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DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES

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DIREITO CIVIL - OBRIGAÇÕES
Aula 01 - Introdução
● bibliografia: Tartuce (vol. 2), Maria Celina, Gustavo Tepedino,
Fachin e Paulo Lobo.
● contratos e propriedade são conceitos jurídicos que surgiram na
antiguidade e são usados até hoje.
● direito público - relações jurídicas que se estruturam a partir de
dois sujeitos: o Estado e o Administrado (cidadão)
➢ Por meio dos direitos fundamentais foi criado uma
barragem nessa relação vertical com o intuito de frear o
Estado para não avançar na sociedade.
● Direito privado - relações jurídicas que se estruturam a partir de
dois sujeitos: cidadão e cidadão.
➢ relação horizontal
➢ direito do trabalho, direito empresarial e direito civil.
➔ Fontes do Direito das Obrigações
● conceito jurídico: situação na qual se verifica a prestação
de alguma coisa, e caso não seja feito irá surgir uma
responsabilidade civil.
● As obrigações surgem das leis (art. 5, inciso II/CF), dos
negócios jurídicos (contrato) e dos atos ilícitos (art. 186º e
187º CC).
➢ atos unilaterais de vontade (promessa de recompensa)
➢ títulos de crédito
➔ Elementos da relação obrigacional
● elemento subjetivo
➢ sujeitos
➢ devedor (sujeito passivo) e credor (sujeito ativo)
➢ O devedor deve alguma coisa ao credor, portanto, há
um débito do primeiro com o segundo, ao passo que o
segundo tem um crédito com o primeiro.
➢ polo passivo e um polo ativo
● elemento objetivo
➢ o objeto da relação é a prestação
➢ a prestação será uma obrigação ou de dar, fazer ou
não fazer.
➢ dar - entregar/restituição de um objeto
➢ fazer - comportamento/ação
➢ não fazer - abstenção
● elemento imaterial, virtual ou espiritual
➢ vínculo jurídico - relação entre devedor e credor
➢ esse vínculo se faz em dois momentos: primeiro no
cumprimento da prestação e o segundo na
responsabilidade civil (cumprimento da obrigação
forçada).
● O código civil entende que a relação entre devedor e credor
é uma relação assimétrica, ou seja, a lei estará mais
favorável para aquele que é o sujeito passivo.
➔ Conceitos Jurídicos Fundamentais
● direito objetivo - aquele direito que emerge da norma
jurídica, a lei.
● direito subjetivo - direitos que são efetivamente garantidos
ao indivíduo pela lei.
● direito potestativo - aquele em que um indivíduo executa
sobre alguém (divórcio)
● estado de sujeição - o indivíduo está sujeito ao direito de
um outro indivíduo (pedido de divórcio)
● obrigação - é um dever civil
● responsabilidade civil - toda ação ou omissão que gera
violação de uma norma jurídica legal ou contratual.
● ônus - perda
● poder dever - você tem uma diretiva e uma série de
responsabilidade acerca de um indivíduo, coisa ou
responsabilidade social.
● poder familiar - autoridade parental, poder que os pais têm
sobre o filho
➔ Classificação Geral das Obrigações - conteúdo
● Obrigações de dar
➢ entrega de um objeto
➢ suporta uma dupla classificação, pode ser a
obrigação de dar coisa certa (aperfeiçoa por bens
que são infungíveis/não substitui) ou coisa incerta
(bens fungíveis / substituídos).
➢ A obrigação de dar coisa certa se subdivide em: dar
propriamente dita (arts. 233 a 237) ou restitutiva (arts.
238 a 242).
❖ Dar propriamente dita: há transmissão do
direito de propriedade (perda do objeto
antes da tradição).
❖ Restitutiva: não há transmissão do direito
da propriedade.
➢ obrigações de dar propriamente dita são aquelas em
que há a transferência da titularidade do direito de
propriedade. (compra e venda;doação)
❖ Importante: a transferência da titularidade
dos bens móveis só ocorre por meio da
tradição (entrega/tradição).
❖ Por outro lado, a passagem da titularidade
dos bens imóveis só acontecem com o
registro.
➢ transferência do direito de propriedade (mudança de
titularidade)
❖ móvel (tradição / entrega)
❖ imóvel (registro / CRI)
➢ regra geral: RES PERIT DOMINO
● Obrigação de fazer
➢ ação/prestação de serviços
➢ Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o
devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou
só por ele exequível
● Obrigação de não fazer
➢ abstenção
➔ Classificação geral das Obrigações - elementos
● simples = devedor - objeto - credor
● composta = quando há mais de um devedor, ou mais de um
credor ou mais de um objeto.
● divisibilidade (relacionado com os bens)
➢ divisível - dividir sem perder a sua essência/utilidade
ex: terrenos, dinheiro
➢ indivisível - pode ser por natureza (como os animais),
também aqueles bens que perdem a sua utilidade
(como um carro) e pela vontade do indivíduo de dividir
o bem.
➢ regra: os bens divisíveis são a regra geral, logo as
obrigações divisíveis também são a regra geral.
➔ Classificação geral das Obrigações - conteúdo
● meio - aquela na qual o devedor não se obriga ao
resultado, mas se compromete a enveredar todos os
esforços necessários para um resultado ótimo.
● resultado - aquela na qual o devedor se compromete ao
resultado, sendo responsabilizado em caso de não
ocorrência / a pessoa garante aquilo que ela se prospectou
a fazer.
● garantia - fiança (contrato acessório - assinatura) ou
hipoteca (garantia de um bem imóvel - direito real de
garantia)
➔ Liquidez
● avaliação do valor exato da obrigação a ser paga pelo
devedor (ex. juros, multa, atualização, índices oficiais..)
➔ Elementos acidentais
● parte geral / condicionantes eficaciais
● pura ou simples - quando não há nem termo, nem condição
e nem encargo. Só terá
● termo - tempo / termo inicial <prazo/vigência> termo final
● condição - suspensivas e resolutivas
● encargo - ônus (obrigação) suportado pelo credor devido a
vontade do devedor
➔ independência
● princípio da gravitação jurídica - o acessório segue o
principal
● ex: o principal seria o FIES e o acessório seria a fiança
➔ Local
● regra geral: vai ser o domicílio do devedor - obrigação
quesível ou quérable
● Exceção: quando a obrigação for cumprida do domicílio do
credor, necessário estar no contrato - obrigação portável ou
portable.
➔ Momento
● à vista - regra geral
● execução diferida - ex. paga daqui a 30 dias todo o valor
● trato sucessivo - parcelas
➔ Naturais
● pago porque sou ético, mas não devo pelo direito
● ex: aposta
➔ Propter rem
● aquela que fala própria das coisas
● noção a coisa, obrigações que tem a ver com determinado
objeto (rigor a imóvel)
● ex: procurar saber como está as informações do imóvel no
seu cadastro
OBRIGAÇÕES DE DAR ( art. 233 a 237 do CC)
➔ Transmissão do direito de propriedade
● móvel - ex. vaca
● imóvel - ex. contratos de gaveta
➔ Res Perit Domino
● coisa - perigo - dono
● “a coisa perece o dono” ou “o risco está para o dono”
➔ Exe. 1 de obrigação de dar coisa certa - dar propriamente dita
● perda do objeto antes da tradição (pereceu a entrega)
● o bem será infungível, não há como substituí-lo
● há a alteração da titularidade do direito da propriedade
● Marcelo decidiu comprar uma bike retrô de Maria no valor
de R$ 1500,00 à vista, com entrega no dia 10/09/2021
● contrato celebrado em 20/08/2021
● Analisando como prestação a bike, Maria é o devedor da
bike e Marcelo é o credor / Analisando no sentido de
dinheiro, o devedor é o Marcelo e o credor é a Maria.
➢ logo, há um contrato bilateral com obrigações
recíprocas, contrato de dar coisa certa propriamente
dita
● A relação da Maria com Marcelo, em relação à bicicleta, é
uma obrigação de dar coisa certa.
● No dia 01/09/2021, Maria saiu com a bicicleta para pedalar,
assumiu o risco, e assim o objeto se perdeu / pereceu. (antes
da tradição/entrega)
● Marcelo pode ser cobrado pela entrega do dinheiro no dia
10, independentemente da entrega da bike, pois o contrato é
bilateral, os dois assumem obrigações de dar coisa.
● Maria agiu com culpa, com intenção (dolo) ou previsível
(culpa - negligente, imprudente ou imperícia). Logo, se pode
cobrar pelas perdas e danos.
➢ Maria arcará além do valor de R $1500,00.
● Pode haver a perda do objeto antes da tradição sem culpa,
por exemplo, caso Maria tivesse sido roubada. Nesse caso,
resolve a obrigação (resolução, resolutiva, resolver- finalizar,
extinguir o caso).
➢ as partes retornam ao status quo ante.
➢ Nesse caso de não ter culpa, Maria deve devolver o
dinheiro para Marcelo. (prejuízo para o devedor)
➔ EX. 2 de dar na modalidade dar propriamente dita - deterioração
do objeto antes da tradição (avaria, mácula, quebrado)
● com culpa - lato sensu (gênero)
➢ dolo = intencional
➢ culpa = tensional, stricto sensu (espécie)
● Pedro deve para Paulo um relógio, mas antes da entrega foi
quebrado o vidro do objeto.
➢ com culpa - o credor pode aceitar e pode rejeitar,
pedindo perdas e danos também.
➢ sem culpa - o credor pode aceitar, pedindo um
abatimento proporcional do preço / pode rejeitar,
resolve (extingue) a obrigação e as partes retornam ao
status quo ante.
