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Elite e Poder 1-3

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ELITES E PODER 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luiz Domingos Costa 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
O surgimento da teoria das elites e os seus pais fundadores (Mosca) 
A teoria das elites surgiu a partir de um momento histórico e intelectual 
próprio da humanidade, entre o final do século XIX e o início do século XX. O 
contexto era de fortalecimento da democracia, com a expansão da participação 
política nas camadas mais baixas da população – chamadas aqui de massas – 
que assumiram, nesta época, formas mais organizadas e duradouras. O 
movimento operário foi um exemplo. Fortalecido pela atividade industrial e a 
urbanização, criou sindicatos e partidos com o propósito de expandir seus 
direitos, especialmente o direito de votar. 
Foi como um ciclo virtuoso: a concessão de direitos mais amplos 
expandiu o poder de fortalecimento das próprias organizações de massas, que, 
por sua vez, aumentavam sua capacidade de lutar pela radicalização do ideal 
democrático. 
Entretanto, os setores dominantes se preocupavam com essa situação. 
Para eles, o racionalismo iluminista estava dando lugar a uma era de 
irracionalismos, com a predominância das emoções e impulsos sobre a razão 
crítica. Assim, a participação das massas nas decisões políticas era percebida 
como inviável, tendo em vista o tamanho dos Estados nacionais, e indesejável, 
diante da ideia de irracionalidade que essa participação poderia gerar na 
política. 
Nessa aula vamos abordar as correntes de pensamento que 
fundamentaram os autores fundadores da Teoria das Elites, o darwinismo 
social e a psicologia das multidões e, em seguida, explorar a contribuição do 
primeiro autor, o italiano Gaetano Mosca. 
TEMA 1 – O DARWINISMO SOCIAL E A PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES 
No século XIX, duas narrativas avaliavam como preocupante e 
indesejável a participação intensa das massas na política: o darwinismo social 
e a psicologia das multidões. 
O primeiro, o darwinismo social, que pregava que as leis da evolução da 
biologia também se aplicavam à sociedade, na qual existiam elementos mais 
 
 
3 
aptos ao comando e ao domínio; e análises psicológicas que revelavam que as 
massas e multidões eram incapazes de elaborar um pensamento racional. 
O maior representante dessa segunda corrente era Gustave Le Bon que, 
em 1895, publicou o livro Psicologia das Multidões, que em muito influenciou os 
fundadores da teoria das elites. Para ele, as multidões apresentavam uma 
unidade mental, que tinha como papel dissipar os pensamentos críticos 
próprios do homem individual e livre. Além disso, dentro das multidões, o 
homem teria espaço para dar vazão aos seus instintos, sem ser 
responsabilizado por seus atos, o que o levaria a abandonar seus interesses 
pelos da massa. 
Em resumo, para Bon, a vida política das multidões estava ameaçando 
conduzir a sociedade à barbárie e ao comunismo primitivo e só as minorias de 
espírito superior poderiam fazer surgir as civilizações. Os fundadores da teoria 
das elites, como Bon, também mostram uma visão negativa das massas. Para 
eles, quando não passivos, esses grupos tendem a usar na política discursos 
emotivos, irracionais e autoritários. Assim, a própria democracia é vista como 
perigo. 
Observando essas características, Bobbio (1986) observa o nascimento 
da teoria das elites como resposta ao medo das classes dirigentes dos países, 
envolto numa fortíssima carga polêmica, antidemocrática e antissocialista. 
Porém, após isso, pelo valor científico que trouxe com algumas de suas 
proposições, esta teoria acabou se impondo na ciência política. Assim, por 
mais críticas que se possam fazer aos fundadores da teoria das elites, por seus 
propósitos e posições políticas, não se pode reduzir o aspecto científico de 
seus estudos. Como também fundadores da ciência política contemporânea, 
esses teóricos estavam, em suma, interessados em descobrir como a política 
funcionava, e não como deveria funcionar. 
TEMA 2 – GAETANO MOSCA A CLASSE POLÍTICA E A SUA FORMAÇÃO 
Gaetano Mosca foi um pensador Italiano de Palermo, na Sicília, nasceu 
em 1858 e faleceu em 1941, em Roma. Cidadão de classe média, formou-se 
em direito, área na qual atuou como professor. Foi eleito para a Câmara dos 
Deputados e nomeado Senador Vitalício, mas teve suas atividades 
interrompidas em virtude de suas críticas ao advento do fascismo na Itália. 
 
 
4 
Sua principal obra foi Elementi di scienza politica, que teve tradução 
para o inglês. Nela, Mosca apresenta, incialmente, seus métodos científicos 
para o estudo da ciência política. Ele defendia a importação de procedimentos 
rigorosos de observação e verificação das ciências naturais para as sociais, 
mas, ao mesmo tempo, não aceitava a transposição pura e simples dos 
fenômenos naturais para os sociais. 
Diferentemente da evolução biológica, em que predomina a lei do mais 
forte, na sociedade, há uma luta de homens pelo predomínio econômico, social 
e político – a luta pela preeminência – conforme Mosca. Assim, para ele, o 
método histórico, com o estudo dos fatos de forma comparativa, serviria ao 
estudo das sociedades humanas. 
Com a aplicação desse método, Mosca identificou em todas as 
sociedades duas classes de pessoas: a dos governantes e a dos governados. 
Esse fato histórico dá o pontapé inicial a teoria das elites. A generalização 
(“todas as sociedades”) é ponto importante para o estudioso, tendo em vista 
que essa regra deve se repetir no futuro. O teórico então denomina os 
governantes de classe política e os governados de massas. 
A classe política é a que conduz as sociedades humanas. É menos 
numerosa e, por consequência, mais organizada. É a minoria organizada, para 
Mosca. Ela detém os recursos de poder, utilizando-os em seu próprio benefício, 
exercendo, portanto, todas as funções políticas, incluindo aí as econômicas, 
religiosas e escolares, além das de governo. 
Por outro lado, as massas são conduzidas. São governadas, dominadas. 
São mais numerosas e, portanto, desorganizadas. Não têm a posse dos meios 
de governo e são dirigidas e reguladas de modo mais ou menos legal, arbitrário 
e violento. 
A resposta para o domínio da minoria organizada sobre a maioria 
desorganizada está na própria construção desta frase. A dominação depende 
de organização e esta depende do número de indivíduos envolvidos no grupo. 
Quanto maior o grupo, mas fácil de ser desorganizado e, por consequência, 
dominado. 
Porém, Mosca percebe que a condição de minoria não é a única 
explicação para sua organização, e a encontra também na tipologia das 
classes políticas existentes ao longo da história. Por meio da análise dos tipos 
de recursos valorizados socialmente por cada classe dominante 
 
 
5 
historicamente, ele as subdividiu em três grupos: a militar, a plutocrática e a 
sacerdotal. O teórico idealizava ainda a formação de uma classe política 
formada por uma aristocracia intelectual, controladora dos recursos do saber, 
dirigente de um Estado fundamentado nos critérios da meritocracia e não da 
democracia. Mosca seria o porta-voz dessa última classe. 
Assim, para além dos números para explicar a organização e o domínio, 
Mosca esclarece que a ação coesa e coordenada da classe política ocorre 
porque ela também age envolta de seus interesses em comum, sejam eles 
religiosos, guerreiros, econômicos ou intelectuais, obedecendo a um “único 
impulso”. Ela tem como objetivo manter seu monopólio sobre os recursos 
socialmente valorizados, que lhe possibilitam o domínio político sobre a 
sociedade. 
TEMA 3 – UMA TEORIA DA MUDANÇA SOCIAL: A ALTERNÂNCIA DE 
MINORIAS NO PODER 
A grande questão trazida aqui é: como é possível uma mudança 
histórica já que, em termos de poder, as maiorias sempre saem perdendo para 
as minorias? 
Para Mosca, a inércia faz isso, fechando o acesso à classe política, 
restringindo sua entrada por critério de nascimento e de hereditariedade,ou 
seja, o poder passa de pai para filho. 
Mas a mudança social ocorre, sim, segundo o autor. E elas ocorrem pela 
decadência de classes políticas e consequente mudança nas fontes de poder. 
O nascimento ou fortalecimento de uma nova religião em uma sociedade é um 
exemplo dessa mudança. 
A queda de uma classe política vai dar ascensão a outra classe. Para 
Mosca, essa nova classe pode até surgir de um estrato social diferente, mesmo 
inferior, à anterior. São indivíduos portadores de novas ideias, novas 
qualidades e atributos socialmente valorizados. 
Há, então, um período de transformações. Porém, terminado esse prazo, 
os que estão no poder vão adquirir os ares de exclusividade da classe anterior 
e farão tudo para conservar o seu poder. Isso ocorre, segundo o autor, porque 
as tendências psicológicas do homem são sempre as mesmas, ou seja, 
buscam sempre o predomínio. 
 
