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DIREITO CIVIL - OBRIGAÇÕES Aula 01 - Introdução ● bibliografia: Tartuce (vol. 2), Maria Celina, Gustavo Tepedino, Fachin e Paulo Lobo. ● contratos e propriedade são conceitos jurídicos que surgiram na antiguidade e são usados até hoje. ● direito público - relações jurídicas que se estruturam a partir de dois sujeitos: o Estado e o Administrado (cidadão) ➢ Por meio dos direitos fundamentais foi criado uma barragem nessa relação vertical com o intuito de frear o Estado para não avançar na sociedade. ● Direito privado - relações jurídicas que se estruturam a partir de dois sujeitos: cidadão e cidadão. ➢ relação horizontal ➢ direito do trabalho, direito empresarial e direito civil. ➔ Fontes do Direito das Obrigações ● conceito jurídico: situação na qual se verifica a prestação de alguma coisa, e caso não seja feito irá surgir uma responsabilidade civil. ● As obrigações surgem das leis (art. 5, inciso II/CF), dos negócios jurídicos (contrato) e dos atos ilícitos (art. 186º e 187º CC). ➢ atos unilaterais de vontade (promessa de recompensa) ➢ títulos de crédito ➔ Elementos da relação obrigacional ● elemento subjetivo ➢ sujeitos ➢ devedor (sujeito passivo) e credor (sujeito ativo) ➢ O devedor deve alguma coisa ao credor, portanto, há um débito do primeiro com o segundo, ao passo que o segundo tem um crédito com o primeiro. ➢ polo passivo e um polo ativo ● elemento objetivo ➢ o objeto da relação é a prestação ➢ a prestação será uma obrigação ou de dar, fazer ou não fazer. ➢ dar - entregar/restituição de um objeto ➢ fazer - comportamento/ação ➢ não fazer - abstenção ● elemento imaterial, virtual ou espiritual ➢ vínculo jurídico - relação entre devedor e credor ➢ esse vínculo se faz em dois momentos: primeiro no cumprimento da prestação e o segundo na responsabilidade civil (cumprimento da obrigação forçada). ● O código civil entende que a relação entre devedor e credor é uma relação assimétrica, ou seja, a lei estará mais favorável para aquele que é o sujeito passivo. ➔ Conceitos Jurídicos Fundamentais ● direito objetivo - aquele direito que emerge da norma jurídica, a lei. ● direito subjetivo - direitos que são efetivamente garantidos ao indivíduo pela lei. ● direito potestativo - aquele em que um indivíduo executa sobre alguém (divórcio) ● estado de sujeição - o indivíduo está sujeito ao direito de um outro indivíduo (pedido de divórcio) ● obrigação - é um dever civil ● responsabilidade civil - toda ação ou omissão que gera violação de uma norma jurídica legal ou contratual. ● ônus - perda ● poder dever - você tem uma diretiva e uma série de responsabilidade acerca de um indivíduo, coisa ou responsabilidade social. ● poder familiar - autoridade parental, poder que os pais têm sobre o filho ➔ Classificação Geral das Obrigações - conteúdo ● Obrigações de dar ➢ entrega de um objeto ➢ suporta uma dupla classificação, pode ser a obrigação de dar coisa certa (aperfeiçoa por bens que são infungíveis/não substitui) ou coisa incerta (bens fungíveis / substituídos). ➢ A obrigação de dar coisa certa se subdivide em: dar propriamente dita (arts. 233 a 237) ou restitutiva (arts. 238 a 242). ❖ Dar propriamente dita: há transmissão do direito de propriedade (perda do objeto antes da tradição). ❖ Restitutiva: não há transmissão do direito da propriedade. ➢ obrigações de dar propriamente dita são aquelas em que há a transferência da titularidade do direito de propriedade. (compra e venda;doação) ❖ Importante: a transferência da titularidade dos bens móveis só ocorre por meio da tradição (entrega/tradição). ❖ Por outro lado, a passagem da titularidade dos bens imóveis só acontecem com o registro. ➢ transferência do direito de propriedade (mudança de titularidade) ❖ móvel (tradição / entrega) ❖ imóvel (registro / CRI) ➢ regra geral: RES PERIT DOMINO ● Obrigação de fazer ➢ ação/prestação de serviços ➢ Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível ● Obrigação de não fazer ➢ abstenção ➔ Classificação geral das Obrigações - elementos ● simples = devedor - objeto - credor ● composta = quando há mais de um devedor, ou mais de um credor ou mais de um objeto. ● divisibilidade (relacionado com os bens) ➢ divisível - dividir sem perder a sua essência/utilidade ex: terrenos, dinheiro ➢ indivisível - pode ser por natureza (como os animais), também aqueles bens que perdem a sua utilidade (como um carro) e pela vontade do indivíduo de dividir o bem. ➢ regra: os bens divisíveis são a regra geral, logo as obrigações divisíveis também são a regra geral. ➔ Classificação geral das Obrigações - conteúdo ● meio - aquela na qual o devedor não se obriga ao resultado, mas se compromete a enveredar todos os esforços necessários para um resultado ótimo. ● resultado - aquela na qual o devedor se compromete ao resultado, sendo responsabilizado em caso de não ocorrência / a pessoa garante aquilo que ela se prospectou a fazer. ● garantia - fiança (contrato acessório - assinatura) ou hipoteca (garantia de um bem imóvel - direito real de garantia) ➔ Liquidez ● avaliação do valor exato da obrigação a ser paga pelo devedor (ex. juros, multa, atualização, índices oficiais..) ➔ Elementos acidentais ● parte geral / condicionantes eficaciais ● pura ou simples - quando não há nem termo, nem condição e nem encargo. Só terá ● termo - tempo / termo inicial <prazo/vigência> termo final ● condição - suspensivas e resolutivas ● encargo - ônus (obrigação) suportado pelo credor devido a vontade do devedor ➔ independência ● princípio da gravitação jurídica - o acessório segue o principal ● ex: o principal seria o FIES e o acessório seria a fiança ➔ Local ● regra geral: vai ser o domicílio do devedor - obrigação quesível ou quérable ● Exceção: quando a obrigação for cumprida do domicílio do credor, necessário estar no contrato - obrigação portável ou portable. ➔ Momento ● à vista - regra geral ● execução diferida - ex. paga daqui a 30 dias todo o valor ● trato sucessivo - parcelas ➔ Naturais ● pago porque sou ético, mas não devo pelo direito ● ex: aposta ➔ Propter rem ● aquela que fala própria das coisas ● noção a coisa, obrigações que tem a ver com determinado objeto (rigor a imóvel) ● ex: procurar saber como está as informações do imóvel no seu cadastro OBRIGAÇÕES DE DAR ( art. 233 a 237 do CC) ➔ Transmissão do direito de propriedade ● móvel - ex. vaca ● imóvel - ex. contratos de gaveta ➔ Res Perit Domino ● coisa - perigo - dono ● “a coisa perece o dono” ou “o risco está para o dono” ➔ Exe. 1 de obrigação de dar coisa certa - dar propriamente dita ● perda do objeto antes da tradição (pereceu a entrega) ● o bem será infungível, não há como substituí-lo ● há a alteração da titularidade do direito da propriedade ● Marcelo decidiu comprar uma bike retrô de Maria no valor de R$ 1500,00 à vista, com entrega no dia 10/09/2021 ● contrato celebrado em 20/08/2021 ● Analisando como prestação a bike, Maria é o devedor da bike e Marcelo é o credor / Analisando no sentido de dinheiro, o devedor é o Marcelo e o credor é a Maria. ➢ logo, há um contrato bilateral com obrigações recíprocas, contrato de dar coisa certa propriamente dita ● A relação da Maria com Marcelo, em relação à bicicleta, é uma obrigação de dar coisa certa. ● No dia 01/09/2021, Maria saiu com a bicicleta para pedalar, assumiu o risco, e assim o objeto se perdeu / pereceu. (antes da tradição/entrega) ● Marcelo pode ser cobrado pela entrega do dinheiro no dia 10, independentemente da entrega da bike, pois o contrato é bilateral, os dois assumem obrigações de dar coisa. ● Maria agiu com culpa, com intenção (dolo) ou previsível (culpa - negligente, imprudente ou imperícia). Logo, se pode cobrar pelas perdas e danos. ➢ Maria arcará além do valor de R $1500,00. ● Pode haver a perda do objeto antes da tradição sem culpa, por exemplo, caso Maria tivesse sido roubada. Nesse caso, resolve a obrigação (resolução, resolutiva, resolver- finalizar, extinguir o caso). ➢ as partes retornam ao status quo ante. ➢ Nesse caso de não ter culpa, Maria deve devolver o dinheiro para Marcelo. (prejuízo para o devedor) ➔ EX. 2 de dar na modalidade dar propriamente dita - deterioração do objeto antes da tradição (avaria, mácula, quebrado) ● com culpa - lato sensu (gênero) ➢ dolo = intencional ➢ culpa = tensional, stricto sensu (espécie) ● Pedro deve para Paulo um relógio, mas antes da entrega foi quebrado o vidro do objeto. ➢ com culpa - o credor pode aceitar e pode rejeitar, pedindo perdas e danos também. ➢ sem culpa - o credor pode aceitar, pedindo um abatimento proporcional do preço / pode rejeitar, resolve (extingue) a obrigação e as partes retornam ao status quo ante. ● Voltando para o estado que estava antes (sem culpa), quem entra no prejuízo é Pedro, o qual perdeu o dinheiro do relógio e saiu com o objeto quebrado. Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos (separados da coisa que os produziu) são do devedor, cabendo ao credor os pendentes (os que estão ligados à coisa principal). ● Até o momento da entrega o devedor é o proprietário do objeto. ● melhoramentos e acréscimos são benfeitorias - obras = princípio da gravitação jurídica (art. 92 c/c 233 do código civil) ● o devedor pode fazer um aumento em qualquer bem que ele vá vender caso faça benfeitorias e melhoramentos. ● parágrafo único - ● Eu quero vender uma fazenda improdutiva, tornei a fazenda produtiva e esta tudo regular. Eu quero vender, ajustando o valor, tudo o que eu colhi é meu até o momento que acontece a passagem de titularidade. OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA - RESTITUIR ( art. 238 a 242 do CC) ● Não transfere direito de propriedade ● locação (de bens imóveis - art. 565º CC)/empréstimo ● perda do objeto antes da restituição ● deterioração do objeto antes da restituição ● o devedor tem obrigação de devolver coisa que não lhe pertence (caso ele tenha culpa) Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. ● Sem culpa - a obrigação se resolverá por si. ● Res perit domino - a coisa perece para o dono ● se houver uma hipótese de contraprestação, haverá direitos de terceiro. ➢ ex. Alugou um carro por duas horas e ele somente funcionou por uma, então o dono do carro receberá apenas pelo tempo que o bem móvel esteve em atividade. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. ● Com culpa - haverá o pagamento equivalente do bem e os prejuízos de perdas e danos. ● ex. M emprestou um fone para A, o qual quebrou o objeto de tanto bater-lo na parede (com culpa). Logo, A deverá pagar pelo objeto e pelas P e D. Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. ● deterioração do objeto antes da restituição - avaria. ● sem culpa - o credor recebe no estado que se encontra sem que tenha direito de pedir pelo prejuízo. ● com culpa - vai ter direito ao equivalente mais perdas e danos. Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. ● melhoramento ou acréscimo - pertencerá ao credor, pois ele é o proprietário. ● avalia-se o critério da boa-fé objetiva e a relação de trabalho/despesa X indenização. ● a boa-fé são deveres de ética e lealdade exteriores ● as benfeitorias (art. 96º do cc) c/c posse+indenização (art. 1219 e 55 do cc) ● regra geral - tudo será do proprietário ● ex. G aluga um terreno de B para plantar maçãs, iniciar o pomar traz trabalho e despesa. Caso B queira o terreno de volta, as maçãs que ainda estão para colher são de B, e as que já estão maduras são de G. ➢ G fez uma série de benfeitorias, logo é direito dele receber uma indenização. Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA (art. 243º ao 246º do CC) ● regra geral - a escolha do bem a ser entregue é do devedor. ➢ obs.: direito civil > autonomia privada > liberdade limitada pela lei ● bens fungíveis - dotados de possibilidade de substituição, ou seja, nas obrigações de dar coisa incerta nós devemos verificar se a coisa dada é, pelo menos, indicada pelo gênero (o que é?), quantidade (quanto?) e qualidade (estado?). (art. 243º do CC) ➢ subverter/mudar: a escolha do bem a ser entregue é do credor se constar do contrato. (art. 244º do CC) ➢ critério mediano - entender que ao dar/fazer algo não necessita ser o pior ou o melhor. Vai de acordo com o princípio de boa-fé, e uma forma desse fundamento é o dever de mitigar as perdas, ou seja, duty to mitigate the loss. (ex. 3 orçamentos no acidente de carro) ● objeto > “trocado” ● requisitos de validade do negócio jurídico (art. 104, CC/2002) = objeto da relação (ex. contrato) tem que ser no mínimo, determinado/determinável. ● ex. Maria deve um livro usado para o Pedro, ou seja, o gênero será o objeto em questão, a quantidade foi determinada como um único livro e a qualidade é algo relacionado ao estado. ● momento da escolha ou momento da concentração = é quando se tem uma universalidade e se individualiza, ou seja, no começo da obrigação poderia ser qualquer um livro usado e a partir do momento que se individualiza a pessoa escolhe determinado estado (ex. Maria escolhe um livro de página amarela). ➢ No momento da escolha/concentração a obrigação de dar coisa incerta se transmuta e torna-se uma obrigação de dar coisa certa. Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. CERTA 233/242 INCERTA 243/246 bens infungíveis bens fungíveis a) na modalidade dar propriamente dita b) na modalidade restituir tradição /registro regra geral - escolha do devedor, mas pode ser do credor REGRA DE RESPONSABILIDADE perdida/deteriorada res perit domino Genus non perit (coisa perece para o dono) (o gênero não perece) OBRIGAÇÕES DE FAZER (247º a 249º do CC) ● se aperfeiçoam por intermédio de uma ação (to do) ● se tem como objeto da prestação uma ação ➢ ex. contrato de prestação de serviços (comportamento) ● hipóteses de descumprimento ➔ Classificação ● fungíveis - um comportamento que pode ser substituído, são aquelas que podem ser realizadas por qualquer pessoa ➢ ex. lavagem de carro ● infungíveis - não se pode substituir ➢ intuitu personae ou obrigações personalíssimas - são aquelas que só podem ser realizadas por um sujeito específico (alguém determinado) ➢ avalia-se o caso concreto ➔ Análise legislativa ● artigo 247º do CC - caso o devedor se recuse a cumprir algo que só por ele é possível de ser realizado, ou seja, uma obrigação infungível, sendo ela indenizada por perdas e danos quem seja o credor. ➢ perdas e danos --- objeto infungível ➢ só por ele pode ser realizado ➢ Por exemplo: um show de um determinado artista, que só por ele pode ser feito. Pode não ser realizado porque ele não quer ou porque ele não pode. ➢ quando não quer = perdas e danos ➢ quando não pode = art. 248º CC ● artigo 248º do CC - se refere quando a prestação do objeto de comportamento se torna impossível de ser realizada, o devedor não pode. ➢ a obrigação se resolve, estará finalizada, extinta. ● artigo 249ºdo CC - Uma obrigação fungível, o qual um terceiro consegue executar e pode ser ordenado pelo credor. Caso haja recusa (não faz) ou mora (atrasado no serviço) deste cumprimento, o terceiro terá que pagar por perdas e danos. ➢ parág. único = tem-se a situação de urgência ou não. Ordena a execução do fato e depois o ressarcirá, independente de autorização judicial. OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER (Art. 250º e 251 do CC) ● tem por escopo uma abstenção, de não exercício das coisas tanto por ação como por omissão. ● O que acontece se a parte faz o que não deveria? Abstenção ➢ omissão de socorro = dever legal preexistente ● pode haver duas hipóteses dessas obrigações: pela lei (cláusula geral de abstenção/não macule o direito de outrem) ou por um contrato. ● No caso do contrato, por decorrência lógica da vontade, pode não se realizar determinados atos. ➢ ex: contrato de sigilo ➢ ex: servidão de vista ● dever legal pré existente: bombeiros, policiais e médicos. ➔ Análise Legislativa ● Art. 250º do CC - Quando se tem uma obrigação de não fazer, e sem culpa do devedor, não é possível se abster do ato que se obrigou a não praticar, a obrigação será extinta. ● Art. 251º do CC - Caso o devedor que possui a obrigação de não fazer e pratica o ato, pode o devedor cobrar o descumprimento do ato, desfazendo-o por conta própria, ressarcindo com perdas e danos. ➢ Parágrafo único = em caso de urgência, o credor pode desfazer ou ordenar o descumprimento da ação sem a autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS E FACULTATIVAS ➔ Obrigações alternativas ou/ou (art. 252º a 255º do CC) ● quando há uma pluralidade de possíveis prestações na gênese (nascimento) da obrigação. ● ex. Pedro é o devedor e Bruno é o credor, possuindo uma obrigação de dar, celebrada pelo prazo de 12 meses de entregar 10 quilos de maçã, ou de pêra ou de kiwi. ● Na hora do cumprimento, pode-se escolher entre as opções que são disponibilizadas pelo credor. ➢ Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. ● As alternativas são obrigações em que o devedor se exime da obrigação junto ao credor, desde que eleja uma das alternativas, que são, portanto, uma das prestações. ● 1º regra = escolha do devedor ● 2º regra = a escolha do credor se assim constar na obrigação, ou seja, se o contrato ou determinada obrigação dizer que a escolha é do credor, logo, ele que escolhe. ● 3º regra = de acordo com o art. 252º c/c 313º do CC, tem-se o princípio da identidade física da prestação, o qual diz que se foi combinado dar determinada alternativa ou outras, não se pode misturar as prestações. ➢ ex. prestação é 20 frutas = o devedor dá 10 maçãs e 10 pêras *NÃO PODE* ● 4º regra = escolha por período, isto é, a cada prestação se escolhe um tipo de alternativa possibilitada. ● 5º regra = quando não concordância de qual prestação em unanimidade na obrigação alternativa de vários devedores, escolherá o juiz. ➢ ex. Uni-se três alunos para doar um livro, ou um celular ou um sapato para o professor. Quando se tem uma pluralidade de devedores, se tem várias pessoas para escolher. Por isso, quem definirá a prestação, em