 080
43, 977, 095
11, 200, 514
2, 543, 675
2, 534, 544
92, 872, 751
12, 654, 890
25, 798, 422
40, 081, 507
4, 018, 774
3, 043, 384
7, 275, 775
59%
76%
53%
51%
18%
36%
70%
TOTAL
ÁREA DO BIOMA
(HECTARES)
TERRAS INDÍGENAS
REGULARIZADAS 
(TIs)
ÁREAS PROTEGIDAS
NO ÂMBITO DO SNUC
(UCS)
ÁREAS DE RESERVA
LEGAL - LR
REMANESCENTE DE 
VEGETAÇÃO 
NATURAL EM FAZENDAS
TIS + UCS + APPS + LR + 
VEGETAÇÃO 
REMANESCENTE / BIOMA
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE
(APPS)
Fontes: Ministério do Meio Ambiente/Cadastro Nacional de Unidades de Conservação-CNUC (2015); Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE); Soares-Filho et. al. (2014); Instituto Socioambiental – ISA (2014). Notes: SNUC – National System of Protect-
ed Areas does not include Environmental Protected Areas, called APAs. 
20
4. EMISSÕES DE GEES E AGRICULTURA DE BAIXO CARBONO
O padrão de emissões de GEEs no Brasil mudou nos últimos anos. Em 2005, as emissões provenientes do uso 
da terra, mudanças no uso da terra e silvicultura (LULUCF) representaram 58% do total das emissões de CO2 
equivalente. Em 2012 esse número mudou para 15%, devido à redução do desmatamento, e os setores agrícola 
e de energia tornaram-se os setores mais importantes em termos de emissões, representando 37% cada um.
Perfil das Emissões de GEE brasileiras
Fonte: MCTI/2014.
O metano (CH4) responde por 62% e o óxido nitroso (N2O) por 38% do total das emissões agrícolas (446 
milhões de toneladas de CO2 equivalente). A queima de resíduos, as emissões dos solos e a fermentação entérica 
são a principal fonte de emissões de metano, onde a fermentação entérica da pecuária de corte representa 75%, 
seguida por 12% da pecuária de leite e 13% da fermentação entérica de outros animais, esterco e queima de 
resíduos da cana de açúcar e arroz. As principais emissões de N2O vem de solos agrícolas devido a dejetos de 
animais, uso de fertilizantes sintéticos e animais em pastagens.
Na Segunda Comunicação à UNFCCC (2005), o Brasil destacou um aspecto metodológico relacionado com 
a contabilização com base no Potencial de Aquecimento Global (GWP) versus o Potencial de Temperatura 
Global (GTP). 
“O GTP compara as emissões de gases de efeito estufa por meio de suas contribuições para a mudança 
na temperatura média da superfície da Terra em um determinado período de tempo futuro e reflete 
melhor a real contribuição dos vários gases de efeito estufa para mudança climática. Portanto, o 
GTP permitiria políticas de mitigação mais apropriadas. O GWP não representa adequadamente a 
contribuição relativa dos diferentes gases de efeito estufa para a mudança climática. Seu uso poderia 
superestimar e erroneamente salientar a importância de gases de efeito estufa que permanecem na 
atmosfera por apenas curtos períodos de tempo, como o metano, conduzindo a estratégias erradas 
 6MCTI, Estimativas anuais de emissões de gases de efeito estufa - 2a edição, 2014.
21GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Fontes: Agroicone based on Estimativas anuais de emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Available at: 
http://www.mct.gov.br/upd_blob/0235/235580.pdf and GTP-100 for CH4 and N2O – SHINE et al. (2005).
7MCTI 2010, Second National Communication of Brazil, page 16.
8IPCC, 2013: Summary for Policymakers. In: Climate Change 2013: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental 
Panel on Climate Change [Stocker, T.F., D. Qin, G.-K. Plattner, M. Tignor, S.K. Allen, J. Boschung, A. Nauels, Y. Xia, V. Bex and P.M. Midgley (eds.)]. Cambridge University Press, 
Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA. SPM D.2 p.15.
9BARIONI, Luís Gustavo. Pecuária e balanço de carbono. 2015, to be published 
e inadequadas de mitigação no curto e longo prazos, orientando erroneamente as prioridades de 
mitigação. Importância exagerada tem sido atribuída à redução das emissões de metano e de alguns 
gases industriais que permanecem na atmosfera por um curto período de tempo, assim desviando 
o foco da necessidade de reduzir-se as emissões de CO2 dos combustíveis fósseis e do controle de 
gases industriais que permanecem na atmosfera durante um longo período de tempo.”
A importância do debate sobre a medição do balanço de carbono com GWP e/ou GTP não é novo na UNFCCC. 
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas afirma “a métrica e horizonte de tempo mais adequados 
dependerá de quais aspectos da mudança climática são considerados mais importantes para uma aplicação particular. 
Nenhuma métrica individualmente pode comparar com precisão todas as consequências de diferentes emissões, e todos 
têm limitações e incertezas”.
Portanto, é importante situar o debate sobre a metodologia mais adequada para contabilizar GEEs de curta permanência 
na atmosfera. As emissões de metano devido à pecuária são altamente impactadas pelo uso do GWP considerando o 
seu fator de emissão. A tabela abaixo mostra a diferença nos fatores de emissão GTPs e GWPs e seu impacto sobre as 
emissões totais de metano e óxido nitroso do setor agrícola em 2012.
GWP vs GTP e Emissões da Pecuária
GHG GWP GTP CO2e (GWP) CO2e (GTP)
VARIAÇÃO
(GTP/GWP)
CH4
N2O
TOTAL
13,270
541
-
21
310
-
5
270
446,380
66, 350
146, 070
212, 420
24%
87%
48%
12, 654, 890
25, 798, 422
40, 081, 507
EMISSÕES
(2012)A iNDC brasileira também destaca a importância de capturar as diferenças das metodologias de GWP e GTP. A terceira 
comunicação nacional à UNFCCC, que está prestes a ser publicada, também irá considerar as duas metodologias.
Em paralelo, seria importante observar como o Acordo de Paris vai afetar o balanço e contabilização de emissões 
do uso da terra, mudança no uso da terra e dos setores da silvicultura e agricultura. É razoável dizer que, em 
futuro próximo, as partes tomarão decisões considerando as metodologias e as regras para contabilização 
detalhada de carbono, que irá cobrir pastagens e pecuária de corte. 
No Brasil, já é possível notar melhorias em aspectos metodológicos relacionados com os GEEs na pecuária. 
Portanto, é necessária a organização de dados e informações para análise integrada a nível regional, o 
desenvolvimento de novos métodos de avaliação, a padronização metodológica e a criação de bases de dados 
de fatores de emissão para avaliações de ciclo de vida contabilizando a pegada de carbono em sistemas de 
produção bovina e o desenvolvimento de aplicativos para sistemas de produção a fim de permitir uma avaliação 
do balanço de gases de efeito estufa e estratégias para mitigação de emissões de GEEs em fazendas. 
