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1.1.1 Abertura do módulo
Neste módulo, vamos retomar nossa discussão sobre Projeto de Vida e o propósito desse componente no âmbito do Programa Inova Educação, além de refletir sobre os desafios dos adolescentes e jovens e da escola no mundo contemporâneo.
O trabalho com o Projeto de Vida atribui sentido e significado ao projeto escolar, em resposta aos desafios advindos do mundo contemporâneo sob o ponto de vista da formação dos jovens. Trabalhar com o Projeto de Vida contribui para transformações pretendidas nos planos social, político, econômico e cultural, porque aposta no sonho, cuida do presente e planeja o futuro.
Organização e objetivos de aprendizagem
Para desenvolver melhor esses conceitos e objetivos, o módulo 1 está organizado pelos temas:
· Projeto de Vida como eixo central na escola.
· Integração Projeto de Vida e outras áreas de conhecimento.
· Como implementar o componente Projeto de Vida.
· Definição de papéis e atribuições.
· Acompanhamento e monitoramento de ações.
O que esperamos que você alcance neste módulo
· Reconhecer que a consolidação de uma nova cultura escolar tem o Projeto de Vida como eixo central da escola.
· Entender a importância de articular o componente curricular Projeto de Vida com as outras áreas de conhecimento e vice-versa.
· Reconhecer que a implementação bem-sucedida do componente Projeto de Vida depende de ações articuladas e alinhadas de toda a equipe da escola, e não apenas do professor de Projeto de Vida.
· Entender a importância do acompanhamento e do monitoramento do desenvolvimento de competências a serem trabalhadas em toda a escola para a realização do projeto de vida dos estudantes.
1.1.2. Nova cultura escolar
O Projeto de Vida reside no coração do projeto escolar. Ele é a centralidade e sua razão de existir. É fruto do foco e da conjugação de todos os esforços da equipe escolar. É nele que o currículo e a prática pedagógica realizam seu sentido na vida do estudante ao longo e ao final da educação básica. Ele deve ser fruto dos diversos aprendizados nas mais distintas áreas de conhecimentos do currículo, que se processa nas várias práticas educativas (in)formais e nos mais variados espaços e tempos escolares. É fruto também da presença pedagógica generosa e afirmativa daqueles que apoiaram a trajetória do estudante nos diversos ambientes em que ele realizou sua passagem – colegas, educadores, familiares.
A proposta de consolidação de uma nova cultura escolar, tendo o Projeto de Vida como eixo central da escola, é pautada em referências importantes para a concepção de educação integral:
· Quatro pilares da educação (UNESCO, 1996).
· Desenvolvimento socioemocional.
· Pedagogia da presença.
· Protagonismo do estudante.
Esses princípios foram abordados no curso de formação básica.
 Princípios para a concepção de educação integral.
Porém, esses princípios e eixos não serão mobilizados na escola ao acaso, sem planejamento e trabalho. Quebrar alguns ciclos já instituídos há séculos pode ser difícil, porém possível!
Hora de refletir!
Que tal iniciar uma chuva de ideias sobre práticas que você já desenvolve e outras que poderia introduzir que contribuam para mobilizar os princípios e eixos do Projeto de Vida na escola?
Lembre-se de atividades em que você estimulou que os estudantes desenvolvessem determinação, uma habilidade socioemocional ou uma proposta em que os convidou para atuarem na resolução de problemas do bairro onde vivem.
Lembre-se de organizar um registro das suas reflexões e considerações do curso no bloco de nota do seu computador.
Compartilhe suas ideias com outros educadores na escola em que você atua e nas redes sociais usando a hashtag #inova_educacao.
1.1.3. Os sonhos
No trabalho com o Projeto de Vida, os estudantes são levados a refletir sobre seus sonhos, suas ambições e aquilo que desejam para as suas vidas e que pessoas pretendem ser. Mas para chegar lá, é fundamental agir sobre os sonhos, ou seja, identificar quais etapas deverão atravessar e o que é preciso mobilizar para alcançar seus objetivos.
Como fazer isso? Como potencializar o sonho dos estudantes na escola?
Para aprofundar um pouco mais essa discussão, propomos um exercício.
· 1Leia e reflita sobre as questões apresentadas nos cards a seguir.
· 2Registre suas respostas.
3Clique em cada card, leia os comentários e compare com as respostas dos seus registros.
Só sonhar basta?
Projetar a vida com base em uma visão que se constrói do próprio futuro é essencial para todo ser humano. As pessoas que constroem uma imagem afirmativa, ampliada e projetada no futuro e atuam sobre ela têm mais possibilidades de realizá-la do que aquelas que meramente sonham e não conseguem projetar de forma nítida o que pretendem fazer em suas vidas nos anos que virão. O que as diferencia é, sobretudo, que aquelas que têm uma visão estão comprometidas, direcionadas, fazendo algo de concreto para levá-las em direção a seus objetivos.
Como ir além dos sonhos a partir das contribuições da escola?
O Projeto de Vida se constrói a partir de alguém que sonha, que tem ambição e que quer realizá-lo.
Para isso, a essa pessoa devem ser providas as condições de uma formação acadêmica de excelência, associada em uma mesma escala de importância a uma sólida formação em valores fundamentais para apoiá-la nas decisões que tomará ao longo da sua trajetória e, igualmente, no desenvolvimento de competências que permitirão a ela transitar e atuar diante dos imensos desafios da vida.
Projeto de Vida é projeto profissional?
Apoiar os estudantes na construção dos seus projetos de vida não significa ajudá-los na definição de uma carreira profissional, mas, antes, definir quem eles querem ser, que valores querem construir e instituir em sua vida como fundamentais, que conhecimentos esperam ter constituído de maneira a ter ampliado e diversificado o seu repertório e que, no conjunto, o apoiarão na tomada de decisões sobre os diversos domínios de suas vidas, ou seja, a vida pessoal, social e a profissional.
Qual desenvolvimento a escola precisa promover?
Desenvolvimento pleno dos estudantes. Para isso, um forte trabalho baseado no desenvolvimento de um conjunto amplo de habilidades, entre elas as de natureza socioemocional, se torna fundamental. A literatura tem mostrado e evidenciado que o que mais importa no desenvolvimento de uma pessoa desde os seus primeiros anos de vida é menos a quantidade de informações que chegam até ela e mais o desenvolvimento de um conjunto de habilidades como autoconhecimento, autocontrole, persistência, determinação, entre outras. Vale aqui não apenas o que se aprende, mas como se aplica o que foi aprendido e de que forma se usufrui.
Que lugar o trabalho com o Projeto de Vida deve ocupar na escola?
É importante pensar que a construção dos Projetos de Vida dos estudantes reside no coração do projeto escolar, na prática pedagógica de todos os educadores, nos processos de gestão e nas expectativas dos adolescentes e jovens estudantes.
1.1.4. Escola como potencializadora de sonhos dos estudantes
Para a construção do Projeto de Vida, o estudante precisa partir de uma situação real que o impulsione a uma participação ativa em sua própria vida. É importante lembrar que esta construção é uma tarefa para toda a vida. O processo de autoconhecimento e tomada de decisão se inicia quando o estudante é instigado a refletir sobre seus sonhos e, sobretudo, quando é levado a ter confiança em si, acreditando que é capaz.
Ao construir seu projeto de vida
O estudante tem a oportunidade de encontrar um papel significativo na sociedade. Para isso, é preciso reafirmar sempre suas condutas positivas para que ele mesmo e os outros acreditem que ele pode e consegue alcançar seus sonhos.
Ao refletir sobre seus objetivos de vida
O estudante vai compreendendo a importância da escola para realizar seus planos. Essa constatação é o início de todo o processo, pois, ao perceber que é por meio de ações presentes que se concretizam os objetivos futuros, o estudante compreende que é possível sonhar, planejar seu futuro e que eleé o ator principal desse processo!
E se tudo indicar que o estudante não tem sonhos?
Então é trabalho da escola levar sonhos aos que não ousam sonhar... Romper o ciclo de que não existem possibilidades para uma parcela significativa da população brasileira não é tarefa fácil, mas possível. No material de apoio você encontrará dicas para trabalhar com estes estudantes.
Como resultado de todo processo educativo, idealiza-se um jovem autônomo, solidário e competente (COSTA, 2001). Nesse sentido, o conjunto dos componentes curriculares e metodologias desenvolvidos na escola não atuam só para desenvolver a excelência acadêmica e, sim, para fortalecer o adolescente e o jovem para que acreditem que são capazes de elaborar e executar seu projeto de vida.
Toda a lógica da escola tem que ser construída e baseada na convicção de que todo estudante é capaz de aprender, todo estudante tem um sonho e a escola tem um papel estruturante para que o sonho se torne realidade! Para tanto, é necessário fortalecer os estudantes na busca da realização de seus sonhos e na construção do seu Projeto de Vida.
Hora de refletir!
Assista ao vídeo Duas garotas, duas vidas.
Esse filme foi exibido pela primeira vez no show de abertura da Copa do Mundo da FIFA em Joanesburgo, África do Sul, em 10 de junho de 2010. O roteiro narra a trajetória de vida de duas meninas, nascidas no mesmo dia, em Joanesburgo. Após assistir o vídeo, convidamos você a refletir sobre alguns dos questionamentos a seguir:
· 1 De que forma a equipe escolar pode contribuir para a construção do projeto de vida dos estudantes?
· 2 Como você imagina que as aulas de Projeto de Vida podem oportunizar e garantir a construção do projeto de vida dos estudantes?
Comentário
O Projeto de Vida é o eixo estruturante da escola e pressupõe um esforço concentrado da equipe escolar para assegurar seu pleno desenvolvimento. Esse esforço de desdobrar-se em diversas atividades presentes em todos os componentes curriculares pressupõe a definição de objetivos, de um plano para alcançá-los e das ações que deverão ser realizadas.
