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Disciplina: Logística Internacional e Reversa “4º Período” Professor: Fernando de Araújo Uberlândia / 2º Semestre / 2.011 UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS FACULDADE DE CIÊNCIAS JURIDICAS, CIÊNCIAS SOCIAIS, LETRAS E SAÚDE DE UBERLÂNDIA. INSTITUTO TECNOLOGICO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 2 Introdução – Logística Reversa A logística reversa é a área da logística que trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo. Apesar de ser um tema extremamente atual, esse processo já podia ser observado há alguns anos atrás nas indústrias de bebidas com a reutilização de seus vasilhames, isto é, o produto chegava ao consumidor e retornava ao seu centro produtivo para que sua embalagem fosse reutilizada e voltasse ao consumidor final, esse processo era contínuo e aparentemente cessou à partir do momento em que as embalagens passaram a ser descartáveis. Contudo, empresas incentivadas pelas Normas ISO 14000 e preocupadas com a gestão ambiental, também conhecida como “logística verde”, começaram a reciclar materiais e embalagens descartáveis, como latas de alumínio, garrafas plásticas, caixas de papelão, entre outras, que passaram a se destacar como matéria-prima e deixaram de ser tratadas como lixo; dessa forma podemos observar a logística reversa no processo de reciclagem, uma vez que esses materiais retornam à diferentes centros produtivos em forma de matéria-prima. A logística, normalmente, é feita para frente, em direção aos processos produtivos e de consumo. É assim que nós sempre definimos a atividade logística. Entretanto, a logística possui fluxos para trás, de volta às fontes de suprimento. VEJAMOS COMO ISSO OCORRE... Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 3 Existem vários tipos de retorno ao longo da cadeia de suprimento: a) CLIENTE NÃO FICOU SATISFEITO COM O PRODUTO QUE COMPROU (INTERNET) b) CLIENTE COMPROU UM NÚMERO ERRADO/RECEBEU PRESENTE COM NÚMERO ERRADO c) MERCADORIA CHEGOU NO CLIENTE COM ALGUM DEFEITO d) MERCADORIA CHEGOU FORA DA DATA ESTABELECIDA PARA ENTREGA e) MERCADORIA CHEGOU COM PREÇO E/OU CONDIÇÕES DE PAGAMENTO DIFERENTES DO COMBINADO f) MERCADORIA ESTÁ FORA DA DATA DE VALIDADE E TEM DE SER RECOLHIDA AO FABRICANTE. Etc.. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 4 Existem quatro tipos de logística, que terão então atividades ou funções características para cada uma delas; 1) Na logística do suprimento a preocupação é planejar a demanda, através de softwares MRP, ROP, DRP, etc., e conseguir fornecedores na qualidade, capacidade e condições financeiras adequadas ao nosso ambiente industrial, comercial ou de serviço. Também temos de nos preocupar com os modais de transporte e seus custos, que permitem que a mercadoria ou serviço adquirido nos sejam entregues no momento certo e a um custo razoável. 2) Na logística de apoio às operações, a preocupação é o recebimento, a armazenagem e a preparação das mercadorias para a distribuição posterior. Aí temos de cuidar de aspectos como equipamentos de armazenagem e movimentação interna, softwares de gestão de estoques físicos – WMS, sistemas de coleta de dados de código de barras, comunicações por rádio freqüência, etc. 3) Na logística de distribuição temos de trabalhar com a problemática de separação de pedidos (internet e sua atomização), abastecimento de pontos de consumo (lojas e plataformas da Petrobras, por exemplo). Também aí temos Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 5 preocupações com modais de transportes, roteirização de entregas, rastreamento de veículos através de sistemas gps, etc. 4) Por fim, temos a logística reversa, que são as atividades de alguma espécie de fluxo que não seja em direção aos estágios seguintes de produção ou comercialização. Isto é, são os fluxos que voltam em termos de cadeia de suprimentos. Vejamos estes fluxos: Em qualquer ciclo produtivo, o processo de produção pode dar origem a três tipos de bens: a) Os produtos objetivo do processo, que serão vendidos aos consumidores. Após utilização pelo consumidor, os produtos poderão: • Entrar no mercado de segunda mão – como o de veículos e móveis • Serem reutilizados – como certas embalagens que poderão ser aproveitadas em outros usos • Serem reciclados – como embalagens plásticas que são moídas e servirão para fabricar sacos de lixo, por exemplo. FLUXO DOS PRODUTOS E SEUS DERIVADOS CICLO PRODUTIVO CO-PRODUTOS SEGUNDA MÃO RESÍDUOS DO PROCESSO PRODUTOS CICLO PRODUTIVO POLUIÇÃO RECICLÁVEL REUSÁVEL RECICLÁVEL POLUIÇÃO NÃO CONTROLADA CONTROLADA NÃO CONTROLADA CONTROLADA CONSUMIDOR Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 6 • Serem colocados no lixo – neste caso causarem poluição, que poderá ser controlada em aterros sanitários corretos ou em lixões sem nenhum controle. b) Os co-produtos, que são produtos que saem junto com o processo produtivo porém não são o objetivo principal do processo. Ex: para fabricar queijo eu tenho um processo de produção que também fabrica um soro que eu posso continuar o processo e dele fabricar ração animal, pois é depositário de várias proteínas. c) Os resíduos do processo, que podem ser recicláveis ou simplesmente serem resíduos poluentes. • Como recicláveis temos os cavacos de usinagem, aparas de papel, rebarbas de plástico injetados, etc. Tais resíduos são moidos, fundidos, etc., e dão origem a novas matérias primas que entrarão em novos ciclos produtivos • Como poluentes, temos os líquidos, sólidos e gases não aproveitáveis em outros ciclos produtivos e que deverão ser de alguma forma filtrados ou dispostos adequadamente para não abalar muito o meio ambiente. Em muitos casos tais resíduos são dispostos de maneira não controlada, causando sérios danos ao meio ambiente • É interessante notar que a cada dia se pesquisam novas formas de produzir reduzindo ou eliminando os resíduos poluentes. É a produção limpa • Tem-se hoje que resíduo é, quase sempre, o resultado de um processo não ótimo pois, não consegue aproveitar totalmente a matéria prima que entrou no processo. Redução de custos Segundo LACERDA (in CEL 2000), os processos de logística reversa tem trazido consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 7 novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos processos de logística reversa. Aumento dos custos Ao contrário do que vimos no item anterior, não podemos ignorar os custos que o processo de logísticareversa pode acarretar para as empresas quando não é feito de forma intencional, isto é, no item anterior percebemos que a logística reversa é utilizada em prol da empresa, transformando materiais, que seriam inutilizados, em matéria- prima, reduzindo assim, os custos para a empresa; acontece que, o contrário também pode acontecer e é o que notamos com mais freqüência, isto é, materiais que voltam aos seus centros produtivos devido a falhas na produção, pedidos emitidos em desacordo com aquilo que o cliente queria, troca de embalagens, etc. Este tipo de processo reverso da logística acarreta custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que, processos como armazenagem, separação, conferência, distribuição serão feitos em duplicidade, e assim como os processos, os custos também são duplicados. Concorrência LACERDA (in CEL 2000) defende que os clientes valorizam empresas que possuem políticas de retorno de produtos, pois isso, garante-lhes o direito de devolução ou troca de produtos. Este processo envolve uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados, bem como um novo processo no caso de uma nova saída desse mesmo produto. Dessa forma, empresas que possuem um processo de logística reversa bem gerido, tendem a se sobressair no mercado, uma vez que estas podem atender seus clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 8 O processo de logística reversa O processo de logística reversa gera materiais reaproveitados que retornam ao processo tradicional de suprimento, produção e distribuição, de acordo com o esquema apresentado à seguir. Materiais Novos ---> ---> Processo Logístico Direto Suprimento > Produção > Distribuição > ----- Materiais Reaproveitados <------Processo Logístico Reverso --------- <----- Esquema dos Processos Logísticos Diretos e Reverso O processo de logística reversa é composto por uma série de atividades que a empresa tem que realizar para