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HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA

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F A C U L D A D E S F A C E T E N | 1 
 
 
 
 
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jakson Hansen Marques 
 
 
2 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 
 
 
 
Elaboração: Doutorando Jakson Hansen Marques 
Revisão técnica: Jullyandry Coutinho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA, 
FEVEREIRO DE 2017 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 3 
 
 
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
FACETEN 
2.ª Edição, Fevereiro/2017 
Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil 
Av: Bandeirantes, 900, Pricumã 
69309-100 Boa Vista/RR 
Tel: (95) 3625-5477 
www.faceten.edu.br 
E-mail: isef.faceten@gmail.com 
 
©Todos os direitos reservados. 
É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem autorização 
por escrito da Faceten 
FICHA CATALOGRÁFICA 
CIP-Brasil. Catalogação na fonte 
 
 
 
143 Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do 
Brasil 
 
 
BIBLIOLOGIA - Boa Vista: Editora FACETEN, 2017. 
 38 P 
1.HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 2.INTRODUÇÃO 
3.NASCIMENTO DA FILOSOFIA 4.COSMOLOGIA, 
COSMOGONIA, TEOGONIA 5.CONDIÇÕES HISTÓRICAS 
PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA 6.PRÉ-
SOCRÁTICOS 7.SOBRE A NATUREZA (DK 22 b 1-126)* 
8.SOBRE A NATUREZA (DK 28 B 1-9)* 9.OS FÍSICOS 
POSTERIORES. 10.EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO 
11.ANÁXAGORAS DE CLAZÔMENES 12.Demócrito de 
Abdera 460 – 370 antes de Cristo 13.PERÍODO CLÁSSICO 
14.PERÍODO PÓS-SOCRÁTICO 
I. Titulo. II. Faculdade de Ciências, Educação e 
Teologia do Norte do Brasil. 
 
 
Bibliotecária responsável: 
Jacquicilea Soares de Souza 
CRB/11-742 CDU - 301 
 
http://www.faceten.edu.br/
mailto:isef.faceten@gmail.com
4 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA .......................................... 6 
2. INTRODUÇÃO .............................................................................. 6 
3. NASCIMENTO DA FILOSOFIA ................................................ 12 
4. COSMOLOGIA, COSMOGONIA, TEOGONIA ...................... 22 
5. CONDIÇÕES HISTÓRICAS PARA O SURGIMENTO DA 
FILOSOFIA .......................................................................................... 24 
6. PRÉ-SOCRÁTICOS ................................................................... 27 
A ESCOLA MILESIANA ..................................................................... 29 
TALES DE MILETO ............................................................................ 29 
ANAXIMANDRO DE MILETO ........................................................... 30 
HERÁCLITO DE ÉFESO ................................................................... 32 
7. SOBRE A NATUREZA (DK 22 b 1-126) * ............................... 34 
A ESCOLA ELEÁTICA ....................................................................... 55 
8. SOBRE A NATUREZA (DK 28 B 1-9) * ................................... 56 
9. OS FÍSICOS POSTERIORES. ................................................. 64 
10. EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO ......................................... 64 
11. ANÁXAGORAS DE CLAZÔMENES ..................................... 65 
12. Demócrito de Abdera 460 – 370 antes de Cristo ................ 66 
13. PERÍODO CLÁSSICO............................................................. 67 
OS SOFISTAS ..................................................................................... 67 
PERÍODO SOCRÁTICO .................................................................... 68 
PLATÃO................................................................................................ 71 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 5 
 
 
TEORIA DAS IDÉIAS: explicação de como ocorre o 
conhecimento humano. ..................................................................... 73 
ARISTÓTELES.................................................................................... 73 
14. PERÍODO PÓS-SOCRÁTICO ............................................... 75 
EPICURISMO ...................................................................................... 75 
Elabora dois grupos de prazeres: .................................................... 75 
ESTOICISMO ...................................................................................... 76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 
1. HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 Prezado aluno, o material que 
você tem em mãos, compõe o 
arcabouço temático relacionado a 
disciplina História da Filosofia Antiga. 
Esperamos que você aproveite de 
forma acadêmica este material e que ele possa ser útil em sua 
compreensão do fazer filosófico, e a importância da reflexão como 
ferramenta de formação de bons profissionais. 
 
2. INTRODUÇÃO 
 
 Estudar a História da Filosofia Antiga, é mergulhar em um 
universo de conceitos e personagens, que muitas das vezes nos 
perguntamos, por que devemos estudá-los. Ora diria o aluno: 
Porque estudar ideias e sujeitos que viveram VII, VI séculos antes 
de Cristo? 
 Em uma sociedade cada vez mais rápida, em que a 
informação deve ser consumida em poucos minutos, para depois 
ser jogada fora, por que pararmos para refletir sobre as ideias de 
sujeitos como Tales, Anaximandro, Anaximenes. Alias, que nomes 
são estes?? Anaximandro, Anaximenes, Empedocles. Você daria 
um destes nomes ao seus filhos? 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 7 
 
 
 Pois bem, caro leitor, saiba que estes “sujeitos” tem muito a 
dizer para nós homens pós -modernos, enebriados em tecnologia, 
nós que não temos tempo para parar e vislumbrar o diferente, o 
universo, o cosmos. Foram as inquietações desses homens que 
propiciaram a humanidade a possibilidade de compreensão do 
universo e do próprio homem como ser racional e único no planeta. 
 A História da Filosofia Antiga esta dividida em dois 
períodos: o primeiro período compreende o que se costuma 
chamar de período naturalista ou cosmológico, onde o lócus da 
reflexão estava pautado na investigação do mundo físico e sua 
origem. O segundo período compreende o período antropológico 
onde o lócus da investigação é o homem, e este passa a ser o 
centro das relações universais – antropocentrismo. 
 O pensamento filosófico surgirá em um contexto em que as 
únicas explicações existentes para os fenômenos observáveis, 
repousavam na ideia mitológica. Os mitos eram os responsáveis 
pelas principais questões e explicações. Na Grécia Antiga, anterior 
aos filósofos, Zeus e o Olimpo governavam a cosmologia dos 
cidadãos, e estes viam-se enredrados nas dísputas entre os 
deuses. O Olimpo tinha seu panteão, e cada deus 
antropomorfizado, tinha sobre si uma miríade de práticas e 
representações. Também para cada subjetividade humana existia 
um deus em que esta subjetividade estava atrelado. 
8 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 Vários poemas foram construídos para exaltar a força dos 
deuses e a presença destes em conflitos, guerras e também em 
acordos políticos, como se o ser humano fosse apenas um mero 
fantoche das divindades. Entre estes textos destaca-se os textos 
de Homero: a Ilíada e a Odisseia. 
 Homero foi um poeta cego, nascido na Jonia entre os 
séculos IX e VIII antes de Cristo. Sua escrita torna-se tão 
importante para os gregos, que os próprios gregos, ao constituirem 
sua história reservam um tempo histórico a Homero. Onde tudo 
que aconteceu antes de Homero é representado como Antes de 
Homero (AH) e tudo que acontece depois é representado com 
Depois de Homero(DH) . 
 As duas obras máximas de Homero contam histórias em 
que homens e deuses envolvem-se em conflitos, guerras, e 
paixões. A Ilíada conta basicamente a Guerra de Tróia, a história 
da idade Ulisses a guerra, traição de Páris junto ao Rei Menelau 
da Lacedemonia (Esparta),o rapto de Helena, o envolvimento de 
Aquiles, a participação de Heitor príncipe de Tróia, Agamemnon e 
a participação do exército grego na queda de Tróia, culminando 
no episódio do cavalo de Tróia que encaminha o final do conflito. 
Essa narrativa esta permeada de deuses, agindo a favor ou contra 
a algum dos lados. Tem-se por exemplo a presença de Aquiles, 
um semi deus, bem como a presença de outros semi deuses, 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 9 
 
 
enquanto os deuses do Olimpo regiam as peças como em um 
tabuleiro de xadrez. 
 Finda a guerra de Tróia é hora de voltar para casa, e tem-
se a história da Odisséia, o retorno de Ulisses a ilha de Ítaca, onde 
havia deixado sua esposa. O retorno é turbulento e Ulisses deve 
enfrentar vários tipos de ameaças, de ciclopes a sereias que 
atrasam o retorno do Governante de Ítaca. Enquanto isso na ilha 
sua esposa precisa constantemente negar pedidos de casamento. 
 Nesse bojo tem-se portanto a existência do deus(a) do 
amor, da fertilidade, da ira, bem como divindade com atributos 
mais objetivos, como deus da guerra, por exemplo. E neste campo 
de construções cosmológicas pautadas na elaboração de deuses 
que guiam o homem que a filosofia nascerá. E nascerá, como uma 
forma de pensamento que entrará em conflito com o modelo 
existente. 
 Por que o conflito com o modelo existente? Por que não se 
aceitará mais as explicações advindas dos deuses e dos mitos, 
mas sim a explicação que carrega em si algo verdadeiro, dentro 
do mundo observável . Uma explicação que advêm da natureza. 
Ao voltarmos nossos olhos a produção intelectual dos filósofos do 
período, os chamados “pré-socráticos” ao que convencionou-se 
chamar “início da filosofia ocidental”, e analisarmos os textos 
deixados por estes autores constatar-se-á que a constância de um 
tema comum: a natureza (physis). As primeiras preocupações 
10 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
deste período histórico eram: busca da origem do mundo e causas 
das transformações da natureza. 
 É o tempo em que estes pensadores elaboraram perguntas 
para compreender o universo, perguntas essas que fazemos ainda 
hoje: 
 Por que os seres nascem e morrem? Esta pergunta 
demonstra a preocupação com a brevidade do tempo. 
 Por que os semelhantes dão origem a outros semelhantes? 
Esta pergunta demonstra a preocupação com a continuidade, com 
as questões de igualdade de não mudança. 
 Por que os diferentes também fazem surgir os diferentes? 
Por que tudo muda? Estas perguntas remontam a ideia de 
mudança, uma ideia que veremos em alguns filósofos como 
Heráclito, Aristóteles, chegando até a modernidade com Hegel e 
Marx. 
 De onde vêm os seres? Preocupação com as origens. 
 Para onde vão quando desaparecem? Preocupação com o 
transcendental, com algo além desse mundo. 
 Por que tudo parece repetir-se? Preocupação com as ideias 
e valores existentes no mundo de uma forma em que estes 
conceitos não mudam mas apenas reaparecem em determinado 
tempo e lugar. 
 Estas são algumas questões levantadas pelos primeiros 
filósofos. Questões que remontam um anseio em saber sobre as 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 11 
 
 
origens, a ordenação do mundo, seus caracteres, sua forma de 
ser e estar. Preocupação cosmológica, a busca de um 
entendimento que perpassa a simples explicação mitológica (não 
que constituir mitologias era algo simples) que entende a 
necessidade de uma busca do homem como alguém que 
contempla o cosmo e com sua inteligência, retira deste sua 
explicação. Muitos foram os pensadores que dedicaram-se a 
entender estes fenômenos. A buscar a essência do fenômeno, e 
não apenas olhar para o fenômeno e buscar uma explicação 
externa a este. A esta explicação externa dar-se-á o nome de 
mitologia. A explicação interna dar-se-á o nome de filosofia. 
 Portanto, o texto que ora você 
aluno tem em mãos, trilhará com você, 
uma busca pelo saber. Este saber 
dentro de um período histórico, que 
intitulamos período da filosofia antiga. 
Onde a filosofia nasceu? Quem foram os primeiros filósofos? Suas 
ideias? Saber a origem da história da Filosofia; Demonstrar a 
existência de diversas teorias do conhecimento humano ao longo 
da história; Levar o aluno a compreender os princípios racionais e 
lógicos; Inserir o acadêmico dentro do contexto filosófico; 
Compreender os conceitos pré-socráticos, socráticos e pós-
socráticos; Principais representantes suas correntes filosóficas e 
12 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
seus pensamentos que mudaram a historia do saber. Venha 
conosco nessa jornada. 
3. NASCIMENTO DA FILOSOFIA 
Quadro Escola De Atenas. Autor: Rafael Sanzio 
 