Cada estudante precisa materializar seu Projeto de Vida em um documento escrito a ser constantemente revisado (diário de bordo), tendo um professor responsável pela tarefa de orientá-lo tanto na construção inicial quanto no seu constante aprimoramento.
Para a construção do Projeto de Vida, o estudante precisa partir de uma situação real que o impulsione a uma participação ativa em sua própria vida. É importante lembrar que esta construção é uma tarefa para toda a vida. O processo de autoconhecimento e tomada de decisão se inicia quando o estudante é instigado a refletir sobre seus sonhos e, sobretudo, quando é levado a ter confiança em si, acreditando que é capaz.
1.1.5. O papel do componente Projeto de Vida
Um dos aspectos preocupantes da situação atual da educação está no nível de expectativa que os adolescentes e os jovens têm em relação a si mesmos. Muitos deles percebem que, para ter chances de realizar seus sonhos, precisam desenvolver habilidades e competências que dependem de uma formação adequada. Nesse sentido, a escola tem papel fundamental e o componente Projeto de Vida foi intencionalmente proposto para fazer frente a essa situação.
O Projeto de Vida é um meio de motivar o estudante a fazer bom uso das oportunidades educativas. Aos educadores, cabe a tarefa de apoiar o projeto de vida de seus educandos e garantir a qualidade de suas ações. No entanto, cabe também aos estudantes a corresponsabilidade no seu desenvolvimento, já que são os interessados diretos. O projeto de vida é o foco para o qual devem convergir todas as ações educativas, sendo construído a partir do provimento da excelência acadêmica, da formação para valores e da formação para o mundo produtivo.
Importante!
É fundamental que a equipe escolar incentive o estudante a refletir sobre quem ele é, quem ele gostaria de ser e ajudá-lo a planejar o caminho que precisa seguir para alcançar o que pretende ser. Essa reflexão deve contemplar a articulação entre a singularidade do indivíduo e os diversos contextos em que está inserido, o que dará suporte a ele na realização de suas escolhas.
A aquisição das aprendizagens oferecidas pela escola ao estudante é um elemento fundamental para a construção do projeto de vida, pois possibilita seu desenvolvimento acadêmico e pessoal.
A construção do projeto de vida deve considerar a reflexão sobre sonhos e planos, que é um processo complexo e, por vezes, demorado, que pode ser alterado à medida que os estudantes amadurecem, sendo também um estímulo àqueles que nem ousam sonhar.
A importância de ter um objetivo para realizar o sonho
No contexto atual, constata-se que não basta à escola oferecer boas aulas; é igualmente necessário que haja interesse por parte dos estudantes de participar ativamente do processo de ensino e aprendizagem. Esse interesse recebe um importante reforço quando o adolescente ou o jovem tem um projeto, um objetivo, um desejo direcionado, bem como a consciência de que a realização de seus sonhos depende daquilo que ele pode aprimorar em si mesmo, com o apoio da equipe escolar. Assim, a equipe escolar deve oferecer recursos materiais e pedagógicos para que os estudantes consigam realizar seus projetos de vida, e esses, por sua vez, precisam aprender a buscar nas práticas escolares os meios para essa realização.
A proposta de orientar o estudante no desenvolvimento de seu projeto de vida impacta o ambiente escolar no processo de ensino e aprendizagem que deverá traduzir uma postura inventiva e criativa, na capacidade de enfrentar e resolver problemas e na curiosidade face ao novo, em que é importante que o professor atue como mediador e moderador.
1.1.6. Acolhimento e primeiro rascunho do projeto de vida do estudante
No primeiro dia de aula, os estudantes participam de uma ação intitulada Acolhimento. Nesse momento, os estudantes vivenciam dinâmicas de grupo, nas quais são levados a refletir sobre suas aspirações. Ao final dessa atividade, cada estudante será capaz de escrever um primeiro rascunho do seu projeto de vida, isto é, colocar no papel quais são seus sonhos, bem como o que precisa fazer para que eles se tornem realidade. Isso marca o início de um processo colaborativo entre os educandos e os educadores.
Assim, é fundamental que os educadores incentivem cada educando a sonhar e a fazer o esforço necessário para realizar seus sonhos, bem como apoiá-lo nesse processo. Iniciando o percurso da construção do projeto de vida, os estudantes percebem a relação que as atividades escolares têm com seus sonhos. Dessa forma, o Projeto de Vida sela uma parceria entre cada estudante e a escola, e a concretização de seus anseios passa a ser meta também da escola e de cada membro da equipe escolar.
Para preparar os estudantes e a escola para o acolhimento, haverá formações específicas e aprofundadas no tema. Para começar a pensar mais sobre esse processo, veja como organizar este dia.
Para concluir este tema, é importante destacar três pontos:
1-A fim de projetar o futuro é importante estimular aqueles que não ousam sonhar.
2-É preciso que se ensine a cuidar do sonho. Quando o estudante cria planos de ação para atingir seus sonhos e percebe que na escola ele encontra recursos que aumentam suas chances de chegar lá, o Projeto de Vida se fortalece.
3-Não há como dizer para um estudante o que ele deve ser ou fazer. Mas há como incentivá-lo a refletir sobre “quem ele é” e “quem ele gostaria de ser” e ajudá-lo a planejar o caminho que ele precisa seguir para ser “quem ele pretende ser”.
Esses são elementos importantes que intencionalmente devem movimentar o fazer cotidiano e contribuir com uma nova cultura escolar, na qual as práticas se organizam com base em seus estudantes e permitam ajudá-los a converter intenção em ação.
Resumindo, as bases para a elaboração do projeto de vida são:
· 1Os sonhos como matéria-prima.
· 2A história de vida, as expectativas e as experiências de cada um.
· 3A construção de "quem eu sou" como ponto de partida.· 4Ampliação de repertórios para a tomada de decisões.
 Aquisição de competências e habilidades para:
1. projetar uma visão de si próprio no futuro;
2. definir metas de curto, médio e longo prazo;
3. planejar e criar as condições para realizar a sua visão.
1.1.7. Integração entre Projeto de Vida e outras áreas de conhecimento
Na formação básica, foi iniciada a discussão sobre a importância de articular as áreas de conhecimento do Currículo Paulista com o componente curricular Projeto de Vida e vice-versa.
O convite feito aqui é para aprofundarmos a compreensão de que o trabalho com o Projeto de Vida é uma ação coletiva da escola com papéis bem definidos.
Todas as ações da escola devem se dar, sempre de forma intencional, partindo e voltando para o projeto de vida de seus estudantes. Assim, cria-se uma rede de trocas de saberes e informações sobre quem são os estudantes e como respondem a essa imbricada rede de trabalho.
1.1.8. A importância dos papéis da equipe para desenvolvimento integral de PV
O trabalho com o Projeto de Vida confere e agrega sentido às aprendizagens relacionadas aos componentes das áreas de conhecimento do Currículo Paulista, às Eletivas, à Tecnologia e Inovação e aos produtos do Acolhimento. Há uma relação de complementaridade entre as aprendizagens e sentidos construídos desde o Acolhimento, as aulas de Projeto de Vida e os conhecimentos apreendidos nos demais componentes curriculares. Dessa forma, o desenvolvimento alcançado em cada um dos componentes é articulado e mobilizado de maneira integrada e indissociável em todas as aulas e na vida do estudante como um todo. Os impactos positivos e o sentido percebido nas aulas de Projeto de Vida não devem se restringir a esse componente, mas devem ser irradiados, recebendo insumos e contribuições de outros componentes.
É importante que toda a equipe escolar reflita sobre a seguinte questão:
Com base no infográfico Projeto de Vida e o desenvolvimento pleno, reflita: o que o trabalho com o Projeto de Vida reverbera nos outros componentes do Currículo Paulista e/ou do Programa Inova?
Para que esse movimento aconteça, é fundamental que a equipe tenha seus papéis definidos:
· Quem faz o quê?
· Com quem atuo ou para quem entrego os resultados da minha ação?
· Acompanhamento e monitoramento dessa rede de ações pelos professores, coordenadores pedagógicos, gestores e os próprios estudantes.
· Uso das ATPCs para trocas e construções coletivas.
Assim, é preciso que o gestor escolar atue na perspectiva de acompanhar sua equipe para inspirar os estudantes.
E o professor?
Despertar: Os professores devem instigar o estudante a pensar nos seus sonhos de vida, quais percursos deve trilhar para alcançá-los e, com isso, como se tornará uma pessoa melhor.
Exemplo: O professor pode pedir aos estudantes que identifiquem uma pessoa que admirem muito. Vale ser um profissional da escola, um membro da comunidade, um colega, um familiar ou uma personalidade famosa. Depois, em duplas, os estudantes dividem as razões pelas quais fizeram aquelas escolhas. Nessa conversa, a dupla deve falar de elementos que gostariam de desenvolver em suas vidas – sonhos – inspirados por aquelas figuras.
Conduzir: Os professores devem conduzir os estudantes a refletirem sobre as ações, as etapas que deverão atravessar e sobre os mecanismos necessários para chegar aonde desejam.
EXEMPLO: O professor pode sugerir aos estudantes que definam uma meta que gostariam de atingir em sua vida acadêmica e pessoal ao final de cada mês. Para chegar lá, os estudantes são convidados a listar três ações que devem tomar, com prazos. Ao longo do mês, cada estudante acompanha as ações de um colega e o ajuda a cumprir seus planos.
Jamais desconsiderar: Os professores jamais desconsideram que o FOCO é o estudante, independentemente de suas circunstâncias, tal como ele é, como vive e como se constituiu ao longo de sua vida.
