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2º ano/1º semestre Orientação para Planos de Aulas (OPA) Projeto de Vida Projeção de futuro e desenvolvimento juvenil em várias dimensões Uma parceria entre a SED/SC e o Instituto Ayrton Senna 1 S u m á ri o Introdução p. 2 Por que trabalhar com projetos de vida? p. 3 Metodologias e gestão de encontros p. 6 Cardápio de atividades p. 11 Mapa das atividades p. 16 Uma parceria entre a SED e o Instituto Ayrton Senna 2º ano/1º semestre OPA - Orientação para planos de aulas Projeto de Vida Projeção de futuro e desenvolvimento juvenil em várias dimensões 2 Introdução Caro(a) professor(a), O conjunto de orientações e reflexões que estruturam este material foi elaborado para servir de alicerce à sua ação como mediador dos encontros de Projeto de Vida do 1º semestre do 2º ano. Esse componente curricular tem como objetivo estimular a reflexão dos estudantes acerca de suas trajetórias e, em especial, potencializar a formação para a autonomia, o que, na perspectiva da educação integral, significa prepará-los para fazer escolhas no presente e para o futuro, na escola e na vida. Escolhas apoiadas em quem são (suas identidades e valores) e no que querem ser (seus sonhos e aspirações). As atividades serão desenvolvidas em encontros semanais com os alunos, abordando temáticas diversas, porém sempre conectadas, como a identidade, o cotidiano escolar, a rotina de estudos, o mundo do trabalho e os projetos de vida dos jovens. Para esclarecer as intencionalidades educativas que embasam cada aspecto desse componente curricular e formar a base da sua ação mediadora, esta Orientação para Plano de Aulas (OPA) está organizada em quatro seções: Por que trabalhar com projetos de vida? Seção que explica os eixos orientadores do componente curricular Projeto de Vida, seus princípios e objetivos. Nela, estão explicitados os “porquês” da importância de formar os jovens para a autonomia, assim como o papel da escola e do professor nesse processo. Metodologias e gestão de encontros São apresentadas orientações gerais para sua atuação nas situações educativas do componente curricular, apontando posturas que devem ser adotadas na sala de aula, aspectos relacionais da sua mediação e modos de envolver e mobilizar os estudantes para a concretização de uma atitude protagonista. Cardápio de atividades Dispõe sobre a organização das atividades de Projeto de Vida ao longo do semestre e sobre como os encontros devem ser planejados por você e seus colegas professores. Mapa das atividades Apresentação, resumo e descrição de cada uma das atividades de Projeto de Vida propostas para o semestre. 3 Mediar os encontros durante um semestre certamente será um trabalho desafiador. Compreender e compartilhar as intencionalidades por trás de cada etapa desse percurso – do planejamento das aulas até o último momento avaliativo – é muito importante para que os jovens construam sentido para as ações nas quais estarão engajados. Para isso, é fundamental que sua mediação seja sempre propositiva, embasada e planejada a partir das orientações desta OPA, que se oferece como um guia para que Projeto de Vida seja um componente com potencial transformador para você e para seu grupo de orientandos. Por que trabalhar com projetos de vida? Porque é preciso conectar a escola à juventude. Os altos índices de evasão e baixos índices de aprendizagem no Ensino Médio no Brasil provocam uma reflexão sobre a conexão entre a escola e o mundo juvenil. A falta de sentido dessa etapa da escolaridade é o principal motivo apontado pelos jovens para a desistência dos estudos. Essa “crise de sentido”, em boa parte, provém da falta de articulação entre as identidades e as aspirações juvenis e a escola, que muitas vezes não é percebida como uma parceira efetiva para os estudantes enfrentarem os desafios de suas existências e de seu tempo. O trabalho com projetos de vida se integra à proposta curricular como possibilidade para formar e potencializar a ação de jovens protagonistas, para que estes se sintam corresponsáveis pela sua educação e empoderados na construção dos rumos de suas vidas. Para isso, Projeto de Vida situa os jovens no centro do processo educativo, reconhecendo-os em suas identidades (tendo em vista especificidades as mais variadas, como raça, gênero, orientação sexual, contexto cultural e socioeconômico), singularidades e potencialidades, como sujeitos sociais e de direitos, capazes de serem gestores de sua própria aprendizagem e de seus projetos futuros. Desses aspectos derivam dois grandes objetivos buscados ao se trabalhar os projetos de vida dos alunos como parte do currículo escolar: - oferecer espaço, escuta e mediação do professor para que os jovens reflitam sobre suas experiências na trajetória de estudantes e na relação com os demais, identificando seus aprendizados pessoais, relacionais, cognitivos e produtivos, de modo a atribuírem valor e significado a si mesmos, ao outro e ao conhecimento; - oferecer apoio e ferramentas para que professores e gestores possam influir positivamente no processo de construção da identidade e dos projetos de vida de/pelos seus alunos, exercendo as premissas da presença pedagógica nas aulas de projetos de vida. 4 O q u e é e o q u e n ã o é P ro je to d e V id a ? O que é Projeto de Vida - Conjunto de encontros destinados à criação de situações educativas orientadas e ricas em intencionalidades, que contribuam para a formação de jovens autônomos e protagonistas. - Momento de estímulo à reflexão dos jovens sobre a trajetória escolar e sobre a conexão da experiência estudantil com seus sonhos e projetos para o presente e o futuro. - Constante avaliação da vivência e da rotina de estudos dos jovens, reconhecimento dos desafios que enfrentam e valorização de suas aprendizagens – tanto em Projeto de Vida quanto em outras disciplinas da estrutura curricular. - Exercício de desenvolvimento de um conjunto de competências fundamentais para viver no século 21, como: autoconhecimento, colaboração, abertura para o novo, responsabilidade, comunicação, pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade. - Espaço para instigar os jovens a mapear e problematizar as questões sociais, políticas e culturais do mundo contemporâneo e o modo como elas se relacionam aos seus sonhos e projetos de vida. - Ambiente para reflexão sobre as relações estabelecidas pelos estudantes com outros jovens, com os adultos que os cercam, com o conhecimento e as práticas vivenciados na escola e fora dela. O que não é Projeto de Vida - Espaço destinado a conversas descompromissadas e desorganizadas sobre a vida dos jovens. - Componente desvinculado das demais disciplinas do currículo, da rotina de estudos dos jovens e das questões do mundo contemporâneo. - Espaço para a resolução de todos os desafios e problemas vivenciados pelos estudantes em outras disciplinas. - Momento para realizar um mergulho psicológico no universo interior de cada jovem, de suas angústias e problemas. As atividades de Projeto de Vida são formuladas e estruturadas para atender a três dimensões: pessoal, cidadã e profissional, incluída nesta última a dimensão do jovem como estudante. Por seu caráter complementar na formação dos alunos, tais dimensões devem ser trabalhadas constante e simultaneamente. Assim, na dimensão pessoal, as atividades convidam os jovens a se aproveitar de suas experiências na escola, na família e no tempo livre para que se conheçam melhor, reconheçam suas forças e se apoiem nelas, olhem para o futuro sem medo, identifiquem seus interesses e necessidades, estabeleçam significado às vivências na escola e fora dela, e usem a determinação parasuperar as dificuldades e orientar a busca da realização de seus 5 sonhos. Esse trabalho perpassa, essencialmente, o Ciclo de Desenvolvimento Pessoal demonstrado no esquema a seguir: A dimensão cidadã se constrói como um desafio lançado aos alunos, também por meio de atividades intencionais, para que eles conheçam e compreendam seus direitos e deveres, e, principalmente, reflitam e dialoguem sobre as maneiras que vivenciam o compromisso com o outro e o bem comum. As experiências cotidianas na escola, em especial aquelas que dizem respeito ao convívio e à atuação em times nos projetos e nas aulas, serão focos de significação pelos jovens. Já a dimensão profissional provoca que os alunos reflitam e dialoguem sobre seus interesses em relação à sua inserção no mundo do trabalho, tendo como ponto de partida os conhecimentos, as habilidades e as competências desenvolvidas ao longo de sua trajetória escolar, familiar e comunitária, assim como seus sonhos e aspirações. Trata-se, também, de possibilitar que os alunos avaliem e signifiquem as experiências que tiveram na escola, para que possam projetar os próximos passos de formação e/ou início de atuação profissional. Como forma de abarcar essas três dimensões em diferentes âmbitos do universo de vivências dos jovens, o componente curricular se desenrola ao longo do Ensino Médio a partir dos eixos Identidade, Projeção do Futuro e Mundo do Trabalho, estruturados de acordo com as seguintes propostas e objetivos: 1º ano – Eixo Identidade - Promover oportunidades para que os jovens se reconheçam, tendo em vista suas identidades pessoais, familiares, escolares e comunitárias. Possibilitar que os alunos, ao se conhecerem, apoiem-se em suas forças, como condição prévia para planejar o futuro. Apresentar o currículo e 6 gerar apropriação dos estudos pelos alunos. Orientar os alunos no acompanhamento de sua vivência escolar, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências. 