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Resumo Imunologia - Bruna Krug

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IMUNOLOGIA 
 
 
 
 
 
BRUNA REIS KRUG ATM 2023 2 MEDICINA ULBRA 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
INTRODUCAO A IMUNOLOGIA 
QUESTÕES PARA FIXAÇÃO E DISCUSSÃO 
 
1. Qual a relação entre as vacinas e a origem da imunologia? 
 
2. Quais são as linhas de defesa de nosso organismo contra patógenos? 
 
• Barreiras físicas: muco, cílios da via respiratória e pele; 
• Imunidade: 
- Inata = natural: células NK, macrófagos, células dendríticas (são as 
células apresentadoras de antígeno = APC) e sistema complemento; 
- Adaptativa = adquirida: linfócitos T e linfócitos B = tem memória; 
• No segundo contato, começa a agir num menor período, com mesma 
amplitude e intensidade. 
 
3. O que é imunidade inata? O que é imunidade humoral? Quais as diferenças entre esses dois tipos? 
 
• Imunidade humoral: representada por anticorpos e responde por infecções extracelulares; 
• Imunidade inata: é mediada por células e combate infecções intracelulares. 
 
4. Qual a diferença entre resposta adaptativa primária e resposta adaptativa secundária? 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
 
• Primária: 
- Mais lenta e menos intensa; 
- Secreção de IgM e pouca Igc; 
- Menor afinidade dos anticorpos; 
 
• Secundária: 
- Resposta rápida; 
- Secreção de IgC; 
- Maior afinidade por anticorpos; 
- Ocorre ativação das células de memória (do primeiro contato), promovendo a produção de maiores 
quantidades de anticorpos. 
 
5. Fases da resposta imune: 
 
1. Indutora; 
2. Cognitiva; 
3. De Ativação; 
4. Efetora: secreção de citocinas 
- Ativar linfócito B; 
- Ativar macrófagos; 
- Ativar linfócitos citotóxicos; 
 
 
 
 
 
6. O que é antígeno? O que é anticorpo? Quais as diferenças entre antígeno endógeno e antígeno exógeno? 
• Antígeno: 
- “antibody generator”; 
- É qualquer molécula que induz o corpo a produzir anticorpos = gerador de anticorpos; 
- Pode ser: 
 Endógeno: parasita intracelular obrigatório (produzido dentro das células do hospedeiro), destruído através 
da lise celular, por linfócitos T citotóxicos (citotoxidade); 
 Exógeno: produzido fora das células do hospedeiro, destruído por anticorpos (imunidade humoral), 
inflamação e fagocitose. 
 
A. Conformacional: quando há desnaturação, o antígeno não é 
mais reconhecido; 
B. Linear: antígeno que só é reconhecido após a desnaturação; 
C. Não-antígeno: que é clivado para ser reconhecido. 
 
• Epitopo: 
- É um determinante antigênico; 
- É a parte do antígeno que é reconhecida pelo anticorpo. 
7. Quais são as principais células da imunidade inata e suas 
funções? 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
 
• Granulócitos: funções efetoras. 
- Basófilos: substâncias farmacologicamente ativas (histamina, serotonina, heparina), liberam grânulos após a 
estimulação apropriada (antígenos/IgE), hipersensibilidade imediataa; 
- Eosinófilos: agem no combate a parasitas como os helmintos; 
- Neutrófilos: mais comum, fagocitam o antígeno. 
• Macrógafos: fagocitose e APC; 
• Células NK: citotoxidade. 
 
8. Quais são as principais células da imunidade adaptativa e suas funções? 
• Linfócito Th: regulam a reação imunológica, produção de citocinas; 
• Linfócito Tc: função efetora na reação imune (citotoxidade), lise de células infectadas por parasitas intra; 
• Linfócitos B: apresentação de antígenos e função efetora (produção de anticorpos indiretamente, através da 
produção de plasmócitos); 
• Células do sistema fagocitário: apresentação de antígenos (APC) e função efetora (fagocitose); 
- Sobre os linfócitos: 
• Sua produção ocorre na medula óssea e no timo; 
• O linfócito T precisa passar pelo timo para ser 
educado e evitar a autoimunidade; 
• Marcadores (CD cluster of differentiation + nº) – 
são uma série de moléculas presentes na 
superfície dos leucócitos e são marcadores de 
linhagem e estágio de diferenciação: 
- CD45 = células brancas hematopoiéticas; 
- CD3 = linfócito T maduro; 
- CD4 = linfócito Th; 
- CD8 = linfócito Tc; 
- CD14 = monócitos; 
- CD56 = células NK. 
- Sobre os fagócitos: 
• Na imunidade inata, ingerem e destroem partículas estranhas; 
• Na imunidade adaptativa, são células apresentadoras de antígeno, ou seja, apresentam antígeno aos linfócitos 
TCD4+ na fase indutora; 
• Na fase efetora, fagocitam células opsinizadas (antígenos recobertos por anticorpos) + fagocitose estimulada 
por citocinas produzidas por linfócitos T. 
APC = célula 
apresentadora de 
antígeno = células 
dendríticas, macrófagos 
e linfócitos B 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
 
9. O que e quais são os órgãos linfoides primários e os secundários? 
Tecidos do sistema imune: 
• Órgãos linfoides primários: 
- Formação das células imunes; 
- Medula óssea e timo; 
- Timo: diferenciação dos linfócitos T, a partir de precursores que migra da medula; 
• Órgãos linfoides secundários: 
- Início da resposta imune; 
- Baço: segregação de linfócitos T e B anatomicamente; polpa branca densamente povoada com linfócitos e 
macrófagos, e polpa vermelha contendo eritrócitos, macrófagos, células dendríticas, plasmócitos e linfócitos. 
- Linfonodos: filtram antígenos da linfa, ativam linfócitos e a resposta imune. Tecido linfoide associado a 
mucosa (MALT): adenoides, tonsilas, Placas de Peyer. 
 
COMO ESTES ELEMENTOS INTERAGEM: UMA VISÃO GERAL 
 
MHC, IMUNOGLOBULINAS E ANTÍGENOS 
ANTÍGENOS 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• É uma proteína que é reconhecida pelo anticorpo; 
• Exógeno: produzido fora da célula. É fagocitado, sendo processado e apresentado por um MHC de classe II; 
• Quem reconhece os MHC II são os linfócitos T CD4+ (linfócitos auxiliares); 
• Os antígenos podem ser conformacionais, lineares ou neo-antígenos. 
• Conformacional: o antígeno só é reconhecido pela sua forma (se for desnaturado, por exemplo, não é 
reconhecido); 
• Lineares: tem que sofrer desnaturação para ser reconhecido (quando desnatura, o epítopo que estava 
escondido aparece, tornando possível a ligação com o anticorpo); 
• Neo-antígenos: tem que ser clivado, ou seja, antes não existia epítopo e, depois da clivagem, surge um. 
 
 
MOLÉCULAS DE MHC 
• “Complexo principal de histocompatibilidade”; 
• É uma sequência de DNA que está no cromossomo 6. As moléculas que são codificadas por esses genes são as 
moléculas de MHC; 
• MHC recebe o nome de um gene específico, o HLA (Antígenos Leucocitários humanos); 
• Existe uma fenda no MHC que serve para encaixar o peptídeo para realizar a apresentação do antígeno. 
• Alfa-hélices que determinam o tamanho do antígeno que vai se encaixar no MHC; 
• As moléculas de MHC apresentam antígenos ao sistema imune (linfócitos T). 
 
MHC classe I 
• Proteína na superfície das células, na membrana; 
• Possui uma cadeia alfa e uma outra molécula associada chamada beta-2-microglobulina; 
• MHC classe I pode ser A, B, C = três genes diferentes de moléculas MHC classe I; 
• Todas as células nucleadas do nosso organismo apresentam moléculas de MHC classe I na superfície e elas, 
portanto, podem expor antígeno nessa molécula de MHC I. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• Linfócito T citotóxico (TCD8) só reconhece antígeno por molécula de MHC I; 
• Elas expõem antígenos endógenos aos linfócitos T; 
MHC classe II 
• Formadas por uma cadeia alfa e uma cadeia beta; 
• Podem ser de três tipos: DP, DQ e DR; 
• Quem tem MHC classe II é célula apresentadora de antígeno (exógeno): macrófagos, células dendríticas, 
linfócito B. 
• Só porque uma célula tem MHC II não significa que ela não tenha MHC I; 
• Linfócito T auxiliar (TCD4) só reconhece antígeno por molécula de MHC II; 
• Elas expõem antígenos exógenos aos linfócitos T; 
 
CARACTERÍSTICAS DAS MOLÉCULAS DO MHC 
CLASSE ESTRUTURA MOLÉCULAS DISTRIBUIÇÃO FUNCÃO 
 
I 
Dimérica: 
cadeias α e β2-
microglobulina. 
 
A,B,C 
Todas as células 
nucleadas 
Apresentação de 
antígenos a 
linfócitos Tc 
 
II 
Dimérica: 
cadeias α e β 
 
DP, DQ, DR 
Linfócitos B, 
APC, linfócitos T 
ativados 
Apresentaçãode 
antígenos a 
linfócitos Th 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
 
• Via endógena do MHC I: 
- Antígeno endógeno se degrada dentro do proteossoma; 
- A degradação de proteína, no proteossoma, em peptídeos pequenos são deslocados ao retículo 
endoplasmático, onde há moléculas MHC I que precisam desses peptídeos para ficarem estáveis; 
- Quando elas se associam, essas vesículas vão parar na superfície da célula, expondo antígenos exógenos em 
MHC I para serem reconhecidos pelos linfócitos T CD8. 
• Via exógena do MHC II: 
- APC engloba o antígeno por fagocitose ou pinocitose; 
- A partícula fagocitada vai para o interior da célula, se fundindo com vesículas do RE que carregam no seu 
interior moléculas de MHC II; 
- Na medida em que o lisossomo se funde com o endossomo, é formada uma estrutura que vai degradar a 
proteína do antígeno, formando peptídeos que se encaixam na molécula MHC II; 
- Depois, essa vesícula se funde com a membrana plasmática, expondo a MHC II juntamente com o peptídeo 
que era de origem exógena, sendo reconhecido por linfócito TCD4. 
Tudo que é endógeno deve ser exposto na superfície para que o sistema imune tenha a oportunidade de ver 
se está tudo bem com o corpo. Já a proteína exógena, incorporada por fagocitose, vai ter um comportamento 
específico para ser reconhecido pelo linfócito T auxiliar. 
 Por que existe esta “obrigação” de apresentar os antígenos a linfócitos T? 
• Razão estrutural: Os receptores antigênicos em linfócitos T têm uma estrutura que permite a estimulação 
celular apenas quando são reconhecidos simultaneamente antígeno (epítopo) + MHC. 
• Razão adaptativa: Assim, é obrigatório o contato entre o linfócito T e uma APC - que libera os sinais 
coestimuladores informando qual o tipo de antígeno e resulta no desencadeamento do melhor mecanismo 
efetor para combatê-lo. 
Apenas a apresentação do antígeno pelo MHC não é suficiente para a ativação de linfócitos T. 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
 