EXEMPLO:O professor pode pedir para que os estudantes tragam fotos de pessoas importantes nas suas vidas e contem um pedaço da sua história em que aquela figura foi relevante e por quê. Dessa forma, professor e colegas ficam conhecendo mais da trajetória de cada um.
O trabalho com o Projeto de Vida existe para apoiar o estudante:
· no reconhecimento da importância da educação ao longo de todas as etapas da vida;
· na tomada de decisões pautadas por valores que promovam atitudes de não indiferença em relação a si próprio, ao outro e ao seu entorno social;
· na organização daquilo que aprende, para que se torne parte do seu repertório.
1.1.9. Como implementar o componente Projeto de Vida
Veja algumas ações que devem ser feitas na escola para que a implementação do componente curricular Projeto de Vida seja bem-sucedida.
Decisões pedagógicas
É importante ter ciência de que o trabalho com Projeto de Vida deve ser uma ação da escola, e não apenas do professor de Projeto de Vida.
O centro das decisões pedagógicas da escola precisa ser o estudante e seu projeto de vida.
Um movimento essencial nessa direção é saber quem são os estudantes da escola.
Os registros da secretaria escolar têm muitas informações sobre seus estudantes, que permitem à equipe escolar começar a conhecê-los melhor:
· De quais escolas vieram?
· Quais são seus resultados acadêmicos: são estáveis ou instáveis? Já reprovaram? Quantas vezes?
· Moram longe ou perto da escola?
Importante!
Esses levantamentos jamais devem ser usados para criar "rótulos" sobre os estudantes. São apenas uma forma de entender mais sobre o perfil daqueles que estudam na unidade escolar e, assim, pautar as suas ações.
Acolhimento
O trabalho com o Projeto de Vida nasce nas oficinas do Acolhimento, em que há momentos de revelação de sonhos, desejos e expectativas (ou de sua ausência).
As oficinas conduzem os estudantes à reflexão sobre seus objetivos e à sistematização de suas metas, cuja continuidade se dará ao longo de sua jornada escolar.
Todo o material do Acolhimento deve ser estudado pela equipe escolar, liderada pela Coordenação Pedagógica. Primordialmente, o trabalho com o varal dos sonhos merece um olhar destacado:
· Quantos sonham?
· Quantos não sonham?
· Com o que sonham?
· Vale lembrar que estes são elementos que dão subsídios para a criação das Eletivas.
DICA!
O coordenador pedagógico deve recolher e organizar todo o material produzido no Acolhimento em pastas, envelopes e saquinhos. Cada estudante deve ter um envelope, por exemplo, e estes devem ser agrupados e organizados por turma. Esse material traz informações preciosas sobre os estudantes de sua escola e será de fundamental importância para a elaboração do perfil deles.
É importante que o estudante saiba que professores e gestores lerão aquilo que ele escreveu. Não se esqueça de deixar esse combinado claro desde o começo das atividades. Caso haja algum estudante que não se sinta confortável ainda para compartilhar seus sonhos, a equipe escolar deve respeitar seu desejo e trabalhar, ao longo do ano, para que ele se sinta seguro para isso. Esse é um sinal, até mesmo, de que o estudante deve ser cuidadosamente acompanhado.
Perfil do estudante
O perfil do estudante une as informações sobre seus sonhos às levantadas pela secretaria escolar. Esse perfil não deve ser visto ou tratado como algo determinante sobre a forma de ser do estudante ou para estigmatizá-lo, mas como ponto de partida para a construção de seu projeto de vida.
O professor de Projeto de Vida deve:
· Alimentar constantemente esse perfil com informações advindas de suas aulas, em diálogo com os estudantes;
· Acompanhar quais competências socioemocionais estão sendo mais mobilizadas e desenvolvidas em cada estudante e quais precisam ser prioritariamente fortalecidas, de modo que todos os professores – orientados pela coordenação pedagógica – possam acompanhar e contribuir no desenvolvimento do estudante;
· Compartilhar em ATPCs e em outras oportunidades informações relevantes do perfil do estudante com outros professores da escola.
DICA!
No Módulo 4 deste curso, você conhecerá um instrumento muito útil que vaiapoiar sua prática pedagógica no sentido de acompanhamento e desenvolvimento socioemocional dos estudantes.
Montar o perfil do estudante é uma atividade fundamental para o trabalho com o Projeto de Vida. Ainda que seja um documento em constante elaboração, auxilia os professores do componente em suas atividades específicas e os demais profissionais da escola num movimento de conhecimento e aproximação dos estudantes, possibilitando foco dedicado nesse trabalho. Por isso, o perfil deve ser de conhecimento de todos os profissionais da escola e usado para alinhar os educadores (todos os que têm interface com o estudante) sobre como agir e atuar com o perfil nos diversos espaços da escola.
Cultura escolar
A cultura escolar deve ser centrada no estudante e ter como objetivo fortalecê-lo em todas as suas dimensões na busca por seu projeto de vida. Assim, a escola provê as condições de uma formação acadêmica de excelência associada a uma sólida formação para a vida e a um conjunto de competências socioemocionais fundamentais para viver neste século.
Para isso, um ambiente em que o estudante se sinta seguro e saiba que pode contar com os profissionais e estudantes ao seu redor se faz essencial. Os grupos de apoio entre pares, em que estudantes se apoiam quando percebem que estão em situações de bullying, por exemplo, podem contribuir para a criação de uma cultura escolar de paz. A clareza de quais membros da equipe gestora podem dar suporte em cada situação de conflito também se faz essencial.
Você viu que é fundamental que todo o trabalho da escola articule todos os fazeres escolares e envolva todos os seus atores, como estudantes, professores, coordenação pedagógica e gestão. Lembre-se de que a família não pode ficar de fora também!
Hora de criar!
Agora, a ideia é que você olhe para suas classes e crie um protótipo para conhecer o perfil dos estudantes e identificar caminhos que a escola pode seguir para contribuir com a realização dos sonhos deles. Lembre-se de que o perfil é um documento sigiloso e deve ser pautado nas reuniões de trabalho para alinhamento de ações e atitudes para com os estudantes.
Vamos aos passos!
· 1Mapeie alguns estudantes para ter uma amostra representativa. Levante informações sobre eles: de que escolas vieram? Quais são seus resultados acadêmicos – sãos estáveis ou instáveis? Já reprovaram? Quantas vezes? Nunca reprovaram? Moram longe ou perto da escola?
· 2Com base na relação entre o perfil dos estudantes da sua amostra e os princípios do Inova Educação (por exemplo, protagonismo, presença pedagógica), indique caminhos que a escola pode trilhar para contribuir para a realização dos sonhos desses estudantes.
· 3Consolide o mapeamento como um protótipo que poderá ser aplicado em escala pela escola em outro momento.
· 4Compartilhe o protótipo com outros educadores na escola em que você atua.
1.1.10. Alinhamentos da estrutura escolar
Para que efetivamente o trabalho com o Projeto de Vida aconteça na escola, é necessário que as ações de todos se deem de forma alinhada, horizontal e vertical. Isso significa que, considerando o Projeto de Vida, todos da escola combinam sobre “o quê”, “quando”, “por quê” e “como” fazer uma ação ou tomar uma atitude.
Veja que o professor de Projeto de Vida está alinhado com os demais professores da escola: ele não é mais nem menos que nenhum dos outros professores. Todos devem trocar entre si, nas reuniões coletivas (ATPC), informações que levem os estudantes a se movimentarem com base nas competências socioemocionais que foram priorizadas pela escola e também rumo a um fortalecimento da sua aprendizagem. Não se esqueça de que o professor de PV é também professor de outros componentes!
Note que, aqui, o alinhamento é de ação e de atitude.
Você pode, com o apoio do diretor da sua escola, retomar quais são as atribuições de cada um e encontrar os pontos de contato tanto horizontal como verticalmente.
Para o trabalho com o Projeto de Vida, esses alinhamentos são de extrema importância: as informações geradas nas aulas do componente podem alimentar todos na escola e, assim, impactar diretamente no trabalho com os estudantes. Decisões precisam ser tomadas em todos os âmbitos de formação e, para que se alcance o sucesso esperado, todos precisam saber o que “ver e cuidar” com base no lugar que ocupam na dinâmica escolar.
1.1.11. Principais atribuições e alinhamentos do trabalho com PV
Vamos ver como os diferentes atores da escola podem se organizar para acompanhar, por exemplo, o desenvolvimento dos estudantes em algum dos diferentes aspectos trabalhados no Projeto de Vida.
No quadro a seguir, a título de exemplo, a competência socioemocional “empatia” é evidenciada:
	
	Sala de aula
	Sala de leitura
	Pátio
	Refeitório
	Banheiros
	Quem
	Estudante
Professor
Coordenador pedagógico
	Estudante
Professor
Professor de sala de leitura
Coordenador pedagógico
	Estudante
Professor
Coordenador pedagógico
Diretor
Vice-diretor
Agente de organização escolar
Merendeiras
Equipe de serviços gerais
	Estudante
Professor
Coordenador pedagógico
Diretor
Vice-diretor
Agente de organização escolar
Merendeiras
Equipe de serviços gerais
	Estudante
Professor
Coordenador pedagógico
Diretor
Vice-diretor
Agente de organização escolar
Merendeira
Equipe de serviços gerais
	Como
(exemplo)
	O estudante se coloca no lugar do colega numa situação de discordância ou conflito e os colegas em relação a ele.
O professor exerce pedagogia da presença com todos os estudantes e estes reconhecem.
	O estudante não faz marcas no livro considerando que outros o usarão.
	O estudante não provoca conflitos na escola e quando presencia alguma situação de conflito coloca-se na posição de auxiliar na sua solução.