Prezado aluno, este capítulo versa sobre 
o início da filosofia. Quem foram seus 
primeiro autores, onde ela nasceu, mas 
antes vamos analisar esse quadro. O que 
ele nos diz? Qual a importância desse quadro? 
 O quadro em questão é um afresco de Rafael Sanzio, pintor 
renascentista. Esta obra esta exposta no Vaticano no salão Stanza 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 13 
 
 
della Segnatura. A pergunta a ser feita a este quadro seria: quem 
são estes personagens? Qual a importância deles? Pois bem, 
estes personagens pintados por Rafael, estão entre os maiores 
filósofos do mundo antigo. 
 A Escola de Atenas ilustra a Academia de Platão, contudo 
os filósofos que surgem representados identificam-se com épocas 
distintas, mostrando a continuidade histórica do pensamento 
filosófico. 
 Vamos ver quem é quem: 
 
1. Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia 2: Epicuro 3: Frederico II, 
duque de Mântua e Montferrat 4: Anicius Manlius Severinus 
Boethius ou Anaximandro ou Empédocle 5: Averroes 6: Pitágoras 
7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande 8: Antístenes ou Xenofonte 
9: Hipátia (Francesco Maria della Rovere ou Margherita, amante 
de Rafael) 10: Ésquines ou Xenofonte 11: Parménides 12: 
Sócrates 13: Heráclito (Miguel Ângelo). 14: Platão segura o Timeu 
(Leonardo da Vinci). 15:Aristóteles segura a Ética 16: Diógenes de 
Sínope 17: Plotino 18: Euclides ou Arquimedes acompanhado por 
estudantes (Bramante) 19: Estrabão ou Zoroastro (Baldassare 
Castiglione ou Pietro Bembo). 20: Ptolomeu : Apeles (Rafael). 21: 
Protogenes (Il Sodoma ou Pietro Perugino). 
14 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
Abaixo a explicação de alguns destes personagens: 
 Ao centro da obra surgem Platão e Aristóteles. Platão 
segura o Timeu e aponta para o alto, sendo assim identificado com 
o ideal, o mundo das ideias. Aristóteles segura a Ética e tem a mão 
na horizontal, representando o mundo terrestre, o mundo sensível. 
A obra "Escola de Atenas" é uma alegoria complexa do 
conhecimento filosófico profano. Estão representados na obra 
para além de filósofos, matemáticos, astrónomos e personagens 
contemporâneos do pintor, assim como humanistas e artistas. A 
identidade de alguns dos filósofos como Platão ou Aristóteles, são 
inegáveis. Porém, a identificação das restantes figuras 
representadas tem sido sempre hipotéticas. 
 Entre as figuras representadas destacam-se tal como 
referimos, Platão e Aristóteles que ocupam o lugar central da obra. 
Platão, filósofo e matemático grego, autor de diversos diálogos 
filosóficos e fundador da Academia de Atenas, simboliza a filosofia 
natural e moral com as leis da harmonia cósmica. Traz debaixo do 
braço esquerdo o seu Timeu, e aponta para o céu, simbolizando o 
mundo das ideias, o ideal, o mundo inteligível. Leonardo da Vinci 
serve de modelo para o filósofo Platão. 
 Aristóteles, filósofo grego, aluno de Platão e professor de 
Alexandre, o Grande, caminha ao lado do mestre, e segura na mão 
esquerda a Ética (aí se encontram as leis da conduta moral), 
enquanto a mão direita encontra-se aberta, com a palma virada 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 15 
 
 
para o chão, representando o terrestre, o mundosensível, a 
filosofia natural e empírica. As suas obras abrangem diversos 
assuntos como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, 
a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a 
zoologia. 
 Pitágoras, filósofo e matemático grego, encontra-se 
sentado no canto inferior esquerdo, onde apresenta um dos seus 
enunciados; Epicuro, filósofo grego, que ensinava que a felicidade 
consiste em buscar os prazeres da mente, encontra-se em 
primeiro plano, à esquerda, coroado com folhas de videira; 
Euclides (ou Arquimedes), matemático grego e aluno de Sócrates, 
expõe os seus princípios geométricos usando um compasso. 
Encontra-se rodeado por um grupo de estudantes, possivelmente. 
 Heráclito, filósofo melancólico, está sentado num degrau 
em primeiro plano, tem o braço esquerdo apoiado num bloco de 
mármore, numa atitude de extrema tristeza. Tem como modelo o 
genial Miguel Ângelo. Esta figura foi acrescentada depois, pois 
não se encontrava no desenho preparatório. Após ver, 
secretamente, parte do trabalho do artista na Capela Sistina, 
Rafael ficou maravilhado e resolveu fazer uma homenagem ao 
pintor mais velho, usando-o como modelo para Heráclito. 
 Alexandre, o Grande (ou Alcibíades), o mais célebre 
conquistador do mundo antigo, ouve Sócrates com atenção. Traz 
um elmo sobre a cabeça, e tem a mão esquerda na espada; 
16 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
Sócrates, um dos mais importantes ícones da tradição filosófica 
ocidental, enumera pontos específicos com os dedos. Questionar 
e analisar são a essência da filosofia socrática; Diógenes, filósofo 
que odiava os bens materiais e vivia num barril, encontra-se nos 
degraus da escada, na parte central da composição. Conta-se que 
Alexandre, o Grande, ao visitá-lo, perguntou-lhe o que poderia 
fazer por ele, que prontamente respondeu: “Não me tires o que 
não podes dar.”. Referia-se ao sol, que o conquistador tapava, 
fazendo-lhe sombra; Zenão de Cítio, filósofo fundador da escola 
filosófica estoica, surge com uma criança nos braços, enquanto 
ouve atentamente Epicuro. Enfatizou a bondade e a paz de 
espírito, conquistadas através de uma vida plena de virtude, de 
acordo com as leis da natureza. 
 Ptolomeu, astrónomo e geógrafo, achava que a Terra era o 
centro do universo. Tem nas mãos o globo terrestre; Parménides, 
fundador da escola eleática, tem o pé esquerdo sobre um bloco de 
mármore e faz anotações; Averróis, um dos maiores 
conhecedores e comentaristas de Aristóteles, curva-se 
ligeiramente, para ver a demonstração de Pitágoras; Protógenes, 
pintor da Grécia antiga, usa um manto branco, e encontra-se ao 
lado de Rafael; Apolo, o deus da razão, encontra-se no nicho da 
esquerda, segura uma lira. Representa o esclarecimento filosófico 
e o poder da razão; Minerva, a deusa da sabedoria, encontra-se 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 17 
 
 
no nicho à direita. É a protetora tradicional das instituições 
devotadas à busca do saber e das realizações artísticas. 
 O aluno deve ter percebido que a obra de Rafael Sanzio, 
compreende vários períodos históricos. A preocupação do autor 
foi demonstrar a importância da filosofia para o pensamento 
humano, principalmente para o pensamento ocidental, apesar de 
termos um Averróis entre os filósofos. Qual a importância do 
quadro? A importância encontra-se justamente em percebermos a 
relevância do estudo filosófico, a compreensão das coisas, não 
pela aparência, mas pela essência destas coisas, e não nos 
deixarmos levar por qualquer tipo de pensamento. 
 Mas a filosofia, onde nasceu? Muitos historiadores da 
filosofia entendem que o nascimento ocorreu na cidade de Mileto, 
localizada em uma colônia grega a Jônia localizada na Ásia Menor, 
atual Turquia, no século VI antes de Cristo, com Tales de Mileto, 
e foi ate o ano de 529 d.C., quando do édito de Justiniano 
proibindo o ensino da filosofia pagã nas escolas cristãs. Mas não 
foi Tales de Mileto quem deu a esse novo campo do saber o nome 
de filosofia. Foi Pitágoras de Samos grande filósofo e matemático. 
Lembra do teorema de Pitágoras? Este é o autor. 
 A palavra FILOSOFIA é grega. É composta por duas outras: 
philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, 
amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer 
sabedoria e dela vem à palavra sophos, sábio. Portanto, 
18 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
FILOSOFIA significa aquele que tem amor e respeito pelo saber e 
FILÓSOFO é aquele que tem amizade pelo saber. Perceba que 
ser filósofo não significa, o que mais sabe, o melhor entre as 
pessoas, nem é motivo de soberba, mas sim aquele que tem 
amizade, que é amigo do saber. Lembre da máxima: “Sei que nada 
sei” e verás que o filósofo é o primeiro que nada sabe, e por isso 
é o primeiro a estar aberto aos novos conhecimentos. 
 Segundo HOBUSS (pg 23) a filosofia grega divide-se em 
períodos, estes de caráter arbitrário, pois nem sempre coincidem 
com a cronologia. Mas a título de entendimento no espaço tempo 
tem-se a seguinte divisão: 
a. Período cosmológico ou naturalista: esse período tem como 
característica básica a pergunta pela origem e natureza das 
coisas e do Cosmos, e é onde nós temos os chamados pré-
socráticos; 
b. Período antropológico ou humanista: esse período 
representa o esquecimento da preocupação e investigação 
acerca da origem das coisas e do Cosmos, e passa a 
preocupar-se com as questões referentes ao homem. É o 
período relativo aos Sofistas e a Sócrates; 
c. Período das grandes sínteses: é o período mais rico da 
filosofia grega, onde há a preocupação essencial com os 
fundamentos do conhecimento e da moralidade, e de vários 
outros problemas filosóficos; 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 19 
 