2º ano – Eixo Projeção do Futuro - Promover oportunidades para que os jovens identifiquem seus interesses, sonhos e necessidades, aprendendo a planejar o futuro. Orientar os alunos no acompanhamento de sua vivência escolar, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências. 3º ano - Eixo Mundo do Trabalho - Promover oportunidades para que os jovens conheçam aspectos diversos (características, possibilidades, dilemas etc.) que permeiam o mundo do trabalho e identifiquem, reflitam e dialoguem sobre seus interesses nesse contexto. Orientar os alunos no acompanhamento de sua vivência estudantil, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento de competências para a vida escolar e para o mundo do trabalho. Esses eixos, ainda que fortalecidos em seus respectivos anos, são contemplados em atividades de todos os semestres do Ensino Médio, revelando uma forte conexão entre a identidade, as habilidades, os desejos e planos de futuro que os jovens traçam para si. Metodologias e gestão de encontros Para a formação de jovens protagonistas, é fundamental que as práticas de ensino teçam uma abordagem colaborativa, problematizadora e conectada com a vida dos estudantes, de modo a desenvolver, de forma estruturada e intencional, as competências para o século 21. Para isso, é fundamental que os professores pratiquem, nos encontros de Projeto de Vida, a presença pedagógica, a problematização e o exercício da aprendizagem colaborativa: Presença pedagógica: metodologia que se fia na interação e na colaboração entre professores e estudantes, convocando e auxiliando o estudante em seu processo de desenvolvimento cognitivo e socioemocional; estabelecendo um vínculo de acolhimento, exigência e compromisso, sem perder o foco no conhecimento a ser construído e no desenvolvimento do aluno; utilizando-se de técnicas qualificadas de se fazer próximo do aluno pelo viés da ação educativa, dando atenção, reconhecendo as singularidades identitárias e os potenciais de cada jovem; estimulando a participação e promovendo a escuta atenta e a comunicação clara e respeitosa; envolvendo os estudantes em situações de aprendizagem que exijam responsabilidade e compromisso, ajudando-os a gerirem suas aprendizagens e incentivando-os a crescer. Problematização: trata-se de investir numa postura mediadora que busque despertar e convocar o estudante para participar ativamente da construção do conhecimento, criando desafios e questões para reflexão, em vez de oferecer respostas prontas; 7 aprofundar os conhecimentos a partir do diálogo; lançar os estudantes na estimulante vivência de criar, investigar e resolver problemas. Aprendizagem colaborativa: estímulo à aprendizagem em times (alunos agrupados em duplas, trios, quartetos etc.), ao diálogo constante, potencializando nos jovens a corresponsabilidade para aprenderem juntos, apoiando-se naqueles desafios grandes demais para resolverem sozinhos e desenvolvendo autonomia em relação ao professor, que passa a atuar na mediação do trabalho dos alunos e da sua aprendizagem. Essas metodologias norteiam a gestão dos encontros de Projeto de Vida. Elas se desdobram em várias outras posturas que se mostram importantes para balizar a sua mediação junto ao grupo de orientandos, trazendo à tona o seu jeito de trabalhar, mas dialogando com o material de referência de maneira bem próxima, sem descaracterizar a proposta. Para isso, é preciso se preparar com cuidado para os encontros de orientação, que devem oferecer condições para que essa complexa articulação se faça possível. Para isso, alguns procedimentos são fundamentais: Preparação das aulas com foco na aprendizagem Ao planejar a aula, esteja atento a uma série de cuidados e detalhes que são decisivos à criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento das atividades com foco, autonomia e cooperação. Para auxiliar nesse aspecto, nas atividades desta OPA há quadros que detalham e esclarecem as intencionalidades que embasam as formas de organização da turma, as especificidades metodológicas e o tempo destinado às etapas de todos os encontros. Essas orientações são importantes para o seu planejamento! Organização do espaço da sala para traduzir as intenções educativas O diálogo, o debate e o trabalho colaborativo devem marcar os encontros de Projeto de Vida, e a organização da sala de aula (ou do espaço em que serão realizados os encontros) deve refletir essa escolha metodológica. Por isso, prepare a sala junto com os alunos, organizando as cadeiras e dispondo o mobiliário, os pertences de todos e os materiais necessários às atividades do dia de forma organizada. Lembre-se que um ambiente limpo e arrumado é elemento facilitador de um trabalho com foco e concentração. Já o contrário – um espaço “bagunçado” – é um convite à dispersão. Para a maioria das atividades recomendamos que, na conversa inicial e no “aquecimento” do encontro, a turma se organize em roda. Dessa forma, todos podem se enxergar e a interação é estimulada. Para as outras etapas das atividades, a turma se organiza conforme as indicações da OPA. 8 Acolhida dos encontros e combinados com a turma A primeira meia hora de cada encontro é decisiva para “aquecer” ou “esfriar” os alunos para as atividades propostas. Acolher bem e propor um bom papo faz toda a diferença nesse momento. E um “bom papo”, aqui, vem carregado de intencionalidades educativas: é o momento de reforçar os combinados da turma, dialogar sobre os objetivos de cada atividade e explicitar que atuação se espera deles. Aqui vão algumas dicas: Avaliação em processo: logo no início dos encontros (10 a 30 minutos), todos devem ser convidados a falar de sua vivência na escola, de como está a frequência e a pontualidade nas atividades, bem como a participação e o aproveitamento nas aulas e nas experiências do núcleo. Deveser dado espaço, inclusive, para que os alunos apresentem e discutam seus planos semanais de estudo. À medida que as experiências e dificuldades são relatadas, sugira reflexões (individuais e coletivas), destaque conquistas e desafios e encoraje também as contribuições dos colegas. O essencial, nesse momento de abertura dos encontros, é sempre discutir com os alunos as escolhas que eles têm feito, pois é por meio de uma reflexão própria que eles ganham autonomia para gerir seus estudos, ações e atitudes. Propomos que, em vez de condenar de forma efusiva determinados comportamentos e práticas considerados inadequados, o professor convide o aluno a se envolver no processo, a construir uma crítica própria, avaliando suas ações à luz de seus objetivos de vida. Para que aconteça de forma efetiva, essa construção de sentido tem de ser fundamentalmente do aluno. Lembramos que é necessário empenho – do professor e do estudante – na superação, pelo jovem, da prática da disciplina exterior pela disciplina interior (autonomia, autodeterminação, autodisciplina); Pacto de trabalho: reapresente aos alunos os combinados – estabelecidos, de forma consensual, na primeira atividade do semestre – sobre como atuar individual e coletivamente; Apresentação da proposta de trabalho do dia: exponha de forma clara os objetivos da atividade do dia. Isso é essencial para que os alunos compreendam o sentido e se envolvam com o que está sendo proposto. Dialogar sobre as intenções de cada atividade é um aspecto central a ser observado a cada encontro com os alunos. Acompanhamento da participação dos jovens e da sua mediação A atenção individualizada ao processo educativo de cada aluno é o fundamento da orientação de Projeto de Vida. Portanto, a participação de cada jovem nos encontros é de suma importância. Tal participação deve ser monitorada a cada aula e alguns instrumentos podem auxiliar nessa tarefa, como a lista de 9 presença. Para um monitoramento qualitativo, recomenda-se também realizar anotações com pontos de atenção relacionados tanto a cada um dos jovens quanto à turma, seus aprendizados e crescimentos. Com esses dados em mãos, você terá uma fonte segura para refletir sobre o andamento dos encontros, os principais desafios apresentados pelos jovens e também sobre o seu próprio trabalho de mediação. Para estimular esse exercício constante de monitoramento, ao final de cada atividade proposta na OPA há um quadro intitulado “Avaliação em processo". Nele são apresentadas algumas perguntas que irão contribuir para a avaliação dos encontros: os principais objetivos das atividades foram alcançados? A turma se envolveu no desenvolvimento das ações? Há evidências de que os estudantes conquistaram aprendizagens importantes para sua formação? Você atuou com presença pedagógica e com uma postura problematizadora? Ao final de cada bimestre há também uma atividade de feedback, quando você terá a oportunidade de dar uma devolutiva aos alunos, conversando individualmente com cada estudante sobre o percurso do semestre, apresentando sua avaliação sobre as posturas, aprendizados e competências de cada um. Gestão cuidadosa do tempo e da atenção Cada encontro tem um objetivo claro e um conjunto de ações essenciais à consecução de tal objetivo. Por isso, é importante que, a cada atividade, seja cumprido o ciclo de trabalho proposto. Para que isso seja possível, é necessário que o tempo seja bem utilizado e que a dispersão seja evitada. Você deve criar, com os alunos, uma cultura de respeito aos horários de início e fim das atividades e cuidar para que os tempos de desenvolvimento previstos para cada uma delas sejam respeitados. Evidentemente, ao perceber que determinada atividade demandou mais tempo que o previsto, você pode rever o planejamento e fazer os ajustes necessários para que a qualidade do trabalho seja potencializada. Por isso, é preciso: explicar de forma clara o trajeto a ser percorrido no encontro, destacando os pontos que mereçam mais atenção do grupo de orientandos; informar o tempo previsto para cada atividade e propor um combinado em relação a como será feita a gestão desse tempo (se vai ficar a cargo dele ou de algum aluno, em que momentos e como serão feitos os avisos de que o tempo de cada atividade está se esgotando etc.); e detectar os momentos de dispersão, chamando a atenção para o foco da atividade, sempre que houver situações de falta ou perda de concentração. 