22
10Regulated by the Federal Decree No 7,390/2010
11Federal Decree No 7,390/2010, Article 6.
12BACEN Resolution 3,896 de 17/08/10.
Juntamente com a melhoria das metodologias de contabilização de GEEs, é relevante citar que a adoção de 
práticas de baixo carbono pode ter impactos positivos sobre a pecuária e outras práticas agrícolas. 
O Brasil adotou a orientação rumo a uma agricultura de baixo carbono em 2010, como parte da Política Nacional 
de Mudanças Climáticas (Lei Federal nº 12.187 / 2009 ), que foi promulgada depois que o Brasil assumiu o 
compromisso de Ações de Mitigação Nacionalmente Apropriadas - NAMAs, durante a COP15 em Copenhague.
O Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono) é um plano setorial para a mitigação e adaptação das mudanças 
climáticas, criado pelo Governo Federal e gerido pelo Ministério da Agricultura. Entre as suas várias metas, 
existem incentivos financeiros especificamente para as 6 seguintes ações mais relevantes:
Recuperação de pastagens degradadas (15 milhões de hectares);
Plantio direto (8 milhões de hectares);
Fixação biológica de nitrogênio (5,5 milhões de hectares);
Integração lavoura-pecuária-floresta - iLPF (4 milhões de hectares);
Florestas plantadas (3 milhões de hectares);
Tratamento de resíduos de animais (4,4 milhões de m3).
Para atingir tais objetivos, foi criada uma linha especial de incentivo/crédito, aprovada pelo Banco Central , 
para o financiamento de tecnologias/projetos sustentáveis, que só em 2014 ofereceu 4,5 bilhões de Reais com 
taxas juros anuais de 5%. Através do Plano ABC espera-se que um total de 197 bilhões de Reais possa ser 
utilizado para financiar projetos de agricultura de baixo carbono durante o período de 2011-2020, alcançando 
reduções de até 163 milhões de toneladas de CO2e até 2020. 
Todavia, apesar da importância do Plano ABC como um programa de financiamento de mitigação de GEE, 
ele já enfrenta desafios que precisam ser superados no futuro próximo. Nesse sentido, de acordo com a última 
avaliação regional de desembolso/crédito relativa ao período 2014/2015, pode-se identificar claramente uma 
desproporção severa entre as regiões no desembolso e contratos assinados. 
As regiões Sudeste e Centro-Oeste receberam 958 milhões de Reais e 1 bilhão de Reais, respectivamente, 
enquanto o Norte e Nordeste, que precisam fortemente de mais apoio para desenvolver suas economias e 
reduzir a pobreza, especialmente entre a população rural, receberam apenas 295 milhões de Reais e 311 
milhões de Reais, respectivamente. 
A melhoria do Plano ABC a partir de 2016 contará com o Acordo de Paris e com a necessidade de se criar um 
ambiente propício destinado a promover a recuperação de pastagens e boas práticas agropecuárias quando se 
trata de pecuária. A capacidade de medir reduções de GEE com base no Plano é também um desafio transversal 
que merece atenção. 
Considerando-se um potencial de mitigação de 6,78 tCO2e/ha para a recuperação de pastagens e sistemas 
de integração lavoura-pecuária-floresta, que incluem a variação do estoque de carbono no solo, fermentação 
entérica, esterco e adubação nitrogenada, estas ações podem mitigar cerca de 100 e 25 milhões de tCO 2e, 
respectivamente (Observatório ABC, 2013).
Outros estudos, tais como o Implicações Econômicas e Sociais (IES-Brasil, 2014) incluíram o conteúdo de 
carbono de floresta no sistema iLPF. Isso levaria um aumento no potencial de mitigação de 106 tCO2e/ha em 
20 anos. De acordo com o Imaflora,
23GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
13Piatto, Marina. Voivodic, Mauricio; Costa Junior, Ciniro. Perspective Imaflora. The road to Brazilian agriculture: increased production with 
lower emissions. October 2015.
“Com o uso de áreas de pastagens degradadas atualmente existentes no Brasil e a adoção de 
práticas de baixo carbono, até 2030 será possível atender a demanda por produtos agrícolas 
e também reduzir em 50% as emissões de GEE do setor agrícola, sem causar desmatamento. 
Intensificação moderada da produção pecuária, o uso de sistema de cultivo com plantio direto e 
a implementação de sistemas de IAFP são essenciais para alcançar este cenário.
Reconhecendo que a recuperação de pastagens e a intensificação da pecuária são os principais fatores para 
ganhos em produtividade, é importante considerar o sequestro de carbono a partir de uma melhor gestão de 
pastagens, recuperação de pastagens e práticas como iLPF como parâmetros para analisar-se o ciclo de vida da 
produção de carne no Brasil. 
Estes números poderiam ser melhorados se os estoques de carbono por desmatamento evitado, devido ao aumento 
da taxa de lotação nessas áreas (recuperação de pastagens e iLPF permitem um aumento na produtividade 
geral nessa área) fossem também considerados, e também relacionados à restauração relacionada com a Lei 
de Proteção da Vegetação Nativa (Lei Federal nº 12.651 / 2015). Esses fatores permitirão balanços precisos de 
GEE da produção agrícola.
5. CONTRIBUIÇÕES BRASILEIRAS PARA O ACORDO DE PARIS
Em sua Contribuição Nacionalmente Determinada pretendida-INDC recentemente apresentada, o Brasil estabeleceu 
uma redução absoluta de GEE 37% abaixo dos valores de 2005 até 2025, indo além e alcançando 43% em 2030.
Foi o primeiro país em desenvolvimento a se comprometer com uma redução absoluta. Para conseguir essa 
redução o Brasil deverá adotar medidas relacionadas com uso da terra, bioenergia, restauração florestal, agricultura 
de baixo carbono e eficiência energética. As medidas mais relevantes são:
Reforçar e fazer cumprir a implementação do Código Florestal, nos níveis federal, estadual e 
municipal;
Desmatamento ilegal zero na Amazônia Brasileira e compensação de emissões de gases de efeito 
de estufa devido à supressão legal de vegetação até 2030;
Restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares de florestas até 2030, para fins múltiplos;
Melhorar os sistemas de manejo sustentável de florestas nativas, visando coibir práticas ilegais 
e insustentáveis.
Especificamente para atividades de agricultura, como parte do Programa de Agricultura de Baixa Emissão de 
Carbono (ABC), o Brasil se comprometeu a restaurar um adicional de 15 milhões de hectares de pastagens 
degradadas, bem como aumentar 5 milhões de hectares de terras cultivadas com sistemas de integração lavoura-
pecuária-floresta até 2030.
Além dessas medidas, apesar de já ter um programa de biocombustíveis de sucesso, o Brasil quer melhorar 
este segmento energético. Em outras palavras, o país tem a meta de aumentar em 18% até 2030 seu consumo 
de biocombustíveis tais como o etanol, biocombustíveis avançados (segunda geração), assim como aumentar 
a quota de biodiesel na mistura do diesel.