 
d. Período ético/epistemológico: é o período referente ao 
epicurismo, estoicismo e ceticismo, onde afloram uma 
plêiade de preocupações éticas, como, por exemplo, o ideal 
de sábio, e questões relativas à possibilidade do 
conhecimento e o estabelecimento de critérios de verdade; 
e. Período transcendente ou religioso: é o período em que 
temos a retomada de Platão e Pitágoras, onde é deixada 
de lado a investigação sobre a realidade sensível, 
passando-se a tratar do supra-sensível. É o momento no 
qual a razão perde vitalidade, deixando de ser o critério 
único para explicar a realidade. 
 Como escrevi acima, muitos 
historiadores entendem que a filosofia 
nasceu na Grécia, mas existem 
aqueles que defendem a ideia de que 
ela nasceu em outros lugares, que ela 
é mais antiga, entre estes historiadores encontram-se os 
orientalistas. Autores que acreditam que elementos do que se 
convencionaria chamar de filosofia já estariam presentes em 
civilizações anteriores. E a filosofia grega seria um desdobramento 
destes conhecimentos produzidos por civilizações mais antigas. 
 Entre as vozes que apresentaram “provas” contra a 
originalidade grega, encontram-se os sacerdotes egípcios, que 
20 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
não duvidaram em fundar a Filosofia na sabedoria egípcia. Ou os 
hebreus alexandrinos, que sustentaram ser a filosofia devedora de 
Moíses. Entre os próprios gregos como Numênio, que sustentava 
ser Platão um Moisés. Bem como os cristãos apologistas, como 
Clemente de Alexandria, que acreditava ser Platão um filósofo 
judaizante. Porém historiadores como Momigliano negam 
fortemente essas afirmações, sustentando que os gregos não 
conheciam os judeus, antes de Alexandre Magno, e que o próprio 
Platão não sabia da existência de Moisés. 
 Como escreve João Hobuss em sua introdução a História 
da Filosofia Antiga: 
Se observarmos a obra de Heródoto, Platão, ou 
Aristóteles (Reale, Vol. I, 1993, p.13), veremos que 
não há menção alguma a uma possível influência 
oriental, que passaremos a denominar a Tese 
Oriental. Em Heródoto isto é ainda mais significativo, 
pois ele próprio acreditava na origem egípcia dacivilização e da religião grega (Burnet, 1994, p.25). O 
mesmo ocorre quando lemos Diógenes Laércio, na 
sua obra Vida e Doutrinas dos Filósofos Ilustres , 
onde em nenhum momento temos uma dúvida acerca 
da origem grega. (HOBUSS, 2014; 17) 
 
E conclui Hobuss explanando que: 
Como já foi afirmado por Reale (Vol. I, 1994, p.11, 13), 
não temos acesso a nenhuma evidência histórica ou 
arqueológica que deem guarida à Tese Oriental. 
Acrescente-se a isso o fato razoável de que os 
conceitos filosóficos demandam o uso de expressões 
linguísticas refinadas (Reale, Vol. I, 1993, p.15), e não 
a linguagem utilizada nas relações comerciais. Sem o 
domínio da língua sofisticada manejada pela Filosofia, 
onde subjaz sua terminologia, não haveria 
possibilidade da existência da mesma. Não devemos 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 21 
 
 
esquecer que sem a língua grega não teríamos o que 
conhecemos por Filosofia, na medida em que toda a 
terminologia filosófica origina-se grega, bem como os 
conceitos têm origem na filosofia grega. Poderia ser 
objetado que o alfabeto grego tem origem no alfabeto 
fenício, composto por vinte e dois signos que eram 
idênticos a vinte e duas consoantes. A resposta 
parece clara; até no âmbito do alfabeto os gregos 
atuaram, introduzindo no alfabeto herdado da Fenícia, 
progressivamente, as vogais, o que certamente 
influenciou a linguagem filosófica (Conche, 1991, p.6). 
 
 Portanto a partir da perspectiva historiográfica e também 
das evidências arqueológicas e linguisticas, não é correto atribuir 
o surgimento da filosofia a outro povo que não os gregos. Se os 
gregos sofreram influência de outros povos como na matemática, 
ou poesia, entende-se que eles ao se apropriarem destes saberes, 
moldaram, justificaram, fundamentaram racionalmente suas 
argumentações. 
 Entre as várias argumentações levantadas pelo 
pensamento grego filosófico, muitas demonstraram ser falsas no 
decorrer da história, mas o método mostrou-se claro, a tentativa 
de compreensão da realidade baseada na razão, é o que sustenta 
até hoje o pensamento científico, é o que da base a ciência, e isso 
por si só, já demonstra a fantástica contribuição do pensamento 
grego para o mundo. 
 
22 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
4. COSMOLOGIA, COSMOGONIA, TEOGONIA 
 
 Como escrito acima, a filosofia nasce na Grécia Antiga, 
como uma explicação racional as questões profundas levantadas 
pelo homem, no que concerne a origem das coisas. O foco agora 
será as explicações de cunho naturalista ou cosmológico versus 
as explicações mitológicas e poéticas. Nesse interím acontecem 
as explanações diversas sobre as origens. A mitologia com seu 
foco cosmogônico; teogônico e a filosofia com seu foco 
cosmológico. Olhando para esse embate pode-se perguntar: como 
o mito narra a origem do mundo e de tudo que nele existe? A 
resposta está no que seria uma explicação cosmogônico e 
teogônica 
 Na cosmogonia tem-se que o nascimento e a organização 
do mundo acontecem a partir de forças geradoras (pai e mãe 
divinos) na teogonia tem-se a origem dos deuses a partir de seus 
pais ou antepassados. Há um esquema para entender essas 
etapas: 
1 – Deve-se encontrar o pai e a mãe de todas as coisas; 
2 – Existência de uma rivalidade ou aliança entre os deuses 
que faz surgir algo no mundo; 
3 – A confecção de recompensas ou castigos que os deuses 
dão a quem os obedece ou desobedece; 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 23 
 
 
 Observando o esquema 
cosmogônico, percebe-se que muitas 
das histórias mitológicas seguem esse 
modelo. Como exemplo: O mito de 
Prometeu acorrentado. Prometeu um 
titã ousou desafiar Zeus e entrega o fogo para os homens. Zeus 
enfurecido castiga Prometeu a passar a eternidade acorrentado 
sendo bicado todos os dias por um corvo que come seu fígado, 
mas no outro dia o fígado esta lá regenerado, e o corvo novamente 
cumpre seu papel no drama de Prometeu. 
Por que Zeus castiga Prometeu. Por que a história da 
entrega do fogo divino, significa que o ser humano não precisa 
mais dos deuses para protegê-lo das feras noturnas. Significa uma 
nova representação dos deuses para os humanos. Assim como na 
história grega do roubo do fogo, outras civilizações também 
contam a mesma história, como alguns povos indígenas da 
amazônia em que Prometeu é substituído por uma onça que rouba 
o fogo dos deuses e entrega para os humanos. 
 Mitologias são histórias que fazem sentido dentro do 
universo cultural, no qual elas foram engendradas. Para você 
entender o pensamento mitológico é necessário entender as 
dinâmicas culturais e a mentalidade que cerca a formação de 
determinados grupos étnicos. 
24 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 E a filosofia? E a explicação cosmológica? Ela é atrelada as 
dinâmicas culturais e étnicas? A filosofia propõe uma explicação 
lógica e racional, que ultrapassa os límites étnicos e ganha 
contornos universais. O que seria cosmologia: de forma 
etmológica dividindo a palavra tem-se que cosmos significa: 
ordem e organização do mundo enquanto logia significa: 
pensamento racional. Muito distante das explicações 
cosmogônicos e teogônicas. 
 A cosmologia é uma explicação racional, que ordena e 
organiza o mundo de maneira lógica. Não mais com os deuses 
mas com reflexão e análise. Ao surgir, a filosofia não é uma 
cosmogonia, e sim uma cosmologia, uma explicação racional 
sobre a origem do mundo e sobre as causas das transformações 
e repetições das coisas. 
5. CONDIÇÕES HISTÓRICAS PARA O SURGIMENTO DA 
FILOSOFIA 
 Algumas condições favoreceram o surgimento da filosofia, 
entre estas condições destacam-se: 
1 – As viagens marítimas; Os gregos assim como os demais 
povos da antiguidade receavam singrar os mares muito longe 
de suas costas, por medo de encontrar seres fantásticos ou 
o próprio Poseidon. A navegação no mediterrâneo foi 
diminuindo esse medo, pois a medida em que as 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 25 
 
 
embarcações singravam o mar mediterrâneo, percebia-se a 
ausência de tais seres fantásticos. 
2 – A invenção do calendário; o calendário propiciou ao grega 
da antiguidade o entendimento dos períodos no ano. A 
melhor época para plantar e colher, o entendimento das 
estações, mais frias ou mais quentes, o deslocamento dos 
astros no firmamento. Fez ele entender que não eram os 
deuses os responsáveis por tais ciclos, mas sim a própria 
natureza e a intervenção dele, homem. 
3 – O surgimento da vida urbana; quanto mais os gregos 
deslocavam-se para as áreas urbanas, mais o temos do 
desconhecido o deixava. A vida rural com sua temporalidade 
diferente e seu estilo de vida que muitas das vezes contrasta 
com o estilo urbano, trazia mais temor ao homem grego da 
época. A ida as cidades vai mudar esse perfil. A urbe com 
sua temporalidade diferente, parece mais rápida, exigia 
desse homem grego novos papéis e novos entendimentos 
sociais, o que levava ele a acreditar menos nos deuses e 
mais nos conhecimentos que eram produzidos neste novo 
espaço. 
4 – A invenção da escrita alfabética; sabe-se que foram os 
fenícios os inventores da escrita, mas os gregos a 
aperfeiçoaram como relata HOBUSS: 
26 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
[…] Poderia ser objetado que o alfabeto grego tem 
origem no alfabeto fenício, composto por vinte e dois 
signos que eram idênticos a vinte e duas consoantes. 
A resposta parece clara; até no âmbito do alfabeto os 
gregos atuaram, introduzindo no alfabeto herdado da 
Fenícia, progressivamente, as vogais, o que 
certamente influenciou a linguagem filosófica 
(HOBUSS, 2014; 19) 
5 – A invenção da Política; é com os gregos que ver-se-á 
surgir o termo Pólis que significa cidade-estado. Na Grécia 
Antiga, a pólis era um pequeno território localizado 
geograficamente no ponto mais alto da região, e cujas 
características eram equivalentes a uma cidade. O 
surgimento da pólis foi um dos mais importantes aspectos nodesenvolvimento da civilização grega. Com a pólis veio a 
política, a participação dos cidadãos nas tomadas de decisão 
na cidade-estado. 
 Ao findar esse capítulo espera-se ter demonstrado onde 
ocorreu o início da filosofia. Alguns embates sobre a origem do 
fazer filosófico e a diferença entre filosofia e mitologia. O capítulo 
versou também sobre as diferenças entre cosmologia; 
cosmogonia e teogonia e demonstrou as condições que levaram 
ao surgimento da filosofia na Grécia Antiga. 
 O próximo capítulo trará a cena os pré-socráticos. Filósofos 
importantes que propiciaram a ruptura com o pensamento mítico. 
 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 27 
 