	Quando há incidente de derrubar parte da refeição na mesa ou no chão, o estudante toma a iniciativa de limpar sem ter que ser acionado por um terceiro.
	O estudante cuida do ambiente reconhecendo que é um espaço comum e que será usado por outros
Esse movimento alinhado e vivenciado por todos potencializa o resultado a ser alcançado – nesse caso, que o estudante atue de forma empática. Observe que há um esforço para que todos estejam alinhados e desempenhem suas ações na escola, considerando suas especificidades, ao mesmo tempo em que tenham um objetivo comum de desenvolvimento pleno dos estudantes e reconhecimento do Projeto de Vida como o coração da escola. Vale lembrar que o Projeto de Vida, como mostra o quadro, não acontece apenas na sala de aula ou no tempo reservado para este componente. As diversas habilidades relacionadas ao componente podem se desenvolver a qualquer momento e é preciso estar atento para isso, criando estratégias de acompanhamento.
Agora, considerando algumas das atividades do trabalho com Projeto de Vida, veja suas principais atribuições e alinhamentos:
1. Coordenação pedagógica
	O quê?
	Quando?
	O que entregar?
	Para quem?
	Orientam a secretaria escolar a fazer pesquisa sobre os estudantes.
	No início de cada ano letivo.
	Relatório por turma com informações por estudante como já indicado nesse módulo.
	Todos os professores.
	Recolhem as produções dos alunos ao final do Acolhimento: varal dos sonhos e atividade da escalada.
	No início de cada ano letivo.
	Relatório dos sonhos dos estudantes da unidade escolar.
	Todos os professores.
	Sistematizam as informações coletadas no material oriundo das produções dos estudantes no Acolhimento.
Produzem relatórios do varal dos sonhos e da atividade de escalada consolidando os indicadores e as informações relevantes.
	No início de cada ano letivo.
	Portfólios individuais de estudantes.
	Todos os professores.
	Alinha com os professores de PV e com o diretor as boas práticas e as ações de melhoria para monitoramento das ações.
	Semanalmente.
	Pontos relevantes (boas práticas e pontos de atenção) constatados na relação entre professor e estudante.
	Todos os professores.
	Monitoram o currículo previsto (Currículo Paulista), dado e aprendido de cada disciplina na escola.
	Quinzenalmente e semestralmente.
	Elementos para a tomadade decisão na oferta de excelência acadêmica (para posterior articulação com indicadores e PV).
	Todos os professores.
	Analisam os indicadores dos componentes do Currículo Paulista, sínteses dos resultados das aulas de PV para o período e do movimento dos demais componentes do Programa Inova Educação.
	Semanalmente.
	Relatório com impacto do trabalho com Projeto de Vida dos componentes do Currículo Paulista.
	Todos os professores.
	Alinham com todos os professores as ações previstas, as proposições para a superação dos pontos de atenção.
	Semanalmente.
	Ações previstas, proposições para a superação dos pontos de atenção.
	Todos os professores.
Atenção
A equipe gestora pode identificar quais atores, diretor ou vice, pode assumir essa frente, caso necessário.
2. Professor de Projeto de Vida
	O quê?
	Quando?
	O que entregar?
	Para quem?
	Sistematizam as informações advindas do material do Acolhimento e elaboram o perfil de cada estudante.
	No início de cada ano letivo.
	Portfólios individuais de estudantes.
	Todos os professores.
	Revisam e alimentam o perfil de cada estudante com informações relevantes sobre seu desenvolvimento integral (exemplo: cognitivo, socioemocional, cultural).
	Mensalmente.
	Perfil dos estudantes atualizados.
	Todos os professores.
	Confrontam as informações do portfólio individual dos estudantes com o material (Caderno do Professor e do Estudante) de Projeto de Vida e elaboram o planejamento das aulas (o que será feito, quando, como, meta, indicadores e como monitorar). Cabe lembrar que a coordenação pedagógica apoia essa atividade.
	Semanalmente.
	X
	Todos os professores.
	Iniciam as aulas de PV com base em pontos relevantes (boas práticas e pontos de atenção) que identificam e registram constatados na relação entre professor e estudante.
	Semanalmente.
	X
	Todos os professores.
	Discutem, alinham, compartilham entre si os pontos de atenção e as boas práticas, com a finalidade de propor ações corretivas.
	Semanalmente.
	Pontos relevantes (boas práticas e pontos de atenção) constatados na relação entre professor e estudante.
	Todos os professores.
Observe que todas as atividades precisam ser realizadas, a partir dos esforços de toda a equipe, por meio do Projeto Escolar. Caso contrário, o processo pode ser comprometido. Dessa forma, é a escola que deve prover as condições de uma formação acadêmica de excelência associada a uma sólida formação para a vida e para o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais – não há Projeto de Vida sem excelência acadêmica.
A equipe de educadores deve se envolver com o Projeto de Vida (mesmo que não seja um professor desse componente curricular), de modo que o trabalho ao longo dos anos estimule no estudante a crença no seu potencial e o motive a atribuir sentido à criação do projeto que dá perspectiva ao seu futuro.
Agora é com você!
Os últimos quadros apresentados mostram o início de um processo de sistematização de papéis e responsabilidades dos profissionais da escola. Entretanto, você sabe que além de coordenação pedagógica e professor de Projeto de Vida, os outros atores da escola também têm papéis e responsabilidades no trabalho com Projeto de Vida.
Para dar continuidade à sistematização iniciada nos quadros apresentados anteriormente, escolha um profissional da escola que não tenha sido contemplado no quadro e preencha a nova planilha. Baixe e preencha o quadro abaixo para registrar seus resultados.
1.1.12. Acompanhamento e monitoramento das ações
Dando continuidade ao nosso percurso de aprendizagem sobre como implementar o componente Projeto de Vida, é o momento de apresentar as formas de acompanhamento e monitoramento desse trabalho na escola.
Para que a ação se efetive, é fundamental:
Atuar na definição dos papéis e das atribuições de todos na escola com foco no trabalho articulado entre professores dos demais componentes/professores de Projeto de Vida/equipe gestora.
Alinhar toda a equipe pedagógica para atuar intencionalmente com os três eixos formativos (excelência acadêmica, desenvolvimento das competências socioemocionais e formação para a vida).
Alinhar a equipe para acompanhamento do desenvolvimento das competências a serem trabalhadas em todos os âmbitos da escola.
Que tal saber mais detalhes sobre o processo de acompanhamento e monitoramento nos eixos indicados?
Eixo excelência acadêmica
É importante reforçar que não há Projeto de Vida que se sustente sem excelência acadêmica. É fundamental que todos, inclusive os estudantes, saibam o que se tem para ensinar e aprender em um bimestre/semestre; assim como as formas que serão utilizadas para fazer a avaliação. Essa ação possibilita que os estudantes regulem seu processo de aprendizagem e mobilizem importantes competências socioemocionais.
Apoiada pela coordenação pedagógica, é importante que a equipe escolar defina um instrumento comum que tenha minimamente os conteúdos do Currículo Paulista de todos os componentes que serão trabalhados no período letivo (bimestre ou semestre), semelhante a uma ementa de disciplina no curso superior. Cada professor faz a parte referente ao componente que leciona.
Tenha o cuidado de ajustar a linguagem à idade e ao ano/série dos estudantes!
As formas de avaliação e as referências bibliográficas que sustentam o trabalho dos professores devem ser explicitadas nesse instrumento. Recomenda-se que o instrumento seja apresentado por todos os professores (cada um fala sobre o seu componente), em uma ação orquestrada na escola: na aula inaugural de um período letivo, por exemplo.
Após a apresentação, é importante que o instrumento fique afixado numa parede da classe ao alcance dos olhos e do acompanhamento de todos.
Cada vez que um conteúdo for concluído (ou não), o professor da disciplina deve voltar ao instrumento e dialogar com sua turma no sentido de evidenciarem os motivos que levaram àquele resultado: por que alcançamos (ou não alcançamos) o resultado esperado? A problematização, com base no resultado, trará à tona elementos que evidenciam atitudes e comportamentos a serem consolidados ou melhorados.
Por exemplo, alcançamos porque fomos atentos, participativos, entre outros motivos. A pergunta seguinte deveria ser: como nos manteremos nessa trajetória? O contrário também pode acontecer: por que não alcançamos? Porque houve bagunça, porque fomos faltosos, entre outras possibilidades. A questão não é julgar o resultado, mas aprender com base nele, lembrando que nossas escolhas (comportamentais, inclusive) impactam os resultados alcançados. Assim, o trabalho será discutir, problematizar e construir coletivamente e com corresponsabilidade entre estudantes e professores soluções e estratégias de como vencer os desafios identificados.
O conteúdo a ser trabalhado no bimestre/semestre deve ser monitorado, de forma alinhada, pelos professores nas suas disciplinas e pela coordenação pedagógica na escola, no máximo quinzenalmente, de modo que seja possível interferir e ajustar os processos pedagógicos para que o resultado final de aprendizagem dos estudantes seja o melhor possível.
Cada professor, com a participação protagonista dos estudantes, deve monitorar os conteúdos trabalhados (não é necessário aplicar uma avaliação quinzenalmente). As observações, os trabalhos e as atividades fornecem informações importantes que, de agora em diante, devem ser usadas em favor do movimento do Projeto de Vida dos estudantes via desenvolvimento intencional das competências socioemocionais.
Por exemplo, talvez seja importante mostrar para o estudante que ele venceu sua tolerância à frustração e por isso teve melhor resultado, assim como talvez algum estudante precise trabalhar com sua tolerância à frustração para ter um melhor resultado no próximo período (quinzena). Você e a escola precisarão atrelar todas as ações pedagógicas em torno do Projeto de Vida de seus estudantes.