10 Contextualização das atividades O aluno precisa perceber que as atividades que vivencia na escola têm sentido em sua vida, compreender que há intensa conexão entre os conhecimentos trabalhados na escola, a realidade social, o mundo do trabalho e sua vida prática – incluindo o caminho a ser trilhado para a concretização de seus objetivos e sonhos. Você tem o papel importantíssimo no processo de dar visibilidade a essa conexão. Sua tarefa é explicar, despertar a curiosidade, problematizar cada experiência relatada ou vivenciada no núcleo, relacionando-a com inquietações, anseios e elementos cotidianos da vida dos jovens. Por isso, você deve ter um cuidado permanente em dar significado às experiências vivenciadas nos encontros, relacionando-as todo o tempo com os interesses e projetos pessoais dos estudantes. Articulação do processo à Matriz de Competências para o Século 21. É necessário que os alunos conheçam e compreendam o significado e a importância, para seu desenvolvimento pessoal, social e profissional, de cada uma das competências que integram tal Matriz. Também é crucial que os jovens percebam de que modo os aprendizados vividos na escola o ajudam a fortalecer tais habilidades e competências. Eles precisam saber, enfim, que um objetivo importante da escola é que desenvolvam essas competências, essenciais para uma vida plena. Também é necessário lembrá-los de que, de tempos em tempos, deverão se perguntar em que medida estão alcançando esse objetivo. Ao longo dos encontros de Projeto de Vida, seja nos momentos de execução ou avaliação das atividades, busque sempre problematizar a temática das competências socioemocionais com os jovens, principalmente no sentido de ajudá-los a reconhecer as competências mobilizadas no percurso de cada ação educativa. No quadro a seguir é apresentada a Matriz de Competências para o Século 21. Matriz de Competências para o Século 21 Responsabilidade - Refere-se à perseverança e eficiência na busca de objetivos, mesmo em situações adversas. - Está relacionada ao quanto as pessoas são organizadas, dedicadas, persistentes, autônomas e determinadas. Pensamento crítico - Analisar ideias e fatos em profundidade, investigando os elementos que os constituem e as conexões entre eles, utilizando conhecimentos prévios e formulando sínteses. - Saber analisar e sintetizar ideias, fatos e situações, assumindo posicionamentos fundamentados. - Mobilizar conhecimentos e estratégias para solucionar problemas da vida e aprender com o processo, aplicando as soluções em outros contextos. 11 Resolução de problemas - Saber identificar um problema, levantar hipóteses, estabelecer relações, gerar alternativas, organizar conhecimentos, arriscar-se a solucioná-lo, sem medo de errar. Abertura para o novo - Disposição para novas experiências (estéticas, culturais e intelectuais) e comportamentos de exploração. - Ter abertura para errar e aprender coisas novas. - Demonstrar atitude curiosa, inventiva e questionadora em relação à vida. Colaboração - Atuar em sinergia e responsabilidade compartilhada, respeitando diferenças e decisões comuns. - Inclui a habilidade de adaptar-se a diferentes situações sociais e a reconhecer-se como parte de um coletivo. - Disposição para contribuir e construir em conjunto, em grupos pequenos e grandes.Comunicação - Compreender e fazer-se compreender em situações diversas, respeitando os valores e atitudes envolvidos nas interações. - Saber ouvir e interagir com o outro. - Utilizar criticamente as habilidades de leitura e de produção textual. Criatividade - Ser capaz de fazer novas conexões a partir de conhecimentos prévios e outros já estruturados, trazendo contribuições de valor para si mesmo e para o mundo. - Propor novas abordagens e buscar novas soluções, gerenciando variáveis aparentemente desconexas. Autoconhecimento - Capacidade de usar o conhecimento de si, a estabilidade emocional e a habilidade de interagir nas tomadas de decisão, especialmente em situações de estresse, críticas ou provocações. - Reconhecimento das suas próprias qualidades, confiança em si mesmo para vencer desafios e capacidade para crescer nessas situações. Por meio dos procedimentos metodológicos e cuidados de gestão da aula apresentados aqui, é possível criar um bom clima de trabalho nos encontros de orientação – marcado, ao mesmo tempo, pelo envolvimento de todos e pela leveza. Leveza que nasce em um ambiente de diálogo aberto e sereno, de mobilização e cooperação a partir de sentidos compartilhados e de objetivos em comum. Cardápio de atividades Tendo dialogado sobre os princípios e metodologias que permeiam o componente curricular Projeto de Vida, é hora de planejar o 1º semestre de encontros da turma do 2º ano. Delinear esse itinerário exige atenção e cuidado, pois é importante que ele seja repleto de sentido, tanto para você e seus colegas professores quanto para os jovens, e também que ele possa ser plenamente realizado. A OPA funciona como um “cardápio de atividades”. Isso significa que este material apresenta uma série de proposições que podem ser desenvolvidas com o seu grupo de orientandos nos encontros de Projeto de Vida. Ao todo, são 21 atividades que, somadas, totalizam 54 tempos. Mas nem todas elas deverão ser realizadas, afinal, não haverá tempo para isso! Como um semestre deste componente curricular tende a comportar de 34 a 44 tempos (pode variar de um ano para o outro ou de uma escola para outra, tendo 12 em vista os acontecimentos cotidianos), é necessário adequar o planejamento e fazer o seu próprio roteiro. Isso significa que o Projeto de Vida de cada escola é singular, elaborado conforme a avaliação dos professores-orientadores. O importante é que todos os professores que orientam Projeto de Vida na sua escola trabalhem, de modo colaborativo, na definição das atividades que serão realizadas no semestre e compartilhem momentos de planejamento. O espaço da reunião pedagógica pode ser importante para que esse planejamento coletivo se efetive. O QUE DEVE SER LEVADO EM CONTA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO DO SEMESTRE? Tempo O primeiro passo é consultar o calendário escolar e quantificar os tempos destinados a Projeto de Vida durante o semestre. Dessa forma, o semestre poderá ser planejado e incluir tanto as atividades “essenciais” quanto as “opcionais”. Eixo As atividades são divididas em dois eixos. As do eixo estruturante são essenciais, por isso, têm o período exato em que devem acontecer já definido. As do eixo elegível, por sua vez, são intercambiáveis e podem ou não integrar o planejamento do semestre. Eixo estruturante: trata-se das atividades fundamentais para a realização de um percurso de Projeto de Vida que atenda a todos os princípios do componente curricular. São atividades essenciais e devem ser contempladas pelo seu planejamento impreterivelmente. As atividades desse eixo versam sobre a escolha do professor orientador, o acompanhamento sistemático da vivência escolar dos jovens e a avaliação final e individual do semestre. Eixo elegível: compreende as atividades que podem ou não integrar o seu planejamento e dos seus colegas professores. Para balizar a escolha da equipe docente, um critério importante é que elas estejam alinhadas à intencionalidade da trajetória proposta por vocês. Etapa do semestre Cada atividade proposta no cardápio é indicada para um “momento” específico do semestre: início, meio ou fim. Essa divisão foi feita tendo em vista a organização por bimestres do calendário escolar, mas o seu planejamento também deve levar em conta alguns aspectos: - A escolha dos orientadores (atividade do eixo estruturante) é feita sempre no início do semestre. O orientador trabalha com os mesmos alunos durante todo o semestre. 