caso de não unanimidade, será o juiz. ● 6º regra = escolha será de um terceiro ➢ definido no contrato que, em caso de não unanimidade, um terceiro escolhido será eleito para cumprir a escolha. ➢ Caso o terceiro não consiga escolher, voltará para responsabilidade do juiz. ❖ Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. ● Se acontecer um problema a uma das alternativas, se mantém a obrigação em relação aos demais. ● traz uma maior probabilidade de que o credor receba, pois existem mais de uma possibilidade de prestação. ❖ Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. ● Por culpa e escolha do devedor = quando não se tem a possibilidade de cumprimento de nenhuma das prestações, sendo a escolha do devedor, o mesmo deverá pagar o valor equivalente da que por último se perdeu. ➢ Se Pedro ficar impossibilitado, por culpa, de prestar 10 kg de maçãs ou 10 kg de pêra ou 10 kg de kiwi, sendo a escolha dele, ficará o devedor obrigado a pagar a última alternativa que perdeu. ➢ Caso o kiwi tenha sido o último a se estragar, será essa a prestação que deverá ser restituída com perdas e danos. ❖ Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. ● Por culpa do devedor e escolha do credor = subversão da regra ● O credor poderá exigir a subsistente ou valor de outra, com perdas e danos. ● 1º situação = se a obrigação é por escolha de Bruno, então, se houver a perda de uma das possibilidades por culpa de Pedro, o credor pode pedir aquilo que ainda existe ou o valor de qualquer outra, com PD. ● 2º situação = caso todas as obrigações estejam impossibilitadas de serem cumpridas, o credor pode escolher qual das prestações deverá ser paga, com indenização. ❖ Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. ● Sem culpa do devedor = extingue a obrigação ➔ Obrigação facultativa ● A obrigação facultativa não está expressa no nosso Código Civil. Portanto, ela é aquela que tem por objeto uma só prestação, mas a lei ou o contrato permite que o devedor substitua essa prestação por outra predeterminada, para facilitar-lhe o pagamento. Note-se que, se a obrigação principal se extingue, a facultativa também OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS (art. 264º e seguinte) ● exceção à regra -- divisibilidade ● concursu partes fiunt - sempre que puder, se divide ● obrigações solidárias são indivisíveis ➔ Análise legislativa ● art. 264º do CC - a solidariedade suporta uma dupla classificação, a ativa e a passiva. ➢ ativa é mais de um credor e a passiva é mais de um devedor ➢ ex. de solidariedade passiva = 3 devedores e 1 credor, o qual a obrigação é de 15000 reais, nessa situação o credor pode cobrar somente de um a dívida toda. Logo, esse devedor que pagou toda a dívida, sub-roga-se para substituir o credor originário para que os demais devedores lhe paguem suas respectivas dívidas. ● art. 265º do CC - não se pode pressupor, achar que de maneira tácita haverá solidariedade, pois ela é uma exceção e só existirá na hipótese da lei ou na concordância das partes. ➢ ex. alimentos em relação a idosos e indenização ➢ Quando a questão não fala em credores ou devedores solidários, utiliza-se a regra da divisibilidade. ● art. 266º do CC - A lei permite que se dê tratamento diferenciado aos devedores, admitindo a coexistência de prestação pura e simples para alguns e condicionada ou a termo para outros, sem que se destrua a solidariedade. ➢ Os elementos acidentais que se adicionam ao negócio não prejudicam a estrutura da solidariedade. ➢ Paulo é credor, Pedro e José são devedores. Por mais que existam dois devedores solidários, a obrigação do credor pode ser pura ou simples, sem nenhum tipo de condição ou encargo, sendo à vista. Existemrelações diferentes entre Pedro e Paulo e entre José e Paulo, sendo possível haver dois tipos de forma de obrigação. ● art. 267º do CC - Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. ➢ Existem dois credores e um devedor, sendo a dívida de 10 mil reais. Cada um deles poderá cobrar a dívida toda, recebendo o valor cheio. ➢ Pode-se ter a possibilidade de receber em nome de outrem, por meio de um mandato. Quando se fala em solidariedade, é em nome próprio. ➢ pouca aplicabilidade prática ● art. 268º do CC - até a ação, qualquer credor pode acionar o devedor comum. (solidariedade ativa) ➢ ajuizada demanda judicial voltada à exigência da prestação por um dos credores, o devedor não poderá mais efetuar o pagamento para nenhum dos demais credores. ➢ Caso ocorra a extinção do processo sem resolução de mérito ou improcedência da demanda, ainda assim persistirá a dívida e todos os credores solidários poderão voltar a exigir o cumprimento da obrigação pelo devedor. ● art. 269º do CC - Se houver pagamento a credor solidário, a dívida é extinta até o montante pago. ➢ eventual montante parcial da prestação que tenha sido pago a um dos credores extingue, proporcionalmente, a obrigação. ● art. 270º do CC - solidariedade ativa em relação aos herdeiros de um credor. ➢ Os herdeiros do credor solidário não assumem a mesma condição do sucedido na relação obrigacional no que toca à solidariedade. Não podem exigir, individualmente, o cumprimento integral da prestação do devedor sendo ela uma obrigação solidária. ➢ ex. Paulo é um credor e Joaquim é outro, tendo em comum a Laura como devedora de 100 mil reais. Paulo tem dois filhos, o Caio e o Pietro. ➢ Paulo morreu, logo cada um dos seus filhos poderá cobrar metade do valor, ou seja, 25 mil. ➢ No entanto, se a obrigação fosse uma vaca, bem indivisível, os filhos receberiam a vaca e iriam pagar a metade do valor equivalente da parte de Joaquim e a parte do outro irmão. ● art. 271º do CC - quando a obrigação é um objeto, o qual pereceu por culpa do devedor. A solidariedade persiste ainda que haja a sub-rogação da prestação em perdas e danos. ➢ ex. a obrigação era um objeto, o qual pereceu por culpa, tendo perdas e danos. Assim, o valor pecuniário convertido continuará sendo um pagamento a ser realizado de forma solidária. ● art. 272º do CC - recebida a prestação por um dos credores, este ficará responsável por entregar aos demais co credores a respectiva quota-parte. ➢ Se um dos credores receber ou remitir a dívida toda, ele terá que pagar aos demais credores pelos seus respectivos valores. ➢ ex. Eduardo e Antônio são credores e Paula é o devedor de 7.000 reais. Caso Eduardo tenha remetido a dívida total do devedor, ele irá responder por Antônio na parte que lhe cabe. Assim, E terá que pagar 3.500 reais para A. ➢ exceções pessoais ou gerais = matérias de defesa ❖ pessoais tem o caráter personalíssimo, significa que o devedor só poderá insurgir contra aquele devedor que praticou aquele determinado ato. ❖ gerais tem o caráter geral, oponível a qualquer pessoa da relação jurídica. ● art. 273º do CC - O devedor somente poderá opor a todos os credores, simultaneamente, as exceções que lhes são comuns. ➢ ex. nulidade do negócio, pagamento, novação, etc. ● art. 274º do CC - perspectiva processual, o código entende que há uma autonomia das relações jurídicas. ➢ Perdeu, perdeu sozinho: dada a demanda judicial entre credores e o devedor, somente aquele sofrerá as consequências, exceto nas hipóteses em que o objeto do processo interesse a todos, como por exemplo, na prescrição da dívida. ➢ ganhou, geral ganha: havendo decisão favorável na demanda, tanto no que se refere à prestação principal quanto no que toca a seus acessórios, todos os demais serão beneficiados pelo decisum, exceto quando o benef. se fundar em direito pessoal do credor que fez parte da relação processual. ● art. 275º do CC - Quando se tem mais de um devedor, e qualquer um deles pode ser chamado para pagar a dívida toda. (solidariedade passiva) ➢ maior relevância = garantia de maior recebimento por parte do credor ● art. 276º do CC - Os herdeiros de devedores solidários somente serão responsáveis por sua quota no quinhão recebido, exceto quando se tratar de obrigação indivisível, dado que, nesse caso, inexiste possibilidade de pagamento parcial. ➢ ex. Ana e Carla devem 5.000 para Paola. Carla veio a falecer, sendo chamados para pagar sua respectiva quota aos seus dois herdeiros, Bento e Benjamin. Eles serão obrigados a dividir a parte pela qual a Carla devia, ou seja, cada um pagará 1.250 de 2.500 (sub-rogação) ➢ Os herdeiros podem ser chamados para pagar o valor todo da dívida. ● Art. 277º do CC - O pagamento parcial efetuado por um dos devedores não o libera da solidariedade em relação ao saldo devedor ➢ Caso seja paga a dívida parcialmente ou seja remetida (perdoada) por um dos devedores, não abstém os demais devedores. ➢ na solidariedade passiva, o foco é no credor com uma possibilidade maior de recebimento. ● art. 278º do CC - Aquilo que for convencionado entre o credor e apenas um ou alguns dos devedores solidários não poderá ser imposto aos demais, salvo se estes assim concordarem. ➢ ex. Arthur é o credor da obrigação de 10.000 e os devedores são Carla e Gilberto. Foi acertado