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Material de apoio - Processo Civil - Tatiane Kipper

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Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professora Tatiane Kipper 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professora Tatiane Kipper 
 
1. CONTESTAÇÃO 
 
Da mesma forma que é assegurada a garantia da Inafastabilidade da 
Jurisdição, do direito à ação, deve ser permitido ao Réu, no processo civil, o 
direito de se defender. 
Em razão dos princípios do contraditório e da ampla defesa é necessário 
que a parte Requerida tenha ciência do processo, para que possa se 
manifestar, contestar, bem como se defender de forma ampla e efetiva. 
Portanto, proposta a ação pelo Autor, o Réu deve ser informado através 
da citação que existe uma demanda contra ele, consoante dispõe o artigo 238 
do Novo CPC. 
Logo, deve ser dada a oportunidade ao Réu de reagir à pretensão da 
parte contrária, dando ciência ao que foi descrito e comprovado pelo Autor na 
inicial. 
Observar que o novo CPC houve profundas transformações no que se 
refere à forma procedimental da apresentação da defesa pelo réu, com a sua 
simplificação e diminuição dos atos processuais. 
Ou seja, como exemplo, pode-se mencionar que a incompetência 
relativa, reconvenção e impugnação ao valor da causa que antes eram 
apresentadas em peças autônomas, pelo novo CPC passam a ser feitas na 
própria contestação. 
Conclui-se que com o advento do CPC/15, várias questões que no 
CPC/73 eram alegadas em petições apartadas (incompetência relativa, 
impugnação do valor da causa, impugnação à justiça gratuita) passam a ser 
matérias suscitáveis em alegação de preliminar de contestação, conforme 
previsão do art. 337 do CPC/15. 
A defesa do Réu deve ser efetiva e da mesma forma ampla, atingindo 
questões processuais ou de mérito, podendo ser dividida em direta e indireta. 
OU SEJA, PRELIMINARES E DEFESA DE MÉRITO. 
 
A CONTESTAÇÃO ESTÁ REGULADA 
NOS ARTIGOS 335 A 342 DO CPC 
040 01 
 
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1.1 Da defesa quanto às preliminares e quanto ao mérito: 
 
Defesa do réu pode incluir alegações de mérito e outas de índole 
meramente processual. 
Como exemplo, pode ser suscitada uma Ação de Indenização de Danos 
Materiais em razão de um acidente entre veículos automotores. No referido 
processo, o Autor pleiteia Danos Materiais no veículo no valor de R$ 5.000,00 
(cinco mil reais), conforme provas produzidas. 
Na defesa, se o Réu alegar a inépcia da Petição Inicial ou 
Litispendência, estaria atacando aspectos processuais, e assim, seria a 
chamada defesa quanto às preliminares. 
No entanto, quando no mérito (também chamada de defesa substancial), 
alegar que não foi o causador do acidente, ou que não houve os danos 
referidos, estar-se-ia praticando a defesa direta de mérito. 
Seria aconselhável ao Réu alegar apenas preliminares na Contestação, 
por exemplo? Não, pois é de se considerar que, em caso de eventual não 
acolhimento pelo magistrado de alguma preliminar suscitada pelo Réu o 
processo continua, sendo analisado o mérito da questão levantada pelo Autor. 
Assim, deverá o Réu, mesmo existindo evidente vício processual apresentar 
impugnação também no que se refere à relação de direito material. 
Por isso que em sede de Contestação, as defesas quanto às 
preliminares devem ser apontadas antes, ou seja, em preliminares, 
justamente por serem analisadas antes do mérito da ação. Assim, o processo 
sendo extinto sem resolução do mérito por conta de uma preliminar. 
Logo: 
PRELIMINARES (Ou defesa processual)  VEM ANTES DO MÉRITO 
NA PEÇA DA CONTESTAÇÃO; 
QUANTO AO MÉRITO  O RÉU EXPÕE A SUA VERSÃO DOS 
FATOS E DO DIREITO QUE IMPUGNA O PEDIDO DO AUTOR; 
 
Há ainda a divisão da defesa de mérito em direta ou indireta. 
 
 
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1.2 Conceito de contestação 
Contestação é o meio pelo qual o Réu oferece sua defesa em relação à 
demanda ajuizada pelo Autor. 
Considerada a principal manifestação do mesmo, haja vista que é neste 
meio processual que deverá impugnar as alegações trazidas na inicial, de 
maneira a buscar que a ação não continue ou que os pedidos deduzidos pela 
parte Autora sejam improcedentes. 
 
1.3 Princípio da eventualidade 
Ao contrário do que ocorre com a inicial, a contestação é uma peça 
processual de redação livre, de forma que não precisam ser preenchidos 
requisitos, conferindo-se liberdade em termos de forma. 
 
Ou seja, deve haver a concentração da defesa na contestação, de forma 
que inclusive a contestação poderá conter teses em princípio incompatíveis 
entre si. 
 
COM ISSO, TODAS AS ARGUMENTAÇÕES DEVEM SER REUNIDAS, 
AINDA QUE EXCLUDENTES, DEVENDO O MAGISTRADO LEVAR EM 
CONSIDERAÇÃO A PRIMEIRA E, CASO ESSA NÃO SEJA ACOLHIDA, 
ANALISARÁ A SEGUNDA E ASSIM SUCESSIVAMENTE. (LOURENÇO, 
2017). 
 
EXEMPLO 1: “A” ingressou com uma ação de cobrança contra “B”. “B” 
na contestação afirma: (I) QUE NÃO CELEBROU O CONTRATO COM “A”; (II) 
CASO O JUIZ ENTENDA QUE TENHA CELEBRADO, A DÍVIDA ESTÁ 
PRESCRITA; (III) CASO VOSSA EXCELÊNCIA ENTENDA QUE A DÍVIDA 
NÃO ESTÁ PRESCRITA, O CONTRATO SERIA NULO PELA OCORRÊNCIA 
DE DOLO; 
 
EXEMPLO 2: que o réu não foi responsável pelo acidente, porém, caso 
condenado que não seja no valor requerido pelo autor. 
 
 
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No entanto, apesar de haver tal entendimento alguns pontos devem ser 
observados, como o endereçamento e indicação do número do processo, nome 
das partes (a qualificação se fará necessária se houver alguma retificação em 
relação ao apontado na Inicial), requerimento de provas, conclusão ou pedido, 
requerimento da juntada de procuração. 
 
Além disso, a contestação é orientada pelo princípio da 
EVENTUALIDADE, previsto no art. 336 do Novo CPC, quando estabelece: 
 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de 
defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o 
pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. 
 
CONSEQUENCIA DE NÃO ALEGAR NA CONTESTAÇÃO  
PRECLUSÃO 
 
 O Réu, após a contestação, pode arguir novos argumentos, 
complementando a defesa? 
Somente pode ocorrer em caso de fato ou direito superveniente (questão 
surgida após a apresentação da contestação) quando o juiz puder conhecer de 
ofício ou quando se referirem a matérias que podem ser conhecidas a qualquer 
tempo e qualquer grau de jurisdição, pois não sujeitas à preclusão. 
 
Tal previsão encontra-se no art. 342 do Novo CPC: 
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas 
alegações quando: 
I - relativas a direito ou a fato superveniente; 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em 
qualquer tempo e grau de jurisdição. 
 
 
Não obstante a obrigação do Réu de observar o princípio da 
eventualidade deve o mesmo apresentar sua defesa respeitando o denominado 
ônus da impugnação específica, a fim de que não haja presunção de fato não 
impugnado. 
 