13 - Há atividades de avaliação do percurso (também do eixo estruturante) alocadas no meio e no final do semestre. - É indicado que as atividades mais complexas ocorram no meio dos bimestres, para que não coincidam com as semanas de avaliação final das disciplinas ou de fechamento de notas. As semanas de encerramento dos bimestres são o momento ideal para atividades que promovem reflexão de maneira intensiva sobre o cotidiano escolar e a rotina de estudo dos jovens. Adaptação à proposta curricular de Projeto de Vida O planejamento do semestre deve responder aos eixos norteadores de Projeto de Vida (Identidade, Projeção do Futuro e Mundo do Trabalho), de forma que a temática principal do ano seja contemplada. Mas é importante lembrar, também, que esses eixos se interpenetram, sendo importante que estejam contemplados no planejamento do semestre. Além disso, as atividades elencadas devem, em seu conjunto, contemplar as dimensões pessoais, cidadãs e profissionais do universo juvenil, assim como mobilizar variadas competências socioemocionais. Portanto, ter essa diversidade é importante. Disponibilidade de materiais e demais recursos Ao selecionar as atividades, é importante garantir que os materiais básicos à sua realização estarão disponíveis – pode ser papel, canetinhas, computador com projetor, sistema de som, internet e assim por diante. Se julgar que alguma das atividades ficará defasada pela ausência de algum desses materiais, prefira outras em que os objetos estejam disponíveis ou pense em “plano b”, com materiais alternativos para a realização dessas atividades. Alinhamento com outras turmas e com as atividades da escola É importante que você trabalhe de modo alinhado a outros professores que orientam times do 2º ano, de modo que seja adotado um percurso similar junto aos alunos. Mas, se julgarem importante, é possível haver uma ou outra atividade específica, tendo em vista o perfil dos estudantes e seus interesses. Esse arranjo pode funcionar de maneira estratégica, especialmente para aquelas atividades que demandam uma logística mais complexa, como visitas a espaços exteriores à escola. COMO SÃO ESTRUTURADAS AS ATIVIDADES? Cada atividade apresenta o passo a passo de seu desenvolvimento, com indicações detalhadas para fomentar a sua mediação durante os encontros. Elas se iniciam com um quadro que apresenta um resumo, seus objetivos, o modo como a turma se organiza, o eixo e a etapa do semestre à qual a atividade pertence, as competências 14 para o século 21 que ela mobiliza, sua duração prevista e dicas para a sua mediação e para a sua presença pedagógica. Além disso, há outros elementos que compõem a OPA e merecem destaque: Temporização das atividades: Além de detalhadas passo a passo, as atividades são temporizadas, ou seja, é sugerido um tempo para cada uma de suas etapas. 80 minutos é a duração total de cada atividade de dois tempos – isso porque, é importante lembrar, ao início de cada encontro deve ser reservado um tempo para fazer a avaliação em processo dos alunos, conforme indicado na seção “Acolhida dos encontros e combinados com a turma” deste material. Como professor orientador, você tem autonomia para rearranjar os tempos previstos para cada etapa, conforme o decorrer das ações. Mas é sempre importante lembrar que, mesmo após os rearranjos, todas asetapas devem ser vivenciadas, para que os objetivos sejam alcançados. Vale ressaltar também que, excepcionalmente, algumas atividades não são temporizadas, de modo que você e o grupo de orientandos possam tomar as rédeas da gestão do tempo do encontro. Quadros com dicas metodológicas: permeando o passo a passo, há caixas de texto para orientações de mediação ao longo da atividade e para outras informações que mereçam destaque. Quadro “Avaliação em processo”: localizado ao final de cada atividade, apresenta questões para estimular a sua avaliação do desenvolvimento da atividade, tanto no que se refere à atuação dos jovens quanto à sua própria mediação. Anexos: Algumas atividades orientam para a leitura de seus anexos correspondentes. Localizados ao final desta OPA, os anexos são, em sua maioria, textos complementares para fomentar a sua mediação. Há também peças que devem ser impressas ou copiadas à mão em outras folhas para a realização da atividade. Caderno do Estudante: O Caderno do Estudante é um material destinado aos jovens e deve ser entregue a eles logo no início do semestre, um por aluno. O caderno apresenta Fichas que são complementares à OPA e que dispõem textos e orientações que estimulam o desenvolvimento da autonomia dos estudantes durante os encontros. Não deixe de reforçar com os jovens a importância de eles terem sempre em mãos o Caderno do Estudante durante os encontros de Projeto de Vida. Álbum de Cartografia Pessoal: Instrumento que servirá como base de registro para os alunos ao longo dos três anos de Projeto de Vida no Ensino Médio. Esse material será construído e customizado pelos jovens em uma das atividades propostas para o semestre. 15 Seguindo essas orientações, o percurso planejado para os encontros de Projeto de Vida do semestre tem tudo para funcionar com sucesso. Mas não deixe de ter em conta que, apesar de essenciais para a sua mediação, o cardápio de atividades e o seu planejamento devem ser tomados como ferramenta flexível e adaptável, passível de mudanças. Se, em algum momento do itinerário pensado para o semestre você julgar que outras atividades do cardápio podem se adequar melhor às dinâmicas da sua turma de orientandos, ou se os estudantes não estiverem mobilizados pelas atividades escolhidas, o percurso pode e deve ser replanejado, por meio do diálogo com os demais professores e com a equipe gestora da escola, tendo sempre em conta os pontos discutidos aqui. 16 Mapa das Atividades Nome Resumo Duração prevista Página Atividade 1 Escolha do professor orientador Conversa sobre escolhas que fazemos ao longo da vida, diálogo sobre o processo de escolha do professor orientador, com uma reflexão sobre os diversos aspectos a serem considerados em tal escolha. Apresentação de informações sobre o funcionamento do processo de escolha e levantamento, por cada aluno, de três nomes de professores que gostariam de ter como orientadores. 2 aulas p. 19 Atividade 2 Trote Protagonista Recepção da turma e ideação de um trote protagonista para recepcionar e acolher os estudantes do 1º ano do Ensino Médio. 2 aulas p. 22 Atividade 3 Álbum de cartografia pessoal Início da elaboração desse instrumento de registro que será utilizado durante este e o próximo ano. 2 aulas p. 26 Atividade 4 Não posso mais viver sem mim Reflexão e trabalho sobre a autoestima, elemento fundamental à construção de um projeto de vida, que resulta na produção de refrões musicais compostos pelos alunos. 2 aulas p. 30 Atividade 5 Família é Isso Aí! Por outro lado... Debate e jogo sobre a pluralidade de sentidos que a palavra “família” assumiu nos dias atuais, bem como sobre a importância de que o jovem não se prenda a um modelo ideal em sua reflexão sobre a própria família. 2 aulas p. 33 Atividade 6 Aprendendo e Estudando juntos Vivência de estudo conjunto entre os estudantes, incentivando-os a analisar as possibilidades e desafios de se aprender com os colegas. 2 aulas p. 36 Atividade 7 Bumerangue da Gentileza Sensibilização sobre a importância da gentileza no cotidiano, sobre como hábitos simples no dia a dia, motivados pela atitude de se importar com o outro e com a coletividade, podem tornar a vida das pessoas melhor. 2 aulas p. 38 Atividade 8 Semana da Gentileza na Escola Exercício de levantamento de demandas e de planejamento de uma semana de fomento a atitudes de gentileza no colégio. 2 aulas p. 41 17 Atividade 9 Competências para o Mundo do Trabalho Identificação dos componentes da Matriz de Competências para o Século 21 e sua relação com as possibilidades de inserção qualificada no mundo do trabalho. 2 aulas p. 43 Atividade 10 Feedback O orientador dá feedback a cada aluno a respeito do desenvolvimento do jovem, a partir da troca de informações com professores, de autoavaliações elaboradas pelos jovens e da análise do desempenho nas áreas/disciplinas e no núcleo. 4 aulas p. 45 Atividade 11 Rolé Cultural I Planejar a realização de visitas a equipamentos culturais da cidade e do estado. 4 aulas p. 47 Atividade 12 Rolé Cultural II Preparação, realização e avaliação da primeira visita a equipamentos culturais da cidade e do estado. 4 aulas p. 52 Atividade 13 Enfrentando a Lei de Murphy Dinâmica com as máximas da “Lei de Murphy”, para os jovens pensarem nas atitudes necessárias ao enfrentamento das adversidades, sem desistir de suas metas. 2 aulas p. 56 Atividade 14 O que é o trabalho? Discussão sobre o que é o trabalho, apresentando entendimentos e perspectivas plurais sobre o tema, de modo que os jovens possam relacioná-los aos seus projetos de vida. 2 aulas p. 58 Atividade 15 Palavras-chave para o desenvolvimento pessoal Discussão sobre aspectos importantes para a vida e elaboração de um glossário de atributos necessários a um projeto de futuro bem-sucedido. 2 aulas p. 61 Atividade 16 Quem a mídia representa? Reflexão sobre os padrões produzidos e veiculados pela mídia, para que os estudantes identifiquem, listem e descrevam estereótipos. 2 aulas p. 64 Atividade 17 A sua imagem na rede: selfie! Os jovens refletem sobre os selfies (imagens bastante atuais que são autorretratos que carregam inúmeros discursos sobre as identidades) e também produzem uma dessas imagens. 2 aulas p. 67 Atividade 18 Mais respeito! Debate envolvendo imagens e a produção de uma minipublicação sobre o respeito aos direitos humanos no dia a dia. 2 aulas p. 71 Atividade Projetos de Vida conectados Produção coletiva de um painel com os perfis dos alunos, conectando aspectos 2 aulas p. 73 18 19 variados de suas vidas. O ponto de partida é a coleta de dados. Em duplas, um aluno entrevista o outro e depois cada um apresenta o perfil do colega para a turma. Atividade 20 Ataque de nanomensagens Promover a divulgação dos aprendizados obtidos para toda a comunidade escolar, por meio de uma ação protagonista criativa, o ataque de nanomensagens! 6 aulas p. 75 Atividade 21 Um projeto para chamar de meu Criação de um fluxograma que identifica possíveis percursos de futuro profissional para os próximos cinco anos 2 aulas p. 78 Atividade 22 Feedback O orientador dá feedback a cada aluno a respeito do desenvolvimento do jovem, a partir da troca de informações com professores, de autoavaliações elaboradas pelos jovens e da análise do desempenhonas áreas/disciplinas e no núcleo. 