 
6 
Resumindo, a sociedade apenas vê a troca de uma classe política por 
outra e convive com uma luta entre minorias organizadas. 
Para entender por que as maiorias aceitam o domínio das minorias, é 
preciso compreender o conceito de fórmula política. 
Segundo Mosca, há uma legitimidade atribuída à forma de dominação, 
dada pela justificação do poder pela classe política, por uma base moral e 
legal. O conceito de fórmula política é o que identifica esse atributo necessário 
para que ocorra a dominação. 
Essa fórmula engloba o conjunto de ideias e costumes de uma 
sociedade, ou “tipo social”, como define Mosca. Ou seja, a unidade de um 
povo, construída ao longo da história, em função das experiências comuns que 
esse povo partilhou, é referência para as crenças, normas e princípios 
defendidos pela fórmula política. 
É importante salientar que, por ser um princípio de justificação de poder, 
a fórmula política não corresponde corretamente ao que ocorre em uma 
sociedade, seja ela baseada num argumento religioso ou racional. 
Na democracia, por exemplo, a ideia de “soberania popular” é uma 
fórmula política, conforme Mosca. Ou seja, a vontade popular não predomina. 
Apesar disso, a fórmula política apresenta princípios morais socialmente 
partilhados, sejam eles verdadeiros ou não, legitimando uma relação de 
domínio. Serve, em resumo, para “cimentar” a unidade de um povo e de sua 
organização política. 
 
TEMA 4 – COMO EVITAR O DESPOTISMO: O CONCEITO DE PROTEÇÃO 
JURÍDICA 
Com a explicação dada até então, segundo os conceitos de Mosca, é 
possível concluir que as sociedades humanas estão condenadas ao 
despotismo, ou seja, ao predomínio político absoluto de uma única força social. 
Para o autor, porém, isso pode acontecer em uma sociedade e não 
ocorrer em outra e para que seja evitado, é preciso que haja uma proteção 
jurídica dessa sociedade. 
Essa proteção é formada por um conjunto de mecanismos sociais que 
regulam a disciplina moral, evitando comportamentos desviantes e antissociais 
e, por consequência, a própria desintegração da sociedade. São 
 
 
7 
constrangimentos sociais que mantêm os indivíduos dentro dos limites do 
comportamento moralmente aceito. 
A proteção jurídica se baseia em diversos mecanismos de controle 
social, como a religião, por exemplo, mas, para o autor, seu aperfeiçoamento 
está sustentado principalmente pela organização política. Esse é um elemento 
normativo da teoria de Mosca, chamada de doutrina da classe política. 
Para ele, a proteção jurídica é melhor produzida por um governo liberal, 
por ocorrer nele o predomínio das leis e do interesse coletivo sobre o particular, 
com maior garantia aos direitos privados da vida e da propriedade. Nesse caso, 
sem o arbítrio pessoal do governante, a proteção jurídica se configuraria como 
forma de controle social e, também, como mecanismo que regula a relação 
entre dirigentes e dirigidos, evitando abusos. 
No entanto, a proteção jurídica não se resume em aparatos jurídicos. 
Está também na expressão de forças sociais organizadas, segundo o autor. 
Essas forças constituem qualquer atividade com influência social e política e, 
se organizadas, podem se transformar em forças políticas. 
Ele aponta ainda que a defesa jurídica liberal só opera quando há várias 
forças sociais organizadas, ou seja, esteja inserida num sistema social 
complexo. Com várias forças sociais competindo, deve haver o predomínio 
absoluto de uma delas. Dessa competição nasce o antídoto para o despotismo. 
Como regime político dessa sociedade, ele indica como mais adequado 
o sistema representativo censitário, em que apenas uma parte da população, 
geralmente detentora de um nível alto de renda, poderia votar. O despotismo 
seria evitado com a competição criada entre as minorias organizadas, que se 
controlariam reciprocamente. 
Observa-se, então, que Mosca era contra o sistema democrático porque 
o voto universal, para ele, causaria o predomínio político exclusivo das massas, 
por conta de seu valor numérico. Para conseguir seu voto, a classe política 
teria, então, que adular as massas, ocasionando sua própria degeneração 
intelectual e política. 
O autor defende, em suma, um governo misto, que mescla os princípios 
monárquicos, aristocráticos e democráticos, sem predomínio de nenhum deles. 
Seria uma forma de proteção jurídica que impediria o despotismo, já que 
diversas forças políticas organizadas poderiam atuar e se modular 
mutuamente, e a democracia, com sua “irracionalidade das multidões”. 
 
 
8 
É possível destacar ainda que Mosca critica a teoria dos três poderes de 
Montesquieu, já que, para ele, os poderes só se equilibram com a presença de 
forças sociais distintas, sob pena de a organização política existir como mero 
formalismo. 
TEMA 5 – OBJETO DE ESTUDO DO CIENTISTA POLÍTICO: COMO SE 
FORMAM AS CLASSES POLÍTICAS 
Na segunda parte de sua obra, Mosca se dedica ao estudo da formação 
e de organização das classes políticas. Ele identifica que as diferenças de 
princípios e tendências de formação de organização da classe política 
determinam as diferenças entre os Estados. 
Princípios se referem a modos de transmissão de autoridade, que 
ocorreriam: 1) de cima para baixo pelo soberano (princípio autocrático); 2) de 
baixo para cima, quando os governados escolhem os governantes (princípio 
liberal). Ambos os princípios podem coexistir, o que seria benéfico, segundo 
Mosca, porque produziria um equilíbrio político. 
Há ainda duas tendências de composição da classe política: 1) 
democrática, quando elementos da classe dirigida substituem ou 
complementam a classe política; 2) aristocrática, quando o poder da classe 
política é transmitido aos descendentes de quem já a compõe. Mosca também 
recomenda a existência simultânea de ambas as tendências. 
A partir daí, é possível perceber que Mosca não só diferencia as formas 
de governo, como sugere uma nova tipologia para elas, se importando com a 
organização e formação da classe política e não com a sua forma numérica. 
Ele sugere, então, a seguinte composição: 1) governos autocráticos-
aristocráticos; 2) governos liberal-aristocráticos; 3) governos autocráticos-
democráticos; e 4) governos liberal-autocráticos. 
NA PRÁTICA 
Observe a composição do governo municipal em sua cidade, 
especialmente os ocupantes dos cargos de prefeito, secretários municipais e 
de vereadores. Em seguida, procure calcular a quantidade desses indivíduos. 
Por fim, procure analisar que atributos esses indivíduos detêm para poderem 
ocupar os seus respectivos cargos. Tais atributos seriam as pistas para 
 
 
9 
identificar, nos termos de Mosca, quais seriam os “recursos socialmente 
valorizados” por esses indivíduos. Esses recursos podem ser econômicos 
(riqueza), intelectuais (diplomas e habilidades técnicas), religiosos, militares 
(domínio das táticas de segurança pública) e de celebridade (conhecimento 
midiático, radialistas). Por último, diante desse mapeamento, procure analisar o 
quão coeso éesse grupo, isto é, o quanto os membros do grupo entre si são 
semelhantes ou diferentes. Lembre-se: para Mosca, a coesão do grupo 
consiste em obedecerem aos mesmos impulsos, ou seja, partilharem de 
interesses comuns. 
FINALIZANDO 
Nesta aula pudemos conhecer as origens da escola elitista em Ciência 
Política, percorrendo o contexto histórico e intelectual que possibilitou a sua 
origem. Vimos que do ponto de vista histórico, o Elitismo clássico é uma reação 
contra os movimentos democráticos e populares do século XIX. Além disso, 
está apoiada no darwinismo social e na psicologia das multidões. O seu 
primeiro autor, Gaetano Mosca, é considerado um dos pais dessa teoria (ao 
lado de Vilfredo Pareto e Robert Michels) e foi o responsável por formular 
importantes conceitos, tais como o de classe política ou classe governante, 
fórmula política e proteção jurídica. Suas contribuições tiveram forte apelo no 
desenvolvimento da ciência política do século XX, inclusive no próprio debate 
sobre as possibilidades de concretização da democracia. 
 
 
 