atendê-lo, como por exemplo, coletas, embalagens, separações, expedição até os locais de reprocessamento desses materiais quando necessário. O processo de logística reversa tem que ser sustentável, pois esse processo trata de questões muito mais amplas que simples devoluções, os materiais envolvidos nesse processo geralmente retornam ao fornecedor, são revendidos, recondicionados, reciclados ou simplesmente são descartados e substituídos, como observamos no esquema que segue. Materiais Secundários Retornar ao fornecedor <--- Revender <--- Recondicionar <--- Reciclar <--- Descartar <--- <----Expedir <----Embalar <----Coletar <--------------Processo Logístico Reverso----------- Atividades Típicas do Processo Logístico Reverso Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 9 Segundo BARBIERI e DIAS (2002), a logística reversa deve ser concebida como um dos instrumentos de uma proposta de produção e consumo sustentáveis, por exemplo, se o setor responsável desenvolver critérios de avaliação ficará mais fácil recuperar peças, componentes, materiais e embalagens reutilizáveis e reciclá-los. Esta etapa denomina-se aqui de logística reversa para a sustentabilidade. Logística Reversa no Brasil No Brasil ainda não existe nenhuma legislação que abranja esta questão, e por isso o processo de logística reversa está em difusão e ainda não é encarado pelas empresas como um processo “necessário” , visto que, a maioria das empresas não possuem um departamento específico para gerir essa questão; assim, algumas Resoluções são utilizadas, como por exemplo, a Conama nº258, de 26/08/99, que estabelece que as empresas fabricantes e as importadoras de pneus ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis, proporcionalmente às quantidades fabricadas e importadas definidas nesta Resolução, o que praticamente obriga as empresas desse segmento à sustentarem políticas de logística reversa. BARBIERI e DIAS (2002). Este conceito está em constante crescimento no Brasil e no mundo, e fica claro que as empresas, cada vez mais, tem se preocupado em considerar os custos adicionais e as reduções de custos que este processo pode ocasionar. Na verdade todas as empresas trabalham com o conceito de logística reversa, porém nem todas encaram esse processo como parte integrante e necessária para o bom andamento ou para o aumento nos custos das empresas, apenas utilizam o processo e não dispendem maior importância e nem investem em pesquisas, para o mesmo. Uma empresa que recebe um produto como fruto de devolução por qualquer motivo já está aplicando conceitos de logística reversa , bem como aquele que, compra materiais recicláveis para transformá-los em matéria-prima novamente. Esse processo, pode ser visto pelas empresas com enfoques diferentes, ou seja, para algumas esse processo trará benefícios diversos, a começar pela redução de custos, enquanto que para outras pode ser um grande problema, pois representa custos que precisam ser controlados. No segundo caso, observamos que, nas empresas onde o processo de logística reversa representa custos, existe uma grande preocupação com o Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 10 processo, para que ele seja extremamente controlado, a fim de que, esses custos sejam reduzidos, uma vez que, a extinção do processo de logística reversa numa empresa é praticamente impossível. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 11 Logística Internacional Sumário 1 - LOGÍSTICA INTERNACIONAL a) Introdução b) Transporte Internacional c) Embalagem d) Estrutura de Custos para cada Modal e) OTM – Operador de Transporte Multimodal f) Intermodalidade g) Operadores Logísticos h) ILS – Integrated Logistics Support i) ECR – Efficient Customer Response j) Operacionalização de Importação e Exportação k) Os contratos de venda e os INCOTERMS l) A importância dos Incoterms no transporte Internacional Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 12 INTRODUÇÃO – LOGÍSTICA INTERNACIONAL Logística como ferramenta competitiva no comércio internacional Introdução As atividades de comércio e a necessidade de interação com outras localidades revelam a importância do transporte de mercadorias e pessoas no desenvolvimento de uma região. A zona produtora precisa distribuir seus produtos para a zona de consumo. A utilização racional dos meios de transportes oferecida a preços razoáveis, influi significativamente na competitividade dos produtos comercializados. O comércio exterior demanda eficiência na produção e na negociação das mercadorias. A colocação de produtos no mercado externo exige o aproveitamento adequadodos meios de transporte disponíveis. O transporte internacional é fator fundamental na definição do custo final da mercadoria e no atendimento das condições pactuadas com o importador de prazo e condições de entrega. Natureza da carga transportada Na identificação das características da carga devemos observar aspectos como: � Perecibilidade � Fragilidade � Periculosidade � Dimensões � Pesos considerados especiais A carga pode ser classificada basicamente em: a) Carga Geral: carga embarcada, com marca de identificação e contagem de unidades, podendo ser soltas ou unitizadas; Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 13 Soltas (não unitizadas): itens avulsos, embarcados separadamente em embrulhos, fardos, pacotes, sacas, caixas, tambores etc. Este tipo de carga gera pouca economia de escala para o veículo transportador, pois há significativa perda de tempo na manipulação, carregamento e descarregamento provocado pela grande quantidade de volumes. Unitizadas: agrupamento de vários itens em unidades de transporte; b) Carga a Granel (sólida ou líquida): carga líquida ou seca embarcada e transportada sem acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades (exemplos: petróleo, minérios, trigo, farelos e grãos, etc.); c) Carga Frigorificada: necessita ser refrigerada ou congelada para conservar as qualidades essenciais do produto durante o transporte (exemplos: frutas frescas, pescados, carnes, etc.); d) Carga Perigosa: aquela que, por causa de sua natureza, pode provocar acidentes, danificar outras cargas ou os meios de transporte ou, ainda, gerar riscos para as pessoas. É dividida pelo IMCO (Organização Marítima Consultiva Internacional) segundo as e) Neo-granel: carregamento formado por conglomerados homogêneos de mercadorias, de carga geral, sem acondicionamento específico, cujo volume ou quantidade possibilita o transporte em lotes, em um único embarque (exemplo: veículos) Preparação da carga a ser transportada a) Embalagem Você deverá estar atento para alguns aspectos importantes quando da preparação da mercadoria para exportação. Merece atenção especial o controle da qualidade das embalagens utilizadas, seja a embalagem para transporte ou aquela que será apresentada ao consumidor final. São vários os motivos para isso, dentre os quais se destacam: Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 14 • exigências do mercado internacional, tanto sob o aspecto de cumprimento da legislação dos países importadores, quanto da adaptação da aparência externa de seu produto ao gosto do consumidor; • imagem do país no exterior, pois a sua mercadoria estará sendo uma espécie de "cartão de visitas" de nosso país. Obs.: Via de regra, as mercadorias devem ser embaladas pelo vendedor, tendo em vista a proteção durante transporte, movimentação, armazenagem, comercialização e consumo. FORMA DE SE EMBALAR UMA MERCADORIA UNITIZAÇÃO Corresponde à alocação de um conjunto de mercadorias em uma única unidade com dimensões padronizadas, o que facilita as operações de armazenamento e movimentação da carga sob forma mecanizada. Não constitui propriamente uma embalagem, é um acessório para o deslocamento ou transporte de carga, não integrando o produto ou o conjunto de produtos armazenados. FORMAS MAIS COMUNS DE UNITIZAÇÃO PRÉ-LINGAGEM (AMARRAÇÃO OU CINTAMENTO ) Envolvimento da carga por redes especiais (slings) ou cintas com alças adequadas à movimentação por içamento. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 15 PALETIZAÇÃO Utilização de plataforma de madeira ou estrado destinado a suportar carga, fixada por meio de cintas, permitindo sua movimentação mecânica com o uso de garfos de empilhadeira. CONTEINER Colocação da carga em contêiner (cofre de carga), que é um recipiente construído de material resistente o suficiente para suportar uso repetitivo, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, permitindo fácil carregamento e descarregamento e adequado à movimentação mecânica e ao transporte por diferentes equipamentos. • Carga geral • Carga a granel • Carga frigorificada • Carga perigosa • Neo-granel Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 16 ROTULAGEM E MARCAÇÃO DE VOLUMES Outros procedimentos importantes são a marcação dos volumes (capítulo XVI da Portaria Secex nº15) e a rotulagem da mercadoria. A rotulagem tem a função de transmitir a imagem da empresa, observando as regras de identificação do produto de acordo com a legislação do país importador. Sendo assim, você deve se informar acerca dessa legislação antes de criar os rótulos para o seu produto. A marcação dos volumes, feita pelo próprio exportador, é a identificação das mercadorias e do lote a ser embarcado. Esse procedimento tem a função de individualizar as mercadorias, facilitando sua identificação por parte do importador e das autoridades alfandegárias e fiscais, tanto no embarque quanto no desembarque. Veja abaixo alguns símbolos utilizados internacionalmente para identificar mercadorias com características especiais: Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 17 b) Transporte Internacional O transporte é responsável pela maior parcela dos custos logísticos, tanto numa empresa, quanto na participação dos gastos logísticos em relação ao PIB em nações com relativo grau de desenvolvimento. Por essas razões, existe uma preocupação contínua para a redução de seus custos. Dentro dessas iniciativas, cabe destacar a integração entre os diversos modais de transporte, e o surgimento de operadores logísticos, ou seja, de prestadores de serviços logísticos integrados, capazes de gerar economias de escala ao compartilhar sua capacidade e seus recursos de movimentação com vários clientes. Papel do Transporte na Estratégia Logística O transporte é uma das principais funções logísticas, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões ao Serviço ao Cliente. Representa, em média, cerca de 60% das despesas logísticas. As principais funções do transporte na Logística estão ligadas basicamente às dimensões de tempo e utilidade de lugar. Mesmo com o avanço de tecnologias que permitem a troca de informações em tempo real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível. Entre os principais trade-offs que afetam a função transporte, destacam-se os relacionados ao Estoque e ao Serviço ao Cliente. O gestor de estoques possui comumente o objetivo de minimizar os custos com estoque, sem analisar todos os custos logísticos. Esse tipo de procedimento impacta de forma negativa outras funções logísticas, como, a produção, que passa a necessitar de maior flexibilidade, uma gestão de transporte caracterizadapelo transporte mais fracionado, que aumenta, de forma geral, o custo unitário de transporte. Dependendo do modal escolhido, o transit time poderá variar em dias. A escolha dependerá do nível de serviço desejado pelo cliente, e dos custos associados a cada Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 18 opção. Para produtos de maior valor agregado, pode ser interessante o uso de modais mais caros e de maior velocidade. O serviço ao Cliente é um componente fundamental da Logística Integrada, as principais exigências do mercado geralmente estão ligadas à pontualidade do serviço à capacidade de prover um serviço porta a porta, à flexibilidade, no que diz respeito ao manuseio de uma grande variedade de produtos, ao gerenciamento dos riscos associados a roubos, danos e avarias e à capacidade de o transportador oferecer mais que um serviço básico de transporte, tornando-se capaz de executar outras funções logísticas. As respostas para cada uma dessas exigências estão vinculadas ao desempenho e às características de cada modal de transporte. c) Estrutura de custos para cada modal • Ferroviário Altos Custos Fixo em equipamentos, terminais, vias férreas etc; Custo Variável Baixo. • Rodoviário Custos Fixos Baixos (rodovias estabelecidas e construídas com fundos públicos); Custo Variável Médio. • Aquaviário/Marítimo Custo Fixo Médio (navios e equipamentos); Custo Variável Baixo (capacidade para transportar grande quantidade de tonelagem). • Dutoviário Custo Fixo mais Elevado (direitos de acesso, construção, requisitos para controles das estações e capacidade de bombeamento); Custo Variável mais Baixo (nenhum custo com mão-de-obra de grande importância). • Aeroviário Custo Fixo Alto (aeronaves e manuseio e sistemas de cargas); Alto Custo Variável (combustível, mão-de-obra, manutenção etc.). Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 19 Características Operacionais A velocidade refere-se ao tempo decorrido de movimentação em data rota, também como transit time. A disponibilidade é a capacidade que um modal tem de atender a qualquer par origem-destino de localidades. A confiabilidade refere-se à variabilidade potencial das programações de entrega esperadas ou divulgadas. A capacidade refere-se à possibilidade de um modal de transporte de lidar com qualquer requisito de transporte, como tamanho e tipo de carga. A preferência pelo transporte rodoviário é em parte explicada por sua classificação de destaque em todas as cinco características. No Brasil, ainda existe uma série de barreiras que impedem que todas as alternativas modais, multimodais e intermodais, sejam utilizadas da forma mais racional. Impactos da Internet sobre o Transporte A Internet tem gerado necessidades específicas e também criado novas oportunidades para o planejamento, o controle e a operação das atividades de transporte. Entre essas, poderíamos citar a crescente demanda por entregas mais pulverizadas, o surgimento de portais de transporte e o potencial para rastreamento de veículos em tempo real. Pulverização de entregas � Entrega Direta pelos Fabricantes. Por meio da internet, tornou-se possível para fabricantes de produtos de elevado valor agregado, a comercialização direta para os consumidores, eliminando da cadeia de suprimentos a necessidade de intermediários como distribuidores e varejistas. � Surgimento de Portais Estão sendo estruturados portais na internet que fazem a intermediação entre transportadores e embarcadores. Caracterizado pela contratação de transporte spot. O portal busca um transportador que se interessa pelo transporte da carga, que tenta ao mesmo tempo obter as melhores condições para o embarcador. � Rastreabilidade de Carregamentos: Uma das grandes vantagens que a internet oferece na melhoria da qualidade de serviço é a possibilidade de rastrear carregamentos. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 20 Vantagens Competitivas e Estratégias no Uso de Operadores Logísticos A utilização de operadores logísticos é, sem dúvida nenhuma, uma das mais importantes tendências da logística empresarial moderna, tanto global, quanto localmente. Comparação das características dos operadores logísticos com prestadores de serviços logísticos tradicionais. As tendências da logística no mundo d) OTM – Operador de Transporte MULTIMODAL O Operador de Transporte Multimodal é a pessoa jurídica contratada como principal para a realização do Transporte Multimodal de Cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiros. Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal - OTM. Regulamentado desde 2000, somente a partir de 2005, as primeiras Habilitações, a atividade de OTM começa a se tornar realidade, mas ainda há alguns entraves a serem superados, como a questão do seguro e da cobrança do ICMS. O OTM é um dos principais elos do comércio globalizado, otimizando as Operações pela combinação dos modais mais adequados. MODELO OPERACIONAL (NORMAL) Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 21 MODELO OPERACIONAL ( OTM ) e) Intermodalidade Conceito transporte intermodal é aquele que requer tráfego misto ou múltiplo, envolvendo mais de uma ou várias modalidades de transporte, é indicado para atingir locais de difícil acesso. Por exemplo, o transporte de cargas pode ter início dentro de uma cooperativa de produtores de grãos, ainda na cooperativa o grão é industrializado e embalado por embalagens primária (sacos plásticos) e secundária (fardos de papel pardo), após isso o transporte é iniciado com uso de caminhões que levam o produto nestas embalagens até um terminal ferroviário sendo a mercadoria acondicionada em container que por sua ves descarrega em outro terminal ferroviário em um grande centro onde para a sua entrega ao consumidor será novamente necessário um novo meio de transporte capaz de desenvolver a entega com agilidade e precisão. Assim tivemos primeiramente um transporte rodoviário, após um ferroviário e por fim outro transporte rodoviário constituindo um transporte intermodal (modalidades de transporte). Qual a diferença entre transporte Intermodal e Multimodal? Resposta - A multimodalidade e a intermodalidade são operações que se realizam pela utilização de mais de um modal de transporte. Isto quer dizer transportar uma mercadoria do seu ponto de origem até a entrega no destino final por modalidades diferentes. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 22 A intermodalidade caracteriza-se pela emissão individual de documento de transporte para cada modal, bem como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores. Na multimodalidade, ao contrário,existe a emissão de apenas um documento de transporte, cobrindo o trajeto total da carga, do seu ponto de origem até o ponto de destino. Este documento é emitido pelo OTM, que também toma para si a responsabilidade total pela carga sob sua custodia. (Resposta baseada na literatura intitulada: Logística de Transporte Internacional, de autoria de Samir Keedi). A Revolução Contêiner de 40pés HUB PORTS – PORTOS CONCENTRADORES Como funciona os portos concentradores de carga? São portos, onde os navios de grande porte, saem do exterior com destino para atracar nestes portos já nomeados, onde descarregam seus contêineres e retornam para o exterior. E os navios de pequeno porte retiram estes contêineres e faz distribuição nos portos brasileiros e nos países do mercosul, que não tem capacidade para receber os navios de grande porte (figuras 1 e 2). Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 23 Configurando as operações de Cabotagem e Feeder (alimentadores). O que é operação de Cabotagem? É a operação dos navios que atracam somente nos portos brasileiros e nos portos dos países do Mercosul. O que operação Feeder (alimentaores)? É a operação dos navios que atracam somente nos portos brasileiros. • Menor número de escalas • Operações interestaduais • Menores barreiras alfandegárias • Mercados comuns – áreas de livre comércio • Operações internacionais • Forte impulso à cabotagem • Forte impulso ao feeder • Desburocratização imperiosa • Multimodalidade – imprescindível! Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 24 Figura 1 OPERAÇÃO CABOTAGEM OPERAÇÃO FEEDER (alimentadores) Figura 2 f) Operadores Logísticos O mercado brasileiro de operadores logísticos... O mercado brasileiro de operadores logísticos reúne algo em torno de 250 empresas, que em 2003 faturaram aproximadamente R$ 7,5 bilhões. Trata-se de um mercado com potencial para R$ 20 bilhões. O maior operador logístico no Brasil... • Faturamento de US$ 604 MM em 2003, correspondente a 10,9 % da receita total da Vale do Rio Doce, de US$ 5,545 bilhões; • Composição do Faturamento: 1. Transporte ferroviário: US$ 373 MM Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 25 2. Operação portuária: US$ 144 MM 3. Navegação: US$ 87 MM • 9.306 quilômetros de malha ferroviária, equivalentes a 30 % de toda a malha ferroviária de carga no Brasil; • Participação acionária de 40% no capital da MRS Logística e de 20% do capital da Companhia Ferroviária do Nordeste; • 8 terminais portuários; • 14,2 % da movimentação de carga no Brasil; • 42,2 % da movimentação de cabotagem de carga geral; • 53,3 % da movimentação portuária brasileira de granéis sólidos; O que são os 3PLs - Third Party Logistics? Definições mais aceitas: Fornecedor de serviços logísticos, especializado em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas nas várias fases da cadeia de abastecimento dos seus clientes e que tenha competência para, no mínimo, prestar simultaneamente serviços nas três atividades básicas de controle de estoques, armazenagem e gestão de transportes. Os demais serviços, que por ventura sejam oferecidos, funcionam como diferenciais de cada operador. ou É qualquer empresa que realize alguma atividade logística, sob contrato, para terceiros, com capacidade de planejamento, operação e gerenciamento. O que são os 4PLs - Fourth Party Logistics? Os 4PLs não possuem ativos logísticos operacionais, mas grande capital intelectual, tecnologia e ferramentas de gestão e planejamento, reunindo as qualidades de um 3PL, de um provedor de tecnologia e de uma empresa de consultoria. Realizam o gerenciamento das interfaces de informações entre 3PLs, garantindo que os processos estejam integrados para que o embarcador tenha visibilidade total. Sub-contratam grandes operadores logísticos. O 4PL é neutro e gerenciará o processo logístico independentemente dos operadores logísticos, transportadores, armazéns e outros fornecedores utilizados. Atuam inclusive na gestão de mudanças e têm foco na gestão estratégica da logística. A demanda por amplo conhecimento em supply chain, os Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 26 avançados requerimentos dos serviços e o desejo do compartilhamento de riscos e recompensas colaborarão com a consolidação do conceito de 4PL no mercado. Exemplos de 4PLs A Vector SCM uma joint-venture formada em 2.000 entre a General Motors e CNF Inc., detentora de 80 % do negócio. Fazem parte da CNF a Menlo Worldwide, resultante da fusão das gigantes Menlo Logistics e Emery Worldwide e uma empresa de transporte, a Con-Way Transportation. A GM pretende terceirizar seus US$ 6 bilhões em custos logísticos com a Vector SCM. Isso corresponde a pouco menos de 10 % de todo o mercado norte-americado e é 600 vezes maior que o contrato médio firmado nos EUA, que é de US$ 10MM. O contrato global celebrado entre a Kuehne & Nagel Lead Logistics e a Nortel Networks foi um dos primeiros exemplos de aplicação do conceito de 4PL. A KN atualmente gerencia cerca de 40 prestadores de serviços logísticos que antes atendiam diretamente à Nortel, em 17 países, inclusive ela mesma. Overview Mundial Os custos logísticos em todo o mundo somam aproximadamente US$ 3,2 trilhões, ou cerca de 11% do PIB mundial. Região Cursos Logísticos US$ bilhões América do Norte 1.137 Europa 870 Ásia 824 América do Sul 220 África 77 Oceania 63 América Central 15 Total Mundial 3.206 Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 27 Maiores Empresas de Logística e Transporte do Brasil Empresa Receita R$ MM 1 CVRD 1.800 2 MRS 1.350 3 ALL 1.020 4 Júlio Simões 400 5 Expresso Mercúrio 370 6 Variglog 350 7 TNT 280 8 Transportadora Binotto 270 9 Tam Express 236 10 Vaspex 230 Fonte: Pesquisa realizada pela Tigerlog, receita de vendas 2003. O mercado norte-americano de Operadores Logísticos O mercado norte-americano tem estimativas de custos logísticos de US$ 1,006 trilhões, equivalentes a 9% do seu PIB; na última década os custos logísticos caíram de 16 % do PIB para 9% do PIB. Existem aproximadamente 5.000 empresas de logística ou relacionadas à logística nos EUA. O faturamento dos Operadores Logísticos em 2003 foi de US$ 77 bilhões; os top 50 representam US$ 27 bilhões. É um mercado bastante fragmentado; 75 % do faturamento está concentrado nas mãos de pequenas e médias empresas. As empresas norte-americanas gastam atualmente 43 % de seu orçamento destinado à área de logística com Operadores Logísticos e estima-se que esse número chegue a 60% nos próximos anos. (pesquisa CapGemini). 73 % das 100 maiores empresas e 44% das 500 maiores empresas relacionadas pela Revista Fortune estão utilizando Operadores Logísticos. Logística Internacional e Reversa _________________________________________________________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 28 UPS - o maior Operador Logístico do Mundo • Fundada em 1.907, sede em Atlanta, Georgia. Faturamento mundial de US$ 33,5 bilhões e lucro de US$ 2,9 bilhões em 2.003. O valor da empresa é estimado em US$ 72 bilhões. • 355.000 funcionários em todo o mundo e frota de mais de 150.000 veículos e 600 aviões (próprios e contratados). • Mais de 3 bilhões de pacotes e documentos distribuídos anualmente, atendendo a mais de 200 países. • Empresas do grupo: UPS Air Cargo, UPS Aviation Technologies, UPS Capital Corporation, UPS Consulting, UPS Mail Innovations, Mail Boxes, UPS Professional Services, UPS Supply Chain Solutions. • Faz parte da estratégia da empresa a aquisição de outras empresas, principalmente aquelas com ampla abrangência geográfica e especialização em determinado segmento. • Maiores concorrentes: Fedex, US Postal Service e Deutsche Post. O Mercado Logístico da Europa Ocidental A Europa Ocidental tem estimativas de custos logísticos de US$ 150 bilhões. O faturamento dos Operadores Logísticos em 2003 foi de US$ 40 bilhões (25 % total). 