 
6. PRÉ-SOCRÁTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em azul, localização da Jonia. Berço do Nascimento da Filosofia 
 
Foi a primeira corrente de pensamento, a corrente que 
inaugura a filosofia no século VI a.C., em Mileto, cidade da Jônia. 
Nesse período surgem as escolas Milesiana, Heráclita, Pitagórica, 
a escola Eleática e os Físicos Posteriores. 
 Segundo Barnes (1997, p. 20 – 24) existem quatro 
conceitos fundamentais, que caracterizam o período pré-socrático. 
São eles: 
• Kosmos (Universo): esse conceito pressupõe que o 
universo é um ser totalmente ordenado, composto de 
beleza e harmonia; 
• Physis (Natureza): a natureza possui dois aspectos 
fundamentais. Em primeiro lugar, é a natureza que subjaz 
28 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
a todas as coisas. Os pré-socráticos estudam qual é a 
natureza das coisas, isto é, aquilo que lhe é próprio, que lhe 
pertence a si mesma; 
• Archê (Princípio): é o princípio originário de todas as coisas, 
de onde todas provêm; 
• Logos (Razão): é o caráter distintivo da filosofia antiga, sua 
característica fundamental. Devemos dar razões, explanar, 
o porquê das ocorrências do mundo. 
 Para os filósofos pré-socráticos a pergunta principal era 
sobre a arché; aquilo que é o fundamento que origina o mundo. E 
sua preocupação central era com a totalidade, vislumbrada no 
conceito da physis. Os filósofos que viveram antes de Sócrates se 
preocupavam muito com o Universo e com os fenômenos da 
natureza. Buscavam explicar tudo através da razão e do 
conhecimento científico. 
 Perguntar pela arché é perguntar por aquilo que é o 
fundamento original do mundo; era a pergunta pela causa 
primeira; pelo princípio original; pela força construtora e 
mantenedora; era a pergunta que desejava saber a 
origem/causa de tudo que existia. Os primeiros filósofos 
buscaram entender/compreender o mundo em sua estrutura 
básica, porque se espantaram, se admiraram; foram tomados 
pelo encantamento do mistério e da complexidade do mundo 
natural; foram arrebatados pela perplexidade que o mundo 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 29 
 
 
causa naqueles que não se conformam com o óbvio: 
mudanças; diversidade de fenômenos; regularidade dos 
fenômenos. Tais eram suas preocupações. 
 
A ESCOLA MILESIANA 
 A escola Milesiana, é a primeira escola do Período 
Cosmológico ou Naturalista. Localizava-se em Mileto e tinha como 
sua principal preocupação, a busca pelo princípio o arché de todas 
as coisas do universo. Seu fundador foi Tales, mas outros dois 
nomes compõem essa escola: Anaximandro e Anaxímenes. Cada 
um destes autores buscou na natureza o seu arché. 
TALES DE MILETO 
 Primeiro pensador grego, “Pai da Filosofia”; Buscou a 
construção do pensamento racional em diversos campos do 
conhecimento que, hoje, não são considerados especialidades 
filosóficas (Astronomia e Geometria); 
OBJETIVOS: Construção de uma COSMOLOGIA (explicação 
racional e sistemática das características do universo) que 
substituísse a antiga COSMOGONIA (explicação sobre a origem 
do universo baseada nos mitos); 
 Tentou descobrir na base da RAZÃO e não da MITOLOGIA, 
o princípio substancial ou substância primordial (a arché, em 
grego) existente em todos os seres materiais. A matéria-prima de 
que são feitas as coisas; 
30 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 Pretendia fugir das antigas explicações mitológicas sobre a 
criação do mundo, buscava um elemento físico que fosse 
constante em todas as coisas, concluindo que a água era essa 
substância primordial. Somente a água, permanece a mesma, em 
todas as transformações dos corpos, apesar de assumir diferentes 
estados - sólido, líquido e gasoso. 
A maior parte dos primeiros filósofos estimava que os 
princípios de todas as coisas se reduziam aos 
princípios materiais. É a partir do que são constituídas 
todas as coisas, o termo primeiro de sua geração e o 
termo final de sua corrupção, enquanto a substância 
[princípio] permanece, mudando somente seus 
estados – é isto que eles tomam por elemento e 
princípio das coisas; também estimam que nada se 
cria ou se destrói, já que esta natureza é conservada 
para sempre [...]. Para Tales, o fundador desta 
concepção filosófica, este princípio é a água (porque 
sustentava que a terra flutua sobre a água) 
(Aristóteles Metafísica 983b6-22). 
 
ANAXIMANDRO DE MILETO 
 Anaximandro foi possivelmente o membro mais importante 
da escola milesiana. Manifestou o mesmo interesse científico de 
seus colegas, afirmando que a Terra é esférica ocupando o centro 
do universo. Descobriu os solstícios, os equinócios. Um 
argumento pitoresco, atribuído a Anaximandro é que o homem foi 
concebido pelo peixe, pois Anaximandro entendia que o homem 
era muito parecido com o peixe no começo. 
 Ao contrário de Tales, Anaximandro não apresenta um 
elemento material como princípio de todas as coisas. Para ele o 
princípio de todas as coisas é o apeiron (o ilimitado). Para 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 31 
 
 
Anaximandro a substância original (ápeiron) que constitui o mundo 
é indefinida e em nada se assemelha a qualquer espécie de 
matéria ou elemento vistos no mundo já estruturado. 
 Hobuss a partir da análise de um fragmento de Pseudo-
Plutarco argumenta que apeiron de Anaximandro é a causa 
universal de todas as coisas. Conforme citação abaixo: 
Nesse sentido, é possível afirmar que o apeiron , 
segundo Pseudo-Plutarco, é “a causa universal de 
toda geração e corrupção”, ou seja, de todo o 
nascimento e morte de todas as coisas existentes, 
inclusive os céus e os mundos, pois dele originam-se 
todas as coisas que nascem, e a ele retornam todas 
as coisas que morrem, como observou Aécio (DK A 
XIV). Por ser o Ilimitado, obviamente não admite 
princípio, como afirmou Aristóteles, pois se tivesse um 
princípio, automaticamente tal princípio seria o seu 
limite. Sendo assim, ele existe desde sempre, e, 
enquanto princípio, não pode estar sujeito à 
corrupção. Assim, “o Ilimitado é o princípio das outras 
coisas, ele envolve cada coisa e governa todas as 
coisas [...] não admitindo causa [...] ele é o divino, pois 
ele é imortal e imperecível”. (HOBUSS, 2014; 31) 
 
ANAXÍMENES DE MILETO 
 Sucessor de Anaximandro, não propõem um avanço no 
pensamento de Anaximandro, mas sim um retorno a preocupação 
original de Tales, preocupação em estabelecer um único elemento 
como o princípio de todas as coisas. Para Anaxímenes o princípio 
de todas as coisas era o ar. Anaxímenes pensa que o “princípio” 
deve ser infinito, sim, mas que deve ser pensado como ar infinito, 
substância aérea ilimitada, um pneuma-apeiron. 
32 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
 
“O ar se diferencia nas vários substâncias segundo o 
grau de rarefação e condensação: e assim dilatando-
se dá origem ao fogo, enquanto condensando-se dá 
origem ao vento e depois às nuvens; e em grau maior 
de densidade forma a água, depois a terra e em 
seguida as pedras; as outras coisas derivam depois 
destes.” (Simplício) 
 
Anaxímenes escreve que exatamente como a nossa alma 
que é ar, se sustenta e se governa, assim também o sopro e o ar, 
abarcam o cosmos inteiro. de modo mais lógico e mais racional do 
que fizera Anaximandro, do ar pode-se deduzir todas as coisas. 
Com efeito, por sua naturezade grande mobilidade, o ar se presta 
muito bem para ser concebido como estando em perene 
movimento (bem mais do que o infinito de Anaximandro). Ademais, 
o ar se presta melhor do que qualquer outro elemento às variações 
e transformações necessárias para fazer nascer as diversas 
coisas. 
 
HERÁCLITO DE ÉFESO 
 Um dos principais pensadores do mundo grego. Complexo 
era chamado de “o obscuro” pois se expressava de forma 
enigmática. Deixou vários fragmentos intitulados Peri Physeos 
(Sobre a Natureza). É considerado o primeiro grande 
representante do pensamento dialético: momentos sucessivos e 
contraditórios pelos quais determinada realidade se apresenta. 
 Portanto, concebia a realidade do mundo como algo 
dinâmico, em permanente transformação; Criou a escola filosófica 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 33 
 
 
MOBILISTA (movimento); Para ele, a vida era um fluxo constante, 
impulsionado pela luta de forças contrárias: ordem e desordem, 
bem e mal, o belo e o feio, construção e desconstrução, etc. 
 É pela luta das forças opostas que o mundo se modifica e 
evolui; Atribui-se a Heráclito frases marcantes, de sentido 
simbólico, utilizadas para ilustrar sua concepção sobre o fluxo e a 
movimentação das coisas. È a eterna mudança, também chamada 
DEVIR (vir a ser ); 
 Uma de suas citações mais conhecidas é a do rio em que 
não podemos colocar o pé de forma igual duas vezes no mesmo 
rio: 
“Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, pois suas 
águas se renovam a cada instante. Não tocamos duas vezes o 
mesmo ser, pois este modifica continuamente sua condição.” 
 Como escrito acima, o que chegou até os dias de hoje sobre 
Heráclito está registrado em fragmentos. Tais fragmentos 
mostram a complexidade de seu pensamento. Abaixo demonstrar-
se-á os fragmentos de Heráclito conhecidos, para que o leitor 
tenha uma noção da profundidade de seu texto. Esses fragmentos 
foram compilados na obra de João Hobuss, Introdução a História 
da Filosofia Antiga. 
 
 
34 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
7. SOBRE A NATUREZA (DK 22 b 1-126) * 
 
1. SEXTO EMPÍRICO, Contra os Matemáticos , VII, 132. 
Deste logos sendo sempre os homens se tornam 
descompassados quer antes de ouvir quer logo tenham ouvido; 
pois, tornando-se todas (as coisas) segundo esse logos, a 
inexperientes se assemelham embora experimentando-se em 
palavras e ações tais quais eu discorro segundo a natureza 
distinguindo cada (coisa) e explicando como se comporta. Aos 
outros homens escapa quanto fazem despertos, tal como 
esquecem como fazem dormindo. 
 