● Voltando para o estado que estava antes (sem culpa), quem
entra no prejuízo é Pedro, o qual perdeu o dinheiro do
relógio e saiu com o objeto quebrado.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus
melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento
no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a
obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos (separados da coisa que
os produziu) são do devedor, cabendo ao credor os pendentes
(os que estão ligados à coisa principal).
● Até o momento da entrega o devedor é o proprietário do
objeto.
● melhoramentos e acréscimos são benfeitorias - obras =
princípio da gravitação jurídica (art. 92 c/c 233 do código
civil)
● o devedor pode fazer um aumento em qualquer bem que
ele vá vender caso faça benfeitorias e melhoramentos.
● parágrafo único -
● Eu quero vender uma fazenda improdutiva, tornei a fazenda
produtiva e esta tudo regular. Eu quero vender, ajustando o
valor, tudo o que eu colhi é meu até o momento que
acontece a passagem de titularidade.
OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA - RESTITUIR ( art. 238 a 242
do CC)
● Não transfere direito de propriedade
● locação (de bens imóveis - art. 565º CC)/empréstimo
● perda do objeto antes da restituição
● deterioração do objeto antes da restituição
● o devedor tem obrigação de devolver coisa que não lhe pertence
(caso ele tenha culpa)
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa
do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a
obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da
perda.
● Sem culpa - a obrigação se resolverá por si.
● Res perit domino - a coisa perece para o dono
● se houver uma hipótese de contraprestação, haverá direitos de
terceiro.
➢ ex. Alugou um carro por duas horas e ele somente
funcionou por uma, então o dono do carro receberá apenas
pelo tempo que o bem móvel esteve em atividade.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este
pelo equivalente, mais perdas e danos.
● Com culpa - haverá o pagamento equivalente do bem e os
prejuízos de perdas e danos.
● ex. M emprestou um fone para A, o qual quebrou o objeto de
tanto bater-lo na parede (com culpa). Logo, A deverá pagar pelo
objeto e pelas P e D.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor,
recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se
por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
● deterioração do objeto antes da restituição - avaria.
● sem culpa - o credor recebe no estado que se encontra sem que
tenha direito de pedir pelo prejuízo.
● com culpa - vai ter direito ao equivalente mais perdas e danos.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo
à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor,
desobrigado de indenização.
● melhoramento ou acréscimo - pertencerá ao credor, pois ele é o
proprietário.
● avalia-se o critério da boa-fé objetiva e a relação de
trabalho/despesa X indenização.
● a boa-fé são deveres de ética e lealdade exteriores
● as benfeitorias (art. 96º do cc) c/c posse+indenização (art. 1219 e
55 do cc)
● regra geral - tudo será do proprietário
● ex. G aluga um terreno de B para plantar maçãs, iniciar o pomar
traz trabalho e despesa. Caso B queira o terreno de volta, as
maçãs que ainda estão para colher são de B, e as que já estão
maduras são de G.
➢ G fez uma série de benfeitorias, logo é direito dele receber
uma indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor
trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código
atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de
má-fé.
OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA
(art. 243º ao 246º do CC)
● regra geral - a escolha do bem a ser entregue é do devedor.
➢ obs.: direito civil > autonomia privada > liberdade limitada
pela lei
● bens fungíveis - dotados de possibilidade de substituição, ou
seja, nas obrigações de dar coisa incerta nós devemos verificar se
a coisa dada é, pelo menos, indicada pelo gênero (o que é?),
quantidade (quanto?) e qualidade (estado?). (art. 243º do CC)
➢ subverter/mudar: a escolha do bem a ser entregue é do
credor se constar do contrato. (art. 244º do CC)
➢ critério mediano - entender que ao dar/fazer algo não
necessita ser o pior ou o melhor. Vai de acordo com o
princípio de boa-fé, e uma forma desse fundamento é o
dever de mitigar as perdas, ou seja, duty to mitigate the loss.
(ex. 3 orçamentos no acidente de carro)
● objeto > “trocado”
● requisitos de validade do negócio jurídico (art. 104, CC/2002) =
objeto da relação (ex. contrato) tem que ser no mínimo,
determinado/determinável.
● ex. Maria deve um livro usado para o Pedro, ou seja, o gênero será
o objeto em questão, a quantidade foi determinada como um
único livro e a qualidade é algo relacionado ao estado.
● momento da escolha ou momento da concentração = é quando
se tem uma universalidade e se individualiza, ou seja, no começo
da obrigação poderia ser qualquer um livro usado e a partir do
momento que se individualiza a pessoa escolhe determinado
estado (ex. Maria escolhe um livro de página amarela).
➢ No momento da escolha/concentração a obrigação de dar
coisa incerta se transmuta e torna-se uma obrigação de
dar coisa certa.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o
disposto na Seção antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
CERTA 233/242 INCERTA 243/246
bens infungíveis bens fungíveis
a) na modalidade dar
propriamente dita
b) na modalidade restituir
tradição /registro regra geral - escolha do devedor,
mas pode ser do credor
REGRA DE RESPONSABILIDADE
perdida/deteriorada
res perit domino Genus non perit
(coisa perece para o dono) (o gênero não perece)
OBRIGAÇÕES DE FAZER (247º a 249º do CC)
● se aperfeiçoam por intermédio de uma ação (to do)
● se tem como objeto da prestação uma ação
➢ ex. contrato de prestação de serviços (comportamento)
● hipóteses de descumprimento
➔ Classificação
● fungíveis - um comportamento que pode ser substituído,
são aquelas que podem ser realizadas por qualquer pessoa
➢ ex. lavagem de carro
● infungíveis - não se pode substituir
➢ intuitu personae ou obrigações personalíssimas - são
aquelas que só podem ser realizadas por um sujeito
específico (alguém determinado)
➢ avalia-se o caso concreto
➔ Análise legislativa
● artigo 247º do CC - caso o devedor se recuse a cumprir algo
que só por ele é possível de ser realizado, ou seja, uma
obrigação infungível, sendo ela indenizada por perdas e
danos quem seja o credor.
➢ perdas e danos --- objeto infungível
➢ só por ele pode ser realizado
➢ Por exemplo: um show de um determinado artista, que
só por ele pode ser feito. Pode não ser realizado
porque ele não quer ou porque ele não pode.
➢ quando não quer = perdas e danos
➢ quando não pode = art. 248º CC
● artigo 248º do CC - se refere quando a prestação do objeto
de comportamento se torna impossível de ser realizada, o
devedor não pode.
➢ a obrigação se resolve, estará finalizada, extinta.
● artigo 249ºdo CC - Uma obrigação fungível, o qual um
terceiro consegue executar e pode ser ordenado pelo
credor. Caso haja recusa (não faz) ou mora (atrasado no
serviço) deste cumprimento, o terceiro terá que pagar por
perdas e danos.
➢ parág. único = tem-se a situação de urgência ou não.
Ordena a execução do fato e depois o ressarcirá,
independente de autorização judicial.
OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER (Art. 250º e 251 do CC)
● tem por escopo uma abstenção, de não exercício das coisas
tanto por ação como por omissão.
● O que acontece se a parte faz o que não deveria? Abstenção
➢ omissão de socorro = dever legal preexistente
● pode haver duas hipóteses dessas obrigações: pela lei (cláusula
geral de abstenção/não macule o direito de outrem) ou por um
contrato.
● No caso do contrato, por decorrência lógica da vontade, pode
não se realizar determinados atos.
➢ ex: contrato de sigilo
➢ ex: servidão de vista
● dever legal pré existente: bombeiros, policiais e médicos.
➔ Análise Legislativa
● Art. 250º do CC - Quando se tem uma obrigação de não
fazer, e sem culpa do devedor, não é possível se abster do
ato que se obrigou a não praticar, a obrigação será extinta.
● Art. 251º do CC - Caso o devedor que possui a obrigação de
não fazer e pratica o ato, pode o devedor cobrar o
descumprimento do ato, desfazendo-o por conta própria,
ressarcindo com perdas e danos.
➢ Parágrafo único = em caso de urgência, o credor pode
desfazer ou ordenar o descumprimento da ação sem
a autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento
devido.
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS E FACULTATIVAS
➔ Obrigações alternativas ou/ou (art. 252º a 255º do CC)
● quando há uma pluralidade de possíveis prestações na
gênese (nascimento) da obrigação.
● ex. Pedro é o devedor e Bruno é o credor, possuindo uma
obrigação de dar, celebrada pelo prazo de 12 meses de
entregar 10 quilos de maçã, ou de pêra ou de kiwi.
● Na hora do cumprimento, pode-se escolher entre as opções
que são disponibilizadas pelo credor.
➢ Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe
ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber
parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2º Quando a obrigação for de prestações
periódicas, a faculdade de opção poderá ser
exercida em cada período.
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não
havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz,
findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não
quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a
escolha se não houver acordo entre as partes.
● As alternativas são obrigações em que o devedor se exime
da obrigação junto ao credor, desde que eleja uma das
alternativas, que são, portanto, uma das prestações.
● 1º regra = escolha do devedor
● 2º regra = a escolha do credor se assim constar na
obrigação, ou seja, se o contrato ou determinada obrigação
dizer que a escolha é do credor, logo, ele que escolhe.
● 3º regra = de acordo com o art. 252º c/c 313º do CC, tem-se o
princípio da identidade física da prestação, o qual diz que
se foi combinado dar determinada alternativa ou outras,
não se pode misturar as prestações.
