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Doença de Hirschsprung - Histopatologia

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Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI 	 	 	 	 Aula 2, HISTOPATOLOGIA
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Doença de HIRschsprung 
- A doença de Hirschsprung (aganglionose congênita do cólon ou ainda megacólon 
agangliônico congênito) é uma anomalia congênita caracterizada pela ausência de 
células ganglionares nos plexos nervosos que coordenam a motilidade 
intestinal 
- A doença é mais comum no gênero masculino (4:1), enquanto a doença tende a ser 
mais extensa nas mulheres
- Cerca de 10% dos casos ocorrem em crianças com a síndrome de Down e 
anormalidades neurológicas graves estão presentes nos outros 5% 
- Ocorre em aproximadamente 1 de 5 mil nascidos vivos
- O defeito, que resulta da interrupção da migração craniocaudal das células 
ganglionares do sistema nervoso entérico durante a embriogênese, 
compromete em geral o cólon distal e o reto
- Ausência de células ganglionares associa-se a espessamento e hipertrofia das 
fibras não mielínicas, conferindo aspecto neuromatoso aos plexos nervosos
- As fibras nervosas colinérgicas armazenam a enzima acetilcoilnesterase, que pode 
ser identificada por método histoquímico no segmento agangliônico
PATOGENIA: 
- O plexo neuronal entérico se desenvolve a partir de células da crista neural que 
migram para dentro da parede intestinal durante a embriogênese
- A doença de Hirschsprung ocorre quando a migração normal das células da crista 
neural do ceco para o reto é interrompida prematuramente ou quando as células do 
gânglio sofrem morte prematura 
- Isso produz um segmento intestinal distal que não apresenta a submucosa de 
Meissner e o plexo mesentérico de Auerbach (“aganglionose”)
- As contrações peristálticas coordenadas estão ausentes e ocorre obstrução 
funcional, resultando em dilatação próxima ao segmento afetado 
- A patogênese da doença de Hirchsprung não é conhecida
- Mutações no proto-oncogene RET são identificadas em 50% dos casos familiares e 
em 15% dos casos esporádicos. Esse proto-oncogene codifica uma glicoproteína 
de membrana que faz parte da família dos fatores neurotróficos derivados da glia, 
essenciais para a sobrevida e a migração das células ganglionares do sistema 
nervoso entérico durante a embriogênese
- O reto é sempre afetado, mas a extensão da aganglionose varia desde muito curta 
até todo o intestino. Aganglionose colônica total é rara e em geral está associada 
às formas familiares da doença
- A região aganglionar pode ter uma aparência grosseiramente normal ou contraída, 
enquanto o cólon proximal inervado normalmente pode sofrer dilatação progressiva 
- Com o tempo, o cólon proximal pode se tornar massivamente distendido 
(megacólon). Essa dilatação pode estirar e afinar a parede do cólon a ponto de ela 
se romper, o que ocorre mais frequentemente próximo ao ceco. Inflamações da 
mucosa ou úlceras superficiais também podem estar presentes 
 Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI 	 	 	 	 Aula 2, HISTOPATOLOGIA
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- O diagnóstico de doença de Hirchsprung é feito por biópsia por sucção e por 
reação histoquímica da acetilcolinesterase, que demonstra esta enzima nas 
fibras nervosas colinérgicas situadas na lâmina própria da mucosa e na muscular 
da mucosa, no segmento agangliônico
- A doença geralmente a clínica manifesta-se no período neonatal com ausência 
de eliminação de mecônio, distensão abdominal e vômitos biliosos. A partir daí, 
evolui com constipação intestinal crônica (embora nos casos em que somente 
poucos centímetros do reto estão envolvidos possa haver a passagem ocasional de 
fezes) 
- As principais complicações compreendem enterocolites associadas a estase fecal, 
que podem sofrer perfuração intestinal, peritonite, septicemia e distúrbios 
metabólicos
- A doença precisa ser tratada de imediato para reduzir o risco de apresentar 
enterocolite. O modo primário de tratamento é a ressecção cirúrgica do segmento 
aganglionar e anastomose do cólon normal ao reto. Mesmo após a cirurgia bem 
sucedida, pode levar anos para que os pacientes alcancem uma função e 
continência intestinal normal
- Devido a alterações próximas ao segmento doente pode tornar-se difícil a 
identificação macroscópica da extensão da aganglionose. Portanto, a análise 
intraoperatória de cortes congelados de secções transmurais é comumente 
utilizada para confirmar a presença de células ganglionares na margem 
anastomótica
* As crianças que desenvolvem a enterocolite de Hirschprung são hospitalizadas e 
recebem hidratação e antibióticos pela veia. Depois disso, um tubo comprido e fino 
é introduzido pelo nariz até chegar ao estômago ou ao intestino (tubo nasogástrico) 
e outro tubo é inserido no reto. O reto é irrigado com soro fisiológico para remover 
as fezes (um procedimento denominado irrigação retal) que se acumularam no 
intestino. É realizada uma cirurgia para remover a parte do intestino que não está 
funcionando
Histologia fisiologica dos plexos 
REFERÊNCIAS 
1. Patologia Bases Patológicas das Doenças, 
ROBBINS (8ª ed)
2. Patologia, BOGLIOLO (8ª ed)
3. Doença de Hirschsprung — Manual MSD
Retângulo —Plexo submucoso (Meissner)
Asterisco — Glândula intestinal
Retângulo — Plexo mioentérico (Auerbach)
Asterisco — Músculo liso
Histopatologia da doença de 
Hirschsprung 
Presença de hipertrofia do nervo no 
plexo mioentérico, porém com 
ausência de células ganglionares
Coloração da histoquímica 
A. Reação mostrando numerosas fibras 
nervosas castanhas escuras irregulares e 
espessas dentro da muscular da mucosa 
e estendendo-se para dentro da lâmina 
própria 
B. Intestino normal 
com pouca atividade 
enzimatica

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