24
Finalmente,quanto ao setor da energia como um todo, o país comprometeu-se a continuar seus esforços para 
manter uma matriz sustentável, alcançando 45% de energias renováveis na matriz energética até 2030, incluindo:
O aumento entre 28% e 33% do uso de outras fontes de energia renovável que não hidroeletricidade no 
mix total de energia até 2030; 
Expansão do uso doméstico de fontes de energia não fósseis, aumentando para pelo menos 23% 
a quota de energias renováveis (exceto energia hidrelétrica) no fornecimento de energia até 2030, 
inclusive através do aumento da quota de energia eólica, de biomassa e solar; 
Atingir ganhos de 10% de eficiência no setor da eletricidade até 2030.
Portanto, a pecuária irá desempenhar um papel importante nas contribuições brasileiras do Acordo de Paris. 
De um lado, a restauração sob a Lei de Proteção da Vegetação Nativa poderia levar a um sequestro de carbono 
de até 4,5 bilhões de toneladas de CO2e nos próximos 30 anos. Adicionalmente, a compensação de áreas de 
Reserva Legal iria funcionar como uma prática desmatamento evitado e, portanto, armazenar carbono na 
vegetação natural que poderia ser legalmente convertido. 
A aplicação da Lei de Proteção da Vegetação Nativa e seu processo de conformidade abrem uma agenda 
enorme de mitigação e adaptação para o Brasil, tendo o setor agrícola como o principal agente. Políticas para 
promover e incentivar não só a restauração, mas também a redução do desmatamento legal serão parte de uma 
próxima geração de políticas relacionadas com a dinâmica do uso da terra no Brasil.
Além disso, é importante citar a recuperação de pastagens como um indicador chave de sustentabilidade para a 
pecuária. O aumento das pastagens recuperadas vai permitir o aumento da produção, em períodos curtos, com 
emissões de GEEs reduzidas.
6. O USO DA ÁGUA
A água é um recurso natural escasso e absolutamente necessário para a vida e a produção de alimentos. O uso 
responsável da água tem uma relação íntima com a segurança alimentar e erradicação da pobreza, bem como 
padrões sustentáveis de produção e consumo. 
As mudanças climáticas tendem a aumentar o stress térmico, as secas e inundações, criando uma competição 
por água devido ao crescimento populacional, aos fluxos migratórios, à urbanização, à industrialização, à 
segurança alimentar e energética e eventos de impacto climático. 
Como um valor geral, considera-se que a agricultura consuma 70% da água doce do mundo, chegando a 90% 
em alguns países em desenvolvimento. O sector da pecuária é rotulado como tendo uso intenso de água, devido 
ao desmatamento, à degradação de pastagens, aos impactos dos animais sobre os cursos de água e solo e da 
pegada hídrica da indústria. 
O fato da produção de carne bovina no Brasil ser baseada em pastagens extensivas, cobrindo algo em torno 
de 170 a 180 milhões de hectares, e a degradação de pastagens resultar em pastagens de baixa produtividade e 
diferenças de degradação do solo, a recuperação de pastagens degradadas é uma ação fundamental relacionada 
com o uso responsável da água. Da mesma forma que para o carbono e a biodiversidade, a possibilidade de 
restaurar áreas de pastagens - atingindo os 15 milhões de hectares do Plano ABC, além dos 15 milhões de 
hectares da INDC do Brasil - vão significar uma grande conquista para promover a pecuária sustentável. 
Além disso, sistemas de pastoreio e cultivo misto, com base na adoção de boas práticas como a rotação de 
lavoura-pecuária, a integração lavoura-pecuária-floresta, a qualidade do pasto, a redução do estresse térmico e 
o encurtamento da terminação dos animais pode reduzir o impacto da pecuária nos recursos hídricos. 
25GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Adicionalmente, a restauração de Áreas de Preservação Permanente é um aspecto crítico que pode trazer 
impactos positivos para a proteção da água em rios, bacias hidrográficas e mananciais de água. A restauração 
de áreas de Reserva Legal em pastagens degradadas e de baixa produtividade também é outra maneira de 
melhorar a proteção da água e criar indicadores positivos de carbono e biodiversidade. 
A pegada hídrica para produzir carne - tida como 15.500 l/kg - é fortemente dependente de água verde (água 
da chuva) - 93%, água azul (água superficial e subterrânea) - 4%, e água cinza (água necessária para a diluição 
dos efluentes do processo de produção) - 3%. 
No Brasil, a água verde representa a água necessária para produzir pastagens e grãos e está diretamente ligada 
ao desafio de aumentar a produtividade de carne e grãos em relação ao uso do solo, reduzir a degradação de 
pastagens, conter o desmatamento, promover o tratamento do esterco e outras ações. A melhoria das métricas 
usadas para calcular a pegada hídrica da carne bovina no Brasil deve considerar características regionais e 
padrões específicos de produção. Métricas de abordagem ampla tendem a gerar resultados desequilibrados e 
generalizar a produção de carne como um modelo padrão.
Também é importante considerar que as ações de adaptação em harmonia com o Plano ABC e o Plano de 
Adaptação futuro a ser aprovado no Brasil deveria abordar o uso da água e sua disponibilidade a fim de 
minimizar os efeitos das alterações climáticas e os impactos sobre a produção de alimentos. Entre as ações de 
adaptação do Plano ABC, algumas estão diretamente relacionadas com o uso da água:
O desenvolvimento de mapas de prioridade para a conservação da água;
Sistematizar as capacidades regionais para a implementação e adaptação de diferentes sistemas de uso 
de recursos naturais (biodiversidade, água e solo);
Desenvolver projetos de pesquisa sobre a conservação e a utilização sustentável dos recursos hídricos, do 
solo, sobre o fluxo de gases e nutrientes, incluindo sistemas naturais produtivos e diversos diretamente 
relacionados visando a sua adaptação e resistência às mudanças climáticas.
Ao passo que a relação entre o uso racional da água, irrigação, pecuária sustentável, segurança alimentar e erradicação 
da pobreza podem gerar benefícios econômicos, ambientais e sociais, é importante considerar o potencial para 
recuperar áreas de pastagens e áreas de preservação, aumentando a produtividade do rebanho e reduzindo a utilização 
da terra como uma maneira de gerir os recursos hídricos de forma responsável na pecuária brasileira.
7. PECUÁRIA SUSTENTÁVEL E A AGENDA 2030 PARA O 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) aprovados pelas Partes das Nações Unidas, em setembro 2015 
substitui os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), um conjunto de metas que promovem o desenvolvimento 
sustentável e a erradicação da pobreza, adotado em 2000. Assim, os ODS são um conjunto intergovernamental de 17 
objetivos com 169 metas visando promover medidas concretas para o desenvolvimento sustentável até 2030 que vão 
muito mais além do que os ODM, abordando não só os temas anteriormente mencionados, mas também as causas 
profundas da pobreza e da necessidade universal de desenvolvimento. 