 
 
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1.4 Ônus da impugnação especificada 
Segundo a previsão do ônus da impugnação especificada, o Réu não 
pode apresentar contestação genérica, de forma a se limitar a dizer de forma 
ampla que as alegações do Autor não merecem amparo. Ou seja, ao buscar a 
improcedência do pedido inicial deve referir as razões para tanto. 
 
Dessa forma, o Réu tem que enfrentar de forma específica aquilo que foi 
alegado pelo Autor e não se limitar a dizer que os argumentos não são 
verdadeiros. 
 
E se não for realizada a impugnação especificada? Ocorre a 
presunção dos fatos não rebatidos, o que autoriza o julgamento de forma 
antecipada. Nesse sentido é a previsão do art. 341 do Novo CPC: 
 
Art. 341. Incumbe também aoréu manifestar-se precisamente sobre 
as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se 
verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei 
considerar da substância do ato; 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu 
conjunto. 
 
Sobre as consequências da não impugnação especificada, haverá a 
presunção de veracidade dos fatos não rebatidos, autorizando o magistrado a 
julgar antecipadamente o processo, em vista da desídia do Réu. 
 
Logo, essa previsão traz como consequência de que não é possível 
a contestação por negativa geral  EXCEÇÃO: previsão do parágrafo 
único do art. 341 do CPC  tais sujeitos poderão fazer contestação por 
negativa geral; 
 
 
 
 
 
 
 
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1.5 Prazo 
O prazo para oferecimento da contestação é de 15 dias. Hoje, com o 
novo CPC, o prazo para contestação vai ter que observar a realização da 
audiência de conciliação ou mediação. 
 Observar que contam apenas os dias úteis – art. 219 do CPC. 
 OBSERVAR QUE NOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS O 
PRAZO DA CONTESTAÇÃO PODERÁ SER OUTRO E TER OUTRO 
MARCO INICIAL. 
 
Quanto ao termo inicial, devem ser observados os incisos do artigo 335 
do Novo CPC: 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo 
de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: 
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão 
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição; 
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de 
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a 
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; 
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a 
citação, nos demais casos. 
 
No que tange ao inciso I, do art. 335, verifica-se que o prazo da 
contestação tem como termo inicial, ou seja, começa a fluir a partir da 
realização da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de 
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não 
houver a autocomposição. 
 
Caso ambas as partes manifestarem-se acerca da não realização 
de audiência de conciliação e/ou mediação, e, dessa forma, não sendo 
realizada, qual o prazo para defesa? Neste caso, vai ser aplicada a previsão 
do art. 335, II, segundo o qual, o termo inicial começa a correr do protocolo 
do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo Réu. 
 
Ou seja, caso o Réu não tenha interesse na audiência de conciliação ou 
de mediação, o termo inicial para contestar contar-se-á da data do protocolo do 
 
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pedido de cancelamento da referida audiência. DO DIA DO SEU PEDIDO DE 
CANCELAMENTO DA AUDIENCIA. 
 
O art. 335, II, CPC/15 é uma exceção, pois para que a audiência de 
conciliação não seja realizada é necessário que Autor se manifeste na Inicial e 
o Réu em petição própria. Este protocolo deverá ser feito com 10 (dez) dias 
de antecedência, contados da data da audiência. 
 
Observar o caso dos litisconsortes: 
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 
334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos 
réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de 
cancelamento da audiência. (BRASIL, 2015). 
 
O parágrafo primeiro do art. 335 faz referência ao 6º do artigo 334 do 
NCPC. Cabe assim esclarecer que o artigo 334 do CPC/15 estabelece a 
realização de audiência de conciliação ou mediação, sendo que o parágrafo 6º 
prevê a desistência de tal audiência por parte dos litisconsortes: 
 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não 
for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima 
de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 
(vinte) dias de antecedência. 
(...) 
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da 
audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 
 
Dessa forma deve haver a unanimidade entre os litisconsortes réus. 
Quando houver mais de um réu, é necessário que todos manifestem recusa 
à audiência de conciliação para que esta não seja realizada. 
A partir de cada recusa começa a fluir o prazo para contestação, de 
forma que o prazo não vai ser comum, mas individualizado para cada réu. 
Porém, se apenas um, por exemplo, se manifestar pela não realização 
da audiência, está se realizará. Assim, por uma questão de isonomia, o prazo 
para contestar para todos será contado da audiência. ENTENDIMENTO ESTE 
DOUTRINÁRIO. 
 
 
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Quanto ao termo inicial para apresentação da contestação, conforme 
previsão do inciso III do art. 335 do CPC/15, tal dispositivo prevê a aplicação 
subsidiária do artigo 231 do CPC/15, a depender da forma que foi realizada a 
citação. O artigo 231 do Novo CPC assim dispõe: 
 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do 
começo do prazo: 
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a 
citação ou a intimação for pelo correio; 
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a 
citação ou a intimação for por oficial de justiça; 
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se 
der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria; 
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a 
citação ou a intimação for por edital; 
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou 
ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a 
intimação for eletrônica; 
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não 
havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem 
devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar 
em cumprimento de carta; (...). 
 
Então, por exemplo, de acordo com o previsto no inciso I do art. 231 do 
CPC/15, o prazo da contestação é de quinze dias, tendo como termo inicial a 
juntada do mandado de citação ou Aviso de Recebimento (AR) aos autos. 
Já, se a citação for realizada por edital, a apresentação da resposta 
começa a fluir depois do encerramento do prazo nele fixado. 
Observar ainda a previsão do §2º do artigo 335, que estabelece: 
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo 
litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu 
ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação 
da decisão que homologar a desistência. 
Ou seja, se o direito não admitir a autocomposição, a audiência não será 
designada. E, caso o Autor desista da ação em relação a um dos litisconsortes 
ainda não citado, o prazo para contestação correrá da data de intimação da 
decisão que homologar a desistência. 
Lembrar que de acordo com o procedimento do CPC/15, a contestação 
será apresentada após a realização da audiência de conciliação e mediação. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334%C2%A74ii
 
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No entanto, conforme o art. 340 do CPC/15, a contestação será 
apresentada antes desta audiência, quando for hipótese de alegação de 
incompetência absoluta ou relativa: 
 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a 
contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato 
que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, 
preferencialmente por meio eletrônico. 
 
1.6 Preliminares 
As defesas quanto às preliminares são aquelas que alegam aspectos 
processuais, não se pretendendo enfrentar o mérito da ação. São intituladasde 
preliminares, apresentadas na contestação antes do mérito, podendo ser 
divididas em peremptórias e dilatórias. 
 
 PEREMPTÓRIAS: são aquelas, que, caso forem acolhidas 
colocam fim ao processo. 
 DILATÓRIAS: apenas suspendem ou dilatam o curso do 
processo, não o extinguindo. Assim, sanado o vício ou o requisito 
que faltava, o processo segue seu curso normal. 
 Há quem aponte ainda as dilatórias potencialmente 
peremptórias: ou seja, em um primeiro momento não 
acarretariam a extinção, mas se não for cumprido o que o juiz 
determinar  daí trazem como consequência a extinção. EX: 
REGULARIZAÇÃO PROCESSUAL. 
 