 
10 
REFERÊNCIAS 
BOBBIO, N. Gaetano Mosca e a Ciência Política. In: Ensaios escolhidos. São 
Paulo, C. H. Cardim, [S.d]. p. 185-204. 
_____. Introducción a La Clase Política. México, Fondo de Cultura Económica, 
1992. p. 7-39. 
_____. Teoria das elites. In: BOBBIO, N.; MATTEUCCI, G.; (Org.). Dicionário 
de política. Brasília: Ed. UnB, 1986. p. 385-391. 
BURNHAM, J. Los maquiavelistas: defensores de la libertad (Maquiavelo, 
Mosca, sorel, Michels, Pareto). Buenos Aires: Olcese, 1986. 
MEISEL, J. H. The Mith of the Ruling Class: Gaetano Mosca and the Elite. 
Michigan: Ann Arbor Paperbacks and The University of Michigan Press, 1962. 
MOSCA, G. La clase política. México: Fondo de Cultura Económica, 1992 
[versão resumida por Norberto Bobbio]. 
_____. The Ruling Class. Elementi di Scienza Politica. New York, Toronto, 
London: McGraw-Hill, 1939. 
PERISSINOTTO, R. As elites políticas: questões de teoria e método. Curitiba: 
InterSaberes, 2012. 
1
Prof. Luiz Domingos Costa
Elites e Poder
Aula 1
Conversa Inicial
Aula dedicada ao 
contexto de origem 
da Teoria das Elites, 
ou Escola Elitista
Seu contexto 
histórico e as 
influências 
intelectuais
Teoria das Elites, origem e pais 
fundadores
Os três fundadores, 
Mosca, Pareto e 
Michels, serão 
estudados 
detalhadamente
Na aula de hoje, após 
descrever o contexto 
histórico e 
intelectual, 
detalharemos as 
contribuições de 
Gaetano Mosca
O darwinismo social e 
a psicologia das 
multidões
São duas teorias 
contrárias à 
participação intensa 
das massas na 
política
Irão embasar os 
primeiros autores 
(clássicos da Teoria 
das Elites)
O darwinismo social e a 
psicologia das multidões
2
Aplicação das leis da 
biologia para o 
comportamento em 
sociedade
Existem indivíduos 
mais aptos ao 
comando que 
outros
O darwinismo social
Gustave Le Bon, 
Psicologia das 
multidões (1895)
Obra muito influente 
nos meios 
intelectuais europeus 
da virada do século 
XIX para o XX
Psicologia das multidões
Visão negativa do 
comportamento das 
massas
Irracionalidade 
(unidade mental)
Oposta à 
racionalidade 
individual
Psicologia das multidões
A democracia, ao 
permitir a entrada 
das massas na 
política, poderia dar 
vazão à emotividade, 
à irresponsabilidade 
e, portanto, seria 
indesejável
Psicologia das multidões
Gaetano Mosca, a 
classe política e a sua 
formação
Identificou duas 
classes de pessoas: a 
dos governantes 
(classe política) e a 
dos governados 
(massas)
Tal fato se constitui 
em uma lei geral
Gaetano Mosca, a classe política 
e a sua formação
3
Menos numerosa 
(poucos)
Mais organizada
Detém os recursos de 
poder e conduz toda 
a comunidade
Obedece a um único 
impulso
A minoria, ou a classe política, 
segundo Mosca
Mosca destacou 
alguns recursos 
valorizados 
socialmente (em 
cada período)
Ele os subdividiu em 
três grupos: o militar, 
o plutocrático e o 
sacerdotal
O impulso comum = interesses 
Mais numerosa 
(muitos)
Desorganizada
Pode ser dominada 
facilmente
A maioria, ou as massas, 
segundo Mosca
Quantitativo = 
poucos
Qualitativo = 
dominar os recursos 
socialmente 
valorizados (os que 
lhe conferem coesão)
Os requisitos para a formação da 
minoria (classe política)
Mudança social: 
alternância das 
minorias no poder
Se em todas as 
comunidades existe 
uma minoria que 
comanda a 
coletividade, e ela 
tende à inércia 
(manutenção do 
poder), como ocorre 
a mudança histórica?
Uma teoria da mudança social: a 
alternância de minorias no poder
4
A história muda 
quando mudam os 
bens socialmente 
valorizados 
A riqueza dá lugar 
ao saber religioso, 
por exemplo
Uma nova minoria 
tende a surgir
Alternância de minorias no poder
A história muda, 
portanto, na medida 
em que ocorre a luta 
entre as minorias 
organizadas e 
dotadas com recursos 
sociais valorizados 
(especiais)
Alternância de minorias no poder
Conjunto de crenças 
partilhadas pela 
sociedade (incluindo as 
massas)
Soberania popular
Independência do 
judiciário
Serve de justificação 
para o comando da 
classe política
Conceito de fórmula política
O conceito de 
proteção jurídica
Mecanismos sociais 
que servem como 
limites aos abusos da 
classe política, 
evitando o 
despotismo
Proteção jurídica
Aparatos jurídicos
Limites legais, 
regras 
parlamentares 
Forças sociais 
organizadas e 
coexistindo com
Partidos
Classes sociais
Proteção jurídica
5
Para Mosca, a 
proteção jurídica 
seria o antídoto ao 
despotismo de uma 
classe política na 
medida em que 
sugere a competição 
entre diversas 
minorias organizadas
Proteção jurídica protege do 
despotismo
Defende a mescla dos 
princípios 
monárquicos, 
aristocráticos e 
democráticos
Evitando, ainda, a 
força avassaladora 
das multidões 
(princípio 
democrático)
Defesa do governo misto
Como se formam as 
classes políticas
As diferenças de 
princípios e 
tendências de 
formação de 
organização da classe 
política determinam 
as diferenças entre 
os Estados
Objeto de estudo da Ciência 
Política: como se formam as 
classes políticas
Autocrático (cima -> 
baixo)
Liberal (baixo -> 
cima)
Princípios de transmissão da 
autoridade
Democrático: 
renovação e 
substituição dos 
membros da classe 
política
Aristocrático: 
transmissão 
hereditária e 
reprodução
Princípios de composição da 
classe política
6
Transmissão da autoridade
Autocrático Liberal
Composição 
da classe 
política 
Aristocrático
Governo
autocrático‐
aristocrático
Governo
liberal‐
aristocrático
Democrático
Governo 
autocrático‐
democrático
Governo 
liberal‐
democrático
Tipologia de formação da classe 
política
Na Prática
Observar a composição 
de um governo 
municipal
Calcule quantos 
membros ele tem
Quais são seus 
atributos 
importantes para 
ocupar o cargo?
Quais tipos são 
(riqueza, 
diploma 
acadêmico)?
Finalizando
A aula compreendeu:
Contexto de origem 
da Escola Elitista
Darwinismo social e 
psicologia das 
multidões
As contribuições do 
primeiro autor, 
Gaetano Mosca
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELITES E PODER 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luiz Domingos Costa 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta segunda aula, conheceremos as contribuições dos outros dois 
autores que, juntamente com Gaetano Mosca – abordado na primeira aula –, 
compõem a trinca dos fundadores da teoria das elites: Vilfredo Pareto e Robert 
Michels. 
Vilfredo Pareto nasceu em Paris, na França, em 1848, e faleceu em 1923, 
em Céligny, na Suíça. Formado em Engenharia, interessou-se por economia, 
sua área de maior atuação, envolvendo-se, paralelamente, com questões 
políticas. Suas principais obras na área de sociologia foram Les systèmes 
socialistes (Os sistemas socialistas), escrita entre 1902 e 1903, e Trattato di 
sociologia generale (Tratado de sociologia geral), de 1916. Também tentou, sem 
sucesso, carreira política. 
Robert Michels nasceu em Colônia, na Alemanha,em 1876, e faleceu em 
Roma, na Itália, em 1936. Estudou na Inglaterra, na França – na célebre 
Universidade de Sorbonne –, nas universidades alemãs de Munique, Leipzig e 
Halle e em Turim, onde posteriormente também lecionou economia, ciência 
política e sociologia. Max Weber foi seu professor e lhe sugeriu importantes 
temas de pesquisa. 
Integrou o movimento socialista e a ala radical do Partido Social-
Democrata Alemão (SPD), mas abandonou a causa devido à oligarquização e à 
falta de democracia interna do partido. Mais tarde, adotou uma visão elitista, 
simpática ao fascismo. 
TEMA 1 – PARETO E O MÉTODO CIENTÍFICO ADEQUADO AO ESTUDO DOS 
FENÔMENOS POLÍTICOS 
Em relação ao método, Vilfredo pouco difere de Mosca, considerando que 
o sociólogo deve se afastar de seus preconceitos e paixões, abandonando, 
portanto, o método dedutivo, que pressupõe verdades inquestionáveis. Assim, 
segundo o autor, o mais viável é o método lógico-experimental, que se 
fundamenta em observações do mundo real e, por isso, toma como verdade 
apenas algo correspondente à experiência. 
O autor chama de uniformidades experimentais ou leis as regularidades 
encontradas nas ações humanas, passíveis de observação e experimentação, 
com base nas quais a ciência estabelece relações. Ainda de acordo com Vilfredo, 
 
 
3 
“a ciência pode dizer quais são os meios eficazes para atingir determinados 
objetivos, mas ela não pode dizer quais objetivos devem ser perseguidos pela 
ação humana”. 
Eis, aliás, a origem da distinção de Pareto entre “verdade” e “utilidade”: a 
primeira, revelada pela ciência, pode ou não ser socialmente útil, contribuindo 
para o equilíbrio social; as crenças e os valores dos homens, por sua vez, podem 
ser, ao mesmo tempo, cientificamente falsos, mas socialmente úteis, garantindo 
a coesão da sociedade. 
TEMA 2 – EQUILÍBRIO SOCIAL E CIRCULAÇÃO DE ELITES NA SOCIOLOGIA 
PARETIANA 
O grande objetivo da obra de Pareto é saber como o equilíbrio de uma 
sociedade conserva-se ao longo do tempo, garantindo, assim, sua reprodução. 
O tema das elites políticas ocupa uma pequena parte de uma ampla e volumosa 
obra sociológica, que explora diferentes questões relacionadas ao equilíbrio 
social. 
O autor se preocupa com as ações humanas e a interação social mais 
ampla, não se restringindo ao comportamento dos governantes. Eis o que 
postula a sociologia paretiana: “Todo fenômeno social pode ser considerado sob 
dois aspectos, isto é, como é na realidade e como se apresenta ao espírito de 
certos homens. O primeiro aspecto – diz ele – será chamado objetivo, e o 
segundo, subjetivo” (Pareto, 1935, I, § 149, p. 76). 
Nesse específico, ele diferencia ações lógicas e ações não lógicas. Como 
afirma Perissinotto no livro didático: 
Unindo a primeira distinção – entre a dimensão objetiva e subjetiva das 
ações sociais – com a segunda – ações que estabelecem ou não a 
adequação entre meios e fins – é que Pareto irá formular a sua famosa 
diferenciação entre ações lógicas e ações não lógicas. Segundo ele, 
do ponto de vista subjetivo, quase todas as ações humanas 
estabelecem uma relação lógica entre meios e fins. No entanto, com 
muito menos frequência essa relação se verifica na realidade objetiva. 
O exemplo clássico apresentado por Pareto descreve os sacrifícios que 
os marinheiros gregos faziam em louvor a Posseidon, deus do mar. 
Para esses marinheiros eram os sacrifícios feitos em nome daquele 
deus que lhes garantia uma navegação tranquila. Portanto, para eles, 
havia uma relação lógica entre o meio - sacrifício para um deus – e o 
fim desejado – navegar com segurança. Contudo, é sabido (por meio 
do conhecimento científico) que essa relação não existe na realidade 
objetiva. Assim, nas suas consciências, os marinheiros estabeleciam 
uma relação lógica entre meios e fins (o meio “sacrifício” produz o fim 
“navegação segura”), mas essa relação não se verificava na realidade 
objetiva. Sendo assim, para Pareto uma ação só é lógica quando essa 
 