Neste sentido, é importante citar entre os seus 17 objetivos, os ODS que estão diretamente relacionados com o debate 
sobre pecuária sustentável.
A) ODS2: “Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura 
sustentável”
26
ODS2 é profundamente importante, uma vez que trata de um dos problemas mais graves e mais antigos da humanidade 
- a fome. É sabido e também declarado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 
que atualmente o mundo tem 805 milhões de pessoas que passam fome, a maioria localizada no continente Africano, 
especialmente em áreas rurais, em que 90 milhões de crianças menores de cinco anos de idade estão perigosamente 
abaixo do peso e uma pessoa em cada quatro passa fome. Portanto, o aumento da oferta de alimento, tornando-o mais 
acessível e disponível para os pobres é desafio-chave para alcançar este objetivo. 
Da mesma forma,deve-se ressaltar que a população mundial está em constante crescimento, assim, a produção de 
alimentos não deve apenas atender a população global de hoje, especialmente aqueles que não têm acesso a ela, mas 
também planejar-se para suportar um número muito maior, neste caso, 8,5 bilhões de pessoas até 2030 e 9 bilhões até 
2050, em sua maior parte em países pobres e em desenvolvimento. 
Além disso, a concentração do crescimento populacional nos países mais pobres apresenta seu próprio conjunto de 
desafios, tornando-se mais difícil de erradicar a pobreza e combater a fome, que são cruciais para o sucesso das ODS 
(por exemplo, cerca de 31 milhões por ano em 2050 na África e no Sul e Oeste da Ásia juntos ).
Por último, a fim de alimentar essa população maior e em crescimento até 2050, “a produção de alimentos deve aumentar 
em 70 por cento (descontando-se os alimentos utilizados para biocombustíveis)”. A produção anual de cereais deverá 
subir para cerca de 3 bilhões de toneladas a partir das 2,1 bilhões de hoje e a produção anual de carne terá de aumentar 
em mais de 200 milhões de toneladas para chegar a 470 milhões de toneladas “.
A este respeito, uma vez que o ODS2 tem como núcleo principal três componentes inter-relacionados (i) acabar com a 
fome, (ii) segurança alimentar e (iii) a melhoria da nutrição, esperando que essas demandas tenham correspondência, 
ele objetiva o seguinte:
Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular dos pobres 
e das pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, à alimentação segura, nutritiva e 
suficiente durante o ano todo (meta ODS2 2.1);
Até 2030, acabar com todas as formas de desnutrição, incluindo o alcance, até 2025, das metas 
acordadas internacionalmente sobre baixa estatura e baixo peso em crianças menores de 5 anos 
de idade, assim como atender às necessidades nutricionais de meninas adolescentes, mulheres 
grávidas e lactantes e idosos (ODS2 meta 2.2);
Até 2030, dobrar a produtividade agrícola e os rendimentos dos produtores de alimentos em 
pequena escala, em particular de mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastoralistas 
e pescadores, incluindo, através de acesso seguro e igualitário à terra e a outros recursos produtivos 
e insumos, conhecimento, serviços financeiros, mercados e oportunidades para agregação de 
valor e de emprego não-rural ( ODS2 meta 2.3);
Até 2030, assegurar sistemas de produção de alimentos sustentáveis e implementar práticas 
agrícolas eficientes que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os 
ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às alterações climáticas, condições 
meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres e que melhoram progressivamente 
a qualidade do solo (ODS2 meta 2,4);
Até 2020, manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas e animais de produção e 
suas espécies selvagens relacionadas, inclusive por meio de bancos de sementes e plantas muito 
14FAO, FIDA e PMA. 2014. FAO, FIDA e PMA. 2014. O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo, 2014. Fortalecimento de um ambiente favorável para a segurança alimentar e nutrição. Roma, FAO
15Id., Supra.
16FAO report “How to Feed the world in 2050”.High Level Expert Forum, Rome, October 2009. Available at: http://www.fao.org/wsfs/forum2050/wsfs-forum/en/
17World agriculture: towards 2030/2050 Interim report Prospects for food, nutrition, agriculture and major commodity groups. Global Perspective Studies Unit Food and Agriculture 
Organization of the United Nations, Rome, June 2006. Available at: http://www.fao.org/es/ESD/gstudies.htm
18FAO study “How to Feed the world in 2050”. Available at http://www.fao.org/fileadmin/templates/wsfs/docs/expert_paper/How_to_Feed_the_World_in_2050.pdf
27GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
bem gerenciados e diversificados nos níveis nacional, regional e internacional, e promover o 
acesso justo e a divisão equitativa dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos 
e conhecimentos tradicionais associados, como acordado internacionalmente. (ODS2 meta 2.5).
B) ODS12: “Garantir padrões de consumo e produção sustentáveis”
Na mesma lógica para erradicação da pobreza e promoção do desenvolvimento sustentável, o ODS12 tem o papel 
de garantir padrões de consumo sustentáveis até 2030. Isso é extremamente relevante, pois chama a atenção para 
o uso racional dos recursos naturais limitados e como as atividades econômicas podem ser reforçadas, criando 
mais postos de trabalho, impulsionando a economia, mas também aliando-se à proteção ambiental. 
No entanto, uma vez que o consumo e a produção sustentável implicam em mudanças sociais amplas que 
requerem uma abordagem sistemática para o desenvolvimento humano com base em dimensões ecológicas, 
sociais e econômicas, suas metas e resultados podem ser mais difíceis de se alcançar ou tem maiores chances 
de falhar, a menos que uma reestruturação da indústria seja efetivamente fomentada.
Finalmente, uma vez que a ODS 12 tem o objetivo de desenvolver um meio melhorado e sustentável da 
produção, ela também exige a preservação da biodiversidade, que está diretamente ligada com a Convenção 
sobre Diversidade Biológica, especificamente sua meta 7 de Aichi, por isso, reforçar as melhores práticas 
existentes de produção não é apenas uma abordagem positiva para o problema, mas também uma abordagem 
imperativa para o mesmo.
C) ODS 15: “Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável 
as florestas, combater a desertificação e conter e reverter a degradação do solo e conter a perda de biodiversidade”
Quanto à ODS 15, ela aborda a perspectiva da proteção ambiental da erradicação da pobreza e do desenvolvimento 
sustentável, assegurando a preservação dos ecossistemas, e a biodiversidade. A este respeito, como também 
declarado na ODS 12 acima, novos métodos de produção de alimentos de forma sustentável são vitais para o 
futuro, uma vez que a gestão ineficiente da agricultura ou da produção de alimentos pode causar graves danos 
ao meio ambiente e à biodiversidade, ambas estritamente ligadas principalmente ao desmatamento.
Portanto, aumentar a produção de alimentos é essencial, mas fazê-lo de uma forma sustentável, produtiva e 
planejada é extremamente importante para o futuro e para a saúde humana. 