Ou seja, fala-se que as preliminares podem ou não ser prejudiciais à 
análise do mérito (art. 485 do CPC, quando não há resolução de mérito). 
As preliminares – algumas delas - objetivam que o juiz não analise o 
mérito da causa e encerre o processo sem resolução de mérito. 
ATENÇÃO: Cuidar o artigo 487, parágrafo único que estabelece 
previsão acerca da prescrição ou decadência, isto é, que não deverão ser 
reconhecidas pelo juiz sem que antes seja dada oportunidade às partes de 
manifestar-se: 
 
 
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Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de 
decadência ou prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou 
na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a 
prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes 
seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
 
A previsão legal das preliminares encontra-se no artigo 337 do CPC/15, 
quando aduz que cabe ao Réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta e relativa; 
III - incorreção do valor da causa; 
IV - inépcia da petição inicial; 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
VIII - conexão; 
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de 
autorização; 
X - convenção de arbitragem; 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como 
preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
 
 As preliminares com exceção da incompetência relativa e da 
existência de convenção de arbitragem poderiam ser conhecidas de ofício. 
Previsão dos §§ 5º e 6º do artigo 337 do CPC: 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência 
relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste 
artigo. 
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de 
arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da 
jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
 
 INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO: 
 
Quanto ao inciso I, que estabelece a Inexistência ou nulidade da 
citação, a ausência de citação afeta a própria constituição da relação 
processual. Isso porque não pode se falar em processo com uma só parte 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art332%C2%A71
 
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(Autor), exigindo-se a citação do Réu para que a relação seja angularizada. 
Assim, a inexistência ou nulidade de citação é pressuposto de desenvolvimento 
válido e regular do processo. 
A citação está prevista no artigo 238 do CPC: 
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o 
executado ou o interessado para integrar a relação processual. 
A citação é pressuposto de validade do processo. É indispensável a 
citação para o processo ser válido. 
Então, através desta preliminar, o réu vem alegar que ou não foi citado 
ou a citação foi nula. 
 
Se o réu comparecer mesmo havendo nulidade, esta nulidade fica 
suprida pelo princípio da instrumentalidade das formas  Apresentando 
contestação, será considerada tempestiva se acolhida a preliminar 
alegada. Agora se comparecer apenas para alegar a nulidade sem 
oferecer ainda a contestação, o juiz abrirá prazo para defesa. 
 
Previsão do artigo 239 do CPC: 
 
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do 
réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da 
petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. 
§ 1o O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a 
falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para 
apresentação de contestação ou de embargos à execução. 
§ 2o Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de: 
I - conhecimento, o réu será considerado revel; 
II - execução, o feito terá seguimento. 
 
Você poderá fundamentar ainda quanto à nulidade (se for hipótese) no 
artigo 280 do CPC: 
Art. 280. As citações e as intimações serão nulas quando feitas sem 
observância das prescrições legais. 
 
 INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA OU RELATIVA: 
No que se refere ao inciso II, que prevê como preliminar a 
incompetência absoluta e relativa, é de se destacar que a incompetência 
independente de sua natureza será alegada, conforme previsão do artigo 64, 
 
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caput, do CPC/15 como preliminar de contestação: “A incompetência, 
absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de 
contestação”. 
Assim, a previsão do artigo 64 do CPC/15 inova apenas no tocante à 
incompetência relativa (territorial e valor da causa), que no sistema anterior era 
alegada por meio de exceção. 
A incompetência absoluta em razão da matéria, da hierarquia e da 
pessoa também é matéria de ordem pública, podendo ser reconhecida de ofício 
pelo juiz. As partes não podem dispor sobre o assunto, elegendo foro. 
O próprio artigo 64 do CPC, em seus parágrafos, menciona que a 
Incompetência absoluta pode ser reconhecida de ofício, enquanto que a 
relativa deve ser alegada em contestação, sob pena de preclusão: 
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo 
e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. 
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá 
imediatamente a alegação de incompetência. 
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão 
remetidos ao juízo competente. 
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os 
efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra 
seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
 
O §5º do artigo 337 também afirma que a incompetência relativa deve 
ser alegada na contestação e não poderá ser reconhecida de ofício pelo juiz: 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência 
relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste 
artigo. 
 Então, após a alegação de incompetência pelo réu, o juiz vai ouvir 
o autor, sendo que o juiz decidirá imediatamente sobre a incompetência e 
remeterá os autos ao juiz competente. Não haverá, assim, extinção do 
processo. 
Observar ainda que o artigo 340 do CPC veio permitir ao Réu QUANDO 
ALEGAR A INCOMPETENCIA RELATIVA (TERRITORIAL) QUE A 
CONTESTAÇÃO SEJA PROTOCOLADA NO DOMÍCILIO DO RÉU: 
 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a 
contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato 
que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, 
preferencialmente por meio eletrônico. 
 
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§ 1o A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu 
houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos 
dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da 
causa. 
§ 2o Reconhecidaa competência do foro indicado pelo réu, o juízo 
para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será 
considerado prevento. 
§ 3o Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a 
realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido 
designada. 
§ 4o Definida a competência, o juízo competente designará nova data 
para a audiência de conciliação ou de mediação. 
 
 Para fundamentar ESSA PRELIMINAR DE INCOMPETENCIA 
ABSOLUTA OU RELATIVA na hora da prova  analisar as regras na CF E NO 
CPC SOBRE A COMPETENCIA. 
 
 INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA: 
O art. 337, III do CPC estabelece a incorreção do valor da causa como 
preliminar de contestação. Frisa-se que tal arguição é uma inovação do 
Código de Processo Civil de 2015. Isso porque, de acordo com o CPC/73, o 
réu deveria fazer tal alegação em peça apartada. 
LEMBRAR QUE O VALOR DA CAUSA É REQUISITO DA PETIÇÃO 
INICIAL, CONFORME PREVISÃO DO INCISO V DO ARTIGO 319 DO CPC. 
Aqui não se ataca o pedido do autor, mas pede-se que seja ajustado o 
valor da causa de acordo com o que determina o artigo 292 do CPC. 
E mais, entendimento é de que a incorreção do valor da causa 
deverá ser considerada à luz do art. 292. 
Assim, deverá o réu alegar em preliminar de contestação a incorreção 
do valor da causa, sob pena de preclusão – artigo 293 do CPC: 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o 
valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz 
decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das 
custas. 
Porém, conforme previsão do §3º do artigo 292, mesmo que o Réu não 
alegue, o juiz poderá conhecer de ofício: 
§ 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa 
quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em 
 
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discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em 
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes. 
 INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL: 
Previsão do inciso IV do artigo 337 do CPC, que estabelece que a 
inépcia da inicial deverá ser alegada em preliminar de contestação. 
Ocorrerá quando o problema apresentado pela FGV deixa claro que tem 
algum defeito na peça de petição inicial ou foi omisso em algum requisito que a 
inicial deveria conter de forma expressa (cuidar o enunciado). 
Isso porque a petição inicial será inepta quando não preencher alguns 
de seus requisitos, conforme artigo 330, §1º do CPC: 
 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais 
em que se permite o pedido genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
 
Como apontado pelo artigo 330, a petição inicial será indeferida não 
apenas no caso da inépcia, mas também nas outras hipóteses dos incisos do 
artigo 330. 
Lourenço (2017) entende que antes de indeferir a inicial, o autor deve ter 
a oportunidade de sanar seu vício, conforme artigo 352 do CPC. 
PORÉM, É UMA PRELIMINAR QUE ACARRETA A EXTINÇÃO DO 
PROCESSO. FAZER ESSE PEDIDO NA CONTESTAÇÃO. 
 