• Uma das consequências de ter moléculas de MHC para a ativação de linfócitos é que essas moléculas 
determinam a compatibilidade dos tecidos; 
• Existem três genes de MHC I e três de MHC II. No entanto, para cada um desses locus, pode-se ter n alelos 
que codificam moléculas de MHC, ou seja, há um polimorfismo genético. 
• Como a diversidade é tao grande nos genes que codificam MHC, a possibilidade de indivíduos não aparentados 
serem diferentes é praticamente 100%. Cada um tem um MHC único e diferente; 
• Transplante: sempre vai ter um linfócito ou outro que reage contra essa MHC diferente, que leva a ativação 
de reação linfocitária, que leva a rejeição tecidual. 
• As moléculas MHC são determinadas/identificadas por sequenciamento ou teste direto de DNA. 
• A frequência de recombinação entre cromossomo paterno e materno é muito baixa; 
• É mais provável que um individuo seja heterozigoto para os genes MHC devido ao alto numero de alelos na 
população; 
• Se retira sangue para fazer testes moleculares para conhecer a tipagem HLA (alelos) no cadastro para doar 
medula óssea. 
• A diversidade do MHC também está associada a doenças, dependendo do conjunto de alelos de MHC, pode-
se ter uma suscetibilidade aumentada ou diminuída em alguns tipos de doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMUNOGLOBULINAS 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• Todo anticorpo é uma imunoglobulina, mas nem toda imunoglobulina é um anticorpo; 
• Anticorpo é uma imunoglobulina secretada, é produzido por plasmócito, que é o ultimo estágio de maturação 
do linfócito B (linfócitos B não secretam anticorpos); 
• A estrutura das imunoglobulinas é composta por porções que se ligam no antígeno desencadeando o 
mecanismo efetor; 
• São extremamente diversas e ao mesmo tempo extremamente conservadas; 
• São formadas por 4 cadeias polipeptídicas: duas cadeias maiores, que são pesadas, e duas menores, que são 
as leves; 
 
• A cadeia pesada e a leve possuem uma porção constante e outra variável; 
• Total de regiões variáveis: 2 (uma em cada cadeia); 
• A região constante das duas cadeias pesadas é reconhecida por várias células do sistema imune, já as regiões 
variáveis são o sítio de ligação ao antígeno; 
• Funções: reconhecer antígenos através da região variável, desencadear funções efetoras que removem o 
antígeno, realizada através da região constante; 
• Existem cerca dez tipos de eliminar um antígeno; 
• O nível de diversidade para a região constante é baixo. 
• Antígenos diferentes podem ser reconhecidos pelo mesmo anticorpo, ou seja, o anticorpo é específico para o 
epitopo, mas o anticorpo não é específico para o antígeno. 
• A cadeia leve pode ser kapa ou lambda; 
• A pesada pode ser gama, épsilon, alfa, delta ou mi; 
• Porção constante da cadeia pesada dos anticorpos pode desencadear as seguintes funções: 
- Ativar o sistema complemento; 
- Hipersensibilidade tipo I pelo IgE; 
- Imunidade de mucosa pelo IgA; 
- Promover a imunidade neonatal; 
- Realizar a neutralização de antígens; 
- Fazer opsonização; 
- Realizar citotoxidade dependente de anticorpos. 
• A produção das Ig ocorre durante o desenvolvimento do linfócito B: Linfócitos B maduros apresentam 
imunoglobulinas de superfície (IgM + IgD, que fazerm parte do receptor da célula B) até o momento da 
ativação; a partir de então, as imunoglobulinas passam a ser secretadas (IgM solúvel) e podem mudar de 
classe. 
• O antigeno seleciona qual o linfócito B será ativada pelos 
clones, após o processo de hipermutação, e haverá um 
seleçao determinada pelo antígeno determinando quais são 
os linfócitos B mais capazes. No final de tudo, quem 
determina tudo é o antigeno e isso requer grande 
diversidade. 
Recombinação de segmentos genômicos V, D, J e C nas 
cadeias pesadas 
+ 
Recombinação de segmentos V, J e C nas cadeias leves 
+ 
Possíveis combinações de cadeias leves e pesadas 
= 
109 a 1011 possíveis anticorpos diferentes 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
 
 
• IgM: é a principal Ig secretada na forma de anticorpo quando há resposta primária, principal imunoglobulina 
do corpo; 
• IgG: principal imunoglobulina secretada como anticorpo quando há resposta secundária a um determinado 
antígeno; 
• IgA: característica das mucosas, faz sua proteção delas; 
• IgD: deve ser encontrada numa porção muito ínfima no soro e é a única que não tem uma função efetora 
quando secretada; 
• IgE: envolvida em reações de hipersensibilidade tipo I (alergias – fica na membrana dos basófilos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
CITOCINAS, MOLÉCULAS DE ADESAO 
E SISTEMA COMPLEMENTO 
CITOCINAS 
• As moléculas sinalizadoras que são secretadas na APC no momento da ativação do linfócito T determinam as 
situações de contexto e isso determina o fenótipo efetor do linfócito. Essas moléculas sinalizadoras são 
chamadas de citocinas; 
• Logo, determinam o fenótipo efetor do Linfócito T, além da proliferação e diferenciação; 
• Participam da Ativação de Linfócito B; 
• As citocinas são definidas como moléculas sinalizadoras que fazem comunicação no sistema imune. 
• As citocinas podem ser: 
- Interleucinas (ILs); 
- Interferons (IFNs); 
- Fatores de Necrose Tumoral (TFNs); 
- Fatores Estimulatórios de colônia (CSFs); 
- Quimiocinas (C, CCLs, CXCLs, CX3CLs). 
A sinalização das citocinas pode ocorrer de 3 formas: 
• Citocinas Endócrinas (citocinas se dispersam via circulação e atinge uma 
célula distante); 
• Citocinas Autócrinas (citocinas que podem ser percebidas pela mesma célula que a produziu); 
• Citocinas Parácrinas (citocinas que agem ao redor da célula que a liberou, ativando células próximas). 
• Citocinas desencadeiam respostas em uma célula que, por sua vez, produz outra citocina, que produz outra 
resposta em outra célula, ou seja, as citocinas desencadeiam uma cascata entre as células; 
 
• Elas desencadeiam alterações na expressão gênica das células alvo, gerandoconsequências: 
- Sobrevivência; 
- Proliferação; 
- Diferenciação; 
- Inibição; 
- Apoptose. 
• É o Linfócito T auxiliar que mais interage com as outras células do sistema imune a são as citocinas que as 
comunicam entre si; 
Propriedades das citocinas: 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• Pleiotropia: ocorre quando uma molécula é capaz de produzir respostam em células alvo diferentes. 
Ex.: interleucina 4 que é produzido por um linfócito T auxiliar ativado tem efeito em célula B, em 
precursores de linfócitos T citotóxicos e em mastócitos. 
• Redundância: ocorre quando a molécula sinalizadora induz a produção de diferentes tipos de citocinas com a 
mesma função e são produzidas em apenas uma célula. 
Ex.: quando um linfócito T auxiliar ativado produz interleucina 2 que leva à proliferação de 
linfócitos, produz interleucina 4 que também leva proliferação de células B, assim como a 
interleucina 5, ou seja, existem três citocinas diferentes produzidas pela mesma célula com o 
mesmo efeito). 
• Sinergia: duas ou mais citocinas só possuem efeito em ação conjunta. 
Ex.: a ação conjunta da Interleucina 4 com a Interleucina 5 que leva o linfócito B a mudar de 
classe, deixando de produzir IgM ou IgG para produzir IgE. 
• Antagonismo: duas citocinas são produzidas, mas uma inibe o efeito da outra. 
Ex.: interferon-gama estimulando resposta celular e interleucina 4 estimulando a produção de 
anticorpos. 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
Fenótipos do Linfócito T: o linfócito T virgem pode ser exposto a diferentes citocinas, pode assumir diferentes 
fenótipos que produzem determinadas citocinas. 
 
• Th1: 
- Estimulado por Interferon-gama; 
- Produz IFN-gama e IL-2 para estimular linfócitos Tc e macrófagos, correspondendo a imunidade mediada por 
células (parasita intracelular); 
• Th2: 
- Estimulado por IL-4; 
- Produz IL-4, IL-5, IL-6, IL-l3, IL-25, estimulando linfócitos B a produzirem anticorpos e eosinófilos contra 
helmintos (parasitas extracelulares – resposta humoral); 
• Th17: 
- Secretam IL-6 e IL-7, estimulando células a produzirem resposta inflamatória contra bactérias e fungos, com 
ativação de neutrófilos; está envolvido também em doenças autoimunes em diferentes casos; 
• Th3: 
- Suprime resposta imune excessiva; 
• T reg (regulatório): 
- Nem todo linfócito T serve para produzir resposta imune, o linfócito Treg está presente por todo organismo 
e inibe a resposta imune. 
 
Família de citocinas: são definidas de acordo com a morfologia celular. 
• Interleucinas: comunicação entre leucócitos; 
• Hematopoietina: atividade hematopoiética; 
• Interferon (alfa, beta, gama): moléculas que interferem no padrão da resposta imune; 
• Fator de necrose tumoral: induzem a morte de células tumorais. 
• Quimiocinas: “cheiro” molecular. O que exatamente são? 
- Essas citocinas migram onde as moléculas estão mais concentradas (“cheiros mais fortes”); 
- A quimiocina é capaz de instruir uma célula a migrar para o local onde ela está mais concentrada, atraindo 
células do sistema imune; 
- Quando há uma infecção localizada, ou alguma lesão, as células do local começam a produzir várias moléculas 
que são quimioatraentes, as quimiocinas, para atrais ainda mais células do sistema imune. 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
Citocinas antivirais: 
• Interferon Tipo I (INF-alfa e INF-beta): 
- São moléculas antivirais clássicas; 
O que ocorre com a presença dessas citocinas? 
- Ativação da expressão de genes com função antiviral; 
- Aumento da retenção de linfócitos nos linfonodos (assim eles encontram as células dendríticas que os ativam 
para que façam resposta celular); 
- Aumento da expressão de MHC de classe I em superfície (o que aumenta a chance de exposição de vírus para 
linfócitos T citotóxicos); 
- Aumento da citotoxidade/ativação de células NK, Linfócitos Tc e direcionamento para a resposta de Th1; 
Citocinas pró-inflamatórias: 
• IL-1, IL-6 e o INF (não alfa/beta): há efeitos protetores e negativos dessas citocinas: 
- Febre no SNC (serve para aumentar a velocidade de resposta contra um agente patogênico); 
- No fígado, estimulam a produção de proteínas da fase aguda da inflamação (que ajudam a combater uma 
infecção); 
- Na medula óssea, as interleucinas aumentam a produção de leucócitos; 
- Redução da quantidade de sangue bombeado pelo coração; 
- Aumento da chance de formação de trombos por ativação endotelial; 
- Alteração da permeabilidade vascular; 
- No músculo, pode haver o desencadeamento de processos que podem favorecer a resistência à insulina. 
 
