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RESUMO COMPLETO DE IMUNOLOGIA

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Amanda Selina Salvi 
01 – Visão Geral do Sistema Imunológico 
 
O Sistema Imune faz a proteção contra invasores e os elimina, porém causa desconforto 
(inflamação) e pode causar autoimunidade. Complexidade do organismo (diversidade de genes) não 
está atrelado à causa de patologias! O vírus influenza tem apenas 11 genes, mas ele tem grande 
habilidade de mutação. 
- Patógenos: alta mutação, novas gerações rápidas (adaptação); 
- Hospedeiros: baixa mutação, novas gerações lentas. 
Fatores que estimulam as defesas: a existência de patógenos conhecidos e novos, tumores (maior 
incidência por causa do aumento da expectativa de vida), alérgenos, novos estilos de vida e de 
consumo, procedimentos iatrogênicos (causa excessiva de remédios). O paciente pode estar 
infectado, mas não estar doente e pode ser transmissor. A seleção natural faz o sistema imune ser 
tão inconstante. 
 
Tipos de resposta imune 
- Inata ou inespecífica: nasce com o indivíduo; antiga, independe do tipo de antígeno, está pronta 
para agir (age em questão de horas), não tem memória (não deixa descendentes). 
Barreiras naturais: anatômicas (pele, cílios, vilosidades), fisiológicas (pH, temperatura, reflexos de 
micção e tosse), simbiontes (microbiota com maior concentração no intestino); 
Humoral (fluidos): complemento interferon, secreções proteicas, lisozima (age quebrando a parede 
da bactéria, presente na saliva e na lágrima), etc; 
Celular: macrófagos, neutrófilos, células dendríticas, etc. 
- Adaptativa, Específica ou adquirida: feita por meio de estímulos; recente, depende do antígeno 
para existir, mas demora para ter resposta (age em questão de dias), induz à memória imunológica 
(tendem a diminuir o tempo de resposta, é muito variável). 
Humoral: anticorpos; 
Celular: linfócitos. 
*Linfócitos T Helper (CD4 no citoplasma, que precisa do auxílio de outras moléculas para acabar 
com o patógeno) e T Citotóxico (CD8 no citoplasma, ataca vírus diretamente já que ele próprio lança 
substâncias líticas na célula contaminada). 
 
*Marcadores celulares: moléculas na superfície das células que as diferenciam. Principal 
nomenclatura foi CD (correceptores). Método de marcação para detectar a quantia de células no 
indivíduo e saber o tratamento. 
*O plasmócito é a forma inativa do Linfócito B que é ativado com a presença dos antígenos, e é ele 
que produz os anticorpos, logo ele raramente é encontrado circulando. 
 
Células Sanguíneas 
Após liberação da medula óssea e maturação do Linfócito T no timo formam-se as células granulares 
(neutrófilos e bastonetes, eosinófilo, basófilos) e agranulares (monócitos, linfócitos). 
Fagócitos: neutrófilos, macrófagos e células dendríticas. Células que encontram e se ligam ao vilão 
por meio de moléculas, formam vesículas (fagossomo) para liberação de substâncias do lisossomo: 
fagolisossomo - para haver destruição, deve haver a fusão de fagossomo e lisossomo. 
Os neutrófilos fazem a fagocitose de maneira inespecífica. A maioria dos neutrófilos são 
circulantes, porém eles podem fazer diapedese caso sejam requisitados por citocinas (reação 
inflamatória). Alguns mecanismos de destruição de antígenos dos neutrófilos fazem a liberação de 
radicais livres, hipoclorito, iodo, enzimas que formam pus, etc. 
Os macrófagos (teciduais) derivam dos monócitos (circulantes) e também fazem fagocitose com o 
fagolissomo. Após a digestão, moléculas de MHC (Complexo Principal de Histocompatibilidade) 
captam as pequenas partículas do antígeno digerido para expor ao seu redor e apresentam o vilão 
aos linfócitos; isso diferencia o neutrófilo do macrófago. 
As moléculas de MHC podem ser: 
▪ Classe I apresenta antígenos intracelulares como vírus (reconhecido pelo Linfócito CD8); 
▪ Classe II apresenta antígenos extracelulares como bactérias (reconhecido pelo Linfócito CD4). 
*O macrófago inicia a resposta imunológica já que ele está no tecido, ou seja, mais perto do vilão, 
liberam citocina para requisitar os neutrófilos. 
*Os macrófagos estão espalhados por todo nosso corpo, mas podem receber nomes específicos. 
As células dendríticas têm mais habilidade de apresentar o agressor do que o macrófago. Exemplo: 
células de Langerhans presentes na epiderme. 
*A resposta específica só existe porque os macrófagos e as células dendríticas fazem a 
apresentação de antígenos. 
Célula NK - Natural Killer. Célula semelhantes aos Linfócitos CD8 já que fazem liberação de toxinas, 
mas não são específicos. Algumas células, quando invadidas por vírus, expressam um sinal 
(independentes dos macrófagos) que fazem o NK se ligar e fazer liberar toxicidade. Se apresentar 
MHC I quem age ainda é o CD8 (específico). 
 