Neste sentido, os desafios para promover uma pecuária sustentável no Brasil, que tem a recuperação de 
pastagens degradadas, incluindo a intensificação e o aumento da produtividade, o processo de conformidade 
com a Lei de Proteção da Vegetação Nativa e a redução do desmatamento, são fatores-chave para a ampliação 
de boas práticas e padrões mais sustentáveis de produção. 
Com base nos fatos acima mencionados, erradicar a pobreza, garantir a segurança alimentar de uma forma 
sustentável e preservar a biodiversidade é vital para se atingir os ODS e alcançar seus resultados dentro do 
prazo acordado em suas metas. Um fato claramente declarado nos ODS 2, 12 e 15, é que todas as pessoas até 
2030 devem ter acesso a alimentos nutritivos a preços razoáveis, produzidos de forma sustentável, juntamente 
com a proteção ambiental e preservação dos ecossistemas e da biodiversidade. 
Além disso, é relevante citar a Meta 6, que visa garantir a disponibilidade e gestão sustentável da água e 
saneamento para todos. O uso adequado de água no setor da carne bovina requer não apenas melhorias 
tecnológicas no setor de processamento, mas principalmente a adoção de boas práticas no campo. Manejo de 
pastagens e especificamente a recuperação das mesmas são atividades fundamentais para promover a ODS 6 
no sector da pecuária no Brasil. 
Neste sentido, a promoção de práticas sustentáveis de pecuária irá desempenhar um papel importante no fornecimento de 
uma fonte estável e nutritiva de proteína para todo o mundo. O gráfico abaixo apresenta o consumo e as exportações de 
carneao longo do tempo, destacando o papel do Brasil como uma das principais fontes de carne bovina.
28
7,796 8,089 
10,272 
0 
2,000 
4,000 
6,000 
8,000 
10,000 
12,000 
14,000 
16,000 
2005 2014 2030 (P) 
Th
ou
sa
nd
 M
T 
Export Consumption 
Source: SECEX/MDIC; ABIEC, Agroicone. 
Destino da Carne Brasileira 
29GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
8.INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA PECUÁRIA SUSTENTÁVEL 
A promoção de uma agenda positiva de práticas sustentáveis de pecuária é um pilar central do objetivo de 
longo prazo para divulgar e mudar o paradigma da pecuária brasileira. Aumento da produtividade, recuperação 
de pastagens degradadas, promoção da rotação lavoura-pecuária, adoção de projetos de integração lavoura-
pecuária-floresta e outras ações como o melhoramento genético são os principais desafios.
Com o objetivo de trabalhar com esta agenda, o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável - GTPS fundado 
em 2007 e lançado oficialmente em 2009, foi criado envolvendo os principais players dos setores público e 
privado do setor de carne bovina brasileira, com o objetivo de desenvolver princípios e normas para apoiar 
práticas sustentáveis de pecuária.
Entre as suas várias ações, o grupo tem focado fortemente na assistência a pequenos produtores e proprietários 
rurais para melhorar suas práticas, tornando-os mais sustentáveis e produtivos, utilizando os recursos naturais 
de forma inteligente e reduzindo a pobreza. Neste sentido, devem ser ressaltados 12 de seus projetos atualmente 
em andamento no Brasil, conforme apresentado a seguir:
Município: PARAGOMINAS/PARÁ
Período: 01/03/2015 - 28/02/2019
Organização: The Nature Conservancy (TNC)
Objetivo: fomentar boas práticas pecuárias entre os 
produtores locais. Também consolidar as parcerias 
público-privadas sobre o assunto. 
Município: São Felix do Xingu/Pará
Período: 2014 – 2017
Objetivo: Aumentar a produtividade através da gestão 
adequada dos solos, animais e estabelecimento de linhas 
de crédito.
Organização: Instituto Centro Vida (ICV)
Município: Alta Floresta/Mato Grosso
Período: 28/10/2014 - 28/10/2016
Objetivo: Promover práticas sustentáveis que melhoram o 
desempenho econômico, social e ambiental, visando reduzir o 
desmatamento, conservando ou recuperando recursos naturais e 
fortalecendo a economia local.
Organização: IMAFLORA
Município: Rolim de Moura, Cacoal, Alta Floresta do 
Oeste and Pimenta Bueno/Rondônia
Período: de 2013 em diante
Objetivo: instalar unidades para demonstrar e divulgar boas 
práticas pecuárias em combinação com baixo impacto 
ambiental e redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Organização: ACRIOESTE
Município: Fazenda Alto da Serra (Estado da Bahia)
Período: 2014 - 11/2015
Objetivo: Avaliar o per�l dos produtores a �m de 
elaborar relatórios individuais e recomendações para 
melhoria.
Organização: Fundação Solidariedad Latino Americana
Município: Novo Santo Antônio/Mato Grosso
Período: 2012 - 06/2015
Objetivo: Reduzir a pobreza, proteger o meio ambiente 
e melhorar a produtividade dos fazendeiros locais e dos 
pequenos produtores.
Organizações: EMBRAPA, Amazônia Oriental, MPEG, 
CIRAD, CIFORTerra Certa
Projeto Pecuária Sustentável - 
São Felix do Xingu
Programa Novo Campo20 
Pecuária Sustentável na 
Prática - Rondônia
Pecuária Sustentável na 
Prática - Barreiras
Intensi�cação na Produção e 
proteção a pequenos 
proprietários e reservas 
indígenas na Amazônia 
Sistema de Monitoramento e 
Gestão de Riscos Sociais da 
Cadeia de Pecuária Bovina no 
Bioma Amazônia
Organização: Grupo Roncador
Estado: Mato Grosso
Período: 2015 - 2020
Objetivo: Substituir a pecuária tradicional local por práticas 
pecuárias modernas e sustentáveis e monitorar as emissões 
de GEE com base no GHG Protocol Orientação Agrícola.
Piloto Pecuária Sustentável 
no Vale do Araguaia
Responsável / Designado: Leonardo de Oliveira Resende
Município: Coronel Pacheco/Minas Gerais
Período: 2007 em diante
Objetivo: Adoção de técnicas e práticas de 
desenvolvimento limpo e baixo impacto ambiental.
Organização: Walmart Brazil
Localização: Indeterminado (Bioma Amazônico)
Período: 2011 – 2015
Objetivo: Desenvolver um sistema de monitoramento para 
veri�car áreas de desmatamento no Bioma Amazônico, coletar e 
usar dados para rastrear a origem dos seus produtos e fornecedores.
Organização: Novilho Precoce
Localização: Mato Grosso do Sul
Período: 05/2013 - �nal de 2015
Objetivo: Implementar o Programa de Boas Praticas 
Agropecuárias - BPA da EMBRAPA (plano para reforçar boas 
práticas sustentáveis de pecuária).
Pecuária Neutra em Metano
PROJETO FATOS
Pecuária Sustentável na 
Prática – Mato Grosso do Sul 
Organização: Associação Brasileira de Produtos Orgânicos 
(ABPO)
Estado: Mato Grosso do Sul
Período: 12/2013 em diante
Objetivo: Elaborar normas de due diligence para a 
certi�cação das propriedades rurais. 