2. IDEM, ibidem, VII, 133. 
Extraído do volume Pré-Socráticos da Coleção Os 
Pensadores - Nova Cultural (Tradução de José Cavalcante de 
Souza). 
Por isso é preciso seguir o-que-é-com, (isto é, o comum; 
pois o comum é o-que-é-com). Mas, o logos sendo o-que-é-com, 
vivem os homens como se tivessem uma inteligência particular. 
 
3. AÉCIO, II, 21, 4. 
(Sobre a grandeza do sol) sua largura é a de um pé 
humano. 
 
 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 35 
 
 
4. ALBERTO MAGNO, De Vegetatione , VI, 401. 
Heráclito disse que se felicidade estivesse nos prazeres do 
corpo, diríamos felizes os bois, quando encontram ervilhas para 
comer. 
 
5. ARISTÓCRITO, Teosofia , 68; ORÍGENES, Contra Celso, VII, 
62. 
Purificam-se manchando-se com outro sangue, como se 
alguém, entrando na lama se lavasse. E louco pareceria, se algum 
homem o notasse agindo assim. E também a estas estátuas eles 
dirigem suas preces, como alguém que falasse a casas, de nada 
sabendo o que são deuses e heróis. 
 
6. ARISTÓTELES, Meteorologia , II, 2, 355a13. 
O sol não apenas, como Heráclito diz, é novo a cada dia, 
mas sempre novo, continuamente. 
 
7. IDEM, Da Sensação , 5, 443a23. 
Se todos os seres em fumaça se tornassem, o nariz 
distinguiria. 
 
8. IDEM, Ética Nicomaquéia , VII, 2 1115b4. 
Heráclito (dizendo que) ao contrário é convergente e dos 
divergentes nasce a mais bela harmonia, e tudo segundo a 
discórdia. 
36 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
9. IDEM; ibidem, X, 5. 1176a7. 
Diverso é o prazer do cavalo, do cão, do homem, tal como 
Heráclito diz que asnos prefeririam palha a ouro. 
 
10. IDEM, Do Mundo , 5 396b7. 
Conjunções o todo e o não todo, o convergente e o 
divergente, o consoante e o dissonante, e de todas as coisas um 
e de um todas as coisas. 
 
11. IDEM, ibidem, 6 401a8. 
Pois tudo que rasteja é preservado a golpe, como diz 
Heráclito. 
 
12. ARIO DÍDIMO em EUSÉBIO, Preparação evangélica , XV, 20. 
Aos que entram nos mesmos rios outras águas afluem, 
almas exalam do úmido. 
 
13. CLEMENTE DE ALEXANDRIA, Tapeçarias , I, 2. 
Porcos em lama se comprazem, mais do que em água 
limpa. 
 
14. IDEM, Exortação , 22. 
A quem profetiza Heráclito de Éfeso? Aos noctívagos, aos 
magos, aos bacantes, às mênades, aos iniciados; a estes ameaça 
com o depois da morte, a estes profetiza o Fogo; pois os 
considerado mistérios entre os homens impiamente se celebram. 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 37 
 
 
15. IDEM, ibidem, 34. 
Se não fosse a Dioniso que fizessem a procissão e 
cantassem o hino, (então) às partes vergonhosas 
desavergonhadamente se cumpriu um rito; mas é o mesmo Hades 
e Dioniso, a quem deliram e festejam nas Lenéias. 
 
16. IDEM, Pedagogo , II, 99. 
Do que jamais mergulha como alguém escaparia? 
 
17. IDEM, Tapeçarias , II, 8. 
Muitos não percebem tais coisas, todos os que as 
encontram, nem quando ensinados conhecem, mas a si próprios 
lhes parece (que as conhecem e percebem). 
 
18. IDEM, ibidem, II, 17. 
Se não esperar o inesperado não se descobrirá, sendo 
indescobrível e inacessível. 
 
19. IDEM, ibidem, II, 24. 
Homens que não sabem ouvir nem falar. 
 
20. IDEM, ibidem, III, 14. 
Nascidos querem viver e deter suas partes, ou antes 
repousar, e atrás de si deixam filhos a se tornarem partes. 
 
 
38 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
21. IDEM, ibidem, II, 21. 
Morte é tudo que vemos despertos, e tudo que vemos 
dormindo é sono. 
 
22. IDEM, ibidem, IV, 4. 
Pois ouro os que procuram cavam muita terra e o 
encontram pouco. 
 
23. IDEM, ibidem, IV, 10. 
Nome de Justiça não teriam sabido, se não fossem estas 
(coisas). 
 
24. IDEM, ibidem, IV, 16. 
Os que Ares mata honram-nos deuses e homens. 
 
25. IDEM, ibidem, IV, 50. 
Mortes maiores, maiores sortes, recebem. 
 
26. IDEM, ibidem, IV, 143. 
O homem de noite uma luz acende para si, morto, extinta a 
vista, mas vivo ele acende do morto quando dorme, extinta a vista, 
e quando desperto se acende do que dorme. 
 
27. IDEM, ibidem, IV, 146. 
O que para os homens permanece quando morrem (são 
coisas) que não esperam nem lhes parece (que permaneçam). 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 39 
 
 
28. IDEM, ibidem, V, 9. 
Pois é o que se estima que o mais estimado conhece e 
guarda; e contudo certamente a Justiça captará os artesãos e 
testemunhas de falsidades. 
 
29. IDEM, ibidem, V, 60. 
Pois uma só coisa escolhem os melhores contra todas as 
outras, um rumor de glória eterna contra as coisas mortais; mas a 
maioria está empanturrada como animais. 
 
30. IDEM, ibidem, V, 105. 
Este mundo, o mesmo de todos os (seres), nenhum deus; 
nenhum homem o fez, mas era, é e será um Fogo sempre vivo, 
acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas. 
 
31. IDEM, ibidem, V, 105. 
Direções do Fogo: primeiro o mar, e do mar metade terra, 
metade incandescência... Terra dilui-se em mar e se mede no 
mesmo logos, tal qual era antes de se tornar terra. 
 
32. IDEM, ibidem, V, 116. 
Uma só (coisa) o sábio não quer e quer ser recolhido no 
nome de Zeus. 
 
 
40 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
33. IDEM, ibidem, V, 116. 
Lei (é) também persuadir-se à vontade um só. 
 
34. IDEM, ibidem, 116. 
Ouvindo descompassados assemelham-se a surdos; o 
ditado lhes concerne: presentes estão ausentes. 
 
35. IDEM, ibidem, V, 141. 
Pois é preciso que de muitas coisas sejam inquiridoresos 
homens amantes da sabedoria. 
 
36. IDEM, ibidem, VI, 16. 
Para almas é morte tornar-se água, é para água é morte 
tornar-se terra, e de terra nasce água, e de água alma. 
 
37. COLUMELA, VII, 4. 
Porcos banham-se em lama e aves domésticas em poeira 
ou emcinza. 
 
38. DIÓGENES LAÉRCIO, I, 23. 
(Tales) parece segundo alguns ter sido o primeiro a estudar 
os astros. A seu respeito atestam Heráclito e Demócrito. 
 
39. IDEM, I, 88. 
Em Priene nasceu Bias, filho de Teutames, cujo logos é 
maior que o dos outros. 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 41 
 
 
40. IDEM, IX, 1.47 
Muita instrução não ensina a ter inteligência; pois teria 
ensinado Hesíodo e Pitágoras, Xenófanes e Hecateu. 
 
41. IDEM, IX. 1. 
Pois uma só é a (coisa) sábia, possuir o conhecimento que 
tudo dirige através de tudo. 
 
42. IDEM, IX, 1. 
Homero merecia ser expulso dos certames e açoitado, e 
Arquíloco igualmente. 
 
43. IDEM, IX, 2. 
A insolência é preciso extinguir, mais que o incêndio. 
 
44. IDEM, IX, 2. 
É preciso que lute o povo pela lei, tal como pelas muralhas. 
 
45. IDEM, IX, 7. 
Limites de alma não os encontraria, todo o caminho 
percorrendo; tão profundo logos ela tem. 
 
46. IDEM, IX, 7. 
A presunção ele dizia que é a doença sagrada e que a 
visãoengana. 
 
42 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
47. IDEM, IX, 73. 
Não conjeturemos à toa sobre as coisas supremas. 
 
48. Etymologicum Genuinum , s.v. bíos. 
No arco, o nome é vida e a obra é morte. 
 
49. GALENO, De Dignoscendis Pulsibus , VIII, 733. 
Um para mim vale mil, se for o melhor. 
 
49a. HERÁCLITO, Alegorias , 24. 
Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não 
somos. 
 
50. HIPÓLITO, Refutação , IX, 9. 
Não de mim, mas do logos tendo ouvido é sábio homologar 
tudo é um. 
 
51. IDEM, ibidem, IX, 9. 
Não compreendem como o divergente consigo mesmo 
concorda; harmonia de tensões contrárias, como de arco e lira. 
 
52. IDEM, ibidem, IX, 9. 
Tempo é criança brincando, jogando; de criança o reinado. 
 
 
 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 43 
 
 
53. IDEM, ibidem, IX, 9. 
O combate é de todas as coisas pai, de todas, rei, e uns ele 
revelou deuses, outros, homens; de uns fez escravos, de outros, 
livres. 
 
54. IDEM, ibidem, IX, 9. 
Harmonia invisível à visível superior. 
 
55. IDEM, ibidem, IX, 9. 
As (coisas) de que (há) visão, audição, aprendizagem, só 
estas prefiro. 
 
56. IDEM, ibidem, IX, 9. 
Estão iludidos os homens quanto ao conhecimento das 
coisas visíveis, mais ou menos como Homero, que foi mais sábio 
que todos os helenos. Pois enganaram-no meninos que matando 
piolhos lhe disseram: o que vimos e pegamos é o que largamos, e 
o que não vimos nem pegamos é o que trazemos conosco. 
 
57. IDEM, ibidem, IX, 10. 
Mestre da maioria das coisas é Hesíodo; pois este 
reconhece que sabe mais coisas, ele que não conhecia dia e noite; 
pois é uma só (coisa). 
 
 
44 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
58. IDEM, ibidem, IX, 10. 
Os médicos, quando cortam, queimam e de todo torturam 
os pacientes, ainda reclamam um salário que não merecem, por 
efetuarem o mesmo que as doenças. 
 
59. IDEM, ibidem, IX, 10. 
A rota do parafuso do pisão, reta e curva, é uma e a mesma. 
 
60. IDEM, ibidem, IX, 10. 
A rota para cima e para baixo é uma e a mesma. 
 
61. IDEM, ibidem, IX, 10. 
Mar, água mais pura e mais impura, para os peixes potável 
e saudável, para os homens impotável e mortal. 
 