Eosinófilos contém grânulos que podem auxiliar na lise de antígenos. Resposta a parasitas grandes 
que não conseguem ser fagocitadas. Sinais intestinais (IgE) mostram na corrente sanguínea que 
precisam da ajuda dos eosinófilos no intestino. Em casos de alergias, também há liberação de IgE. 
Basófilos pouco circulantes e pouco presentes. Grânulos com aminas vasoativas como histaminas. 
Assemelham-se com os mastócitos (teciduais) que tem grande resposta inflamatória - 
vasodilatação, contração de músculo liso, etc. 
*Os IgE se ligam aos mastócitos; a reação alérgica só acontece quando há muito IgE. 
*A maior parte das infecções são assintomáticas. 
 
Interação das células de defesa com os agentes 
Os patógenos têm padrões em suas membranas: PAMP. As células de defesa possuem em suas 
membranas o TLR – receptor do tipo Toll – que se liga no PAMP do agente agressor. O TLR é um 
tipo de PRR, um receptor de reconhecimento padrão. 
 
02 – Órgãos Linfoides e Linfócitos 
 
▪ Primários (centrais): desenvolvem e maturam células do sistema imune – medula óssea 
(maturação do Linfócito B), timo (maturação do Linfócito T), fígado fetal. 
Medula óssea 
Principal função de hematopoese: fabricação de células sanguíneas. Ao nascer, praticamente todos 
os ossos possuem essa função. Na vida adulta, apenas alguns: principalmente o osso do quadril, 
vértebras, esterno, costelas. Fígado e baço podem assumir a hematopoese caso tenha algum 
problema na medula dos ossos. Infelizmente, eles não conseguem ter a mesma capacidade. 
*A medula também serve de residência de Linfócitos T e B imaturos e virgens. 
Timo 
Local de maturação dos Linfócitos T (será CD4 ou CD8). Localizado no mediastino superior anterior. 
Nas crianças, o timo é bem aumentado. Com o passar da puberdade, ele é substituído por tecido 
adiposo e fica bem atrofiado. 
As células reticulares epiteliais residem no córtex e na medula do timo. 
No córtex do timo, fazem seleção positiva: seleciona os linfócitos que funcionam. “Testam” os 
timócitos, apresentando MHC I e II, selecionando os que reagirem. Os que não passam no teste são 
fagocitados por macrófagos. 
Na medula do timo fazem seleção negativa: Os Linfócitos expressam CD4 e CD8 e passam por 
outro teste que inclui saber se ele reage a algum componente próprio ou não, ou seja, exclui os que 
 
reagem. A resposta tem que funcionar, mas não pode ser exagerada. Falha na seleção negativa 
pode causar doenças de autoimunidade. 
*A maior parte dos Linfócitos T não passam nos dois testes e são eliminados, sofrendo apoptose. 
Após a liberação, os Linfócitos T CD4 (Th0) são diferenciados de novo em Th1, Th2 e Tregs. 
 