 
4 
relação entre meios e fim se verifica tanto no nível subjetivo (i.e., na 
cabeça do agente) quanto no nível objetivo (i.e., no desenvolvimento 
da ação no mundo real) (1935, MS, I, § 150, p. 77). Quando a 
adequação lógica entre meios e fins só ocorre na cabeça do agente, 
nós teríamos uma ação não lógica (o que não quer dizer “ilógica”). O 
mais importante objeto de estudo da Sociologia seria, para este autor, 
as ações não lógicas, já que elas predominariam na vida social e 
política (Perissinotto, 2012, p. 55-56). 
Na segunda parte de sua principal obra sociológica, Pareto discute o 
conceito de heterogeneidade social, entendendo que a desigualdade “é inata, 
natural e insuperável” na sociedade. 
Os estratos superiores da sociedade, formados por indivíduos que obtêm 
os melhores desempenhos em suas atividades, são chamados de elite ou classe 
eleita – em suma, “os melhores”. 
Nessa divisão, há uma subclassificação, que distingue elite governante e 
elite não governante. A primeira participa direta ou indiretamente – por meio dos 
recursos sociais de que dispõe – do governo, ao passo que a segunda não 
exerce comando político. Já a não elite é a massa inferior dos comandados. 
O equilíbrio social depende da comunicabilidade entre os dois estratos, 
requerendo a circulação entre ambos, de acordo com o autor. A circulação das 
elites, renovando os elementos do topo da sociedade e introduzindo indivíduos 
dos grupos inferiores, evita a convulsão e a degeneração social. 
Nesse ponto, voltamos à questão da desigualdade levantada por Pareto, 
para quem, em qualquer atividade humana, os resíduos são desigualmente 
distribuídos entre as classes superiores e inferiores, o que é determinado por 
fatores econômicos, sociais e políticos, mas, sobretudo, pela distribuição 
desigual dos resíduos – fatores psicológicos – necessários para o exercício do 
comando. 
Eis os principais resíduos citados por Pareto: 1) instinto das combinações; 
2) persistência dos agregados. O autor entende que tais fatores determinam uma 
forte propensão para, no ato de governar, usar a persuasão e/ou a força. O 
equilíbrio entre ambos forma a classe governante ideal. 
Além dessa vocação inata, Pareto aponta que as posições de mando 
podem ser alcançadas pela “hereditariedade”, sob influência política de famílias 
que detêm cargos políticos e, ao mesmo tempo, controlam as riquezas e 
conexões sociais. 
A degeneração de uma elite política ocorre, então, quando pessoas que 
não detêm o equilíbrio de resíduos chegam ao poder por meio da hereditariedade 
 
 
5 
– ocasião em que os estratos inferiores contestam o novo poder, que age 
geralmente com mais persuasão e menos força. 
Tal degeneração propicia a circulação de elites, com a inserção dos 
(melhores) indivíduos de camadas inferiores – com resíduos predominantemente 
de segunda classe, de força – nos estratos políticos para restabelecer a ordem. 
Nasce uma nova aristocracia. 
Para Pareto, portanto, as aristocracias não são eternas: diminuem em 
número e, sobretudo, qualidade. A depender da organização política da 
sociedade, a consequente ascensão de membros das classes inferiores pode 
ocorrer de forma institucionalizada (paulatina) ou revolucionária (abrupta). 
Diferentemente da cooptação política, que inclui indivíduos estranhos na 
classe governante, mas exclui suas características, a circulação de elites os atrai 
com suas próprias qualidades. 
A crítica à sociologia paretiana está no fato de ela produzir um 
conhecimento “abstrato” ao se ater essencialmente às condições de equilíbrio 
social, sem, todavia, distinguir uma sociedade de outra. 
TEMA 3 – ROBERT MICHELS, ORGANIZAÇÃO, OLIGARQUIA E DEMOCRACIA 
Ao analisar o processo de organização interna dos partidos, Michels 
revelou como se dá a formação inflexível das minorias dominantes, mesmo nas 
legendas ditas mais “democráticas”. 
Sua obra seminal é Sociologia dos partidos políticos,publicada em 1911, 
na qual esmiúça o processo de organização dos mais importantes partidos 
socialistas. 
3.1 Sociologia das organizações e psicologia das massas 
Em sua obra, Michels aborda, sobretudo, a sociologia das organizações 
e a psicologia das multidões. No primeiro caso, ele explica como se dá a 
implacável divisão entre a minoria dos governantes – oligarquia, conforme ele 
próprio define – e a maioria dos governados. As organizações formadas e 
consolidadas, para ele, geram interesses próprios, superando, muitas vezes, os 
interesses de quem deveria ser representado. A psicologia das multidões de 
Michels, por sua vez, explica a necessidade (desejo) de as massas serem 
comandadas. 
 
 
6 
Somadas as duas variáveis, o autor identifica as principais razões que 
balizam a formação e o domínio da minoria sobre a maioria: 1) técnica e 
intelectual; 2) psicológica. As razões de ordem técnica e intelectual serão 
examinadas no quinto tema, ao passo que as de ordem psicológica, que 
repercutiram menos entre os cientistas políticos, constam no livro didático e não 
serão abordadas aqui. 
TEMA 4 – DETERMINAÇÕES TÉCNICAS E INTELECTUAIS DO PROCESSO DE 
FORMAÇÃO DAS OLIGARQUIAS PARA MICHELS 
Na primeira parte de seu livro, Michels defende duas teses para explicar 
o surgimento das oligarquias, observando os partidos operários: 1) não há 
democracia sem organização – qualquer grupo deve se organizar para 
reivindicar algum direito; 2) a organização permite um melhor enfrentamento pelo 
grupo, mas se contrapõe ao princípio democrático. 
O conceito de democracia utilizado pelo autor é o dos marxistas do século 
XX – portanto, o de autogoverno das massas que, em assembleia, deveriam 
decidir o futuro da comunidade. 
Assim, para o autor, a democracia é inviável por alguns motivos de ordem 
técnica – entre os quais, a falta de tempo/espaço para participação direta das 
massas nas decisões políticas. Portanto, por necessidade, surgem os 
delegados, que representam as massas. 
Mesmo com a criação de regras internas para que a representação pelos 
delegados satisfaça as massas, a consequente complicação e especialização 
das tarefas organizacionais torna o distanciamento inevitável. As massas não 
podem ser consultadas a toda hora, nem conseguem fiscalizar de maneira 
competente as atividades dos delegados, pois não detêm conhecimento para 
tanto. 
Então, os delegados dão lugar aos técnicos e profissionais. Nos partidos 
operários, entram especialistas em economia, direito, leis trabalhistas, 
comerciais, enfim – uma elite que passa, portanto, a tomar as decisões. 
Esses fatores dão origem a uma lei sociológica – a conhecida lei de 
bronze da oligarquia: inevitavelmente, a organização leva à especialização, 
que, por sua vez, monopoliza na minoria as decisões das massas. Em suma, a 
organização tende à oligarquia. Isso ocorre em um Estado, nos partidos e em 
uma liga de resistência proletária. “O governo direto da massa perde terreno para 
 