A tudo isso, deve se somar o monitoramento do desenvolvimento das competências socioemocionais na escola.
Aqui, vale estimular que os estudantes criem agendas ou calendáriospara que também organizem a maneira como vão transitar pelo conteúdo. Tendo visibilidade de quantos temas vão aprender no bimestre, eles conseguem prever como vão priorizar seu tempo, dividir os horários de lazer e de tarefas etc.
Projeto de Vida também tem tudo a ver com organização da vida escolar!
Eixo desenvolvimento intencional de competências socioemocionais
O acompanhamento e o monitoramento do desenvolvimento intencional de competências socioemocionais será realizado em dois âmbitos:
· Geral (a ser realizado pelos diferentes atores da escola, em múltiplos espaços e momentos).
· Específico (realizado pelo professor de Projeto de Vida, como base nas competências socioemocionais definidas para cada ano/série, utilizando um instrumento de avaliação formativa com rubricas).
Como fazer o monitoramento no âmbito geral?
É preciso que todos da escola se envolvam nesse trabalho.
Retome o quadro apresentado anteriormente neste módulo. Com base nesse material, a gestão escolar pode organizar fóruns com estudantes, equipe pedagógica e demais funcionários para juntos definirem como podem monitorar se essas competências estão ou não sendo desenvolvidas. Um exemplo é acompanhar se a escola está gastando menos recurso financeiro com reparos que podem ser evitados pela ação intencional de quem usa a escola. Outro ponto é medir se o possível desperdício com a alimentação diminuiu. Ou, ainda, se o número de brigas e conflitos diminuiu.
Para tanto, recomenda-se que os estudantes sejam mobilizados a produzir cartazes ou outros recursos que deixem evidente e visível na escola que esse trabalho está acontecendo e que é um compromisso de todos.
No âmbito da sala de aula, a coordenação pedagógica pode alinhar com todos os professores como os estudantes podem definir pequenas metas pessoais para o desenvolvimento das competências discutidas. Essas metas podem constar nas suas agendas sobre os conteúdos que aprenderão ao longo do bimestre.
Como fazer o monitoramento no âmbito específico?
Será realizada, no componente curricular Projeto de Vida, uma metodologia de desenvolvimento e acompanhamento das competências socioemocionais, concebida como processo de avaliação formativa. Essa metodologia é fundamentada no diálogo entre professor e estudante, no autoconhecimento, no estabelecimento de objetivos e na tomada de decisão sobre quem se é e quem se quer ser.
É importante ressaltar que o Projeto de Vida deve ser um articulador do projeto pedagógico de educação integral das escolas, com papel de potencializar e irradiar o desenvolvimento intencional de competências socioemocionais articulado ao desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Cabe relembrar que as competências socioemocionais são maleáveis, ou seja, passíveis de serem desenvolvidas por meio de experiências formais e informais de aprendizagem, apesar de se apresentarem como padrões mais ou menos consistentes de pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Eixo formação para a vida
É sobre a aquisição, o fortalecimento e a consolidação de valores e ideais e a capacidade de fazer escolhas de estilos de vida saudáveis, sustentáveis e éticos. É, ainda, sobre enfrentar os desafios do século XXI, o que requer um deliberado esforço para cultivar, desde sempre, a compreensão da importância de o estudante cumprir com suas responsabilidades pessoais e sociais, em diversos contextos:
· Sua escola.
· Sua cidade.
· A sociedade, em maior ou menor escala.
· O prazo, seja ele curto, médio ou longo.
Exemplo
Monitorar a frequência e a pontualidade é um caminho para evidenciar se o estudante cumpre com suas responsabilidades como esperado e apoiá-lo, caso seja necessário corrigir rotas e alinhar posturas.
Cabe à equipe escolar realizar um acompanhamento que não tenha como foco um “julgamento”, mas o desenvolvimento dos indivíduos como estudantes e cidadãos. Sem julgar, é necessário identificar quem se atrasa, por que se atrasa, quando se atrasa (são sempre os mesmos estudantes de uma turma, nas aulas de um mesmo professor?). É fundamental fazer perguntas para entender como o estudante está se desenvolvendo e quais desafios está enfrentando.
Identificar o papel da equipe escolar nessa dinâmica é fundamental para que as responsabilidades inerentes à vida escolar sejam cumpridas e os estudantes sintam-se apoiados e desenvolvam relações de confiança em si e nos educadores. Lembre-se de que o professor precisa ser um exemplo para seus estudantes, seguindo a linha da homologia de processos, de modo que o cumprimento de horários precisa ser acompanhado pela coordenação pedagógica e pela gestão escolar, para que haja coerência no trabalho com os valores na escola.
A formação para a vida fortalece as condições para que o estudante veja valor em si mesmo, em sua vida, nas experiências que configuram sua trajetória, conheça-se mais e melhor, identificando seus interesses e necessidades, bem como caminhos e estratégias para superar as dificuldades e as possíveis frustrações e alicerçar a busca da realização de seus sonhos.
Nesse sentido, quais evidências podem ser trabalhadas como subsídios para que a equipe escolar incentive os estudantes a se fortalecerem e apoiarem seus pares?
Por exemplo, sabemos que bullying, automutilação e até mesmo suicídio são problemas enfrentados pelos estudantes. A escola precisa estar atenta e sensível para observar pontos de atenção nesse sentido e mobilizar estratégias, considerando o protagonismo dos estudantes para mitigar problemas dessa ordem.
O acompanhamento e o desenvolvimento de uma formação para a vida visam possibilitar ajustes que proporcionem aos estudantes atuar num mundo em acelerado processo de mudanças e transformações nos mais variados âmbitos: político, social, econômico, tecnológico etc.
Dessa forma, os produtos do monitoramento do currículo devem ser vistos juntamente com o produto do desenvolvimento das competências socioemocionais na escola e com as evidências do trabalho intencional com a formação para a vida. Esses elementos devem levar à reflexão da equipe escolar e à tomada de ação e atitudes alinhadas de todos com os estudantes:
· Quais comportamentos devem ser elogiados e por quê?
· Quais comportamentos devem ser chamados a determinadas responsabilidades e revisões e por quê?
· Como cada um e todos vão empreender essa ação de forma positiva e propositiva impulsionando o estudante a melhorar suas ações e atitudes?
Essa ação deve ser empreendida pela coordenação pedagógica, alimentada por todos os professores e pelos professores de Projeto de Vida, e deve ser cíclica: quinzenalmente, como indicador de processo de um bimestre/semestre.
Nessa perspectiva, cada bimestre/semestre vai se interligando ao outro por esses pequenos movimentos e, entre estes, as tomadas de decisão alinhadas da equipe impulsionam os estudantes a se manterem firmes na direção de seus projetos de vida.
2.1.1. Abertura do módulo
Olá, educador! Seja bem-vindo ao módulo 2!
Este módulo será dedicado à apresentação dos Organizadores Curriculares do componente Projeto de Vida. Vale lembrar que o ponto de partida para essa construção é a experiência de mais de oito anos do Programa Ensino Integral.
Para começar, é importante que você volte seu olhar para os momentos de vida dos estudantes ao longo da trajetória escolar no Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio.
No módulo 1 da Formação Básica, “Adolescências e Juventudes”, você ouviu depoimentos de adolescentes e jovens acerca de seus interesses, desafios, potencialidades e relatando também como veem a escola em que estudam e a escola que desejam. Aqui, a proposta é retomar a reflexão sobre características e potencialidades dos estudantes paulistas para articular essa visão às diretrizes curriculares do componente Projeto de Vida.
Organização e objetivos de aprendizagem
Para desenvolver melhor esses conceitos e objetivos, o módulo 2 está organizado pelos temas:
· Características e potencialidades dos estudantes paulistas;
· Ideal formativo;
· Organizadores curriculares;
· Percurso formativo por ano/série.
O queesperamos que você alcance neste módulo
· Compreender os organizadores curriculares articulados à ênfase em competências socioemocionais e os motivos da organização.
· Entender o que será discutido ano a ano no componente Projeto de Vida.
· Apresentar como se organiza a progressão em Projeto de Vida.
2.1.2. Processo de escuta
A escuta da rede pública estadual de educação paulista, representada por educadores da Diretoria de Ensino, aconteceu com o objetivo de olhar e conhecer as características marcantes dos estudantes do 6º ano ao 9º ano do Ensino Fundamental e da 1ª à 3ª série do Ensino Médio.
Agora, a proposta é que você realize a mesma atividade, que servirá de norte para as discussões ao longo deste módulo.
Hora de refletir!
Siga o passo a passo e faça anotações no bloco de notas de seu computador. Esses registros serão úteis às formações nos horários de trabalho pedagógico, assim como ao desenvolvimento de suas atividades docentes com suas turmas.
· 1Escolha uma das turmas com as quais você atua.
· 2A partir das questões abaixo, levante as características de seus estudantes:
· Quais os desafios que eles estão vivendo?
· O que eles gostam de fazer?
· Quais os seus potenciais?
· Como percebem a escola?
· 3 Anote suas reflexões no seu bloco de notas.
Como foi fazer esse exercício? Conseguiu responder a todas as questões? Em qual(is) você teve mais facilidade ou dificuldade?
Compartilhe sua experiência com outros educadores na escola em que você atua e nas redes sociais usando a hashtag #inova_educacao.
O trabalho pedagógico que visa ao desenvolvimento integral e progressivo do estudante é viabilizado quando conhecemos as características, as potencialidades e as necessidades deles. O Projeto de Vida, nesse sentido, é o componente que potencializa as ações que você, professor, já realiza, uma vez que lida com a individualidade de cada estudante e da sua relação com a turma.