MOLÉCULAS DE ADESÃO 
 
• São moléculas que permitem que as células interajam fisicamente entre si, ficando forte ou fracamente 
interligadas entre si; 
• Elas que irão definir a localização que os leucócitos permanecerão, ou seja, são imprescindíveis para o 
direcionamento de células do sistema imune para os pontos específicos em que devem estar. 
• As principais moléculas de adesão são INTEGRINAS (estão no leucócito) e SELECTINAS (estão no endotélio); 
• A ativação de células endoteliais aumenta o influxo de células inflamatórias no lugar e o extravasamento 
sanguíneo; 
• A maior parte dos linfócitos que estão no sangue vão estar circulando dentro da coluna de sangue e rolando 
pelo endotélio em veias e vênulas. Esses leucócitos rolam pelo endotélio e, à medida em que eles passam na 
superfície dos vasos, existem moléculas de adesão que determinam uma ligação transitória, fazendo com que 
o linfócito fique grudado como um velcro entre endotélio e linfócito. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
Passos da adesão: 
1. Nos locais de infecção, os macrófagos que encontraram microrganismos produzem citocinas (como TNF e IL-
1) que ativam as células endoteliais de vênulas próximas a produzirem selectinas, ligantes para integrinas e 
quimiocinas. 
2. As selectinas medeiam a fraca ligação dos leucócitos sanguíneos ao endotélio. 
3. As quimiocinas produzidas nos tecidos infectados vizinhos ou pelas células endoteliais são mostradas na 
superfície endotelial e se ligam a receptores nos leucócitos em rolamento, o que resulta em ativação das 
integrinas do leucócito a um estado de alta afinidade de ligação. 
4. As integrinas ativadas medeia a firme ligação leucocitária a parede endotelial. 
5. Os leucócitos passam, então, pelas junções entre as células endoteliais e migram através da parede venular. 
 
SISTEMA COMPLEMENTO 
• Existente no sistema imune inato; 
• É um sistema de proteínas que está no sangue que age em cascata para abrir poros em alguma célula alvo; 
• Evolutivamente, existiu antes dos anticorpos (via alternativa é a mais antiga); 
• Faz lise de patógenos; 
• Deixa rastros moleculares (C3a e C5a) que servem para atrair outras moléculas do sistema imune (quimiotaxia) 
• Alguns componentes do sistema complemento (C3 na superfície) acabam funcionando para marcar células 
(opsonização) = uma célula que tem a ligação de um complemento C3 na sua superfície é muito mais 
facilmente reconhecida por um macrófago para realizar a fagocitose. 
• Fixação do complemento: processo de permitir que o componente do sistema comece a fixar. 
• Existem três vias principais de ativação do complemento: 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
Via Clássica 
 
 
→ Após ter ultrapassando as barreiras e defesas naturais, o patógeno atinge a corrente sanguínea; 
→ No sangue, um conjunto de proteínas chamado sistema complemento será ativado por diferentes vias, uma delas 
é a via clássica 
→ Anticorpos (IgM e IgG) se ligam a antígenos de membrana; 
→ O complexo proteico C1 se liga a eles, por meio de C1q, ativando C1R que ativa C1S 
→ C1s cliva C4, formando C4b, que se fixa na superfície da membrana e c4a que é liberado; 
→ C2 também é clivado por C1s em c2 b, que é liberado, e C2a que se liga a c4b, sendo formando c4b2a, que é a C3-
convertase; 
→ C3-convertase cliva C3 em C3a que é liberado e C3b que seune ao grupo, formando o complexo c4b2a3b que 
forma a C5-convertase; 
→ C5-convertase irá atrair C5 para clivá-lo em c5a (liberado) e c5b que se juntará a superfícies do antígeno atraindo 
moléculas de C6, C7, C8 e várias moléculas de C9, formando o denominado MAC (complexo de ataque a 
membrana) que formará um poro no antígeno que fará influxo de água e íons, resultando na lise da célula alvo. 
Via Alternativa 
 
→ Após ter ultrapassando as barreiras e defesas naturais, o patógeno atinge a corrente sanguínea; 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
→ No sangue, um conjunto de proteínas chamado sistema complemento será ativado por diferentes vias, uma delas 
é a via alternativa; 
→ C3, quando solúvel no plasma, sofre hidrólise lentamente, ou seja, faz clivagem espontânea formando c3a que é 
liberado e C3b, que se liga a membrana de micróbios por meio da sua junção com o Fator B; 
→ O fator B então se liga a C3b, e é clivado pelo fator D (uma serinoproteoase), formando C3bBb que é a c3-
convertase 
→ O c3-convertase cliva mais C3, em c3a que é liberado, e c3b que se une ao C3bBb, formando C3bBb3b que é 
chamado de c5 convertase; 
→ A C5- convertase atrais moléculas de C5 que serão clivadas em C5a e C5b. C5a será liberada para quimiotaxia. Já 
C5b se juntará a superfícies microbiana atraindo moléculas de C6, C7, C8 e várias moléculas de C9, formando o 
denominado MAC (complexo de ataque a membrana) que formará um poro no micróbio que fará influxo de água 
e íons, resultando na lise da célula alvo. 
 
Via da Lectina 
 
→ Após ter ultrapassando as barreiras e defesas naturais, o patógeno atinge a corrente sanguínea; 
→ No sangue, um conjunto de proteínas chamado sistema complemento será ativado por diferentes vias, uma delas 
é a via da lectina, que é desencadeada pela lectina de ligação a manose (MBL); 
→ O receptor de MBL reconhece a manose constituinte da membrana do patógeno e associados a ele MASP1 e 
MASP2 iniciam as etapas subsequentes de clivagem de proteínas do complemento; 
→ A primeira proteína a ser clivada é a C4 que será clivada em C4a, que é liberada para o recrutamento de novas 
células inflamatórias, e c4b que se associa a membrana do patógeno. 
→ A segunda proteína a ser clivada é a C2, que será clivada a c2a que se associa a membrana do patógeno e c2b que 
será liberada para o recrutamento de outras células inflamatórias. 
→ A associação das proteínas C2a e c4b na membrana formam a convertase C3, que clivara a próxima proteína, a 
c3; 
→ C3 é clivada em c3a que é liberada, e c3b que se une as outras proteínas na membrana do patógeno, formando a 
convertase c5, que causara a clivagem de c5; 
→ C5 é clivada em c5 a, que é liberada, e c5b que se associa também a membrana do patógeno e atrai as outras 
proteínas do complemento. 
→ As outras proteínas do complemento, c6,c7,c8, c9 que foram atraídas pela c5b, formam um complexo de ataque 
a membrana (MAC), que causara a formação de poro de lise e morte do patógeno 
→ Além disso, as proteínas c3b clivadas auxiliam no processo de opsonização, no qual c3b reveste o patógeno a fim 
de auxiliar na fagocitose por outras células de inflamação, principalmente macrófagos, que foram recrutadas por 
c4a c2b e c5a 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
Complexo de Ataque a Membrana (MAC): 
• A C5-convertase associada à célula cliva C5 e gera C5b, que fica 
ligada à convertase. C6 e C7 ligamse sequencialmente e o 
complexo C5b,6,7 se insere na membrana plasmática; em 
seguida, ocorre a inserção de C8. Até 15 moléculas de C9 
podem, então, polimerizar em torno do complexo para formar 
o MAC, o que cria poros e induz a lise celular. 
Considerações finais sobre o sistema complemento: 
• Há níveis de C3 basais ativos no sangue que podem se ligar às células próprias e ativar o sistema complemento, 
causando lise de nossas próprias células. 
• O complemento C3, mesmo podendo se ligar às células próprias, não as destrói porque as células humanas 
têm defesas contra o sistema complemento, que são as proteínas repelentes da fixação de C3, como CD45, 
CD59. 
• C3a e C5a realizam quimiotaxia (atuam como quimiocinas). 
• C3 na superfície da célula atrai macrófago (opsonização). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
REACOES DE HIPERSENSIBILIDADE 
• Hipersensibilidade é uma resposta muito forte contra antígenos cuja ameaça ao organismo é pequena ou 
inexistente; 
• Causas: 
- Reações contra antígenos presentes no ambiente; 
- Reações contra patógenos (mesmo que eles estejam ausentes); 
- Reações contra o próprio organismo (autoimunidade); 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO I - IgE 
• Alergia = hipersensibilidade imediata; 
• Atopia = predisposição aumentada (presumivelmente genética) ao desenvolvimento de alergias; 
• Diversos autores usam estes termos como sinônimos, ainda que não sejam. 
• Alérgenos mais comuns: ácaros, frutos do mar, oleaginosas, picadas de insetos. 
• As alergias são mediadas por IgE. IgE também participa de respostas contra parasitas; 
• Alergia ocorre quando o corpo está tentando responder a algo que o organismo acha que o vai parasitar; 
Sequência de eventos: 
1. Sensibilização: antígeno é reconhecido e resposta imune resulta na produção de IgE; 
2. IgE é captada por receptores de IgE (FceRI) presentes em mastócitos, basófilos e eosinófilos - No segundo 
encontro com o antígeno, já existe IgE. Essa IgE é problemática porque é captada por receptores de IgE 
(FceRI) presentes em mastócitos, basófilos e eosinófilos, e sempre que chega esse antígeno, a IgE pode se 
ligar ao mastócito ou ao antígeno. Quando os mastócitos captam IgE eles prolongam a meia-vida da 
imunoglobulina de 2-3 dias para semanas; 
3. Ligação do antígeno às IgEs associadas aos receptores FceRI leva à degranulação de mastócitos, basófilos 
e eosinófilos - Quando o mastócito entra em contato com o antígeno, há o acionamento de dois 
receptores. Isso resulta na secreção dos grânulos dos mastócitos, levando à vasodilatação e aumento da 
permeabilidade vascular. Com mais fluido passando para o tecido, há queda da P.A e edema. O conteúdo 
desses grânulos ainda é quimioatraentes, resultando numa inflamação ainda maior. 
• Na resposta que gerou os plasmócitos com a IgE, também foram geradas células B de memória. Então cada 
vez que se entra em contato com o antígeno, todo o processo é ativado. 
• Anafilaxia pode incluir: urticária, broncoespasmo, edema de glote, angioedema, queda de pressão sanguínea, 
espasmo de artérias coronárias. 
• Receptores FcIIB antagonizam FcRI: 
- Ligação cruzada de receptores FcIIB levam a inibição de respostas celulares; 
- Mastócitos possuem tanto FcRI quanto FcIIB; 
- Em presença de IgE e IgG que reconhecem o mesmo antígeno, a sinalização via FcIIB (inibitória) prevalece; 
- Terapia de dessensibilização: desencadeamento de produção de IgG contra alérgeno. 
 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO II – IgM e/ou IgG 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• Aqui, o problema são os anticorpos IgG e IgM (principalmente IgG); 
• Quando IgG se liga na superfície de uma célula o sistema complemento se fixa podendo gerar lise da célula, 
opsonização, reconhecimento do sistema imune que pode causar apoptose (ex.: células NK); 
 
