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Resenha do livro Educação Física e o Conceito de Cultura Jocimar Daolio

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Resenha do livro: Educação Física e o Conceito de Cultura – Jocimar Daolio.
Daolio, Jocimar Educação física e o conceito de cultura/Jocimar Daolio. - Campinas, SP: Autores Associados, 2004. - (Coleção polémicas do nosso tempo); 45 páginas.
O livro tem como enfoque principal discutir o conceito de cultura na Educação Física escolar, sobre uma abordagem antropológica, ele diz que antes o corpo era somente visto como conjunto de ossos e músculos e não expressão da cultura, sendo esporte visto apenas como diversão ou atividade exaltava a competição e o corpo físico. O autor afirma que a ‘‘cultura’’ é o principal conceito para educação física, porque todas as manifestações corporais humanas são geradas na dinâmica cultural, desde o princípio até os dias atuais. Ele relata também sobre o profissional de educação física que vão além de aspectos, corpo e movimento, com esporte, nem lida somente com a ginástica em si... Fazendo seus leitores refletir que os profissionais da área devem tratar o ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas ao todo.
Também é possível a reflexão sobre o conceito de educação física que antes era visto como área que estuda o corpo em movimento e atualmente é necessário considerar não somente o corpo mas também o indivíduo como protagonista e sujeito de direito, assim refletir sobre as práticas aplicadas. Podemos dizer que para os profissionais de Educação Física que trabalha no âmbito escolar, ter esse conhecimento de não se limitar somente a ‘’ dar a bola’’, e sim fazer com que os alunos trabalhem com as diversas expressões corporais baseando-se na suas culturas e respeitando suas especificidades.
“A educação física, a partir da revisão do conceito de corpo e considerando a dimensão cultural simbólica defendida por Geertz, pode ampliar seus horizontes, abandonando a ideia de área que estuda o movimento humano, o corpo físico ou o esporte na sua dimensão técnica, para vir a ser uma área que considera o ser humano eminentemente cultural, contínuo construtor de sua cultura relacionada aos aspectos corporais. Assim, a educação física pode, de fato, ser considerada a área que estuda e atua sobre a cultura corporal de movimento.”(p.12).
 No Capitulo Um: A "Cultura" Na Educação Física, o autor esclarece também que o termo cultura fazer parte da educação física, sugerindo que as ciências humanas têm influenciado a área. A cultura aparece na discussão do processo de desenvolvimento motor. Ele também faz citações a vários autores, como:
 Go Tani, O livro educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista, tem a cultura sobre seu ponto de vista, a educação física pode ser estudada tanto através dos aspectos macroscópicos e microscópicos, trabalhando com aspectos culturais e individuais, elaborando um plano de trabalho respeitando as especificidades, precisando compreender aspectos do crescimento, do desenvolvimento e da aprendizagem. Oportunizando esses momentos de forma coletiva e entendendo o tempo de cada criança. Ele entende que esse estudo tem um viés da natureza biológica de cada indivíduo. Outro modelo apresentado no livro (pg. 16) é baseado em Gallahue que divide o desenvolvimento motor em estágios desde da vida uterina até a adolescência. Para Daolio os profissionais de Educação Física necessitam de conhecimentos sobre desenvolvimento e aprendizagem motora, não para formar estratégias de aprendizagem de forma únicas, mas para trabalhar a criança de forma singular, respeitando seu processo e aquisição dos conhecimentos.
 João Batista Freire, Embora o autor em questão não se defina como tal, ficou conhecido como representante da abordagem construtivista-interacionista, no texto alguns autores tenta “rotula-lo”. 