➢ ex. prestação é 20 frutas = o devedor dá 10 maçãs e 10
pêras *NÃO PODE*
● 4º regra = escolha por período, isto é, a cada prestação se
escolhe um tipo de alternativa possibilitada.
● 5º regra = quando não concordância de qual prestação em
unanimidade na obrigação alternativa de vários devedores,
escolherá o juiz.
➢ ex. Uni-se três alunos para doar um livro, ou um
celular ou um sapato para o professor. Quando se tem
uma pluralidade de devedores, se tem várias pessoas
para escolher. Por isso, quem definirá a prestação, em
caso de não unanimidade, será o juiz.
● 6º regra = escolha será de um terceiro
➢ definido no contrato que, em caso de não
unanimidade, um terceiro escolhido será eleito para
cumprir a escolha.
➢ Caso o terceiro não consiga escolher, voltará para
responsabilidade do juiz.
❖ Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de
obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto
à outra.
● Se acontecer um problema a uma das alternativas, se
mantém a obrigação em relação aos demais.
● traz uma maior probabilidade de que o credor receba, pois
existem mais de uma possibilidade de prestação.
❖ Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir
nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha,
ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se
impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
● Por culpa e escolha do devedor = quando não se tem a
possibilidade de cumprimento de nenhuma das prestações,
sendo a escolha do devedor, o mesmo deverá pagar o valor
equivalente da que por último se perdeu.
➢ Se Pedro ficar impossibilitado, por culpa, de prestar 10
kg de maçãs ou 10 kg de pêra ou 10 kg de kiwi, sendo a
escolha dele, ficará o devedor obrigado a pagar a
última alternativa que perdeu.
➢ Caso o kiwi tenha sido o último a se estragar, será essa
a prestação que deverá ser restituída com perdas e
danos.
❖ Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das
prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor
terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da
outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as
prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar
o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas
e danos.
● Por culpa do devedor e escolha do credor = subversão da
regra
● O credor poderá exigir a subsistente ou valor de outra, com
perdas e danos.
● 1º situação = se a obrigação é por escolha de Bruno, então,
se houver a perda de uma das possibilidades por culpa de
Pedro, o credor pode pedir aquilo que ainda existe ou o
valor de qualquer outra, com PD.
● 2º situação = caso todas as obrigações estejam
impossibilitadas de serem cumpridas, o credor pode
escolher qual das prestações deverá ser paga, com
indenização.
❖ Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem
culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
● Sem culpa do devedor = extingue a obrigação
➔ Obrigação facultativa
● A obrigação facultativa não está expressa no nosso Código
Civil. Portanto, ela é aquela que tem por objeto uma só
prestação, mas a lei ou o contrato permite que o devedor
substitua essa prestação por outra predeterminada, para
facilitar-lhe o pagamento. Note-se que, se a obrigação
principal se extingue, a facultativa também
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS (art. 264º e seguinte)
● exceção à regra -- divisibilidade
● concursu partes fiunt - sempre que puder, se divide
● obrigações solidárias são indivisíveis
➔ Análise legislativa
● art. 264º do CC - a solidariedade suporta uma dupla
classificação, a ativa e a passiva.
➢ ativa é mais de um credor e a passiva é mais de um
devedor
➢ ex. de solidariedade passiva = 3 devedores e 1 credor, o
qual a obrigação é de 15000 reais, nessa situação o
credor pode cobrar somente de um a dívida toda.
Logo, esse devedor que pagou toda a dívida,
sub-roga-se para substituir o credor originário para
que os demais devedores lhe paguem suas
respectivas dívidas.
● art. 265º do CC - não se pode pressupor, achar que de
maneira tácita haverá solidariedade, pois ela é uma exceção
e só existirá na hipótese da lei ou na concordância das
partes.
➢ ex. alimentos em relação a idosos e indenização
➢ Quando a questão não fala em credores ou devedores
solidários, utiliza-se a regra da divisibilidade.
● art. 266º do CC - A lei permite que se dê tratamento
diferenciado aos devedores, admitindo a coexistência de
prestação pura e simples para alguns e condicionada ou a
termo para outros, sem que se destrua a solidariedade.
➢ Os elementos acidentais que se adicionam ao negócio
não prejudicam a estrutura da solidariedade.
➢ Paulo é credor, Pedro e José são devedores. Por mais
que existam dois devedores solidários, a obrigação do
credor pode ser pura ou simples, sem nenhum tipo de
condição ou encargo, sendo à vista. Existemrelações
diferentes entre Pedro e Paulo e entre José e Paulo,
sendo possível haver dois tipos de forma de
obrigação.
● art. 267º do CC - Cada um dos credores solidários tem
direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por
inteiro.
➢ Existem dois credores e um devedor, sendo a dívida de
10 mil reais. Cada um deles poderá cobrar a dívida
toda, recebendo o valor cheio.
➢ Pode-se ter a possibilidade de receber em nome de
outrem, por meio de um mandato. Quando se fala em
solidariedade, é em nome próprio.
➢ pouca aplicabilidade prática
● art. 268º do CC - até a ação, qualquer credor pode acionar
o devedor comum. (solidariedade ativa)
➢ ajuizada demanda judicial voltada à exigência da
prestação por um dos credores, o devedor não poderá
mais efetuar o pagamento para nenhum dos demais
credores.
➢ Caso ocorra a extinção do processo sem resolução de
mérito ou improcedência da demanda, ainda assim
persistirá a dívida e todos os credores solidários
poderão voltar a exigir o cumprimento da obrigação
pelo devedor.
● art. 269º do CC - Se houver pagamento a credor solidário, a
dívida é extinta até o montante pago.
➢ eventual montante parcial da prestação que tenha
sido pago a um dos credores extingue,
proporcionalmente, a obrigação.
● art. 270º do CC - solidariedade ativa em relação aos
herdeiros de um credor.
➢ Os herdeiros do credor solidário não assumem a
mesma condição do sucedido na relação obrigacional
no que toca à solidariedade. Não podem exigir,
individualmente, o cumprimento integral da prestação
do devedor sendo ela uma obrigação solidária.
➢ ex. Paulo é um credor e Joaquim é outro, tendo em
comum a Laura como devedora de 100 mil reais. Paulo
tem dois filhos, o Caio e o Pietro.
➢ Paulo morreu, logo cada um dos seus filhos poderá
cobrar metade do valor, ou seja, 25 mil.
➢ No entanto, se a obrigação fosse uma vaca, bem
indivisível, os filhos receberiam a vaca e iriam pagar a
metade do valor equivalente da parte de Joaquim e a
parte do outro irmão.
● art. 271º do CC - quando a obrigação é um objeto, o qual
pereceu por culpa do devedor. A solidariedade persiste
ainda que haja a sub-rogação da prestação em perdas e
danos.
➢ ex. a obrigação era um objeto, o qual pereceu por
culpa, tendo perdas e danos. Assim, o valor pecuniário
convertido continuará sendo um pagamento a ser
realizado de forma solidária.
● art. 272º do CC - recebida a prestação por um dos credores,
este ficará responsável por entregar aos demais co credores
a respectiva quota-parte.
➢ Se um dos credores receber ou remitir a dívida toda,
ele terá que pagar aos demais credores pelos seus
respectivos valores.
➢ ex. Eduardo e Antônio são credores e Paula é o
devedor de 7.000 reais. Caso Eduardo tenha remetido a
dívida total do devedor, ele irá responder por Antônio
na parte que lhe cabe. Assim, E terá que pagar 3.500
reais para A.
➢ exceções pessoais ou gerais = matérias de defesa
❖ pessoais tem o caráter personalíssimo, significa
que o devedor só poderá insurgir contra aquele
devedor que praticou aquele determinado ato.
❖ gerais tem o caráter geral, oponível a qualquer
pessoa da relação jurídica.
● art. 273º do CC - O devedor somente poderá opor a todos
os credores, simultaneamente, as exceções que lhes são
comuns.
➢ ex. nulidade do negócio, pagamento, novação, etc.
● art. 274º do CC - perspectiva processual, o código entende
que há uma autonomia das relações jurídicas.
➢ Perdeu, perdeu sozinho: dada a demanda judicial
entre credores e o devedor, somente aquele sofrerá as
consequências, exceto nas hipóteses em que o objeto
do processo interesse a todos, como por exemplo, na
prescrição da dívida.
➢ ganhou, geral ganha: havendo decisão favorável na
demanda, tanto no que se refere à prestação principal
quanto no que toca a seus acessórios, todos os
demais serão beneficiados pelo decisum, exceto
quando o benef. se fundar em direito pessoal do
credor que fez parte da relação processual.
● art. 275º do CC - Quando se tem mais de um devedor, e
qualquer um deles pode ser chamado para pagar a dívida
toda. (solidariedade passiva)
➢ maior relevância = garantia de maior recebimento por
parte do credor
● art. 276º do CC - Os herdeiros de devedores solidários
somente serão responsáveis por sua quota no quinhão
recebido, exceto quando se tratar de obrigação indivisível,
dado que, nesse caso, inexiste possibilidade de pagamento
parcial.
➢ ex. Ana e Carla devem 5.000 para Paola. Carla veio a
falecer, sendo chamados para pagar sua respectiva
quota aos seus dois herdeiros, Bento e Benjamin. Eles
serão obrigados a dividir a parte pela qual a Carla
devia, ou seja, cada um pagará 1.250 de 2.500
(sub-rogação)
➢ Os herdeiros podem ser chamados para pagar o valor
todo da dívida.
● Art. 277º do CC - O pagamento parcial efetuado por um dos
devedores não o libera da solidariedade em relação ao
saldo devedor
➢ Caso seja paga a dívida parcialmente ou seja
remetida (perdoada) por um dos devedores, não
abstém os demais devedores.