2.1.3. As três dimensões dos estudantes
Tendo em mente a reflexão feita sobre interesses, desafios e potencialidades dos estudantes, articule essas considerações com as três dimensões dos estudantes, propostas pelo professor Antônio Carlos Gomes da Costa, trabalhadas nas diretrizes curriculares do componente Projeto de Vida.
As atividades de Projeto de Vida são formuladas e estruturadas para atender às três dimensões do indivíduo, nas diferentes fases de sua vida. Tais dimensões, a pessoal, a cidadã e a profissional, embora sejam estudadas separadamente, compõem os aspectos objetivos e subjetivos do ser humano, os quais só podem ser percebidos de forma interligada e inseparável.
Dimensão pessoal
O estudante investiga os fatores que o mobilizam no âmbito individual e na interação com os demais. Além disso, ele se coloca em ação para descobrir e potencializar suas forças, bem como para identificar os desafios de seu processo de amadurecimento e possíveis estratégias a adotar para superá-los.
Dimensão cidadã
A busca é por uma compreensão do comum, das questões envolvidas na convivência e na atuação coletiva. Perceber-se um cidadão, que integra a construção da vida familiar, escolar, comunitária e social, é um movimento essencial nessa dimensão.
Dimensão profissional
Traz uma provocação para que os estudantes dirijam o olhar à sua inserção produtiva. O trabalho, elemento que promove o cruzamento entre a vida pessoal e a vida em sociedade, é objeto de profunda reflexão e compreensão, com vistas a um posicionamento do estudante. O que está em foco é perceber interesses nesse campo, identificar habilidades e conhecimentos que podem “jogar a favor” das aspirações profissionais, abrindo caminho ao planejamento de metas e estratégias nesse campo.
Reflita sobre as seguintes questões:
· Qual é o estudante que você quer formar? Como o estudante paulista deveria encerrar seus estudos ao final da 3ª série do Ensino Médio?
· Como construir o ideal formativo para contribuir com o projeto de vida desse estudante?
· Considerando seus conhecimentos e experiências teórico-práticas na vida docente, o que você acha necessário garantir ao estudante paulista, em termos de formação, no componente curricular Projeto de Vida?
· Se você fosse elaborar um ideal formativo acerca do que o estudante precisa saber, como ele seria, considerando as dimensões de pessoa, cidadão e profissional?
Retome o raciocínio iniciado no módulo 1 deste curso e anote suas reflexões no bloco de notas.
Feito esse exercício reflexivo, compare sua elaboração ao que está proposto nos documentos oficiais: Currículo Paulista e Base Nacional Comum Curricular.
2.1.4. Ideal formativoAgora, veja como o Currículo Paulista define o ideal formativo para os Anos Finais do Ensino Fundamental e a BNCC para o Ensino Médio.
Ensino Fundamental – Anos Finais
“É necessário garantir que, ao final do Ensino Fundamental, o estudante paulista se constitua como cidadão autônomo, capaz de interagir de maneira crítica e solidária, de atuar de maneira consciente e eficaz nas ações que demandam análise criteriosa e na tomada de decisões que impactam o bem comum, de buscar e analisar criticamente diferentes informações e ter plena consciência de que a aprendizagem é demanda para a vida toda.”
(Currículo Paulista, 2019, p. 36).
Ensino Médio
Assegurar que todos os estudantes, ao final do Ensino Médio, possuam repertório pessoal-biográfico, científico, cultural e político para que sejam capazes de estruturar seus projetos de vida de forma sustentável em relação à continuidade dos estudos, ao ingresso qualificado no mundo do trabalho, à orientação para uma vida saudável e feliz, tanto do ponto de vista individual como do ponto de vista comunitário e social. De forma que, ao se reconhecerem como sujeitos históricos, cuja construção identitária deriva de um processo contínuo de interação e participação, respondam às demandas sociais, econômicas, culturais e políticas, próprias da vida em sociedade, de maneira responsável e ética. BNCC (2019)
Mas como garantir a formação do estudante que atenda ao proposto no ideal formativo?
Como construir um percurso de aprendizagem que atenda a esses ideais no componente curricular Projeto de Vida?
É necessário considerar que os estudantes que vivenciam os Anos Finais do Ensino Fundamental são os mesmos que avançam para o Ensino Médio; por essa razão é que os organizadores curriculares foram desenvolvidos de modo a oferecer um percurso formativo que dialogue com as expectativas, com as necessidades e com as fases da vida dos estudantes paulistas para apoiá-los no desenvolvimento das competências previstas na BNCC e no Currículo Paulista. Ademais, tais organizadores curriculares possibilitam o trabalho intencional e focado em competências socioemocionais, na excelência acadêmica e na formação para a vida e para o mundo do trabalho.
2.1.5. As atividades do componente
Nas aulas de Projeto de Vida são trabalhados temas e conteúdos de forma progressiva ao longo dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, respeitando as etapas de desenvolvimento dos estudantes, bem como proporcionando o aprofundamento da aprendizagem. Assim, temos um currículo em espiral.
As atividades do componente Projeto de Vida:
· 1
Estimulam a conexão de temáticas que ajudam os estudantes a se perceberem a partir do contexto contemporâneo, tais como o manejo da convivência, a qualidade de vida e a construção da vida produtiva, com ações de pesquisa, discussão, apropriação e produção de conhecimentos e sentidos sobre tais temáticas.
· 2
Conectam as temáticas ligadas ao desenvolvimento pessoal e a questões sociais, culturais e ambientais contemporâneas na perspectiva da formação cidadã.
Há, ainda, momentos dedicados ao levantamento de metas de desenvolvimento pessoal e ao traçado de estratégias para alcançá-las.
As atividades propostas contemplam uma multiplicidade de aspectos que contribuem para a formação integral dos estudantes: o cognitivo, o afetivo, o físico e o social. Ao longo do ano letivo, a utilização de várias linguagens (escrita, falada, usando tecnologia, por meio de desenhos etc.) emsala de aula e diferentes espaços formativos (pátio, equipamentos públicos etc.) favorece a expressão dos jovens e, assim, permite que eles construam seu projeto de vida a partir de uma base sólida de valores que contribuam para o movimento dos Quatro Quatro Pilares da Educação em diversos aspectos. Sua voz tem de estar presente nas Situações de Aprendizagem, mas é preciso também que o estudante aprimore sua escuta, tornando-a cada vez mais ativa.
Acompanhe outro cenário como exemplo.
Pedagogia da Presença
O diretor de uma escola, conhecedor da realidade de seus estudantes, os esperava todos os dias no portão da escola para o “bom dia”. Antes, porém, a secretaria escolar entregava para o diretor uma lista de quem estava aniversariando no dia. O diretor criava muitas estratégias para a celebração da vida de seus estudantes. Uma delas consistia em entregar um balão/bexiga para o aniversariante, que o amarrava na mochila ou em outro lugar. Enquanto este estudante se movimentava pela escola, os demais sabiam que ele estava aniversariando. Este pequeno, intencional e organizado gesto favorecia que todos pudessem celebrar esse dia potencializando o movimento do Pilar do Ser e do Conviver com maior ênfase, além do exercício da Pedagogia da Presença.
Agora que você já viu o ideal formativo, conheça o quadro dos Organizadores Curriculares do componente Projeto de Vida. Baixe o quadro e, enquanto navega por ele, vá registrando seus estudos, reflexões e aprendizados.
 Organizadores Curriculares
Ênfase em competências socioemocionais
Ao navegar pelos Organizadores Curriculares do componente Projeto de Vida, você deve ter observado que, para cada ano/série, estão elencadas algumas competências socioemocionais a serem desenvolvidas de modo intencional. Agora, você vai ver como se dará esse desenvolvimento.
Na Formação Básica, você teve a oportunidade de conhecer o modelo organizativo de competências socioemocionais, referendado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), fundamentado na Psicologia e que agrupa as habilidades socioemocionais em cinco grandes grupos, comuns à experiência humana, identificados e validados cientificamente por meio de experiências práticas em diversos contextos, localidades e culturas. Vale lembrar que essas competências se conectam com aquelas que constam no Currículo Paulista!
Hora de criar!
Para este exercício, siga o passo a passo e anote em seu bloco de notas:
· 1Pense em um desafio recorrente ao longo de sua trajetória de vida. Elenque ao menos três competências socioemocionais que são úteis para enfrentar esse desafio.
· 2Registre, no seu bloco de notas, as competências elencadas por você e justifique porque você as indicou.
· 3Agora, reflita: essas competências foram intencionalmente desenvolvidas por você na sua trajetória escolar? De que forma? Se não foram, você avalia que deveriam ter sido? Como esse movimento teria contribuído para a superação do seu desafio?
2.1.7. Competências socioemocionais
Você viu na Formação Básica que as cinco macrocompetências socioemocionais foram desdobradas em 17 competências socioemocionais, assim relacionadas:
Clique em cada macrocompetência e veja as competências socioemocionais.
Abertura ao novo
· 1. Curiosidade para aprender;
· 2. Imaginação criativa;
· 3. Interesse artístico.
Amabilidade
· 4. Empatia;
· 5. Respeito;
· 6. Confiança.
Autogestão
· 7. Determinação;
· 8. Organização;
· 9. Foco;
· 10. Persistência;
· 11. Responsabilidade.
Engajamento com os outros
· 12. Iniciativa social;
· 13. Assertividade;
· 14. Entusiasmo.
Resiliência emocional
· 15. Tolerância ao estresse;
· 16. Autoconfiança;
· 17. Tolerância à frustração.
Conteudo dentro de um card
Resiliência emocional
· 15. Tolerância ao estresse;
· 16. Autoconfiança;
· 17. Tolerância à frustração.