 
7 
ser suplantado pelo poder crescente dos comitês”, resume o autor, em uma 
afirmação amplamente testada e reafirmada pelos pesquisadores posteriores. 
Em contraponto ao pensamento de Vilfredo, que acredita em uma 
superioridade abstrata e inata, para Michels, a diferenciação entre maioria e 
minoria se dá por fatores organizacionais bem concretos. O autor entende que 
os homens não nascem superiores, mas se tornam. 
Essa transformação também acarreta a profissionalização das 
organizações, distanciando ainda mais os chefes em relação às massas, devido 
aos diferentes graus de instrução. Os primeiros possuem, pela função e pelo 
constante treinamento profissional, superioridade intelectual, base para algo que 
Michels chama de “indispensabilidade dos chefes”. Eles não podem deixar as 
organizações (partidos, no caso), pois dominam certo grau de conhecimento. 
Distinguindo-se de Mosca, para quem a condição de minoria facilita a 
organização e o consequente domínio sobre a maioria desorganizada, Michels 
considera que a organização de um grupo propicia a inevitável formação de uma 
oligarquia interna, que detém o poder. 
À parte os fatores organizacionais e intelectuais, há elementos de ordem 
tática que determinam a centralização dos partidos, evocando a necessidade de 
mobilização e rapidez nas resoluções. Não há tempo para reunir as massas a 
fim de fazê-las discutir e decidir, sendo preciso responder rapidamente às 
situações, por meio de direções. 
Tal representação, entretanto, é uma vontade individual falsamente 
revestida de vontade das massas. 
TEMA 5 – MICHELS, OLIGARQUIA E A DEMOCRACIA POSSÍVEL 
Além da inevitável divisão interna dos partidos operários, a inserção 
dessas legendas na luta político-eleitoral as fez caminhar rumo ao 
conservadorismo e à moderação política, como aponta Michels, mesmo com a 
manutenção de certa retórica revolucionária. 
A continuidade da organização partidária dependia, então, da moderação, 
que substituiu a política radical e o ímpeto revolucionário, fazendo com que os 
interesses das legendas se tornassem os interesses da organização e de suas 
oligarquias, não mais de seu grupo original. 
O combate revolucionário depende da organização, que, por sua vez, 
sucumbe-o. Os chefes detêm a renda, o poder e o prestígio, privilégios que 
 
 
8 
pretendem conservar. Como escreve Michels, “a organização deixa, assim, de 
ser um meio para tornar-se um fim”. Derrubar a ordem social torna-se um objetivo 
secundário, depois de manter a organização. 
O processo de formação inevitável das oligarquias é chamado por Michels 
de lei de bronze da oligarquia. Para ele, assim como para Mosca e Pareto, elas 
também decaem e são substituídas por novas minorias dominantes, 
caracterizando uma eterna circulação das elites. 
Contrapondo-se à teoria marxista, segundo a qual a abolição das classes 
levaria a uma sociedade sem dominação política e social, Michels afirma que a 
presença das oligarquias seria igualmente inevitável no socialismo. Portanto, ao 
passo que Marx entende a administração da riqueza social como uma mera 
função técnica, Michels a considera, igualmente, forma de poder. 
Ao contrário do que se pode imaginar, Michels não defende o domínio 
oligárquico, mas o que ele chama de “democracia possível”. Os princípios 
democráticos deveriam ser usados como forma de defesa contra o predomínio 
das minorias e com vistas ao controle das oligarquias, servindo, igualmente, à 
renovação lenta e segura da classe política. 
Precisamente por isso, o autor sustenta que a democracia não pode 
conter elementos radicais ou de autogoverno das massas. Para funcionar 
adequadamente, o sistema deve ser visto de forma limitada, apenas para 
garantir a proteção dos governados e a vigilância das oligarquias. 
NA PRÁTICA 
Reflita sobre as contribuições dos dois autores abordados nesta aula, 
Pareto e Michels, e procure pontuar as principais diferenças entre seus conceitos 
de elite, elencando os elementos psicológicos inerentes à definição paretiana de 
classe eleita e os aspectos organizacionais (técnicos e intelectuais) caros à 
concepção micheliana de oligarquia. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, aprofundamos a abordagem a respeito das contribuições de 
Pareto e Michels para a teoria das elites, que, juntamente com Mosca, tema da 
aula anterior, completam a trindade fundadora dessa importante escola do 
pensamento político. Conforme assinalado, os três autores sustentam, em 
 
 
9 
uníssono, que qualquer comunidade é governada por uma minoria, sob cujo jugo 
se encontra a maioria, em contrapartida. Entretanto, os autores também 
apresentam suas especificidades. 
Cada qual tem uma concepção a respeito de como se forma a elite política 
(a minoria) e quais são seus respectivos elementos fundamentais. Nesse 
sentido, é possível dizer que cada autor tem uma concepção particular sobre os 
governantes e o poder político. O quadroabaixo sintetiza as principais 
informações de suas obras e definições de elite. 
Quadro 1 – Síntese dos pais fundadores da teoria das elites 
Autor Gaetano Mosca Vilfredo Pareto Robert Michels 
Principal obra Elementi di scienza 
politica (1896) 
Trattato di sociologia 
generale (1916) 
Sociologia dos 
partidos políticos 
(1911) 
Terminologia de 
elite política 
Classe política Classe eleita ou 
classe governante 
Oligarquia, chefes ou 
dirigentes do partido 
Aspecto central da 
conceituação 
Condição numérica 
minoritária (poucos) 
e posse dos recursos 
socialmente 
valorizados 
Posse de qualidades 
superiores inatas, 
como inteligência e 
astúcia. 
Conceituação 
psicologizante 
Aqueles que, 
alçados à condição 
de mando devido às 
necessidades da 
organização, 
desfrutaram de 
treinamento e 
especialização 
intelectuais 
 
Por fim, vale sempre enfatizar os conceitos-chave de cada autor e suas 
especificidades, como fórmula política para Mosca, circulação das elites para 
Pareto e oligarquia para Michels, contribuições retomadas pelos cientistas 
políticos contemporâneos e reavaliadas por pesquisas empíricas ao longo do 
século XX, lançando novas questões e discutindo a viabilidade da democracia 
como forma de governo. 
 
 
 