▪ Secundários: manter o ambiente adequado para que o sistema imunológico possa viver. 
Linfonodos (lar dos linfócitos virgens), vasos linfáticos (conexão dos linfonodos), baço, MALT 
(tecido linfoide associado à mucosa). 
Vasos Linfáticos 
Importância para o sistema circulatório e imunológico. Drenam a linfa dos tecidos e mandam para a 
análise nos linfonodos. A linfa é drenada pelos ductos torácico e linfático direito que despejam a linfa 
de volta ao sistema circulatório; não possuem um sistema de bombeamento, mas têm válvulas. 
Acompanham grandes vasos sanguíneos. 
Linfonodos 
Tamanho variável;localizados no pescoço, axilas, inguinal e ao longo de grandes vasos. Dentro de 
um linfonodo há folículos que tem Linfócitos B e T virgens. Os vasos linfáticos aferentes trazem a 
linfa que foi recolhida dos tecidos, 
Baço 
A maior quantidade de tecido linfoide do corpo. Funcionam como um linfonodo gigante. Produção de 
anticorpos que vão direto para a circulação e que fazem a proteção contra germes encapsuladas que 
não são vistos pelo sistema complemento. 
MALT – tecido linfoide associado à mucosa 
Todas as mucosas que tem contato com o meio externo, desenvolvem o MALT que representa um 
reforço: GALT, BALT, CALT, SALT... As tonsilas são formas de MALT que se organizaram. 
 
03 – Citocinas 
 
A maneira como as células se comunicam para saber o que fazer. Citocinas são proteínas solúveis 
produzidas por células do sistema imune e funcionam como mediadoras. São conhecidas como 
“hormônios do sistema imune” A comunicação pode ser por meio do contato célula-célula 
(macrófago apresentando o antígeno) e por mediadores solúveis (inflamação). Podem agir de 
maneira autócrina (no local onde foi produzida), parácrina (células ao lado), endócrinas (à 
distância, pela corrente sanguínea). 
 
 
Propriedades: produção rápida e autolimitada; ação pode ser local ou sistêmica e na célula que a 
produziu ou em outras; citocinas se ligam a receptores específicos para agir; quanto mais citocina, 
melhor o efeito; tem citocinas com efeitos antagônicos para equilíbrios; não são armazenadas, já que 
são rapidamente secretadas. 
Existem vários tipos de citocinas: IL – interleucinas, em geral, são produzidas por leucócitos e agem 
em outros leucócitos; IFN – interferons; TNF – fator de necrose tumoral; Quimiocinas – causam 
quimiotaxia, envolvidas na linfopoiese e angiogênse; Eritropoetina... 
Supressão: os corticosteroides inibem as citocinas da imunidade inata já que tem efeitos sistêmicos 
e os imunossupressores específicos, como os usados em transplante de órgãos, são usados para 
inibir citocinas da imunidade adaptativa. 
*As citocinas liberadas governam o isótipo de anticorpo que o Linfócito B produzirá, já que ele irá 
produzir de acordo com a citocina que mais ter no local. 
 
Citocinas da imunidade inata (não-específica) 
Produzidas por fagócitos (macrófagos, células NK) estimulados por produtos bacterianos (membrana 
de alguma bactéria) ou por outras citocinas. Agem em células endoteliais e em outros leucócitos. 
Efeitos locais e sistêmicos. 
TNF-α: principal mediador da resposta inflamatória aguda. Recruta neutrófilos e linfócitos para o 
local, já que induz a expressão de moléculas de adesão no endotélio vascular (marginação). 
Quando há maior produção de TNF-α apresenta efeitos sistêmicos, como febre (prostaglandinas), 
proteínas de fase aguda no fígado (fibrinogênio, opsoninas, proteínas do sistema complemento), 
medula óssea para fazer a liberação de novas células. 
Se for por muito tempo, há efeitos mais severos, como diminuição do débito cardíaco, bloqueio de 
glicogenólise no fígado, distúrbios metabólicos, choque, trombose vascular. 
IL-1: funciona em conjunto com TNF-α. Tem efeitos similares, porém sozinha não causa choque. 
IL-12: resposta inicial a microrganismos intracelulares. Como a resposta inata tem grandes 
dificuldades no combate a vírus, eles são indutores da imunidade adaptativa. Estimula também a 
transformação de Linfócitos T CD4 em Th1. 
INF-1 (α e β): pode ser produzido por qualquer célula do organismo geneticamente e inicia a 
produção ao entrar em contato com vírus. Estimulam a produção de MHC I. 
 
Citocinas da imunidade adaptativa (específica) 
Produzidas por Linfócitos T estimulados por antígenos proteicos. Tem efeito local e são produzidas 
em baixa quantidade, indetectável no soro. 
 