62. IDEM, ibidem, IX, 10. 
Imortais mortais, mortais imortais, vivendo a morte 
daqueles, morrendo a vida daqueles. 
 
63. IDEM, ibidem, IX, 10. 
Diante do ali-presente erguem-se e tornam-se guardiões 
em vigília de vivos e mortos. 
 
64. IDEM, ibidem, IX, 10. 
De todas (as coisas) o raio fulgurante dirige o curso. 
 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 45 
 
 
65. IDEM, ibidem, IX, 10. 
E o chama (ao Fogo) de fartura e indigência. 
 
66. IDEM, ibidem, IX, 10. 
Pois todas (as coisas) o Fogo sobrevindo discernirá e 
empolgará. 
 
67. IDEM, ibidem, IX, 10. 
O Deus é dia e noite, inverno e verão, guerra e paz, 
saciedade e fome; mas se alterna como Fogo, quando se mistura 
a incensos, e se denomina segundo o gosto de cada. 
 
68. JÂMBLICO, Dos mistérios , I, 11. 
E por isso Heráclito os chamou (a alguns ritos) de remédios, 
como se fossem para curar os males e afastar as almas das 
desgraças da geração. 
 
69. IDEM; ibidem, V, 15. 
De sacrifícios há duas espécies; uns oferecidos por homens 
inteiramente purificados, qual poderia ocorrer raramente em um 
indivíduo, como diz Heráclito, ou em alguns poucos, fáceis de 
contar; e outros são materiais. 
 
70. IDEM, Das almas , [ESTOBEU, Éclogas , II, 1, 16.] 
46 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
Jogos de criança Heráclito considerou as opiniões 
humanas. 
 
71. MARCO AURÉLIO, IV, 46. 
É preciso lembrar-se também do que esquece por onde 
passa o caminho. 
 
72. IDEM, IV, 46. 
Do logos com que mais constantemente convivem, deste 
divergem; e (as coisas) que encontram cada dia, estas lhe 
parecem estranhas. 
 
73. IDEM, IV, 46. 
Não se deve agir nem falar como os que dormem. 
 
75. IDEM, IV, 46. 
Os que dormem, creio que chama Heráclito de obreiros e 
colaboradores (das coisas) que no mundo vêm a ser. 
 
76. MÁXIMO DE TIRO. Philosophoúmena , XII, 4. 
Vive Fogo a morte de terra, ar vive a morte do Fogo, água 
vive a morte de ar, terra a de água. - PLUTARCO, De E apud 
Delphos, 18. Morte do Fogo gênese para ar, morte de ar gênese 
para água. - Marco Aurélio, IV, 46. Lembrar-se sempre do dito de 
Heráclito, que morte de terra é tornar-se água, morte de água é 
tornar-se ar, de ar Fogo, e vice-versa. 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 47 
 
 
77. NUMÊNIO, fragmento 35. 
Donde também Heráclito dizer que para almas é prazer ou 
morte tornarem-se úmidas. Prazer seria para elas a queda na 
geração. Em outra passagem ele diz que vivemos nós a morte 
delas e vivem elas a nossa morte. 
 
78. ORÍGENES, Contra Celso , VI, 12. 
O modo humano não comporta sentenças, mas o divino 
comporta. 
 
79. IDEM, ibidem. 
O homem como uma criança ouve o divino, tal como a 
criança o homem. 
 
80. IDEM, ibidem, VI, 42. 
É preciso saber que o combate é o-que-é-com, é justiça (é) 
discórdia, e que todas as (coisas) vêm a ser segundo a discórdia 
e necessidade. 
 
81. FILODEMO, Retórica , I, c. 57. 
Ancestral dos charlatões (Heráclito). 
 
82. PLATÃO, Hípias Maior , 289 a. 
O mais belo símio é feio, a se confrontar com o gênero 
humano. 
48 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
83. IDEM, ibidem, 289 b. 
O mais sábio dos homens em face de Deus se manifestará 
como um símio, em sabedoria, beleza e tudo o mais. 
 
84a. PLOTINO, Enéadas , IV, 8,1. 
Transmudando repousa (o Fogo etéreo no corpo humano). 
 
84b. IDEM, ibidem. 
Fadiga é pelos mesmos (princípios) penar e ser governado. 
 
85. PLUTARCO, Coriolano , 22 . 
Lutar contra o coração é difícil; pois o que ele quer compra-
se a preço de alma. 
 
86. IDEM, ibidem, 38. 
A maior parte das (coisas) divinas, segundo Heráclito, por 
desconfiança esquiva-se de modo a não se conhecerem. 
 
87. IDEM, Do que se deve ouvir, 7 p. 41 A. 
Um homem tolo gosta de se empolgar a cada palavra. 
 
88. IDEM, Consolação a Apolônio, 10 p. 106 E. 
O mesmo é em (nós) vivo e morto, desperto e dormindo e 
dormindo, novo e velho; pois estes, tombados além, são aqueles 
e aqueles de novo, tombados no além, são estes. 
 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 49 
 
 
89. IDEM, Da superstição , 3 p. 166 C. 
Heráclito diz que para os despertos um mundo único e 
comum é, mas os que estão no leito cada um se revira para o seu 
próprio. 
 
90. IDEM, De E apud Delphos, 8 p. 388 E. 
Por Fogo se trocam todas as (coisas) e Fogo por todas, tal 
como por ouro mercadorias e por mercadorias ouro. 
 
91. IDEM, ibidem, 18 p. 392 B. 
Em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo, segundo 
Heráclito, nem substância mortal tocar duas vezes na mesmacondição; mas pela intensidade e rapidez da mudança dispersa 
e de novo reúne (ou melhor, nem mesmo de novo nem depois, 
mas ao mesmo tempo) compõe-se e desiste, aproxima-se e 
afasta-se. 
 
92. IDEM, Dos Oráculos da Pitonisa , 6 p. 397 A. 
E a Sibila com delirante boca sem risos, sem belezas, sem 
perfumes ressoando mil anos ultrapassa com a voz, pelo deus 
nela. 
 
93. IDEM, ibidem 21 p. 404 D. 
O senhor, de quem é o Oráculo de Delphos, nem diz nem 
oculta, mas dá sinais. 
50 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
94. IDEM, Do exílio , 11 p. 604 A. 
Pois Hélios não transpassará as medidas; senão as Erínias, 
servas da Justiça, descobrirão. 
 
95. IDEM, Banquete , III, pr. 1. p 644 F. 
Pois ignorância é melhor ocultar. Mas é trabalhoso no 
desaperto e com vinho. 
 
96. IDEM, ibidem, IV 4, 3 p. 669 A. 
Pois cadáveres, mais do que estercos, são para se jogar 
fora. 
 
97. IDEM, As Seni Res Publica gerenda sit , 7 p. 787 C. 
Pois cães ladram contra os que eles não conhecem. 
 
98. IDEM, Da face da Lua , 28 p. 943 E. 
As almas farejam (no invisível) Hades. 
 
99. IDEM, Aquane an Ignis sit utilior , 7 p 957 A. 
Não fosse o sol, com os outros astros seria noite. 
 
100. IDEM, Questões Platônicas , 8, 4 p 1 007 D. 
Destes (os períodos anuais) o sol sendo preposto e vigia, 
define, dirige revela e expõe à luz das transmutações e horas, as 
quais traz em todas (as coisas), segundo Heráclito. 
 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 51 
 
 
101. IDEM, Contra Colotes , 20. 1 118 C. 
Procurei-me a mim mesmo. 
 
102. PORFÍRIO, Questões Homéricas , Ilíada, IV, 4. 
Para o deus são belas todas as coisas e boas e justas, mas 
homens umas tomam como (injustas), outras (como) justas. 
 
103. IDEM, ibidem, XIV, 200. 
Pois comum (é) princípio e fim em periferia de círculo. 
 
104. PROCLO, Comentários ao Alcibíades I , p. 525, 21. 
Pois que inteligência ou compreensão é a deles? Em 
cantores de rua acreditam e por mestre têm a massa, não sabendo 
que "a maioria é ruim e poucos são bons". 
 
105. Escólios Homéricos , AT XVIII, 251. 
Dessa passagem Heráclito afirma que astrólogo foi 
Homero, assim como daquela em que o poeta diz "do destino, eu 
afirmo, jamais homem algum escapou". 
 
106. SÊNECA, Epístolas , XII, 7. 
Com razão Heráclito censurou Hesíodo por fazer uns dias 
bons e outros maus, dizendo que ignorava como a natureza de 
cada dia é uma e a mesma. 
 
52 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
107. SEXTO EMPÍRICO, Contra os Matemáticos , VII, 7. 
Más testemunhas para os homens são olhos e ouvidos, se 
almas bárbaras eles têm. 
 
108. ESTOBEU, Florilégio , I, 174. 
De quantos ouvi as lições nenhum chega a esse ponto de 
conhecer que a (coisa) sábia é separada de todas. 
 
109=95. 
 
110. IDEM, ibidem, I, 176. 
Para homens suceder tudo que querem não (é) melhor. 
 
111. IDEM, ibidem, I, 177. 
Doença faz da saúde (algo) agradável e bom, fome de 
saciedade, fadiga de repouso. 
 
112. IDEM, ibidem, I, 178. 
Pensar sensatamente (é) virtude máxima e sabedoria é 
dizer (coisas) verídicas e fazer segundo (a) natureza, escutando. 
 
113. IDEM, ibidem, I, 179. 
Comum é a todos o pensar. 
 
114. IDEM, ibidem, I, 179. 
 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 53 
 
 
(Os) que falam com inteligência é necessário que se 
fortaleçam como o comum de todos, tal como a lei e a cidade, e 
muito mais fortemente: pois alimentam-se todas as coisas 
humanas de uma só, a divina: pois, domina tão longe quanto quer, 
e é suficiente para todas as (coisas) e ainda sobra. 
 
115. IDEM, ibidem, 180 a . 
De alma é (um) logos que a si próprio se aumenta. 
 
116. IDEM, ibidem, V, 6 . 
A todos os homens é compartilhado o conhecer-se a si 
mesmo e pensar sensatamente. 
 
117. IDEM, ibidem, V, 7 . 
Um homem quando se embriaga é levado por criança 
impúbere, cambaleante, não sabendo para onde vai, porque 
úmida tem a alma. 
 
118. IDEM, ibidem, V, 8 . 
Brilho seco (é a) alma mais sábia e melhor. Ou antes, 
segundo a leitura de Stephanus: Alma seca (é) a mais sábia e 
melhor. 
 
 
 
 
54 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
119. IDEM, ibidem, IV, 40, 23 . 
Heráclito dizia que o ético no homem é o demônio e o 
demônio é o ético. 
 