10 
REFERÊNCIAS 
ALBERTONI, E. A. Doutrina da classe política e teoria das elites. Rio de 
Janeiro: Imago, 1990. 
MOSCA, G. La clase política. Versão resumida por Norberto Bobbio. México: 
Fondo de Cultura Económica, 1992. 
PARETO, Vi. Manual de economia política. São Paulo: Nova Cultural, 1996. 
_____. São Paulo: Ática, 1984. (Grandes Cientistas Sociais, n. 43). 
_____. The mind and society. New York: Harcourt, Brace and Company, 1935. 
v. 4. 
PERISSINOTTO, R. As elites políticas: questões de teoria e método. Curitiba: 
InterSaberes, 2012. 
RODRIGUES, J. A. A sociologia de Pareto. In: RODRIGUES, J. A. (Org.). 
Pareto. São Paulo: Ática, 1984. (Grandes Cientistas Sociais, n. 43). 
1
Prof. Luiz Domingos Costa
Elites e Poder
Aula 2
Conversa Inicial
Nesta 2ª aula, iremos 
conhecer os dois 
outros fundadores da 
Escola Elitista
Ao lado de Gaetano
Mosca, Vilfredo Pareto 
e Robert Michels foram 
a tríade de pais 
fundadores dessa 
escola
Os fundadores da Teoria das 
Elites: Pareto e Michels A exposição de cada 
um dos autores 
pretende detalhar as 
contribuições 
específicas de cada 
um, ao mesmo tempo 
em que aponta os 
aspectos comuns aos 
três autores
Pareto e o método 
para estudo dos 
fenômenos políticos
Segundo Pareto, o 
método dedutivo 
oferece o risco de 
converter 
pressupostos em 
verdades 
inquestionáveis 
Opção pelo método lógico-
experimental
2
Sugere que o método 
adequado é o lógico-
experimental
Encontrar as 
uniformidades 
observáveis e 
traçar relações 
entre elas
Opção pelo método lógico-
experimental
Distinção entre
Verdade: revelada 
pela ciência
Utilidade: contribui 
para a continuidade 
das relações sociais 
(podem ser falsas)
Opção pelo método lógico-
experimental
Equilíbrio social e 
circulação das elites
A preocupação 
primordial da 
sociologia paretiana
é com o equilíbrio 
social
A reprodução ou a 
continuidade
Pareto, equilíbrio social e 
circulação das elites
O autor define a elite 
como “os melhores”, 
ou aqueles com melhor 
desempenho no seu 
ramo de atividade, e, 
dentro desse grupo, a 
elite governante
Os demais compõem a 
não elite, ou a massa
Elite na obra de Pareto Representação dos estratos sociais
Não elite, 
ou massa de 
dominados
Elite
Elite 
governante
3
O equilíbrio social 
depende da 
comunicabilidade 
entre esses dois 
estratos. É preciso 
que haja a circulação 
entre os dois grupos 
para haver equilíbrio
Circulação das elites
Michels, organização, 
oligarquia e 
democracia
Robert Michels 
investigou como se 
dá a formação da 
oligarquia nas 
grandes organizações 
(partidos e 
sindicatos)
Michels, organização e formação 
da oligarquia
Diferente de Pareto, 
para Michels, a 
oligarquia não 
decorre de atributos 
naturais ou inatos, 
mas é fruto dos 
processos 
organizacionais
Michels, organização e formação 
da oligarquia
Fenômeno ocorre 
mesmo nas 
organizações com 
perfil democrático
Quando a organização 
cresce para a luta 
política, oferece 
terreno para a 
formação da oligarquia 
no seu interior
Democracia e oligarquia
Razões técnicas e 
intelectuais da 
formação da 
oligarquia
4
Conforme a 
organização cresce, 
começam a surgir 
problemas técnicos
que inviabilizam a 
democracia e a 
participação de todos
Razões técnicas
Surge a necessidade 
de criar os comitês, 
dividir e delegar as 
tarefas
Surgimento dos 
delegados ou líderes 
dos partidos
Razões técnicas
Esses delegados 
passarão a dispor de 
mais treinamento e 
mais informações
Surgimento da 
superioridade 
intelectual
Razões intelectuais
Criado um fosso 
entre os chefes e os 
membros da base, é 
muito difícil 
reestabelecer a 
horizontalidade na 
organização
Luta por privilégios 
por parte dos chefes
Razões intelectuais
Em qualquer 
organização que tem 
grande empenho na 
conquista de 
objetivos coletivos, 
ocorre, 
inexoravelmente, a 
formação de uma 
cúpula que controla o 
poder: oligarquia
Lei de ferro das oligarquias
Michels, oligarquia e 
democracia possível
5
De acordo com 
Michels, a formação 
de uma oligarquia 
impede que a 
democracia 
participativa possa 
ocorrer no interior 
das grandes 
organizações
A oligarquia é compatível com a 
democracia?
Para ele, a 
democracia deve 
operar como um 
princípio, para evitar 
os abusos e os 
excessos por parte 
dos chefes, criando 
mecanismos de 
renovação 
A oligarquia é compatível com a 
democracia?
Evitar o domínio 
absoluto da cúpula 
partidária, 
permitindo a 
vigilância sobre ela
Debate com o 
marxismo
Democracia possível
Na Prática
Procure destacar os 
elementos psicológicos 
inerentes à definição 
paretiana de classe 
eleita e, em seguida, 
destaque os aspectos 
organizacionais 
(técnicos e 
intelectuais) ligados à 
concepção micheliana
de oligarquia
Finalizando
6
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELITES E PODER 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luiz Domingos Costa 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A partir de agora, passaremos a abordar os desdobramentos da escola 
elitista sobre as pesquisas elaboradas no decorrer do século XX, especialmente 
dos anos 1950 em diante, nos Estados Unidos, país que tomou a dianteira da 
ciência política. Dois autores foram protagonistas desse movimento: o sociólogo 
C. Wright Mills, com a obra A elite do poder (1956), e o cientista político Robert 
Dahl, com Uma crítica ao modelo de elite dirigente (1958) e Quem governa? 
(1961). 
Devemos destacar pelo menos três desdobramentos importantes desses 
empreendimentos: 1. aqueles postulados gerais dos pais fundadores (Mosca, 
Pareto e Michels) foram tomados como hipóteses e puderam ser examinados 
por meio de métodos mais rigorosos de pesquisa (ainda ausentes no período 
dos autores clássicos); 2. um debate metodológico sobre como identificar e 
mapear o poder numa comunidade; 3. uma discussão sobre a extensão da 
democracia na sociedade norte-americana, que influenciou o estudo da 
democracia e das minorias em diversos países no mundo. 
Nesta aula, iremos conhecer a contribuição de Wright Mills na referida 
obra de 1956 e as suas observações sobre a democracia nos Estados Unidos. 
TEMA 1 – A ELITE DO PODER E A CRÍTICA À DEMOCRACIA NORTE-
AMERICANA 
Entre os inúmeros estudos norte-americanos que se dedicam a 
desenvolver um olhar crítico sobre o sistema democrático dos Estados Unidos, 
destaca-se a obra A elite do poder, de Charles Wright Mills, publicada em 1956 
em pleno desenvolvimento da Guerra Fria e da afirmação, por parte do governo 
e dos meios de comunicação americanos, de que o seu país seria a encarnação 
do ideal democrático, das liberdades e da soberania popular. Parte da motivação 
de Mills era exatamente confrontar essas ideiase apontar que se tratava de uma 
inverdade. 
Diferentemente dos autores fundadores da Teoria das Elites (Mosca, 
Pareto e Michels), que, em geral, viam com preocupação a participação das 
massas na política e tinham ressalvas quanto à ampliação da democracia, Mills 
não vê as massas de forma negativa, ou melhor, não se coloca numa posição 
contra a democracia. Pelo contrário: ele estabelece, nesse ponto, uma visão 
 
 
3 
crítica da sociedade americana. Por isso, o autor é reconhecido como um crítico 
ácido dos Estados Unidos na segunda metade do século XX. 
Para ele, essa situação de massificação e embotamento não se formou 
por razões de ordem psicológica – que seriam imutáveis e naturais –, mas surgiu 
como resultado de transformações pelas quais passaram a democracia e a 
sociedade americana durante o século XX. 
Assim, ao contrário de outros autores, Mills defende mais democracia 
para a solução do problema, com aumento do poder do homem médio e da 
participação política. 
TEMA 2 – A ELITE DO PODER DE WRIGHT MILLS, UMA DEFINIÇÃO 
POSICIONAL E INSTITUCIONAL 
O ponto de partida do procedimento metodológico seguido por Mills para 
mapear a sociedade americana é o entendimento de que esta é controlada por 
uma minoria poderosa em oposição a uma maioria que não tem poder. Nisso ele 
não se difere de outros autores. 
A diferença está em como ele toma esse posicionamento: ao contrário de 
outros, para ele, essa não é uma lei sociológica universal. Segundo Mills, 
elementos historicamente condicionados determinariam a existência ou não de 
uma elite do poder, sua natureza e as dimensões do seu poder. O poder da elite 
depende, então, da época e da estrutura social. 
No caso americano, o autor entende que a elite domina porque seus 
membros controlam os postos de comando da estrutura social. Esses postos 
concentram, por exemplo, a máquina do Estado, a organização militar, grandes 
companhias, ou seja, as “principais hierarquias e organizações da sociedade 
moderna”. 
São duas, portanto, as características básicas da elite de Wills: 1. a elite 
é definida pela posição de mando que seus membros ocupam (“definição 
posicional”); 2. as posições de mando assim o são porque se encontram nas 
instituições mais importantes da estrutura social (“definição institucional”). Esse 
é o procedimento metodológico inicial básico do autor. 
O primeiro passo metodológico é a identificação das ordens institucionais 
mais importantes da estrutura social. Diferentemente de outros autores, como se 
pôde ver anteriormente, a definição de elite de Mills nada tem a ver com 
 
 
4 
significado moral, isto é, a elite nada tem de “melhor”, apenas controla os 
recursos institucionais. 
Mills a chama de “altas rodas” americana, que domina os meios 
econômicos, político e militar do país. Para ele, as demais instituições modernas 
são subordinadas a estas e têm papel marginal, e “chave sociológica” seria o 
modo de explicar que tipos de pessoas compõem tal elite: a resposta está na 
observação da alta cúpula das instituições. 
O segundo passo metodológico é descrever as três ordens institucionais 
principais que constituem a base da elite americana. Trata-se, então, de 
descrever as ordens institucionais encontradas por ele anteriormente. 
Assim, Estado, Forças Armadas e grandes companhias teriam duas 
grandes semelhanças: 1. expansão alta, ao longo do século XX, em recursos e 
capacidade de ação; 2. alto processo de centralização organizacional, com 
concentração de decisões em suas cúpulas. 
Isso gerou efeitos nas estruturas econômica, política e militar do país. 
Antes, havia várias empresas competindo, agora, apenas poucas corporações 
gigantescas. Na política, os estados autônomos deram lugar a um poder 
centralizado, que interfere em toda a vida social. Já a ordem militar se expandiu, 
ganhou importância e passou a consumir mais recursos públicos. Com mais 
recursos de poder, essas ordens institucionais ganham mais capacidade de 
interferir na vida de todas as pessoas. 
O terceiro passo metodológico é descrever a inter-relação entre as 
diferentes ordens institucionais. Trata-se de mostrar como essas ordens 
institucionais, identificadas e descritas anteriormente, se relacionam. Depois 
disso, o autor delimita seu objeto, tornando a elite de poder americano um 
conceito mais claro e definido. 
Há, segundo ele, total inter-relação entre elas e, por consequência, entre 
os indivíduos que compõem suas cúpulas. No topo da ordem econômica, estão 
os executivos de grandes corporações e os mais ricos, na política, os mais 
poderosos e as principais autoridades estatais, e, na ordem militar, está à frente 
a elite dos soldados-estadistas. 
Esses três representantes das cúpulas de cada instituição passam a 
formar, então, a elite do poder da América. É, segundo Mills, um pequeno e 
coeso grupo capaz de tomar as principais decisões políticas. 
 