IL-2: fator de crescimento (expansão clonal) para Linfócitos T CD4 (autócrina) e também induz a 
apoptose se necessário. Diferenciação e proliferação de Linfócitos B e células NK. 
IL-4: faz inibição de macrófagos. Induz transformação de T CD4 em Th2 e à produção de IgE e IgG. 
IFN-γ: ativa macrófagos, estimula produção de IgG e IgM, aumenta a expressão de MHC II. 
 
Citocinas reguladoras de hematopoese 
Eritropoetina (medula óssea), tromboproetina (megacariótico), fatores de diferenciação de colônia, 
outras interleucinas. 
 
04 – Sistema Complemento 
 
Conjunto de 30 proteínas inativadas que circulam na corrente sanguínea. Parte da imunidade inata, 
mas às vezes precisa da reação antígeno-anticorpo. Faz a lise de células (MAC – complexo de 
ataque à membrana); opsonização (marcação da bactéria para que elas sejam facilmente 
fagocitadas); quimiotaxia e potencializar a resposta inflamatória. 
Via Clássica: começa com interação de antígeno-anticorpo, liberando uma cascata de quebra de 
proteínas para formar a MAC. Os restos das proteínas que foram quebradas (C3a e C5a) e voltaram 
para o plasma, serão utilizadas para induzir os mastócitos para a liberação de histamina 
(anafilatoxina), fazer a quimiotaxia e liberação de leucotrienos. Causam edema. 
Via alternativa: ausência da interação antígeno-anticorpo. 
Via das lectinas: ligação de lectinas-manose que se encontra em fungos e bactérias. 
*O sistema complemento exagerado pode causar alergias e doenças autoimunes 
 
 
05 – Anticorpos e antígenos 
 
Os linfócitos são as células do Sistema Imune Adaptativo. Eles são bem comuns no sangue e têm 
origem na medula óssea linhagem linfoide. São transportados pela corrente sanguínea e linfática. 
Os linfócitos T são maturados no Timo e os Linfócitos B são maturados na medula óssea; os órgãos 
linfoides periféricos (baço, gânglios linfoides) compreendem a maior parte dos linfócitos. 
Linfócitos T: representam a maior parte dos linfócitos do sangue periférico e tem duas 
diferenciações: CD4 (liberam citocinas que ativam os macrófagos para fazer fagocitose) e CD8 
(citotoxinas para células infectadas, principalmente intracelulares – vírus). Representam a 
imunidade celular por ser mediada por células. Os receptores reconhecem somente peptídeos 
apresentados via MHC. 
Linfócitos B: liberação de anticorpos (neutralização de microrganismos extracelulares), ativação do 
sistema complemento. Representam a imunidade humoral. Os anticorpos reconhecem proteínas, 
lipídeos, carboidratos, ácidos nucleicos. 
 
Os linfócitos reconhecem o antígeno do microrganismo e, mais especificamente, o epítopo do 
antígeno. Os linfócitos são os únicos que não reconhecem qualquer parte do invasor. O Sistema 
Imune faz uso de grupo de moléculas para reconhecer os antígenos: Imunoglobulinas 
(anticorpos), Receptor de Linfócitos T – TCR (linfócitos T), Moléculas de MHC (APCs). 
 
Características da resposta adaptativa: especificidade (o Linfócito reconhece o epítopo do antígeno 
e gera respostas ideais), produção de memória (a memória aumenta a capacidade de combate), 
faz expansão clonal (aumenta o número de linfócitos), não reativa a si próprio (impede a 
autoimunidade), faz contração e homeostasia (dá uma “pausa” na resposta imune para que o 
organismo se recupere). 
 
Linfócitos B e a Imunidade Adaptativa Humoral 
Os anticorpos reconhecem e se ligam ao antígeno (qualquer material estranho no corpo). A célula B 
virgem entra em contato com o antígeno; após sua ativação, por receber estímulos de Thelper, 
realiza expansão clonal (divisão celular exponencial). 
Anticorpo é proteína circulante produzida em resposta à antígenos; o anticorpo se dilui no sangue, 
por isso são rápidos e práticos para circularem. Pode aparecer ligado a membranas de Linfócitos 
B (reconhecem o antígeno) ou secretados na circulação, nos tecidos e nas mucosas (neutralizam, 
impedindo a entrada e disseminação do patógeno). 
 