Eritroblastose Fetal ou Anemia Hemolítica do recém-nascido: 
• Ocorre quando uma mãe Rh- com bebe Rh+; 
• Durante o parto do primeiro filho, a mãe entra em contato com o Rh e fica sensibilizada, produzindo anticorpos 
anti-Rh; 
• Na segunda gestação, a mão produz anticorpos que podem cruzar a placenta e atingir o sangue do feto; 
• O anticorpo se liga aos eritrócitos do feto, o que gera fixação do complemento e lise da célula; 
• Vacina Rogan é usada para evitar isso, o Rh fica mascarado e não será identificado pela mãe após essa terapia. 
 
Anemia hemolítica não autoimune: 
• Pode ser desencadeada por: 
- Antibióticos (penicilina, cefalosporina, streptomicina); 
- Analgésicos (ibuprofeno,naproxeno); 
• Faz com que determinadas moléculas tornem uma molécula, que não era antígeno, em um antígeno. 
1. Formação de complexos fármaco-proteína na superfície de hemácias (o fármaco se liga à proteína do 
eritrócito e isso passa a ser reconhecido como anticorpo); 
2. Produção de anticorpos anti-complexos fármaco-proteína (produção de anticorpos contra esses 
anticorpos); 
3. Fixação de complemento e lise de hemácias; 
• Hapteno: molécula pequena que somente desencadeia uma resposta imune in vivo quando complexada com 
uma molécula carreadora. 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO III – complexo antígeno-anticorpo 
• Causadas por complexos antígeno-anticorpo em duas situações: 
- Quando presentes em excesso; 
- Quando não degradados eficientemente; 
• Consequências: 
- Produção de imunocomplexos em locais do organismo; 
-. reconhecimento por neutrófilos, macrófagos e mastócitos (via FcRs); 
- Produção de moléculas vasoativas e citocinas inflamatórias; 
- Aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos; 
- Deposição dos imunocomplexos nos tecidos; 
- Fixação de complemento, produção de C3a e C5a; 
- Recrutamento de neutrófilos e macrófagos: produção de moléculas sinalizadoras pró-inflamatórias e 
proteases; produção de espécies reativas de oxigênio por neutrófilos; 
- Ativação de plaquetas = formação de microtrombos. 
• Possíveis desfechos: febre, urticária, dores nas articulações, linfonodomegalia, proteunúria; 
• Locais frequentemente afetados: vasos sanguíneos (vasculite), articulações (artrite), rins (glomerulonefrite). 
 
1. Os imunocomplexos começam a permitir a fixação de complemento, que gera C3a e C5a. essas moléculas 
atraem várias células do sistema imune inato; 
2. A primeira célula que aparece é um basófilo ou mastócito, que liberam substâncias vasoativas que levam a 
vasodilatação e ao aumento da permeabilidade; 
3. As células epiteliais se retraem e permitem que esses imunocomplexos se depositem na matrix extracelular; 
4. Depois, chegam os neutrófilos. Eles tentam fagocitar o que está recoberto pelo complemento, liberando 
enzimas que destroem a célula do tecido. (Neutrófilo tem esse efeito “kamikaze” – tenta fagocitar, não 
consegue, “explode” liberando enzimas); 
• Reação de Arthus: 
- Reação de hipersensibilidade tipo III localizada; 
- Pode ocorrer na sequência de uma reação do tipo I localizada; 
- Formação de imunocomplexos no local com reação inflamatória com pico entre 4 e 10 horas. 
 Ex.: um paciente que recebia injeções intradérmicos de quimioterápicos. Entre uma sessão e outra ele 
desenvolveu uma grande quantidade de anticorpo contra esse quimioterápico. Depois, quando injetado de 
novo, os anticorpos ligaram e precipitaram, formando imunocomplexos. Essa deposição atraiu células 
vasoativas (basófilos e mastócitos), que aumentaram a permeabilidade sanguínea e formaram eritema. 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV - 
 
• Também conhecida como reações de hipersensibilidade tardia; 
• Relacionada a antígenos intracelulares; 
• Iniciado por células T; 
• Efetuado por macrófagos ativados; 
• Enzimas líticas derivadas de macrófagos causam lesão tecidual 
• Normalmente, ela é mediada por linfócitos CD4+ Th1, mas nem sempre; 
• Há situações em que outras células – linfócitos T CD8+ e células NK – são as efetoras; 
• Exemplos: eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica (Síndrome de Lyell). 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
REJEICAO DE TRANSPLANTES 
• Transplante é um órgão ou um tecido que é transferido de um corpo para outro; 
• Transplante autólogo: tecido do próprio corpo transferido para outro lugar (não é rejeitado); 
• Transplante alogênico: tecido/órgão recebido de outra pessoa (se houver rejeição, +- 14 dias); 
• Transplante xenogênico: de uma espécie para outra (válvula cardíaca de porco); 
• Transplante singênico: transplante com a mesma constituição genética de outro (gêmeos idênticos); 
 
O QUE É A REJEIÇÃO? 
• Reação imunológica do organismo receptor de um transplante contra este, o que leva à necrose ou perda de 
função do mesmo. 
• O organismo pode rejeitar algum tecido diferente implantado, já que a distinção que ele faz é entre próprio e 
não próprio; 
• Esse reconhecimento é feito através das moléculas de MHC, que evoluíram para funcionar como “carteira de 
identidade”. 
DEMANDA DE TRANSPLANTES 
• O número de doadores de tecidos, até então, 
vinha aumentando. Em 2014, isso começou a cair. 
Atualmente, ainda há muita demanda que não é 
suprida. 
• Também tem a questão da logística do 
transporte e os protocolos necessários para a 
realização dos transplantes. 
 
EXPERIMENTOS QUE TROUXERAM CONHECIMENTO SOBRE OS TRANSPLANTES 
• Usou-se dois camundongos geneticamente diferentes, que são o camundongo branco e o verde; 
1ª Etapa: retirou-se um pedaço de pele do branco que foi transferida para o verde; 
2ª Etapa: a pele do branco irá se regenerar, pois toda a linhagem do branco é geneticamente igual. Já a do verde irá 
morrer, já que haverá infiltrado de linfócitos atuando na rejeição. Esse tecido é rejeitado em torno de 14 dias. 
3ª Etapa: um novo transplante do branco é feito de novo no verde. Nesse caso, a rejeição será em 7 dias, pois atuou 
a memória imunológica dos linfócitos B. 
Primeira coluna: mostra um experimento que deu certo. Foi 
removido um pedaço da epiderme e feito um autoenxerto. 
Em torno de 7 dias ocorreu uma anastomose dos vasos 
sanguíneos com reparo tecidual e sem rejeição. 
Segunda coluna: há a rejeição. Após remover um pedaço de 
pele e implantar, há integração do sistema vascular. Mas 
depois, isso é afetado por várias células do sistema imune 
que destroem o tecido, impedindo o aporte sanguíneo e 
levando o tecido à morte. Quando o tecido morre, há 
liberação de substâncias tóxicas. Se for em grande área, o 
indivíduo entra em choque séptico. Processo de 14 dias. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
Terceira coluna: no segundo encontro, quando o pedacinho de pele é novamente implantado, não há integração de 
vasos sanguíneos na primeira semana. Esse evento não chega a acontecer porque já existem células prontas para 
rejeitar esse tecido. Isso ocorre em 7 dias. 
 
• O gráfico acima mostra diferentes curvas de vida em diferentes tecidos transplantados; 
• A linha preta mostra que, após 15 dias, nenhum tecido transplantado sobreviveu sem intervenção; 
• Quando há neutralização dos linfócitos TCD8+ usando anti-CD8 isolado, não é aumentado a extensão de vida 
do transplante; 
• Em paralelo, foi administrado aos camundongos um anticorpo anti-CD4, que se liga à molécula CD4 e impede 
que o TCR do linfócito se ligue a uma molécula de MHC. Esse anticorpo está sendo usado para neutralizar ação 
dos linfócitos; 
• Quando há a neutralização apenas dos CD4+ o tempo de vida dos enxertos é aumentado para 30 dias; 
• Quando se coloca anticorpos anti-CD4 e anti-CD8, o aumento de vida é de 60 dias; 
• Portanto: isso quer dizer que o linfócito TCD4+ é o primeiro a trabalhar para haver rejeição de transplante. Em 
um primeiro instante, a neutralização de TCD8+ não muda nada. Não há resposta porque os TCD4+ serão 
ativados e irão recrutar o TCD8+ 
 
OBSERVAÇÕES SOBRE A REJEIÇAO DE TRANSPLANTES 
• Os linfócitos TCD4 e TCD8 são os responsáveis pela rejeição do transplante; 
• O que acontece? 
- A rejeição ocorre porque os linfócitos TCD4 reconhecem MHC de classe II e antígeno da célula do doador 
como não próprios, são ativados e produzem citocinas que devem favorecer a ativação dos TCD8; 
- Os linfócitos TCD8 reconhecem os MHC de classe I das APC do doador e promovem a lise celular. 
• 100% de compatibilidade em HLA/MHC não significa ser 100% compatível imunologicamente (há antígenos 
de histocompatibilidade menor); 
• 50% de compatibilidade MHC não é 50% de chance de não rejeitar, pois se deve olhardados retrospectivos 
de casos semelhantes de doação daquele órgão/tecido; 
• Se não for gêmeo idêntico, é necessário imunossupressão ainda que tenha 100% de compatibilidade de MHC; 
• Irmãos possuem 25% de chances de terem 100% de compatibilidade MHC. 
 