4 aulas p. 80 Anexos - - - p. 82 19 Atividade 1 Escolhendo o professor orientador Resumo Conversa sobre escolhas que fazemos ao longo da vida, diálogo sobre o processo de escolha do professor orientador, com uma reflexão sobre os diversos aspectos a serem considerados em tal escolha. Apresentação de informações sobre o funcionamento do processo de escolha e levantamento, por cada aluno, de três nomes de professores que gostariam de ter como orientadores. Objetivos Promover a escolha dos professores orientadores pelos alunos do 2º ano. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversas envolvendo a turma toda e trabalho individual. Recursos e providências - Anexo 1. - Caderno do Estudante. Eixo Eixo estruturante. Etapa do semestre Início do semestre (1º encontro do ano). Competências para o século 21 Comunicação e autoconhecimento. Duração Prevista 2 aulas. Desenvolvimento 1. Organize os alunos em um grande círculo e dê as boas-vindas a eles. Caso a turma conte como novos estudantes, vindos de outras escolas, faça uma apresentação resumida sobre o componente curricular Projeto de Vida. (5 minutos) 2. Para “aquecer” a conversa, peça que os jovens se revezem na leitura, em voz alta, do texto presente na Ficha 1 do Caderno do Estudante, que versa sobre a relação “orientador – aluno”. (15 minutos) Ao longo da leitura, busque responder a possíveis dúvidas dos alunos. Contribua também para a complementação do texto a partir de observações e relatos pessoais baseados em sua experiência como orientador. 3. Em seguida, peça aos alunos que deem sua própria opinião sobre o significado da relação orientador-orientando no contexto da orientação de seus projetos de vida na escola. (15 minutos) 4. Convide-os a falar sobre como foram suas duas experiências (1º e 2º semestres) de ser orientados no 1º ano do Ensino Médio. (15 minutos) 20 Levante questões como: Houve diferenças entre um semestre e outro? Vocês acham que aprenderam alguma coisa que vai facilitar a escolha de orientador, agora, no 2º ano? Se sim, o que aprenderam que pode ser útil? 5. Após a conversa, fale do desafio para o encontro: a escolha do professor que atuará como orientador de Projeto de Vida durante este 1º semestre. Problematize com eles a necessidade de, nesse segundo ano de experiência, fazerem uma escolha ainda mais consciente. (10 minutos) Lembre aos jovens de que, tendo em vista que sua principal tarefa nas atividades de Projeto de Vida, ao longo do ano, será pensar de forma mais intensa sobre seu projeto de futuro e como dar os passos para construí-lo, eles devem buscar um professor no qual percebam a potencialidade para uma relação de efetiva parceria. Uma relação sem dependência, com corresponsabilidade e com um bom canal de diálogo, que permita ao professor e ao aluno trazerem questões e construírem juntos boas estratégias para o aluno lidar com os desafios do dia a dia. 6. Informe quais são os professores que irão orientar os estudantes de 2º ano, já que parte dos docentes orientará alunos de outras séries. Explique que o procedimento de escolha do orientador deve ser definido e validado pela direção e pelas equipes pedagógica e docente da escola e que, por isso, o aluno deverá indicar, no formulário presente no Anexo 1, três professores que gostaria de ter como orientador no 1º semestre deste ano, em ordem de preferência. (10 minutos) O formulário presente no Anexo 1 pode ser impresso e distribuído aos jovens ou, se for mais conveniente, cada jovem pode copiá-lo e preenchê-lo em uma folha avulsa e entregá-lo a você ao final do encontro. 7. Recolha todos os formulários e encerre o encontro. Informe aos alunos que o material será encaminhado ao Coordenador Pedagógico e ao Orientador Educacional, para que seja feito um cruzamento dos dados, tentando conciliar o desejo de todos. Esclareça que, no caso de algum aluno não conseguir ser orientado por nenhum dos três professores indicados, ele poderá indicar um novo e, no semestre seguinte, terá prioridade na escolha em relação aos colegas. (5 minutos) 8. Encerre a atividade esclarecendo possíveis dúvidas e passando confiança aos alunos sobre o processo de escolha do orientador. (5 minutos) 1. O momento de escolha do professor orientador pode mobilizar diversos sentimentos nos alunos. É o momento de apontar escolhas que vão atuar diretamente sobre os trabalhos e os afetos dos alunos. Os alunos se mostraram maduros nesse processo de escolha? Conseguiram lançar um olhar crítico e avaliativo sobre a experiência de orientação no 1º ano? 2. Foi possível levar a cabo uma conversa frutífera, em que a temática da parceria entre professores e alunos no processo de orientação se destacou? 3. Como foi mediar o primeiro encontro do semestre? Como você avalia o sentimento dos alunos em relação ao componente curricular Projetos de Vida: estão animados para os encontros? Têm uma boa avaliação da experiência do ano anterior? Avaliação em processo 21 Atividade 2 Trote Protagonista Resumo Acolhimento da turma e elaboração de um trote protagonista para recepcionar os estudantes do 1º ano do Ensino Médio. Objetivos Fortalecer os vínculos entre os jovens e o sentimento de pertencimento à escola; possibilitar uma vinculação positiva com os novos estudantes da escola, de maneira responsável e protagonista, a fim de influir no clima escolar. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho em trios ou quartetos. Recursos e providências - Caderno do Estudante - Caderno ou papel branco para registros diversos. - Computadores com acesso à internet para que os jovens possam realizar uma pesquisa. Caso os computadores não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar tal ação. Eixo Eixo estruturante. Etapa do semestre Início do semestre (segundo encontro do semestre). Competências para o século 21 Criatividade, colaboração e comunicação. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Sua turma vem percorrendo, desde o ano anterior, um itinerário formativo que tem como objetivo desenvolver um conjunto de competências cognitivas e socioemocionais importantes para se viver no século 21. Essa proposição pedagógica acontece no componente Projeto de Vida em atividades que, intencionalmente, provocam os jovens a uma redescoberta de si mesmos e do valor da escola em suas vidas, e ao planejamento de seus projetos de futuro. O 2º ano do itinerário formativo de Projeto de Vida dá continuidade a esse desenvolvimento protagonista e traz a oportunidade para os estudantes exercitarem ainda mais as competências conquistadas a partir de situações-problema reais. Por meio do desenvolvimento de projetos de intervenção na escola, os jovens vivenciarão habilidades, sentimentos e resolverão problemas num processo de aprender fazendo. Esta atividade inicial convoca os estudantes a planejar e executar uma ação protagonista diferenciada: um trote para acolher e recepcionar os estudantes do 1º ano do Ensino Médio. Lembre-se de que envolver diferentes estudantes e ter interesse pelos conhecimentos prévios deles, conduzindo a discussão, em diálogo com o que eles trouxerem, são formas de tornar a aula um “campo de interação” fundamental para a construção de novos conhecimentos. 22 Desenvolvimento 1. Receba os estudantes com entusiasmo, com a sala organizada em roda de conversa. Retome o que foi realizado nas aulas do componente Projeto de Vida no ano anterior, perguntando aos jovens sobre o que consideram quemais aprenderam. Promova, também, o levantamento das expectativas que trazem para este ano. Procure organizar esse espaço de fala, dando oportunidades para que vários jovens possam manifestar-se. É desejável que você tome nota das expectativas, compondo no quadro um mapeamento. (10 minutos) A organização da sala em roda não é apenas uma formalidade. Mesmo que você “perca” alguns minutos com essa organização, o investimento é valioso, pois possibilita uma qualidade de interação mais qualificada, estimulando a capacidade de atenção, de participação e de envolvimento dos estudantes. Observe que o modelo de organização da sala de aula tradicional, com as carteiras em fileiras, acentua comportamentos mais “territorialistas” e individualistas (cada um ocupando apenas o seu espaço), enquanto o modelo da roda de conversa potencializa modos de ser e estar na sala de aula mais participativos e protagonistas. Além disso, cria-se um ambiente mais propício para o estabelecimento de vínculos positivos da turma com o professor e para o desenvolvimento gradual de habilidades comunicativas importantes, como falar e ouvir. Em muitos momentos das atividades do componente Projeto de Vida a turma será organizada em roda de conversa. Se você está iniciando o trabalho com Projeto de Vida este ano, é importante que converse com a equipe de gestão para conhecer o que foi realizado no ano anterior e também aproveite bem esse momento inicial da aula para investigar junto aos estudantes o que realizaram e o que aprenderam. 2. Depois desse aquecimento inicial, peça aos estudantes que se reúnam em trios ou quartetos. Promova a leitura da Ficha 2 do Caderno do Estudante, pedindo para alguns jovens lerem em voz alta os parágrafos iniciais do texto ("Estamos no 2º ano do Ensino Médio!") e faça interrupções se sentir necessidade, para ouvir o que alguns deles pensam a respeito. (5 minutos) 3. A seguir, converse com a turma sobre o significado de realizar na escola um trote protagonista. Para embasar a conversa, oriente que eles pesquisem na internet (nos computadores ou em seus smartphones) sobre trotes solidários ou protagonistas, buscando exemplos dessas ações e as motivações por trás delas. (20 minutos) Conforme MARTINS, João Carlos. Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na Sala de Aula: Reconhecer e Desvendar o Mundo (Fragmento). Disponível em: bit.ly/mediacaosala). Acesso em: out. 2017. 23 Após a pesquisa, sugira que os jovens discutam em seus quartetos ou trios a partir das seguintes questões: - Como o trote protagonista pode fortalecer a escola e fazer dela um local de aprendizagem mais prazeroso para todos os jovens? - O que é importante comunicar no trote protagonista? - Como podemos mobilizar os novos alunos da escola e recepcioná-los de forma generosa, acolhedora e criativa? 4. Seguindo a leitura do Caderno do Estudante, os times discutem e escrevem algumas ideias para a realização do trote protagonista. Distribua e eles papel branco ou peça que eles anotem as propostas em seus cadernos. (30 minutos) Antes, porém, explique a eles como será o processo de realização do trote. Explique que as outras turmas de 2º ano estão realizando esta mesma atividade e que acontecerá um único trote protagonista. Para planejá-lo e executá-lo, as turmas deverão seguir os seguintes passos: Cada turma elege a proposta de um único time para ser realizada. Junto à escolha da proposta, deve indicar também um líder para representar a turma em um encontro com os líderes das outras turmas de 2º ano e a equipe de gestão da escola. Nesse encontro, será escolhida a proposta mais viável, ou, ainda, será planejado um jeito de mesclar as propostas, para que elas ocorram em um único momento. O líder de cada turma será o responsável por levar aos seus colegas as resoluções do encontro e por ajudar na organização do trote protagonista. A partir daí, é só marcar a data de realização do trote e, posteriormente, avaliar os resultados obtidos junto a sua turma. Durante esse momento, circule pelos quartetos para ouvir as propostas e esclarecer dúvidas. Não rejeite nenhuma ideia, pois elas serão, depois, discutidas no coletivo da turma para as tomadas de decisão. Cada time deve eleger um líder que vai cuidar da gestão do tempo e de apresentar para o restante da turma as ideias levantadas por seu time. Lembre-se também de que a realização do trote vai demandar de você e dos outros orientadores de Projeto de Vida um envolvimento no encontro com a equipe de gestão da escola, assim como o acompanhamento do trote protagonista. Agendem um horário para que os jovens possam apresentar suas propostas e para que 24 vocês possam eleger, em conjunto, qual delas é a mais afinada com os objetivos da atividade, desde que também esteja adequada ao contexto da escola. 5. Reúna a turma novamente em roda para cada time compartilhar as ideias surgidas. Atue como um mediador, dando a palavra para que os líderes possam trazer as sugestões de seus quartetos e provocando a discussão sobre aqueles pontos nos quais você avalia que necessita de aprofundamento. (10 minutos) 6. Prossiga com a eleição do trote protagonista que representará a turma, assim como do líder. Para finalizar, ressalte que a ação ocorrerá por iniciativa dos jovens e que eles devem se responsabilizar por seu planejamento! (5 minutos) Um dos resultados a serem alcançados com o trote protagonista é a interação qualificada dos estudantes “veteranos” com os “novatos”. Iniciativas como essa são importantes para recolocar os jovens no papel central da ação pedagógica e torná-los corresponsáveis pelo bom convívio na escola. Após a execução do trote, investigue com sua turma se as interações foram positivas, se houve um olhar e atitudes contra situações de bullying, se sabem o que os “novatos” acharam da experiência etc. 1. Os estudantes demonstraram boa relação com você e colegas? Foram participativos durante a roda de conversa, opinando e respeitando as opiniões alheias? 2. Como foi o planejamento, execução e avaliação do trote protagonista? Os jovens trouxeram boas ideias e trabalharam de maneira colaborativa e responsável? 3. Como você avalia a qualidade de sua mediação durante a roda de conversa? Permitiu espaços de fala aos jovens? Ouviu com atenção? Construiu boas ligações entre as diversas opiniões? Exercitou sua presença pedagógica, buscando chamar os estudantes pelo nome e mostrando postura respeitosa e interessada em conhecê-los e em saber o que pensam? Avaliação em processo 25 Atividade 3 Álbum de Cartografia Pessoal Resumo Início da elaboração do Álbum de Cartografia Pessoal dos estudantes, que será o principal instrumento de registo utilizado no componente curricular Projeto de Vida durante os anos do Ensino Médio. Será um caderno customizado pelos jovens. Objetivos Dialogar com os estudantes sobre a importância do registro, para que possam acompanhar permanentemente os passos dados ao longo do processo formativo que vivenciarão nos próximos anos. Promover a customização do Álbum. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa envolvendo a turma toda e de trabalho em dupla. Recursos e providências - Projetor e computador ligado à internet ou computadores para que os alunos trabalhem em duplas. Caso esses itens não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para a realização de pesquisa na internet. - Caderno comum (um por estudante). O caderno pode ser providenciado pela escola ou pelos próprios alunos. O ideal é que tenha pelo menos 100 folhas, pois será utilizado ao longo dos anos do ensino médio. - Materiais diversos de uso artesanal, tais como papéis coloridos, linhase barbante, retalhos de pano, revistas usadas, botões, cola, tesoura etc. - Pedir aos orientandos, no encontro anterior, que tragam para este encontro uma fotografia de um momento marcante de suas vidas para que ela seja integrada à customização do Álbum. - Caderno do Estudante. Eixo Eixo estruturante. Etapa do semestre Início do semestre (terceiro encontro). Competências para o século 21 Colaboração e comunicação. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Lembre-se da importância de estimular, permanentemente, os jovens a registrarem as principais marcas do percurso que vivenciarão nas atividades de Projeto de Vida. Esse registro é essencial para que possam acompanhar os desafios enfrentados, os avanços alcançados e manter a memória do que viveram. Um estímulo importante, nesse sentido, é que o Álbum de cada um expresse aspectos da sua identidade, além de seus gostos e experiências. Por isso, durante a atividade, 26 Desenvolvimento 1. Receba os estudantes com entusiasmo, com a sala organizada em roda de conversa. Conte sobre o objetivo da atividade, motivando-os para participarem ativamente. (5 minutos) 2. Proponha uma conversa sobre a importância do registro e incremente essa conversa pedindo para um jovem ler, em voz alta, o texto de introdução da Ficha 3 do Caderno do Estudante (“Colhendo rastros”). (15 minutos) Nesse momento, traga questões para ampliar os elementos do texto, entre elas: O que registrar? Devemos registrar tudo o que vivemos e conhecemos? Acreditamos ser importante que os jovens adotem um olhar atento e crítico sobre aquilo que estão vivendo e descobrindo e que aprendam, aos poucos, a selecionar aquilo que tem mais relevância para eles. Como registrar? Acreditamos que cada pessoa deve desenvolver uma maneira própria de fazer os registros, mas é importante orientar os estudantes a, nesse processo, cuidar da coerência e da clareza das anotações. Elas serão importantes no futuro, e, por isso, precisam ser facilmente acessíveis e decifráveis. Onde registrar? Várias são as possibilidades e suportes de registro, entre eles, o velho e bom caderno, bloco de anotações, além de blogs e redes sociais. Vale uma reflexão sobre o melhor suporte para cada natureza de registro. Mas, é claro, o Álbum de Cartografia Pessoal será o companheiro dos alunos para os registros nas atividades de Projeto de Vida. Devemos compartilhar Tudo o que se registra deve ser compartilhado? Consideramos que nem tudo. Há aquilo que será compartilhado com professores, colegas e familiares e outros itens que podem ser do interesse apenas de cada aluno. Esse pode ser um aspecto interessante para o diálogo. estimule que os estudantes se dediquem à customização do material e problematize com eles as escolhas feitas durante o trabalho. 27 3. Oriente os estudantes na realização da pesquisa exploratória sobre os livros de artista, conforme indicado no Caderno do Estudante. Lembre-os de que se trata de um momento para conhecerem esse tipo de objeto e para se inspirarem apenas, já que a intenção não é que eles criem livros de artista. Se não houver computador para todos, é possível utilizar um único computador ligado a um projetor, ou os celulares disponíveis entre os estudantes. (15 minutos) Ao trazer os livros de artista como referência para que os estudantes façam a customização de seus Álbuns de Cartografia Pessoal, a ideia é que eles não caiam na “armadilha” da reprodução da imagem-clichê. Muitas vezes, quando provocados a realizar esse tipo de atividade, eles escolhem fotografias de ídolos do esporte ou da música, bem como marcas de roupas ou outros objetos, para representá-los. Problematize, junto aos jovens, o quanto esses ícones de fato dizem sobre eles, provocando-os a pensar em outras formas de se expressarem criativamente. Afinal, por ser um álbum que carregará registros e outras marcas pessoais, é interessante ter a “cara” do dono! 4. Peça que formem as duplas de trabalho do dia e leiam o restante do texto da atividade no Caderno do Estudante. Auxilie-os durante a customização dos Álbuns, por exemplo, trazendo perguntas que os façam refletir sobre suas ideias e ajudando-os na escolha dos materiais. É essencial que tenham uma quantidade boa de papéis, pois serão úteis para a maior parte dos esforços de registro ao longo dos anos. (20 minutos) Acompanhe mais de perto os jovens que demonstrarem dificuldade na realização da tarefa, incentivando-os, valorizando suas ideias e sugerindo que os colegas ajudem, sempre que julgar necessário. 