que o pagamento será à vista, no domicílio da C e feito por G. ➢ Caso venha a surgir uma nova cláusula, condição ou obrigação adicional, devem ser combinadas por todos os envolvidos dos dois pólos sem que se agrave a posição dos outros. ➢ autonomia para fazer a alteração, desde que tenha a anuência das partes. ● art. 279º do CC - se tem a conversão de perdas e danos ➢ No caso de perecimento do bem ou impossibilidade da prestação sem culpa do devedor, a obrigação resolve-se e todos retornam ao status quo ante. ➢ Caso a culpa decorra de apenas um dos devedores, o culpado será responsável pelas perdas e danos, mas o valor principal é obrigação de todos. ➢ Sendo mais de um culpado, mas não de todos, há solidariedade entre culpados. ● art. 280º do CC - Quando se tem juros da mora, tanto sendo por todos ou somente por um dos devedores, todos eles serão obrigados a responder pelos juros. ➢ No entanto, quando se há somente um culpado, o devedor que deu causa a essa situação pagará para os demais devedores o valor daquele juros. ● art. 281º do CC - Quando a obrigação solidária é demandada judicialmente ➢ A exceção é qualquer meio de defesa empregado pelo devedor para afastar a pretensão do credor em eventual demanda judicial. ➢ o devedor poderá opor as exceções que forem comuns a todos (ex. nulidade do ato). Quanto às exceções pessoais relativas, o devedor não poderá se opor (ex. negócio subordinado a termo ou condição). ● art. 282º do CC - O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. ➢ renunciar à solidariedade = o devedor só responderá pela sua quota parte. ● art. 283º do CC - como não poderia deixar de ser, o pagamento integral ou parcial efetuado por um dos devedores autoriza-lhe a cobrar pro rata a parcela devida por cada um dos codevedores solidários. ➢ se, ao tempo do pagamento, o devedor era insolvente, sua quota-parte deverá ser dividida de maneira igual entre os demais devedores, de modo a que cada um dos codevedores arque com parcela da quota-parte do insolvente. ➢ Ex. se quatro devedores (A, B, C e D) deviam 100.000,00 a Y e A efetuou o pagamento total da dívida, poderá cobrar 25.000,00 dos outros devedores (B, C e D, responsáveis por cotas iguais). ➢ Se D é insolvente, seus 25.000,00 serão suportados por A, B e C, de modo que A poderá cobrar dos outros dois 8.333,33, correspondentes à parte de D. ● art. 284º do CC - Mesmo o devedor liberado da solidariedade pelo credor, na forma do art. 283, também será responsável por ratear com os demais a quota-parte do codevedor que venha a se tornar insolvente. ➢ Tal obrigação decorre da relação interna entre os codevedores eé da própria natureza da solidariedade. ● art. 285º do CC - Na relação interna entre os co devedores, se algum deles pagar, inteiramente, dívida que, a despeito de solidária, beneficie, exclusivamente, pelo título ou pelas circunstâncias, a um dos devedores, este responderá, integralmente, pelos dispêndios efetuados. ➢ ex. fiador e/ou avalista e o devedor principal, em que este é o maior beneficiado pelo cumprimento da prestação por seus garantidores. ➢ Vale destacar que, nesses casos, o devedor principal, uma vez quitada a dívida, não poderá insurgir-se contra o fiador e o avalista. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES (286º até 420º) ● Sempre será (no mínimo) entre um devedor e um credor, ou vice-versa. ● cessão de crédito = modalidade na qual a figura do credor sai da relação obrigacional e entra um novo credor para substituí-lo. ➢ factoring - empresa que recebe títulos para cobrar depois (ex. precatórios) ● cessão de débito ou assunção de dívida = modalidade na qual a figura de um devedor sai da relação obrigacional e entra um novo devedor para substituí-lo. ➢ 3º que vai assumir a dívida. ● co-assunção - entra um novo devedor para dividir a dívida. ➔ Cessão de Crédito ● relação original = existe um devedor e um credor, onde existe um crédito por direito do credor. ➢ O credor primitivo pode passar o direito de receber o crédito para um novo credor. ➢ credor primitivo/cedente = responsabilidade pela existência do crédito (regra geral). Em casos excepcionais, pode se responsabilizar pela solvência se houver ajuste nesse sentido, ou seja, expresso no contrato. ★ possível caráter especulativo, efetivamente checar se pode ganhar mais naquela situação. (ex. direito imobiliário) ● contrato da cessão de crédito entre o cedente e o cessionário. ● o cedido não precisa anuir, ou seja, concordar com a cessão de crédito. No entanto, deve ser notificado como requisito de eficácia em relação ao cedido para pagar corretamente. ➢ Anuência ( concordância) não é requisito de validade, mas é necessário para regular os efeitos do pagamento. ➔ Da assunção de dívida (cessão de débito) ● relação jurídica originária = devedor (cedente) e o credor (cedido). ➢ cessionário é o novo devedor ● conceito = se tem o repasse de um débito ● É requisito de validade a anuência (concordância) do credor. Nesse caso, o silêncio não importa, pois não se pode presumir que houve a concordância por parte do credor (quem cala, não consente). ● instituto da co-assunção = possibilidade de entrar um novo devedor para dividir a obrigação da dívida. ● fiador (uma garantia) - contrato de fiança é acessório - garantia pessoal - fidejussória -- em caso de anulação da assunção, as garantias retornam. ➢ o acessório segue o principal, ou seja, o contrato do fiador segue o contrato originário da dívida. ➢ benefício de ordem ● Quando faz essa transmissão do débito entre o cedente e o cessionário, caem todas as garantias. ➢ caso a assunção seja anulada, volta-se a figura do fiador. ● adquirente de imóvel hipotecado (art. 303º do CC) = é necessário resolver a dívida, por isso ele pode pagar a dívida. Sendo essa uma possibilidade, o credor deve ser notificado pela transferência do débito, mesmo que o cedido não tenha impugnado a cessão em trinta dias. ➔ Teoria do pagamento ● de quem deve pagar ? (art. 304 a 307 CC) ➢ devedor e solvens (pode ser um terceiro) ➢ todo devedor é solvens, mas nem todo solvens é devedor. ➢ art. 304º do CC = O solvens pode ser um terceiro interessado ou não interessado juridicamente. ❖ 3º não interessado pode fazer o pagamento em nome e em conta do devedor, ou seja, ele está pagando como se fosse o próprio devedor (liberalidade/doação). ❖ Quando se trata de uma liberalidade, esse 3º desinteressado não possui o direito de reembolso. ➢ art. 305º do CC = Caso o 3º não interessado pague em nome próprio, ele terá direito a reembolso. No entanto, não poderá ocorrer a sub-rogação (substituição), somente aproveitando as garantias. ❖ O reembolso em nome próprio só poderá ser válido na data do vencimento. ➢ art. 306º do CC = Quando o terceiro faz o pagamento depois do prazo prescricional, e o devedor original poder combater/refutar essa ação de cobrança, o terceiro não poderá pedir reembolso. ❖ Murilo deve para as lojas Renner 1000,00 com o prazo prescricional de 5 anos. Passados 6 anos, Murilo pagou. Mesmo tendo passado o tempo de prescrição, não poderá pedir reembolso. ➢ art. 307º do CC = propriedade a non domino ❖ só pode entregar um bem para pagamento sendo eficaz quando este for de sua propriedade para alienação. ❖ para ser proprietário, necessidade de 4 faculdades, sendo esses poderes sob determinado bem. São eles o gozar (fruir), reivindicar (ação), usar (utilizar) e dispor (alienar). ❖ Se o pagamento for de coisa fungível, o credor não poderá ser responsável, que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. ➔ Daqueles a quem se deve pagar / adimplir ➢ art. 308º do CC = se pagar a quem de direito representa, todo credor é accipiens (a quem se deve pagar), mas nem todo accipiens é um credor. ❖ poderes de representação ➢ art. 309º do CC = credor putativo (é o que parece, mas não é) ❖ Quando se faz o pagamento, de boa-fé, para um credor que aparentemente está na posição do credor correto. ❖ O credor putativo baseia-se na teoria da aparência, sendo culpa do credor originário o engano. ❖ Sendo assim, o pagamento será considerado válido. ➢ art. 310º do CC = Não se pode fazer o pagamento para alguém que é incapaz de quitar, ficando sem meios de prova que em benefício dele efetivamente reverteu. ❖ Prova da quitação. ➢ Art. 311º do CC = Pode ser pago ao portador que possui a quitação, atentando-se às circunstâncias que o comprovante se encontra. ➢ art. 312º do CC = Nos casos em que o devedor houver sido intimado da penhora ou de impugnação oposta por terceiro sobre crédito por ele devido, o pagamento que venha efetuar ao credor será considerado ineficaz. Em ambos os casos o credor tem expropriado o poder de receber o crédito, em favor do Juízo. ❖ Exemplo de caso: Pedro deve para João, que é o devedor de Marcos. Se Pedro pagar ao João, Marcos (que entrou com uma ação de cobrança contra João) pode penhorar o crédito que Pedro devia. Assim, Pedro sendo intimado, pagará as custas na ação. Se o P não pagar para M, então entrará em débito com