Projeto Pecuária Sustentável 
na Prática - “Carne 
Sustentável do Pantanal”
30
Município: PARAGOMINAS/PARÁ
Período: 01/03/2015 - 28/02/2019
Organização: The Nature Conservancy (TNC)
Objetivo: fomentar boas práticas pecuárias entre os 
produtores locais. Também consolidar as parcerias 
público-privadas sobre o assunto. 
Município: São Felix do Xingu/Pará
Período: 2014 – 2017
Objetivo: Aumentar a produtividade através da gestão 
adequada dos solos, animais e estabelecimento de linhas 
de crédito.
Organização: Instituto Centro Vida (ICV)
Município: Alta Floresta/Mato Grosso
Período: 28/10/2014 - 28/10/2016
Objetivo: Promover práticas sustentáveis que melhoram o 
desempenho econômico, social e ambiental, visando reduzir o 
desmatamento, conservando ou recuperando recursos naturais e 
fortalecendo a economia local.
Organização: IMAFLORA
Município: Rolim de Moura, Cacoal, Alta Floresta do 
Oeste and Pimenta Bueno/Rondônia
Período: de 2013 em diante
Objetivo: instalar unidades para demonstrar e divulgar boas 
práticas pecuárias em combinação com baixo impacto 
ambiental e redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Organização: ACRIOESTE
Município: Fazenda Alto da Serra (Estado da Bahia)
Período: 2014 - 11/2015
Objetivo: Avaliar o per�l dos produtores a �m de 
elaborar relatórios individuais e recomendações para 
melhoria.
Organização: Fundação Solidariedad Latino Americana
Município: Novo Santo Antônio/Mato Grosso
Período: 2012 - 06/2015
Objetivo: Reduzir a pobreza, proteger o meio ambiente 
e melhorar a produtividade dos fazendeiros locais e dos 
pequenos produtores.
Organizações: EMBRAPA, Amazônia Oriental, MPEG, 
CIRAD, CIFORTerra Certa
Projeto Pecuária Sustentável - 
São Felix do Xingu
Programa Novo Campo20 
Pecuária Sustentável na 
Prática - Rondônia
Pecuária Sustentável na 
Prática - Barreiras
Intensi�cação na Produção e 
proteção a pequenos 
proprietários e reservas 
indígenas na Amazônia 
Sistema de Monitoramento e 
Gestão de Riscos Sociais da 
Cadeia de Pecuária Bovina no 
Bioma Amazônia
Organização: Grupo Roncador
Estado: Mato Grosso
Período: 2015 - 2020
Objetivo: Substituir a pecuária tradicional local por práticas 
pecuárias modernas e sustentáveis e monitorar as emissões 
de GEE com base no GHG Protocol Orientação Agrícola.
Piloto Pecuária Sustentável 
no Vale do Araguaia
Responsável / Designado: Leonardo de Oliveira Resende
Município: Coronel Pacheco/Minas Gerais
Período: 2007 em diante
Objetivo: Adoção de técnicas e práticas de 
desenvolvimento limpo e baixo impacto ambiental.
Organização: Walmart Brazil
Localização: Indeterminado (Bioma Amazônico)
Período: 2011 – 2015
Objetivo: Desenvolver um sistema de monitoramento para 
veri�car áreas de desmatamento no Bioma Amazônico, coletar e 
usar dados para rastrear a origem dos seus produtos e fornecedores.
Organização: Novilho Precoce
Localização: Mato Grosso do Sul
Período: 05/2013 - �nal de 2015
Objetivo: Implementar o Programa de Boas Praticas 
Agropecuárias - BPA da EMBRAPA (plano para reforçarboas 
práticas sustentáveis de pecuária).
Pecuária Neutra em Metano
PROJETO FATOS
Pecuária Sustentável na 
Prática – Mato Grosso do Sul 
Organização: Associação Brasileira de Produtos Orgânicos 
(ABPO)
Estado: Mato Grosso do Sul
Período: 12/2013 em diante
Objetivo: Elaborar normas de due diligence para a 
certi�cação das propriedades rurais. 
Projeto Pecuária Sustentável 
na Prática - “Carne 
Sustentável do Pantanal”
19Recently, GTPS along with Gordon and Betty Moore Foundation issued a map with the 12 projects for sustainable livestock practices in Brazil. Available at http://www.
pecuariasustentavel.org.br/en/map-of-initiatives/
 20Available at: http://www.icv.org.br/site/wpcontent/uploads/2014/10/Apresentacao_Programa_Novo_Campo.pdf
31GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Município: PARAGOMINAS/PARÁ
Período: 01/03/2015 - 28/02/2019
Organização: The Nature Conservancy (TNC)
Objetivo: fomentar boas práticas pecuárias entre os 
produtores locais. Também consolidar as parcerias 
público-privadas sobre o assunto. 
Município: São Felix do Xingu/Pará
Período: 2014 – 2017
Objetivo: Aumentar a produtividade através da gestão 
adequada dos solos, animais e estabelecimento de linhas 
de crédito.
Organização: Instituto Centro Vida (ICV)
Município: Alta Floresta/Mato Grosso
Período: 28/10/2014 - 28/10/2016
Objetivo: Promover práticas sustentáveis que melhoram o 
desempenho econômico, social e ambiental, visando reduzir o 
desmatamento, conservando ou recuperando recursos naturais e 
fortalecendo a economia local.
Organização: IMAFLORA
Município: Rolim de Moura, Cacoal, Alta Floresta do 
Oeste and Pimenta Bueno/Rondônia
Período: de 2013 em diante
Objetivo: instalar unidades para demonstrar e divulgar boas 
práticas pecuárias em combinação com baixo impacto 
ambiental e redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Organização: ACRIOESTE
Município: Fazenda Alto da Serra (Estado da Bahia)
Período: 2014 - 11/2015
Objetivo: Avaliar o per�l dos produtores a �m de 
elaborar relatórios individuais e recomendações para 
melhoria.
Organização: Fundação Solidariedad Latino Americana
Município: Novo Santo Antônio/Mato Grosso
Período: 2012 - 06/2015
Objetivo: Reduzir a pobreza, proteger o meio ambiente 
e melhorar a produtividade dos fazendeiros locais e dos 
pequenos produtores.
Organizações: EMBRAPA, Amazônia Oriental, MPEG, 
CIRAD, CIFORTerra Certa
Projeto Pecuária Sustentável - 
São Felix do Xingu
Programa Novo Campo20 
Pecuária Sustentável na 
Prática - Rondônia
Pecuária Sustentável na 
Prática - Barreiras
Intensi�cação na Produção e 
proteção a pequenos 
proprietários e reservas 
indígenas na Amazônia 
Sistema de Monitoramento e 
Gestão de Riscos Sociais da 
Cadeia de Pecuária Bovina no 
Bioma Amazônia
Organização: Grupo Roncador
Estado: Mato Grosso
Período: 2015 - 2020
Objetivo: Substituir a pecuária tradicional local por práticas 
pecuárias modernas e sustentáveis e monitorar as emissões 
de GEE com base no GHG Protocol Orientação Agrícola.