 PEREMPÇÃO: 
Quanto à preliminar estabelecida no inciso V, qual seja, a Perempção, 
ocorre quando o Autor dá causa a extinção do processo POR 03 VEZES, sem 
resolução de mérito. 
Ou seja, quando o Autor por 03 vezes abandonar o processo por mais 
de 30 (trinta) dias, deixando de praticar atos e diligências que deveria ter 
realizado. Nesse sentido, destaca-se o artigo 485, inciso III do Novo CPC: 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art106
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art321
 
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Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
(...) 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o 
autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias. 
 
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não 
obsta a que a parte proponha de novo a ação. 
§ 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos 
incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende 
da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito. 
§ 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do 
pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado. 
§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada 
em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o 
réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a 
possibilidade de alegar em defesa o seu direito. 
 
Assim, deve verificar de acordo com o problema da FGV se o autor não 
está impossibilitado de ingressar com nova ação, a qual possui o mesmo 
objeto, se tiver abandonado o processo por 3 vezes. 
Então, será quando o autor propor pela 4ª vez, sendo que nas 3 
anteriores ele abandonou o processo. 
 
 
 LITISPENDÊNCIA: 
A preliminar prevista no inciso VI, qual seja, a Litispendência, ocorre 
quando houver a propositura de duas ações idênticas, isto é, que possuem os 
mesmos elementos – partes, causa de pedir e pedido. Tal previsão encontra-se 
nos parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 337 do Novo CPC: 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
(...) 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se 
reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a 
mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
 
O que se pretende é evitar duas ações idênticas em curso, justamente 
para não ocorrer julgamentos conflitantes. Neste caso, o processo deverá ser 
extinto sem julgamento de mérito. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i
 
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 DA COISA JULGADA: 
O inciso VII do artigo 337 estabelece como preliminar a coisa julgada. 
Essa situação ocorre quando a parte Autora ingressa com ação idêntica 
(partes, causa de pedir e pedido) a uma que já teve julgamento com 
sentença transitada em julgado. 
Nesse sentido é a previsão do §4º do artigo 337 do CPC/2015 “Há 
coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão 
transitada em julgado”. 
Ressalta-se que para que haja coisa julgada não se torna possível a 
interposição de qualquer recurso no primeiro processo. Isso porque, se ainda 
for possível a interposição de recurso, se refere à litispendência e não coisa 
julgada, pois o referido processo ainda não teria transitado em julgado. Tal 
preliminar trará como consequência a extinção do processo sem julgamento de 
mérito, sendo, portanto, peremptória. 
 
 CONEXÃO: 
A conexão é proposta como preliminar no inciso VIII do artigo 337 do 
CPC/15. Segundo o artigo 55 do CPC/15, a conexão se dá: “Reputam-se 
conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a 
causa de pedir”. Assim, ocorre a conexão quando houver duas ações em que 
lhes for comum o pedido ou causa de pedir. Neste caso, deve haver a reunião 
dos processos para evitar julgamento contraditório, uniformizando as sentenças 
que serão prolatadas. Por fim, questiona-se: qual a consequência do 
acolhimento desta preliminar? Seria preliminar dilatória, pois não acarretaria 
a extinção, e sim reunião dos processos em um só juízo. 
A conexão é causa de modificação de competência (art. 54 do CPC) e o 
objetivo é justamente evitar julgamentos conflitantes: 
Art. 54. A competênciarelativa poderá modificar-se pela conexão ou 
pela continência, observado o disposto nesta Seção. 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for 
comum o pedido ou a causa de pedir. 
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão 
conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. 
§ 2o Aplica-se o disposto no caput: 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento 
relativa ao mesmo ato jurídico; 
 
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II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que 
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou 
contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão 
entre eles. 
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no 
juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. 
E A CONTINENCIA? DOUTRINA ENTENDE QUE SIM TAMBÉM 
(LOURENÇO, 2017). 
 
 DA INCAPACIDADE DA PARTE, DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO OU 
FALTA DE AUTORIZAÇÃO: 
Outra preliminar, prevista no IX do artigo 337 do Novo CPC é a 
incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização, 
constituindo-se em preliminar peremptória. 
Porém, a extinção não é automática, uma vez que a parte deve ter a 
oportunidade de sanar o defeito processual. Assim sendo, somente se o vício 
não for sanado no prazo e após manifestação da parte interessada, ocorrerá a 
extinção do processo. 
Assim o réu deverá alegar defeito de representação: artigo 71 do CPC: 
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por 
tutor ou por curador, na forma da lei. 
Também poderá o réu alegar falta de autorização da parte: artigo 73 do 
CPC: 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para 
propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando 
casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob 
o regime de separação absoluta de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de 
ato praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da 
família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a 
extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou 
do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de 
ato por ambos praticado. 
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos 
autos. 
 
 
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Por fim, poderá o réu alegar incapacidade da parte, conforme artigo 76 
do CPC: 
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da 
representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará 
prazo razoável para que seja sanado o vício. 
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na 
instância originária: 
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; 
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, 
dependendo do polo em que se encontre. 
 
Neste caso, o juiz dará a possibilidade de sanar o vício e o demandante 
não fazendo, o processo será extinto sem resolução de mérito, conforme 
previsão do artigo 485, IV DO CPC: 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo; 
 DICA NA HORA DA PROVA: verificar no código civil a 
questão da representação ou assistência dos incapazes absoluta e 
relativamente (de acordo com o problema da FGV). 
 
 CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM: 
Outra preliminar refere-se à convenção de arbitragem, consoante 
previsão do inciso X, artigo 337 do CPC/15. Sobre a convenção de arbitragem, 
se compreende que as partes de um contrato particular, desde que capazes e 
que o instrumento verse sobre direitos disponíveis ou patrimoniais, podem 
estabelecer que problemas decorrentes da interpretação ou descumprimento 
do contrato serão levados ao conhecimento de um árbitro, que pode ser de 
logo designado pelos contratantes ou escolhido posteriormente. 
 
E se ocorrer o conflito de interesses e a parte ingressar em juízo? A 
parte estará descumprindo o que foi pactuado, cabendo ao Réu, antes de 
discutir o mérito, ou seja, como preliminar de contestação, alegar a existência 
da convenção de arbitragem, sendo que se a preliminar for acolhida, será uma 
preliminar peremptória, acarretando a extinção do processo sem julgamento 
de mérito. Observar a previsão do §5º do artigo 337 do Novo CPC: 
 
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“Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o 
juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo”. 
 
Disso decorre, que assim como a incompetência relativa, se a 
convenção de arbitragem não for alegada no prazo da defesa, acarreta a 
preclusão, de modo que o juiz não pode reconhecer de ofício, vez que é 
matéria de interesse somente das partes. 
Portanto para alegar em preliminar de contestação deverá constar 
no contrato a cláusula compromissória ou do compromisso arbitral terá o 
réu como dever alegar em preliminar de contestação, sob pena de 
precluir. 
 
 AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE PROCESSUAL: 
A preliminar prevista no inciso XI do artigo 337 do Novo CPC refere-se 
aos casos de ausência de legitimidade ou de interesse processual, ou seja, 
quando faltar uma ou mais condições da ação. Sobre as condições da ação o 
artigo 17 do CPC/15 estabelece: “Para postular em juízo é necessário ter 
interesse e legitimidade”. O interesse processual é a necessidade da tutela 
jurisdicional, a adequação do provimento pleiteado em face da situação de fato 
e a utilidade que o processo pode trazer ao demandante. Assim, caso for 
acolhida a preliminar, o processo deverá ser extinto sem julgamento de mérito, 
constituindo-se em preliminar peremptória, de acordo com a previsão do artigo 
485, VI do CPC, quando estabelece: “O juiz não resolverá o mérito quando: (...) 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual”. 
 