➢ na solidariedade passiva, o foco é no credor com uma
possibilidade maior de recebimento.
● art. 278º do CC - Aquilo que for convencionado entre o
credor e apenas um ou alguns dos devedores solidários não
poderá ser imposto aos demais, salvo se estes assim
concordarem.
➢ ex. Arthur é o credor da obrigação de 10.000 e os
devedores são Carla e Gilberto. Foi acertado que o
pagamento será à vista, no domicílio da C e feito por
G.
➢ Caso venha a surgir uma nova cláusula, condição ou
obrigação adicional, devem ser combinadas por
todos os envolvidos dos dois pólos sem que se agrave
a posição dos outros.
➢ autonomia para fazer a alteração, desde que tenha a
anuência das partes.
● art. 279º do CC - se tem a conversão de perdas e danos
➢ No caso de perecimento do bem ou impossibilidade
da prestação sem culpa do devedor, a obrigação
resolve-se e todos retornam ao status quo ante.
➢ Caso a culpa decorra de apenas um dos devedores, o
culpado será responsável pelas perdas e danos, mas o
valor principal é obrigação de todos.
➢ Sendo mais de um culpado, mas não de todos, há
solidariedade entre culpados.
● art. 280º do CC - Quando se tem juros da mora, tanto sendo
por todos ou somente por um dos devedores, todos eles
serão obrigados a responder pelos juros.
➢ No entanto, quando se há somente um culpado, o
devedor que deu causa a essa situação pagará para
os demais devedores o valor daquele juros.
● art. 281º do CC - Quando a obrigação solidária é
demandada judicialmente
➢ A exceção é qualquer meio de defesa empregado pelo
devedor para afastar a pretensão do credor em
eventual demanda judicial.
➢ o devedor poderá opor as exceções que forem
comuns a todos (ex. nulidade do ato). Quanto às
exceções pessoais relativas, o devedor não poderá se
opor (ex. negócio subordinado a termo ou condição).
● art. 282º do CC - O credor pode renunciar à solidariedade
em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
➢ renunciar à solidariedade = o devedor só responderá
pela sua quota parte.
● art. 283º do CC - como não poderia deixar de ser, o
pagamento integral ou parcial efetuado por um dos
devedores autoriza-lhe a cobrar pro rata a parcela devida
por cada um dos codevedores solidários.
➢ se, ao tempo do pagamento, o devedor era insolvente,
sua quota-parte deverá ser dividida de maneira igual
entre os demais devedores, de modo a que cada um
dos codevedores arque com parcela da quota-parte
do insolvente.
➢ Ex. se quatro devedores (A, B, C e D) deviam 100.000,00 a
Y e A efetuou o pagamento total da dívida, poderá
cobrar 25.000,00 dos outros devedores (B, C e D,
responsáveis por cotas iguais).
➢ Se D é insolvente, seus 25.000,00 serão suportados por
A, B e C, de modo que A poderá cobrar dos outros
dois 8.333,33, correspondentes à parte de D.
● art. 284º do CC - Mesmo o devedor liberado da
solidariedade pelo credor, na forma do art. 283, também
será responsável por ratear com os demais a quota-parte
do codevedor que venha a se tornar insolvente.
➢ Tal obrigação decorre da relação interna entre os
codevedores eé da própria natureza da
solidariedade.
● art. 285º do CC - Na relação interna entre os co devedores,
se algum deles pagar, inteiramente, dívida que, a despeito
de solidária, beneficie, exclusivamente, pelo título ou pelas
circunstâncias, a um dos devedores, este responderá,
integralmente, pelos dispêndios efetuados.
➢ ex. fiador e/ou avalista e o devedor principal, em que
este é o maior beneficiado pelo cumprimento da
prestação por seus garantidores.
➢ Vale destacar que, nesses casos, o devedor principal,
uma vez quitada a dívida, não poderá insurgir-se
contra o fiador e o avalista.
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES (286º até 420º)
● Sempre será (no mínimo) entre um devedor e um credor, ou
vice-versa.
● cessão de crédito = modalidade na qual a figura do credor sai da
relação obrigacional e entra um novo credor para substituí-lo.
➢ factoring - empresa que recebe títulos para cobrar depois
(ex. precatórios)
● cessão de débito ou assunção de dívida = modalidade na qual a
figura de um devedor sai da relação obrigacional e entra um novo
devedor para substituí-lo.
➢ 3º que vai assumir a dívida.
● co-assunção - entra um novo devedor para dividir a dívida.
➔ Cessão de Crédito
● relação original = existe um devedor e um credor, onde
existe um crédito por direito do credor.
➢ O credor primitivo pode passar o direito de receber o
crédito para um novo credor.
➢ credor primitivo/cedente = responsabilidade pela
existência do crédito (regra geral). Em casos
excepcionais, pode se responsabilizar pela solvência
se houver ajuste nesse sentido, ou seja, expresso no
contrato.
★ possível caráter especulativo, efetivamente
checar se pode ganhar mais naquela situação.
(ex. direito imobiliário)
● contrato da cessão de crédito entre o cedente e o
cessionário.
● o cedido não precisa anuir, ou seja, concordar com a cessão
de crédito. No entanto, deve ser notificado como requisito
de eficácia em relação ao cedido para pagar corretamente.
➢ Anuência ( concordância) não é requisito de validade,
mas é necessário para regular os efeitos do
pagamento.
➔ Da assunção de dívida (cessão de débito)
● relação jurídica originária = devedor (cedente) e o credor
(cedido).
➢ cessionário é o novo devedor
● conceito = se tem o repasse de um débito
● É requisito de validade a anuência (concordância) do
credor. Nesse caso, o silêncio não importa, pois não se pode
presumir que houve a concordância por parte do credor
(quem cala, não consente).
● instituto da co-assunção = possibilidade de entrar um novo
devedor para dividir a obrigação da dívida.
● fiador (uma garantia) - contrato de fiança é acessório -
garantia pessoal - fidejussória -- em caso de anulação da
assunção, as garantias retornam.
➢ o acessório segue o principal, ou seja, o contrato do
fiador segue o contrato originário da dívida.
➢ benefício de ordem
● Quando faz essa transmissão do débito entre o cedente e o
cessionário, caem todas as garantias.
➢ caso a assunção seja anulada, volta-se a figura do
fiador.
● adquirente de imóvel hipotecado (art. 303º do CC) = é
necessário resolver a dívida, por isso ele pode pagar a
dívida. Sendo essa uma possibilidade, o credor deve ser
notificado pela transferência do débito, mesmo que o
cedido não tenha impugnado a cessão em trinta dias.
➔ Teoria do pagamento
● de quem deve pagar ? (art. 304 a 307 CC)
➢ devedor e solvens (pode ser um terceiro)
➢ todo devedor é solvens, mas nem todo solvens é devedor.
➢ art. 304º do CC = O solvens pode ser um terceiro
interessado ou não interessado juridicamente.
❖ 3º não interessado pode fazer o pagamento em nome
e em conta do devedor, ou seja, ele está pagando
como se fosse o próprio devedor
(liberalidade/doação).
❖ Quando se trata de uma liberalidade, esse 3º
desinteressado não possui o direito de reembolso.
➢ art. 305º do CC = Caso o 3º não interessado pague em nome
próprio, ele terá direito a reembolso. No entanto, não
poderá ocorrer a sub-rogação (substituição), somente
aproveitando as garantias.
❖ O reembolso em nome próprio só poderá ser válido na
data do vencimento.
➢ art. 306º do CC = Quando o terceiro faz o pagamento depois
do prazo prescricional, e o devedor original poder
combater/refutar essa ação de cobrança, o terceiro não
poderá pedir reembolso.
❖ Murilo deve para as lojas Renner 1000,00 com o prazo
prescricional de 5 anos. Passados 6 anos, Murilo
pagou. Mesmo tendo passado o tempo de prescrição,
não poderá pedir reembolso.
➢ art. 307º do CC = propriedade a non domino
❖ só pode entregar um bem para pagamento sendo
eficaz quando este for de sua propriedade para
alienação.
❖ para ser proprietário, necessidade de 4 faculdades,
sendo esses poderes sob determinado bem. São eles o
gozar (fruir), reivindicar (ação), usar (utilizar) e dispor
(alienar).
❖ Se o pagamento for de coisa fungível, o credor não
poderá ser responsável, que, de boa-fé, a recebeu e
consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito
de aliená-la.
➔ Daqueles a quem se deve pagar / adimplir
➢ art. 308º do CC = se pagar a quem de direito representa,
todo credor é accipiens (a quem se deve pagar), mas nem
todo accipiens é um credor.
❖ poderes de representação
➢ art. 309º do CC = credor putativo (é o que parece, mas não é)
❖ Quando se faz o pagamento, de boa-fé, para um
credor que aparentemente está na posição do credor
correto.
❖ O credor putativo baseia-se na teoria da aparência,
sendo culpa do credor originário o engano.
❖ Sendo assim, o pagamento será considerado válido.
➢ art. 310º do CC = Não se pode fazer o pagamento para
alguém que é incapaz de quitar, ficando sem meios de prova
que em benefício dele efetivamente reverteu.
❖ Prova da quitação.
➢ Art. 311º do CC = Pode ser pago ao portador que possui a
quitação, atentando-se às circunstâncias que o
comprovante se encontra.
➢ art. 312º do CC = Nos casos em que o devedor houver sido
intimado da penhora ou de impugnação oposta por
terceiro sobre crédito por ele devido, o pagamento que
venha efetuar ao credor será considerado ineficaz. Em
ambos os casos o credor tem expropriado o poder de
receber o crédito, em favor do Juízo.