MHC E REJEIÇÃO 
• Genes de MHC são expressos independentemente de serem cromossomo paterno ou materno, ou seja, não 
há situação de dominância em que um não é expresso (daí sua codominância); 
• O mais provável em cada um de nós é que se tenha um total de 12 alelos de genes MHC diferentes; 
• Linfócitos T são restritos a MHC próprio, ou seja, ele reconhece apenas MHC próprio como não patogênico; 
• MHC de classe I: presente na superfície de todas as células nucleadas. Reconhece antígenos proteicos 
externos, incluindo tecidos transplantados. Reconhecidos por linfócitos TCD8+; 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• MHC de classe II: presentes apenas em APC (macrófagos, 
linfócitos B e células dendríticas). Ativam linfócitos Th 
(TCD4+) ao entrar em contato com antígeno não próprio 
do tecido doador; 
• Filhos tem ao menos um haplótipo (conjunto de HLA ao 
mesmo cromossomo, passado de geração em geração) 
igual aos dos pais e uma coincidência de 50% de MHC com 
os pais; 
• O percentual de compatibilidade em gêmeos idênticos é 
de 100%, por terem a mesma constituição genética; 
• As moléculas de MHC são assim chamadas porque são as 
principais determinantes de compatibilidade de tecidos transplantados. 
 
LINFÓCITOS T SÃO RESTRITOS A MHC PRÓPRIO 
• Os linfócitos T, durante o seu desenvolvimento, serão selecionados de maneira que do timo só saiam linfócitos 
T capazes de reconhecer moléculas de MHC próprio, mas que não se liguem a elas com intensidade muito alta. 
Se a intensidade for muito alta, ele é eliminado do timo. 
• Linfócito T é produzido na medula óssea e sai como um precursor. No timo ele passa por um processo de 
seleção de duas fases que garante que os linfócitos T não reajam com os antígenos próprios: 
• Processo de restrição: 
1ª Etapa (córtex do timo): Precursores de linfócito T saem da medula óssea e vão para o córtex do timo, quando 
proliferam passam a ter na superfície marcadores de superfície CD4 e CD8 (duplo positivas) e adquirem TCR funcional. 
Nesse momento, acabam se ligando a moléculas de MHC + peptídeo que são apresentadas pelo epitélio tímico. Se 
essa ligação for muito forte, elas morrem. Se, no entanto, o TCR não se liga à MHC próprio, eles também morrem. Só 
sobrevive o linfócito que reconhece o MHC próprio, mas que não se liga muito fortemente. 
2ª Etapa (medula do timo): se sobreviver, ele passa a apresentar um receptor de quimiocinas, que capacita ele a migrar 
para a medula. Na medula, eles encontram células dendríticas tímicas, que expressam todas as proteínas que uma 
célula possa expressar. Assim, os linfócitos T são expostos a MHC e a qualquer antígeno próprio que se possa ter, não 
reagindo contra o próprio. O que fazem resposta contra antígenos próprios são eliminados. 
• Concluindo: 
- Linfócito T que se liga muito fortemente a antígeno próprio ou MHC próprio morre; 
- Aqueles que se ligam com afinidade baixa saem como linfócito TCD8+/TCD4+; 
- Os que se ligam com intensidade intermediaria saem como linfócitos T regulatórios normais. 
- “Os linfócitos T são educados de maneira que os que estão disponíveis na circulação são sobreviventes de 
um processo em que somente os que se ligam a MHC com intensidade intermediária sobrevivem. Os linfócitos 
T do nosso organismo são moldados em função das moléculas de MHC”. 
 
EXPERIMENTO REAÇÃO LEUCOCITÁRIA MISTA 
• No experimento ocorre ativação de linfócitos de um terceiro; 
• Se um tecido for implantado, só há rejeição porque o linfócito T da pessoa consegue reconhecer MHC não 
próprio; 
• Os linfócitos que promovem reação tecidual para células com MHC não próprio são chamados de linfócitos T 
alo- reativos. 
• Esse experimento mostra que os linfócitos T podem reagir com o MHC de outra pessoa. 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• pegou-se o sangue de duas pessoas: a de um doador 
(Y), com dano do DNA, e a de outro doador (X), sem 
dano no DNA; 
 
• Os linfócitos TCD8+ enxergam MHC na superfície das 
APC que vieram do outro doador e promovem a lise 
dessas células; 
 
• Os linfócitos TCD4+ reconhecem MHC e antígeno na 
célula do doador, sendo ativados e produzindo 
citocinas que favorecem a ativação dos linfócitos 
TCD8+; 
 
• Esses linfócitos são os linfócitos aloreativos, que 
representam cerca de 1 a 2% da população dos 
linfócitos. 
 
• Um linfócito alo-reativo reconhece o tecido que foi 
transplantado de três maneiras: 
 
1) Primeiro, um indivíduo receptor de um transplante de 
fígado acaba recebendo as APC do fígado transplantado 
e essas células podem apresentar antígeno para o 
linfócito T do receptor. Nesse caso, há um alo-MHC com 
peptídeos próprios e o linfócito pode ser ativado. 
 
2) Há outra situação em que o linfócito T do receptor e 
uma APC do receptor podem de alguma maneira acabar 
com uma molécula de MHC do doador na superfície dela. 
Agora ela apresenta um peptídeo que é do corpo em um 
MHC que não é do corpo e o linfócito T pode ser ativado. 
 
 
3) Na outra situação, se tem um linfócito T do receptor, um MHC do receptor, uma APC do receptor, mas um antígeno 
que é do doador e isso é reconhecido desencadeando a reação. 
TIPOS DE REJEIÇÃO 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
Rejeição Aguda: 
• Tempo: em dias; 
• Mediada por células Th e células TCD8+; 
• Além de linfócito TCD8+, ainda podem participar macrófagos e células NK; 
• Ocorre ativação de linfócitos TCD8+ que atacam as células do tecido incorporado, destruindo-o. As células 
TCD4+ coordenam essa resposta, podendo também estimular as células B a formarem anticorpo, que geram 
citotoxidade ou ativação de complemento contra as células aplicadas no organismo; 
• O linfócito T auxiliar mandam as células TCD8+ assassinarem o tecido; 
• Há também anticorpos que levam à atração de células inflamatórias e à fixação de sistema complemento. 
Rejeição Crônica: 
• Tempo: meses a anos; 
• Existem múltiplos mecanismos; 
• Há envolvimento de linfócitos, fagócitos, sistema complemento, anticorpos; 
• Obs.: os transplantes de rim e fígado têm um tempo de vida média de 5 anos. 
Rejeição Hiperaguda: 
• Tempo: minutos; 
• Ocorre já no momento da cirurgia; 
• Ocorre quando existem anticorpos pré-existentes no receptor (incompatibilidade sanguínea ou sensibilização 
a MHC de classe I devido à transfusão); 
• Esses anticorpos chegam via sangue no momento em que o tecido é implantado, ligando-se à parede dos vasos 
sanguíneos, fixando complemento e formando microtrombos. 
 
SELEÇÃO DE DOADORES IMUNOCOMPATÍVEIS 
• Tipagem ABO; 
• Tipagem HLA = MHC; 
• Teste de reatividade; 
• Obs.: Mesmo com os procedimentos de seleção baseados no HLA e com os testes de reatividade, 
administração de protocolos de imunossupressão após transplantes ainda são necessários. Por quê? 
- O MHC é o complexo principal de histocompatibilidade; há, ainda, os antígenos de histocompatibilidade 
menores, que podem levar a processos de rejeição menos vigorosos, mas, ainda assim, levar a rejeição do 
enxerto. Ou seja, principal não significa que é o único. 
- Com isso, mesmo quando há uma compatibilidade próxima de 100% do HLA entre doadores, algum protocolo 
de imunossupressão ou antirrejeição ainda é necessário. 
 
ESTRATÉGIAS ANTIRREJEIÇÃO 
 
1. Fármacos inibidores de vias de sinalização envolvidas na ativação de células T são utilizados como 
imunossupressores (ex.: Ciclosporina); 
- Se for barrado o mecanismo de transdução de sinal do receptor de IL-2, é possível barrar a diferenciação 
desse linfócito T em um linfócito maduro com um linfócito efetor. 
2. Moléculas que causam danos no DNA de células proliferativas inibem proliferação, através do 
impedimento da síntese de nucleotídeos, já que semnucleotídeos não se faz DNA para a célula se 
proliferar. 
3. Ainda é possível usar anticorpos monoclonais direcionados a receptores de ativação ou proliferação de 
células T. 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
ANERGIAS 
• Estado de irresponsividade à estimulação antigênica, ou seja, estado 
em que o Linfócito não irá reagir contra antígeno. 
• Se o linfócito encontra MHC + peptídeo sem molécula coestimulatória 
na superfície da APC, ocorre transdução de sinal e ativação de genes de 
anergia. 
• RESUMINDO: 
1) Se no primeiro encontro do linfócito T com o antígeno não tiver molécula 
coestimulatória, ele entende que precisa tolerar esse peptídeo. 
2) No segundo encontro, após esse encontro sem moléculas 
coestimulatórias, esse linfócito não é ativado ainda que nesse momento 
haja o coestímulo. 
 
Anergia (indução): 
 
• CTL4: Induz anergia nos Linfócitos pois bloqueiam o coestímulo das APC. O linfócito T regulatório tem na sua 
superfície uma molécula chamada CTLA4. Essa molécula, quando se liga a uma molécula coestimulatória na 
superfície de uma APC, faz com que a APC deixe de ter essa molécula coestimulatória na superfície, o que 
gerará anergia no Linfócito que estiver em contato com a APC. 
- Após o transplante, é possível administrar ao transplantado moléculas que mimetizam CTL4 com o objetivo 
de deixar Anérgico Linfócitos para tentar tolerar o tecido. 
• Ciclosporina e Tacrolimus (“menos” importante): Inibidores das Vias de Sinalização das Células T. Inibem a 
transcrição de determinados genes em células T, mais notavelmente genes que codificam citocinas tais como 
a IL-2 (a citocina que estimula o Fenótipo Th1 que irá ativar Linfócito Tc), ou seja, o resultado disso é que a 
ciclosporina bloqueia a proliferação e diferenciação de células T dependentes de IL-2. 
 