Ligação antígeno-anticorpo: após o contato do antígeno, o anticorpo passa por uma cascata de 
fosforilação, alterando sua conformação na membrana do Linfócito B e secretam o anticorpo, 
tornando-se um plasmócito.Os anticorpos 
a) Neutralização: os anticorpos se ligam nos agentes e impedem a entrada dele no epitélio, impede 
que ele se ligue nas células teciduais para infectá-las e impede que a célula infectada passe para as 
outras células. Além disso, neutraliza as toxinas, impedindo que elas causem patologias. 
Se for um vírus, o anticorpo forma uma cápsula para impedir que ele na célula e também impedir que 
ele deixe o DNA viral caso adentre a célula. 
b) Opsonização dos patógenos: os anticorpos marcam os patógenos para que as células fagocíticas 
saibam quem atacar, isso aumenta a fagocitose. 
c) Ativação de mastócitos: uma classe específica de anticorpos que se ligam a membranas de 
mastócitos (depois que eles foram ligados a antígenos), que faz uma ativação para a liberação de 
vesículas de histaminas. 
d) Ativação do Sistema Complemento: recrutam o sistema complemento, já que é a partir da 
ligação antígeno-anticorpo que a cascata do complemento se inicia. 
 
Anticorpos no sangue: estão presentes no soro (sem fatores de coagulação). O antissoro é a 
amostra do soro que contenha moléculas de anticorpo detectáveis. 
A sorologia estuda os anticorpos e suas reações com antígenos para a formulação vacinas, 
antídotos, diagnóstico de doenças infecciosas (procura os antígenos e os anticorpos). 
▪ Imunização passiva: Transferência de anticorpos feitos em outros locais diretamente para o 
infectado. É efetivo e específico, mas não induz a memória. Ex.: antídotos, soros. 
▪ Imunização ativa: Transferência de antígenos para que as células produzam memória. Ex.: 
vacinas. 
 
Imunocromatografia (Testes Rápidos): permite detectar rapidamente a presença do antígeno ou 
anticorpo na amostra. É dividido em 4 campos: no primeiro vai a amostra de sangue; o segundo tem 
um anticorpo marcado com ouro; o terceiro é o antígeno; o quarto é anti-anticorpo. 
Quando o sangue infectado é pingado, os anticorpos da pessoa contra o agente X se ligam nos 
anticorpos marcados com ouro. Os dois passam pelo antígeno e reagem com ele: marcação T. 
Depois o anticorpo de ouro passa pelo anti-anticorpo e marca C. 
 
 
Anticorpos monoclonais: são anticorpos produzidos por um único clone de um único linfócito B 
parental, que é clonado e imortalizado, produzindo sempre os mesmos anticorpos, em resposta a 
um agente patogénico. Aplicações: diagnóstico in vivo – tumores e doenças autoimunes; uso 
terapêutico – transplantes, doenças respiratórias... 
 
Estrutura dos anticorpos 
Apresentam as mesmas características, mas enorme variabilidade na região que se liga ao antígeno. 
Tem estrutura simétrica: duas cadeias pesadas idênticas e duas cadeias leves idênticas; cada 
cadeia é formada por Domínios Ig (imunoglobulina) que se dobram de forma globular e se ligam por 
pontes dissulfeto. 
Porção Variável do Anticorpo 
Tanto as cadeias leves quanto as pesadas são compostas por regiões aminoterminais variáveis 
(VH e VL) que participam do reconhecimento dos antígenos. São 3 regiões hipervariáveis dentro da 
região variável que são unidas em 3 fitas B, formando uma superfície que se liga ao antígeno: CDR 
– regiões determinantes de complementariedade. 
A variação ocorre nos genes – cromossomo 2 (KAPPA 60%) e 22 (LAMBDA 40%) para a cadeia 
leve e cromossomo 14 para a cadeia pesada – que codificam as imunoglobulinas: recombinação 
V(D)J. A enzima Recombinase VDJ faz a quebra e recombinação dessas partes, resultando em 
várias possibilidades: 100 bilhões. 
Quando o anticorpo está formando, os Linfócitos B fazem expansão clonal. Os clones virgens 
amadurecem nos órgãos linfoides. Ao entrarem em contato com os antígenos nos tecidos linfoides, 
eles são ativados. 
Regulação da Variação 
Há a possibilidade de tanta recombinação que pode ocorrer de algum anticorpo acabar sendo feito 
para reconhecer nosso próprio corpo (autoimunidade). A medula óssea e os órgãos linfoides, ao 
terem contato, fazem a seleção positiva (seleciona os que tiveram respostas adequadas) e 
negativa (seleciona para apoptose os que tiveram respostas exageradas). Falha nisso resulta em 
doenças autoimunes. 
Porção Constante do Anticorpo 
As regiões carboxiterminais constantes (C) das imunoglobulinas tem função efetora. Mesmo 
sendo “constante”, essa região tem 5 tipos diferentes que são chamados de Isótipos das 
Imunoglobulinas por variarem na sequência de aminoácidos e na função. 
Imunoglobulina A (IgA): encontrada em mucosas (intestino, trato respiratório, trato urogenital), 
prevenindo sua colonização por patógenos. Baixa concentração no soro. 
 