❖ Exemplo de caso: Pedro deve para João, que é o
devedor de Marcos. Se Pedro pagar ao João, Marcos
(que entrou com uma ação de cobrança contra João)
pode penhorar o crédito que Pedro devia. Assim, Pedro
sendo intimado, pagará as custas na ação. Se o P não
pagar para M, então entrará em débito com M. Assim,
Pedro deverá pagar M e poderá entrar com uma ação
contra J.
➔ Do Objeto do Pagamento e Sua Prova
➢ princípio da identidade física da prestação
➢ art. 313º do CC = credor não é obrigado a receber prestação
diversa daquela a qual está em questão, mesmo a outra
sendo mais valiosa.
❖ para que a solutio tenha o efeito de extinguir a
obrigação, ela deve guardar estreita harmonia com o
objeto da prestação.
❖ Atenção: a indenização como forma de pagamento
em sub-rogação ao cumprimento da prestação não é
pagamento em sentido técnico. O credor tem direito à
coisa devida, mas, na sua falta, tem a faculdade de
receber o substitutivo (perdas e danos).
➢ art. 314º do CC = a obrigação, sendo ela divisível ou não,
deverá ser paga de forma inteira.
❖ O credor não é obrigado a receber em partes, caso
não tenha sido ajustado de forma contratual.
❖ Exceção: quando se tem diversos credores e o objeto
da prestação for divisível, hipótese em que devedor
pagará pro rata (proporcional ao tempo) aos titulares
do crédito.
❖ ex. obrigação alternativa
➢ art. 315º do CC = vedação de cláusula valutária,
considerando o valor do real atual.
❖ Expressão do curso forçado da moeda em curso legal,
obrigando o devedor a efetuar o pagamento na
moeda nacional e pelo valor, nominalmente, indicado
na obrigação.
❖ Há ainda as obrigações decorrentes de atos ilícitos,
em que o dever de reparação se liquida em dinheiro.
➢ art. 316º do CC = possibilidade da cláusula de escala móvel /
escalonamento.
❖ Começar com uma parcela alta e terminar pagando
com parcelas baixas, ou vice-versa.
➢ art. 317º do CC = teoria da imprevisão,manter o contrato
ajustado.
❖ objetivo de se promover a reposição do poder
aquisitivo da moeda como meio de pagamento.
❖ princípio da conservação dos negócios jurídicos
❖ revisional de contrato
❖ não pode ser associada à regulação da resolução
contratual por onerosidade excessiva.
➢ art. 318º do CC = Os pagamentos em ouro ou moeda
estrangeira são nulos, pois deve ser considerado a moeda
utilizada atualmente, no caso, o real.
➢ art. 319º do CC = o devedor que paga tem direito a quitação
regular (recibo), e pode reter o pagamento, enquanto não
lhe seja dada.
❖ É extremamente relevante obter a prova da quitação
do pagamento, quando este for realizado.
❖ Caso o credor negue a quitação, o devedor poderá
exigi-la judicialmente, servindo a sentença como
prova da solutio.
➢ art. 320º do CC = A quitação, que sempre poderá ser dada
por instrumento particular, designará o valor e a espécie da
dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este
pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura
do credor, ou do seu representante.
❖ A lei não exige forma particular para a quitação,
podendo ser esta realizada por instrumento público
ou particular, contendo os requisitos do art. 320º.
❖ Caso a dívida seja paga e não tenha todos os
requerimentos ditos no artigo, a prestação ainda
assim será considerada paga.
❖ Com exceção na dívida hipotecária, hipótese em que
será exigida certidão extraída do registro imobiliário.
➢ art. 321º do CC = O devedor poderá reter (guardar)
pagamento até que o credor passe a declaração que
inutilize o título.
❖ Pode reter o pagamento até que o título seja
encontrado ou ainda, querendo se liberar da
prestação, poderá efetuar o depósito do objeto da
obrigação em juízo, pedindo a citação do credor e
dos terceiros interessados por edital.
➢ art. 322º do CC = Quando o pagamento for em quotas
periódicas (prestações), a quitação da última estabelece,
até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as
anteriores.
❖ A presunção é de natureza relativa, cabendo ao
credor o ônus de provar que as prestações anteriores
não foram quitadas.
➢ art. 323º do CC = em regra geral, paga-se primeiro os juros e
depois o capital.
➢ art. 324º do CC = Nas obrigações em que a quitação
operar-se por meio da entrega do título, sua devolução ao
devedor fará presumir a solução.
❖ O fato que se traz é que o título não estaria,
razoavelmente, na posse do devedor, caso este não
houvesse solvido o débito.
❖ A presunção estabelecida é relativa, podendo o credor
provar, em sessenta dias, que está ilegitimamente
desapossado do título.
❖ Tal prazo aplica-se apenas à hipótese de entrega do
título ao devedor.
➢ art. 325º do CC = ficarão sob responsabilidade do devedor
tanto as despesas de natureza fiscal, quanto aquelas
decorrentes das providências para que a coisa seja
colocada à disposição do credor.
❖ O ônus do pagamento que for aumentado, por causa
do credor (quanto à mora/alteração do
domicílio/falecimento deixando herdeiros), será de sua
responsabilidade.
❖ O devedor não poderá ser compelido a arcar com as
despesas excepcionais, quando modificadas as
condições normais de cumprimento da prestação.
❖ tendo o credor o direito ao recebimento da coisa em
sua integralidade, não será, em regra, obrigado ao
pagamento de qualquer encargo para recebê-la.
❖ A regra tem presunção relativa, podendo ser admitida
prova em contrário. Além disso, comporta natureza
dispositiva, cabendo convenção entre as partes.
➢ art. 326º do CC = no silêncio do título, prevalecerá, para as
obrigações que se pagarem por peso ou medida, os
critérios de aferição dominantes no lugar da execução.
❖ A regra perdeu relevância depois da generalização do
sistema métrico decimal no país.
➢ art. 327º do CC = As partes podem escolher em qual local
será o pagamento. No caso de não convenção, presume-se
que o cumprimento será feito no domicílio do devedor,
exceto se as circunstâncias indicarem que o devedor
renunciou a esse benefício (art. 330º).
regra geral lugar domicílio do devedor
exceção lugar convenção entre as
partes
parágrafo único na escolha de dois ou
mais lugares
escolha do credor
exceção art. 328º do CC
quando o pagamento
se refere a imóveis, o
pagamento se realiza
no lugar do bem.
➢ art. 328 do CC = se o pagamento consistir na tradição de
um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no
lugar onde situado o bem.
❖ excepciona a regra geral do art. 327º e dispõe que
todas as obrigações relativas a imóveis deverão ser
prestadas no local da situação do bem.
❖ As prestações relativas a imóveis devem compreender
aqueles que se realizam diretamente nele, como
serviços em determinado terreno, reparações em
edifícios, tradição de uma servidão; mas não ficam
abrangidas outras, como o aluguel, pois nada justifica
se pague compulsoriamente no lugar da situação.
➢ art. 329 do CC = Quando se tem um motivo grave para que
não ocorra o cumprimento do pagamento no local
determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro lugar, sem
prejudicar o credor.
❖ as regras sobre o local do cumprimento da obrigação
não são de caráter absoluto
❖ suas regras podem ser flexíveis, de acordo com as
situações de inacessibilidade temporária do local,
impossibilidade de o credor e/ou devedor se
locomover no momento de pagamento, etc.
❖ só poderá ser diverso o local determinado quando,
provando-se o motivo, não acarretar em prejuízos ao
credor ou não agrave a situação do devedor.
➢ art. 330º do CC = Quando se realiza o pagamento ou o
recebimento da prestação em um local diverso daquele pelo
qual foi determinado contratualmente, presume-se que
houve a renúncia do credor a eventual benefício
relacionado na escolha do local do cumprimento da
obrigação.
➔ Do tempo do pagamento
➢ regra geral - todo pagamento é à vista
➢ contrato de execução diferida - 1x p/ frente
➢ trato sucessivo - parcelado
➢ art. 331º do CC = Quando não se combina a data do
pagamento da prestação, o credor pode exigi-la
imediatamente.
❖ a lei faculta às partes ajustarem o momento em que a
obrigação deverá ser cumprida.
❖ Tal exigibilidade não pode ser recebida como
surpresa pelo devedor, possuindo um termo
suspensivo à exigibilidade da prestação, o termo
moral.
❖ Essa regra deve ser compatibilizada com a natureza
da obrigação, de forma que, ilustrativamente, um
trabalho complexo não poderá ser exigido de
imediato.
❖ poderá o devedor requerer ao juiz a intimação do
credor para fixar um termo para o cumprimento da
obrigação.
❖ Caso a obrigação, pelas circunstâncias ou por ajuste
das partes, houver sido fixada em favor do credor, não
poderá o devedor compelí-lo a aceitar a prestação
antes do tempo convencionado.
❖ se o prazo houver sido estipulado em favor de ambas
as partes, nenhuma delas poderá renunciar sem a
anuência da outra.
➢ art. 332º do CC = Nos casos em que for estabelecida
condição para o cumprimento da obrigação condicional
(aquelas que se subordinam a ocorrência de um evento
futuro e incerto para atingir seus efeitos), caberá ao credor
aguardar seu implemento, bem como a prova de que o
devedor tomou conhecimento de referido implemento, para
que a cobrança da prestação possa ser realizada.