120. ESTRABÃO, I, 6, p. 3. 
Limite de aurora e crepúsculo (são) a Ursa e em face da 
Ursa a baliza fulgurante de Zeus. 
 
121. IDEM, XIV, 25, p. 642; DIÓGENES LAÉRCIO, IX, 2. 
Merecia que os efésios adultos se enforcassem e aos não 
adultos abandonassem a cidade, eles que a Hermodoro, o melhor 
homem deles e o de mais valor, expulsaram dizendo:que entre nós 
ninguém seja o mais valoroso, senão que vá alhures e com os 
outros. 
 
122. SUDA, s.v. " ankhibátein " e " amphisbátein ". 
Aproximação, segundo Heráclito. 
 
123. TEMÍSTIO, Orastio ,V, p. 69. 
Natureza ama esconder-se. 
 
124. TEOFRASTO, Metafísica, 15, p. 7 a 10. 
(Como?) coisas varridas e ao acaso confundidas (é?) o 
mais belo mundo. 
 
 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 55 
 
 
125. IDEM, De Vertigine , 9 . 
Também o "cyceon" se decompõe, se não for agitado. 
 
125a. TZETZES, Comentários ao Plutão de Aristófanes, 88 . 
Que não vos abandone a riqueza, efésios, a fim de que seja 
provada a vossa ruindade. 
 
126. IDEM, Escólios para a Exegese da Ilíada . 
As (coisas) frias esquentam, quente esfria, úmido seca, 
seco umedece. 
 
A ESCOLA ELEÁTICA 
 
 Desenvolveu-se em Eléia, no sul da Itália. Tem como 
característica, o oposto do pensamento de Heráclito. Ou seja, para 
os eleatas o movimento não existe. Para os eleatas existe 
somente o Ser, aquilo que é, a permanência. A mudança é um erro 
dos nossos sentidos. Um dos seus principais expoentes foi 
Parmênides que nasceu em Eléia na segunda metade do século 
VI a.C. 
 O grande princípio de Parmênides, que é o próprio princípio 
da verdade, é este: o ser é e não pode não ser; o não ser não é e 
não pode ser de modo algum. No contexto do discurso de 
Parmênides, “ser” e “não ser” são tomados em seu significado 
integral e unívoco: o ser é o positivo puro e o não ser é o negativo 
56 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
puro, um é o absoluto contraditório do outro. A argumentação é 
muito simples: tudo aquilo que alguém pensa e diz, é. Não se pode 
pensar (e, portanto, dizer) senão pensando (e, portanto, dizendo) 
aquilo que é. 
 Em suas preocupações ontológicas Parmênides entendeu 
que O ser é “incriado” e “incorruptível”. É incriado visto que, se 
fosse gerado, deveria ter derivado de um não-ser, o que seria 
absurdo, dado que o não-ser não é, ou então deveria ter derivado 
do ser, o que é igualmente absurdo, porque então ele já seria. 
 Também de Parmênides chegaram até nós alguns 
fragmentos, que foram compilados pelo professor João Hobuss 
em sua obra Introdução a História da Filosofia Antiga. Fragmentos 
estes que serão expostos agora, para melhor exemplificar o 
pensamento de Parmênides. 
 
8. SOBRE A NATUREZA (DK 28 B 1-9) * 
 
1. SEXTO EMPÍRICO Contra os matemáticos VII, 111 e ss. 
(versos 1-30), e SIMPLÍCIO, Do Céu , 557, 20 (vv. 28-32) 
As éguas que me levam onde o coração pedisse conduziam-me, 
pois à via multifalante me impeliram da deusa, que por todas as 
cidades leva o homem que sabe; por esta eu era levado, por este, 
muito sagazes, me levaram Extraído do volume Pré-Socráticos da 
Coleção Os Pensadores - Nova Cultural (Tradução de José 
Cavalcante de Souza). 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 57 
 
 
as éguas o carro puxando, e as moças a viagem dirigiam. O eixo 
nos meões emitia som de sirena incandescendo (era movido por 
duplas, turbilhonantes rodas de ambos os lados), quando se 
apressavam a enviar-me as filhas do Sol, deixando as moradas da 
Noite, para a luz, das cabeças retirando com as mãos os véus. É 
lá que estão as portas aos caminhos de Noite e Dia, e as sustenta 
à parte uma verga e uma soleira de pedra, e elas etéreas enchem-
se de grandes batentes; destes Justiça de muitas penas tem 
chaves alternantes.A esta, falando-lhe as jovens com brandas 
palavras, persuadiram habilmente a que a tranca aferrolhada 
depressa removesse das portas; e estas, dos batentes, um vão 
escancarado fizeram abrindo-se, os brônzeos umbrais nos gonzos 
alternadamente fazendo girar, em cavilhas e chavetas ajustados; 
por lá, pelas portas logo as moças pela estrada tinham carro e 
éguas. 
E a deusa me acolheu benévola, e na sua a minha mão 
direita tomou, e assim dizia e me interpelava: Ó jovem, 
companheiro de aurigas imortais, tu que assim conduzido chegas 
à nossa morada, salve! Pois não foi mau destino que te mandou 
perlustrar esta via (pois ela está fora da senda dos homens), mas 
lei divina e justiça; é preciso que de tudo te instruas, do âmago 
inabalável da verdade bem redonda, e de opiniões de mortais, em 
que não há fé verdadeira. No entanto também isto aprenderás, 
58 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
como as aparências deviam validamente ser, tudo por tudo 
atravessando. 
 
2. PROCLO, Comentário ao Timeu , I, 345, 18. 
Pois bem, eu te direi, e tu recebe a palavra que ouviste, os únicos 
caminhos de inquérito que são a pensar: o primeiro, que é e 
portanto que não é não ser, de Persuasão é o caminho (pois à 
verdade acompanha); o outro, que não é e portanto que é preciso 
não ser, este então, eu te digo, é atalho de todo incrível; pois nem 
conhecerias o que não é (pois não é exequível), 
nem o dirias... 
 
3. CLEMENTE DE ALEXANDRIA, Tapeçarias , VI, 23. 
...pois o mesmo é a pensar e portanto ser. 
 
4. IDEM, Ibidem, V, 15. 
Mas olha embora ausentes à mente presentes firmemente; pois 
não deceparás o que é de aderir ao que é, nem dispersado em 
tudo totalmente pelo cosmo, nem concentrado... 
 
5. PROCLO, Comentário a Parmênides , I, p. 708, 16. 
...para mim é comum donde eu comece; pois aí de novo chegarei 
de volta. 
 
 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 59 
 
 
6. SIMPLÍCIO, Física , 117, 2. 
Necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e 
nada não é; isto eu te mando considerar. Pois primeiro desta via 
de inquérito eu te afasto, mas depois daquela outra, em que 
mortais que nada sabem erram, duplas cabeças, pois o imediato 
em seus peitos dirige errante pensamento; e são levados como 
surdos e cegos, perplexas, indecisas massas, para os quais ser e 
não ser é reputado o mesmo e não o mesmo, e de tudo é reversível 
o caminho. 
 
7-8. PLATÃO, Sofista , 237 A (versos 7,1-2); SEXTO 
EMPÍRICO, Contra os matemáticos VII, 111-114 
114 (vv. 7, 3-6); SIMPLÍCIO, Física , 114, 29 (vv. 8, 1-52); 
IDEM, ibidem, 38, 28 (vv. 8, 50-61). 
Não, impossível que isto prevaleça, ser (o) não ente. Tu porém 
desta via de inquérito afasta o pensamento; nem o hábito 
multiexperiente por esta via te force, exercer sem visão um olho, e 
ressoante um ouvido, e a língua, mas discerne em discurso 
controversa tese por mim exposta. 
Só ainda (o) mito de (uma) via resta, que é; e sobre esta 
indícios existem, bem muitos, de que ingênito sendo é também 
imperecível, pois é todo inteiro, inabalável e sem fim; nem jamais 
era nem será, pois é agora todo junto, uno, contínuo; pois que 
geração procurarias dele? Por onde, donde crescido? Nem de não 
60 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
ente permitirei que digas e pense; pois não dizível nem pensável 
é que não é; que necessidade o teria impelido a depois ou antes, 
se do nada iniciado, nascer? Assim ou totalmente é necessário ser 
ou não. 
Nem jamais do que em certo modo é permitia força de fé 
nascer algo além dele; por isso nem nascer nem perecer deixou 
justiça, afrouxando amarras, mas mantém; e a decisão sobre isto 
está no seguinte: é ou não é; está portanto decidido, como é 
necessário, uma via abandonar, impensável, inominável, pois 
verdadeira via não é, e sim a outra, de modo a se encontrar e ser 
real. E como depois pereceria o que é? Como poderia nascer? 
Pois se nasceu, não é, nem também se um dia é para ser. Assim 
geração é extinta e fora de inquérito perecimento. Nem divisível é, 
pois é todo idêntico; nem algo em uma parte mais, que o impedisse 
de conter-se, nem também algo menos, mas é todo cheio do que 
é, por isso é todo contínuo; pois ente a ente adere. 
Por outro lado, imóvel em limites de grandes liames é sem 
princípio e sem pausa, pois geração e perecimento bem longe 
afastaram-se, rechaçou-os fé verdadeira. O mesmo e no mesmo 
persistindo em si mesmo pousa. e assim firmado aí persiste; pois 
firme a Necessidade em liames (o) mantém, de limite que em volta 
o encerra, para ser lei que não sem termo seja o ente; pois é não 
carente; não sendo, de tudo careceria. 
F A C U L D A D E S F A C E T E N | 61 
 
 
O mesmo é pensar e em vista de que é pensamento. Pois não sem 
o que é, no qual é revelado em palavra, acharás o pensar; pois 
nem era ou é ou será outro fora do que é, pois Moira o encadeou 
a ser inteiro e imóvel; por isso tudo será nome quanto os mortais 
estatuíram, convictos de ser verdade, engendrar-se e perecer, ser 
e também não, e lugar cambiar e cor brilhante alternar. 
Então, pois limite é extremo, bem terminado é, de todo lado, 
semelhante a volume de esfera bem redonda, do centro 
equilibrado em tudo; pois ele nem algo maior nem algo menor é 
necessário ser aqui ou ali; pois nem não-ente é, que o impeça de 
chegar ao igual, nem é que fosse a partir do ente aqui mais e ali 
menos, pois é todo inviolado; pois a si de todo igual, igualmente 
em limites se encontra. 
Neste ponto encerro fidedigna palavra e pensamento sobre 
a verdade; e opiniões mortais a partir daqui aprende, a ordem 
enganadora de minhas palavras ouvindo. Pois duas formas 
estatuíram que suas sentenças nomeassem, das quais uma não 
se deve — no que estão errantes —; em contrários separaram o 
compacto e sinais puseram à parte um do outro, de um lado, 
etéreo Fogo de chama, suave e muito leve, em tudo o mesmo que 
ele próprio mas não o mesmo que o outro; e aquilo em si mesmo 
(puseram) em contrário, noite sem brilho, compacto denso e 
pesado. A ordem do mundo, verossímil em todos os pontos, eu te 
revelo, para que nunca sentença de mortais te ultrapasse. 
62 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
9. SIMPLÍCIO, Física , 180, 8. 
Mas desde que todas (as coisas) luz e noite estão 
denominadas, e os (nomes aplicados) a estas e aquelas segundo 
seus poderes, tudo está cheio em conjunto de luz e de noite sem 
luz, das duas igualmente, pois de nenhuma (só) participa nada. 
 
