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Obrigações e responsabilidades civil 1- Conceito: É uma relação entre sujeito ativo (credor) e sujeito passivo (devedor) vinculados por uma prestação de dar (entregar ou restituir), fazer qualquer outra atividade que não seja entregar ou restituir) ou de não fazer(abstenção), cujo inadimplemento (descumprimento) autoriza a penhora do patrimônio de inadimplente. 2- Deveres anexos (art.187 e 422 CC): “São aquelas prestações inerentes a toda relação pactuada (informação, fidelidade, respeito, cooperação e confiança.)”. Há deveres principais e anexos (acessórios, implícitos) os quais perduram até após o pagamento com eficácia pós-objetiva da obrigação. São deveres ligados á boa-fé, sendo exemplo o de informar, cooperar, cuidar, zelar etc. (deveres patrimoniais e existenciais). 3- Caráter econômico do direito obrigacional (art. 391 CC): O descumprimento da obrigação gera responsabilização patrimonial do devedor, isto distingue a obrigação jurídica da obrigação moral. Os direitos da personalidade não podem ser usados para quitar prestações. 4- Terminologias importantes: 4.1- Dever jurídico: encerra a ideia de um comportamento genérico. Não lesar, dar a cada um o que é seu, não furtar, ser honesto e cumprir a lei são exemplos de deveres jurídicos. 4.2- Estado de Sujeição: “No estado de sujeição haverá tão-somente uma subordinação inelutável a uma modificação na esfera jurídica de alguém por ato de outrem. Assim, no estado de sujeição uma pessoa não terá nenhum dever de conduta devendo sujeitar-se, mesmo contra vontade de outrem, ou melhor, do titular do potestativo”. Direito potestativo é aquele que se caracteriza por o seu titular exercer por sua vontade exclusiva desencadeando efeitos na esfera jurídica de outrem independente da vontade deste. 4.3- Ônus jurídico: faculdade outorgada pelo direito a alguém para pratica de determinada atividade que se não exercida pode gerar ao titular desta faculdade um determinado prejuízo. 5- Conceito de responsabilidade civil (art.5, v e x CF/88): “É o dever de reparar danos provocados numa situação onde determinada pessoa sofre prejuízos jurídicos como consequência de atos ilícitos praticados por outrem.” Conceitualmente, deriva da transgressão de uma norma jurídica pré-existente, com a consequente imposição ao causador do dever de indenizar. 6- Easy case x Hard case: Easy case são casos fáceis, baseados no silogismo (premissa maior, menor e conclusão), são resolvidos através da aplicação direta da norma regra. Hard case se configuram quando: · Dentro do ordenamento jurídico não se encontra norma aplicável. · Há mais de uma norma aplicável ao caso sub judice. · Quando a solução encontrada causa extrema estranheza aos costumes e a coletividade. *Diante de tal situação e impulsionado pelo princípio da inafastabilidade da jurisdição -expresso no art. 140/CPC – o julgador vê-se obrigado a encontra solução ao caso concreto. A jurisprudência brasileira, STJ, utiliza-se do princípio da proporcionalidade com o escape de sobrepesar os princípios aparentemente conflitantes a fim de chegar a uma decisão judicial socialmente aceitável. 7- Obrigações: 7.1- Obrigação de dar coisa certa, obriga a entregar o bem pelo gênero, espécie e quantidade. 7.1.1- Problemas jurídicos na obrigação de dar coisa certa: · Perecimento: perda total da coisa antes da entrega. Resolução: Saber se a culpa, as partes são colocadas no mesmo status que antes. Se não houver culpa haverá extinção do contrato. Se houver culpa, o culpado pagará ao individuo o equivalente + perdas e danos. · Deterioração: antes da entrega da coisa Resolução: Se não houver culpa o indivíduo pode não aceitar o contrato, ou mantê-lo com abatimento do preço. Se houver culpa, o individuo pode pedir o equivalente ou aceitar o contrato com abatimento + perdas e danos. · Valorização: antes da entrega Resolução: o indivíduo pode extinguir o contrato ou pedir complementação do valor do produto. · Frutos: antes da entrega Resolução: a obrigação de dar coisa certa. Se o fruto for dependente você adquire o acessório sem direito de valorização. O fruto cobrado não há transferência. 