SITUAÇÕES PECULIARES 
Doença do enxerto contra hospedeiro (Graft Versus Host Disease – GVHD): 
• A doença do enxerto contra hospedeiro (graft versus host disease - GVHD) ocorre no transplante de medula 
óssea, em que o enxerto possui células imunocompetentes e, em casos de incompatibilidade ou se o 
hospedeiro tiver imunocomprometido, ataca o hospedeiro/receptor; 
• Em transplantes de medula óssea não é o receptor que rejeita a medula, é a medula que rejeita o receptor. ▪ 
Quando a pessoa recebe uma nova medula óssea, ela está recebendo um novo sistema imune, que pode 
rejeitar todo o corpo dele. 
• O que se faz então? 
- Primeiramente, antes do transplante, se faz radiação total ou condicionamento químico que invade a medula 
óssea e deixa o futuro transplantado sem sistema imune. 
- A partir daí, uma nova medula, quando implantada, origina células 
imunocompetentes, que irão atacar células residuais (malignas no caso da 
Leucemia) e estabelecer um novo sistema imune 
• A doença do enxerto contra o hospedeiro pode se manifestar na pele, no 
intestino e no fígado, que são os órgãos mais afetados. 
Embriões/fetos não são rejeitados pelo corpo da gestante: 
• Um feto gestado no ventre de uma mãe tem várias barreiras físicas que o 
separam da mãe, incluindo a placenta, o útero e os tecidos da mãe; 
• O feto tem 50% de discordância de MHC em relação ao MHC da mãe, logo, 
ele é um corpo estranho e o organismo da mãe tem que ser controlado para 
que ele não seja rejeitado; 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• A não rejeição do feto ocorre devido às barreiras físicas e às fisiológicas: 
- Nos tecidos da mãe que envolvem o feto, não há moléculas de MHC clássicas. São moléculas de MHC 
alternativas, que garantem que o linfócito T citotóxico não danifique a placenta. 
- Além disso, existem várias moléculas no local que são imunossupressoras, como TNF-beta, como moléculas 
que induzem a apoptose a qualquer célula que tente chegar no feto. 
Tecido imunoprivilegiado: 
• CÓRNEA: Imunoprivilegiada principalmente porque não é vascularizada e porque tem moléculas 
imunossupressoras. 
• CARTILAGEM: semelhante a córnea + tem células imunossupressoras como o condrócito. 
• VASOS SANGUÍNEOS: matriz extracelular permite a fixação de células do receptor mesmo se as células do 
doador forem eliminadas. EX: Pode acontecer que a célula do enxerto vascular seja rejeitada e substituída por 
células do próprio organismo em torno da matriz celular que, por sua vez, não é rejeitada. 
• OSSO: as células do osso podem ser rejeitadas, mas o arcabouço permanece favorecendo a fixação de células 
do próprio organismo do receptor. 
 
CASO CLÍNICO 
Suponha que um paciente perdeu a função renal devido a glomerulonefrite após pneumonia causada por 
Streptococcus pneumoniae. Pergunta-se: 
a) Como a pneumonia e a perda da função renal estão relacionadas? 
b) Tanto a mãe quanto o irmão do paciente estão dispostos a doarem um de seus rins para ele. Qual desses dois 
doadores potenciais apresenta maior probabilidade de ser imunocompatível com o paciente? Explique sua 
resposta. 
c) Através de testes moleculares, identificou-se o irmão do paciente como sendo um doador compatível. 
Sabendo-se que o paciente tem tipo sanguíneo A e seu irmão tem tipo sanguíneo tipo AB, seria adequado 
proceder-se com o transplante? Explique sua resposta. 
d) Se um doador não aparentado, mas com 100% de coincidência de MHC com o receptor, for encontrado, 
regimes de imunossupressão poderiam ser dispensados? Explique sua resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA E DOENCA AUTOIMUNE 
AUTOIMUNIDADE x AUTO-TOLERÂNCIA 
• Autoimunidade: reação imunologia contra algum antígeno próprio; 
• Auto-tolerância: ausência de respostas imunológicas contra antígenos próprios; 
• Tudo o que é próprio deve ser tolerado; 
• O que não é próprio pode ser tolerado ou não; 
• Em condições normais, há linfócitos T e B autorreativos e mesmo assim não se desenvolve doença autoimune. 
MECANISMOS DE PROMOÇÃO DE TOLERÂNCIA 
• Central: 
- Contra antígenos próprios; 
- Nos órgãos linfoides centrais (medula e timo), ou 
seja, naqueles que “educam”; 
- O processo de educação dos linfócitos T no timo 
faz com que não haja linfócitos T autorreativos na 
periferia; 
- Ocorre pela morte de linfócitos T e B autorreativos 
(sendo possível edição dos receptores de linfócitos 
B autorreativos). 
• Periférica: 
- Contra antígenos tecido-específicos (antígenos 
não abundantes no timo para seleção negativa) e 
exógenos; 
- Estabelecida nos órgãos da periferia (baço, 
sangue, linfonodo...); 
- A tolerância periférica ocorre por anergia, por morte de linfócitos autorreativos ou pela ação de linfócitos 
TReg. Exemplo: antígenos de alimentos 
LINFÓCITO T REGULATÓRIO 
• TReg Natural: 
- Se o progenitor de linfócito se liga ao antígeno próprio com força intermediária, ele sobrevive e sai como 
linfócito T regulatório do timo; 
• TReg induzido: 
- Assume o fenótipo na periferia (no momento de ativação), relacionado à tolerância a antígenos não próprios, 
responsáveis pela tolerância periférica e que são programados em contextos específicos. 
ANERGIA 
• Estado de irresponsividade à estimulação antigênica, ou seja, estado 
em que o linfócito não irá reagir contra antígeno; 
• Se o linfócito encontra MHC + peptídeo sem molécula coestimulatória 
na superfície da APC, ocorre transdução de sinal e ativação de genes de 
anergia. 
• Resumindo: se no primeiro encontro do LinfT com o antígenos não 
tiver molécula coestimulatória, ele entende que precisa tolerar esse peptídeo; 
• No segundo encontro, esse linfócito não é ativado ainda que nesse 
momento haja coestímulo. 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
EFEITOS DO TREG SOBRE APC 
• Linfócitos T regulatórios são um subconjunto de células T CD4+ cuja função é suprimir as respostas 
imunológicas e manter a autotolerância; 
• CTL4 é uma molécula do Linfócito TReg que induz a anergia quando se liga a APC; 
• Em tecidos periféricos, as células T regulatórias suprimem a ativação e as funções efetoras de outros linfócitosautorreativos e potencialmente patogênicos. 
• Pode haver situações em que uma APC está ativada tentando ativar outras células (pode ser mais de um linf T 
ao mesmo tempo), mas o linf TReg libera citocinas que impede a ativação desses linfócitos em contato com a 
APC; 
• Nesse caso, o CTL4 na superfície do TReg se liga à molécula coestimulatória da APC, fazendo com que ela deixe 
de colocar molécula coestimulatória na superfície e deixe de produzir citocinas inflamatórias; 
• Portanto: linfócito TReg consegue agir em linfócito T não Reg e em APC. 
Exemplo de mecanismo de ação de TReg que pode ser copiado para evitar chance de rejeição de transplantes: com o 
bloqueio de sinais coestimulatórios na altura do transplante, causando anergia e não ativando células T contra o 
enxerto. 
TOLERÂNCIA PERIFÉRICA EM LINFÓCITOS T AUXILIARES 
• Anergia: ativação de linfócito T sem molécula 
coestimulatória, tornando-o anérgico; 
• Supressão (momentâneo): linf T sobre influência de 
um linf TReg que produz IL-10 e TGF-beta não sendo 
ativado; 
• Deleção: o linfócito que está se ligando ao antígeno na 
APC com uma intensidade mais forte que a normal sem 
moléculas coestimulatórias e isso desencadeia apoptose 
do linfócito T. 
• Portanto: linfócito TReg consegue agir em linfócito T 
não Reg e em APC. 
 