Respaldadas por evidências científicas com resultados positivos para a vida do estudante, dentro e fora da escola, essas competências são maleáveis e possíveis de ser desenvolvidas no cotidiano escolar de modo intencional. Por isso, foram identificadas como importantes de ser consideradas e desenvolvidas nas escolas da rede pública estadual de São Paulo, nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
Como promover o desenvolvimento socioemocional no componente curricular Projeto de Vida?
2.1.8. O impacto de competências específicas
O trabalho intencional de apoio ao desenvolvimento socioemocional dos estudantes é mais bem-sucedido quando há foco em competências específicas a cada momento, o que demanda uma ênfase ou priorização de algumas competências a cada período de aprendizagem.
É Há um ordenamento de quais competências devem ser trabalhadas a cada ano?
A ciência mostra que não há uma ordem definida em termos de qual competência deve ser trabalhada – de forma intencional – a cada ano/série.
Considerando essa evidência científica, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo realizou uma pesquisa on-line com os cursistas da Formação Básica, no AVA-EFAPE, para identificar a visão dos professores e gestores, a partir de seus conhecimentos e experiências pedagógicas, sobre quais competências devem ser enfatizadas intencionalmente a cada momento do percurso formativo dos estudantes.
Mais de 100.300 educadores da rede pública estadual de São Paulo participaram desse levantamento, e a discussão sobre a escolha de quais competências socioemocionais serão enfatizadas a cada ano alcançou todos os polos do Estado por meio de ações com supervisores e PCNPs.
P
r2.1.9. Percurso formativo por ano/série
Tendo como base vários espaços de escuta e a construção coletiva da rede (e com o aporte de evidências científicas já mencionado), o Inova Educação propõe uma ênfase nas competências socioemocionais distribuídas entre os Anos Finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano) e do Ensino Médio (da 1ª à 3ª série), de modo que a cada etapa sejam trabalhadas todas as 17 competências do modelo organizativo.
Esse exercício de ênfase em socioemocionais visa a atender à recomendação trazida pelo Currículo Paulista de “que seja enfatizada, em todos os componentes curriculares, a íntima correlação entre as habilidades socioemocionais e as cognitivas.” (Currículo Paulista, 2019, p. 24).
2.1.10. Diretrizes curriculares
Agora que você já tem uma macrovisão de como o componente Projeto de Vida pode ser trabalhado em todos os anos e sabe da importância da ênfase nas competências socioemocionais, clique em cada item para ver mais de perto o que é destacado em cada ano/série nas diretrizes curriculares.
6º ano EF – Eu e o outro
No 6º ano, o percurso formativo do Projeto de Vida se inicia tendo como base o fortalecimento da percepção do estudante sobre si mesmo, assim como na sua capacidade de refletir sobre os sonhos como processo inicial de construção de uma visão acerca de quem ele é. Desse modo, no âmbito da dimensão pessoal, espera-se que o estudante se engaje no processo de autoconhecimento. O percurso formativo contempla ainda a dimensão cidadã, que tem como propósito a qualificação das relações afetivas e sociais que os estudantes estabelecem.
Nesta faixa etária, os estudantes comumente associam a experiência escolar ao desejo de produzir algo, de ser capazes de aprender e de se inserir no grupo social.
Em uma nova etapa de vida, que são os Anos Finais do Ensino Fundamental:
Os estudantes precisam lidar com mudanças como a quantidade de professores que ministram aulas, a interação com diferentes professores especialistas em períodos curtos, a adaptação aos níveis de exigência distintos de cada professor, bem como a organização e didática das aulas, entre outras. Considerando todas essas mudanças, há que se ter o cuidado para que o processo de aprendizagem não seja fragilizado na transição dos Anos Iniciais para os Finais, o que poderia culminar em obstáculos que comprometam a aprendizagem dos estudantes.” (Currículo Paulista, 2019, p. 87)
Tendo como referência os desafios apontados no Currículo Paulista sobre a chegada nos Anos Finais do Ensino Fundamental, opercurso formativo de Projeto de Vida movimenta um conjunto de competências que favorece a organização da vida escolar, oferecendo ao estudante senso de conquista, sentimento de sucesso e pertencimento à nova escola.
O componente Projeto de Vida acolhe e apoia o estudante do 6º ano na mudança de etapa do Ensino Fundamental, no que diz respeito às suas capacidades de:
· se conhecer.
· gerir seus estudos.
· convívio.
7º Ano EF – Eu e meus projetos
Neste ano ocorre a continuidade do processo de autoconhecimento dos estudantes, iniciado no ano anterior. Por isso, o foco na dimensão pessoal permanece. Contudo, a ampliação e o desenvolvimento do domínio pessoal dos estudantes se dão a partir do exercício de fazer escolhas de forma consciente e responsável. Ou seja, na identificação de caminhos para a sua expansão na direção que desejar, ampliando seu repertório de vida, suas ambições, seus desejos para o presente e para o futuro, aprendendo com os seus sucessos e fracassos e se munindo de estratégias para tentar novamente com mais chances de êxito.
No 7º ano, os estudantes compreendem a importância do planejamento de ações e sua execução com foco em um objetivo relacionado a algo prático da sua vida estudantil (por exemplo, melhorar meu aprendizado em determinado componente curricular). Esse conhecimento será necessário para a elaboração de um Plano de Ação do Projeto de Vida no 9º ano. Devido à sua importância, o planejamento de ações é algo que perpassa todo o percurso formativo dos anos subsequentes. Vale destacar que os conteúdos são apresentados de forma progressiva dentro do componente.
O componente Projeto de Vida apoia o estudante do 7º ano no desenvolvimento das capacidades de:
· planejar ações com foco em um objetivo específico.
· se organizar.
8º Ano EF – Eu, nós e o mundo
O percurso formativo do 8º ano é voltado para o desenvolvimento da dimensão cidadã dos estudantes na perspectiva da sua atuação protagonista. Isso porque não tem como conceber uma escola e os desafios na construção dos projetos de vida dos estudantes sem que estes experimentem oportunidades de crescimento pessoal na ampliação da sua relação com os outros e com o mundo. É importante ressaltar que o projeto de vida se constrói quando o estudante acredita no seu potencial, e isso só é possível por meio de uma ação educativa que cria oportunidades para que ele participe de atividades direcionadas à solução de problemas reais, atuando de modo protagonista.
No 8º ano, o percurso formativo de Projeto de Vida insere os estudantes na problematização de questões a ser transformadas em sua escola e/ou comunidade, para que, no segundo semestre, possam planejar uma intervenção. Os estudantes estabelecem novos vínculos de compromisso com aquilo que transcende o seu universo pessoal e passam a se engajar em ações de participação e intervenção cidadã e comunitária, inaugurando um novo espaço de descobertas e experimentação social, um apelo à construção de estilos de vida saudáveis, sustentáveis e éticos.
O componente Projeto de Vida apoia o desenvolvimento do estudante do 8º ano com foco nas capacidades de:
· “aprender a fazer”, desenvolvendo a iniciativa social;
· desenvolver o senso de coletividade.
9º Ano EF – Eu e meu propósito
No 9º ano, o percurso formativo visa a consolidar a dimensão pessoal, articulando-a ao desenvolvimento da dimensão produtiva. Isso porque, ao final do Ensino Fundamental, o estudante é capaz de atribuir sentido às suas ações, ligando-as aos seus próprios pensamentos, sentimentos e experiências com os seus pares. Essa articulação possibilita a formação de um sujeito com grande capacidade de discernimento sobre suas escolhas (que devem ser conscientes e consequentes). Ele também se torna capaz de tomar uma posição, relacionando-se com os outros de modo assertivo e empático.
Neste ano, o foco no desenvolvimento da dimensão produtiva se dá para que o estudante tenha autoconhecimento e repertórios para vislumbrar possibilidades sobre a trajetória que seguirá no Ensino Médio, com vistas a assegurar a continuidade de estudos.
Vale ressaltar que, a partir desta etapa, o estudante tem condições de fazer uma análise crítica acerca das informações que dispõe sobre si mesmo para a organização e o gerenciamento do seu projeto de vida. O estudante também tem a capacidade de articular seu projeto de vida a interesses e possibilidades que criem condições para refletir sobre o novo mundo do trabalho, a partir de comportamento exploratório e de ampliação de repertórios. É neste momento que ele também obtém mais clareza sobre a importância de seguir estudando.
O componente Projeto de Vida apoia e prepara o estudante do 9º ano para a mudança de etapa para o Ensino Médio, desenvolvendo as capacidades de:
· planejar seu projeto de vida;
· articular seu projeto de vida à continuidade de estudos;
· desenvolver um processo de autoconhecimento que fundamente escolhas futuras relacionadas ao mundo do trabalho.
1ª série EM – Quem eu sou e as escolhas que faço
O percurso formativo de Projeto de Vida na 1ª série do Ensino Médio trabalha as dimensões pessoal, cidadã, profissional e acadêmica, criando condições para que o estudante faça escolhas na sua vida na escola para além dela e sobre as suas visões de futuro.
Estatísticas apontam a evasão escolar na 1ª série como grande desafio a ser superado pela escola. Nesse sentido, o Projeto de Vida busca criar condições para que o estudante perceba sentido na escola e nas aprendizagens que ela possibilita, sempre relacionando-as aos seus planos presentes e futuros.
Nesta etapa, entre tantas reflexões e decisões, aquelas sobre qual caminho tomar para a sua formação profissional serão apoiadas pelo planejamento do seu projeto de vida.