7.2- Obrigação de dar coisa incerta, obriga a entregar por gênero e quantidade *Na obrigação incerta, o gênero não perece, não deteriora, não valoriza e não gera frutos, porque deve ser entregue pela média. 7.3- Obrigação de fazer: 7.3.1- Obrigação infungível: são obrigações só para aquelas pessoas que tem características especiais para as prestações. 7.3.2- Obrigações fungíveis: obrigação que qualquer devedor pode realizar a prestação. 7.4- Obrigação de não fazer (abstenção): O devedor tem a obrigação de se abster de algo, exige-se uma postura negativa do devedor. Pode compreender também a obrigação de tolerar (permitir). 7.4.1- Obrigação de não fazer impossível: sem culpa (causa fortuita ou força maior) extingue-se a obrigação de não fazer (art.250 CPC). Caso haja culpa, o credor pode exigir que o devedor desfaça o ato a custa do próprio devedor, e ainda, requerer as perdas e danos, caso não haja urgência, e em caso de urgência o credor poderá independente de autorização judicial desfazer o ato e depois requerer os prejuízos sofridos + perdas e danos. NÃO REALIZADO X DESCUMPRIMENTO *os limites constitucionais das obrigações de fazer e não fazer decorrem da dignidade humana (proteção a integridade biológica e psicológica; liberdade e igualdade; mínimo existencial.) e as garantias fundamentais. 8- Classificação das obrigações especiais: Composta por mais credores, prestações ou devedores. 8.1- Alternativa (art. 252): 8.1.1- Composta pela multiplicidade de prestações disjuntivas (ou um ou outro) 8.1.2- Perecimento de uma das prestações alternativas ATENÇÃO: Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. 8.2- Obrigações Solidarias: 8.2.1- É composto pela multiplicidade de sujeitos no polo ativo (credores) e/ou no polo passivo (devedores). Na solidariedade qualquer credor pode cobrar de qualquer devedor a dívida inteira e aquele que paga passa a ter uma relação interna de divisibilidade e proporcionalidade com os demais devedores. *A solidariedade não se presume, decorre de lei ou da vontade das partes. (art.265 CC e Súmula 596 STJ) 8.2.2- Solidariedade Ativa- multiplicidade de credores e somente um devedor · Prevenção na solidariedade ativa: Art. 268 CC. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. Enquanto não houver processo a dívida poderá ser paga por fora, mas quando houver só poderá ser paga dentro do processo (em juízo) · Morte de um dos credores solidários: Art. 270 CC. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. Os herdeiros não se tornarão credores, mas poderão receber/cobrar a parte que lhe for equivalente, havendo assim uma refração solidaria. Exceção: Se a obrigação for indivisível, o credor poderá pedir a prestação inteira e pagar a parte econômica cabível aos herdeiros. · Art. 269 CC. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. · Remissão ou quitação por um dos credores: Art. 272 CC. Ocredor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. · Exceções pessoais: Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. . . . . . Teoria do Pagamento (art. 304 CC):Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Pagamento = Adimplemento Adimplir ou pagar significa realizar/cumprir com a obrigação Realização da prestação do contrato, daquele que foi efetivamente pactuado. O pagamento extingue a obrigação. Quem deve pagar? “Solvens”: autor do pagamento; quem deve pagar. A legislação brasileira subdivide a teoria do pagamento em:- Quem deve pagar? - A quem se deve pagar? - Quando pagar? - Onde pagar? - Como pagar? Pagamento direito: É realização da própria prestação originalmente pactuada/ajustada. Pagamento Indireto: São as formas alternativas de extinguir a obrigação SEM realizar a prestação originalmente pactuada. Ex.: Perdoar dívidas; aceitar outra coisa. *Toda obrigação é construída em torno/em volta/em busca do adimplemento. *O adimplemento é a mola propulsora da teoria do pagamento. Um terceiro pode, se autorizado pelo ordenamento jurídico, á pagar/adimplir a prestação. Pode esse ser um terceiro interessado ou não interessado. - Ao pagar, o terceiro não interessado se sub-roga (ou seja, se substitui na posição do crédito). Art. 346, III “do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.” - Terceiro não interessado é a pessoa que não sofre o efeito jurídico do não pagamento pelo devedor. Pode o terceiro não interessado pagar em nome do devedor ou em nome próprio: 1- Quando paga em nome do devedor, é como uma doação, um ato de mera liberalidade, neste caso não poderá cobrar nada do devedor. 