M. Assim, Pedro deverá pagar M e poderá entrar com uma ação contra J. ➔ Do Objeto do Pagamento e Sua Prova ➢ princípio da identidade física da prestação ➢ art. 313º do CC = credor não é obrigado a receber prestação diversa daquela a qual está em questão, mesmo a outra sendo mais valiosa. ❖ para que a solutio tenha o efeito de extinguir a obrigação, ela deve guardar estreita harmonia com o objeto da prestação. ❖ Atenção: a indenização como forma de pagamento em sub-rogação ao cumprimento da prestação não é pagamento em sentido técnico. O credor tem direito à coisa devida, mas, na sua falta, tem a faculdade de receber o substitutivo (perdas e danos). ➢ art. 314º do CC = a obrigação, sendo ela divisível ou não, deverá ser paga de forma inteira. ❖ O credor não é obrigado a receber em partes, caso não tenha sido ajustado de forma contratual. ❖ Exceção: quando se tem diversos credores e o objeto da prestação for divisível, hipótese em que devedor pagará pro rata (proporcional ao tempo) aos titulares do crédito. ❖ ex. obrigação alternativa ➢ art. 315º do CC = vedação de cláusula valutária, considerando o valor do real atual. ❖ Expressão do curso forçado da moeda em curso legal, obrigando o devedor a efetuar o pagamento na moeda nacional e pelo valor, nominalmente, indicado na obrigação. ❖ Há ainda as obrigações decorrentes de atos ilícitos, em que o dever de reparação se liquida em dinheiro. ➢ art. 316º do CC = possibilidade da cláusula de escala móvel / escalonamento. ❖ Começar com uma parcela alta e terminar pagando com parcelas baixas, ou vice-versa. ➢ art. 317º do CC = teoria da imprevisão,manter o contrato ajustado. ❖ objetivo de se promover a reposição do poder aquisitivo da moeda como meio de pagamento. ❖ princípio da conservação dos negócios jurídicos ❖ revisional de contrato ❖ não pode ser associada à regulação da resolução contratual por onerosidade excessiva. ➢ art. 318º do CC = Os pagamentos em ouro ou moeda estrangeira são nulos, pois deve ser considerado a moeda utilizada atualmente, no caso, o real. ➢ art. 319º do CC = o devedor que paga tem direito a quitação regular (recibo), e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. ❖ É extremamente relevante obter a prova da quitação do pagamento, quando este for realizado. ❖ Caso o credor negue a quitação, o devedor poderá exigi-la judicialmente, servindo a sentença como prova da solutio. ➢ art. 320º do CC = A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. ❖ A lei não exige forma particular para a quitação, podendo ser esta realizada por instrumento público ou particular, contendo os requisitos do art. 320º. ❖ Caso a dívida seja paga e não tenha todos os requerimentos ditos no artigo, a prestação ainda assim será considerada paga. ❖ Com exceção na dívida hipotecária, hipótese em que será exigida certidão extraída do registro imobiliário. ➢ art. 321º do CC = O devedor poderá reter (guardar) pagamento até que o credor passe a declaração que inutilize o título. ❖ Pode reter o pagamento até que o título seja encontrado ou ainda, querendo se liberar da prestação, poderá efetuar o depósito do objeto da obrigação em juízo, pedindo a citação do credor e dos terceiros interessados por edital. ➢ art. 322º do CC = Quando o pagamento for em quotas periódicas (prestações), a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. ❖ A presunção é de natureza relativa, cabendo ao credor o ônus de provar que as prestações anteriores não foram quitadas. ➢ art. 323º do CC = em regra geral, paga-se primeiro os juros e depois o capital. ➢ art. 324º do CC = Nas obrigações em que a quitação operar-se por meio da entrega do título, sua devolução ao devedor fará presumir a solução. ❖ O fato que se traz é que o título não estaria, razoavelmente, na posse do devedor, caso este não houvesse solvido o débito. ❖ A presunção estabelecida é relativa, podendo o credor provar, em sessenta dias, que está ilegitimamente desapossado do título. ❖ Tal prazo aplica-se apenas à hipótese de entrega do título ao devedor. ➢ art. 325º do CC = ficarão sob responsabilidade do devedor tanto as despesas de natureza fiscal, quanto aquelas decorrentes das providências para que a coisa seja colocada à disposição do credor. ❖ O ônus do pagamento que for aumentado, por causa do credor (quanto à mora/alteração do domicílio/falecimento deixando herdeiros), será de sua responsabilidade. ❖ O devedor não poderá ser compelido a arcar com as despesas excepcionais, quando modificadas as condições normais de cumprimento da prestação. ❖ tendo o credor o direito ao recebimento da coisa em sua integralidade, não será, em regra, obrigado ao pagamento de qualquer encargo para recebê-la. ❖ A regra tem presunção relativa, podendo ser admitida prova em contrário. Além disso, comporta natureza dispositiva, cabendo convenção entre as partes. ➢ art. 326º do CC = no silêncio do título, prevalecerá, para as obrigações que se pagarem por peso ou medida, os critérios de aferição dominantes no lugar da execução. ❖ A regra perdeu relevância depois da generalização do sistema métrico decimal no país. ➢ art. 327º do CC = As partes podem escolher em qual local será o pagamento. No caso de não convenção, presume-se que o cumprimento será feito no domicílio do devedor, exceto se as circunstâncias indicarem que o devedor renunciou a esse benefício (art. 330º). regra geral lugar domicílio do devedor exceção lugar convenção entre as partes parágrafo único na escolha de dois ou mais lugares escolha do credor exceção art. 328º do CC quando o pagamento se refere a imóveis, o pagamento se realiza no lugar do bem. ➢ art. 328 do CC = se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem. ❖ excepciona a regra geral do art. 327º e dispõe que todas as obrigações relativas a imóveis deverão ser prestadas no local da situação do bem. ❖ As prestações relativas a imóveis devem compreender aqueles que se realizam diretamente nele, como serviços em determinado terreno, reparações em edifícios, tradição de uma servidão; mas não ficam abrangidas outras, como o aluguel, pois nada justifica se pague compulsoriamente no lugar da situação. ➢ art. 329 do CC = Quando se tem um motivo grave para que não ocorra o cumprimento do pagamento no local determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro lugar, sem prejudicar o credor. ❖ as regras sobre o local do cumprimento da obrigação não são de caráter absoluto ❖ suas regras podem ser flexíveis, de acordo com as situações de inacessibilidade temporária do local, impossibilidade de o credor e/ou devedor se locomover no momento de pagamento, etc. ❖ só poderá ser diverso o local determinado quando, provando-se o motivo, não acarretar em prejuízos ao credor ou não agrave a situação do devedor. ➢ art. 330º do CC = Quando se realiza o pagamento ou o recebimento da prestação em um local diverso daquele pelo qual foi determinado contratualmente, presume-se que houve a renúncia do credor a eventual benefício relacionado na escolha do local do cumprimento da obrigação. ➔ Do tempo do pagamento ➢ regra geral - todo pagamento é à vista ➢ contrato de execução diferida - 1x p/ frente ➢ trato sucessivo - parcelado ➢ art. 331º do CC = Quando não se combina a data do pagamento da prestação, o credor pode exigi-la imediatamente. ❖ a lei faculta às partes ajustarem o momento em que a obrigação deverá ser cumprida. ❖ Tal exigibilidade não pode ser recebida como surpresa pelo devedor, possuindo um termo suspensivo à exigibilidade da prestação, o termo moral. ❖ Essa regra deve ser compatibilizada com a natureza da obrigação, de forma que, ilustrativamente, um trabalho complexo não poderá ser exigido de imediato. ❖ poderá o devedor requerer ao juiz a intimação do credor para fixar um termo para o cumprimento da obrigação. ❖ Caso a obrigação, pelas circunstâncias ou por ajuste das partes, houver sido fixada em favor do credor, não poderá o devedor compelí-lo a aceitar a prestação antes do tempo convencionado. ❖ se o prazo houver sido estipulado em favor de ambas as partes, nenhuma delas poderá renunciar sem a anuência da outra. ➢ art. 332º do CC = Nos casos em que for estabelecida condição para o cumprimento da obrigação condicional (aquelas que se subordinam a ocorrência de um evento futuro e incerto para atingir seus efeitos), caberá ao credor aguardar seu implemento, bem como a prova de que o devedor tomou conhecimento de referido implemento, para que a cobrança da prestação possa ser realizada. ❖ Nas situações em que o devedor efetua o pagamento antes do implemento da condição, ele poderá exigir a repetição do que pagou antecipadamente. ❖ até o implemento, não se sabe se, efetivamente, a prestação será devida ao credor. ➢ art. 333 do CC = obrigações a termo --- benefício do devedor de pagar a obrigação em determinado termo, podendo as partes ainda estabelecer outras situações em que referido benefício prescreverá. ❖ não poderá efetuar sua cobrança, enquanto o termo não houver se verificado, sob pena de ser responsabilizado pela exigência antecipada. ❖ Termo essencial (prazo estipulado foi fixado porque a prestação era desejada para determinado momento) = não poderá o devedor cumprir a prestação após seu vencimento. ❖ Termo não essencial = o devedor ainda poderá cumprir com a obrigação, arcando com as eventuais consequências da mora.