5. Com o Álbum customizado, proponha aos estudantes que escolham um lugar para inserir a fotografia de um momento marcante de suas vidas que trouxeram. Pode ser na capa ou no miolo do Álbum. E, para inaugurá-lo, sugira que eles escrevam, nas primeiras páginas, o plano de curso de Projeto de Vida, o itinerário que será feito ao longo do semestre, suas impressões sobre o componente curricular e suas expectativas para os próximos meses. (15 minutos) 6. Forme uma roda com os estudantes e dialogue com eles sobre a aula. Peça que eles mostrem o resultado do trabalho aos colegas. Retome a importância do registro constante e os combinados em relação aos cuidados com os Álbuns, para que não os percam ou danifiquem. Esses materiais devem estar sempre por perto, para que sejam utilizados toda vez que tiverem necessidade, seja na escola, em casa ou em outros espaços. (10 minutos) 28 1. Os jovens compreenderam a importância de um instrumento de monitoramento e registro das atividades de Projeto de Vida? Quais foram suas principais dúvidas e sugestões durante o processo? 2. Os jovens se dedicaram à confecção do Álbum de Cartografia Pessoal com cuidado e esmero? Ou foi preciso algum tipo de esforço extra para mobilizá-los para a atividade? 3. Como você avalia o resultado final dos Álbuns e a sua mediação neste encontro? Avaliação em processo 29 Desenvolvimento 1. Abra o encontro dando boas-vindas aos jovens e falando da importância das experiências do núcleo para que sejam protagonistas na construção de competências fundamentais à participação crítica, ativa e positiva na escola, na sociedade, nos diversos círculos de convívio e no mundo do trabalho. Coloque-se como parceiro dos estudantes nessa empreitada. (5 minutos) Atividade 4 Não posso mais viver sem mim Resumo Reflexão e trabalho sobre a autoestima, elemento fundamental à construção de um projeto de vida. Objetivos A partir de um quiz e da criação de um refrão de música, a atividade visa a refletir sobre a autoestima como elemento fundamental à construção de projetos de vida. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversas envolvendo a turma toda e trabalho em duplas. Recursos e providências - Caderno do Estudante. - Anexo 2. - Álbum de Cartografia Pessoal. - Computadores ligados à internet e caixas de som para tocar uma música. Caso esses itens não estejam disponíveis na escola, os alunos poderão utilizar seus smartphones para realizar a ação. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Competências para o século 21 Autoconhecimento, colaboração e criatividade. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: É importante estar atento aos materiais e equipamentos que os encontros demandam e que estão dispostos no quadro de apresentação de cada atividade. Em alguns casos, será necessário xerocar ou fazer cópias de cartelas, filipetas ou variados formatos impressos. Em outros, materiais como pincéis atômicos, canetas e papel kraft serão fundamentais na concretização das atividades propostas. E para que elas possam fluir sem que seja necessário,ao longo do tempo, buscar materiais faltosos, não se esqueça de conferir, no início do encontro, se eles já estão separados e prontos para uso. Nessa atividade, por exemplo, a canção “Eu me amo”, da banda Ultraje a Rigor, será apresentada. Como equipamentos eletrônicos às vezes falham, não deixe de conferir, antes do início do encontro, se o equipamento utilizado para tocar a música (caixa de som, computador, TV etc.) está funcionando normalmente. 30 2. Chame a atenção para a importância de todos agirem de forma corresponsável, para que as atividades fluam bem. Lembre-os dos dias, horários e local dos encontros e ressalte que a pontualidade, a frequência e a participação efetiva e compromissada são essenciais para o sucesso da proposta do componente curricular Projeto de Vida. Nesse momento, é produtivo que você também faça um apanhado dos princípios e combinados referentes à aprendizagem colaborativa. (10 minutos) O Anexo 2 apresenta um texto intitulado “Princípios e combinados para o trabalho em times”, que pode fomentar e complementar sua fala. Não deixe de lê-lo durante a sua preparação para a aula. Nessa etapa, aproveite também para estimular que os jovens compartilhem suas expectativas e desejos em relação ao núcleo no 2º ano, em um diálogo leve e aberto para as perspectivas dos alunos. 3. Inicie, então, a atividade do dia: uma reflexão relacionada à autoestima. Pergunte se eles gostam de si próprios e ouça algumas respostas. Em seguida, faça uma leitura coletiva, em voz alta, do texto de abertura da Ficha 4 do Caderno do Estudante, intitulado “Eu me amo!”, que trata das bandas de rock nacional que estouraram na década de 1980. Pode ser que os estudantes se interessem em saber mais sobre elas e sobre BRock, como esse momento da música brasileira ficou conhecido. Oriente-os a fazer essa busca em outro momento. (10 minutos) Essa reflexão pode abrir os encontros de Projeto de Vida do 2º ano porque a autoestima, definida como a capacidade da pessoa de apreciar a si mesma, está vinculada à autoconfiança e ao autoconceito da pessoa. Trata-se de aspectos essenciais para que os estudantes possam exercitar o autorrespeito, enfrentar desafios e se realizar. O período de adolescência e juventude é particularmente importante para o reconhecimento desses aspectos e de como lidamos com nossas dificuldades de aceitação e praticamos atitudes de autocuidado. Em seu grupo de orientação, existirão jovens que possuem uma boa autoimagem, enquanto outros terão mais dificuldade em conhecer-se para aceitar-se. Uma visão positiva de si, de seus potenciais e forças os ajudará a enxergar o futuro com confiança e se projetar nele, fazendo planos e projetos consistentes. 4. Providencie para que eles possam ouvir a música “Eu me amo”, da banda Ultraje a Rigor, e em seguida refletir individualmente sobre a questão “Essa música tem alguma coisa a ver com você? Se sim, o que ela diz sobre a maneira como você se vê?”. (10 minutos) 5. Depois, divida os estudantes em duplas, para que realizem as demais etapas da atividade. Eles farão o Quiz da Autoconfiança (também na Ficha 4 do Caderno do Estudante), respondendo a perguntas relacionadas ao respeito e à confiança que têm em relação à própria maneira de ser e pensar, às atitudes, aos conhecimentos. 31 Incentive que eles façam o registro do quiz no Álbum de Cartografia Pessoal. (10 minutos) 6. Após a atividade do Quiz e o diálogo sobre as respostas dadas, as duplas transformarão essas respostas em uma história, mesclando realidade e ficção, para que possam, em seguida, criar um refrão para uma possível música (conforme orientado na Ficha 4 do Caderno do Estudante). Estimule os estudantes a partir das percepções e conceitos que têm de si mesmos para caracterizar os personagens da história da música. (15 minutos) É preciso lembrar de que essa etapa da atividade propõe um processo livre de criação do refrão de uma possível música. Não se trata de um trabalho estruturado de fazer artístico, que considera os aspectos formais da criação de uma obra musical. É um exercício de improvisação, em que os alunos dão forma musical ao repertório que têm sobre o tema trabalhado. 7. Organize os estudantes em uma roda para que possam, brevemente, contar sobre a atividade e para que as duplas improvisem seus refrões. Crie um ambiente leve, de trocas, mas explicite a importância da temática da atividade, retomando os objetivos a que ela se propôs. (15 minutos) 8. Encerre a aula, estimulando que escrevam livremente, em seus Álbuns de Cartografia Pessoal, seus pensamentos sobre o que estão vivenciando e discutindo. (5 minutos) Lembre-se: a relação de respeito e confiança que você estabelece com os estudantes abre espaço para que eles se sintam seguros para o trabalho de questões importantes. A escola, em geral, não permite espaços curriculares instituídos para que esse tipo de discussão aconteça, estando pouco atenta à compreensão e aos sentimentos que os jovens têm de si mesmos. Trazer esse tema para a pauta de trabalho e desafiar os estudantes a encará-lo é um passo essencial nessa trajetória de construção dos projetos de vida. 1. Na atividade, a autoestima é tomada como importante aspecto na consolidação de uma boa autoimagem e na superação de desafios. Como você relaciona a autoestima a posturas que integram a Matriz de Competências Socioemocionais para o Século 21 (como autoconhecimento e criatividade)? Acredita que a atividade contribuiu para que os alunos aprimorassem essas competências? Como? 2. Esse encontro propôs etapas bastante variadas dentro de uma mesma atividade: leitura coletiva e discussão; resposta de questionários e elaboração criativa de refrãos musicais. Foi possível articular todas as etapas de maneira coerente, de modo que a atividade tenha acontecido com fluidez e dentro do tempo previsto? Ou, em algum momento, perdeu- se o fio da meada? Avaliação em processo 32 Desenvolvimento 1. Organize os alunos em círculo e peça que eles se revezem na leitura da matéria “Jovens de Família”, da revista Onda Jovem, presente na Ficha 5 do Caderno do Estudante. (30 minutos) Por se tratar de uma matéria longa e complexa, cuide para que a turma não se disperse nem se “perca” no texto. Para isso, contribua para a significação dos temas e questões levantados ao longo do texto, fazendo comentários e respondendo a possíveis dúvidas dos alunos. Para consolidar o gesto interpretativo, ao final desta etapa promova um breve diálogo, instigando os jovens a se posicionarem quanto à pluralidade de sentidos que a família assume nos dias de hoje. Atividade 5 Família é isso aí! Por outro lado... Resumo Debate sobre a pluralidade de sentidos que a palavra “família” assumiu nos dias atuais, bem como sobre a importância de que o jovem não se prenda a um modelo ideal em sua reflexão sobre a própria família. Objetivos Promover uma discussão sobre o relacionamento dos jovens com suas famílias, destacando a necessidade de que desenvolvam um olhar plural e aberto à diversidade, sem se prender a um modelo de “família ideal”. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversas envolvendo a turma toda e trabalho em duplas. Recursos e providências - Preparação (impressão e recorte) das cartelas presentes no Anexo 3. - Uma régua, para fazer as vezes de uma roleta. - Caderno do Estudante. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Competências para o século 21 Comunicação e pensamento crítico. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: Levar a cabo uma discussão sobre a família e o papel da instituição familiar nos dias de hoje pode não ser uma tarefa muito fácil. Uma das razões que tornam esse tipode atividade um desafio é o fato de que todos os estudantes estão envolvidos, de diferentes maneiras, com suas próprias famílias – um tipo de relação na qual, na maioria das vezes, convergem sentimentos de afeto e conflito. Se, por um lado, é de extrema importância que reflexões como essa tenham espaço em sala de aula, também é necessário que, ao longo do encontro, a discussão sobre a família não seja levada para o lado pessoal, pois isso pode expor problemas pessoais dos alunos e criar situações delicadas na relação orientador x alunos e alunos x alunos. Por isso, é importante ter cautela na condução da atividade e focar no passo a passo proposto! 33 2. Em seguida, proponha e realize o jogo “É isso aí!” X “Por outro lado...”. (35 minutos) Preparação de materiais para o encontro Não se esqueça de preparar os materiais para o jogo antes da aula começar! Previamente, recorte as cartelas e retângulos apresentados no Anexo 3, que serão utilizadas no jogo. Há dois tipos de cartelas: as grandes e pequenas com depoimentos; os retângulos com os posicionamentos “É isso aí!” e “Por outro lado...”; e uma régua que será utilizada para definir a posição a ser defendida pelos alunos. Cartelas com depoimentos1: As maiores devem ser apenas recortadas, pois, no jogo, serão coladas no quadro ou em uma parede. As menores deverão ser recortadas e dobradas, pois serão sorteadas. A régua, por sua vez, deve ser preparada da seguinte forma: recorte os retângulos com as expressões “É isso aí” e “Por outro lado”. Logo após, cole- os, separadamente, nos dois polos da régua. A regra do jogo é simples: Cole as cartelas grandes com depoimentos no quadro ou parede. Elas auxiliarão os alunos a visualizar, com mais facilidade, os textos inscritos nelas e a refletir a respeito do tema da atividade. Forme duplas de alunos. Sorteie entre elas uma cartela pequena de depoimento. Gire a régua, o que definirá a posição a ser defendida por cada um dos estudantes da dupla: “É isso aí!” (a favor do depoimento) ou “Por outro lado” (contra o depoimento). Distribuídas as tarefas, dê um minuto aos estudantes para que eles possam preparar o argumento a ser defendido. Feito isso, as duplas apresentam seus argumentos para o grupo. Cada aluno terá um minuto para realizar essa tarefa. Ao término das rodadas, para a escolha da melhor argumentação, o orientador pede palmas para cada um da dupla. Aquele que receber aplausos em maior intensidade é o vencedor. 3. Finalize a atividade pedindo a todos que comentem se, com ela, mudou alguma coisa no seu conceito de família. Peça que falem resumidamente sobre que significados atribuem à palavra “família”, após a atividade. Promova uma discussão a partir das contribuições trazidas pelos jovens. (10 minutos) 1 Depoimentos extraídos da matéria “Jovens de Família” da revista Onda Jovem, ano 4, n. 10, mar.-mai. 2008. Disponível em: http://bit.ly/jovensdefamilia. Acesso em: nov.2017. http://bit.ly/jovensdefamilia 34 4. Para encerrar, converse com eles sobre a importância de se dedicarem a fazer valer seu plano de estudos, cumprindo as atividades a que se propuseram. Lembre-os de que, no começo, incorporar novas atitudes e tarefas ao dia a dia pode parecer difícil. Contudo, se mantiverem o foco nos objetivos de vida e nos benefícios dos estudos para o desenvolvimento pessoal, rapidamente as novas atividades viram rotina e podem até mesmo se revelar prazerosas. (5 minutos) 1. Como exposto no quadro anterior, a atividade girou em torno de uma temática de extrema importância na vida dos alunos, mas que também pode ser um tanto delicada. No decorrer do encontro, foi necessário lidar com alguma situação delicada, como a exposição, por parte de algum dos alunos, de acontecimentos familiares problemáticos? Você conseguiu contornar bem a situação, retomando as rédeas do percurso proposto pela atividade? 2. A turma conseguiu estabelecer uma ponte entre as discussões sobre a família e seus projetos de vida? Como você avalia essa atividade dentro dos objetivos propostos pelo componente curricular Projeto de Vida? Avaliação em processo 35 Desenvolvimento 1. Receba os estudantes na roda de conversa. Comece o diálogo perguntando como cada um gosta de estudar e de que jeito eles mais aprendem. Questione se possuem o hábito de estudar sozinhos ou se também costumam estudar com os colegas. (5 minutos) 2. Em seguida, diga que a proposta do encontro é que eles aprendam as vantagens e os desafios de estudar juntos. Conte a eles que, em vez de ficar só no discurso, exercitarão o estudo coletivo. Proponha, nesse momento, a leitura do texto da Ficha 6 do Caderno do Estudante: “Aprendendo e estudando juntos”. (5 minutos) Atividade 6 Aprendendo e estudando juntos Resumo Os jovens se dividem de diferentes formas (duplas, trios e quartetos) e experimentam formas diversas de estudo colaborativo. Objetivos Promover a vivência de estudo conjunto entre os estudantes, instigando-os a analisar as possibilidades e desafios de aprender com os colegas. Organização da turma Ao longo da atividade são propostas diferentes formações, com duplas, trios e quartetos e momentos em roda de conversas envolvendo a turma. Recursos e providências - Caderno do Estudante - Cadernos de estudos e livros didáticos dos jovens. Eixo Eixo elegível. Etapa do semestre Início do semestre. Competências para o século 21 Comunicação e colaboração. Duração Prevista 2 aulas. Para a sua mediação e presença pedagógica: A colaboração é tida hoje como uma das competências socioemocionais mais importantes para os jovens de hoje. Um primeiro sentido de colaboração é o de trabalhar em conjunto com outras pessoas, mas isso se desdobra em aspectos também muito importantes, como a habilidade de lidar com pequenos e grandes grupos, entendendo as necessidades, motivações e sentimentos das pessoas que os compõem; de encontrar saídas em conjunto para possíveis conflitos e de demonstrar respeito pelos outros. Várias das atividades aqui dispostas demandam algum tipo de colaboração. Sempre que possível e oportuno, é importante destacar o aspecto colaborativo durante os momentos de discussão e avaliação das atividades. Nesse caso, por exemplo, colaborar não é apenas compartilhar com os outros um tempo de estudos, mas também compartilhar o próprio conhecimento e estar disposto a aprender e ensinar nesse processo. 36 A proposta do encontro é dar aos estudantes a oportunidade de se envolverem em um exercício fundamental: aprender com o outro, compartilhando conhecimentos, dúvidas, perspectivas etc. O que se pretende, como pano de fundo, não é criar um momento de estudo, mas possibilitar que os jovens descubram que estudar com os colegas pode ser uma estratégia importante em seus processos de aprendizagem. Identificar as vantagens e os desafios de aprender com o outro é um passo importante para que eles transformem essa estratégia em hábito. A ideia é orientá-los nesse sentido, trazendo a discussão à tona. 3. Proceda com a divisão dos jovens em duplas, trios ou quartetos, para que possam estudar. A divisão será por disciplina. Para isso, liste todas elas em uma folha de papel ou no quadro e pergunte quem gostaria de estudar o quê. Eles podem escolher uma disciplina em que estão muito bem (e, portanto, gostariam de ajudar os colegas que estão demonstrando dificuldades) ou as que precisam ter os estudos intensificados (recebendo o apoio dos colegas para isso). (10 minutos) É essencial que haja ao menos uma dupla, um trio e um quarteto, para que seja possível verificar a existência de diferenças, vantagens e desvantagens entre esses três agrupamentos. Por esse arranjo, pode acontecer de algum estudante ficar sozinho
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