2- Quando o terceiro não interessado pagar a dívida em seu próprio nome tem direito à reembolso se não se sub-roga nos direitos do credor. Art.305 “Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.” Quem se deve pagar? “Accipens”: A quem se deve pagar; pessoa que recebe o pagamento.Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Representação: Art. 115. Os poderes de representação conferem-se [Capture a atenção do leitor com uma ótima citação do documento ou use este espaço para enfatizar um ponto-chave. Para colocar essa caixa de texto em qualquer lugar na página, basta arrastá-la.] por lei ou pelo interessado. A representação pode ser legal (pais, curadores...) ou contratual (honorários, prestação de serviço...). A representação contratual é a convencional = receber algo em nome de alguém. *Ratificado pelo credor/representante com poderes ou se você comprovar que efetivamente, na prática, apesar de ter pago errado, o pagamento se converteu em benefício do credor. Você é capaz de provar isso? Quitação; Extinção da obrigação. Não é capaz de provar? O pagamento é ineficaz; não gera efeito de quitação, ou seja, continua devedor. Credor putativo: É o credor aparente. É aquele que aparenta ser o credor, mas que na verdade não é o credor, apesar de parecer ser o credor. - Teoria da aparência - Teoria da confiançaArt. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Como saber se foi de boa-fé? Mediante instrução processual; ouvindo o depoimento das partes; analisando o caso concreto; analisando o comportamento das partes e neste caso, o credor real que se resolva com o credor putativo. É caso de extinção de obrigação. Pagamento ao incapaz: É valido? É eficaz? -Não vele = Nulidade = Invalidade Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. (Na nulidade absoluta você aplica todo regime jurídico legal da nulidade) Ato invalidável O juiz pode reconhecer de ofício. Efeito erga omnes ou efeito ex-nunc. Do lugar do pagamento arts.327 a 330 (Onde pagar?) Em regra (Quérable), o pagamento deve ser efetuado no domicílio do devedor. Exceções: (Portáble) a) Se as partes convencionarem em sentido contrário b) Se o contrário resultar da lei c) Natureza da obrigação d) Circunstância do caso concreto - Quérable: exigível no domicílio do devedor - Portáble: exigível no domicílio do credor Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. Pagamento realizado reiteradamente em outro lugar: renúncia tácita do antigo local de pagamento. Da forma do pagamento artgs. 313 a 326 (do objeto do pagamento e sua prova) Princípio da exatidão:Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Doação em pagamento (pagamento indireto):Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Princípio da indivisibilidade da prestação: Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. Regra: Indivisibilidade da prestação. Exceção: Ajuste em sentido contrário. Princípio do Nominalismo: Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. Regra: O pagamento em dinheiro deve ser feito em moeda nacional pelo valor nominal da dívida. Exceção: Aumento progressivo das prestações. Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. (necessidade de contrato escrito) Crise das Obrigações ou Teoria do Inadimplemento das Obrigações Quando surge uma crise das obrigações? Quando surge o descumprimento. O que se deve verificar diante disto? 1- Causa (motivo) do INADIMPLEMENTO 2- O grau, a intensidade, o nível, o tipo, a espécie de descumprimento Existem três níveis: 1- Inadimplemento total ou absoluto: Quando toda obrigação é descumprida. Quando o devedor simplesmente não realiza nenhuma, absolutamente nenhuma, das obrigações que lhe são exigidas. Qual a resolução jurídica a ser dada?Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. *Responde o devedor = responsabilidade civil = responsabilidade civil negocial *No inadimplemento absoluto se responde por QUATRO coisas Explicação: Perdas e danos (danos emergentes + lucros cessantes) – 402 do CC Abrange o que o credor efetivamente perdeu (danos emergentes) Abrange o que o credor razoavelmente deixo de ganhar (lucros cessantes) 2- Inadimplemento parcial ou relativo *Adimplemento atrasado ou à destempo *Mora: tempo, lugar e forma que a lei ou convenção estabelecerArt. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo,lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. 3- Inadimplemento pela quebra de uma posição contratual Inadimplemento pela quebra dos DEVERES ANEXOS da BOA-FÉ objetiva.Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Clausula Penal: 1- Conceito Clausula penal = multa contratual = multa negocial - qual o pressuposto? Um contrato! Negócio jurídico que expressamente preveja a clausula penalArt. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. “de pleno direito” = automaticamente Não há necessidade de notificação, de interpelação, de citação, ou nada do tipo. “deixar de cumprir” = pagamento automático da clausula penal. “culposamente’ = responsabilidade civil objetiva = dolo ou culpa. Logo se o fato é não culposo (inimitável) ao devedor = exclui a clausula penal Multa contratual impacta ao inadimplemento que, culposamente, deixa de cumprir a obrigação assumida no negocio jurídico. 2- Forma de constituiçãoArt. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. No ato de celebração do contrato = “estipulado conjuntamente com a obrigação” Aditivo Contratual = “ou em ato posterior” São aditamentos ao contrato que os contratantes podem celebrar a qualquer tempo. 3- Finalidade Objetivo e espécie (modalidade) de clausula penal, dividias em: a) Clausula penal compensatória: Finalidade: pré-fixar perdas e danos Pressupõe: inadimplemento absoluto = total descumprimento da obrigação.Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. Ou peço a cláusula penal e abro mão do perdas e danos Ou peço as perdas e danos e abro mão da clausula penal Bis is idem b) Clausula penal moratória ou penitencial: Finalidade: punir o pagamento em atraso Pressupõe: inadimplemento parcial/relativo = “para o caso de mora” Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. Padrão e conjunto: cumulativo 4- O caráter acessório da clausula penal Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. “não pode exceder” Porque a clausula penal é “acessória” -Se houver excesso: Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. Conservação parcial do negócio jurídico 5- Possibilidade de o magistrado reduzir de ofício o valor da clausula penal CPC Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito à lei exige iniciativa da parte. “nos limites pelas partes”. Princípio da adstrição. Regra: inércia da jurisdição. Princípio do dispositivo. Exceção: Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. “deve ser reduzida” “pelo juiz” nas seguintes situações: (i) Se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte. (ii) Se o montante da penalidade for manifestadamente excessivo. CPC Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 6- Clausula penal nas obrigações indivisíveisArt. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas está só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota. Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena. Todos os devedores incorrerão a pena, sofrerão os efeitos, e as consequências da clausula penal, mas só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota. 7- Clausula penal nas obrigações divisíveis Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou herdeiro do devedor que a infringir, e proporcionalmente a sua parte na obrigação 8- Clausula penal e o prejuízo presumido (prejuízo juri it juri)Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. Para obter a cláusula penal não é preciso provar prejuízo Presunções = modalidades: · Presunção relativa (juris tatiuns): admite provas em sentido contrário · Presunção absoluta (juri it juri): não admite provas em sentido contrário A) Desconto por pontualidade (sansão premia): STJ Recurso Especial 1.424.814/SP – desconto para quem paga antes do vencimento – forma de estipular o pagamento B) Legislação especial com limitações especificas: Decreto 22.262 – art.9° limita a cláusula penal a 10% do valor da dívida. CDC – art.52 limita a cláusula penal moratória a 2% do valor da dívida.
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