❖ inciso I - aplicável outrossim aos casos de insolvência civil (art. 955º do CC) ❖ inciso II - o credor perde a segurança de que a dívida será cumprida, razão pela qual pode, desde logo, exigir a prestação do devedor. ➔ Regras Especiais de adimplemento (PROVA) ● Ato unilateral - parte de 1 pólo da relação obrigacional ➢ devedor de um lado e credor de outro ● Consignação de pagamento - 334º a 345º (ato unilateral) ➢ palavra = depósito ➢ hipótese de cabimento: quando irá utilizar aquele instituto, utilizando a consignação quando o credor obstaculizar (botando boneco p/ receber) o adimplemento. ➢ o devedor poderá se valer da ação de consignação em pagamento. ❖ ex: Murilo deve 100 reais para Vanessa, com a data de pagamento para o dia 09/11/21. Se o pagamento foi convencionado para novembro, é direito do devedor o cumprimento dessa obrigação. Um erro não justifica o outro, não é porque o credor não está querendo receber que o devedor não irá fazê-lo. O devedor faz um depósito para o juiz. ➢ consignação de pagamento judicial ❖ uma ação de pagamento no poder judiciário ➢ consignação de pagamento extrajudicial ❖ instituição bancária - o devedor deposita o pagamento em favor do credor. ❖ desjudicialização - tentativa de não levar para a justiça. ➢ motivo de o credor se esforçar ❖ malefícios da mora - inadimplemento relativo ❖ juros, multas, atualização monetária e honorários de advogado. ➢ o depósito só é cabível nas obrigações de dar -- não é possível nas ob. de fazer e não fazer (ação e abstenção) ❖ obrigação = 1 vaca → depositário fiel = pessoa que fica na posse do bem para a disponibilidade do juiz, preservando o bem. ➢ art. 334º do CC = artigo que define a consignação do pagamento. ❖ Não obstante o principal interessado no cumprimento da obrigação seja o credor, a lei permite ao devedor que, independentemente da vontade do arbítrio daquele, efetue o pagamento em consignação e exonere-se da responsabilidade que o vínculo obrigacional lhe impõe. ❖ liberar o devedor da obrigação (e dos efeitos do inadimplemento), protegendo-o de comportamento malicioso ou negligente do credor. ➢ art. 335º do CC = número apertus -- rol exemplificativo, ou seja, algumas hipóteses da possibilidade de consignação (depósito) ❖ inciso I - em caso de recusa injustificada do recebimento ou mesmo no silêncio ou omissão do sujeito ativo da obrigação, poderá ser consignado o pagamento de coisa devida pelo devedor. (quando não se tem um motivo legítimo). ❖ inciso II - quando o credor demora em adotar providências para o recebimento da coisa (dívidas quesíveis), assim, o devedor tem permissão para depositar o objeto da prestação. Os efeitos da mora são exonerados, especialmente em casos de risco de perecimento da coisa. ❖ inciso III - o devedor não pode ficar, eternamente, vinculado ao credor, por dificuldades que a condição deste impõe ao recebimento. ❖ inciso IV - o juiz é quem decide, durante o procedimento judicial, quem é o credor legítimo da obrigação. Caso ninguém compareça para reivindicar a titularidade do bem depositado, o depósito converte-se em arrecadação de bens dos ausentes. ❖ inciso V - nos casos em que o próprio objeto a ser depositado for objeto de discussão judicial ou se, acerca dele, mais de uma pessoa estiver discutindo. Quem adquire bens de insolvente pode evitar as consequências da fraude contra credores depositando, judicialmente, o preço da coisa adquirida e citando todos os interessados. (art. 160º do CC) ➢ art. 336º do CC = Todas as condições subjetivas e objetivas deverão estar presentes para que a consignação seja válida e eficaz, sem eles: em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo. ❖ somente poderá ser consignada obrigação líquida e certa. ❖ A regra geral é que o depósito deverá ser realizado por inteiro para que seja eficaz. ❖ Por outro lado, a jurisprudência do STJ tem compreendido a possibilidade do depósito parcial. ↬ da (im) possibilidade do levantamento do depósito ↫ ➢ art. 337 do CC: ❖ “O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento”, ou seja, nem o credor nem o devedor podem ser compelidos a se deslocar para local diverso do determinado originalmente, para o cumprimento da obrigação. ❖ “cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos,” isto é, o depósito libera o devedor dos efeitos da mora, afastando, por conseguinte, os juros dos débitos e os riscos pelo perecimento da coisa. ❖ “salvo se for julgado improcedente.”, ou seja, o devedor responderá, integralmente, por todos os efeitos decorrentes da mora no período em que tramitou a ação de consignação judicial, em caso de improcedência da ação. ➢ art. 338 do CC = No caso de o credor ainda não ter aceito ou recusado a coisa depositada, poderá o devedor realizar o levantamento (pegar de volta). ❖ o devedor irá arcar com as respectivas despesas processuais. ❖ Como o pagamento não foi realizado, então o devedor também irá se responsabilizar pelos efeitos do inadimplemento. ➢ art. 339º do CC = uma vez que o depósito é dado como procedente, o devedor não poderá realizar o levantamento do valor, mesmo com o consentimento do credor. ❖ perderá ele a preferência e garantia referentes ao objeto depositado. ❖ “senão de acordo com os outros devedores e fiadores”, nesse caso haverá a necessidade de concordância dos fiad. e codev., podendo estes sofrerem prejuízos com o eventual levantamento. Caso concordem, continuam responsáveis pela dívida, e no contrário ficarão liberados da obrigação. ➢ art. 340º do CC = caso o credor, depois de contestar ou aceitar o depósito, consentir o levantamento do depósito ao credor, ele perderá as garantias e preferência. Sendo assim, os fiadores e co-devedores que não tenham concordado com isso, serão extintos da obrigação. ➢ art. 341º do CC = no caso de obrigações de coisa imóvel ou corpo certo, o devedor poderá citar o credor para buscá-la ou mandar receber, sob pena de ser depositada. (dependerá do objeto) ➢ art. 342º do CC = em relação a coisa indeterminada, quando a escolha é do credor, será ele citado para a decisão dela. ❖ Caso o credor não atenda a citação, o devedor fará, ante a mora creditoris, a escolha, e uma vez feita tal escolha, a obrigação passará a ser de coisa certa. (art. 244 CC) ➢ art. 343º do CC = despesas com o depósito judicial ❖ depósito é julgado procedente → despesa judicial é responsabilidade do credor ❖ depósito é julgado improcedente → despesa judicial é responsabilidade do devedor. ➢ art. 344º do CC = consignação e obrigação litigiosa ❖ havendo litígio sobre o objeto do pagamento entre credor e terceiro, se o devedor ciente da litigiosidade efetuar o pagamento ao credor, em lugar de efetivar a consignação, a validade desse seu ato dependerá do êxito da demanda, ficando sem efeito se o terceiro for o vencedor. ❖ Assim, o devedor ficará obrigado a pagar o verdadeiro credor que venceu a demanda, tendo, todavia, o direito de pedir a devolução do que pagou, antes da decisão da ação, ao litigante vencido. ❖ Se devedor, ignorando tal litígio, vier a pagar ao credor, será exonerado da obrigação; logo, se terceiro for vencedor da demanda, caber-lhe-á pleitear do credor aquilo a que faz jus, não podendo responsabilizar o devedor que cumpriu a prestação, desconhecendo a controvérsia existente. ❖ exemplo: Bia (credora primária) e Gabriela (terceira) estão em um litígio pela obrigação que Alice está devendo. 