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Laura Mendes Martins Sistema Urinário Anatomia Radiológica Rins São órgãos retroperitoneais Polo superior → T12 Polo inferior → L4 Rim direito aproximadamente 2 cm abaixo do esquerdo Eixo paralelo à borda do psoas Rins dos homens pouco maior que o das mulheres Contorno liso (lobulação fetal) Sistema Pielocalicinal Pelve: Expansão achatada da extremidade superior do ureter o Capacidade: 3 a 10 mL o Porções intra e extrarrenal (maior, distensível) o Recebe 2 ou 3 cálices maiores, que recebem 2 ou 3 cálices menores cada Ureteres Estruturas tubulares, paralelas à coluna vertebral 25 a 30 cm de comprimento Lúmens estreitos (aprox. 0,3 cm de diâmetro) Formam, na bexiga, o trígono vesical Três reduções fisiológicas de calibre: o JUP o Cruzamento com aa. Ilíacas o JUV Bexiga Víscera oca com forte camada muscular Forma arredondada (homens) ou triangular (mulheres) Capacidade média de 150 -200 ml Pregas grossas se pouco distendida Uretra Uretra masculina dois segmentos: o Posterior: Segmento bulbar ▪ Segmento membranoso (esfíncter externo) ▪ Segmento prostático o Anterior: Porção penoescrotal ▪ Segmento peniano Uretra feminina → curta e sem divisões Diâmetro de 0,5 a 1,5 cm Radiografia simples do abdome Realizada sempre antes dos estudos contrastados Calcificações ou massas Laura Mendes Martins Dúvida: complementar com perfil ou oblíquas Calcificações podem se projetar sobre o sistema urinário sem fazer parte dele: o Calcificações condrocostais, pancreáticas, vesícula biliar, linfonodais, vasculares (flebólitos), partes moles, tumores Urografia excretora Preparo: jejum de 12h com mínima ingestão de líquidos o +/- laxativos Indicações: o Estudo da anatomia do sistema urinário o Estudo da função renal o Estudo da relação do sistema urinário com massas Rotina: AP abdome → injeção EV de contraste → radiografias seriadas Arteriografia renal Injeção de contraste por um cateter no interior da artéria renal → TERAPÊUTICA Indicações (TC/RM): Laura Mendes Martins o Estudo do número e localização das aa. Renais o Suspeita de oclusão de artéria renal o Pesquisa de estenose de aa. renais (hipertensão arterial) o Avaliação de doador renal o Pré-operatório de cirurgia renal Tomografia computadorizada Estudo apurado dos rins e retroperitôneo Indicações: o Massas renais, processos inflamatórios/infecciosos, cálculos Exame sem contraste: calcificações, sangue e coleções líquidas Exame com contraste: função renal, vascularização (angioTC → doadores renais) Laura Mendes Martins Ultrassonografia Operador-dependente, não utiliza radiação Rins melhores visibilizados na inspiração profunda Indicações: o Anatomia renal o Diferenciação nefropatia aguda x crônica (tamanho renal) o Diferenciação entre sólidos e líquidos (tumores / cistos) o Doppler: vascularização (estenose / transplante) Laura Mendes Martins Uretrocistografia retrógrada Estudo de lesões uretrais Contraste injetado retrogradamente Indicações: o Pós-trauma (“queda a cavaleiro”) o Suspeita de estenoses Uretrocistografia miccional Realizada durante a micção do contraste Indicações: o Válvula de uretra posterior o Pesquisa de refluxo vesicoureteral o Obstrução do trato urinário inferior (próstata) Laura Mendes Martins Laura Mendes Martins Doenças Congênitas Embriologia renal Início da gestação → pelve; pelves renais anteriores ao parênquima 20° semana → posição lombar À medida em que ascendem, sofrem rotação, tornando-se laterais aos ureteres Agenesia renal (rim único) Rara Dx diferenciais: o Nefrectomia ▪ Visibilizar o coto da a. renal em nefrectomizados o Exclusão renal (rim não funcionante) → Rim ectópico pélvico O rim único é vicariante (dimensões aumentadas) Hipoplasia e hiperplasia Anomalias de forma são mais comuns que as de número A hipoplasia de um lado costuma estar associada a hiperplasia do outro (hiperplasia compensatória) Hiperplasia: o Hidronefrose, doença policística, neoplasia, trombose de veia renal, infecção aguda, infarto arterial agudo etc Aumento renal bilateral: o Glomerulonefrite aguda, linfoma, amiloidose, sarcoidose, anemia falciforme etc Laura Mendes Martins Ectopia renal Rim pélvico: defeito na migração para a região lombar Ectopia renal cruzada: no trajeto, um dos rins migra para o lado oposto, podendo ou não fundir com o outro rim o Ureteres e trígono vesical em posição normal o Rim ectópico: mal rodado e predisposto à tríade de Randall (estase urinária + infecção + cálculo) Laura Mendes Martins Rim em ferradura Tipo mais comum de anomalia de fusão Fusão dos polos inferiores na linha média, conectados por uma faixa de tecido mole (istmo) O eixo longo está invertido Polo inferior mais próximo da linha média que o superior Obstrução ureteral não é rara → dilatação pielocalicinal (Tríade de Randall) Laura Mendes Martins Duplicação pieloureteral Duplicação completa ou incompleta do sistema coletor Ureteres formam pelves separadas e não comunicantes Duplicação completa: Um ureter termina no trígono vesical obstrução O outro ureter tem implantação ectópica refluxo Duplicação incompleta: Fusão antes da entrada na bexiga Laura Mendes Martins Estenose de junção ureteropiélica (JUP) Congênita Adquirida: processos