Resende (1995) considera os trabalhos de João Batista Freire como vertentes da pedagogia humanista, relacionando as proposições do autor com a crítica à cientificização do mundo e à exacerbação racionalista da educação e da educação física. Bracht (1999) entende que a obra de Freire se constitui em variante da abordagem desenvolvimentista, cuja base teórica seria oriunda da psicologia da aprendizagem e do desenvolvimento. A discussão de Go Tani daria ênfase ao desenvolvimento motor e a de Freire ao desenvolvimento cognitivo. (pg. 18)
 Freire faz inúmeras críticas sobre o sistemas tradicional de ensino, dizendo que a Educação Física não deve ser algo a ser trabalhado em complemento em outras área, mas sim de maneira que a criança não deve ter seu desenvolvimento somente em atividades com movimentos pré-definidos, mas em jogos e brincadeiras, que são de origem cultural de cada região, agregando um melhor aproveitamento das habilidades motoras. É contrário proposta em relação à abordagem desenvolvimentista sobre aprendizagem motora e prefere a utilização da expressão "esquemas motores", de origem piagetiana. Afirma que a educação física deve ser valorizada na dinâmica escolar, não devendo servir como complementar ou auxiliar às outras disciplinas. Baseando-se nas obras de Piaget, Wallon, Vygotsky e Le Boulc. Ficando evidente sua ênfase no indivíduo e não na sociedade. Para o autor a proposta de João Batista Freire esteja de alguma forma influenciada pela clássica separação entre a ordem natural e ordem social, como no Iluminismo rousseauniano do século XVIII.
 O livro Metodologia do ensino de educação física, de 1992, tem a denominação "crítico-superadora" para essa abordagem. Foi escrito por um Coletivo de Autores composto por Carmen Lúcia Soares, Celi Nelza Zúlke Taffarel, Elizabeth Varjal, Lino Castellani Filho, Micheli Ortega Escobare Valter Bracht.
 Daolio cita, "[...] matéria escolar que trata, pedagogicamente, temas da cultura corporal, ou seja, os jogos, a ginástica, as lutas, as acrobacias, a mímica, o esporte e outros" (Coletivo de Autores, 1992, p. 18). Os alunos deverão ter uma visão ampla dessas aulas, que contemplem todas as áreas que envolvem. Esse com uma visão Marxista, como diz o autor, uma visão abordagem crítico-superadora, fazendo críticas ao modelo tradicional de ensino e ressaltando a importância do Projeto Político Pedagógico incluir a todos, tendo uma visão macro da comunidade ao qual a escola está inserida, mas há uma contradição quando os autores falam em proposta metodológica de educação física centrada nos interesses da classe trabalhadora ou das camadas populares, mas como isso aconteceria? No texto Daolio levanta várias questões acerca do tema, entendendo que todas as crianças tem direito a educação e não as separando por classe social. Ele entende que o pensamento de Marx era apropriado para sua época e, a partir do século XX foi possível a compreende-lo. Temos que entender que essas diferenças acontecem também dentro das classes sociais. 
 Elenor Kunz, a abordagem chamada de crítico-emancipatória, é explicitada em dois livros, o primeiro, de 1991, intitulado Educação física: ensino & mudanças, e o segundo, de 1994, Transformação didático-pedagógica do esporte. Onde também acontece uma crítica ao estudo tradicional e propõe uma abordagem que considera a educação física parte de um sistema maior, sócio educacional, socioeconômico e político.
Kunz também usa uma visão antropológica e cita vários autores que ratificam que deve haver equilíbrio entre a identidade pessoal e a identidade social. Ele critica o ensino tradicional e fala da importância de explorar as potencialidades dos alunos, a partir das suas vivencias. O autor crítica o uso da expressão "cultura corporal", utilizada, pela abordagem crítico-superadora, utilizando a concepção fenomenológica para a qual o ser humano como ser-no-mundo é sempre presença corporal, sua preferência é pela expressão "cultura do movimento". Nessa concepção há relação estreita entre a intencionalidade do ser humano e o sentido/significado de sua conduta (p.26). Também cita que o autor em seu livro faz citações a vários autores, o que para Daolio diz sobre os exageros do autor pelas várias citações. Mas algunsaspectos são relevantes, como, a subjetividade, a relação identidade pessoal/identidade social, a questão do sentido/significado, a preocupação com a dicotomia mente/corpo. O fato de o autor utilizar uma abordagem mais filosófica que sociocultural de antropologia, em alguns momentos ocorre uma visão um tanto idealizada de ser humano que culmina com a clássica divisão entre certo e errado, bom e mau. Ele afirma que a criança deveria ser entendida na sua amplitude e respeitada em seus aspectos sociais.