10. CLEMENTE DE ALEXANDRIA, Tapeçarias , V, 138. 
Saberás e expansão luminosa do éter e o que, no éter, é 
tudo signo, do sol resplandecente, límpido luzeiro, efeitos 
invisíveis, e donde provieram; efeitos circulantes saberás da lua 
de face redonda, e sua natureza; e saberás também o céu que 
circunda, donde nasceu e como, dirigindo, forçou-o Ananke a 
manter limites de astros. 
 
11. SIMPLÍCIO, Do Céu , 559-20. 
...Como terra, sol e lua, éter comum, celeste via láctea, Olimpo 
extremo e de astros cálida força se lançaram. 
 
12. IDEM, Física , 39,12. 
Pois os mais estreitos encheram-se de Fogo sem mistura, e os 
seguintes, de noite, e entre (os dois) projeta-se parte de chama; 
mas no meio destes a Divindade que tudo governa; pois em tudo 
ela rege odioso parto e união mandando ao macho unir-se a fêmea 
e pelo contrário o macho à fêmea. 
 
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13. PLATÃO, Banquete , 178 B. 
Primeiro de todos os deuses Amor ela concebeu. 
 
14. PLUTARCO, Contra Colotes , 15, p. 1116 A. 
Brilhante à noite, errante em torno à terra, alheia luz. 
 
15. IDEM, Da Face da Lua , 16, 6 p. 929 A. 
Sempre olhando inquieta para os raios do sol. 
 
16. ARISTÓTELES, Metafísica , III, 5 1009b21. 
Pois como cada um tem mistura de membros errantes, assim a 
mente nos homens se apresenta; pois o mesmo é o que pensa 
nos homens, eclosão de membros, em todos e em cada um; pois 
o mais é pensamento. 
 
17. GALENO, in Epid ., VI, 48. 
A direitaos rapazes, à esquerda as moças. 
 
18. CÉLIO AURELIANO, Morb. Cron ., IV, 9, p. 116. 
Mulher e homem quando juntos misturam sementes de Vênus, nas 
veias informando de sangue diverso a força, guardando harmonia 
corpos bem forjados modela. Pois se as forças, misturando o 
sêmen, lutarem e não se unirem no corpo misturado, terríveis 
afligirão o sexo nascente de um duplo sêmen. 
 
64 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
19. SIMPLÍCIO, Do Céu , 558, 8. 
Assim, segundo opinião, nasceram estas (coisas) e agora 
são e em seguida a isso se consumarão, uma vez crescidas; um 
nome lhes atribuíram os homens, distintivo de cada. 
 Este capítulo versou sobre os pré-socráticos, origem das 
escolas filosóficas e suas preocupações com a physis e a 
cosmologia. No capítulo seguinte tratar-se-á dos sofistas e da 
reação a estes filósofos. E apresentará um novo período na 
filosofia o denominado período socrático. 
9. OS FÍSICOS POSTERIORES. 
 Os físicos posteriores procuram responder o paradoxo 
revelado nas distintas posições representadas por Parmênides e 
Heráclito, sobre a existência da realidade e seu movimento ou não 
movimentos. 
 Os físicos posteriores são denominados de Atomistas. São 
estes os principais: Leucipo; Demócrito; Empédocles e 
Anaxágoras. Estes atomistas buscaram compreender os 
esquemas filosóficos de Heráclito e Parmênides, pretendendo dar 
conta do paradoxo, realidade- movimento, apresentado por estes 
dois filósofos. 
10. EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO 
 Empédocles cria na existência de quatro elementos, o fogo, 
a água, o ar e a terra. Que para ele estes elementos tem por 
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característica essencial, o fato de não mudarem, estes elementos 
sempre existiram. Para Empédocles, são as únicas realidades 
existentes. Além destes elementos, Empédocles agrega outros 
dois, amor e discórdia, que atuam sobre estes quatro elementos. 
Como demonstra Smplício em Krans & Diels: 
[Empédocles] estabelece a existência de quatro elementos 
corporais: o fogo, a água, o ar e a terra, que são eternos, mas 
mudam em quantidade, isto é, para mais ou menos, conforme à 
associação e dissociação; a eles se acrescentam os princípios 
propriamente ditos, pelos quais os quatro elementos são movidos, 
o Amor e a Discórdia (DIELS, H.; KRANZ, W 2014) 
 Empédocles entendia que com tal relação entre amor e 
discória e os elementos, poderia explicar as mudanças que 
ocorrem no mundo. 
11. ANÁXAGORAS DE CLAZÔMENES 
 Encontra-se em Anáxagoras o mesmo objetivo de 
pensamento que encontra-se em Empédocles. Embora o 
pensamento de Anáxagoras seja mais sofisticado filosoficamente, 
com a introdução do princípio da inteligência “pura e simples”. 
Para Anaxagoras essa inteligência atua sobre uma massa 
primordial, onde todas as coisas existem de forma conjunta, e com 
sua atuação, a inteligência as ordena. Instituindo um movmento 
sobre esta massa originária. Todas as coisas estavam juntas, 
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ilimitadas em número e em pequenez. Pois o pequeno era ilimitado 
e, todas as coisas. estando juntas, nenhuma era perceptível 
devido a sua pequenez. 
12. Demócrito de Abdera 460 – 370 antes de Cristo 
 O atomismo e sua criação estão atreladas a Leucipo, mas 
esta é uma figura deixada de lado. Dito isso o foco será na filosofia 
de Demócrito, representante principal desta Escola, a Escola 
Atomista. 
 Princípios fundamentais da filosofia atomista de Demôcrito: 
Os princípios de todas as coisas são os átomos e o vazio, e todo 
o resto só existe por convenção. Os mundos são ilimitados e 
sujeitos à geração e à corrupção. Nada poderia se engendrado a 
partir do não ser, e nada poderia, corrompendo- se, retornar ao 
não ser. Os átomos são ilimitados em grandeza e número, e 
animado por um movimento em turbilhão no universo, o que tem 
por efeito engendrar todos os compostos. (Diógenes, 199; 44) 
 Tem-se o átomo e o vazio, e o movimento regido pela 
necessidade, em forma de turbilhão, fazendo com que os átomos 
se choquem. Todas as coisas são formadas pelos átomos e eles 
são imperceptíveis a olho nu. 
 Em Demócrito percebe-se que aquilo que é, o Ser, é criação 
do átomo, responsável pela gênese de todas as coisas e de todos 
os mundos. 
 
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13. PERÍODO CLÁSSICO 
 
OS SOFISTAS 
 Os sofistas foram filósofos. O termo sofista significa “sábio”, 
“especialista do saber”. Percebe-se ser um conceito positivo, mas 
porque tomou ares negativos na história? Tomou tais percepções 
pois Platão e Aristóteles levantaram forte polêmica sobre estes 
pensadores. 
 Como já havia feito Sócrates, eles Platão e Aristóteles 
sustentaram que o saber dos sofistas era “aparente” e não 
“efetivo” e que, ademais, não era professado tendo em vista a 
busca desinteressada da verdade, mas sim com objetivos de lucro. 
Platão, em especial, insistiu na periculosidade das ideias dos 
sofistas do ponto de vista moral, bem como em sua inconsistência 
teorética. 
 Durante muito tempo, os historiadores da filosofia, 
adotaram os termos de Platão e Aristóteles para se referir aos 
sofistas, de modo que geralmente o movimento foi desvalorizado, 
sendo considerado um movimento de decadência do pensamento 
grego. Somente em nosso século é que se teve uma revisão dessa 
escola filosófica e de forma positiva se construiu um novo juizo 
sobre estes pensadores. Como por exemplo as conclusões deW. 
Jaeger na sua obra Paidéia. 
 Escreve W. Jaeger que os sofistas foram um fenômeno tão 
necessário para a história da filosofia quanto foram Sócrates e 
68 |HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA 
 
Platão, e alias sem os sofistas, estes dois não existiriam. Os 
sofistas operaram uma verdadeira revolução espiritual deslocando 
o eixo da reflexão filosófica da physis e do cosmos para o homem 
e aquilo que concerne a vida do homem como membro de uma 
sociedade. 
 Os sofistas, entre eles Górgias, Leontinos e Abdera, 
defendiam uma educação, cujo objetivo máximo seria a formação 
de um cidadão pleno, preparado para atuar politicamente para o 
crescimento da cidade. Dentro desta proposta pedagógica, os 
jovens deveriam ser preparados para falar bem (retórica), pensar 
e manifestar suas qualidades artísticas. 
 É compreensível, portanto, que a sofística tenha feito de 
seus temas predominantes a ética, a política, a retórica, a arte, a 
língua, a religião e a educação, ou seja, aquilo que hoje chamamos 
a cultura do homem. Assim, é exato afirmar que, com os sofistas, 
inicia-se o período humanista da filosofia antiga. 
 
PERÍODO SOCRÁTICO 
 Os séculos V e IV a.C. na Grécia Antiga foram de grande 
desenvolvimento cultural e científico. O esplendor de cidades 
como Atenas, e seu sistema político democrático, proporcionou o 
terreno propício para o desenvolvimento do pensamento. É a 
época do grande pensador SÓCRATES (469 – 399 a.C.) 
 Sócrates começa a pensar e refletir sobre o homem, 
buscando entender o funcionamento do Universo dentro de uma 
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concepção científica. Para ele, a verdade está ligada ao bem moral 
do ser humano. Ele não deixou textos ou outros documentos, 
desta forma, só podemos conhecer as idéias de Sócrates através 
dos relatos deixados por Platão. 
 PLATÃO foi discípulo de Sócrates e defendia que as idéias 
formavam o foco do conhecimento intelectual. Os pensadores 
teriam a função de entender o mundo da realidade, separando-o 
das aparências. 
 Outro grande sábio desta época foi ARISTÓTELES que 
desenvolveu os estudos de Platão e Sócrates. Foi Aristóteles 
quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica, como forma de 
chegar ao conhecimento científico. A sistematização e os métodos 
devem ser desenvolvidos para se chegar ao conhecimento 
pretendido, partindo sempre dos conceitos gerais para os 
específicos. 
 Sócrates foi o grande marco divisório da filosofia grega. A 
filosofia

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