Imunoglobulina D (IgD): receptor de antígeno precoce; ativa o crescimento das Células B. Raras no 
soro e nascem com os Linfócitos B imaturos. 
Imunoglobulina E (IgE): ativam os mastócitos – liberar histamina – e basófilos. Resposta imune 
contra helmintos e protozoários. Associados a hipersensibilidade, alergias. 
Imunoglobulina M (IgM): 
circulantes, nascem com 
Linfócitos B imaturos, estão na 
resposta primária antes que haja 
IgG e ativam o sistema 
complemento. 
Imunoglobulina G (IgG): as mais abundantes com 4 subclasses. Participam da ativação da 
opsonização, do sistema complemento. É o anticorpo principal da resposta imune secundária e 
requer a participação de Linfócitos T para a sua produção. Atravessam placenta e estão presentes 
no leite materno. 
*Os Linfócitos B virgens não produzem anticorpos, eles nascem com IgM ou IgD. Primeiro são 
ativados, se diferenciam e então secretam anticorpos. A troca de Isótipo dependerá de qual citocina 
dos Linfócitos Thelper está no local, assim ela altera a função da molécula, mas não altera a sua 
região variável. 
 
06 – Captura e apresentação dos antígenos 
 
Os Linfócitos T representam a Imunidade Celular – Cell Mediated Immunity (CMI); eles são 
transportados pela corrente sanguínea e linfática, representam 60-80% dos linfócitos do sangue 
periférico e tem duas populações: 
▪ T CD4 (auxiliar/helper): ativa respostas imunes inflamatórias com liberação de citocinas. 
▪ T CD8 (citotóxico): mata diretamente as células infectadas como vírus, tumores e enxertos. 
Os TCRs (Receptor de Célula T) são expressadas para reconhecerem um único antígeno 
(especificidade), mas são capazes de reconhecer qualquer antígeno estranho. Formados por um 
dímero de cadeia β (Cβ e Vβ – Cromossomo 7) e um dímero de cadeia α (Cα e Vα – Cromossomo 
14). 
A variação dos TCRs acontece pelos genes que os codificam. Há uma recombinação V(D)J com 
capacidade de reconhecer mais de 1 quatrilhão de epítopos. 
*A diferenciação de T CD4 e T CD8 está no correceptor, e não na parte variável como se imagina. 
A maturação dos Linfócitos T é feita no Timo na ausência de antígeno. Os Linfócitos maturados 
 
adentram os tecidos linfoides e aqueles que forem “selecionados” para combater o antígeno, serão 
clonados. Pela tamanha diferenciação seria impossível os Linfócitos encontrarem suas presas ideais, 
por isso as Células Apresentadoras de Antígenos (APCs) são as responsáveis em encontrar e 
mostrar o antígeno aos Linfócitos. 
Os microrganismos invadem o hospedeiro por 3 vias: pele, trato gastrointestinal e respiratório. Todos 
representam epitélios como barreiras, por isso, as guardiãs de barreiras são as APCs. O 
patrulhamento é feito por células dendríticas (ex.: células de Langerhans), pelos macrófagos e 
pelos Linfócitos B. 
▪ Os microrganismos que passam pelo epitélio são capturados e endocitados pelas células 
APCs que possuem em suas membranas Receptor do tipo Toll. 
▪ Ocorre a produção de citocinas: TNF e IL-1. 
▪ APCs se ativam e migram para o Linfonodo através de vasos linfáticos. 
▪ Apresentam o antígeno para os Linfócitos T. Aquele que tiver o TCR, passará por expansão 
clonal. 
Células maduras passam de células especializadas em captura para especializadas em 
apresentação de antígenos. Há um aumento na síntese e expressão de MHC e aumento de 
coestimuladores. 
As Células Dendríticasativam os Linfócitos T virgens e iniciam a expansão clonal deles. Os 
macrófagos ativam os Linfócitos T efetores que ativam os macrófagos – imunidade celular (relação 
macrófago-linfócito). Os Linfócitos B ativam os Linfócitos T efetores que ativam a produção de 
anticorpos do Linfócito B – imunidade humoral. 
Os Linfócitos T só reconhecem os antígenos que forem ligados ao MHC apresentados pelas APCs. 
 
