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Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA ANAMNESE Características Realizar procedimento normal; Descrever os sintomas, não apenas nomear; Não comprar o diagnóstico dado pelo paciente; Conduzir a entrevista, pois anamnese neurológica pode apresentar vários fatores de confusão, além de dificilmente ser obtida com clareza, por muitas vezes se tratar de pacientes idosos ou com transtornos mentais; Descrever os sintomas, não apenas nomear; Opinião dos acompanhantes é importante principalmente em casos de pacientes com perda de consciência; esses pacientes têm dificuldade de diferenciar lipotimia e síncope. Exemplos Crise convulsiva tônico-clônica: episódios curtos, de 2 – 5 minutos; pacientes com olhos abertos durante toda a crise; as vezes com presença de inversão ocular e relaxamento dos esfíncteres. Quando a crise passa o paciente fecha os olhos, podendo ficar sonolentos. Alguns pacientes podem relatar que a crise durou todo o período de sonolência, o que na verdade não é plausível. Modo de instalação dos sintomas Súbito: ápice em 1 minuto; Etiologia vascular. Expansivo: tem início e evolução progressivas; Lesão expansiva. Exemplos Cefaleia súbita: dor de cabeça atingiu o ápice, ou seja, a intensidade máxima (10/10) em 1 minuto, pensar em rotura de aneurisma; Hemiplegia súbita: paciente estava normal e dentro de 1 minuto não conseguia mais movimentar um lado do corpo, pensar em AVC isquêmico ou hemorrágico. Idade do paciente Adulto: sugere algo autoimune; Idoso: sugere algo vascular. Evolução Monofásico: teve uma única vez quadro inflamatório; Suro/remissão: desmielinizante esclerose múltipla; Paroxístico: recorrente, ocorre 1 vez ao mês ou semana epilepsia. Antecedentes pessoais Desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) “Com quantos anos firmou a cabeça?” “Com quantos anos começou a engatinhar?” “Com quantos anos sentou?” Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 2 Termos: Lipotímia: perda momentânea da consciência, desmaio fugaz; Síncope: desmaio, perda da consciência e do tônus postural. “Com quantos anos começou a falar?” “Com quantos anos começou a andar?” Atividade profissional Existem algumas atividades profissionais relacionadas a problemas neurológicos; Exemplos Surdez neurossensorial por exposição a ruídos durante o trabalho; Problema neurodegenerativo por trabalhar como garimpador de ouro no rio Amazonas ao ter sido intoxicado por mercúrio. Medicações em uso Existem medicações que causam intoxicação do sistema nervoso central. Exemplos Flunarizina: usado para labirintite e vendido em farmácias sem a necessidade de receita. Esse medicamento tem tropismo pelos núcleos da base, que controlam os movimentos extrapiramidais. Associado ao uso prolongado e indiscriminado pode levar ao desenvolvimento de tremor parkinsoniano. Fala-se então em parkinsonismo medicamentoso, mais comum em idosos. Mesmo com a suspensão, os sintomas podem persistir por até 6 meses. Aloperidol: é um neuroléptico injetável muito usado em pacientes esquizofrênicos. Além do controle de comportamento pode levar à distonia aguda, reação neurológica em que o paciente rapidamente desenvolve múltiplas contraturas musculares involuntárias, muito dolorosas e deformantes. Comorbidades Antecedentes familiares Consanguinidade dos pais; aumenta a chance de os filhos herdarem doenças recessivas: pais heterozigotos com gene para doença recessiva têm chance de 25% de ter um filho com a doença. Doenças hereditárias; Doenças ligadas ao X; manifestam somente em homens, que herdam um X defeituoso da mãe; Não se manifesta nas mulheres porque há um X não defeituoso que neutraliza a ocorrência, como nos homens o cariótipo é XY, a presença do X com problemas já manifesta a doença; Distrofia muscular de Duchenne: fraqueza muscular precoce, com atraso no desenvolvimento motor. Geralmente param de andar aos 12 anos de idade. A CPK (creatinofosfoquinase) é a enzima que marca essa destruição muscular. Os valores de referência normais para essa enzima são até 200, mas nessa doença o paciente pode chegar a ter 20.000, pela destruição muscular em massa. A dosagem de CPK da mãe às vezes não é normal, mas não chega a valores tão exorbitantes, logo, não há sintomas sendo, pois, uma portadora assintomática. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 3 FÁCIES Leonina ou hansênica Doença: hanseníase além do acometimento neurológico afeta fibras de sensibilidade do SNP; Características: pele espessa; alopécia de cílios, sobrancelhas e barba; alargamento nasal; presença de lepromas que deformam a pele; lábios proeminentes e deformados. Acromegálica Doença: acromegalia; Causa: produção excessiva de GH na adeno-hipófise ex: tumor da hipófise que cresce e comprime o quiasma óptico, onde cruzam as fibras do campo visual temporal. A compressão pode levar a perda de campo visual lateral, o que pode ser um primeiro sintoma de tumor hipofisário; Características: proeminência do malar, queixo e fronte; prognatismo; lábios grossos, nariz e orelhas maiores; olhos pequenos e saliência das arcadas supra-orbitárias. Distrofia miotônica de Steinert Doença: distrofia miotônica de Steinert;Semiologia do Adulto II | DCP | TXXII 3 Características: masseter atrofiado, rosto alongado, ptose palpebral, calvície precoce e boca entreaberta. O paciente contrai, mas precisa fazer força para relaxar. MARCHA Características Aproveitar para iniciar a avaliação enquanto o paciente está andando para chegar até a mesa; Avaliação: marcha em linha reta e com os olhos abertos; avaliar se o paciente realmente anda em linha reta; Equilíbrio; Coordenação motora; Passos. Descrição da marcha normal: marcha atípica; Se houver dúvidas em relação a marcha do paciente realizar provas de ativação. Provas de ativação Técnicas utilizadas para evidenciar alguma alteração presente na marcha. Marcha em tandem: Marcha pé-ante-pé; avalia equilíbrio e coordenação motora; pedir para o paciente caminhar colocando o calcanhar na frente do hálux a cada passada; ao fazer esse movimento há diminuição da base de apoio, sendo necessário equilíbrio e coordenação para se manter de pé. Se o paciente não tiver equilíbrio e coordenação, ele não consegue realizar essa marcha. Meia volta: Pede-se para o paciente iniciar a marcha e realizar a virada ou meia-volta; avalia distúrbio extrapiramidal com bradicinesia e hipertonia plástica; A doença que mais afeta a meia- volta é o Parkinson, pois nela ocorre a virada em bloco. Isso acontece, pois o paciente tem bradicinesia (lentidão de movimento) e rigidez muscular. Lembra roda denteada. Marcha com os olhos fechados: Evidencia defeitos de propriocepção; o paciente já não tem propriocepção e ainda perde o recurso da visão; pacientes sem problemas na propriocepção conseguem andar de olhos fechados normalmente. Andar na ponta dos pés e dos calcanhares: Avalia a força do paciente; andar nas pontas dos pés exige que a musculatura do quadríceps exerça força para sustentar o corpo; andar na ponta dos calcanhares exige força na musculatura posterior da coxa; se o paciente não tem força ele não consegue fazer esses movimentos. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 4 Tipos de marcha Marcha ceifante: Típica de pacientes com síndrome piramidal unilateral; movimento de semilua, pois uma perna está parética; Postura de Wernicke Mann: braço flexionado e rígido, perna estendida e rígida (espasticidade|em canivete); se o paciente está hemiparético à direita o AVC foi do lado esquerdo. Isso acontece, pois há o cruzamento das fibras do trato piramidal ou córtico-espinal ao passar pela decussação das pirâmides, no bulbo; A paciente joga a perna, realizando movimento de semilua, pois não consegue dobrar o joelho. Isso acontece, pois a musculatura do lado parético fica hipertônica, maisrígida, o que é chamado de espasticidade. Termos Plegia: ausência completa de força muscular. Perda de função. Paresia: diminuição da força muscular. AVC No AVC a paresia é contralateral ao lado que sofreu a lesão. As fibras do trato córtico-espinal ou piramidal se originam no córtex, na região do giro pré-central, onde está localizado o primeiro neurônio motor, e cruzam na decussação das pirâmides, no bulbo, descendo até a medula. Na medula realizam sinapses com o segundo neurônio motor, que vai para os músculos realizar o movimento. Quando há lesão nesse trajeto, o lado oposto não recebe estímulos para realizar o movimento. Nesse caso tem-se a síndrome do primeiro neurônio motor ou síndrome piramidal. Observação: Ataxia cerebelar: dificuldade de andar até com olhos abertos; Ataxia sensitiva: paciente anda bem com olhos abertos, mas não o faz com os olhos fechados. Atáxica cerebelar Ausência de equilíbrio; Falta de coordenação motora; Base alargada; Desvio em linha reta, mesmo com o auxílio de um examinador; Dança dos tendões: tendões do pé se mexem para tentar manter o equilíbrio; Paciente não consegue realizar marcha em tandem; Tendência de queda; Marcha típica de pacientes com lesão no cerebelo. Ataxia sensitiva ou marcha talonante ou marcha tabética Ausência de equilíbrio; Falha na propriocepção, paciente sem noção de sensibilidade profunda; Paciente não consegue andar de olhos fechados; Paciente levanta e projeta o pé com força para frente e para o chão, o que ativa receptores de sensibilidade superficiais de tato, dor e temperatura, suprindo a falta de sensibilidade profunda. Também conhecida por marcha talonante, pois o paciente bate o tálus no chão ao caminhar; A nomina marcha tabética existe devido a Tabes dorsalis, uma manifestação da sífilis terciária em que o Treponema pallidum se aloja no cordão posterior na coluna espinhal onde passam os fascículos grácil e cuneiforme, que levam as informações de propriocepção da periferia para o cérebro. O problema não será na propriocepção em si, mas na transmissão de informações. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 5 Marcha parkinsoniana Marcha em pequenos passos; Virada em bloco; Camptocormia: postura inclinada para frente; Festinação: aceleração dos passos na tentativa de se manter equilibrado; Freezing: congelamento antes de iniciar o movimento. Dificuldade de mudar posição ou iniciar o movimento. Requer esforço mental para dar o primeiro passo. Síndrome piramidal ou do primeiro neurônio motor Lesões que afetam o trato piramidal; Hemiparesia; Espasticidade; Postura de Wernicke Mann; Reflexos grau 4; Clônus inesgotável; Sinal de Babinski positivo: extensão do hálux. Marcha em tesoura: Movimento de semilua em ambas as penas, pois a paresia é bilateral; Pode ocorrer por lesão do 1° neurônio motor (corno anterior da medula). COORDENAÇÃO MOTORA E EQUILÍBRIO Elementos Cerebelo principal órgão na coordenação motora; Problemas na coordenação motora causados pelo cerebelo são facilmente identificados. Força muscular; Tônus muscular pessoas com musculatura hipotônica (flácida) não conseguem ficar em pé; Labirinto integridade do sistema vestibular; Propriocepção consciência corporal, faz parte da sensibilidade profunda. É o segundo ponto principal na coordenação motora; Problemas na coordenação motora causados pela alteração da propriocepção podem não ser tão facilmente identificados. Necessário fazer a prova de marcha com os olhos fechados. A retirada do recurso da visão evidencia problemas de propriocepção. Visão. AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO Equilíbrio dinâmico: avaliação da marcha; Equilíbrio estático Sinal de Romberg Semiotécnica: Paciente em pé; Pés juntos e braços próximos ao corpo; Postura ereta; Olhos fechados; Queda em qualquer direção. Avaliação: Avalia problemas de propriocepção; Paciente com os olhos abertos encontra-se equilibrado. Ao fechar os olhos perde o equilíbrio e cai em qualquer direção. Evidencia falha na propriocepção. Sinal de Romberg estereotipado Avaliação: Avalia problemas no labirinto sistema vestibular; ao fechar os olhos o paciente cai sempre para o mesmo lado cai sempre para o lado do labirinto que estiver doente. COORDENAÇÃO Características A coordenação depende da propriocepção (sensibilidade profunda) e do cerebelo; Ataxia: falta de coordenação; identificar se causa é cerebelar ou propriocepção. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 6 AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO Observação: Se o problema for cerebelar o Sinal de Romberg não se alterará, pois ao fechar os olhos nos avaliamos somente a propriocepção. Se o paciente tiver uma falha cerebelar muito grave é possível que ele nem consiga ficar em pé (astasia). Termos: Astasia: dificuldade de se manter em pé. Coordenação estática: sinal de Romberg; Coordenação dinâmica Prova índex-nariz Pedir para o paciente abrir os braços e colocar a ponta do dedo na ponta do nariz, alternadamente com os dois braços, repetidas vezes; fazer inicialmente com os olhos abertos e depois com os olhos fechados; Problema cerebelar Dismetria paciente erra o alvo do lado lesado, o outro permanece normal; Decomposição do movimento perda da fluidez do movimento na tentativa de acertar o alvo. Problema na propriocepção De olho aberto o paciente vai relativamente bem; Ao fechar os olhos há dismetria ou decomposição do movimento. Prova calcanhar-joelho Corresponde ao índex-nariz nos membros inferiores; mesma finalidade; pedir para o paciente colocar o calcanhar de uma perna no joelho da outra e descer e subir deslizando; pode ocorrer dismetria (erro do alvo) ou decomposição do movimento. Prova dos movimentos alternados ou disdiadococinesia Duas formas possíveis: Pedir para o paciente bater a palma e o dorso das