❖ Nas situações em que o devedor efetua o pagamento
antes do implemento da condição, ele poderá exigir a
repetição do que pagou antecipadamente.
❖ até o implemento, não se sabe se, efetivamente, a
prestação será devida ao credor.
➢ art. 333 do CC = obrigações a termo --- benefício do devedor
de pagar a obrigação em determinado termo, podendo as
partes ainda estabelecer outras situações em que referido
benefício prescreverá.
❖ não poderá efetuar sua cobrança, enquanto o termo
não houver se verificado, sob pena de ser
responsabilizado pela exigência antecipada.
❖ Termo essencial (prazo estipulado foi fixado porque a
prestação era desejada para determinado momento) =
não poderá o devedor cumprir a prestação após seu
vencimento.
❖ Termo não essencial = o devedor ainda poderá
cumprir com a obrigação, arcando com as eventuais
consequências da mora.❖ inciso I - aplicável outrossim aos casos de insolvência
civil (art. 955º do CC)
❖ inciso II - o credor perde a segurança de que a dívida
será cumprida, razão pela qual pode, desde logo,
exigir a prestação do devedor.
➔ Regras Especiais de adimplemento (PROVA)
● Ato unilateral - parte de 1 pólo da relação obrigacional
➢ devedor de um lado e credor de outro
● Consignação de pagamento - 334º a 345º (ato unilateral)
➢ palavra = depósito
➢ hipótese de cabimento: quando irá utilizar aquele instituto,
utilizando a consignação quando o credor obstaculizar
(botando boneco p/ receber) o adimplemento.
➢ o devedor poderá se valer da ação de consignação em
pagamento.
❖ ex: Murilo deve 100 reais para Vanessa, com a data de
pagamento para o dia 09/11/21. Se o pagamento foi
convencionado para novembro, é direito do devedor o
cumprimento dessa obrigação. Um erro não justifica o
outro, não é porque o credor não está querendo receber
que o devedor não irá fazê-lo. O devedor faz um depósito
para o juiz.
➢ consignação de pagamento judicial
❖ uma ação de pagamento no poder judiciário
➢ consignação de pagamento extrajudicial
❖ instituição bancária - o devedor deposita o pagamento
em favor do credor.
❖ desjudicialização - tentativa de não levar para a justiça.
➢ motivo de o credor se esforçar
❖ malefícios da mora - inadimplemento relativo
❖ juros, multas, atualização monetária e honorários de
advogado.
➢ o depósito só é cabível nas obrigações de dar -- não é
possível nas ob. de fazer e não fazer (ação e abstenção)
❖ obrigação = 1 vaca → depositário fiel = pessoa que fica na
posse do bem para a disponibilidade do juiz, preservando
o bem.
➢ art. 334º do CC = artigo que define a consignação do pagamento.
❖ Não obstante o principal interessado no cumprimento da
obrigação seja o credor, a lei permite ao devedor que,
independentemente da vontade do arbítrio daquele, efetue o
pagamento em consignação e exonere-se da responsabilidade
que o vínculo obrigacional lhe impõe.
❖ liberar o devedor da obrigação (e dos efeitos do
inadimplemento), protegendo-o de comportamento malicioso
ou negligente do credor.
➢ art. 335º do CC = número apertus -- rol exemplificativo, ou seja,
algumas hipóteses da possibilidade de consignação (depósito)
❖ inciso I - em caso de recusa injustificada do recebimento ou
mesmo no silêncio ou omissão do sujeito ativo da obrigação,
poderá ser consignado o pagamento de coisa devida pelo
devedor. (quando não se tem um motivo legítimo).
❖ inciso II - quando o credor demora em adotar providências
para o recebimento da coisa (dívidas quesíveis), assim, o
devedor tem permissão para depositar o objeto da prestação.
Os efeitos da mora são exonerados, especialmente em casos de
risco de perecimento da coisa.
❖ inciso III - o devedor não pode ficar, eternamente, vinculado ao
credor, por dificuldades que a condição deste impõe ao
recebimento.
❖ inciso IV - o juiz é quem decide, durante o procedimento
judicial, quem é o credor legítimo da obrigação. Caso ninguém
compareça para reivindicar a titularidade do bem depositado,
o depósito converte-se em arrecadação de bens dos ausentes.
❖ inciso V - nos casos em que o próprio objeto a ser depositado
for objeto de discussão judicial ou se, acerca dele, mais de uma
pessoa estiver discutindo.
Quem adquire bens de insolvente pode evitar as
consequências da fraude contra credores depositando,
judicialmente, o preço da coisa adquirida e citando todos os
interessados. (art. 160º do CC)
➢ art. 336º do CC = Todas as condições subjetivas e objetivas deverão
estar presentes para que a consignação seja válida e eficaz, sem
eles: em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo.
❖ somente poderá ser consignada obrigação líquida e certa.
❖ A regra geral é que o depósito deverá ser realizado por inteiro
para que seja eficaz.
❖ Por outro lado, a jurisprudência do STJ tem compreendido a
possibilidade do depósito parcial.
↬ da (im) possibilidade do levantamento do depósito ↫
➢ art. 337 do CC:
❖ “O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento”, ou seja,
nem o credor nem o devedor podem ser compelidos a se
deslocar para local diverso do determinado originalmente,
para o cumprimento da obrigação.
❖ “cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da
dívida e os riscos,” isto é, o depósito libera o devedor dos
efeitos da mora, afastando, por conseguinte, os juros dos
débitos e os riscos pelo perecimento da coisa.
❖ “salvo se for julgado improcedente.”, ou seja, o devedor
responderá, integralmente, por todos os efeitos decorrentes da
mora no período em que tramitou a ação de consignação
judicial, em caso de improcedência da ação.
➢ art. 338 do CC = No caso de o credor ainda não ter aceito ou
recusado a coisa depositada, poderá o devedor realizar o
levantamento (pegar de volta).
❖ o devedor irá arcar com as respectivas despesas processuais.
❖ Como o pagamento não foi realizado, então o devedor também
irá se responsabilizar pelos efeitos do inadimplemento.
➢ art. 339º do CC = uma vez que o depósito é dado como procedente,
o devedor não poderá realizar o levantamento do valor, mesmo com
o consentimento do credor.
❖ perderá ele a preferência e garantia referentes ao objeto
depositado.
❖ “senão de acordo com os outros devedores e fiadores”, nesse
caso haverá a necessidade de concordância dos fiad. e codev.,
podendo estes sofrerem prejuízos com o eventual
levantamento.
Caso concordem, continuam responsáveis pela dívida, e no
contrário ficarão liberados da obrigação.
➢ art. 340º do CC = caso o credor, depois de contestar ou aceitar o
depósito, consentir o levantamento do depósito ao credor, ele
perderá as garantias e preferência. Sendo assim, os fiadores e
co-devedores que não tenham concordado com isso, serão extintos
da obrigação.
➢ art. 341º do CC = no caso de obrigações de coisa imóvel ou corpo
certo, o devedor poderá citar o credor para buscá-la ou mandar
receber, sob pena de ser depositada. (dependerá do objeto)
➢ art. 342º do CC = em relação a coisa indeterminada, quando a
escolha é do credor, será ele citado para a decisão dela.
❖ Caso o credor não atenda a citação, o devedor fará, ante a
mora creditoris, a escolha, e uma vez feita tal escolha, a
obrigação passará a ser de coisa certa. (art. 244 CC)
➢ art. 343º do CC = despesas com o depósito judicial
❖ depósito é julgado procedente → despesa judicial é
responsabilidade do credor
❖ depósito é julgado improcedente → despesa judicial é
responsabilidade do devedor.
➢ art. 344º do CC = consignação e obrigação litigiosa
❖ havendo litígio sobre o objeto do pagamento entre credor e
terceiro, se o devedor ciente da litigiosidade efetuar o
pagamento ao credor, em lugar de efetivar a consignação, a
validade desse seu ato dependerá do êxito da demanda,
ficando sem efeito se o terceiro for o vencedor.
❖ Assim, o devedor ficará obrigado a pagar o verdadeiro credor
que venceu a demanda, tendo, todavia, o direito de pedir a
devolução do que pagou, antes da decisão da ação, ao
litigante vencido.
❖ Se devedor, ignorando tal litígio, vier a pagar ao credor, será
exonerado da obrigação; logo, se terceiro for vencedor da
demanda, caber-lhe-á pleitear do credor aquilo a que faz jus,
não podendo responsabilizar o devedor que cumpriu a
prestação, desconhecendo a controvérsia existente.
❖ exemplo: Bia (credora primária) e Gabriela (terceira) estão em
um litígio pela obrigação que Alice está devendo.
1ª opção. quando a
devedora tem
conhecimento do
litígio:
efetuou pagamento
para Bia antes da
decisão
→
caso Gabriela vença,
poderá pedir a
devolução do valor
para Bia antes da
decisão
2ª opção. quando a
devedora não tem
conhecimento do
litígio:
efetuou pagamento
para Bia
→
a devedora será
exonerada (retirada)
da obrigação.
obs para a 2ª opção: caso Gabriela ganhe, ela terá que pleitear com
Bia pelo valor já recebido de Alice.
➢ art. 345º do CC = possibilidade de o credor ajuizar a consignatória
❖ No caso de litígio entre credores que se pretendem
mutuamente excluir, em situações de vencimentoda dívida e
não tendo havido o depósito pelo devedor, qualquer um dos
credores poderá requerer a consignação.
❖ É garantido ainda o direito de receber a satisfação do crédito,
exonerando-se o devedor, pouco importando qual dos credores
seja reconhecido como detentor legítimo do direito creditório,
que irá levantar a prestação depositada.