Direcionamento de CD4 ou CD8 
Dependerá de como é feita a captação do antígeno. 
▪ Se o antígeno estiver no citosol, ele será digerido pelo proteassoma que formará fragmentos 
de proteínas e qualquer célula nucleada poderá “recolhê-los” e formar o MHC I. 
▪ Se o antígeno estiver extracelular, ele será endocitado por APCs, formando vesículas 
endossomais que formarão MHC II. 
MHC – Complexo de Histocompatibilidade Principal. Fazem parte do grupo de moléculas utilizadas 
pelo sistema imune e ficam presentes na membrana das APCs para que, na apresentação, os 
Linfócitos T possam reconhecer o antígeno. O locus genético do MHC – coleção de genes 
polimórficos que diferem entre os indivíduos – do Cromossomo 6 é determinante para aceitação ou 
rejeição em transplantes. Improvável que dois indivíduos tenham o mesmo HLA (antígenos de 
 
leucócitos humanos/MHC); sempre haverá alguém que será capaz de lidar com a infecção. 
Os MHCs têm uma fenda que liga peptídeos. Apenas uma porção é constante e é ela que irá se ligar 
ao CD4 ou ao CD8 (correceptores). 
Cada molécula de MHC pode apresentar um peptídeo por vez, mas é capaz de apresentar diversos 
tipos. Nem todo peptídeo será recolhido pelo MHC, apenas alguns específicos. 
Processamento dos antígenos pelo MHC I 
Os antígenos do microrganismo são degradados pelo proteassoma – após serem marcados pela 
ubiquitina. Os peptídeos (fragmentos de proteínas) passam pelo canal TAP (Transportador 
associado ao processamento antigênico) no Retículo Endoplasmático das células e encontrará com 
o MHC I. Vesículas são criadas para liberar essa junção de MHC I + peptídeo do antígeno e são 
levadas até os Linfócitos T CD8. 
Isso é feito com qualquer proteína “lixo” do organismo. A diferença é que o Linfócito T CD8 não irá 
reconhecer as nossas proteínas como patógenas. 
Processamento dos antígenos pelo MHC II 
Como nesse caso, o antígeno está em meio extracelular, as APCs endocitam o antígeno proteico, 
formando uma vesícula que irá se fundir com outra vesícula com MHC II pelo mecanismo da CLIP – 
peptídeo de cadeia constante classe II. Com a associação antígeno-MHC, há o transporte até os 
Linfócitos T CD4. 
 
07 – Ação dos Linfócitos T 
 
O reconhecimento de antígenos nos órgãos linfoides desencadeia a expansão clonal. As células T 
efetoras entram na circulação e procuram o local da infecção. Os Linfócitos T CD8, após a ativação, 
liberam perforina nas células infectadas para que elas sejam destruídas. Os Linfócitos T CD4 se 
diferenciam em subpopulações para produzir citocinas diferentes e realizar diferentes funções: 
▪ Linfócito Th1: fazem a defesa contra microrganismos intracelulares já que ativam os 
macrófagos para a via clássica e ativam a produção de IgG nos Linfócitos B. 
▪ Linfócito Th2: fazem a defesa contra helmintos e parasitas há que ativam os eosinófilos, os 
mastócitos, a produção de IgE, a via alternativa dos macrófagos. É uma resposta que não 
depende de fagócitos. 
▪ Linfócito Th17: fazem a defesa de bactéria extracelular e fungos já que ativam a inflamação 
local.

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