mãos, alternadamente, na coxa; deixar uma das mãos em repouso sob a coxa e com a outra realizar os movimentos alternados de bater a palma e o dorso da mão na coxa. Fazer de um lado e depois do outro. Problema cerebelar (ex: tumor no hemisfério cerebelar direito Paciente perde ritmo/cadência; Paciente perde velocidade lentificação do movimento na tentativa de acertar). Pode avaliar propriocepção se pedirmos ao paciente que faça o mesmo movimento com os olhos fechados. Prova do rechaço Avalia a capacidade de frear o movimento; pedir o paciente para fazer flexão do antebraço, enquanto o examinador faz força contra resistência, puxando o antebraço para extensão e soltando de uma vez. Avaliar se o paciente freou o movimento, normal, ou se não freou, braço rechaça no tórax indicando que o paciente é hipotônico; avalia mais o cerebelo, que mantém o tônus mais adequado; Paciente com lesão cerebelar fica mais hipotônico. Provas gráficas: Ligar duas linhas Normal: fazer traço reto; Problema cerebelar Observação: As vias cerebelares cruzam duas vezes, logo, se houver um tumor crescendo no hemisfério cerebelar direito os problemas de coordenação serão à direita. Observação: Ataxia cerebelar por lesão cerebelar: o paciente erra do lado ipsilateral a lesão com os olhos abertos; Ataxia sensitiva por lesão na propriocepção: paciente erra com as duas mãos, de olhos fechados. Dismetria: começa o traço antes e termina depois do alvo; Decomposição do movimento: paciente vai parando na tentativa de acertar o alvo. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 7 Escrita Macrogafia: a letra de pacientes com lesão cerebelar aumenta; Micrografia: a letra de pacientes com Parkinson diminui. REFLEXOS Características É a parte mais confiável do exame neurológico; Não é possível simular um reflexo; Reflexos são graduados de 0 a 4. Instrumento Martelo de Babinski; Movimento de báscula para percutir; Percurte-se com o peso do martelo, para tanto, pegá-lo pelo cabo. Graduação 0: arreflexia ausência de reflexos- nunca é normal; 1: hiporreflexia ou hipoativo - presença de contração e ausência de movimento; 2: normal - presença de contração e do movimento esperado; 3: hiperreflexia ou hiperativo - reflexo exacerbado, com movimentos amplos, as vezes mesmo quando se usa os dedos no lugar do martelo; 4: patológico - nunca é normal característico da síndrome piramidal; Reflexo policinético: o normal é ter um movimento a cada percussão, nesse caso se tem vários movimentos; Aumento da área reflexógena: mesmo não percutindo na região do reflexo avaliado, haverá reflexo. As vezes a área é tão ampliada, que ao se avaliar o reflexo patelar de uma perna até a outra se mexe. Esse fenômeno é chamado de reflexo cruzado; Clônus inesgotável: ao realizar distensão súbita de um tendão do pé (tendão de Aquiles) ou da mão (tendão do carpo) há ativação de movimentos de músculos agonistas e antagonistas ao mesmo tempo, resultando em movimentos repetidos de flexão e extensão. Chama-se inesgotável, pois enquanto se mantiver o tendão distendido esses movimentos persistem. Isso acontece do lado parético. Tipos Reflexos axiais de face Orbicular dos olhos ou glabelar: V - VII Colocar o dedo na região da glabela; percutir sob o dedo; Reflexo hipoativo, que fatiga muito rápido; espera-se que o paciente inicialmente pisque e depois de 3 – 4 percussões pare de piscar, pelo fatigamento. Se o piscar dos olhos persistir indefinidamente é patológico; Nervo trigêmeo: capta o estímulo; Nervo facial: resposta motora. Orbicular dos lábios: V - VII Pedir para o paciente abrir um pouco a boca; colocar o dedo na região superior dos lábios; percutir sob o dedo; Reflexo hipoativo, que fatiga muito rápido; Observação: Reflexos grau 0 e 4 são sempre anormais; Reflexos grau 1, 2 e 3 são normais desde que sejam simétricos. Espera-se a protrusão dos lábios (“biquinho”) por 1 – 2 vezes, depois há o fatigamento; Nervo trigêmeo: capta o estímulo; Nervo facial: resposta motora. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 8 Mandibular ou mentoniano ou masseterino: V Colocar o dedo na região do mento; percutir sob o dedo; Reflexo hipoativo, que fatiga muito rápido; espera-se que o paciente feche a boca e que haja fatiga do movimento; Nervo trigêmeo: captação do estímulo e resposta motora. Reflexos tendinosos profundos dos MMSS Biciptal: Palpar o tendão do bíceps e percutir sob o dedo; espera-se a flexão do antebraço; Avalia C5 e C6. Triciptal: Palpar o tendão do tríceps e percutir sob o dedo; espera-se a extensão do antebraço; Avalia C6, C7 e C8. Estilorradial: Percutir o processo estiloide do rádio; espera-se flexão do punho; Avalia C5 e C6. Reflexo flexor dos dedos: Percutir na base dos dedos; espera-se flexão dos dedos; Avalia C7, C8 e T1. Reflexo costo-abdominal: Percutir o rebordo costal; espera-se contração ipsilateral dos músculos abdominais, com desvio da cicatriz umbilical para o mesmo lado; em condições normais não está presente, podendo estar presente na hiperreflexia; Avalia T6. Reflexos tendinosos profundos dos MMII Patelar: Percutir na região do tendão patelar; espera-se extensão da perna; Avalia L4. Aquileu: Percutir no tendão de Aquiles, próximo ao calcanhar; espera-se flexão plantar (para baixo); Avalia S1. Reflexos superficiais Cutâneo-plantar: Realizar estímulo cutâneo na sola do pé, iniciando pelo calcanhar e passando pela borda lateral do pé, terminando na base dos dedos, antes do hálux “movimento do C invertido”; espera-se a flexão do hálux; Síndrome piramidal: ao invés de flexão o paciente faz extensão do hálux sinal de Babinski positivo lesão no trato corticoespinal | avaliação do lado parético. Avalia S1. Observações: Bebês: extensão do hálux ao testar o reflexo cutâneo-plantar é normal; Adultos: mesmo que os outros dedos façam flexão, se o hálux fizer extensão, será patológico e sinal de Babinski positivo; não existe sinal de Babinski negativo, se ocorrer flexão fala-se em reflexo cutâneo plantar. Cremastérico: Estimulação cutânea da porção súpero-interna da coxa; espera-se elevação do testículo unilateral pela contração do músculo cremaster; Avalia L1. Cutâneo-abdominais: Estímulo cutâneo da parede abdominal no nível da região epigástrica (reflexos abdominais superiores), umbilical (reflexos abdominais médios) e hipogástrica (reflexos abdominais inferiores); espera-se o desvio da linha alba e da cicatriz umbilical para o lado estimulado; Avalia T6 – T12. Sucedâneos de Babinski (testes que tem o mesmo objetivo do Babinski avaliam lesão no trato corticoespinhal) Gordon: a compressão na panturrilha o paciente faz extensão do hálux; Schaefer: a compressão do tendão de Aquiles o paciente faz extensão do hálux; Oppenheim: ao estímulo cutâneo doloroso do platô tibial o paciente faz extensão do hálux. Reflexos patológicos no adulto Reflexo de preensão palmar (grasping): Coloco o dedo/objeto na mão do paciente e ele automaticamente segura; no bebê isso é normal. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 9 Reflexo de perseguição (grouping): Coloco um objeto no campo visual do paciente e ele persegue até pegar o objeto; também é normal no bebê. FORÇA MUSCULAR A força muscular é classificada em uma escala de 0-5. Gradação da força muscular do Medical Research Counsil: Grau 5: Força normal contra a resistência total Grau 4: A força muscular é reduzida, mas há contração muscular contra a resistência Grau 3: A articulação pode ser movimentada apenas contra gravidade e sem resistência do examinador Grau 2: Há força muscular e movimentação articular somente se a resistência da gravidade é removida Grau 1: Apenas um esboço de movimento é visto ou sentido ou fasciculações são observadas no músculo Grau 0: Nenhum movimento é observado Resumo: 5: força normal, vence toda a resistência; 4: força reduzida, não consegue vencer toda a resistência; 3: só consegue vencer a resistência da gravidade; 2: não vence a gravidade; só há movimento se tirar efeito da gravidade; 1: o músculo contrai, mas não há movimento; 0: ausência de contração plegia. Observações: A partir do grau 4 até o grau 1 se pode falar em paresia, pois há diminuição da força; em pacientes grau 0, fala-se de plegia. Manobras deficitárias – triagem de fraqueza muscular Características: São usadas principalmente na emergência, para saber se o paciente possui alguma redução da força; Provas de triagem, principalmente para pacientes com suspeita de AVC. Tipos: Manobra dos braços estendidos Avaliação dos MMSS; Pede-se para o paciente estender os braços com as mãos em pronação ou supinação e conta se 10 segundos. O movimento de supinação torna a manobra mais difícil, pois exige mais força. Pode ser usado para avaliar a perda de forças mínimas; Paciente parético: braço começa a cair; Paciente plégico: nem consegue erguer os braços; Simulação: braço cai muito reto. Manobra de Mingazzini Avaliação dos MMII; Paciente em decúbito dorsal, com quadril e joelhos fletidos a 90° e conta-se 5 segundos; conta-se por menos tempo, pois é difícil ficar nessa posição, requer força abdominal; O lado fraco tende a cair. Prova da queda do membro inferior em abdução: Para pacientes sem força de elevar o calcanhar da cama; Paciente em decúbito dorsal, com joelhos fletidos e calcanhar apoiado na cama. Segurar os dois joelhos juntos, quando se solta, o lado fraco cai em abdução. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 10 SÍNDROMES MOTORAS DEFICITÁRIAS TERMOS RELACIONADOS A FORÇA: Monoplegia: sem força em um membro só; Monoparesia: redução de força em um membro só; Hemiplegia: sem força em um lado do corpo; Hemiparesia: redução da força de um lado do corpo; Diplegia: sem força nos dois braços; Diparesia: redução da força nos dois braços; Paraplegia: sem força nas duas pernas; Paraparesia: força reduzida nas duas pernas; Tetraplagia ou quadriplegia: sem força nos quatro membros; Tetraparesiaou quadriparesia: redução de força nos quatro membros. TÔNUS MUSCULAR Normal Aumentado: hipertonia Espástica: comum em síndrome piramidal; parece um canivete; Extrapiramidal: comum no Parkinson. O movimento parece uma roda denteada. Diminuído: hipotonia/flacidez Lesão no cerebelo; Lesão do neurônio motor inferior (segundo neurônio motor): Síndrome do neurônio motor inferior: Fraqueza; Grau 0; Hipotonia: característica de sistema nervoso periférico. Lesão na medula. SENSIBILIDADE Superficial: amielinizadas - dor, temperatura e tato. Dor - pegar agulha e comparar direita e esquerda, MMSS e MMII; Tato - testar com algodão e comparar direita e esquerda, MMSS e MMII; Temperatura - objeto quente (acima de 40°) e frio (abaixo de 5°). Profunda: propriocepção, sensibilidade vibratória e tato epicrítico. Propriocepção; Tato epicrítico - estereognosia: habilidade de reconhecer o contorno dos objetos com o tato. Vibração - pode-se testar com o diapasão. Colocar para vibrar e colocar em alguma extremidade óssea. Compara-se a sensibilidade vibratória do paciente com a do examinador, pedindo que ele avise quando a vibração cessar. Se o paciente avisar antes que isso aconteça, há sensibilidade vibratória diminuída. Isso pode ser feito em qualquer extremidade óssea. TERMOS RELACIONADOS À SENSIBILIDADE Anestesia: ausência completa da sensibilidade; Hipoestesia: diminuição da sensibilidade; Parestesia: formigamento; Disestesia: sensação anormal não é dor, formigamento, anestesia ou alodinia; Alodinia: dor por estímulo que não deveria ser doloroso ex: Herpes zoster – pessoas que já tiveram catapora estão infectadas pelo vírus Varicela zoster, que mesmo após a doença, fica incubado em um gânglio sensitivo. Com a queda da imunidade esse vírus pode voltar a se manifestar, como herpes zoster, que atinge um dermátomo só (principalmente região intercostal ou do trigêmeo). É extremamente doloroso, os pacientes têm muita alodinia(estímulos táteis se tornam dolorosos). Apalestesia: ausência da sensibilidade vibratória; Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 11 Hipopalestesia: diminuição da sensibilidade vibratória. SÍNDROMES SENSITIVAS PERIFÉRICAS Polineuropatia em bota e luva Muito comum em diabéticos; Padrão de perda de sensibilidade ascendente; Começam a perder sensibilidade na sola dos pés e vai subindo para o dorso dos pés e tornozelo, progredindo para as pernas até alcançar os joelhos; A partir daí começa a perder nas palmas e dorsos das mãos, punho e braços; Cuidado, não confundir! Palestesia: vibração; Parestesia: formigamento; Paresia: fraqueza muscular. Avaliação: Comparar direita e esquerda, proximal e distal. Atenção: Para perceber esse padrão de perda de sensibilidade é preciso comparar direita e esquerda, proximal e distal; isso é válido tanto para a sensibilidade tátil quanto para a dolorosa. NERVOS CRANIANOS I – Olfatório trato olfatório II – Óptico retina III – Oculomotor IV – Troclear V – Trigêmeo VI – Abducente VII – Facial VIII – Vestibulococlear IX – Glossofaríngeo X – Vago XI – Acessório XII – Hipoglosso NC I – OLFATÓRIO Funções Nervo sensitivo: olfato; Conexões com terminações de nervos relacionados ao paladar. Características Testar apenas se houver queixas; Anosmia: perda do olfato, comumente acompanhada de perda do paladar. Testar cada narina separadamente; pedir ao paciente para ocluir uma narina e depois a outra; normalmente se começa pela narina pela qual se tem a queixa. Uso de substâncias de odor característico que não sejam irritantes; Café fresco, tabaco, cravo e canela podem ser utilizados; O mais importante é identificar e não distinguir o odor. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 12 NC II – ÓPTICO Avaliar: 1. Acuidade visual: Avalia o quanto o paciente enxerga: tabela de Snellen, cartão de Robenbaum, contar dedos, movimento de mãos, percepção de luz ou não; Tabela de Snellen: 6 metros de distância do paciente |acuidade visual: linha em que o paciente consegue ler pelo menos metade das letras. Se o paciente não consegue enxergar nem a letra da primeira linha da tabela, a acuidade visual pode ser avaliada de outras formas, como colocar a mão aberta em frente ao rosto do paciente e pedir para ele contar os dedos. Se o paciente não conseguir, pode-se apenas movimentar os dedos e avaliar se o paciente tem a percepção do movimento. Se nenhuma dessas for possível, avaliar se o paciente percebe a luminosidade do ambiente ou de uma lanterna. Cartão de Robenbaum: 35 cm de distância do paciente. 2. Fundoscopia ou exame de fundo de olho: Exame mais rudimentar, sem dilatação da pupila, com uso de oftalmoscópio simples em empunhadura, lado direito examina olho direito e vice-versa. Objetiva a avaliação da papila, que corresponde à inserção do nervo óptico no globo ocular; avaliar a presença de edema de papila; Normal Bordas delimitadas; Vasos emergem do centro da papila; Pulsação venosa. Alterado Bordas sem nitidez; NERVOS, ORIGEM I e II Não saem do tronco cerebral III, IV, V e VI Mesencéfalo VI, VIII, IX e X Ponte XI e XII Bulbo Não é possível distinguir vasos emergirem do centro da papila; Pulsação venosa não é perceptível; Edema de papila (papiledema): sinal precoce de hipertensão intracraniana, com compressão e dificuldade de drenagem do nervo óptico, que fica edemaciado. Quando isso acontecer é necessário investigar com exame de imagem. Com o passar do tempo, há tendência de atrofiar o nervo óptico. Tumor obstruindo o fluxo liquórico; Meningite estimulando maior produção de líquor; Trombose venosa cerebral obstruindo drenagem de líquor. 3. Campo visual: Método de confrontação: Semiotécnica: Examinador fica em frente ao paciente e pede para ele olhe para um ponto fixo no rosto, como olhos ou ponta do nariz, sem desvio do olhar para a lateral; Examinador, a certa distância, posiciona suas mãos em cada quadrante visual de modo que o paciente consiga enxergá-los com a visão periférica. Examinador tampa o olho direito e o paciente o esquerdo e vice-versa; ocluir para avaliar cada olho separadamente. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 13 Observações: Retina Temporal: externa (rosa); Nasal: interna (amarela). As imagens chegam à retina de forma perpendicular. Campo visual temporal chega perpendicular e penetra na retina nasal e vice-versa. Os estímulos vindos da direita entram nas metades esquerdas da retina, e os vindos da esquerda, nas metades direitas; O que se enxerga do lado esquerdo é interpretado do lado direito do córtex occipital, e o que se enxerga do lado direito, no lado esquerdo do córtex occipital. Portanto, a interpretação no córtex visual é cruzada e feita no lobo occipital. Resultados Campo visual preservado: paciente reconhece as mãos nos quatro quadrantes; Cegueira total do olho direito: pelo A passa todas as fibras do olho direito. Assim, se lesionado, não se enxergará nada desse olho, que não consegue captar imagens. Portanto, há anopsia ou amaurose do olho direito, mas o esquerdo permanece normal; Hemianopsia heterônima bitemporal: quem cruza o quiasma são as retinas nasais dos dois olhos, direito e esquerdo. Como as retinas nasais recebem a imagem do campo visual temporal (externo), se houver lesão no quiasma o campo visual temporal externo é perdido. Lesão no quiasma óptico: perda de visão no campo visual lateral. Hemi = metade; Anopsia = perda da visão; Heterônimas = opostas. Hemianopsia homônima esquerda: AVC no lobo occipital direito – fibras da radiação óptica (fibras amarelas). Compromete campos visuais esquerdos, perde da visão das duas metades do lado esquerdo; Hemianopsia homônima direita: AVC no lobo occipital esquerdo – mesmo raciocínio do anterior – lembrar que compromete os campos visuais do lado contralateral ao lobo afetado. Perda devisão das duas metades do lado direito; Amaurose ou anopsia direita: lesão no nervo óptico direito. O paciente não com o olho no qual o nervo foi lesionado. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 14 4. Reflexo fotomotor: Sinonímia de reflexo pupilar; iluminar a pupila do paciente e observar se há miose pupilar reflexa; avalia a via aferente no nervo óptico (capta a luminosidade) e a via eferente do nervo oculomotor (contração|miose da pupila) através do M. constritor da pupila; Direto e consensual Direto: presença de contração na pupila que está sendo iluminada testa III NC e músculo constritor da pupila; Consensual: avalia-se de um lado, mas do outro também há a presença de contração na pupila que não está sendo iluminada. Achados possíveis: Teste do olho direito Miose nos dois olhos. O olho direito tem reflexo fotomotor direito e o esquerdo consensual. Ausência de miose no olho direito (falha no nervo oculomotor). Miose apenas no olho esquerdo. Ex: reflexo fotomotor direito abolido e reflexo fotomotor preservado no olho esquerdo. Miose no olho direito. Nervo oculomotor do olho esquerdo não funciona, sem miose. Ex: reflexo fotomotor direito preservado e reflexo consensual esquerdo abolido. Nervo óptico direito não funciona. Não há miose em nenhum olho, pois não se capta a luminosidade. Logo, se não há parte aferente também não há a eferente. NC III (OCULOMOTOR) Funções: Miose da pupila inerva músculo constritor da pupila; Elevação da pálpebra inerva músculo elevador da pálpebra; Motricidade ocular extrínseca: junto com o IV e VI par de NC são avaliados juntos. Se falha em algum, diplopia é o 1° sintoma. Paralisia total do nervo oculomotor: Presença de pelo menos três alterações no exame neurológico; Midríase: a pupila do paciente fica dilatada pela ausência de miose; Ptose palpebral: o músculo que eleva a pálpebra não está funcionando; Desvio lateral ocular, dificuldade de movimentar os olhos e diplopia: paciente não faz o movimento conjugado dos dois olhos, não os movimenta conjuntamente, tendo como principal queixa diplopia. Conceitos: Midríase: pupila acima de 6 mm de diâmetro; Miose: pupila baixo de 2 mm de diâmetro. Avaliação da movimentação ocular: Avaliar nervo oculomotor (III), troclear (IV) e abducente (VI); Fazer movimento para pelo menos 6 ou 8 direções: em H ou estrelas de 8 pontas (para cima, para baixo e diagonais); Para cima: músculo reto-superior inervado pelo oculomotor (III); Para baixo: músculo reto-inferior inervado pelo oculomotor (III); Medial: músculo reto-medial inervado pelo oculomotor (III); pedir para o paciente olhar para a ponta do dedo; um olho está olhando para lateral e outro para o meio. Lateral: músculo reto-lateral inervado pelo abducente (VI); Para cima e para fora: músculo oblíquo inferior inervado pelo oculomotor (III); Lesão do nervo leva a desvio para dentro. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 15 Para baixo e para dentro: músculo oblíquo superior inervado pelo troclear (IV); posicionar dedo em baixo do rosto do paciente; Olho contralateral ao dedo precisa se voltar para dentro e para baixo para visualizá-lo; Lesão do nervo resulta em desvio para cima e para fora. Observação: Anisocoria: assimetria das pupilas; Exemplos de lesão no oculomotor: diabetes (permanente) e aneurisma da A. comunicante anterior (irreversível). NC IV – TROCLEAR Função Inerva exclusamente o músculo oblíquo superior: olhar para baixo e para dentro. Paralisia do IV Desvio do globo para cima e para fora. NC VI – ABDUCENTE Função Inerva o músculo reto-lateral: olhar lateral, para fora (cantinho: não sobra branco do olho na lateral). Paralisia do VI: Estrabismo convergente: olho desvia para dentro do lado em que o músculo está paralisado; Processos intracranianos que cursem com o aumento de pressão intracraniana ou edema intracerebral. NC V – TRIGÊMEO Funções Nervo predominantemente sensitivo – avaliar tato, sensibilidade e dor Três ramos: V1: ramo oftálmico inerva região da fronte: base e aletas nasais, córnea, pálpebra superior até a região do vértice; V2: ramo maxilar: maxilar, lábio superior e borda das aletas nasais; V3: ramo mandibular lábio inferior, mento e região anterior ao tragus. Não inerva a região do ângulo da mandíbula. Pequena função motora Inervação dos músculos mastigatórios: Pterigoide lateral; Pterigoide medial; Masseter; Temporal; Milo-hióideos; Parte anterior do M. digástrico. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 16 Lesão causa desvio mandibular para o lado lesado; o lado normal tem força e desvia a mandíbula para lado lesado. Reflexos: Reflexos axiais da face; Orbicular dos olhos; Orbicular dos lábios; Masseterino. Reflexo córneo-palpebral. Sensibilidade superficial da língua: Dor; Tato; Temperatura: café quente é sentido pelo nervo trigêmeo. Testes de sensibilidade da face Tátil: Passar um algodão pelo território de inervação dos três ramos, sempre comparando direita e esquerda e a sensibilidade dos três ramos. Motora: Pede-se para o paciente abrir a boca; A mandíbula desvia para o lado que estiver fraco. Reflexo córneo-palpebral: Tocar a córnea do paciente com algodão geralmente é acompanhada do reflexo de piscamento reflexo. Reflexo mediado por V1. NC VII – FACIAL Funções Mímica facial Nervo predominantemente motor; Avaliação: pedir para o paciente fazer algumas caretas; importante sempre testar movimentos da parte superior e inferior da face. Ajuda a diferenciar paralisia facial periférica e central. Enrugar a testa; Fechar os olhos; Sorrir ou assoviar. Sensibilidade especial: Sensibilidade gustatória dos 2/3 superiores da língua tomar café amargo. Função secretória: Inervação das glândulas salivares. Paralisia facial: Periférica: afeta o nervo facial – testar olhos, face e sorriso. Do lado paralisado o movimento da fronte fica comprometido não consegue elevar a fronte (sem rugas). Do lado paralisado geralmente o olho não fecha; O sulco nasogeniano pouco evidente do lado paralisado: sorriso assimétrico ajuda na identificação do hemisfério afetado. Lado que entorta é o normal. Lado que entortou é o lado normal. Central: afeta a área da face no córtex motor (ex: AVC); Movimento da fronte não é comprometido consegue elevar a fronte (ruga dos dois lados); Paciente consegue fechar os olhos praticamente normalmente; O sorriso fica assimétrico tanto na paralisia periférica quanto na central: sulco nasogeniano pouco evidente do lado paralisado. Não se esquecer de pedir para o paciente enrugar a testa, que é o que diferencia a paralisia central da periférica. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 17 NC VIII – VESTÍBULO-COCLEAR Avaliar Função auditiva: parte coclear; Testes de Rinne e Weber diapasão. Teste de Rinne: serve para comparar condução aérea e óssea. Colocar diapasão de 128 Hz para vibrar e encostar na região mastoidea, atrás da orelha do paciente, que deve prestar atenção no som. O médico deve cronometrar por quanto tempo o paciente ouve o som. Logo em seguida, colocar o diapasão para vibrar novamente e aproximar do conduto auditivo. Cronometra-se por quanto tempo ele ouviu o som. Observar qual foi o tempo maior. Geralmente a condução aérea é maior do que a condução óssea, o que é normal. Se CA > CO, tem-se Rinne +. Se CO é maior, tem-se Rinne – (problema não é neurossensorial). Teste de Weber: avalia se o som está simétrico nos dois ouvidos ou se é mais nítido de um lado do que do outro. Colocar o diapasão de 128 Hz para vibrar e tocar em algum ponto da linha média no crânio do paciente (vértex, fronte glabela, nos lábios ou no mento). Pedir para o paciente avaliar se o som está centrado na linha média ou se está se lateralizando para ambos ouvidos igualmente, o teste é normal. Se o som se lateraliza mais de um lado do que de outro, o teste não está normal. Lateralizapara ouvido bom: hipoacusia sensorial no ouvido contralateral; um paciente com perda auditiva neurossensorial unilateral escutará o som mais intensamente na orelha não- afetada, porque a afetada é menos efetiva em absorver o som mesmo que ele esteja sendo transmitido diretamente por condução para o ouvido interno. Lateraliza para ouvido doente: hipoacusia de condução ipsilateral; um paciente com perda auditiva condutiva unilateral deve ouvir o diapasão com mais intensidade do lado da orelha afetada. Isso acontece porque o problema de condução mascara o barulho do ambiente da sala, ao passo que a orelha interna que funciona bem recebe o som através dos ossos do crânio, gerando a percepção do som mais intenso do que o da orelha não afetada. Weber lateraliza para a esquerda Weber lateraliza para a direita Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 18 Quando a condução óssea está maior do que a aérea o problema é condutivo. Algo impede que o som passe pela transmissão aérea. Isso se confirma com o Weber se lateralizando para o lado que a condução óssea está maior. Equilíbrio: parte vestibular; Sinal de Romberg esteriotipado: o paciente, ao fechar os olhos, sempre cai para o mesmo lado (lado do labirinto lesionado) | lesão vestibular. NC IX – GLOSSOFARÍNGEO E X – VAGO Avaliação Geralmente são avaliados juntos; São responsáveis por movimentos harmônicos de deglutição e fala; Disfagia: pode indicar problemas no nervo glossofaríngeo e vago. Inervam hipofaringe e são responsáveis pela sensibilidade gustativa do terço posterior da língua; Avaliação por meio dos reflexos relacionados a estes nervos; Reflexo do vômito: pegar um abaixador de língua e tocar no fundo do palato mole. Avaliar à direita e à esquerda. Geralmente ao se tocar há o reflexo de vômito, o paciente tende a elevar o palato e se sentir nauseado. É uma resposta normal. A ausência do reflexo indica que a função de glossofaríngeo e/ou vago. Reflexo da tosse: diafragma é inervado pelo vago. NC XI – ACESSÓRIO Avaliação Avaliar através dos movimentos de lateralização da cabeça e elevação dos ombros. Pode-se fazer força contra resistência; Lateralização da cabeça: M. esternocleidomastoideo; Elevação dos ombros: M. trapézio. Possui uma porção craniana e uma porção espinhal. NC XII – HIPOGLOSSO Funções Nervo motor: motricidade da língua protui a hemilíngua ipsilateral. Avaliação Pedir ao paciente protuir a língua, isto é, colocá-la para fora; A língua tende a se desviar para o lado lesionado. Lesão Causa paralisia ou paresia da hemilíngua; Quando crônica evolui com atrofia. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 19 ESTADO MENTAL Nível de consciência Quantitativo Escala de coma de Gasglow Abertura ocular: Olho espontaneamente aberto: 4 pontos; Olho fechado: realizar comando verba, se houver abertura 3 pontos; Olho continua fechado: realizar estímulo doloroso. Se o paciente abrir os olhos, 2 pontos, se não, 1 ponto. Compressão esternal com falanges intermediárias; Compressão do leito ungueal; Compressão do ângulo da mandíbula bilateralmente; Compressão do arco supra-orbitário. Resposta verbal: Fazer pelo menos 2 perguntas; “Quantos anos você tem?” “Onde você está?” Sempre considerar a melhor resposta do paciente; Se responder adequadamente, 5 pontos; se não, 4 pontos; Se presença de palavras inapropriadas, principalmente xingamentos, 3 pontos; Se responder com sons incompreensíveis, 2 pontos; Se ausência de resposta verbal, 1 ponto. Resposta motora: Fazer pelo menos 2 comandos motores simples; Fechar e abrir os olhos: prova e contraprova; Mexer os pés direito e esquerdo. Sempre considerar a melhor resposta do paciente; Se houver resposta ao comando, 6 pontos; se não houver resposta ao comando realizar estímulo doloroso; Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 20 Paciente localiza a dor e tenta se livrar do estímulo: 5 pontos; Paciente realiza movimento inespecífico para se livrar do estímulo: 4 pontos; Paciente realiza flexão anormal tônica dos MMSS ou decorticação: 3 pontos; Paciente realiza extensão anormal e tônica dos MMSS ou descerebração: 2 pontos; Paciente sem nenhuma resposta ao estímulo doloroso: 1 ponto. Conteúdo da consciência Qualitativo; Funções cognitivas Orientação: Tempo: “Que dia é hoje?”, “Qual o dia da semana?”, “Em que mês/ano estamos?”, “Quantas horas você acha que são?”; Espaço: “Onde você está? Estado? Cidade? Ambiente?” Auto-orientação: “Qual a sua profissão?”, “Onde você mora?”. MEMÓRIA Classificação qualitativa Memória declarativa ou autobiográfica: fatos diários, capacidade de entender palavras e significados, história pessoal. É expressa pela linguagem. Memória não declarativa ou procedural: memória motora (ex: andar de bicicleta e dirigir carro). Diz respeito ao aprendizado inconsciente. Classificação temporal Memória imediata: dura por segundos; Memória de trabalho: dura de segundos a minutos; Memória de longo prazo: dura de dias a anos. Todas são suscetíveis ao esquecimento. Classificação anatômica Memória declarativa de curta duração: hipocampo; *Descoberto através de estudos no paciente H.M: epilepsia de difícil controle, com crises persistentes mesmo na utilização de 3 anti-epilépticos em dose máxima. Perceberam que o foco da doença no paciente estava no lobo temporal e decidiram realizar cirurgia para ressecção dessa área. Acidentalmente retirou-se o hipocampo junto e H.M passou a ter amnésia grave para memórias de curta duração. A memória declarativa de longa duração permaneceu inalterada, assim como a memória procedural. Exemplo: Alzheimer – inicialmente há perda de memória recente por atrofia do hipocampo. Com o passar do tempo, há atrofia global, inclusive do córtex, resultando também em perda de memória de longa duração. Memória declarativa de longa duração: córtex; *Descoberto a partir do estudo de pacientes que foram submetidos à eletroconvulsoterapia. A ECT é um tratamento para pacientes com depressão grave que não respondem a medicação. Antigamente, quando não se era realizado com sedação, após o procedimento os pacientes começavam a esquecer fatos passados de sua vida. Como a ECT afeta o córtex do paciente, descobriu-se que este está relacionado à memória de longa duração. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 21 Observações: Não existe Gasglow zero, a pontuação mínima é sempre 3; Gasglow 8 é indicativo neurológico de intubação, pois pode haver rebaixamento do estado mental e incapacidade neurológica de manutenção das incursões respiratórias. Memória procedural de curta duração: não completamente esclarecido; Memória procedural de longa duração: cerebelo e núcleos da base. Percepção ou gnosia: capacidade de reconhecimento; Visual: reconhecer um objeto através da visão. falha: agnosia visual; Tátil: reconhecer um objeto com os olhos fechados falha: astereognosia; Faces: reconhecimento de rostos conhecidos. Falha: prosopagnosia: incapacidade de reconhecer faces reconhecidas. Pode identificar por outros sentidos, como pela audição, por exemplo (ouvir a voz da pessoa). Somatognosia: paciente não reconhece partes do próprio corpo, comum acontecer em pacientes com AVC. Em alguns casos os pacientes ficam heminegligentes, isto é, esquecem que metade do corpo existe. Colocam sapato só em um pé, por exemplo. Execução ou praxia Ideativa: dá-se o comando e o paciente tem que imaginar e realizar o comando. Ex: “Faça o sinal da cruz”, “Finja que está cortando um pão”. falha: apraxia ideativa: paciente não consegue realiza o comando, mas consegue imitá-lo; Vestimenta: abotoar a camisa, fechar a fivela do cinto, amarrar o cadarço do sapato. falha: apraxia de vestimenta; Construtiva: desenho geométrico. falha: apraxia construtiva. Apraxia ideomotora: consegue elaborar a ideia do comando, mas nãoconsegue exercê-la. Linguagem e cálculo: fluência verbal, repetição, nomeação, escrita, leitura e compreensão; Definição: capacidade de comunicação; Amnésia Retrógada: dificuldade em recordar eventos anteriores a um insulto neural. Possui duração variável. Anterógrada: dificuldade em estabelecer novas memórias após um insulto neural. Fluência verbal; Capacidade de compreensão; Escrita, leitura e repetição; Nomeação. Distúrbios da fala Existem vários tipos, mas nem todos são neurológicos; Disfonia: alteração do tom da voz (paciente rouco ou fanho). Nas causas neurológicas pode-se citar AVC do tronco encefálico (afeta NC) e não neurológicas, faringite; Dislalia: defeito da articulação da fala de causa não neurológica; Disartria: defeito de articulação da fala por causa neurológica (fala arrastada); Dislexia: dificuldade na leitura ou escrita (letras com semelhança visual ou acústica); Afasia: perda