Piloto Pecuária Sustentável 
no Vale do Araguaia
Responsável / Designado: Leonardo de Oliveira Resende
Município: Coronel Pacheco/Minas Gerais
Período: 2007 em diante
Objetivo: Adoção de técnicas e práticas de 
desenvolvimento limpo e baixo impacto ambiental.
Organização: Walmart Brazil
Localização: Indeterminado (Bioma Amazônico)
Período: 2011 – 2015
Objetivo: Desenvolver um sistema de monitoramento para 
veri�car áreas de desmatamento no Bioma Amazônico, coletar e 
usar dados para rastrear a origem dos seus produtos e fornecedores.
Organização: Novilho Precoce
Localização: Mato Grosso do Sul
Período: 05/2013 - �nal de 2015
Objetivo: Implementar o Programa de Boas Praticas 
Agropecuárias - BPA da EMBRAPA (plano para reforçar boas 
práticas sustentáveis de pecuária).
Pecuária Neutra em Metano
PROJETO FATOS
Pecuária Sustentável na 
Prática – Mato Grosso do Sul 
Organização: Associação Brasileira de Produtos Orgânicos 
(ABPO)
Estado: Mato Grosso do Sul
Período: 12/2013 em diante
Objetivo: Elaborar normas de due diligence para a 
certi�cação das propriedades rurais. 
Projeto Pecuária Sustentável 
na Prática - “Carne 
Sustentável do Pantanal”
32
Município: PARAGOMINAS/PARÁ
Período: 01/03/2015 - 28/02/2019
Organização: The Nature Conservancy (TNC)
Objetivo: fomentar boas práticas pecuárias entre os 
produtores locais. Também consolidar as parcerias 
público-privadas sobre o assunto. 
Município: São Felix do Xingu/Pará
Período: 2014 – 2017
Objetivo: Aumentar a produtividade através da gestão 
adequada dos solos, animais e estabelecimento de linhas 
de crédito.
Organização: Instituto Centro Vida (ICV)
Município: Alta Floresta/Mato Grosso
Período: 28/10/2014 - 28/10/2016
Objetivo: Promover práticas sustentáveis que melhoram o 
desempenho econômico, social e ambiental, visando reduzir o 
desmatamento, conservando ou recuperando recursos naturais e 
fortalecendo a economia local.
Organização: IMAFLORA
Município: Rolim de Moura, Cacoal, Alta Floresta do 
Oeste and Pimenta Bueno/Rondônia
Período: de 2013 em diante
Objetivo: instalar unidades para demonstrar e divulgar boas 
práticas pecuárias em combinação com baixo impacto 
ambiental e redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Organização: ACRIOESTE
Município: Fazenda Alto da Serra (Estado da Bahia)
Período: 2014 - 11/2015
Objetivo: Avaliar o per�l dos produtores a �m de 
elaborar relatórios individuais e recomendações para 
melhoria.
Organização: Fundação Solidariedad Latino Americana
Município: Novo Santo Antônio/Mato Grosso
Período: 2012 - 06/2015
Objetivo: Reduzir a pobreza, proteger o meio ambiente 
e melhorar a produtividade dos fazendeiros locais e dos 
pequenos produtores.
Organizações: EMBRAPA, Amazônia Oriental, MPEG, 
CIRAD, CIFORTerra Certa
Projeto Pecuária Sustentável - 
São Felix do Xingu
Programa Novo Campo20 
Pecuária Sustentável na 
Prática - Rondônia
Pecuária Sustentável na 
Prática - Barreiras
Intensi�cação na Produção e 
proteção a pequenos 
proprietários e reservas 
indígenas na Amazônia 
Sistema de Monitoramento e 
Gestão de Riscos Sociais da 
Cadeia de Pecuária Bovina no 
Bioma Amazônia
Organização: Grupo Roncador
Estado: Mato Grosso
Período: 2015 - 2020
Objetivo: Substituir a pecuária tradicional local por práticas 
pecuárias modernas e sustentáveis e monitorar as emissões 
de GEE com base no GHG Protocol Orientação Agrícola.
Piloto Pecuária Sustentável 
no Vale do Araguaia
Responsável / Designado: Leonardo de Oliveira Resende
Município: Coronel Pacheco/Minas Gerais
Período: 2007 em diante
Objetivo: Adoção de técnicas e práticas de 
desenvolvimento limpo e baixo impacto ambiental.
Organização: Walmart Brazil
Localização: Indeterminado (Bioma Amazônico)
Período: 2011 – 2015
Objetivo: Desenvolver um sistema de monitoramento para 
veri�car áreas de desmatamento no Bioma Amazônico, coletar e 
usar dados para rastrear a origem dos seus produtos e fornecedores.
Organização: Novilho Precoce
Localização: Mato Grosso do Sul
Período: 05/2013 - �nal de 2015
Objetivo: Implementar o Programa de Boas Praticas 
Agropecuárias - BPA da EMBRAPA (plano para reforçar boas 
práticas sustentáveis de pecuária).
Pecuária Neutra em Metano
PROJETO FATOS
Pecuária Sustentável na 
Prática – Mato Grosso do Sul 
Organização: Associação Brasileira de Produtos Orgânicos 
(ABPO)
Estado: Mato Grosso do Sul
Período: 12/2013 em diante
Objetivo: Elaborar normas de due diligence para a 
certi�cação das propriedades rurais. 
Projeto Pecuária Sustentável 
na Prática - “Carne 
Sustentável do Pantanal”
33GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Importante citar que as iniciativas mencionadas não são as únicas. Há uma abundância de diferentes ações e 
projetos no Brasil, adotadas por ONGs, associações de produtores, sindicatos rurais, cooperativas e federações 
de agricultura, bancos e diferentes atores públicos.Os aspectos estratégicos abordados nos projetos de pecuária 
são as pastagens e assistência técnica relacionada com a aplicação de boas práticas. Estes dois aspectos terão 
uma grande influência não só na redução da área de pastagens no futuro, mas, principalmente, na capacidade 
de produzir mais carne utilizando menos pastagens, reduzindo as emissões de GEE e uso da água e agregando 
qualidade à carne bovina brasileira. 
9. CONCLUSÕES
A conclusão fundamental é que a recuperação de pastagens e a intensificação dos sistemas de produção são os 
fatores mais importantes que afetam a sustentabilidade da pecuária. A possibilidade de conter o desmatamento, 
cumprir a Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei Federal nº 12.651 / 2015) e tornar áreas degradadas em 
áreas de alta produtividade são os pilares para o setor da pecuária sustentável no Brasil. 
