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Exame Neurológico 1 Beatriz Neri Exame de consciência • Capacidade das pessoas perceberem e reagirem ao meio ambiente e ao seu meio interno • Capacidade de abrir os olhos e permanecer acordado, compreender e responder os estímulos de forma coerente e orientada Exame de consciência NÍVEL • Avalia a “quantidade” de consciência de acordo com uma tabela de pontos (ECG) • Medir o grau de alerta comportamental do paciente • Alerta (4) • Sonolento (3) • Torporoso (2) • Comatoso (1) Relacionados ao nível de abertura ocular Exame de consciência 4 – Abertura espontânea 3 – Obedece comando 2 – Abertura ao estímulo doloroso 1 – Ausência Paciente chega no consultório com olhos abertos, abre “quando quer” sem dificuldade Lembrando que caso o paciente esteja com abertura ocular abaixo de 4 possivelmente o mesmo está acamado ou com algum déficit neurológico Paciente só abre os olhos quando você pede Paciente só abre os olhos após realização de estímulo doloroso sobre ele Exame de consciência • Fazer perguntas como: • Paciente pode te responder com uma resposta inesperada, mesmo após uma anamnese normal (Pontuação 4) • Paciente pode não conseguir entender o que você pergunta (Pontuação 3) 5 – Orientado 4 – Confuso 3 – Palavras inespecíficas 2 – Sons incompreensíveis 1 - Ausência Situado no espaço e tempo Não está situado no espaço e tempo Não responde ao que é perguntado ➢ Você sabe onde está? ➢ Você sabe em que ano estamos? ➢ Você sabe que dia é hoje? ➢ P: Você sabe em que ano estamos? R: 2005 ➢ P: Olá, você está com fome? R: Mãe? Pai? Exame de consciência 6 – Obedece comandos 5 – Localiza dor e retira estímulo 4 – Retirada inespecífica 3 – Decorticação (Padrão flexor) 2 – Decerebração (Padrão extensor) 1 - Ausência • Deve ser feito algum estímulo doloroso para analisar os itens 5-2 • Esse estímulo pode ser feito, preferencialmente, no osso esterno do tórax, feito mediante compressão do mesmo Entrou na sala, faça sinal para o paciente apertar sua mão Paciente tenta remover estímulo com a mão em outro lugar Exame de consciência 6 – Obedece comandos 5 – Localiza dor 4 – Retirada inespecífica 3 – Decorticação (Padrão flexor) 2 – Decerebração (Padrão extensor) 1 - Ausência Padrão de decorticação Padrão de decerebração Exame de consciência CONTEÚDO • Avalia a “qualidade” da consciência • Funções cognitivas • Memória, percepção, linguagem, funções executivas (raciocínio, planejamento, monitoramento), atenção e praxia • O sistema cognitivo é a relação entre estas funções, desde os comportamentos mais simples até os de maior complexidade • Teste utilizado: Mini Exame do Estado Mental (MEEM) • 30-27 (intacta) • 26-21 (leve) • 20-10 (moderada) • 9-0 (grave) Exame de consciência Exame de consciência Exame de consciência Distúrbios de conteúdo da consciência ÁREA DE BROCCA • Considerada a área motora da fala • Quando comprometida, paciente entende o que falam, mas não é capaz de formular frases gramaticalmente corretas • Paciente não consegue escrever corretamente P: Você quer comer agora? R: COMIDA! Distúrbios de conteúdo da consciência ÁREA DE WERNICKE • Área sensitiva da fala, responsável pela compreensão • Pacientes com essa área comprometida falam fluentemente, mas não compreendem o que a pessoa lhe diz • Pacientes com essa área comprometida costumam ter ECG verbal 4 • Forma frases gramaticalmente corretas P: Onde você está? R: Olá, tudo bom! Nervos cranianos • Deve ser feito SEMPRE bilateralmente • Deve ser feito SEMPRE com o paciente de OLHOS FECHADOS Nervos cranianos OLFATÓRIO - I • Teste de qualidade sensitiva olfatória • Possíveis alterações: • Depressão e Parkinson costumam gerar alteração nesse exame • Paciente deve tapar uma narina com o dedo • Você passa alguma substância com aroma leve (canela, café...) • Pergunte se o paciente sente o aroma e qual o aroma que ele sente (doce, forte...) • Faça do outro lado • Pergunte se o aroma é igual nos lados ➢ Anosmia ➢ Hiposmia Nervos cranianos ÓPTICO - II • Teste de qualidade sensitiva óptica • Avalia *Só os exames em negrito podem ser feitos na Unichristus Campimetria Pupilas fotorreagentes Acuidade Fundoscopia Nervos cranianos ÓPTICO – II: CAMPIMETRIA • Você deve cobrir um dos olhos com a sua mão e o paciente o também • Manter um braço de distância do paciente • Em seguida você movimenta os dedos em quatro quadrantes • Pergunta se o paciente enxerga nitidamente seu dedo nos quatro lados do quadrado imaginário • Você pode mexer o dedo e perguntar pro paciente se o dedo está mexendo ou não • BILATERAL *Paciente deve manter olhar fixo no “nariz” do examinador (Glabela) *Lembrando que são os olhos de lados contrário, pra ser possível ficar um de frente pro outro, por exemplo, você cobre o direito e o paciente cobre o esquerdo*As indicam os lugares que o dedo deve parar antes de prosseguir de novo Nervos cranianos ÓPTICO – II: PUPILAS FOTORREAGENTES • Você deve posicionar uma lanterna na bochecha do paciente e direcionar aos olhos dele • É necessário observar se houve contração (miose) das duas pupilas por igual, mesmo quando só uma estava sendo iluminada • BILATERAL 1 – Isocóricas,como