OBSERVAR QUE SE O RÉU ALEGAR SUA ILEGITIMIDADE DEVE 
SER CUMPRIDO O DETERMINADO PELO ARTIGO 339 DO CPC  O RÉU 
SEMPRE QUE TIVER CONHECIMENTO DEVE APONTAR QUEM DEVE 
FIGURAR NO SEU LUGAR NA DEMANDA: 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o 
sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver 
conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de 
indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
 
 
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 FALTA DE CAUÇÃO OU DE OUTRA PRESTAÇÃO QUE A LEI EXIGE: 
A falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como 
preliminar também pode ser alegada pelo Réu em Contestação consoante 
previsão do inciso XII do artigo 337 do CPC/15. 
Como exemplo, pode ser citada a ação rescisória que exige o depósito 
de 5% do valor da causa para ingressar com a ação. 
 
 INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA 
JUSTIÇA: 
Por fim, no inciso XIII do artigo 337 do CPC/15, tem-se como preliminar 
a ser arguida pelo Réu na contestação, a indevida concessão do benefício de 
gratuidade de justiça. Assim sendo, se o pedido de gratuidade pleiteado pelo 
Autor for deferido, poderá o Réu impugnar, conforme previsão do artigo 100 do 
CPC/15: 
Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer 
impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso 
ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por 
meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) 
dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão deseu curso. 
 
 Observar, portanto, que nem toda preliminar acarretará a 
extinção do processo. Temos as preliminares dilatórias e peremptórias: 
 
Preliminares Peremptórias Preliminares dilatórias 
Ensejam a extinção do feito. Visam somente corrigir algum vício 
endoprocessual, retardando a marcha 
do processo até que essa invalidade 
seja sanada. 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes 
de discutir o mérito, alegar: 
IV - inépcia da petição inicial; 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes 
de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da 
citação; 
II - incompetência absoluta e 
relativa; 
III - incorreção do valor da causa; 
 
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X - convenção de arbitragem; 
XI - ausência de legitimidade ou 
de interesse processual; 
 
VIII - conexão; 
IX - incapacidade da parte, 
defeito de representação ou falta de 
autorização; 
XII - falta de caução ou de outra 
prestação que a lei exige como 
preliminar; 
XIII - indevida concessão do 
benefício de gratuidade de justiça. 
#FONTE: AGUIRRE, João; SÁ, Renato Montans de. Prática Civil. 7. Ed. 
São Paulo: Saraiva, 2017, p. 48. 
 
CONSEQUÊNCIA DE CADA PRELIMINAR 
PRELIMINAR CONSEQUÊNCIA 
- Falta ou defeito na CITAÇÃO 
(inciso I) 
A) Se alegada pelo réu  novo prazo para 
contestar ou considerar a contestação 
tempestiva. 
B) Considera-se que se for alegada pelo 
advogado dativo ou curador especial  deverá 
requerer nova citação. 
- Incompetência absoluta e relativa 
(inciso II) 
- Conexão (inciso VII) 
Deslocamento para o juízo competente ou para 
o juízo em que devem ficar reunidos os 
processos (pela prevenção). 
- Inépcia da Inicial (inciso IV) 
- Perempção (inciso V) 
- Litispendência (inciso VI) 
- Coisa julgada (inciso VII) 
- Convenção de arbitragem (inciso 
X) 
- Ausência de legitimidade e 
interesse processual (inciso XI) 
 
 
Extinção do processo sem resolução de mérito, 
conforme previsão do artigo 485 do CPC. 
- Incapacidade da parte, defeito de 
representação ou falta de 
autorização (inciso IX) 
Juiz deverá assinalar prazo para o defeito ser 
sanado, sob pena de aplicar as disposições dos 
artigos 70 a 76 do CPC. 
- Falta de caução ou outra garantia 
imposta por lei (inciso XII) 
Juiz deve assinalar prazo para comprovação da 
caução, sob pena de extinção do processo, 
 
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### FONTE: BARROSO, Darlan; LETTIÈRE, Juliana Francisca. Prática processual no 
Novo Processo Civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 119-120. 
 
 
E como devo indicar a preliminar no processo? AGUIRRE E SÁ 
(2017, p. 48) apresentam o seguinte esquema: 
1º LOCALIZAR NO ARTIGO 337 A PRELIMINAR QUE SE TRATA + 
2º FUNDAMENTAR O POR QUE ESSA PRELIMINAR SE APLICA 
(DANDO A SUA DEFINIÇÃO E DEMONSTRANDO A SUA EXISTÊNCIA NO 
PROCESSO) + 
3º APRESENTAR SUA CONSEQUÊNCIA (EXTINÇÃO, CASO A 
PRELIMINAR SEJA PEREMPTÓRIA OU SUA REGULARIZAÇÃO, CASO A 
PRELIMINAR SEJA DILATÓRIA) 
 
 
1.7 Da possibilidade de correção do polo passivo pelo autor 
Tal situação encontra previsão do artigo 338 do Novo CPC: 
 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não 
ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 
15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do 
réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as 
despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que 
serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, 
sendo este irrisório, nos termos do art. 85, §8º. 
 
Denota-se, com isso, inovação em relação ao CPC de 1973, pois se 
refere à alegação de ilegitimidade da parte, a qual deve ser alegada como 
preliminar na contestação. A inovação ocorre porque o CPC/15 possibilita 
artigo 485, III do CPC. 
- Incorreção do valor da causa 
(inciso III) 
Juiz determinará sua correção e o autor será 
responsável pelo pagamento de eventual 
diferença em relação às custas. 
- Impugnação ao benefício da 
gratuidade da justiça 
Juiz revogará o benefício e a parte será 
responsável pelas despesas que deixou de 
pagar. 
 
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correção do polo passivo da ação, visando evitar a extinção do feito sem 
resolução do mérito por ilegitimidade passiva. 
Assim, se o réu alegar na contestação que é parte ilegítima, que não é o 
responsável pelo prejuízo, o juiz deve facultar ao autor o prazo de 15 dias para 
alterar a petição inicial e indicar a substituição do réu. 
Já no CPC/73, se fosse reconhecida a ilegitimidade da parte, o juiz 
deveria extinguir o feito sem resolução do mérito. 
Conforme previsão do parágrafo único se for realizada a substituição, o 
autor deve reembolsar as despesas e pagar os honorários ao Réu excluído. Os 
honorários ao procurador do Réu excluído serão fixados entre três a cinco por 
cento do valor da causa. Em sendo irrisório o valor, o juiz pode fixar por 
equidade. Ou seja, o Autor terá que pagar sucumbência para parte que foi 
indevidamente citada no processo. 
Além disso, quando alegar a sua ilegitimidade incumbe ao Réu indicar o 
sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, 
sob pena de arcar com as despesas processuais e indenizar o Autor pelos 
prejuízos em razão da falta de indicação, de acordo com o que estabelece o 
artigo 339: 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o 
sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver 
conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de 
indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 
(quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, 
observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. 
§ 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a 
petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito 
indicado pelo réu. 
 
Da mesma forma que o artigo anterior, o artigo 339 não encontra 
correspondência no CPC/73, constituindo-se em uma inovação. 
 
 
 
 
Se o Réu souber quem é o sujeito passivo correto e mesmo assim não o 
indicar, deverá arcar com as despesas processuais e terá de indenizar o Autor 
pelos prejuízos. 
 