A redução da área de pastagens está próxima de atingir 161 milhões de hectares em 2030, liberando até 
17 milhões de hectares para outras culturas, florestas plantadas e também para restauração no processo de 
adequação à Lei de Proteção da Vegetação Nativa. É importante notar que a recuperação das pastagens 
degradadas pode significar uma alternativa de custo-benefício favorável para se cumprir com as exigências de 
Reserva Legal dado o fato de que, em alguns casos, a baixa produtividade facilmente justifica a conversão da 
área para fins de conservação. 
Para enfrentar o desmatamento é importante combinar diferentes tipos de políticas:
reduzir a zero o desmatamento ilegal; 
promover o cumprimento da legislação ambiental no âmbito da Lei de Proteção de Vegetação Nativa, 
criando incentivos para promover a restauração e revegetação da cobertura natural e compensação de 
áreas RL; 
incluir o Cadastro Ambiental Rural - CAR em todo o país como uma ferramenta que permita a gestão 
do uso da terra e um controle rigoroso sobre o desmatamento legal em casos específicos; 
fazer cumprir o PPCDAM, bem como o zoneamento econômico ecológico; 
criar sistemas de pagamento por serviços ambientais como forma de evitar o desmatamento legal e 
incentivar a conservação da vegetação natural e água.
A contribuição do Brasil no Acordo de Paris abrange a recuperação de pastagens e práticas de baixo carbono como 
atividades-chave. No período de 2016 a 2019 o Brasil precisará construir a sua Política Nacional de Mudanças 
Climáticas, sua capacidade de medir e melhorar os seus inventários nacionais, especialmente considerando os setores 
de agricultura, uso da terra e florestas plantadas. Junto às negociações de metodologias e métricas relacionadas ao 
uso da terra e da agricultura, que provavelmente acontecerão a partir de 2016 no contexto do Acordo de Paris, avaliar 
e promover a divulgação de dados detalhados sobre as emissões de pecuária no Brasil será um aspecto crítico.
Apenas a restauração de 12 milhões de hectares sob a Lei de Proteção da Vegetação Nativa já poderia criar 
um sequestro de carbono de até 4,5 bilhões de toneladas de CO2e. A compensação de áreas de Reserva Legal 
como uma alternativa de desmatamento evitado também funcionará como uma opção de sumidouro, mantendo 
estoques de carbono. 
21More information available at: http://cloud.cnpgc.embrapa.br/bpa/
34
A intensificação da pecuária é um processo natural, dadas as restrições de conversão de novas áreas e a extensão das 
pastagens. As principais barreiras para isso são o acesso ao crédito, a resistência para a tomada de crédito e risco, a 
falta de conhecimento sobre as práticas corretas a se adoptar em cada caso e a concorrência desleal com os animais 
criados sem a observância das leis. 
A recuperação de pastagens pode ter enormes externalidades positivas que compreendem as emissões de carbono, 
conservação da biodiversidade e uso da água. Devido ao aumento da produtividade, que está previsto para chegar a 6 
@ / hectare em 2030, a redução do desmatamento e a possibilidade de abater os animais em 2 a 3 anos, melhorando o 
balanço de carbono e água, e a disseminação de práticas de pecuária sustentável são fundamentais para se promover 
a realização das Metas de Desenvolvimento Sustentável. 
Existe uma ligação clara entre uma pecuária intensificada com otimização das pastagens e redução dos impactos 
ao meio ambiente. A capacidade de criar políticas para a promoção de boas práticas, o aumento de casos tentando 
apoiar os produtores com restauração de pastagens e ações de intensificação estão na vanguarda da criação de um 
novo paradigma para a pecuária brasileira. 
Enquanto se prevê que as áreas de pastagem irão diminuir, a produção de carne deve atingir 13,7 milhões de 
toneladas em 2030, permitindo ao Brasil exportar até 3,5 milhões de toneladas de carne bovina. Face aos ODS 
e às metas de biodiversidade, as melhorias na pecuária podem proporcionar não só benefícios econômicos para 
os produtores, como também o que é mais importante, as melhorias podem permitir boas práticas e padrões de 
produção ambientalmente corretos. Esta é a forma como o setor da pecuária brasileira está abordando as mudanças 
climáticas e a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.
REFERÊNCIAS
Brasil. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Boas Práticas Agropecuárias – Bovinos 
de Corte (BPA).
Available at: http://cloud.cnpgc.embrapa.br/bpa/
Brazil, Ministry of the Environment, Secretariat of Biodiversity and Forests - SBF. Fifth National Report to the 
Convention on Biological Diversity: Brazil. Brasília: Ministry of the Environment, 2015. 
Available at https://www.cbd.int/doc/world/br/br-nr-05-en.pdf
Brazil, Ministry of Science, Technology and Innovation - MCTI. Estimativas anuais de emissões de gases de 
efeito estufa no Brasil. 2014. 
Available at: http://www.mct.gov.br/upd_blob/0235/235580.pdf
Brazil, Ministry of Science, Technology and Innovation - MCTI. Second National Communication of Brazil to 
the United Nations Framework Convention on Climate Change. 2010. 
Available at: http://www.mct.gov.br/upd_blob/0214/214078.pdf 
Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano setorial de mitigação e de adaptação às 
mudanças climáticas para a consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono na agricultura: plano 
ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono). 2012, p. 173. 
Available at: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/download.pdf.
Brasil, Ministério do Meio Ambiente. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação-CNUC. 2015.
35GTPS - A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Available at: http://www.florestal.gov.br/snif/recursos-florestais/sistema-nacional-de-unidades-de-conservaca
o?print=1&tmpl=component 
Brasil, Serviço Florestal Brasileiro/Ministério do Meio Ambiente. Cadastro Ambiental Rural. Boletim 
Informativo, Outubro 2015. 
Available at file:///Users/rodrigocalima/Downloads/boletim_informativo_car_out2015.pdf 
BARIONI, Luis Gustavo. Pecuária e balanço de carbono. Brief para o painel “Desmistificando temas 
importantes da pecuária: as múltiplas dimensões da sustentabilidade” 2015, to be published. 
UNEP/CBD/COP/DEC/X/2 - 29 October 2010. 
Available at: https://www.cbd.int/decisions/cop/?m=cop-10
Censo Agropecuário 2006. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 
Available at http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/default.shtm 
FONSECA, A., SOUZA JR., C. & VERÍSSIMO, A. Deforestation report for the Brazilian Amazon. Belém: 
Imazon, May 2015, p. 10.
DETER, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. 
Available at http://www.obt.inpe.br/deter/. 
Food and Agriculture Organization (FAO). How to Feed the World in 2050. 
Available at http://www.fao.org/fileadmin/templates/wsfs/docs/expert_paper/How_to_Feed_the_World_
in_2050.pdf 
Irrigação e demanda de água no Brasil. Extracted from “Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2009”. 
Available at:http://www.claudiodimauro.com.br/dimauro/userfiles/file/biblioteca/Irrigacao%20e%20
demanda%20de%20agua%20no%20Brasil%20-%20Jose%20Machado.pdf

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