1ª opção. quando a devedora tem conhecimento do litígio: efetuou pagamento para Bia antes da decisão → caso Gabriela vença, poderá pedir a devolução do valor para Bia antes da decisão 2ª opção. quando a devedora não tem conhecimento do litígio: efetuou pagamento para Bia → a devedora será exonerada (retirada) da obrigação. obs para a 2ª opção: caso Gabriela ganhe, ela terá que pleitear com Bia pelo valor já recebido de Alice. ➢ art. 345º do CC = possibilidade de o credor ajuizar a consignatória ❖ No caso de litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, em situações de vencimentoda dívida e não tendo havido o depósito pelo devedor, qualquer um dos credores poderá requerer a consignação. ❖ É garantido ainda o direito de receber a satisfação do crédito, exonerando-se o devedor, pouco importando qual dos credores seja reconhecido como detentor legítimo do direito creditório, que irá levantar a prestação depositada. ● Do pagamento com sub-rogação (art. 346 a 351 CC) ➢ ocorre pelo cumprimento da obrigação realizada por terceiro, com a consequente substituição de credores, ou seja, uma dívida que é paga por um terceiro que adquire o crédito e satisfaz o credor. ➢ substituição de pessoas, porém, não há extinção da dívida e nem liberação do devedor, que passa a dever a esse terceiro. ➢ A sub-rogação representa considerável vantagem, pois transfere ao sub-rogado esses mesmos acessórios, sem haver mister de constituí-los de novo, pois é a própria relação jurídica original, em sua integralidade, que lhe é transmitida. ➢ modalidades: - sub-rogação legal = é o cumprimento da obrigação que decorre da lei, independentemente de declaração do credor ou do devedor. - sub-rogação convencional = decorre por iniciativa do devedor ou credor. ➢ art. 346 do CC = da sub-rogação legal ❖ inciso I - caso em que um dos credores paga a dívida do devedor comum para defender seus próprios interesses, ou seu próprio crédito que pode, ante a garantia dos demais credores, não se ver pago. ❖ inciso II - caso em que o adquirente de um imóvel hipotecado paga o credor hipotecário para que sua aquisição imobiliária não seja garantia de um débito do alienante (devedor), o que pode fazer com que este seja até possivelmente privado da propriedade da casa se esta for a excussão judicial. ❖ inciso III - caso em que terceiro interessado paga dívida pela qual poderia ser obrigado, no todo ou em parte, caso houvesse inadimplemento do devedor. ➢ art. 347 do CC = da sub-rogação convencional, quando há acordo entre credor e terceiro ou devedor e terceiro nos seguintes casos: ❖ inciso I - quando o terceiro, interessado ou não, realiza o pagamento da obrigação ao credor e, expressamente, lhe transfere todos os seus direitos e garantias. ❖ inciso II - quando o terceiro empresta para o devedor a quantia necessária para solver a dívida com o credor, tendo a condição, expressa, de ficar sub-rogado nos direitos do credor. Este terceiro recebe o nome de mutuante, por ser quem faz o empréstimo para o devedor (mútuo - empréstimo de coisa fungível) e o devedor de mutuário, aquele que recebe o empréstimo. ➢ art. 348 do CC = observação das regras da cessão de crédito quanto ao inciso I do art. 347. ❖ Vigorará as regras da cessão de crédito no caso do credor receber de terceiro o pagamento e expressamente lhe transferir todos os seus direitos. ➢ art. 349 do CC = extensão da sub-rogação ❖ a sub-rogação transfere para o sub-rogado todos os direitos, garantias, privilégios e ações que o credor primitivo possuía contra o devedor principal e contra os fiadores. ➢ art. 350 do CC = limites da sub-rogação legal. ❖ aquele que se sub-rogar nos direitos do credor a partir de um dos casos do art. 346, só poderá exercer os direitos e ações a que se sub-rogou até o limite da quantia que tiver desembolsado pelo devedor. exemplo. A é devedor de R$ 100.000 para B, C se sub-roga nos direitos de B desembolsando não o valor total, mas R$ 50.000, logo, não pode mais cobrar o débito todo, mas apenas a quantia que desembolsou; esta é uma norma que proíbe e veda o enriquecimento sem causa por parte do sub-rogado. ➢ art. 351 do CC = preferência do credor originário perante o sub-rogado para cobrar o restante da dívida de devedor que não tem bens suficientes para saldar ambas em sub-rogação parcial. ❖ sub-rogação parcial - aquele em que terceiro paga apenas parte da dívida, passando a ter direitos do credor, proporcionalmente ao que pagou. ❖ Neste caso, o devedor que não tiver bens possíveis para suportar a cobrança de duas dívidas, a do credor originário e a do sub-rogado, terá o credor originário preferência para cobrar a dívida. ➢ Diferença entre a sub-rogação e a cessão de créditos: ● da imputação do pagamento (art. 352 a 355 do CC) ➢ consiste na indicação ou determinação da dívida a ser quitada quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor e efetua pagamento não suficiente para saldar todas elas. ➢ exemplo. imagine 3 dívidas de 50, 100 e 200 mil reais e que o devedor remete cinquenta mil reais ao credor, abrindo duas hipóteses. A primeira delas, e a que nos interessa, é a do devedor indicar se o valor servirá para cobrir a primeira dívida por inteiro, ou, parte de alguma das outras duas. A outra hipótese é que, se o credor não aceitar receber as dívidas de 100 e 200 mil reais de forma parcelada, não há que se falar em imputação (e, portanto, não nos interessa agora, mas é importante saber que existem). ➢ requisitos da imputação do pagamento: - pluralidade de débitos - existência de mais de uma dívida. - identidade de partes - necessário que os débitos existentes vinculem o devedor a um mesmo credor. - natureza idêntica das dívidas - os débitos devem ser da mesma natureza, ou seja, devem ter por objeto coisas fungíveis de espécie e qualidade idêntica. - possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito - é necessário que o pagamento seja suficiente para resgatar mais de um débito, mas não todos. ➢ espécies de imputação: - por indicação do devedor - a pessoa obrigada tem o direito de escolher qual débito deseja saldar (art. 352). Há, contudo, algumas limitações: I -- o devedor só pode imputar pagamento em dívida vencida, se o prazo foi estabelecido em benefício do credor. Sendo o prazo estipulado em proveito do devedor, poderá renunciá-lo e imputar o pagamento em dívida ainda não vencida. II -- o devedor pode imputar o pagamento em dívida cujo montante seja superior ao valor ofertado, salvo acordo entre as partes, pois pagamento parcelado do débito só é permitido quando convencionado. III - o devedor pode pretender que o pagamento seja imputado no capital quando há juros vencidos. Essa limitação encontra razão de ser no direito de o credor receber, antes, os juros que já venceram, para depois ver a dívida quitada. - por vontade do credor - ocorre quando o devedor não declara qual das dívidas que pagar. (art. 353) portanto, ficou determinado que se o devedor aceitar a determinação de qual débito foi quitado, feita pelo credor, nada mais poderá fazer, salvo nos casos em que demonstre ter havido algum tipo de coação. - imputação em virtude de lei - aplica-se a imputação legal quando nem o devedor ou o credor indicarem a qual dívida e a quitação for omissa, não se sabe a qual se refere o pagamento efetuado. (art. 355) cronograma para imputação legal: (I) Primeiro, imputa-se o pagamento aos juros vencidos; (II) Quitado os juros ou, inexistindo estes, o pagamento será imputado às dívidas vencidas; (III) Havendo dívidas líquidas e ilíquidas, serão quitadas primeiro as líquidas, pela ordem de seu vencimento (as que venceram primeiro, ou seja, as mais antigas). (IV) Se todas forem líquidas e vencidas, a imputação respeitará a ordem de onerosidade, ou seja, será considerada paga a mais onerosa primeiro. ➢ art. 354 do CC = havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital. ● da dação em pagamento (art. 356 a 359 CC) ➢ É uma das formas de extinção obrigacional em que o credor aceita que o devedor encerre a relação existente entre eles pela substituição do objeto da prestação. ➢ É um acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que lhe é devida. (art. 356) ➢ regra geral - o credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa (art. 313). ↪ no entanto, se aceitar a oferta de uma coisa por outra, caracterizadaestará a dação em pagamento. ➢ Trata-se de negócio jurídico bilateral, oneroso e real. ➢ requisitos da dação em pagamento: - existência de um débito vencido - animus solvendi (intenção de pagar) - diversidade do objeto oferecido, em relação ao devido originário - consentimento do credor na substituição ➢ art. 357 do CC = sendo o valor do objeto prefixado, o negócio será regido pelos princípios da compra e venda (como se o credor comprasse o objeto do devedor). ➢ art. 358 do CC = caso a prestação original seja substituída pela entrega de um crédito, o negócio se valerá das regras aplicadas aos casos de cessão de crédito. ❖ deverá o cedido ser notificado para que o negócio seja válido para ele. ➢ art. 359 do CC = no caso de evicção, restabelece-se o status quo ante, ficando anulada a dação. ❖ evicção - quando o indivíduo dispõe de algo que uma sentença judicial determinou não ser de sua propriedade, ou seja, quando ele entrega como pagamento algo que não era dele e sim de um terceiro. ● Instituto da novação (art. 360 a 367 CC) ➢ conceito = o instituto da novação é aquele pelo qual se faz uma nova obrigação extinguindo a primeira. (1º acordo) ➢ ela possui dois momentos que ocorre conjuntamente, ou seja, extingue a obrigação antiga e cria uma nova. (inciso I, do art. 360º CC) ➢ modalidades: - subjetiva = quando se altera uma ou mais partes. Acontece a troca do credor ou devedor na nova obrigação. (inciso II, art. 360º). 