 
5 
O quarto passo metodológico é a delimitação do grupo, sua extensão e 
unidade. Nesse momento, Mills passa a se preocupar em apontar quais são os 
cargos que compõem a cúpula das instituições acima mencionadas. Além disso, 
passa a definir a linha divisória entre os postos considerados de elite e de não 
elite. 
Assim, ele define que os membros que tomam decisões de consequência 
nacional nos âmbitos político, econômico e militar fazem parte da elite. Ou seja, 
justamente por ocupar o topo das instituições de poder são capazes de tomar 
decisões dessa magnitude, que afetam toda a nação. Como analista da elite 
nacional, essa definição de Mills é importante para seu estudo. 
Já a coesão dos grupos teria três principais pontos como base: 1. 
compartilhamento de valores e visão de mundo (unidade psicológica); 2. cada 
vez mais proximidade entre as instituições políticas, econômicas e militares 
(unidade de interesses); 3. proximidade entre os integrantes das cúpulas das 
três instituições, formando uma ação coordenada (unidade institucional). 
TEMA 3 – ANÁLISE DA ELITE, SUA FORMAÇÃO E SUAS RELAÇÕES 
INTERNAS 
Após o procedimento metodológico feito por Mills para delimitar o grupo 
chamado por ele de elite de poder, o autor passa a analisá-lo a partir de seus 
diferentes aspectos, como educação e os laços pessoais que mantêm entre si. 
Para o autor, a sistema educacional cumpre um importante papel para a 
formação da elite do poder, cujas funções principais são unificar a classe e 
socializar seus membros nos valores e crenças comuns. 
O sistema educacional, representado essencialmente por escolas 
particulares preparatórias – algumas dezenas espalhadas pelas principais 
cidades dos Estados Unidos –, era responsável por produzir unidade de classe 
em nível nacional. Há, nele, a propagação da distinção entre classes superior e 
inferior. Ao mesmo tempo, passa-se uma borracha na linha que separa a velha 
da nova classe, como se ambas pertencessem ao mesmo grupo. 
Além do nível preparatório, a socialização ocorre nas universidades das 
elites, que integram a Liga da Hera (Ivy League, composta por Harvard, 
Princeton, Yale, Dartmouth, Columbia, Brown, Cornell e Universidade da 
Pensilvânia), e nos clubes exclusivos para alunos de classes superiores. 
 
 
6 
Ocorreria, nessas instituições, a manutenção e a reprodução das amizades já 
constituídas anteriormente. 
Os laços familiares e de amizade também servem para unificar e 
influenciar os próximos pessoalmente. Todos, juntos, cumprem uma função 
essencial: manter indivíduos com relações muito próximas e que, por isso, que 
trabalham de forma bastante coordenada no topo das principais instituições dos 
fundamentais meios nacionais de poder. 
Nesse momento, Mills dá um passo adiante, mostrando como os 
membros das classes superiores se garantem na permanência na cúpula das 
instituições. Depois, ele descreve essas classes em cada uma das ordens 
institucionais que controlam a sociedade americana, como veremos.3.1 A alta hierarquia da ordem institucional econômica 
Para Mills, a estrutura objetiva institucional, que permite aos ricos 
exercerem esse papel, tem um peso maior que seus traços morais e 
psicológicos, ou seja, de vontade, caráter ou inteligência, mas estes também têm 
sua função. 
É preciso, então, compreender a estrutura objetiva das oportunidades, 
mas também esses “traços pessoais que levam e estimulam determinados 
homens a explorar essas oportunidades objetivas que a história econômica lhes 
proporciona”. 
A acumulação de vantagens é uma dessas características. Ela é 
entendida como o acúmulo de posições estratégicas em um só indivíduo, que 
fica, então, com cada vez mais influência e, por consequência, concentra mais 
riqueza. “Os que têm grande riqueza ocupam uma série de posições estratégicas 
para fazê-la render ainda mais”, diz Mills. 
O capitalismo moderno fez com que esses seres muito ricos se juntassem 
aos altos executivos. Essa junção deu origem ao controle sobre grandes 
empresas, unidade que fez com que empresas familiares dessem lugar a 
grandes corporações. 
O autor observa, nesse ponto, que a economia americana é cada vez mais 
oligopolizada. Como exemplo ele cita o mercado de ações, que, ao invés de se 
expandir entre as pessoas comuns, só favoreceu a associação de grandes 
empresas e reforçou a unidade entre os muito ricos e os altos executivos, por 
meio da justaposição dos membros de suas diretorias. 
 
 
7 
Os altos executivos são descritos pelo autor como seres oriundos do meio 
urbano, altamente qualificados, brancos, protestantes, advindos da classe 
comercial ou profissional, com título superior e não imigrantes. Seus pais são 
brancos, anglo-saxões e protestantes. São, além disso, integrantes de grandes 
sociedades anônimas, ocupando dentro delas cargos burocráticos e agindo, às 
vezes, como empreendedores, com estilo social idêntico ao de seus superiores. 
A associação desses executivos com os muito ricos forma os “ricos 
associados”. Essa união transforma em interesses amplos e de classe os que 
eram antes restritos, ou seja, as associações da indústria, do comércio e dos 
bancos, em geral, passam a controlar grandes privilégios, como altas rendas, 
isenção de impostos, influência social e política. Assim, seus membros começam 
a influenciar as decisões que afetam as pessoas de forma geral. 
3.2 A alta hierarquia da ordem institucional militar 
Wright Mills faz uma análise do surpreendente desenvolvimento da ordem 
militar nos Estados Unidos. Ele explica que a sociedade daquele país teve 
verdadeira aversão pela atuação dessa instituição durante muito tempo, mas 
que, em meados do século XX, muito em função da Guerra Fria, houve um 
crescimento enorme da influência e da centralização dos militares. 
Ocorreu a concentração militar nos cargos de estados-maiores, que 
passaram a lutar pela distância do controle dos civis. O autor observa que, 
apesar da aparência de democracia civil, os Estados Unidos são cercados de 
alta influência política e ideológica de seus grupos militares. 
Em geral, a cúpula da hierarquia militar é oriunda da classe média alta e 
adepta do protestantismo. Segundo o autor, são várias as razões que explicam 
a ascensão política dos militares americanos. A principal seria a expansão de 
sua ordem institucional. Eles passaram a controlar crescentes meios de 
violência, o que fez com que o grupo tivesse sua importância aumentada e, por 
consequência, fez crescer sua influência política nas decisões. 
No campo econômico, também houve crescimento do poderio militar. Os 
grandes nomes do mundo industrial e financeiro estão em contato direto com os 
militares, afinal, essa é a área em que o governo americano mais investe e 
despende seus recursos, seja em tempos de guerra ou de paz. 
 
 
8 
Conclui o autor que há uma relação cada vez mais íntima entre os 
poderosos da política, da economia e dos militares, todos fazendo parte de uma 
“elite do poder” unificada. 
3.3 A alta hierarquia da ordem institucional política 
Como parte de sua metodologia, Mills define o que chama de diretório 
político – elite propriamente política – da seguinte forma: 
a. A partir de uma definição posicional, escolhendo cargos-chave do governo 
americano, como presidente, vice-presidente, presidente da Câmara dos 
Deputados, membros dos ministérios e juízes da Suprema Corte. 
b. Identificando a origem social e econômica dos indivíduos que ocupam 
esses cargos, pontuando que, em geral, eles são oriundos de famílias 
economicamente privilegiadas, o que os dá um passo à frente na disputa 
política. 
c. Observando a ocupação desses indivíduos, quando se chega à conclusão 
de que a maioria deles é de famílias de profissionais liberais e de 
negociantes, sem ligação política anterior, ou seja, há um predomínio do 
político não profissional, como delimitado acima, advindo da ordem 
econômica – em geral, advogados ou homens de negócios. Assim, 
identifica-se uma unidade entre o domínio político e econômico. 
d. Identificando origens educacionais (liga de Hera) e geográficas (costa 
leste) predominantes no grupo analisado, com baixíssima participação de 
imigrantes, ou seja, formando um grupo bem coeso. 
Em resumo, Mills utiliza dois procedimentos: 1. o primeiro, critério 
“posicional”, para explicar quem governa ou quem faz parte da elite política; 2. o 
segundo para traçar a origem social de tais indivíduos, entendendo de onde 
vieram e como chegaram ao poder, ou seja, percorrendo seu “itinerário” até lá. 
TEMA 4 – A ANÁLISE DAS MASSAS 
Cabe ainda um comentário sobre como Wright Mills avalia as massas. O 
sociólogo se aproxima dos demais autores clássicos nesse sentido, pois acredita 
que há influência de fatores psicológicos na massa, como a incapacidade de 
pensar criticamente, de agir racionalmente, e a alta capacidade de manipulação 
 
 
9 
dos meios, fazendo com que os indivíduos sejam estimulados a agir de forma 
impulsiva e irracional. 
Porém, ao contrário de outros autores, Mills entende que esses traços 
psicológicos não são inatos dos indivíduos, mas construídos socialmente por um 
processo histórico de expropriação e centralização do direito de formular e emitir 
opiniões. Seria algo parecido com o processo de concentração econômica, que 
também se mostra no próprio campo das opiniões. 
Distanciando-se ainda mais dos outros autores, para quem “a maioria é 
sempre massa”, Mills acredita numa reversão dessa ordem. Ou seja, como, para 
ele, a falta da massa na política é uma situação social – não uma lei sociológica 
e geral –, ela pode ser revertida, com a volta da participação ativa e autônoma 
da maioria da população na política. 
Assim, haveria o combate a essa situação e sua reversão em favor da 
democracia efetiva, que reside na participação não apenas formal, mas efetiva 
do homem comum. Mills explica que a concentração dos meios de comunicação 
de massa é ótima para manter o poder da elite, uma vez que não há visão crítica 
do poder, inviabilizando a ascensão e a resistência dos membros da massa. 
Para ele, a manutenção desse caminho leva ao autoritarismo, no qual uma 
elite coesa social e psicologicamente concentra em suas mãos, cada vez mais, 
a capacidade de definir o destino de milhões de pessoas, sem qualquer controle 
de baixo. 
Com essas observações, Mills finaliza sua reflexão afirmando que, ao 
contrário do que pensam os pluralistas, a democracia americana não é uma 
realidade, mas um mito. 
NA PRÁTICA 
O método de Mills, também conhecido como método posicional, prioriza 
as posições do topo das principais instituições de uma comunidade, tais como 
governadores, secretários estaduais, chefes de política e de empresas públicas, 
além dos deputados estaduais e principais executivos privados. 
Procure aplicar esse método para uma unidade política (município, estado 
ou país) e identifique as ordens institucionais decomando, os ocupantes dos 
seus cargos do topo e, por último, as suas características sociais básicas. 
Procure responder à seguinte questão: a elite dessa comunidade é pequena e 
coesa? 
 