● Do pagamento com sub-rogação (art. 346 a 351 CC)
➢ ocorre pelo cumprimento da obrigação realizada por terceiro, com
a consequente substituição de credores, ou seja, uma dívida que é
paga por um terceiro que adquire o crédito e satisfaz o credor.
➢ substituição de pessoas, porém, não há extinção da dívida e nem
liberação do devedor, que passa a dever a esse terceiro.
➢ A sub-rogação representa considerável vantagem, pois transfere ao
sub-rogado esses mesmos acessórios, sem haver mister de
constituí-los de novo, pois é a própria relação jurídica original, em
sua integralidade, que lhe é transmitida.
➢ modalidades:
- sub-rogação legal = é o cumprimento da obrigação que
decorre da lei, independentemente de declaração do
credor ou do devedor.
- sub-rogação convencional = decorre por iniciativa do
devedor ou credor.
➢ art. 346 do CC = da sub-rogação legal
❖ inciso I - caso em que um dos credores paga a dívida do
devedor comum para defender seus próprios interesses, ou seu
próprio crédito que pode, ante a garantia dos demais credores,
não se ver pago.
❖ inciso II - caso em que o adquirente de um imóvel hipotecado
paga o credor hipotecário para que sua aquisição imobiliária
não seja garantia de um débito do alienante (devedor), o que
pode fazer com que este seja até possivelmente privado da
propriedade da casa se esta for a excussão judicial.
❖ inciso III - caso em que terceiro interessado paga dívida pela
qual poderia ser obrigado, no todo ou em parte, caso houvesse
inadimplemento do devedor.
➢ art. 347 do CC = da sub-rogação convencional, quando há acordo
entre credor e terceiro ou devedor e terceiro nos seguintes casos:
❖ inciso I - quando o terceiro, interessado ou não, realiza o
pagamento da obrigação ao credor e, expressamente, lhe
transfere todos os seus direitos e garantias.
❖ inciso II - quando o terceiro empresta para o devedor a quantia
necessária para solver a dívida com o credor, tendo a condição,
expressa, de ficar sub-rogado nos direitos do credor.
Este terceiro recebe o nome de mutuante, por ser quem faz
o empréstimo para o devedor (mútuo - empréstimo de coisa
fungível) e o devedor de mutuário, aquele que recebe o
empréstimo.
➢ art. 348 do CC = observação das regras da cessão de crédito quanto
ao inciso I do art. 347.
❖ Vigorará as regras da cessão de crédito no caso do credor
receber de terceiro o pagamento e expressamente lhe
transferir todos os seus direitos.
➢ art. 349 do CC = extensão da sub-rogação
❖ a sub-rogação transfere para o sub-rogado todos os direitos,
garantias, privilégios e ações que o credor primitivo possuía
contra o devedor principal e contra os fiadores.
➢ art. 350 do CC = limites da sub-rogação legal.
❖ aquele que se sub-rogar nos direitos do credor a partir de um
dos casos do art. 346, só poderá exercer os direitos e ações a
que se sub-rogou até o limite da quantia que tiver
desembolsado pelo devedor.
exemplo. A é devedor de R$ 100.000 para B, C se sub-roga
nos direitos de B desembolsando não o valor total, mas R$
50.000, logo, não pode mais cobrar o débito todo, mas
apenas a quantia que desembolsou; esta é uma norma que
proíbe e veda o enriquecimento sem causa por parte do
sub-rogado.
➢ art. 351 do CC = preferência do credor originário perante o
sub-rogado para cobrar o restante da dívida de devedor que não
tem bens suficientes para saldar ambas em sub-rogação parcial.
❖ sub-rogação parcial - aquele em que terceiro paga apenas
parte da dívida, passando a ter direitos do credor,
proporcionalmente ao que pagou.
❖ Neste caso, o devedor que não tiver bens possíveis para
suportar a cobrança de duas dívidas, a do credor originário e
a do sub-rogado, terá o credor originário preferência para
cobrar a dívida.
➢ Diferença entre a sub-rogação e a cessão de créditos:
● da imputação do pagamento (art. 352 a 355 do CC)
➢ consiste na indicação ou determinação da dívida a ser quitada
quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais
débitos da mesma natureza, a um só credor e efetua pagamento
não suficiente para saldar todas elas.
➢ exemplo. imagine 3 dívidas de 50, 100 e 200 mil reais e que o devedor
remete cinquenta mil reais ao credor, abrindo duas hipóteses.
A primeira delas, e a que nos interessa, é a do devedor indicar se
o valor servirá para cobrir a primeira dívida por inteiro, ou, parte
de alguma das outras duas.
A outra hipótese é que, se o credor não aceitar receber as dívidas
de 100 e 200 mil reais de forma parcelada, não há que se falar em
imputação (e, portanto, não nos interessa agora, mas é
importante saber que existem).
➢ requisitos da imputação do pagamento:
- pluralidade de débitos - existência de mais de uma dívida.
- identidade de partes - necessário que os débitos existentes
vinculem o devedor a um mesmo credor.
- natureza idêntica das dívidas - os débitos devem ser da mesma
natureza, ou seja, devem ter por objeto coisas fungíveis de
espécie e qualidade idêntica.
- possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito - é
necessário que o pagamento seja suficiente para resgatar mais
de um débito, mas não todos.
➢ espécies de imputação:
- por indicação do devedor - a pessoa obrigada tem o direito de
escolher qual débito deseja saldar (art. 352). Há, contudo,
algumas limitações:
I -- o devedor só pode imputar pagamento em dívida vencida, se
o prazo foi estabelecido em benefício do credor. Sendo o prazo
estipulado em proveito do devedor, poderá renunciá-lo e
imputar o pagamento em dívida ainda não vencida.
II -- o devedor pode imputar o pagamento em dívida cujo
montante seja superior ao valor ofertado, salvo acordo entre as
partes, pois pagamento parcelado do débito só é permitido
quando convencionado.
III - o devedor pode pretender que o pagamento seja imputado
no capital quando há juros vencidos. Essa limitação encontra
razão de ser no direito de o credor receber, antes, os juros que já
venceram, para depois ver a dívida quitada.
- por vontade do credor - ocorre quando o devedor não declara
qual das dívidas que pagar. (art. 353)
portanto, ficou determinado que se o devedor aceitar a
determinação de qual débito foi quitado, feita pelo credor, nada
mais poderá fazer, salvo nos casos em que demonstre ter havido
algum tipo de coação.
- imputação em virtude de lei - aplica-se a imputação legal
quando nem o devedor ou o credor indicarem a qual dívida e a
quitação for omissa, não se sabe a qual se refere o pagamento
efetuado. (art. 355)
cronograma para imputação legal:
(I) Primeiro, imputa-se o pagamento aos juros vencidos;
(II) Quitado os juros ou, inexistindo estes, o pagamento será
imputado às dívidas vencidas;
(III) Havendo dívidas líquidas e ilíquidas, serão quitadas
primeiro as líquidas, pela ordem de seu vencimento (as que
venceram primeiro, ou seja, as mais antigas).
(IV) Se todas forem líquidas e vencidas, a imputação respeitará
a ordem de onerosidade, ou seja, será considerada paga a
mais onerosa primeiro.
➢ art. 354 do CC = havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á
nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em
contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
● da dação em pagamento (art. 356 a 359 CC)
➢ É uma das formas de extinção obrigacional em que o credor aceita
que o devedor encerre a relação existente entre eles pela
substituição do objeto da prestação.
➢ É um acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual
o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da
dívida, prestação diversa da que lhe é devida. (art. 356)
➢ regra geral - o credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda
que mais valiosa (art. 313).
↪ no entanto, se aceitar a oferta de uma coisa por outra,
caracterizadaestará a dação em pagamento.
➢ Trata-se de negócio jurídico bilateral, oneroso e real.
➢ requisitos da dação em pagamento:
- existência de um débito vencido
- animus solvendi (intenção de pagar)
- diversidade do objeto oferecido, em relação ao devido
originário
- consentimento do credor na substituição
➢ art. 357 do CC = sendo o valor do objeto prefixado, o negócio será
regido pelos princípios da compra e venda (como se o credor
comprasse o objeto do devedor).
➢ art. 358 do CC = caso a prestação original seja substituída pela
entrega de um crédito, o negócio se valerá das regras aplicadas aos
casos de cessão de crédito.
❖ deverá o cedido ser notificado para que o negócio seja válido
para ele.
➢ art. 359 do CC = no caso de evicção, restabelece-se o status quo
ante, ficando anulada a dação.
❖ evicção - quando o indivíduo dispõe de algo que uma sentença
judicial determinou não ser de sua propriedade, ou seja,
quando ele entrega como pagamento algo que não era dele e
sim de um terceiro.
● Instituto da novação (art. 360 a 367 CC)
➢ conceito = o instituto da novação é aquele pelo qual se faz uma
nova obrigação extinguindo a primeira. (1º acordo)
➢ ela possui dois momentos que ocorre conjuntamente, ou seja,
extingue a obrigação antiga e cria uma nova. (inciso I, do art. 360º
CC)
➢ modalidades:
- subjetiva = quando se altera uma ou mais partes. Acontece a
troca do credor ou devedor na nova obrigação. (inciso II, art.
360º).
1. subjetiva ativa - troca o credor
2. subjetiva passiva - troca o devedor
↳ por delegação = há o ajuste entre o devedor antigo
e o novo, existe um diálogo.
↳ por expromissão = tirar o devedor
independentemente da vontade dele.
- objetiva = a troca da prestação, do valor.