 Valter Bracht, tem uma abordagem crítico-superadora. O texto fará apontamentos sobre as coletâneas: Educação física e aprendizagem social, publicada em 1992, e Educação física & ciência: cenas de um casamento (in)feliz, de 1999, que reuniram textos do autor produzidos desde a segunda metade da década de 1980 e ao longo da década de 1990.
 Segundo Bracht, é necessário compreender o esporte da Educação Física escolar em sua amplitude, legitimando seus valores que vão além da competição pela competição. O autor faz levantamentos sobre a legitimidade da educação física escolar e propõe dois modelos para essa fundamentação, um autônomo e outro heterônomo. E destaca a importância dos saberes já vividos pelas crianças, que estão além da teoria. Daolio faz críticas ao autor, dizendo que o mesmo não entendeu o Antropólogo Clifford Geertz, considerado um dos principais do mundo que tem trabalhado com a questão simbólica nas últimas décadas, elogiado, até mesmo, pelo próprio Thompson, citado por Bracht. Porém, ao logo do texto elogiou Bracht quando diz sobre os aspectos de coletividade, solidariedade, gerando satisfação a todos os envolvidos. Para que ocorra a participação de todos, é necessário pensar em uma ação recreativa, sem o compromisso com vitórias e derrotas, fazendo assim um viés com a antropologia social.
 Mauro Betti, o autor discutirá alguns trabalhos do professor Mauro Betti, que, em seus primeiros textos e em seu clássico livro Educação física e sociedade, de 1991. Para Daolio Betti e Bracht são os principais estudiosos da área, com grandes contribuições. (P.31)
 No ano de 1992 Betti participou de duas discussões acerca da educação, onde o mesmo fala da educação do movimento e educação pelo movimento, ele cita que as duas ações devem fazer parte da educação escolar, uma complementando a outra e as duas em benefício do indivíduo. 
 É num texto de 1994 que o autor deixa de utilizar a expressão "cultura física" e passa a utilizar "cultura corporal de movimento", ou "cultura corporal" (P.32). Para o autor a educação física deve atender as necessidades dos cidadãos na sua amplitude, entendendo como um ser de direito e com imensas contribuições a partir do vivido. Betti defende também dois princípios: (I) princípio da não-exclusão; (2) princípio da diversidade. Assim os educadores deverão entender esses alunos não como objeto, mas como sujeito humano e de direitos. Daolio explicita também a necessidade do profissional de educação física ter um “olhar sensível” em sua atuação, assim atingirá os objetivos do seu grupo alvo de trabalho. 
CAPITULO DOIS: POR UMA EDUCAÇÃO FÍSICA DA DESORDEM
 Nesse capitulo o autor faz um viés com as teorias dos autores supracitados, também considera que o educando é um alvo de uma intervenção escolar, por meio de uma relação intersubjetiva com o educador. A partir da educação da desordem o aluno assumiria uma posição de protagonista da sua própria história, seria aceito nessa visão um olhar cientifico, consciente das suas contribuições. Reconhece a intersubjetividade nas relações educador e educando. Respeita também nos saberes vividos dos educandos de maneira macro. Respeitando e assumindo o simbolismo da dinâmica cultural, necessitando de mediação devido suas variáveis. “Por fim, permite afirmar que o chamado ser cultural não nega, mas abarca os aspectos motor, psicológico p social presentes no comportamento humano.” ( Daolio, p.41).
Bibliografia:
https://pt.slideshare.net/Zineide/educao-fsica-eoconceitodeculturajocimardaolio Acesso em 07/05/2020 as 15h55min.

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