 
TOLERÂNCIA LINFÓCITO B 
Central: 
• Na medula óssea: 
1. Linfócito B na medula óssea com BCR que se liga a antígeno com 
muita força morre ou muda de receptor para sobreviver; 
2. Em algumas situações, eles 
podem ficar anérgicos se a ligação 
for com baixa intensidade. 
Periférica: 
• Existem receptores específicos 
que realizam: 
1. Anergia (ligação forte); 
2. Apoptose (ligação forte); 
3. Inibição em linfócito B (ligação leve a forte). 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
DOENÇAS AUTOIMUNES 
• São falhas nos processos de indução de tolerância que deveriam proteger o organismo contra a ação de 
linfócitos autorreativos; pode também resultar de reações cruzadas entre antígenos próprios e não próprios 
(devido a semelhança). 
• Ocorre quando: 
- Há alguma falha na deleção de linf T e 
B autorreativos; 
- Alguma falha na edição dos receptores 
dos linfócitos autorreativos durante sua 
formação nos órgãos linfoides centrais; 
- Defeitos em linf TReg; 
- Falha na apoptose de linf autorreativos; 
- Receptores inibitórios não funcionais 
em linfócitos B; 
- Ativação exacerbada de APC 
 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 
• Doença com autoanticorpos contra DNA (mais comum), mas 
ainda: anti histonas, eritrócitos, plaquetas, leucócitos ou fatores 
de coagulação; 
• Doença inflamatória crônica autoimune; 
• Isso pode gerar a formação de complexo antígeno-anticorpo que 
acaba se depositando nos rins, causando glomerulonefrite; 
• Exame diagnóstico: exame Fator anti-núcleo (FAN); 
• Causa: febre, fraqueza, eritema, artrite, problemas renais, eritema no roso em padrão borboleta; 
ESCLEROSE MÚLTIPLA 
• Produção de autoanticorpos contra a bainha de mielina = problema na transmissão do impulso nervoso; 
• Células T autorreativas contra mielina; 
• Não é normal célula imune fazendo resposta dentro do SNC, o que indica problema na barreira 
hematoencefálica. 
GULLAIN-BARRÉ 
• Afeta o SNP e a bainha de mielina; 
• Nessa doença, a Ig intravenosa pode resolver grande número de casos. 
ARTRITE REUMATÓIDE 
• Fatores Reumatóides: anticorpo anti-FC de IgG, ou seja, um anticorpo contra nosso anticorpos; 
• O fator reumatoide é produzido o tempo todo e se liga ao anticorpo, formando complexos antígenos-
anticorpos; 
• Esses complexos se acumulam no organismo todo, mas na artrite reumatoide isso é visto principalmente nas 
articulações de extremidades; 
• A deposição de imunocomplexos nas articulações leva a uma reação de hipersensibilidade tipo II. 
DIABETES TIPO I 
• Destruição de células beta pancreáticas, principalmente por linfócitos TCD8+; 
• Diagnosticada na adolescência. 
• 
TIREOIDITE DE HASHIMOTO 
Reação Cruzada: 
- Ocorre com primeiro contágio de uma doença que pode causar 
sensibilização do sistema imune e, no segundo contágio, devido 
a semelhança de antígenos, pode haver desenvolvimento de 
doenças autoimunes. 
- Entendendo: Reação cruzada ocorre quando uma pessoa 
desenvolve um anticorpo contra um determinado antígeno, por 
exemplo, contra uma bactéria; posteriormente, há um antígeno 
próprio muito parecido com o antígeno bacteriano e pode 
acontecer que esse anticorpo que reconhece o antígeno 
reconheça uma proteína própria, podendo dar a largada para 
começar uma doença autoimune 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• Autoanticorpos contra receptores de hormônios da tireoide; 
• Resulta em um estado semelhante ao do hipertireoidismo; 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
• Existe um viés genético para algumas das doenças autoimunes, já que os alelos do MHC são relacionados a 
algumas doenças autoimunes; 
• Doenças autoimunes são doenças multifatoriais, ou seja, há fatores genéticos e fatores ambientais envolvidos; 
• Pessoas do sexo feminino têm mais chance de ter doença autoimune, provavelmente isso ocorre devido aos 
hormônios femininos, que deixam o sistema imune mais agressivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
IMUNOLOGIA DO CÂNCER 
SOBRE O CÂNCER 
• A maior parte das células do câncer é feita de células próprias e, assim, tem antígenos próprios; 
• Isso significa que, na maioria das vezes, o sistema imune não enxerga nada de diferente no câncer, por isso 
não consegue ser muito efetivo; 
• Câncer é um processo evolutivo. 
• Neoplasma: massa celular resultante de um processo neoplásico; 
• Neoplasia: quando se acha um câncer no tecido, é o nome dado ao processo que deu origem ao crescimento 
celular, é a proliferação anormal de células; 
• Câncer é um tipo de neoplasma maligno (capacidade de invasão tecidual); 
• Tumor: se refere a um crescimento celular anormal em qualquer parte do corpo, sendo maligno ou benigno. 
Pode gerar ou não implantação secundária (metástase); 
• Um neoplasma maligno tem potencial de produzir enzimas que degradam matriz celular, fazendo com que 
elas se espalhem na corrente sanguínea formando tumores secundários = metástases; 
• Câncer tem características como: 
- A independência de sinais de crescimento externo; 
- Insensibilidade aos sinais antiproliferativos externos; 
- Capacidade de evasão da apoptose; 
- Capacidade de replicação indefinida; 
- Capacidade de atrair vasos sanguíneos para vascularizar seus arredores e capacidade de invadir tecidos 
(metástase); 
Pergunta do Lindolfo: O que explica a ocorrência de câncer em consequência de mutações, uma vez que a 
frequência de mutações é extremamente baixa na nossa espécie? 
• Dados indicam que são necessárias 6 a 7 mutações independentes para a ocorrência de câncer; 
• A probabilidade de uma mutação acontecer na nossa espécie é 1 em 10 milhões por gene por geração; 
• RESPOSTA: Modelo de oncogênese em estágios – probabilidade aumenta à medida que eventos ocorrem e 
número de células aumenta: 
- Mutações que aumentam a proliferação celular; 
- Mutações que afetam a estabilidade do genoma (nível do DNA ou cromossômico). 
• Resumindo: O modelo de oncogênese em estágios afirma que a primeira mutação aumenta a probabilidade 
de acontecer a segunda, que aumenta a probabilidade de acontecer a terceira e assim em diante. 
MECANISMO DE CONTROLE DO CÂNCER PELO SISTEMA IMUNE 
• Há três mecanismos propostos para explicar como o sistema imune controla o câncer: 
1. Destruição de vírus que transformam células; 
2. Eliminação de patógenos e redução de inflamação que favorece tumores (inflamação consistente 
crônica aumenta a chance de câncer devido ao dano tecidual crônico com enzimas líticas de células 
do sistema imune inato e espécies reativas de oxigênio); 
3. Identificação e eliminação ativas de células cancerosas. 
• A ação do sistema imune no cânceré limitada, primeiramente, porque são células próprias; 
• Como o sistema imune conseguiria eliminar câncer se ele é composto por material que é próprio? Via de regra, 
sistema imune não reage conta antígenos próprios. Em determinada situações, ele pode eliminar células 
próprias, mas é específico do contexto; 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE QUE ATUAM CONTRA CÉLULAS TUMORAIS 
• Células NK; 
• Linfócitos TCD8+; 
• Macrófagos com fenótipo M1 
(“quer ver sangue, destrói 
tudo que vê pela frente” = 
ativação clássica que é pró-
inflamatória e microbicida); 
• Para eliminar câncer, é 
necessária uma resposta 
celular. 
 
 
 
EXPERIMENTO EM CAMUNDONGO 
 
• É injetada uma substância química que induz a formação de um sarcoma em um camundongo; 
• O organismo dele não impediu o surgimento dessas células tumorais porque o sistema imune não consegue 
enxerga-lo e eliminá-lo; 
• Após isso, o câncer gera metástases e deixa o camundongo muito doente; 
• Antes disso, coletou-se linfócitos TCD8+ e amplificou-se esses linfócitos em cultura; 
• Nesse camundongo, mesmo quando o tumor é retirado, ele pode se reestabelecer; 
• No entanto, se ele for eliminado definitivamente e posteriormente as células tumorais forem inseridas, esse 
tumor não reestabelece; 
Células NK e o câncer 
- Células NK possuem receptores de ativação que detectam sinais de “próprio induzido” 
ou “próprio alterado”, que são moléculas de superfície apresentadas por células em 
situação de estresse (ex: infectadas por vírus, submetidas a radiação UV, ou com danos 
no DNA); 
- Caso as células com moléculas “próprias induzidas” expressem baixos níveis de 
moléculas de MHC de classe I, as células NK são ativadas e promovem a morte dessas 
células por meio da liberação de perforinas e granzimas, e de FasL. 
- Células NK ativadas secretam IFN-g, que estimula células dendríticas a promover 
respostas vigorosas de linfócitos T citotóxicos; 
- OBS 1: FasL, perforina e granzimas induzem apoptose em células-alvo de células NK (e 
linfócitos T citotóxicos). 
- OBS 2:CD16 permite às células NK praticarem citotoxicidade celular dependente de 
anticorpo. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• Isso acontece porque células TCD8+ foram selecionados e expandidas em cultura; 
• Posteriormente se induz um outro tumor em um outro camundongo; 
• No entanto, se forem injetadas as células TCD8 do outro camundongo, esse fica protegido contra o tumor; 
• Esse experimento prova que existe resposta imunológica contra o tumor. O problema é que as células tumorais 
se proliferam mais rapidamente que as imunes. 
• Portanto: o sistema imune vai reconhecer o tumor, mas não vai conseguir agir contra ele. 
ANTÍGENOS TUMORAIS E SUAS CATEGORIAS 
• Muitos antígenos tumorais induzem a proliferação de linfócitos T (importante na ativação) quando seus 
peptídeos são apresentados via MHC; 
• Antígenos tumorais podem ser: 
1. Antígenos codificados por genes expressos exclusivamente por tumores (e.g., genes virais); 
2. Antígenos codificados por formas alternativas de genes normais que são alterados por mutação; 
3. Antígenos expressos normalmente apenas em certos estágios do desenvolvimento; 
4. Antígenos que são superexpressos em determinados tumores. 
SISTEMA IMUNE x CÂNCER 
• Muitas vezes a resposta imune não é capaz de evitar a proliferação tumoral; 
• Tumores são células próprias, e por isso são fracamente imunogênicos; somente aqueles que são causados 
por vírus que transportam oncogenes tendem a gerar uma resposta forte, mas devida aos antígenos do vírus; 
• Ou seja: 
- Por serem células próprias, as células do câncer tendem a ser toleradas; 
- A proliferação rápida do câncer pode superar a das células do sistema imune; 
- Tumores apresentam mecanismos de evasão à imunovigilância. 
 
MECANISMO DE EVASÃO 
1. Um mecanismo de evasão é a produção de proteínas que, dentro da célula, inibem a produção de moléculas 
de MHC de classe I. Quando isso acontece, o linfócito T CD8+ não enxerga esse vírus. 
2. O câncer adquire a capacidade de produção de moléculas que são imunossupressoras, como IL10 e TGF-beta, 
por exemplo, que inibem a célula dendrítica e até o linfócito T. 
3. Os antígenos tumorais que são reconhecidos pela APC podem ser apresentados aos linfócitos sem moléculas 
coestimulatórias, deixando os linfócitos T anérgicos ao tumor. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O CÂNCER 
• Quando há uma proliferação de células tumorais em algum tecido, o sistema imune começa a atacar essas 
células, mas sempre sobra alguma célula tumoral. 
• O sistema imune elimina algumas células do câncer e isso faz com que o câncer receba pressão do sistema 
imune. 
• Isso significa que as células com mecanismo de evasão terão vantagem adaptativa e vão fugir do sistema 
imune. 
• Chega um momento em que o câncer tem vários mecanismos de evasão e é altamente proliferativo, tornando-
se difícil de ser combatido pelo sistema imune. 
• A interação das células do câncer com as células do sistema imune é chamada de imunoedição do câncer. 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
IMUNODEFICIÊNCIAS 
PRIMÁRIAS - congênitas 
• Defeitos nos genes que codificam moléculas importantes do sistema imune (moléculas sinalizadoras, 
transdução de sinal, sistema complemento, moléculas importantes para o desenvolvimento do sistema 
imune); 
• Pode abranger imunidade inata, adaptativa ou ambas; 
• Podem afetar tanto a imunidade humoral como a celular (Células T 
ausente ou defeituosa), ou as duas (imunodeficiência combinada). 
• Pode ocorrer: 
- Bloqueio no desenvolvimento das células imunes.; 
- Bloqueios na ativação das células imunes; 
- Bloqueios que afetam a função efetora das células imunes. 
• A consequência é maior susceptibilidade a infecções; 
• Ex:agamaglobulinemia,síndrome hiper-IgM,hipogamaglobulinemia. 
• Ou seja: as imunodeficiências primárias mais frequentes são a 
humoral e a combinada. 
Doença Granulomatosa Crônica: 
• Complexo para produzir peróxido que será usado para fazer hipoclorito que serve para eliminar bactérias não 
ocorre, havendo dificuldade para eliminar o organismo. 
• Quando há dificuldade de eliminar um organismo, formam-se granulomas. 
Síndrome Hiper IgM: 
• Ocorre quando há uma deficiência na molécula de CD40L no linfócito T que gerará uma troca defeituosa de 
IgM para IgG ou IgA nos Linfócitos B; 
• O CD40 dá um sinal coestimulatório para um linfócito T e isso é necessário para que o linfócito B deixe de dar 
origem aos plasmócitos que secretam IgM e dê origem a um linfócito B que vira um plasmócito para produzir 
IgG; 
• Essas interações são essenciais para que a classe troque de IgM para IgG; 
• Quando há esse defeito, não há troca de classe. Assim, os linfócitos B estão produzindo plasmócitos que só 
produzem IgM e quase nada IgG, por isso o nome de síndrome hiper-IgM. 
• RESUMO: Há excesso de IgM por conta de um defeito no ligante CD40 dos Linfócitos T e isso não permite que 
o Linfócito B realize os rearranjos necessários para trocar IgM por IgG ou IgA. 
• Ligada ao X (pode ser autossômica). 
Imunodeficiências graves combinadas SCID: 
• Ausência de linfócitos T competentes; 
• Ligada ao X ou Autossômica; 
• EX: Um defeito na adenosina-desaminaseimpede a síntese constante de DNA, não sendo possível a 
proliferação de células do sistema imune. 
Tratamento da imunodeficiência primária: 
• Fármacos antimicrobianos e confinamento em áreas estéreis; 
• A terapia minimiza e controla as infecções e substitui o componente defeituoso ou ausente do sistema 
imunológico; 
• O transplante de medula óssea é tratamento de escolha para muitas doenças. 
Nem todas imunodeficiências são permanentes: 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
• Quando um bebê nasce, ele tem IgG da mãe que veio pela placenta; 
• Após algum tempo, esses níveis caem e demora um certo tempo até a criança começar a produzir sua própria 
IgG; 
• Existe uma janela de tempo entre os 3 meses deidade até 1 ano de vida em que as crianças são levemente 
imunocomprometidas no ponto de vista das IgG; 
• Principalmente dos 3 aos 6 meses é um período de vulnerabilidade; 
• Em bebês, deficiências na produção de IgG normalmente só podem ser detectadas vários meses após o 
nascimento devido a presença, no bebê, de IgG materno (ainda que em queda) durante esse período; 
• Agamaglobulinemia ligada ao X é diagnosticada apenas vários meses após o nascimento devido à presença de 
IgG materna nos p 
 