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OBSERVAÇÃO: prescrição e decadência é julgamento com resolução de 
mérito  INDICA-SE ALEGAR EM TÓPICO PRÓPRIO. 
1.8 Da existência de Prescrição e Decadência do Direito do Autor: 
Se houver alegação de prescrição e decadência do direito do autor  
deverão ser arguidas depois da síntese da inicial e antes das 
preliminares, em tópico específico. 
Isso, porque, a prescrição e decadência são matérias de mérito, 
elencadas no artigo 487 do CPC: 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de 
decadência ou prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou 
na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a 
prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes 
seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
 
 
4.9 Da defesa quanto ao mérito: 
Aqui o Réu deverá impugnar as questões de fato e de direito trazidas 
pelo Autor na sua petição Inicial. 
Neste tópico podem ser trazidos pelo Réu, de acordo com o problema da 
FGV (fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor – ex: 
pagamento da dívida, o que extingue a obrigação e assim o direitodo autor em 
cobrar). Aqui o réu traz um fato novo, qual seja, um fato impeditivo, modificativo 
ou extintivo do direito do autor. 
Ainda, poderá haver a defesa de mérito direta, impugnando todos os 
fatos articulados pelo Autor na Inicial. OU SEJA, AQUI ATACA O PRÓPRIO 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art332§1
 
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FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO DO AUTOR. Ex: que não houve o 
contrato, que o contrato é nulo. Que o valor cobrado não é o devido. 
 
1.10 Demais questões incidentais: Denunciação à lide, 
Chamamento ao Processo e Reconvenção 
Caso existirem, deverão ser arguidas DEPOIS DO MÉRITO DA 
CONTESTAÇÃO E ANTES DOS PEDIDOS. 
 
 DENUNCIAÇÃO DA LIDE: 
 A denunciação à lide está prevista no CPC, nos artigos 125 a 129, tendo 
seu cabimento estabelecido no artigo 125: 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer 
das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi 
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos 
que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, 
em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
E Como posso alegar na Contestação? 
A Ré vem nessa oportunidade denunciar a lide a Seguradora ...(qualificar a 
Seguradora). 
Isso porque, conforme se verifica no contrato de seguro em anexo, a 
denunciada tem o dever de indenizar nos casos de sinistro. 
Portanto, requer a citação da Seguradora... para que venha responder aos 
termos da demanda regressivamente conforme o artigo 125, II do Código de 
Processo Civil 
#FONTE: AGUIRRE, João; SÁ, Renato Montans de. Prática Civil. 7. Ed. 
São Paulo: Saraiva, 2017, p. 49. 
 
 OBSERVAR AINDA SOBRE A EVICÇÃO NO QUE SE REFERE 
ÀS PREVISÕES DO CC – ART. 447 E SEGUINTES DO CC/2002. 
 
 
 
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 CHAMAMENTO AO PROCESSO: 
Neste caso ocorre a intervenção de terceiro coobrigado, quando o réu 
chama ao processo os devedores que estão igualmente obrigados, o devedor 
principal, demais fiadores. 
 
O chamamento ao processo está previsto nos artigos 130 a 132 do CPC, 
sendo que o seu cabimento está estabelecido no artigo 130 do CPC: 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo 
réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um 
ou de alguns o pagamento da dívida comum. 
 
 VERIFICAR REGRAS DE FIANÇA NO CC/2002. 
 
E Como posso alegar na Contestação? 
O Réu vem nessa oportunidade chamar ao processo o coobrigado... 
(qualificação completa). 
Isso porque, conforme se verifica no contrato de compra e venda em 
anexo, o chamado contraiu igualmente a obrigação em solidariedade... 
(conforme problema fornecido pela FGV). 
Portanto, requer a citação do coobrigado... para que venha responder 
aos termos da demanda conforme o artigo 130, III do Código de Processo Civil. 
#FONTE: AGUIRRE, João; SÁ, Renato Montans de. Prática Civil. 7. Ed. 
São Paulo: Saraiva, 2017, p. 50. 
 
1.10 Passo a passo da contestação 
A Contestação, diferentemente da inicial, não possui um art. no CPC 
estabelecendo seus requisitos. Porém, alguns pontos devem ser preenchidos 
na Contestação, segundo Aguirre e Sá (2017): 
 
1. INICIAR PELO ENDEREÇAMENTO: que é o juízo onde corre o 
processo; 
2. INDICAR O NUMERO DO PROCESSO. OBS: Se a FGV não 
mencionar, colocar de forma genérica, através de ... ou XXX 
 
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3. INDICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO RÉU: não esquecer que o primeiro 
a ser indicado na contestação é o RÉU, pois é a peça de defesa. 
4. NOME DA PEÇA E SEU FUNDAMENTO LEGAL 
5. INDICAÇÃO DO AUTOR E SUA QUALIFICAÇÃO 
6. DA SÍNTESE DA INICIAL: narrando a versão do autor e o que foi 
pedido por ele na Inicial. Aqui não se faz ainda nenhuma defesa. Segundo 
Aguirre e Sá (2017) poderão ser usadas expressões para atacar a versão 
inicial “alegada dívida”, “suposto crédito”. 
7. EVENTUAL ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO OU DECADENCIA DO 
DIREITO DO AUTOR – MAS SOMENTE SE FOR O CASO. Indica-se apontar 
tais matérias antes das preliminares (AGUIRRE E SÁ, 2017, p. 46). 
Tais autores mencionam ainda que demais questões incidentais (com exceção 
da prescrição e decadência) deverão ser alegadas após o mérito, antes dos 
pedidos. 
8. PRELIMINARES: as matérias previstas no art. 337 do CPC; 
9. MÉRITO: impugnar o direito do autor; 
10. QUESTÕES INCIDENTAIS: chamamento ao processo, denunciação a 
lide, reconvenção; 
11. PEDIDOS 
12. FECHAMENTO DA PEÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 
 
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 CHACON (2016, p. 174) demonstra a seguinte estrutura da 
Contestação: 
ENDEREÇAMENTO DO JUIZ DA CAUSA (com indicação da Vara, da 
numeração processual etc); 
PREÂMBULO COM QUALIFICAÇÃO DAS PARTES E INDICAÇÃO QUE SE 
TRATA DE CONTESTAÇÃO 
RESUMO DA INICIAL (fatos e pedidos do autor) 
PRELIMINARES (com pedido que sejam acatadas e a consequente extinção 
do processo com ou sem resolução de mérito ou outra consequência prevista) 
MÉRITO (fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor com 
a devida argumentação jurídica pertinente) 
FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DA REVONVENÇÃO (quando for o 
caso) 
PEDIDO DE IMPROCEDENCIA DA AÇÃO, BEM COMO: 
(i) PEDIDO DE ACATAMENTO DAS PRELIMINARES (se for o caso), 
(ii) PEDIDO DE PROCEDÊNCIA DA RECONVENÇÃO 
(iii) PEDIDO DE EVENTUAIS REQUERIMENTOS PROCESSUAIS (ex: 
concessão do benefício da gratuidade da justiça) 
REQUERIMENTO DE PROVAS 
FECHAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.9 Contestação no XVI Exame da FGV 
OBSERVAR QUE O GABARITO UTILIZA O CPC/73, CONTUDO, FIZEMOS A CORRESPONDÊNCIA DOS 
ARTIGOS AO CPC/15. 
ENUNCIADO: 
João andava pela calçada da rua onde morava, no Rio de Janeiro, 
quando foi atingido na cabeça por um pote de vidro lançado da janela do 
apartamento 601 do edifício do Condomínio Bosque das Araras, cujo síndico é 
o Sr. Marcelo Rodrigues. 
João desmaiou com o impacto, sendo socorrido por transeuntes que 
contataram o Corpo de Bombeiros, que o transferiu, de imediato, via 
ambulância, para o Hospital Municipal X. 
Lá chegando, João foi internado e submetido a exames e, em seguida, a 
uma cirurgia para estagnar a hemorragia interna sofrida. 
João, caminhoneiro autônomo que tem como principal fonte de renda a 
contratação de fretes, permaneceu internado por 30 dias, deixandode executar 
contratos já negociados. 
A internação de João, nesse período, causou uma perda de R$ 20 mil. 
Após sua alta, ele retomou sua função como caminhoneiro, realizando novos 
fretes. Contudo, 20 dias após seu retorno às atividades laborais, João, 
sentindo-se mal, voltou ao Hospital X. 
Foi constatada a necessidade de realização de nova cirurgia, em 
decorrência de uma infecção no crânio causada por uma gaze cirúrgica 
deixada no seu corpo por ocasião da primeira cirurgia. João ficou mais 30 dias 
internado, deixando de realizar outros contratos. 
A internação de João, por este novo período, causou uma perda de R$ 
10 mil. João ingressa com ação indenizatória perante a 2ª Vara Cível da 
Comarca da Capital contra o Condomínio Bosque das Araras, requerendo 
a compensação dos danos sofridos, alegando que a integralidade dos danos é 
consequência da queda do pote de vidro do condomínio, no valor total de R$ 
30 mil, a título de lucros cessantes, e 50 salários mínimos a título de danos 
morais, pela violação de sua integridade física. 
Citado, o Condomínio Bosque das Araras, por meio de seu síndico, 
procura você para que, na qualidade de advogado(a), busque a tutela 
adequada de seu direito. Elabore a peça processual cabível no caso, indicando 
 