de capacidade já adquirida de linguagem. Afasia Motora ou de Broca Área de Broca: lobo frontal esquerdo do cérebro fluência verbal; Dificuldade de fluência verbal; falam pouco; tem consciência do seu déficit; Compressão pouco prejudicada. Sensitiva ou de Wernicke Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 22 Área de Wernicke: hemisfério cerebral esquerdo compreensão; Dificuldade de compreensão; Pacientes falam abundantemente, mas com erros verbais e gramaticais; costumam repetir a mesma palavra para nomear objetos distintos; Neologias: parafasias fonéticas; não percebem os próprios erros. Mista ou global: Fluência e compreensão alteradas; não conseguem nomear objetos; Leitura e escrita prejudicadas. Funções executivas Raciocínio: interpretar ditados populares, por exemplo; Planejamento; Monitoramento do ambiente. MINI EXAME DO ESTADO MENTAL Conceito Teste de triagem para paciente geralmente idoso com suspeita de demência; Avaliação do conteúdo da consciência cognição; parcialmente ou globalmente Conceitos Gnosia: capacidade de percepção e reconhecimento; Agnosia: dificuldade ou incapacidade de reconhecer objetos ou sons; Praxia: capacidade de execução; Prosopagnosia: incapacidade de reconhecer faces conhecidas. Só aplicar em casos de suspeita de comprometimento cognitivo; Composta de 30 itens, com pontuação máxima de 30 pontos; Demência: declínio da memória associado à outra função cognitiva que traga prejuízo funcional ao paciente. Geralmente se iniciam após os 65 anos. Ex: Alzheimer; Quadros de demência reversível: HIV, neurosífilis e deficiência de B12; Prejuízo funcional: prejuízo as atividades; Atividades básicas: sobrevivência (comer, higiene pessoal, vestimenta, banho). Atividades instrumentais: dirigir, telefone, computador. A demência se inicia com prejuízo as atividades instrumentais e com o passar do tempo progridem para prejuízo atividades básicas; Realizar a cada 6 meses ou 1 ano. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 23 Identificação Nome; Idade; Sexo; Escolaridade muito importante para avaliação do resultado; Data da avaliação. Etapas de avaliação 1. Orientação temporal espacial Orientação temporal: 1 ponto para cada Que dia da semana? Que dia do mês? Qual o mês? Qual o ano? Qual a hora aproximada? tolerância de 30 minutos. Orientação espacial: 1 ponto para cada Qual a cidade? Qual o estado? Qual o local em que estamos? Qual instituição? Qual o bairro? Rua próxima? Região da cidade? Ponto de referência? 2. Registros Memória imediata; Falar 3 palavras ao paciente e pedir para que ele repita: avise que isso acontecerá transformar memória imediata em memória de trabalho (isso demora de 2 -3 minutos). Enquanto isso fazer teste de atenção e cálculo; Ex: vaso, carro e tijolo; para cada palavra correta dar 1 ponto. 3. Atenção e cálculo Sempre dar preferência ao cálculo; 5 contas de -7; iniciar no 100; para cada acerto 1 ponto; Se o paciente errar, retirar o ponto e corrigir para ele dar sequência ao processo; se o paciente não conseguir, dar a opção para o paciente soletrar a palavra “mundo” de trás para frente. Para cada letra na ordem correta, 1 ponto; não precisa fazer os dois, ou um ou outro, mas preferencialmente o cálculo. 4. Evocação (memória de evocação) Quais as três palavras? 1 ponto para cada palavra; Pacientes com cognição normal devem se lembrar de pelo menos 2 palavras. 5. Linguagem: Mostrar dois objetos para o paciente e pedir para ele nomear; isso testa gnosia visual e linguagem duas funções visuais; para cada objeto 1 ponto; 6. Testar repetição: “Nem aqui, nem ali, nem lá”; Pacientes com comprometimento cognitivo geralmente não conseguem repetir a frase em ordem correta; se conseguir, um ponto. 7. Comando verbal em 3 estágios; pegar folha de papel e pedir que o paciente pegue com a mão direita, dobre no meio e coloque na mesa; testa atenção e praxia; se dificuldade cognitiva paciente geralmente dobra várias vezes ao meio e/ou não colocam na mesa; para cada passo 1 ponto. Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 24 8. Comando por escrito: Escrever bem grande: “Feche os olhos” Pedir para o paciente ler e obedecer ao comando; testa capacidade de leitura; se isso acontecer, 1 ponto. 9. Pedir para o paciente escrever uma frase; se o paciente for analfabeto pular esse item; não pode dar exemplo pro paciente; Só explicar o que é frase, porque muitos não sabem; não importa se há erros ortográficos, mas precisa ser frase com sentido; se isso acontecer, 1 ponto. 10. Copiar o desenho; testa praxia construtiva habilidade de construção têmporo-espacial; necessário que sejam 2 pentágonos interpostos; se correto, 1 ponto. Análise de resultados Ao final soma-se a pontuação do paciente e calcula-se de acordo com sua escolaridade; Analfabeto: mínimo de 20 pontos; 1-4 anos de escolaridade: 24 pontos; 4-8 anos de escolaridade: 26 pontos; 9-11 de escolaridade: 28 pontos; > 11 anos escolaridade: 29 pontos. Observação: Sempre testar todo paciente com cefaleia. Tríade: febre, cefaleia e rigidez de nuca. SINAIS MENÍNGEOS Testes Rigidez de nuca: resistência à flexão passiva do pescoço. Com o paciente em decúbito dorsal, pede-se que ele solte o peso da cabeça sobre nossa mão e com ela, realizamos a flexão do pescoço. O paciente com rigidez na nuca não consegue fazer esse movimento. Enquanto testa-se a rigidez já se observa o joelho, que se flexionado, indica sinal de Brudzinski positivo; Sinal de Kernig: elevar a perna flexionada do paciente em decúbito dorsal. Realizar a manobra com uma perna por vez. Quando a perna tiver elevada, tentar estendê-la completamente. Pacientes com meningite não conseguem fazê-lo; Sinal de Brudzinski: flexão do pescoço gera flexão involuntária dos MMII; Lucas Z. Marchesan, T24 FMBM 25 Sinal de Laségue: elevar a perna do paciente em extensão, uma de cada vez. De 30°-70° o paciente sente dor, no caso de meningite. Na ortopedia é sinal de lesão radicular, como hérnia de disco. COMA Tipos Grau I – coma vigil: depressão da consciência, paciente reage aos estímulos, mas paciente está sonolento e com funções vegetativas intactas; Grau II – coma superficial: paciente não reage aos estímulos, tem agitação psicomotora, o controle esfincteriano está abolido (necessita de fralda), com funções vegetativas intactas. Precisa ficar amarrado no leito para não cair; Grau III – coma profundo: todos os reflexos estão abolidos e as funções vegetativas estão alteradas. Precisa de drogas para manter PA, FR, FC e temperatura. Tem reflexos de tronco abolido (pupilar e de tosse); Grau IV – coma depassé (vegetativo): alteração no EEG, sem ondas ativas. Pode significar morte encefálica, mas não é sinônimo, pois é um dos meios de avaliar, não o único. SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA
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