51 % daquilo que as empresas gastam com logística está terceirizado com 3PLs; estima-se que esse percentual chegue a 74 %, o mais alto do mundo. (fonte: Consultoria CapGemini). Os 10 Maiores Operadores Logísticos da Europa Maiores Operadores Logísticos segundo a receita de vendas de 2002: Rk Empresa País de Origem Receita Bilhões Euros 1 Danzas Suíça 6,61 2 Schenker Alemanha 4,90 3 Exel Inglaterra 3,34 4 Geodis França 3,32 5 Kuehene e Nagel Suíça/Alemanha 3,22 6 DSV (*) Dinamarca 2,33 7 TNT Logistics Holanda 2,12 Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 29 8 Wincanton/ P&O TE Inglaterra 2,10 9 Panalpina Suíça 1,85 10 Dachser Alemanha 1,81 (*) DSV é uma joint-venture com a TNT. China, a grande incógnita logística Com a chegada dos grandes 3PLS internacionais muitos freight forwarders e empresas de transporte locais passaram a utilizar a palavra "logística" em seus negócios. A palavra "logística" é a palavra da moda na comunidade de negócios chinesa. O mercado de Operadores Logísticos na China é gigantesco e está em seu estágio inicial de desenvolvimento. Em 2.003 o mercado já terceirizado era estimado em US$ 7,5 bilhões. Na China, os custos logísticos representam algo entre 16% e 20% de seu PIB (US$ 4 trilhões), estando menos de 10% disso terceirizado. Nos últimos 3 anos, 70 % dos provedores de serviços logísticos tiveram vendas superiores a 30%. Nos próximos anos espera-se um crescimento médio de 25%. O mercado é muito fragmentado; nenhum Operador Logístico tem um market share superior a 2%. Cerca de 77% das empresas faturam menos de US$ 25 MM ao ano. 85 % das vendas são provenientes de serviços básicos como transporte e armazenagem e 80% da venda de serviços logísticos está concentrada na região do delta do Rio Yangtse e Pearl. Matriz de transporte chinesa: 76,8% rodoviário, 12,7% ferroviário, 8,9% aquaviário, 0,01% aéreo e 1,6% dutoviário. A demanda por serviços logísticos por parte das empresas multinacionais é muito diferente daquela solicitada pelas empresas chinesas. 69% das multinacionais terceirizaram seus serviços logísticos enquanto que entre os embarcadores chineses esse índice é de 16%. Atuação dos 3PLs internacionais se limita aos clientes multinacionais na tentativa de oferecer uma solução global; 98% da receita vem de clientes globais e apenas 2% de clientes locais. Empresas de destaque na região: Danzas e Exel como freight forwarders, Maersk, APL, P&O, OOCL no transporte de contêineres e DHL, Fedex, UPS e TNT no transporte expresso de cargas fracionadas e documentos. Os principais problemas encontrados pelos grandes Operadores Logísticos são as restrições governamentais, falta de pessoal qualificado, a ambigüidade nas políticas Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 30 governamentais e as expectativas irreais dos Clientes. Iniciativas do Governo estão estimulando o desenvolvimento da indústria de 3PLs na China, porém as mudanças serão lentas dada a grande competição e necessidade de investimentos. As atividades logísticas são vitais para muitas organizações e instituições. No entanto, o campo da logística empresarial é bastante amplo e representado por uma síntese de muitos conceitos, princípios e métodos, oriundos das áreas mais tradicionais da administração, tais como: compras, produção, marketing e transporte, e de disciplinas de apoio como: matemática aplicada, estatística, pesquisa operacional, economia e comportamento organizacional. Esta seção tenta unificar tudo isto, num único corpo de pensamento lógico, que possa ser útil e prático para o gerenciamento de Logística Internacional. Da mesma forma que em diversas áreas do Comércio Internacional, existem algumas diferenças nas nomenclaturas utilizadas, tanto pelo meio acadêmico, quanto por profissionais e instituições de fomento de comércio internacional, também encontramos com respeito a conceituação de determinados termos na atividade de Gestão de Logística Internacional. Qualquer discussão sobre Logística deve iniciar com o entendimento dos seus termos básicos. Historicamente, a palavra Logística tem sua origem na palavra "loger", que quer dizer alojar. Esta palavra, no passado, definiu, atividades realizadas pelos militares, com relação a “arte de transportar, abastecer e alojar as tropas “. Modernamente, o conceito evoluiu e a indústria passou a utilizá-lo para definir a “arte de administrar o fluxo de materiais e produtos, da fonte para o ussuário “. Atualmente, reconhecemos atividades de Logística aplicadas aos mais diversos setores da economia, inclusive no setor de serviços,de saúde, bancário e de turismo. A primeira polêmica conceitual envolve a diferença entre Logística Internacional e Distribuição Física Internacional (DFI). Alguns especialistas atribuem à DFI uma dimensão mais extensa, englobando desde atividades de transporte a partir do polo produtor, no país de origem ou exportador, até as atividades de marketing e de distribuição interna no país importador. Já a Logística Internacional, para um grande Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 31 número de especialistas, envolve todas as atividades necessárias a transportar uma determinada carga ou mercadoria de uma fonte produtora, em um determinado país (exportador), até um destino recipiendário em um outro país (importador). Ainda neste capítulo, focalizaremos a Logística Internacional, dando ênfase ao processo de transporte de carga e atividades acessórias entre um país exportador e um importador. Uma outra polêmica, mais abrangente e mais moderna, tenta estabelecer os campos de atuação da Logística Empresarial e da Logística Internacional. Para subsidiar essa discussão precisamos introduzir alguns termos, normalmente expressos em língua inglesa, acompanhados e sempre referenciados através de abreviaturas, encontrados freqüentemente na maioria dos documentos técnicos e manuais de Logística em geral. A seguir, faremos uma breve introdução desses termos: ILS - INTEGRATED LOGISTICS SUPPORT ILS – Integrated Logistics Support – termo que define aLogística Integrada. De acordo com o Departamento de Defesa Americano (DOD), é um enfoque disciplinado, iterativo e unificado para o gerenciamento de atividades técnicas necessárias para definir, desenhar, adquirir e oferecer suporte durante a fase operacional, a um custo mínimo. Em resumo, são todos os arranjos necessários para obter o item certo, para a pessoa certa, no tempo certo, estando pronto para o uso. De acordo com o DOD, os principais elementos do ILS são: • planejamento da manutenção; • força de trabalho e pessoal; • suporte de suprimento; • suporte de equipamento; • dados técnicos; • treinamento e suporte de treinamento; • suporte em recursos computacionais; • facilidades; • embalagem, manuseio, armazenagem e transporte; • desenho da interface. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 32 O Conceito de ILS tem encontrado campo de aplicação também na atividade empresariasl, envolvendo empresas que realizam grandes projetos, tais como: construção de usinas hidrelétricas, estradas, navios e serviços de lançamento de satélites. ECR - EFFICIENT CUSTOMER RESPONSE ECR – Efficient Consumer Response – Resposta Rápida ao Consumidor, é uma estratégia da indústria, na qual distribuidores e fornecedores trabalham em conjunto para proporcionar maior valor ao consumidor. Através de foco na eficiência da Cadeia de Suprimento como um todo, ao invés da eficiência individual das partes, reduz-se os custos totais do sistema, dos estoques e os bens físicos ao mesmo tempo em que o consumidor tem a possibilidade de escolher produtos de melhor qualidade. O objetivo do ECR é a criação de um sistema eficaz, direcionado ao consumidor, no qual distribuidores e fornecedores trabalham juntos como aliados comercias, a fim de maximizar a satisfação do consumidor e minimizar custos. Informações precisas e produtos de qualidade fluem através de um sistema sem papéis entre a linha de produção e o consumidor final, com o mínimo de perda ou interrupções tanto dentro como entre as partes que o compõem. A seguir, são listados os cinco princípios básicos que guiam essa estratégia (ECCR, 1998): • foco constante no provimento de um melhor valor ao consumidor: melhor produto, melhor qualidade, melhor sortimento, melhor serviço de suprimento, melhor conveniência com menos custos através da cadeia; • o ECR deve ser conduzido com o objetivo de lucro, através da substituição dos velhos paradigmas ganha/perde pelas alianças lucrativas ganha/ganha; • informações precisa e no tempo certo devem ser utilizadas para dar apoio às decisões efetivas de marketing, produção e logística; • os produtos devem fluir com maximização dos processos de adição, desde a produção até o consumidor; Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 33 • uma medida comum e consistente de desempenho e um sistema de recompensa devem ser utilizados objetivando a eficiência do sistema como um todo (por exemplo, estoques mais baixos devem ser recompensados com aumento de lucros). OPERACIONALIZAÇÃO DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Caracterização � Os sistemas logísticos, de grande importância em operações domésticas, tornam- se críticos nas operações internacionais; � Sua importância é realçada pela crescente dinâmica do comércio internacional associada ao fenômeno da globalização, em especial no Brasil, com recente abertura comercial. � Enquanto a logística doméstica tem foco na prestação de serviços que agregam valor em ambientes controlados, a logística internacional/global deve, além de acomodar todos os requisitos domésticos, fazer frente a incertezas crescentes, associadas com distância, demanda, diversidade e documentação. Realidades Regionais � Atualmente, o transporte entre o Brasil e a maioria dos países da América do Sul é realizado por vias marítima/fluvial e aérea, em razão da rarefação das vias terrestres. � Já com as demais regiões do mundo o transporte se faz somente pelas vias marítima e aérea, sendo que localmente: � Na América do Norte a geografia é aberta, com grande demanda por transporte terrestre e pouca documentação nas fronteiras; � Na Europa a geografia é compacta, e envolve barreiras políticas, culturais, regulatórias e de idiomas; � Na Ásia, na região das ilhas, existe uso intensivo do transporte aquaviário ou aéreo para vencer grandes distâncias. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 34 Transações Internacionais As transações comerciais internacionais envolvem uma seqüência de atividades, que incluem: � Ação comercial: marketing, promoção e venda. � Contrato de venda que pressupõe o uso dos INCOTERMS � Produção do bem � Transferência e entrega do bem ou serviço � Pagamento do bem ou serviço Os Contratos de Venda e os INCOTERMS A transferência de mercadorias, entre países, é uma atividade de risco, exigindo conhecimento abrangente das fases envolvidas no processo e cuidados especiais na sua realização. Dificuldades: Divisão de responsabilidades; Riscos; Custos; INCOTERMS (INternacional COmmercial TERMS – Termo/Acordo Comercial Internacional), desenvolvido pela Câmara Internacional de Comércio, com o intuito de facilitar o estabelecimento das bases para tais contratos internacionais e minimizar a ocorrência de mal-entendidos e disputas judiciais Vendedor (exportador) comprador (importador) Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 35 INCOTERMS (INternacional COmmercial TERMS) GRUPO SIGLA SIGNIFICADO COMPLEMENTO E EXW Ex works local designado F FCA Free carrier local designado FAS Free alongside ship porto de embarque FOB Free on board porto de embarque C CFR Cost and freight porto de destino CIF Cost, insurance and freight porto de destino CPT Carriage paid to local de destino CIP Carriage and insurance paid to local de destino D DAF Delivered at frontier local DES Delivered ex ship porto de destino DEQ Delivered ex quay porto de destino DDU Delivered duty unpaid local de destino DDP Delivered duty paid local de destino INCOTERMS – Pontos onde Cessa a Responsabilidade do Vendedor Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 36 INCOTERMS - Pontos de Transição - Todos os Modais A importância dos Incoterms no Transporte Internacional Os Incoterms não regulamentam o transportador, somente a relação entre o COMPRADOR e o VENDEDOR. Representam uma cláusula contratual que se limita a regular a entrega da mercadoria bem como o exato momento da transferência de riscos (critical point). Entretanto, os Incoterms permitem ao comprador e vendedor saberem a partir de quando cadaum deve contratar os serviços de transporte. Por isso eles são elementos imprescindíveis na logística de abastecimento e distribuição. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 37 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO LOGÍSTICO 1. Introdução A Logística, segundo Christopher (1998) consiste num sistema de atividades integradas pelo qual fluem produtos e informações, desde a origem ao ponto de consumo, sustentado por fatores que determinam a vertente de disponibilização da organização, isto é, um sistema que responda no tempo certo, com a quantidade correta e que se conecte aos locais mais apropriados. Podemos definir também a logística, conforme Carvalho (1999) como sendo simplesmente o planejamento e gestão de fluxos. Fluxos físicos e informacional. É uma atividade em franco desenvolvimento, quantitativo com taxas de crescimento – 2 dígitos – à escala mundial e também qualitativo, com uma integração logística cada vez mais ambiciosa, como alias está expresso no seguinte slogan: “...do fornecedor do seu fornecedor ao cliente do seu cliente...”, a tal ponto que o cliente da logística ,industrial ou distribuidor, aparece por vezes como um simples elemento de uma cadeia de valor comandada pelo “expert” da logística. A logística é uma atividade particularmente representativa das grandes mutações atuais da economia mundial: globalização, integração do Mercosul, impacto das TIC’s (Tecnologia da Informação e Comunicação), externalização das funções não essenciais da empresa até à reconfiguração logística da empresa expandida e segundo Carvalho e Dias (2000) é a grande impulsionadora de movimentos integrados e abrangentes de resposta rápida e de colaboração, tipo QR/CR, ECR e CPRF (Collaborative Planning, Forecasting and Replenishiment), sendo, hoje em dia, a primeira área empresarial a abraçar, sem reservas, o movimento e-business, sabendo que sua importância é, e será, central à maioria dos negócios dot-com emergentes (sobretudo na componente de comércio eletrônico), onde se torna necessário, também, gerir fluxos físicos, fluxos tangíveis de bens e serviços, porque são eles que sustentam o serviço a clientes/consumidores finais e permitem maior rapidez e fiabilidade na resposta, diferenciação e capacidade de fidelização de mercados. Outras evoluções notáveis na logística são as especializações setoriais (automóvel, farmacêutica, hi- tech...), as extensões das zonas geográficas de intervenção, a diferenciação entre a prestação de serviços de integração logística por sistemas de informação, os serviços logísticos operacionais (nomeadamente os Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 38 transportes) e a formação de redes que é um fenômeno recente. Fenômeno este, que caracteriza-se pela reunião de diversas habilidades ou capacidades dos membros da rede ou da cadeia de relacionamentos. Esta rede permite que a colaboração entre empresas passe a ser um meio muito mais efetivo de satisfazer lucrativamente as necessidades dos clientes (objetivo final de qualquer negócio) do que simplesmente a execução de múltiplas atividades de agregação de valor efetuadas por uma única empresa. Tornar as redes de relacionamento mais eficientes na satisfação das exigências dos seus colaboradores requer um alto nível de informações e parcerias entre empresas participantes. A troca de informação é quem sustenta uma organização em rede bem sucedida e consequentemente uma logística mais moderna. As redes entre empresas devem seguir o modelo de um Keiretsu japonês (bloco de independentes companhias que operam dentro de uma dada industria), como asseguram Hagel e Singer (2001), pois de fato uma rede compreende uma forte disciplina entre as empresas. No projeto de sistemas de logística, a unidade de análise é o ciclo de desempenho. A estrutura do ciclo de desempenho proporciona uma lógica para combinar nós, níveis, ligações e atividades, lógica essa essencial à distribuição física, suporte da produção e operações de aquisição. Existem obviamente similaridades entre os ciclos de desempenho dedicados a estas áreas vitais da logística, mas é importante compreender que também existe um número significativo de diferenças entre a natureza e o grau de controle possíveis com a distribuição física, suporte da produção e operações de aquisição. Enfim, os especialistas da logística são cada vez mais desafiados para assumir a medição do desempenho dos processos logísticos quaisquer que sejam os acontecimentos e incidentes, técnicos, sociais, políticos... Esta apostila tem como objetivo a demonstração da existência de novos mecanismos de avaliação do desempenho logístico, bem como traz à tona uma propostas de avaliação do desempenho logístico, através de indicadores para a sua medição. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 39 2. Indicadores de eficácia e eficiência As empresas que pertencem ao grupo das que se preocupam com o seu posicionamento competitivo, devem ser avaliadas em termos do seu desempenho ou sucesso relativo acerca do progresso da inovação do seu sistema logístico ou no seu comportamento mais ou menos sustentável. Alguns destes indicadores são difíceis de aplicar, quer a pequena quer a grande empresa, porque se traduzem em números absolutos pequenos, como por exemplo: número de novos processos, lançados na empresa. A medição do desempenho é uma disciplina importante, por si própria, e que tem revelado progressos significativos nos tempos mais recentes, particularmente no que diz respeito a serviços e ao uso de indicadores não-financeiros e não-quantitativos. Este por menor é importante, porque os indicadores financeiros que de algum modo medem a aplicação de recursos financeiros, tendem a perpetuar a ascensão do grande inibidor da inovação : - o dinheiro. O primeiro passo para a construção de um conjunto de indicadores que nos proporcionem informação sobre algumas “coisas” da empresa como a “força” do empreendimento ou a progressão do “domínio” das tecnologias utilizadas, pode ser constituído pela proposta de um menu. Cada empresas é livre para escolher, a partir de um menu, um conjunto de pequenos indicadores que mais se aproximam ao tipo de medidas possíveis de realizar na empresa, ou seja, o conjunto de indicadores apropriado para cada caso, muito relacionado com a cultura da empresa. Este conjunto de indicadores, descrito acima, criará a partir de então um quadro marcador da pontuação para este novo quadro da inovação do sistema logístico. O tipo das medições anotadas no marcador serão: quantitativas e qualitativas, financeiras e não- financeiras. Enfatizando sempre aquilo que traduz num esforço da empresa no sentido de alcançar metas e objetivos propostos, e não aquilo que é fácil e é barato medir. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 40 Os indicadores, como por exemplo os que traduzem o grau de satisfação dos clientes, são extremamente importantes, porque contribuem para a avaliação do desempenho no negócio e da competitividade manifestada pela empresa. 3. Exeqüibilidade da Avaliação O projeto da logística e o seuplanejamento começam com uma avaliação compreensiva da situação atual. O objetivo é perceber a envolvente externa e interna, processo e características do desempenho do sistema atual e determinar quer o comportamento, quer a evolução suscitada por modificações apropriadas, etc. A análise da situação pode ser realizada sob a forma de uma auditoria. A rigor, Juran, et al. (1999), diz que uma auditoria deve ser encarada como um exame comparativo entre o desempenho exibido pela organização numa determinada atividade e um padrão que serve de termo de comparação para os requisitos auditados. A situação da auditoria de logística está ligada a evoluções recentes e rápidas: a função não é vista da mesma maneira em todas as empresas e difere de setor para setor; as tarefas concretas da logística variam de acordo com o ponto de vista segundo são observadas: - a visão do industrial, transportador, prestador de serviço logístico e distribuidor final, segundo Bécour e Bouquim (1996). Mesmo assim, utilizemos o termo auditoria para designar uma ação mais alargada e menos examinadora, porém sob o ponto de vista do levantamento de Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 41 informação, a mesma tem a finalidade de obter um retrato da situação atual, possibilitando assim uma compreensão mais clara dos processos logísticos existentes. 3.1. Perspectiva de longo prazo A auditoria deve assegurar que se percebam os contornos estratégicos do sistema de logística e que o pessoal da logística disponha de informações sobre: a) as operações que, afetam a entrega dos produtos aos clientes; b) as expectativas dos clientes: preferências por tal meio de transporte, de acondicionamento e o calendário de entregas; c) o sistema contábil da empresa que permite identificar os custos das operações logísticas, nomeadamente: - a estocagem, o acondicionamento, o planejamento, o transporte e etc.; d) a empresa que irá conhecer a natureza dos serviços logísticos propostas pela concorrência e se possível, o seu custo; e) as informações dos fornecedores (subcontratações) capazes de substituírem esses mesmos serviços. 3.2. Perspectiva de médio prazo A finalidade do sistema de logística pode ser visto num horizonte de planos de ação e dos orçamentos: a) definindo as ações que permitirão minimizar os custos dos serviços de logística que a empresa decidiu desenvolver, por exemplo, a sua incidência (impacto) sobre os fluxos de produção e armazenamento; b) permitindo aos dirigentes escolher as operações (após venda é um exemplo clássico) que é preferível assegurar por si mesmo e aqueles que se podem subcontratar. A auditoria deve verificar: Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 42 a) a qualidade das ferramentas e das previsões comerciais que condicionam os fluxos físicos; b) a adequação dos meios de armazenamento; c) a flexibilidade deixada pelos contratos de transporte. 3.3. Perspectiva de curto prazo No funcionamento cotidiano, o sistema de logística deve ser capaz de otimizar os fluxos físicos do começo ao fim, o que implica: a exploração das previsões comerciais a muito curto prazo e a respectiva carteira de encomendas, na definição dos programas de estocagem e de produção , na programação das entregas e etc. Neste caso a auditoria deve examinar: a) a amplitude e a validade dos planos de contingência previstos para a empresa; b) os procedimentos de atualização desses planos; c) a qualidade das coberturas de segurança postas em prática; d) a qualidade dos sistemas de informação, que permitem conectar os fluxos físicos. 4. Os objetivos 4.1. Natureza dos objetivos Os objetivos definidos na empresa para a logística, são avaliados dentro de um referencial que comporta as finalidades precedentes e o desempenho da logística em relação a essas finalidades. Eles dizem respeito a elementos qualitativos ou quantitativos, em geral inseparáveis: a) objetivos sobre o nível dos estoques, custo de transporte e acondicionamento; b) os pares custo/nível de serviço (em particular, os tempos de resposta aos pedidos internos e externos); Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 43 c) uma modificação de oferta feita aos clientes: a empresa pode querer ser remunerada pelo serviço; d) a pesquisa de evolução dos comportamentos. 4.2. Processos de fixação A fixação dos objetivos logísticos supõe a aplicação de atividades clássicas de planejamento, previsão, diagnóstico, ações e de conseqüências. 4.3. Procedimentos de continuidade Os procedimentos de continuidade refletem os fatos internos e externos representativos da expectativa e da pertinência dos objetivos, de modo a implicar a realização de ações corretivas ou ajustamentos necessários dos objetivos. A auditoria deve assegurar que: a) o responsável pela logística disponha de dados confiáveis e regulares quanto ao grau de satisfação dos clientes; b) o responsável dispõe de informação sobre o seguimento das reclamações, c) sejam feita uma análise sobre causas e soluções que permitam a realização de ações corretivas, d) os custos da logística são seguidos e analisados, e) os responsáveis implicados na gestão dos fluxos físicos sejam submetidos a uma medição clara e adequada dos seus serviços logísticos neste domínio. 