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os seus requisitos e fundamentos, nos termos da legislação vigente. (Valor: 
5,00) Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
COMO INDENTIFICAR QUE A PEÇA É CONTESTAÇÃO? 
Para identificar que a peça é uma contestação, veja as informações que 
o enunciado coloca ao examinando: 
1. João ingressa com ação indenizatória perante a 2ª Vara Cível da 
Comarca da Capital contra o Condomínio Bosque das Araras – Aqui, o 
enunciado informa que já existe uma petição inicial tramitando, excluindo a 
possibilidade de ser uma inicial. 
2. Citado, o Condomínio Bosque das Araras, por meio de seu síndico, 
procura você para que, na qualidade de advogado(a), busque a tutela 
adequada de seu direito – Aqui, demonstra que houve a citação e que o 
condomínio precisa se defender, logo, o examinando já pode pensar quais são 
os meios de defesa no processo de conhecimento. 
3. Veja que o enunciado em nenhum momento falou de decisão 
proferida pelo juiz, eliminado, desde já, as hipóteses de recursos. 
 
GABARITO COMENTADO PELA FGV - LEMBRE-SE QUE AQUI FOI USADO 
O CPC/73: 
A peça a ser formulada é uma CONTESTAÇÃO à ação indenizatória 
proposta por João. O Condomínio deverá defender a sua ilegitimidade passiva 
pelo fato de, em relação à queda do pote de vidro, ser identificado o condômino 
(aqui, em razão do art. 339 do CPC/15, terá que informar, sempre que tiver 
conhecimento, quem é o legitimado a figurar no polo passivo) e, com relação 
ao erro médico, ser responsabilidade do Hospital Municipal X. 
O Condomínio deverá arguir improcedência do pedido de indenização 
em relação à primeira cirurgia, tendo em vista que o pote de vidro foi lançado 
de apartamento individualizado – 601 –, isto é, de unidade autônoma 
reconhecida. De acordo com o Art. 938 do Código Civil, “aquele que habitar 
prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido”. Assim, o habitante (proprietário, 
 
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locatário, comodatário, usufrutuário ou mero possuidor) da unidade autônoma é 
o responsável pela prática do ao danoso, e não o Condomínio. 
Outrossim, deverá o Condomínio arguir que não há obrigação de 
indenizar de sua parte em relação aos danos decorrentes da segunda cirurgia 
sofrida por João, na medida em que o dano é resultado de erro médico 
cometido pela equipe cirúrgica do Hospital Municipal X, não da queda do pote 
de vidro. 
Ainda que materialmente relacionado ao evento, a queda do pote de 
vidro do edifício somente se pode atribuir a consequências danosas do primeiro 
evento, de acordo com o Art. 403 do CC: “Ainda que a inexecução resulte de 
dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os 
lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na 
lei processual”. 
Por fim, deverá defender a inexistência de danos morais a serem 
indenizados e, caso seja diferente o entendimento do juízo, que o valor a ser 
fixado a título de indenização seja inferior àquele pedido pelo autor. 
 
DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESOLUÇÃO DE ACORDO COM CPC/73 E ADAPATAÇÕES DESTACADAS 
EM VERMELHO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. RECONVENÇÃO 
 
2.1 Previsão legal 
A Reconvenção ocorre quando o Réu se vale do mesmo processo para 
buscar não apenas a improcedência do pedido do autor, mas uma pretensão, 
ou seja, um contra-ataque ao Autor. 
Assim, o que a Reconvenção viabiliza é o processamento simultâneo da 
ação principal com o da ação reconvencional, sendo que por ser esta ação 
nova, dentro do mesmo processo, deve a reconvenção preencher todos os 
requisitos exigidos para propositura da inicial, tais como pressupostos 
processuais e condições da ação. (Colombo; Silva, 2017) 
Reconvenção com o Novo CPC deixa de ser apresentada de forma 
autônoma, passando a ser alegada na própria contestação, consoante previsão 
do art. 343, caput: 
Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar 
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento 
da defesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 Logo, se for apresentada dentro da contestação, se sujeita ao 
prazo da contestação  15 dias, na forma do artigo 335 do CPC. 
Quanto ao oferecimento, cabe questionar: se a Reconvenção se não for 
proposta na Contestação trará alguma consequência? Frisa-se que a 
Reconvenção não é uma obrigação do Réu, e sim uma opção. Assim, não trará 
consequência, pois o Réu poderá ingressar com uma demanda nova em face 
do Autor. 
 
05 02 
 
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Sobre a autonomia da Reconvenção em relação à ação principal mesmo 
que oferecida na Contestação, o § 2º do art. 343 dispõe: 
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que 
impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do 
processo quanto à reconvenção. 
 
O dispositivo prevê que a desistência da ação proposta pelo Autor ou a 
ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta o 
prosseguimento do processo referente à Reconvenção. 
Ressalta-se, então, que apesar da Reconvenção ser apresentada na 
contestação, o legislador estabeleceu, ainda, que a apresentação de 
Reconvenção independe de contestação, consoante §6º: “O réu pode propor 
reconvenção independentementede oferecer contestação”. 
 
2.2 Como identificar que se trata de reconvenção: 
Além de querer se defender, pode ser que o Réu tenha o direito de 
exercer uma ação contra o autor. 
 
2.3 Requisitos da Reconvenção 
Os autores Juliano Colombo e Jaqueline Mielke Silva (Verbo Juridico, 
2017, p. 108) apontam os seguintes requisitos para a reconvenção: 
 Conexão com a ação principal ou com o fundamento de defesa; 
 
 Existência de um processo pendente: para propor a reconvenção 
é necessário que haja um processo principal (autor contra o réu) pendente. 
Depois de proposta a reconvenção, ela assume autonomia, de forma que a 
desistência da ação do autor contra o réu, ou a existência de qualquer causa 
que a extinga, não obsta o prosseguimento da reconvenção; 
 
 O procedimento da reconvenção deve ser adequado com o 
procedimento da ação originária ou com o procedimento comum. Segundo os 
autores, essa é a ideia do artigo 327, §2º do CPC; 
 
 
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 O juiz da causa principal deve ser competente para o julgamento 
da reconvenção. 
 