- mista = quando troca tudo, ou seja, a(s) parte(s) e a prestação.
(inciso III, art. 360º)
➢ art. 361º do CC = animus novandi → intenção ou a vontade de
NOVAR, ou seja, a vontade da pessoa de querer.
➢ art. 362º do CC = havendo ajuste nessa situação em que o devedor
vai ser substituído, pode ocorrer sem o consentimento dele.
❖ novação subjetiva passiva por expromissão
➢ art. 363º do CC = no caso em que o novo devedor seja insolvente
(sem condições), o credor não pode entrar com uma ação
regressiva contra o primeiro credor (regra geral).
❖ exceção - no caso da substituição se deu por má-fé.
➢ art. 364º do CC = a novação não preserva os acessórios e as
garantias
❖ se a primeira dívida tivesse fiador, juro, etc; tudo cai se não
tiver estipulação em contrário.
❖ que a novação, para manter a garantia, tem que ter a
participação do devedor responsável.
➢ art. 365º do CC = quando o devedor solidário, que autorizou o
animus novandi, então os bens e garantias subside a ele.
➢ art. 366º do CC = o fiador só entra na nova obrigação se ele
concordar.
➢ art. 267º do CC = pode fazer novação de dívidas anuláveis e não
nulas (não é apta a produzir efeito).
● Instituto da Compensação (art. 368 a 380 CC)
➢ conceito: quando duas pessoas forem, ao mesmo tempo, credor e
devedor uma da outra, poderemos verificar a compensação.
Logo, poderá ocorrer a extinção da obrigação até onde se
compensar, por parte ou inteiro. (art. 368)
➢ tem-se dois débitos contrapostos, que se compensam com o
intuito de alcançar o adimplemento.
➢ evita a duplicidade de pagamento e facilita o negócio.
➢ exemplo: Imaginemos que A tem uma dívida com B no valor de R$
10 mil, por uma reforma feita em seu imóvel. Ao mesmo tempo, B
tem uma dívida com A no valor de R$ 12 mil pela compra de uma
motocicleta há cerca de um ano atrás. Para facilitar as
negociações, podem as dívidas serem compensadas no que
forem equivalentes, ou seja, A deixa de receber 10 mil de B,
ficando, dessa forma, obrigado a pagar apenas os 2 mil reais de
diferença entre as dívidas. Assim, evita-se a movimentação de
quantias desnecessárias.
➢ Em casos em que as dívidas forem exatamente iguais,
compensam-se totalmente, ficando ambos exonerados como se
houvesse existido pagamento.
➢ espécies de compensação:
- legal → são aquelas que se operam automaticamente,
independentemente da oposição de qualquer um dos
interessados. (art. 369 e 370)
necessita de quatro requisitos para que a compensação ocorra
automaticamente de forma legal, sendo eles ↴
liquidez do débito - dívidas líquidas são aquelas certas quanto à
existência e determinadas quanto ao objeto, havendo liquidez,
portanto, temos certeza de que o objeto é preciso quanto à
natureza, qualidade e quantidade.
exigibilidade do débito - aquela que já ultrapassou o termo de
vencimento ou condição, o que significa dizer que agora ela pode
ser cobrada, portanto, poderá ser compensada.
fungibilidade das prestações - possam ser substituídas por
outras de mesma espécie, qualidade e quantidade. Isso garante
que as dívidas só serão compensadas automaticamente com
outras do mesmo gênero e nenhum dos indivíduos será
prejudicado.
reciprocidade das obrigações - é um pressuposto para a
compensação.
- convencional → resulta da autonomia das partes, onde os
contratantes podem livremente dispor de seu crédito deliberando
por extinguir os créditos (e débitos) reciprocamente.
Ocorrem nas hipóteses em que não estiverem presentes os
pressupostos para a compensação legal dos artigos 369 e 370.
Nada impede que as partes compensem débitos líquidos,
inexigíveis ou infungíveis. Nesses casos, contudo, a compensação
não será de pleno direito, mas por desejo das partes.
A vontade das partes pode suprir a falta de qualquer um desses
requisitos e a compensação ocorre normalmente.
- Judicial → a sua especificidade reside na questão da liquidez dos
créditos envolvidos, pois embora originalmente ausente a
liquidez, pode esta ser determinada por uma decisão judicial.
O pronunciamento do juiz não é um papel meramente
declarativo. A sua decisão serve para suprir uma qualificação
indispensável (liquidar o objeto) para que ele ocorra.
➢ Limites à compensação
- As partes podem estabelecer cláusula no negócio que
impossibilite a compensação de determinado crédito, pois
poderá ser limitada pela autonomia das partes.
- Em situações que ocorra a renúncia ao poder de compensar, é
necessário que ela seja prévia, o que significa que ela deve ser
apresentada antes que se verifiquem as qualidades que
permitem a compensação legal (liquidez ou exigibilidade). art. 375.
- Para resguardar a função social do contrato, qualquer forma de
renúncia ou acordo que impossibilite a compensação será
anulada quando implicar lesão que cause prejuízos a direitos de
terceiros. (art. 380)
- O art. 373 prevê alguns impedimentos à compensação, sendo eles:
1. se provier de esbulho, furto ou roubo.
2. se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos.
3. se uma for de coisa não suscetível de penhora.
➢ Como exceção ao princípio da personalidade, há a hipótese de o
fiador poder opor ao credor crédito do afiançado. A recíproca, no
entanto, não é verdadeira. (art. 371)
Ex. admite-se a compensação de honorários com crédito do
executado em face do exequente.
➢ A compensação requer a personalidade dos sujeitos. É por essa
razão que o representante legal ou convencional de alguém não
pode opor o crédito do representado para compensar débito
próprio. (art. 376)
➢ O princípio da personalidade não é afrontado pela cessão de
crédito. Assim, o devedor cedido pode opor, em compensação,
crédito que tenha em face do cedente perante o cessionário,
desde que este seja anterior à transferência da obrigação. (art.
377)
Tal oposição deve ser feita no momento em que o devedor for
notificado da cessão, sob pena de não poder fazê-lo
posteriormente.
➢ Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não
se pode compensar sem dedução das despesas necessárias à
operação. (art. 378)
➢ Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas
compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras
estabelecidas quanto à imputação do pagamento. (art. 379)
● Instituto do pagamento em confusão (art. 381 a 384)
➢ conceito: é caracterizada quando as duas qualidades, sendo elaso credor e o devedor, encontram-se em uma só pessoa, dá-se a
confusão.
➢ Nesse caso, quando se encontra em uma só pessoa, extingue-se a
obrigação, porque ninguém pode ser juridicamente obrigado
para consigo mesmo ou propor demanda contra si próprio. (art.
381)
➢ para caracterizar a confusão, são necessários os seguintes
requisitos:
- unidade da relação obrigacional = esta unidade pressupõe,
portanto, a existência do mesmo crédito ou da mesma
obrigação.
- união, na mesma pessoa, das qualidades de credor e
devedor = pois apenas quando a pretensão e a obrigação
concorrerem no mesmo titular é que se terá a confusão.
- ausência de separação dos patrimônios = aberta a
sucessão, não se verificará a confusão enquanto os
patrimônios do de cujus e do herdeiro permanecerem
distintos, não incorporando o herdeiro, em definitivo, o
crédito ao seu próprio patrimônio.
➢ A confusão pode se originar de uma transmissão universal de
patrimônio, o mais comum é a causa mortis. Pode ocorrer por ato
entre vivos quando, por exemplo, uma empresa, credora de outra,
vem a receber todo o patrimônio da outra. Pode também, o
fenômeno derivar de cessão de crédito, de sub-rogação.
➢ A confusão pode se dar tanto de forma total como parcial na
dívida, sendo assim extinto a parte ou no todo, a depender do
caso.
➢ Ela não ocasiona na extinção da dívida agindo sobre a
obrigação, mas sim sobre o sujeito ativo e passivo, na
impossibilidade do exercício simultâneo da ação creditória e da
prestação.
➢ Ela pode ser classificada como: Total ou Própria, caso se constate
a respeito de toda a dívida que pode ser parcial ou imprópria, se
efetivar apenas em relação a uma parte do débito ou crédito.
● Instituto do pagamento por remissão (art. 385 a 388 CC)
➢ conceito: a remissão possui o significado de perdão da dívida. É
considerada uma forma de extinção da obrigação. A remissão
implica a extinção da relação obrigacional por meio do perdão. O
credor perdoa o devedor do que é devido e a obrigação se
extingue.
➢ remissão quanto ao seu objeto:
- remissão total = ocorre quando se é perdoada
completamente a dívida. Como, por exemplo, A deve 4
milhões de reais de B, e B realiza a remissão total da dívida,
perdoando A do pagamento.
- remissão parcial = ocorre quando apenas por uma parte da
dívida. Como por exemplo, A deve 4 milhões de reais a B, e B
realiza a remissão de 2 milhões de reais, ficando A devedor
de 2 milhões de reais.
➢ remissão quanto à forma
- expressa = ocorre quando o credor remitente perdoa a
dívida de forma escrita, verbal.
- Tácita = quando o credor desenvolve uma conduta que faz
inferir que ele perdoou a dívida. Como, por exemplo, "A" é
credor de 2 milhões, “B” paga 400 mil reais a “A” e “A” lhe dá
um recibo no valor de 2 milhões. Assim, tacitamente o “A”
está remindo 1 milhão e 400 reais. Pois recebeu só 400 mil e
deu um recibo dizendo que recebeu os 2 milhões.
- presumida = aquela determinada na lei
➢ ART. 286 A 388 PROVA

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