devem estar antes do teste 2 – Midriáticas, no ESCURO 3 – Mióticas, fotorreagentes, como devem ficar no teste 4 – Anisocóricas *2 e 3 também são isocóricas Nervos cranianos ÓPTICO – II: ACUIDADE • Uso da tabela de Snellen • Paciente realiza exame de óculos, caso utilize, pois o intuito não é avaliar o “grau” da visão ÓPTICO – II: FUNDOSCOPIA • Examina o fundo de olho • Cabeça do nervo óptico, retina, vasos retinianos e coroide NORMAL ALTERADO *Ambos não são realizados na Unichristus Nervos cranianos OCULOMOTOR – III, TROCLEAR – IV, ABDUCENTE - VI • Nervos que inervam os músculos oculares, logo, avalia a motricidade ocular • Paciente deve olhar fixamente pra o dedo do examinador • Examinador realiza um movimento de “H de três pontas” • Paciente deve acompanhar o movimento com o olhar • BILATERAL *As indicam os lugares que o dedo deve parar antes de prosseguir de novo Nervos cranianos TRIGÊMEO - V • Avalia sensibilidade e motricidade • Examinador utiliza um chumaço de algodão • Deve passar nos três ramos do nervo (Testa, maçã do rosto e mandíbula) • Pergunta se tá sentindo • FAÇA DO OUTRO LADO UM POR UM (Lado direito da testa, depois lado esquerdo – Lado direito da maçã, depois esquerdo...) • Pergunta se sente igual • Peça pro paciente trincar os dentes • Avalie o tônus muscular do paciente nas bochechas na área da mandíbula (masséter) Nervos cranianos TRIGÊMEO - V • Avalia sensibilidade e motricidade • Peça pro paciente trincar os dentes • Avalie o tônus muscular do paciente nas bochechas na área da mandíbula (masséter) Nervos cranianos FACIAL - VII • Avalição motora • Paciente deve: • Pode haver paralisia hemilateral ou só de um “quadrante” no rosto • Paralisia pode ser central ou periférica ➢ Enrugar a testa ➢ Sorrir ➢ Fechar os olhos com força ➢ Inflar as bochechas Nervos cranianos FACIAL - VII • Paralisia central: Há um comprometimento na área cerebral do paciente (pode ser um AVC, por exemplo), que causa uma paralisia facial em um dos quadrantes laterais inferiores do rosto • Paralisia periférica: Há um comprometimento do nervo na periferia, que causa uma paralisia hemilateral Nervos cranianos VESTIBULOCOCLEAR - VIII • Teste de acuidade auditiva • Realize uma leve fricção nos dedos no polegar que produza som de “arrastar de papéis” • Posicione os dedos perto do ouvido do paciente • Afaste os dedos gradativamente e peça pro paciente avisar quando parar de ouvir • Primeiro um lado, depois o outro • Se houver queixa de hipoacusia, realizar... • Teste de Weber ➢ Pegue o diapasão (128 cinza ou rosa) e bata para que ele comece a vibrar ➢ Posicioneno vértice do crânio do paciente ➢ Pergunte se o som se sobrassai de algum lado ➢ Paciente vai ouvir melhor no ouvido com problema ➢ BILATERAL Segurar SEMPRE aqui para não interromper vibração Bata aqui, com força, com a palma da mão para que vibre Nervos cranianos VESTIBULOCOCLEAR - VIII • Teste de acuidade auditiva • Realize uma leve fricção nos dedos no polegar que produza som de “arrastar de papéis” • Posicione os dedos perto do ouvido do paciente • Afaste os dedos gradativamente e peça pro paciente avisar quando parar de ouvir • Primeiro um lado, depois o outro • Se houver queixa de hipoacusia, realizar... • Teste de Rinne ➢ Pegue o diapasão (128 cinza ou rosa) e bata para que ele comece a vibrar ➢ Posicione no processo mastoideo do paciente ➢ Quando ele parar de sentir vibração coloque o diapasão em posição vertical a 2 cm do ouvido dele ➢ Peça pra avisar quando o paciente parar de ouvir ➢ BILATERAL ➢ Condução sonora no ar deve durar mais tempo que no osso ➢ Caso o paciente sinta mais tempo no osso do que escuta no ar, há um entupimento do ouvido Segurar SEMPRE aqui para não interromper vibração Bata aqui, com força, com a palma da mão para que vibre Nervos cranianos GLOSSOFARÍNGEO – IX, VAGO – X • Avaliação motora (Mas são nervos sensitivos e motores) • Paciente tem disfonia? E disfagia? • Peça pro paciente abrir a boca • Com uma lanterna e um abaixador de língua, avalie a região da úvula • Caso comprometidos pode apresentar o “Sinal da cortina” representado ao lado Desvio de úvula contralateral Nervos cranianos ACESSÓRIO – XI • Nervo puramente motor • Realizar manobras de contraposição • Paciente eleva o ombro, examinador faz força contrária ao seu movimento • Paciente lateraliza o pescoço para os lados, examinador faz força contrária ao seu movimento Mão do examinador Mão do examinador se encontra na bochecha de trás da paciente Nervos cranianos ACESSÓRIO – XI • Nervo puramente motor • Realizar manobras de contraposição • Paciente eleva o ombro, examinador faz força contrária ao seu movimento • Paciente lateraliza o pescoço para os lados, examinador faz força contrária ao seu movimento Mão do examinador Nervos cranianos HIPOGLOSSO – XII • Avaliação motora • Paciente deve realizar protusão da língua • Caso comprometido, causa paralisia na língua • Então, haverá um desvio da língua ipsilateral ao nervo do par que foi comprometido • A língua paralisada não estende, então o lado lesado fica enrijecido e cuasa o desvio ipsilateral Desvio da língua ipsilateral
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