 
10 
FINALIZANDO 
Nesta aula, pudemos conhecer a importante abordagem de Charles 
Wright Mills sobre a elite política norte-americana. Segundo o autor, o caminho 
mais indicado para a análise da elite é a identificação de instituições centrais da 
política nacional americana, membros que ocupam os cargos-chave dessas 
instituições, origem desses membros e suas conexões internas. 
Mills conclui que a sociedade norte-americana é dominada por um grupo 
que concentra as decisões nacionais de impacto na vida de todos, e que a 
democracia na América tem sido prejudicada pela monopolização crescente do 
poder nas mãos dessa elite do poder. 
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
DAHL, R. Uma crítica ao modelo de elite dirigente. In: AMORIM, M. S. (Org.). 
Sociologia Política II. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1970 [1958]. p. 90-100. 
_____. Who Governs? New Haven: Yale University Press, 1989 [1961]. 
FERNANDES, H. R. Mills. O sociólogo artesão. In: _____. Wright Mills: 
Sociologia. São Paulo: Ática, 1985. p. 7-35. (Coleção Grandes Cientistas 
Sociais). 
GERTH, H.; WRIGHT MILLS, C. Caráter e estrutura social. In: AMORIM, M. S. 
(Org.). Sociologia Política II. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1970. p. 73-89. 
WRIGHT MILLS, C. A elite do poder. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981 [1956]. 
_____. Em defesa de A elite do poder. In: _____. Wright Mills: Sociologia. São 
Paulo: Ática, 1985. p. 147-163. (Coleção Grandes Cientistas Sociais). 
 
1
36
1
Prof. Luiz Domingos Costa
Elites e Poder
Aula 3
36
2
Conversa Inicial
36
3
Abordar os 
desdobramentos da 
Escola Elitista sobre 
as pesquisas 
elaboradas no 
decorrer do século 
XX, especialmente 
dos anos 1950 em 
diante
O elitismo e a decadência da 
democracia americana
36
4
Tais desdobramentos 
deram origem a um 
vigoroso debate sobre 
a elite nos EUA e sobre 
a própria democracia 
nesse país
Primeira contribuição 
que será priorizada 
nesta aula: Wright 
Mills, com a obra A 
elite do poder (1956)
36
5
Robert Dahl, a partir 
das obras Uma crítica 
ao modelo da elite 
dirigente (1958) e 
Quem governa?
(1961) 
36
6
A elite do poder e a 
crítica à democracia 
norte-americana
2
36
7
C. Wright Mills tinha
inclinações políticas
democráticas,
distanciando-se dos
pais fundadores das
elites
Estava preocupado 
com a decadência da 
democracia no período 
da Guerra Fria
A elite do poder e a crítica à 
democracia norte-americana
36
8
Para o autor, a 
democracia norte-
americana vinha se 
desintegrando 
perante a força 
crescente das elites e 
dos meios de 
comunicação
A elite do poder e a crítica à 
democracia norte-americana
36
9
A elite do poder de 
Mills: definição 
posicional e 
institucional 
36
10
A existência da elite 
deve-se ao fato de um 
pequeno grupo dominar 
os postos de comando da 
estrutura social
Máquina do Estado
Organização militar
As grandes companhias 
empresariais
Definição da elite em Wright 
Mills
36
11
A elite é definida pela 
posição de mando 
que seus membros 
ocupam (definição 
posicional)
Definição da elite em Wright 
Mills
36
12
As posições de 
mando são assim 
definidas porque se 
encontram nas 
instituições mais 
importantes da 
estrutura social 
(definição 
institucional)
Definição da elite em Wright 
Mills
3
36
13
1) Identificar as
ordens sociais mais
importantes da
estrutura social
2) Descrever essas
ordens institucionais
Passos metodológicos de Wright 
Mills
36
14
3) Descrever as
relações entre as
ordens institucionais
4) Delimitação do
grupo, da extensão e
da unidade
Passos metodológicos de Wright 
Mills
36
15
Compartilhamento de 
valores e visão de 
mundo (unidade 
psicológica) 
Proximidade entre as 
instituições políticas, 
econômicas e militares 
(unidade de 
interesses)
Passo 3) A coesão do grupo 
(elite norte-americana)
36
16
Proximidade entre os 
integrantes das 
cúpulas das três 
instituições, 
formando uma ação 
coordenada (unidade 
institucional)
Passo 3) A coesão do grupo 
(elite norte-americana)
36
17
Análise da elite, sua 
formação e suas 
relações internas
36
18
O capitalismo 
moderno fez com que 
esses seres muito 
ricos se juntassem 
aos altos executivos 
Essa junção deu 
origem ao controle 
sobre as grandes 
empresas
Alta hierarquia da ordem 
institucional econômica
4
36
19
Essa unidade fez com 
que empresas 
familiares dessem 
lugar a grandes 
corporações
O autor observa, 
nesse ponto, que a 
economia americana 
é cada vez mais 
oligopolizada
Alta hierarquia da ordem 
institucional econômica
36
20
Muito em função da 
Guerra Fria, ocorreu a 
concentração militar 
nos cargos de estados-
maiores, que passaram 
a ser cada vez mais 
influentes
Poder estratégico, 
político e econômico
Alta hierarquia da ordem 
institucional militar
36
21
A partir de uma 
definição posicional, 
deu-se a escolha de 
cargos-chave do 
governo americano, 
como presidente, vice-
presidente, presidente 
da Câmara dos 
Deputados, membros 
dos ministérios e juízos 
da Suprema Corte
Alta hierarquia da ordem 
institucional política
36
22
Ao analisar a origem 
social e econômica dos 
indivíduos que ocupam 
os cargos citados, 
constata-se que eles, em 
geral, são oriundos de 
famílias 
economicamente 
privilegiadas, o que os 
coloca um passo à frente 
na disputa política
Alta hierarquia da ordem 
institucional política
36
23
Visualização
O. I. 
militar
O. I. 
Econômica
O. I. 
política
EP
ELITE DO PODER
36
24
Modelo de Wright Mills
Poder nos Estados Unidos: O Modelo 
proposto por C. Wright Mills
Os Grandes Líderes
- Corporativos
- Políticos
- Militares
O Nível Médio
- Congresso
- Outros Legisladores
- Líderes de grupos
- Líderes locais
Massas de pessoas –
desorganizadas, The masses of
people — unorganized, exploited, 
and mostly uninterested
Maior 
Poder
Menor 
Poder
5
36
25
Análise das massas
36
26
Certa proximidade 
com Mosca, Pareto e 
Michels
Mills enxerga 
fatores psicológicos 
nas massas, o que 
dificulta o seu agir 
político
Relação com os clássicos da 
Teoria das Elites
36
27
Difere daqueles 
autores porque 
entende que tais 
fatores são mutáveis 
e não são inatos, e 
que são devidos aos 
meios de 
comunicação
Análise das massas
36
28
Entende, finalmente, 
que as massas podem 
participar, desde que 
ocorra 
descentralização das 
decisões-chave, 
revertendo aquela 
elevada concentração 
de poder nas mãos de 
poucos
Análise das massas
36
29
Na Prática
36
30
Procure aplicar esse 
método para uma 
unidade política 
(município, estado ou 
país) e identifique as 
ordens institucionais de 
comando, em seguida, 
os ocupantes dos seus 
cargos do topo e, por 
último, as suas 
características sociais 
básicas 
6
36
31
Responda à seguinte 
questão: a elite dessa 
comunidade é uma 
elite pequena e 
coesa? 3632
Finalizando
36
33
Nesta aula, pudemos 
conhecer as 
contribuições de C. 
Wright Mills sobre a 
elite e a democracia 
nos EUA
36
34
Conforme o autor, o 
caminho mais indicado 
para análise da elite é 
a identificação das 
instituições centrais da 
política nacional 
americana e dos 
membros que ocupam 
os cargos-chave dessas 
instituições, além de 
pesquisar a origem 
desses membros e as 
suas conexões internas
36
35
A conclusão do autor é a 
de que a sociedade norte 
americana é dominada 
por um grupo que 
concentra as decisões 
nacionais de impacto na 
vida de todos, e que a 
democracia na América 
tem sido prejudicada 
pela monopolização 
crescente do poder nas 
mãos dessa elite do 
poder
36
36

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