inflamatórios, tumores ou cálculos Leva a dilatação do sistema calicinal → estase → infecção Válvula de uretra posterior Causa comum de uropatia obstrutiva em crianças Apenas em meninos 1 : 10.000 – 25.000 nascidos vivos Membrana na porção distal da uretra prostática USG pré-natal: hidronefrose e oligodrâmnio; sinal da fechadura o Fetos pequenos para a idade gestacional Laura Mendes Martins Litíase urinária 90% contem cálcio suficiente para serem identificados nas radiografias Tipos de cálculos: Podem alojar-se nas papilas e cálices, aumentando gradualmente e constituindo cálculos coraliformes Podem ter tamanhos variados e ser múltiplos Infecção e estase urinária → gênese Clínica: dor lombar súbita + irradiação para testículos ou grandes lábios e face interna de coxas Urolitíase - achados radiográficos: Opacidade de tamanho e forma variáveis! Se promove obstrução ureteral → dilatação a montante (hidronefrose) o Aumento de densidade do parênquima renal na fase nefrográfica (estase) o Rim aumentado de volume o Estreitamentos fisiológicos: locais + comuns! Cálcio → oxalato +/- fosfato; idiopático; radiopacos Estruvita → infecções por bactérias produtoras de uréase (Proteus, Klebsiella, Pseudomonas, Enterobacter); radiopacos Ácido úrico → hiperuricemia (insolúvel em pH ácido) Cistina→ cistinúria congênita Indinavir → tipicamente radiotransparentes Laura Mendes Martins US: tamanho de 4 a 10 mm Laura Mendes Martins Hidronefrose Dilatação das pelves renais e cálices → aumento da pressão nos túbulos renais → células do epitélio tubular liberam fatores quimiotáticos → destruição progressiva do parênquima renal Exame de escolha: USG (leve, moderada e grave) Urografia: achatamento da concavidade normal do cálice → baqueteamento (inversão da concavidade da papila) Rim hidronefrótico não funcionante e aumentado de tamanho Pielonefrite Vias hematogênica ou ascendente Curso depende do patógeno, imunidade e condições predisponentes Achados de imagem: o Rim de volume aumentado, “sinal do nefrograma estriado” (faixas hipocaptantes de contraste), densificação da gorduraperirrenal, retardo no aparecimento do contraste o Melhor exame: TC Laura Mendes Martins Pielonefrite enfisematosa Forma rara Diabéticos e pacientes com obstrução do trato urinário Gás no rim e perirrenal Bactérias: E. Coli e Proteus vulgaris Forma necrosante grave Laura Mendes Martins Pielonefrite xantogranulomatosa Forma de pielonefrite crônica Resulta em rim não funcionante o Mais frequente em mulheres (2:1) o Oligossintomática Achados de imagem: o Perda do contornos renal normal o Cálices dilatados + pelve retraída (“sinal da pata de urso”) Abscesso renal Raro, geralmente de origem hematogênica e com início no córtex renal Pode levar à destruição do parênquima se não tratado Difícil diagnóstico no RX e urografia TC: método com maior sensibilidade o Coleção fluida com realce periférico pelo contraste Laura Mendes Martins Tuberculose renal A partir da infecção pulmonar, qualquer órgão pode ser afetado Reação inflamatória crônica com necrose caseosa RX: calcificações (sem padrão típico) Diagnóstico de certeza: ulceração para um cálice ou para a pele (bacteriúria e piúria) Pode levar à autonefrectomia (rim grande e não funcionante) Áreas de estreitamento e dilatação do ureter Cistos renais Massa renal unifocal mais comum Habitualmente sem significado clínico Exame de escolha: US (cistos renais simples) o Lesão arredondada, anecoica e com reforço acústico posterior Cistos complexos: TC ou RM com contraste Laura Mendes Martins o Classificação de Bosniak Tumores benignos A maioria é assintomática (necrópsia) Adenoma, fibroma, hemangioma, etc Angiomiolipomas: o Tecido vascular + músculo liso + gordura o Predileção por mulheres (4:1) Laura Mendes Martins o Esporádico (80%) ou associado a facomatoses (múltiplos – esclerose tuberosa) o Ruptura: > 4 cm (hematoma retroperitoneal) o Imagem: presença de gordura macroscópica Tumores malignos Mais comum: carcinoma de células renais Pode crescer muito antes de se tornar sintomático Lesões geralmente limitadas pela cápsula (exceto em estágios avançados) Pode provocar trombose de veia renal e invasão de cava inferior Áreas de necrose na porção central do tumor Laura Mendes Martins Nefroblastoma ou Tumor de Wilms Neoplasia abdominal mais comum do lactente e infância RX: calcificações lineares e difusas US: massa ecogênica e heterogênea, com pequenos cistos TC: melhor exame o Delimita a extensão do tumor o Comprometimento de veias e rim contralateral o Apresenta realce pelo contraste Doença renal policística Forma autossômica dominante o Origem genética o Múltiplos cistos renais + hepáticos + pancreáticos o Culmina, em estágio crônico, com insuficiência renal o Comumente detectada em adultos Forma autossômica recessiva o Muito menos comum que a dominante o Associada a fibrose hepática congênita (relação inversa) ▪ Apresentação precoce (peri/neonatal): doença renal • Tipo perinatal→ oligodrâmnio + hipoplasia pulmonar; • 75% óbito em 24h; fibrose hepática mínima ▪ Apresentação tardia (infância): doença hepática • Pode haver hipertensão portal e esplenomegalia o Tratamento de suporte Laura Mendes Martins
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