1. subjetiva ativa - troca o credor 2. subjetiva passiva - troca o devedor ↳ por delegação = há o ajuste entre o devedor antigo e o novo, existe um diálogo. ↳ por expromissão = tirar o devedor independentemente da vontade dele. - objetiva = a troca da prestação, do valor. - mista = quando troca tudo, ou seja, a(s) parte(s) e a prestação. (inciso III, art. 360º) ➢ art. 361º do CC = animus novandi → intenção ou a vontade de NOVAR, ou seja, a vontade da pessoa de querer. ➢ art. 362º do CC = havendo ajuste nessa situação em que o devedor vai ser substituído, pode ocorrer sem o consentimento dele. ❖ novação subjetiva passiva por expromissão ➢ art. 363º do CC = no caso em que o novo devedor seja insolvente (sem condições), o credor não pode entrar com uma ação regressiva contra o primeiro credor (regra geral). ❖ exceção - no caso da substituição se deu por má-fé. ➢ art. 364º do CC = a novação não preserva os acessórios e as garantias ❖ se a primeira dívida tivesse fiador, juro, etc; tudo cai se não tiver estipulação em contrário. ❖ que a novação, para manter a garantia, tem que ter a participação do devedor responsável. ➢ art. 365º do CC = quando o devedor solidário, que autorizou o animus novandi, então os bens e garantias subside a ele. ➢ art. 366º do CC = o fiador só entra na nova obrigação se ele concordar. ➢ art. 267º do CC = pode fazer novação de dívidas anuláveis e não nulas (não é apta a produzir efeito). ● Instituto da Compensação (art. 368 a 380 CC) ➢ conceito: quando duas pessoas forem, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra, poderemos verificar a compensação. Logo, poderá ocorrer a extinção da obrigação até onde se compensar, por parte ou inteiro. (art. 368) ➢ tem-se dois débitos contrapostos, que se compensam com o intuito de alcançar o adimplemento. ➢ evita a duplicidade de pagamento e facilita o negócio. ➢ exemplo: Imaginemos que A tem uma dívida com B no valor de R$ 10 mil, por uma reforma feita em seu imóvel. Ao mesmo tempo, B tem uma dívida com A no valor de R$ 12 mil pela compra de uma motocicleta há cerca de um ano atrás. Para facilitar as negociações, podem as dívidas serem compensadas no que forem equivalentes, ou seja, A deixa de receber 10 mil de B, ficando, dessa forma, obrigado a pagar apenas os 2 mil reais de diferença entre as dívidas. Assim, evita-se a movimentação de quantias desnecessárias. ➢ Em casos em que as dívidas forem exatamente iguais, compensam-se totalmente, ficando ambos exonerados como se houvesse existido pagamento. ➢ espécies de compensação: - legal → são aquelas que se operam automaticamente, independentemente da oposição de qualquer um dos interessados. (art. 369 e 370) necessita de quatro requisitos para que a compensação ocorra automaticamente de forma legal, sendo eles ↴ liquidez do débito - dívidas líquidas são aquelas certas quanto à existência e determinadas quanto ao objeto, havendo liquidez, portanto, temos certeza de que o objeto é preciso quanto à natureza, qualidade e quantidade. exigibilidade do débito - aquela que já ultrapassou o termo de vencimento ou condição, o que significa dizer que agora ela pode ser cobrada, portanto, poderá ser compensada. fungibilidade das prestações - possam ser substituídas por outras de mesma espécie, qualidade e quantidade. Isso garante que as dívidas só serão compensadas automaticamente com outras do mesmo gênero e nenhum dos indivíduos será prejudicado. reciprocidade das obrigações - é um pressuposto para a compensação. - convencional → resulta da autonomia das partes, onde os contratantes podem livremente dispor de seu crédito deliberando por extinguir os créditos (e débitos) reciprocamente. Ocorrem nas hipóteses em que não estiverem presentes os pressupostos para a compensação legal dos artigos 369 e 370. Nada impede que as partes compensem débitos líquidos, inexigíveis ou infungíveis. Nesses casos, contudo, a compensação não será de pleno direito, mas por desejo das partes. A vontade das partes pode suprir a falta de qualquer um desses requisitos e a compensação ocorre normalmente. - Judicial → a sua especificidade reside na questão da liquidez dos créditos envolvidos, pois embora originalmente ausente a liquidez, pode esta ser determinada por uma decisão judicial. O pronunciamento do juiz não é um papel meramente declarativo. A sua decisão serve para suprir uma qualificação indispensável (liquidar o objeto) para que ele ocorra. ➢ Limites à compensação - As partes podem estabelecer cláusula no negócio que impossibilite a compensação de determinado crédito, pois poderá ser limitada pela autonomia das partes. - Em situações que ocorra a renúncia ao poder de compensar, é necessário que ela seja prévia, o que significa que ela deve ser apresentada antes que se verifiquem as qualidades que permitem a compensação legal (liquidez ou exigibilidade). art. 375. - Para resguardar a função social do contrato, qualquer forma de renúncia ou acordo que impossibilite a compensação será anulada quando implicar lesão que cause prejuízos a direitos de terceiros. (art. 380) - O art. 373 prevê alguns impedimentos à compensação, sendo eles: 1. se provier de esbulho, furto ou roubo. 2. se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos. 3. se uma for de coisa não suscetível de penhora. ➢ Como exceção ao princípio da personalidade, há a hipótese de o fiador poder opor ao credor crédito do afiançado. A recíproca, no entanto, não é verdadeira. (art. 371) Ex. admite-se a compensação de honorários com crédito do executado em face do exequente. ➢ A compensação requer a personalidade dos sujeitos. É por essa razão que o representante legal ou convencional de alguém não pode opor o crédito do representado para compensar débito próprio. (art. 376) ➢ O princípio da personalidade não é afrontado pela cessão de crédito. Assim, o devedor cedido pode opor, em compensação, crédito que tenha em face do cedente perante o cessionário, desde que este seja anterior à transferência da obrigação. (art. 377) Tal oposição deve ser feita no momento em que o devedor for notificado da cessão, sob pena de não poder fazê-lo posteriormente. ➢ Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se pode compensar sem dedução das despesas necessárias à operação. (art. 378) ➢ Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento. (art. 379) ● Instituto do pagamento em confusão (art. 381 a 384) ➢ conceito: é caracterizada quando as duas qualidades, sendo elaso credor e o devedor, encontram-se em uma só pessoa, dá-se a confusão. ➢ Nesse caso, quando se encontra em uma só pessoa, extingue-se a obrigação, porque ninguém pode ser juridicamente obrigado para consigo mesmo ou propor demanda contra si próprio. (art. 381) ➢ para caracterizar a confusão, são necessários os seguintes requisitos: - unidade da relação obrigacional = esta unidade pressupõe, portanto, a existência do mesmo crédito ou da mesma obrigação. - união, na mesma pessoa, das qualidades de credor e devedor = pois apenas quando a pretensão e a obrigação concorrerem no mesmo titular é que se terá a confusão. - ausência de separação dos patrimônios = aberta a sucessão, não se verificará a confusão enquanto os patrimônios do de cujus e do herdeiro permanecerem distintos, não incorporando o herdeiro, em definitivo, o crédito ao seu próprio patrimônio. ➢ A confusão pode se originar de uma transmissão universal de patrimônio, o mais comum é a causa mortis. Pode ocorrer por ato entre vivos quando, por exemplo, uma empresa, credora de outra, vem a receber todo o patrimônio da outra. Pode também, o fenômeno derivar de cessão de crédito, de sub-rogação. ➢ A confusão pode se dar tanto de forma total como parcial na dívida, sendo assim extinto a parte ou no todo, a depender do caso. ➢ Ela não ocasiona na extinção da dívida agindo sobre a obrigação, mas sim sobre o sujeito ativo e passivo, na impossibilidade do exercício simultâneo da ação creditória e da prestação. ➢ Ela pode ser classificada como: Total ou Própria, caso se constate a respeito de toda a dívida que pode ser parcial ou imprópria, se efetivar apenas em relação a uma parte do débito ou crédito. ● Instituto do pagamento por remissão (art. 385 a 388 CC) ➢ conceito: a remissão possui o significado de perdão da dívida. É considerada uma forma de extinção da obrigação. A remissão implica a extinção da relação obrigacional por meio do perdão. O credor perdoa o devedor do que é devido e a obrigação se extingue. ➢ remissão quanto ao seu objeto: - remissão total = ocorre quando se é perdoada completamente a dívida. Como, por exemplo, A deve 4 milhões de reais de B, e B realiza a remissão total da dívida, perdoando A do pagamento. - remissão parcial = ocorre quando apenas por uma parte da dívida. Como por exemplo, A deve 4 milhões de reais a B, e B realiza a remissão de 2 milhões de reais, ficando A devedor de 2 milhões de reais. ➢ remissão quanto à forma - expressa = ocorre quando o credor remitente perdoa a dívida de forma escrita, verbal. - Tácita = quando o credor desenvolve uma conduta que faz inferir que ele perdoou a dívida. Como, por exemplo, "A" é credor de 2 milhões, “B” paga 400 mil reais a “A” e “A” lhe dá um recibo no valor de 2 milhões. Assim, tacitamente o “A” está remindo 1 milhão e 400 reais. Pois recebeu só 400 mil e deu um recibo dizendo que recebeu os 2 milhões. - presumida = aquela determinada na lei ➢ ART. 286 A 388 PROVA
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