2.4 Processamento da reconvenção 
 De início, cabe destacar que o foro competente para julgar a 
reconvenção é justamente o da ação principal, mesmo que seja oferecida 
dentro da contestação ou em peça autônoma (somente a reconvenção); 
O §1º do art. 343 do CPC/15 prevê que, proposta a Reconvenção, o 
Autor será intimado na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no 
prazo de 15 dias: 
Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu 
advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
 Observar que se fala em INTIMAÇÃO DO AUTOR e não citação, 
isso porque ele já está no processo. 
Ademais, no que se refere ao processamento, como dito, no CPC/73, a 
Reconvenção era apresentada em forma de peça autônoma, porém, com o 
CPC/15 passa a ser apresentada na Contestação. 
Sobre a possibilidade de a Reconvenção ser proposta contra o Autor e 
terceiro, estabelece o §3º do artigo 343 do CPC/15: “A reconvenção pode ser 
proposta contra o autor e terceiro”. 
E, quanto à previsão da Reconvenção, também poder ser proposta pelo 
Réu em litisconsórcio com terceiro, institui §4º do artigo 343 do CPC/15: “A 
reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro”; 
Ou seja, o CPC amplia o polo ativo da Reconvenção, permitindo que um 
terceiro possa figurar no polo ativo junto com o Réu. 
A Reconvenção não se confunde com a ação principal, e por isso a 
sentença deve conter fundamentação e dispositivo para ação principal e para 
Reconvenção. 
E o recurso cabível? Apelação. Ou seja, como a Reconvenção não se 
confunde com a ação principal, a sentença deve conter fundamentação e 
conclusão para cada uma delas, inclusive no que se refere à condenação em 
custas e despesas processuais de forma separada. A reconvenção é tratada 
no artigo 343 do CPC/15. 
 
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Colombo e Silva (2017, p. 110) mencionam ainda quanto aos Recursos: 
 
- CASO HAJA INDEFERIMENTO DA RECONVENÇÃO  O RECURSO 
SERÁ AGRAVO DE INSTRUMENTO  ART. 1015, XIII C/C 354, 
PARÁGRAFO ÚNICO E 485, I, TODOS DO CPC; 
 
- TAMBÉM SERÁ AGRAVO DE INSTRUMENTO SE HOUVER 
JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DE MÉRITO NA RECONVENÇÃO  
ART. 356 E 1.015, II DO CPC; 
 
- SERÁ RECURSO DE APELAÇÃO  QUANDO HOUVER O 
JULGAMENTO DA RECONVENÇÃO PELA SENTENÇA DE PROCEDENCIA 
OU IMPROCEDENTE CONJUNTAMENTE COM A AÇÃO ORIGINÁRIA. 
 
Importante observar que nada impede que o réu apresente somente a 
reconvenção, sem a contestação. Neste caso, a reconvenção seguirá os 
passos de uma petição inicial. 
 
 
 
 
2.5 Reconvenção da Reconvenção: 
Pode haver a reconvenção da reconvenção  neste caso será requerida 
pelo Autor Reconvindo 
 
2.6 Passo a passo da contestação com reconvenção 
 
 
 
 
 
 
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LEMBRAR: 
SIMPLES CONTESTAÇÃO  NÃO TEM VALOR DA CAUSA; 
CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO  POR SER DENTRO DA 
CONTESTAÇÃO  AQUI TEM VALOR DA CAUSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MODELO DE CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. RÉPLICA 
 
3.1 Do saneamento após o fim do prazo da contestação 
O saneamento se dá após o fim do prazo da Contestação, consoante se 
verifica no artigo 347 do Novo CPC: 
Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as 
providências preliminares constantes das seções deste Capítulo. 
Assim, cabe ao juiz, após a apresentação de defesa pelo réu 
(contestação) no processo de conhecimento, estabelecer quais as próximas 
providências necessárias à análise da demanda. 
 
Deverá intimar as partes para especificarem as provas que pretendem 
produzir, ou conceder eventual abertura de prazo para que o autor apresente 
sua réplica ou, ainda, marcar audiência. 
 
Com isso o que se pretende é organizar o processo e garantir a 
manifestação das partes e o contraditório, preparando o processo para 
julgamento. 
 
3.2 Como identificar que se trata da Réplica: 
Quando o Autor atacar a contestação oferecida pelo Réu. 
 
3.3 Do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
Autor 
Tal situação se refere à Réplica e ao prazo desta. A previsão legal está 
no art. 350 do CPC/15: 
Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o 
juiz a produção de prova. 
 
06 03 
 
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Inovação do CPC/15 no que diz respeito ao prazo, ou seja, no CPC/73 o 
prazo era de 10 dias, sendo que pelo CPC/15 passou a ser de 15 dias. A 
contagem passou a ser somente em dias úteis, na forma do art. 219 do CPC. 
Cabe ao Autor se manifestar em relação à contestação apresentada pelo 
Réu quando ele trouxer fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do 
direito do Autor. O artigo também possibilita ao Autor a produção de provas, 
não somente documental. 
Da mesma forma, tal previsão se aplica também ao Réu quando o Autor 
apresentar contestação à reconvenção e alegar tais fatos. Previsão do artigo 
351 do CPC/15: 
Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz 
determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, 
permitindo-lhe a produção de prova. 
 
Ou seja, quando o Réu arguir matérias de preliminar de mérito, previstas 
no artigo 337 do CPC/15, o Autor terá o prazo de 15 (quinze) dias e lhe será 
permitida a produção das provas que entender relevantes para elidir 
preliminares levantadas. 
Salienta-se, também, de acordo com o artigo 352 do CPC/15 devem ser 
sanadas as irregularidades ou vícios do processo, em um prazo de até 30 
dias: 
Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o 
juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) 
dias. 
 
3.4 No que se refere à peça 
A réplica é a manifestaçãodo Autor em relação à contestação 
apresentada pelo Réu. Observar que o CPC/15 não utiliza a expressão 
RÉPLICA. Portanto, terá o Autor o direito de se manifestar no prazo de 15 dias, 
se na contestação o Réu alegar: 
 
 
 
Não há requisitos como na petição inicial para serem preenchidos, no 
entanto, deve conter: 
 
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4. MEMORIAIS 
 
4.1 Momento 
Oferecido depois da audiência de instrução e julgamento quando não 
forem realizados os debates orais, ou seja, quando os debates orais forem 
substituídos por alegações finais escritas. Previsão do art. 364 do CPC/15: 
 
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do 
autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o 
caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) 
minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do 
juiz. 
§ 1o Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que 
formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do 
mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. 
§ 2o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de 
direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, 
que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo 
Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos 
sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos. 
 
4.2 Cabimento 
 
 
O CPC/15 não estabelece requisitos para a formulação dos memoriais, 
porém, os memoriais ou razões finais escritas constituem a peça anterior à 
sentença e após a audiência de instrução. 
 
Servem justamente para evidenciar o contexto probatório que foi 
realizado evidenciando as provas em benefício da parte. 
 
 
 
 
 
 
 
07 04 
 
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4.3 Passo a passo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Professora Tatiane Kipper 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professora Tatiane Kipper 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Preparatório para OAB 2ª Fase Civil 
Professora Tatiane Kipper

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