5. Os meios Os meios dependem das tarefas induzidas pelas finalidades dos objetivos. As tarefas são habitualmente as seguintes: Em matéria de planejamento: Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 44 a) previsão da procura final; b) ordenamento das entregas; c) gestão do fluxo de produtos; d) programação da produção; e) programação de estocagens; f) determinação das infraestruras necessárias. Em matéria de continuidade: a) ajustamento das previsões de procura final; b) tratamento das encomendas dos clientes; c) seguimento do serviço prestado por comparação ao nível de serviço definido; d) níveis dos estoques de produtos acabados, semi-acabados, materiais e componentes; e) seguimento da produção. Quanto às operações físicas: a) preparação das encomendas; b) classificação das encomendas, segundo o grau de urgência, tipo de contrato, etc. c) entregas; d) modos de manutenção; e) embalagem e acondicionamento; f) operações de estocagem. Aqui nos encontramos face a uma complexidade particular, porque os meios necessários à realização das tarefas podem ser apropriados à função, mas estarem ligados a distintas entidades e portanto influenciar o desempenho da logística. Os meios necessários à função logística comportam, entre outros, pessoal qualificado, instalações de armazenamento, meios de transporte, sistemas de informação, etc. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 45 6-O desempenho Considerando que a logística é uma função transversal cuja finalidade consiste em minimizar o custo global doserviço prestado, o seu desempenho não pode ser avaliado apenas pelo custo de tal e qual aspecto (transportes, manutenção, custos administrativos) mas sim tendo em linha de conta os custos da não-qualidade que o melhoramento geral da organização logística permite evitar, tais como os custos de: a) gestão dos serviços de produção; b) tratamento das encomendas; c) imobilização de estoques; d) obsolescência de produtos e fo rnecimentos; e) irregularidades nas entregas. A qualidade logística pode ser um argumento de venda e uma barreira estratégica. O problema não é minimizar o custo que se conhece mas sim o de conhecer o custo a controlar, após ter definido o nível de serviço a prestar. 6.1. O desempenho a médio e longo prazo O desempenho logístico considerado a longo prazo é constituído pela capacidade de serviço oferecido ao cliente e o seu custo. A sua medição supõe que, a empresa possa identificar o impacto da política de logística no custo completo de uso dos seus produtos, bem como no custo completo de uso dos materiais adquiridos para assegurar os fluxos físicos “life cycle costing”, Bowersox (1996). Ela conhece a diferenciação do seu desempenho e das suas prestações logísticas por comparação com os seus concorrentes (benchmarking). O princípio consiste em aceitar um crescimento dos custos da logística na condição que o desempenho do sistema de logística influa positivamente no crescimento das receitas da empresa. Neste caso a auditoria deve verificar que a empresa: Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 46 Disponha da coleta de informações sobre o seu desempenho, face aos seguintes aspectos: a) reclamações dos clientes, b) nível de satisfação; c) relatórios de vendedores; d) reclamações aos fornecedores; e) nível de serviço; f) capacidade reativa dos fornecedores em caso de “disfuncionamento”. Disponha de informações sobre as reações do cliente em caso de contra-desempenho: a) Trata-se de identificar a distribuição de freqüência dos seus comportamentos. Disponha de dados sobre as medidas tomadas em caso de contra-desempenho: a) avalia o custo e os serviços ótimos; b) conhece as ações da concorrência; c) tem em prática um sistema de motivação do pessoal. 6.2. A curto prazo Numa perspectiva de curto prazo, o desempenho da logística é função da utilização da capacidade de produção, de armazenamento, de distribuição em termos de custos e de serviço efetivo. A auditoria deve verificar a qualidade dos indicadores externos, freqüência de escolha de dados, modo de exploração e de avaliação. 7-A construção dos indicadores de desempenho A partir do texto de Bowersox e Closs (1996), é possível a construção de questionários utilizáveis num processo de Análise Interna /Externa, ver quadro abaixo, a proposta de indicadores suscetíveis ao uso num processo de avaliação do desempenho Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 47 da função ou do sistema de logística. Esta possibilidade existe sempre que se responda sim, à seguinte questão: - existem dados disponíveis ?. O resultado da análise e respectivo conteúdo depende do âmbito da mesma. Não é habitual que a informação desejada esteja automaticamente disponível. A finalidade da análise interna não é o de efetuar uma escolha detalhada de dados, mas sim o de realizar um levantamento ou diagnóstico dos processos em curso e dos procedimentos seguidos na logística da empresa, bem como obter um referencial dos dados disponíveis. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 48 Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 49 Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 50 8-Conclusões A medida e avaliação do desempenho dos sistemas de logística são necessários para controlar a utilização dos recursos. A competência em logística tornou-se um fator crítico na criação e manutenção de uma vantagem competitiva que tem vindo a manifestar-se cada vez mais importante à medida que a margem entre operações lucrativas e não lucrativas se torna cada vez mais diminuta. Os objetivos do gestor do sistema de logística são fundamentalmente os de manter o desempenho à medida que se vão desenrolando os planos operacionais e ir conseguindo identificar oportunidades para melhorar a eficiência e eficácia do sistema. A medição do desempenho assenta num conjunto de indicadores que são medidos e revistos internamente à medida que são recolhidos dados qualitativos e/ou quantitativos e analisados pela empresa. A combinação do abrandamento do crescimento econômico e o aumento da concorrência faz com que as empresas concentrem mais atenção no posicionamento efetivo dos recursos logísticos. O gestor do sistema de logística precisa de informação com qualidade, que lhe possibilite medir, comparar e orientar o desempenho da logística. Os três objetivos primordiais para desenvolver e implementar sistemas de medição do desempenho incluem monitorização, controle e gestão das operações de logística. É indispensável possuir uma perspectiva apropriada das medições a efetuar, uma vez que existe um “continuum” de possibilidades, que vai desde a medição de indicadores baseados em atividades e tarefas até aos indicadores relativos ao processo. Enquanto que as medições de indicadores com base em atividades estão orientados para o esforço de trabalho primário, os indicadores baseados no processo consideram a satisfação do cliente gerada por toda a “supply chain”, por “supply chain” pode-se definir como abrangendo todas as atividades associadas com o fluxos e transformação de bens do estágio de matéria prima indo até os consumidores finais, bem como as informações associadas a este fluxo, Handfield e Nichols (1999). A medição do desempenho interno está focada numa comparação de atividades e processos com metas anteriormente estabelecidas. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 51 Trabalhos de investigação, segundo Bowersox et.al.(1989) sugerem que os indicadores de desempenho da logística devem ser agrupados em 5 categorias ou classes,: a) custos; b) serviço ao cliente; c) produtividade; d) gestão de ativos; e) qualidade. Deve ser realçado, uma vez mais, o fato de que a medição das atividades afetas à logística, bem como a sua comparação com metas e padrões, é necessária para melhorar o desempenho e motivar as pessoas. Logística Internacional e Reversa ___________________________________________ ______________________________________________________________________ UNIPAC - Prof. Fernando de Araújo Curso Superior de Tecnologia em Logística 52 • ALGUNS SITES RELACIONADOS A AREA DE LOGÍSTICA
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