O componente Projeto de Vida acolhe e apoia o estudante da 1ª série na chegada ao Ensino Médio, no que diz respeito às capacidades de:
· se conhecer, identificando seus processos de formação e sua relação com a família, escola e comunidade;
· fazer escolhas, tomando decisões com responsabilidade, considerando seu projeto de vida;
· qualificar as relações que estabelece com os outros;
· se abrir a novas experiências intelectuais, culturais e estéticas, aos aprendizados que serão construídos nessas experiências e à diversidade de caminhos para a autorrealização que delas decorrem.
Atenção!
Nesta série, desenvolva atividades práticas com a intenção de que os estudantes tenham os documentos (por exemplo: RG, CPF, título de eleitor, carteira de trabalho etc.) necessários para sua vivência cidadã, que faz parte do Ensino Médio como etapa formativa. Orientar, estimular e checar se os estudantes estão emitindo seus documentos é de fundamental importância para que eles possam seguir na vida acadêmica e no mundo do trabalho.
2ª série EM – Quem eu quero ser e as aprendizagens de que necessito
Tendo chegado até aqui, o estudante tem consciência da sua:
· dimensão pessoal, identificando “quem eu sou” e refletindo sobre “quem eu quero ser”;
· dimensão cidadã, exercitando a convivência, pautada na empatia e no conhecimento de seus direitos, em uma realidade permeada pelas redes e culturas digitais;
· dimensão produtiva, que envolve aprendizagem e desenvolvimento profissional em situações novas e, por vezes, adversas, de um mundo complexo, incerto e em transformação.
Assim, está construindo uma visão de mundo mais ampla e exploratória acerca de possibilidades variadas para viabilizar seu Projeto de Vida e, por isso, pode colocar-se com mais propriedade como sujeito construtor de sua própria aprendizagem.
Na 2ª série, o estudante segue sendo incentivado a observar e reconhecer a importância das áreas de conhecimento e como esses conhecimentos se articulam ao seu projeto de vida. Portanto, o percurso formativo de Projeto de Vida nesta etapa busca trabalhar estratégias e práticas articuladas às necessidades, expectativas e ambições dos estudantes, expressas e alinhadas na construção do plano de ação do seu projeto de vida. É dessa forma que o estudante é provocado, não apenas a refletirsobre suas próprias capacidades, mas a colocar em prática algumas ações que influenciem positivamente o alcance dos resultados que espera.
O componente Projeto de Vida apoia o desenvolvimento do estudante da 2ª série com foco nas capacidades de:
· aprender e fazer escolhas em situações favoráveis ou desfavoráveis, considerando seu projeto de vida e as consequências de suas escolhas e ações;
· se apropriar e mobilizar estratégias para viabilizar a concretização de seu projeto de vida;
· compreender o projeto de vida como um exercício contínuo, que impacta o presente e o futuro.
Atenção!
Nesta série, desenvolva atividades práticas com a intenção de que os estudantes tenham os documentos necessários para sua vivência cidadã, que faz parte do Ensino Médio como etapa formativa. Orientar, estimular e checar se os estudantes estão emitindo seus documentos é de fundamental importância para que eles possam seguir na vida acadêmica e no mundo do trabalho.
3ª série EM – Meu percurso, conquistas e novos desafios
Ao concluir o Ensino Médio, o estudante vive um momento de consolidar algumas aprendizagens e decisões construídas e amadurecidas ao longo da elaboração do seu projeto de vida. É um momento de celebração e apropriação de resultados das aprendizagens da Educação Básica, por meio de dois movimentos:
· autoavaliação;
· reflexão coletiva acerca dos aprendizados e redes construídas, de modo que o estudante se perceba em convivência com os colegas, a comunidade escolar e a família.
Assim, por meio de um percurso formativo que trabalha a autoavaliação do estudante, diante das suas decisões, que agora giram em torno de uma outra perspectiva em termos de maturidade e de expectativa, espera-se que o estudante exerça postura protagonista diante de sua vida, reconhecendo conquistas e se propondo a novos desafios, com mais propriedade, ressignificando o seu papel no mundo.
São retomadas questões referentes aos conflitos para a composição de seus desejos profissionais, de forma a reafirmar seus sonhos e, principalmente, para que o estudante tenha clareza quanto às condições de materializá-los e reduza sua ansiedade ante as demandas por escolhas e tomadas de decisão. Para isso, é estimulado a buscar um conjunto de referências e redes, informações e orientações que deverão auxiliá-lo na consolidação das escolhas do seu projeto de vida. Um ponto importante dessa trajetória diz respeito às contribuições alicerçadas pela escola de que o projeto de vida é tarefa para uma vida toda com vistas à autorrealização; sendo assim, pressupõe engajamento em formação contínua, formal ou informal.
O componente Projeto de Vida apoia e prepara o estudante da 3ª série para a conclusão do Ensino Médio, visando a desenvolver as capacidades de:
· consolidar o planejamento de seu projeto de vida, com vistas à autorrealização pessoal, profissional e cidadã;
· querer se engajar, em formação contínua ao longo da vida, estudando e aprendendo com autonomia;
· amadurecer reflexões baseadas em conhecimentos sobre o mundo do trabalho contemporâneo, que orientem seus interesses de trajetória profissional e formação acadêmica;
· se determinar e ser resiliente em face dos novos desafios.
Atenção!
Nesta série, desenvolva atividades práticas com a intenção de que os estudantes tenham os documentos necessários para sua vivência cidadã, que faz parte do Ensino Médio como etapa formativa. Orientar, estimular e checar se os estudantes estão emitindo seus documentos é de fundamental importância para que eles possam seguir na vida acadêmica e no mundo do trabalho.
3.1.1. Abertura do módulo
Olá, educador, seja bem-vindo ao módulo 3!
Agora que você já conhece as diretrizes curriculares do componente Projeto de Vida, apresentado no módulo 2, é hora de integrá-lo a sua prática docente, explorando os materiais de apoio do componente e as estratégias de gestão de sala de aula e de outros espaços formativos.
Ao longo deste módulo, você terá a oportunidade de relacionar os aprendizados ao que você já faz, como professor, no seu cotidiano de trabalho. Além disso, poderá relacionar o que foi apresentado nos módulos anteriores com o material de apoio de Projeto de Vida.
Organização e objetivos de aprendizagem
Para desenvolver melhor esses conceitos e objetivos, o módulo 3 está organizado nos seguintes temas:
· 1Materiais estruturados;
· 2Gestão e mobilização dos eixos formativos na sala de aula, irradiando-os para toda a escola;
· 3Dicas práticas de gestão da aula: antes, durante e depois.
O que esperamos que você alcance neste módulo
· Conhecer as estratégias de gestão de sala de aula e de outros espaços de aprendizagem;
· Compreender como a gestão e a mobilização dos eixos formativos acontecem na sala de aula e como são irradiados para toda a escola;
· O conhecimento do antes, durante e depois do planejamento no componente Projeto de Vida por meio de dicas práticas de gestão da aula;
· O acesso aos materiais estruturados.
3.1.2. Materiais estruturados
O material de apoio de Projeto de Vida é composto por: Caderno do Professor e Caderno do Estudante. Cada um deles está organizado de maneira progressiva, com um volume por ano/série e divididos por bimestres. Além destes, há outros materiais , como o Diário de Práticas e Vivências e a Agenda do Estudante.
Vamos conhecer melhor cada um desses materiais?
Caderno do Professor
É um suporte didático que contribui para a materialização da educação integral em sala de aula, sendo mais uma oportunidade formativa disponibilizada aos docentes para que possam ampliar seu repertório, alinhado-o às premissas do Currículo Paulista.
O Caderno do Professor é um material de referência que contém atividades e orientações para planejar e mediar as atividades que estão propostas no Caderno do Estudante. As atividades presentes no Caderno do Professor são planejadas de acordo com os objetivos de aprendizagem previstos em determinado período de tempo.
 Quais são os objetivos do Caderno do Professor?
Apoiar os professores do componente Projeto de Vida na gestão de sala de aula e no desenvolvimento das atividades, com foco nos três eixos formativos:
· Formação acadêmica de excelência;
· Desenvolvimento intencional das competências socioemocionais;
· Formação para a vida.
Apresentar caminhos para a prática intencional e sistemática dos princípios:
· Quatro Pilares da Educação;
· Pedagogia da Presença;
· Desenvolvimento Socioemocional;
· Protagonismo do Estudante e das metodologias ativas.
Qual a função do Caderno do Professor no planejamento docente?
O Caderno do Professor é um elemento fundamental para os momentos de planejamento. Ele apoia o planejamento individual (por componente curricular) e as reuniões de planejamento coletivo, por exemplo, a ATPC.
Por meio da leitura e do estudo prévio desse Caderno, o professor poderá:
· Identificar começo, meio e fim da aula – compreendendo as intencionalidades e práticas pedagógicas presentes em cada um desses momentos;
· Estudar e aprofundar sua pesquisa sobre conteúdos específicos abordados em cada aula;
· Buscar referências para complementar as atividades propostas, respeitando sempre as intencionalidades formativas previstas;
· Preparar e organizar materiais, equipamentos e sala de aula.
· Conhecer os objetivos de aprendizagem presentes em cada atividade, compartilhando-os com os estudantes no início da aula e realizando a avaliação da aprendizagem junto aos estudantes.
Como o Caderno do Professor está estruturado?
O Caderno do Professor apresenta:
· Uma introdução que explicita os temas e intencionalidades pedagógicas que serão trabalhados durante o bimestre de cada ano/série;
· Atividades pedagógicas acompanhadas de estratégias de avaliação que retomam os objetivos de cada aula, bem como um instrumento que possibilita a avaliação formativa de competências socioemocionais.
No módulo 4 deste curso, discutiremos mais sobre as estratégias e ferramentas para acompanhamento e avaliação do estudante.
Para cada atividade, há um quadro com:
· Objetivos;
· Competências socioemocionais a ser intencionalmente

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