SECUNDÁRIAS – adquiridas 
• Podem ocorrer por: 
- Problemas nutricionais; 
Inibição da produção de linfócitos (ex.: quimioterapia ou radiações); 
- Infecções virais (ex.: AIDS). 
 
HIV E AIDS 
• HIV tem tropismo por células TCD4+ (porque possui uma molécula chama gp120 que se liga exclusivamente 
ao T auxiliar); 
• Infecta TCD4+, Macrófagos e Cél. Dendrítica; 
• Retrovírus; 
• Tecidos linfoides são reservatórios de HIV (tem mais CD4, APC, monócitos); 
• Outros reservatórios: TGI, SNC; 
• Quando a APC apresenta para o TCD4 a infecção se instala; 
• ATENÇÃO: A replicação do HIV ocorre apenas em células T ativadas; 
• Utilizam CXCR4 (células T) ou CCR5 (macrófagos,célulasdendríticas) como correceptores. 
HIV: 
• Destrói o maestro do sistema imune (TCD4); 
• Taxa de multiplicação do vírus muito alta; 
• Imunoevasão: Proteína NEF diminui MHC de classe I; 
• 95% dos vírus detectados no plasma são derivados de TCD4+ ativadas; 
• OBS: AIDS é a síndrome da imunodeficiência; ser HIV+ não significa ter AIDS, pois AIDS é a síndrome e HIV é o 
vírus que a causa. 
• Em teoria, se uma célula TCD4 for ativada, o HIV se replica e essa célula T ativada vai morrer. No entanto, 
durante a ativação dos linfócitos TCD4, há a formação de células T de memória, que vão durar por muito 
tempo no organismo. 
• Ou seja, o HIV fica instalado e, sempre que há uma infecção, essa célula T de memória começa a proliferar. 
• Abrasão de mucosas: HIV entra e é transportado (APC) pelo sangue até os tecidos linfoides. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
 
Ciclo de vida do HIV: 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
1. A fase aguda da doença, também chamada de síndrome 
aguda do HIV, é o período de viremia caracterizada por sintomas 
inespecíficos da infecção. plasmática e uma redução discreta na 
contagem de células T CD4+, mas o número de células sanguíneas T 
CD4+ geralmente retorna ao normal. 
2. A fase crônica da latência clínica pode durar muitos anos. 
Durante este tempo, o vírus permanece contido no interior de tecidos 
linfoides e a perda de células T CD4+ é corrigida por reconstituição a 
partir de células progenitoras. Dentro de 2 a 6 meses após a infecção, 
a concentração viral plasmática se estabiliza em um determinado 
nível,que difere entre os pacientes. 
3. A doença pelo HIV progride para a fase final e, quase que 
invariavelmente para uma fase fatal, chamada AIDS, quando a 
contagem de células T CD4+ diminui para menos de 200 
células/mm3.A viremia pode aumentar drasticamente à medida que 
a replicação viral acelera em outros reservatórios além das células 
Pontos para ação dos fármacos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
IMUNOPROFILAXIA 
• Na imunidade ativa e na passiva há aumento da produção de anticorpos, seja ela passiva (no de outro 
organismo) ou ativa (no próprio organismo). 
• Na imunidade passiva, existem anticorpos entregues prontos no organismo para neutralizar uma toxina. Ex: 
leite materno (IgA), colostro e placenta (IgG), soro antiofídico. 
• Na imunidade ativa, é o organismo que produz os anticorpos para neutralizar uma toxina (ex: vacinas). 
• O que define o sucesso da imunização ativa são os linfócitos T e B de memória (memória imunológica). 
• É necessário fazer que a APC pense que há um contexto infeccioso na imunidade ativa. 
ANTICORPOS 
• Anticorpos heterólogos: para picada de cobra, é normal a pessoa receber anticorpo policlonal equino 
(heterólogo). O veneno é colocado no cavalo, ele é imunizado de maneira ativa, produz-se os anticorpos, faz-
se uma sangria no cavalo e desse sangue se purificam os anticorpos que são administrados em uma pessoa. 
• Anticorpos monoclonais: específicos para uma única região do antígeno (epítopo). 
• Anticorpos policionais: anticorpos que reconhecem mais de um epítopo. 
 
• Antígeno proteico (depende de célula T – vida longa) x antígeno de polissacarídeos e lipídeos (sem linfócito T 
auxiliar – vida curta). 
• Dizer que a ativação de linfócito é estritamente dependente de um linfócito TCD4 + é uma inverdade e não é 
a afirmação mais correta de se fazer, pois não é necessário de Linfócito se os antígenos foram 
polissacarídeos e lipídeos. 
IMUNIDADE DE GRUPO = IMUNIDADE DE REBANHO 
• Imunidade de grupo é a situação na qual há um grande percentual da população vacinado. Quando isso 
acontece, a doença que se instala em algumas pessoas da população tem muita dificuldade em se propagar, 
constituindo uma barreira imunológica contra a disseminação do agente patogênico. 
• Na população sempre existem pessoas vulneráveis (pessoa que não foi vacinada porque é 
imunocomprometida, ou porque não tem idade, ou porque é HIV+, gestante) que não podem receber a 
vacina e dependem da imunidade de grupo para não serem contaminadas. 
• Para efetivar a imunização coletiva, é necessário que a cobertura vacinal esteja acima do limiar de 
imunidade coletiva. 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
Doença Transmissão Nº médio de casos 
causados por uma pessoa 
infectada 
Limiar de imunidade 
coletiva 
Difteria Saliva 6-7 85% 
Sarampo Via ar 12-18 83-94% 
Caxumba Gotículas presentes no ar 4-7 75-86% 
Coqueluche Gotículas presentes no ar 12-17 92-94% 
Poliomelite Rota oro-fecal 5-7 80-86% 
Rubéola Gotículas presentes no ar 5-7 83-85% 
Varíola Contato social 6-7 83-85% 
 
APRESENTAÇÃO DE VACINAS 
Tipo de vacina Exemplos 
Bactérias vivas atenuadas ou bactérias mortas Bacilo de Calmette-Guérin (BCG), cólera 
Vírus vivos atenuados Poliomelite, raiva 
Vacinas com subunidades antigênicas Toxoide tetânico, toxoide diftérico 
Vacinas conjugadas Haemophilus influenzae, pneumococos 
Vacinas sintéticas Hepatite (proteínas recombinantes) 
Vetores virais Ensaios clínicos com expressão de antígenos do HIV em 
vetores derivados de vírus, que naturalmente infecta 
canários (canaripox) 
Vacinas de DNA Ensaios clínicos em andamento para diversas infecções 
 
VACINAS COM VÍRUS ATENUADOS 
• O objetivo é ter o microrganismo vivo que tente infectar a célula, que se reproduza, mas que não possa infectar 
a célula. Para isso, cultiva-se o microrganismo em situações diferentes daquelas que encontraria no corpo 
humano. 
• Assim, quando eles entram no corpo humano, ativam o sistema imune, porque ainda estão vivos. Há redução 
da virulência. 
• Ex: cultivo em organismos de primatas. 
• Benefícios: indução de uma resposta muito forte (as vezes conferem imunidade para a vida inteira); boa 
memória imunológica; resposta no sítio natural da infecção. 
• Desvantagens: necessidade de refrigeração; possibilidade remota de esses microrganismos ainda terem um 
fenótipo virulento. 
DOENÇA ERRADICADA 
• Pode-se dizer que uma doença foi erradicada apenas quando a última pessoa com essa doença morrer. 
• Não há a doença no mundo todo 
• Ex: poliomielite, varíola 
• Varíola, mesmo que erradica, em tese é possível usar como arma química. 
VACINAS CONJUGADAS 
• Antígenos polissacarídeos, que não desenvolveriam uma memória 
imunológica, são acoplados com toxoides, aumentando a resposta imune. 
• Toxoide é uma toxina que foi modificada de maneira que ela não é mais 
tóxica, mas ainda retém epítopos com porções antigênicas. 
• Usada especialmente em bactérias encapsuladas 
 
 
Bruna Krug – ATM 2023/2 
 
VACINAS DE TOXOIDES 
• Modificações químicas em toxinas 
produzidas por bactérias tornam essas 
toxinas em moléculas inofensivas mas que 
ainda possuem vários epítopos. 
• Ex:

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