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05/08/2019 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/6 Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol CONHECER AS PROPRIEDADES, AS CARACTERÍSTICAS, AS INDICAÇÕES E A MANIPULAÇÃO DOS PRINCIPAIS CIMENTOS UTILIZADOS PELO CIRURGIÃO-DENTISTA. NESTE TÓPICO, ESPECIALMENTE O CIMENTO DE ÓXIDO DE ZINCO E EUGENOL (OZE). ESSES MATERIAIS SÃO LARGAMENTE UTILIZADOS NA ODONTOLOGIA TANTO PARA PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINA-POLPA, QUANTO PARA A CIMENTAÇÃO DE PEÇAS PROTÉTICAS. AUTOR(A): PROF. PAULO SERGIO LOPES DOS PRAZERES AUTOR(A): PROF. ANDRE GUARACI DE VITO DE MORAES O cimento de óxido de zinco e eugenol é constituído por um pó formado principalmente por partículas de óxido de zinco e um líquido constituído especialmente por eugenol. A reação de presa deste cimento é uma reação do tipo ácido-base onde partículas de óxido de zinco reagem, inicialmente, com moléculas de água, produzindo um composto intermediário, o hidróxido de zinco. Legenda: APRESENTAçãO COMERCIAL DO OZE. Em seguida, o hidróxido de zinco reage com o eugenol produzindo um sal, o eugenolato de zinco, que confere a presa do material, além de novas moléculas de água. Entre as moléculas de eugenolato de zinco ficam aprisionadas partículas não reagidas de óxido de zinco. Essas partículas não reagidas aprisionadas na matriz de eugenolato de zinco aumentam a resistência mecânica do cimento. Legenda: REAçãO DE PRESA OZE 05/08/2019 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/6 Caro aluno, para que você possa se lembrar de qual cimento estamos tratando neste momento, podemos dizer que o eugenol é a substância que caracteriza o cheiro presente nos consultórios odontológicos. Existem 3 diferentes tipos de cimentos de óxido de zinco e eugenol. Cada um deles possui particularidades que os fazem ter indicações distintas. Temos à disposição do dentista os cimentos de OZE tipo l, OZE tipo ll e OZE tipo lll. No Brasil, utilizamos especialmente os cimentos tipo l e ll. Existem diferenças importantes entre os tipos de OZE e essas diferenças modificam consideravelmente as indicações desses materiais. Os cimentos tipo ll possuem partículas de resina polimerizada misturadas ao pó. A incorporação dessas partículas melhora as propriedades mecânicas do material, tornando-o mais resistente que o OZE tipo l, que é composto unicamente por óxido de zinco e eugenol sem partículas de reforço. Outra diferença importante diz respeito à composição do líquido. No OZE tipo ll além do eugenol e demais componentes, há a presença de água e do ácido acético. Logo, assim que iniciamos a mistura do pó ao líquido do OZE tipo ll, inicia-se também a reação de presa, pois moléculas de água necessárias à reação já estão sendo fornecidas na composição do material. O OZE tipo lll também possui partículas de resina no pó e moléculas de água e ácido acético no líquido. E, além disso, possui moléculas do ácido etoxi-benzóico (EBA) que reforçam ainda mais o material, melhorando suas propriedades. No entanto, como já dissemos é pouco utilizado por dentistas brasileiros. Propriedades: Os cimentos de OZE possuem propriedades que os permitem ser indicados como agentes de proteção do complexo dentina-polpa e, nesta condição, são indicados como bases cavitárias e/ou materiais restauradores provisórios. Estas mesmas propriedades também fazem com que sejam utilizados como agentes de cimentação. Em geral, possuem bom vedamento marginal, característica importante para prevenir a ocorrência de microinfiltração na interface dente/restauração. São bons isolantes térmico e elétrico, possuem baixa resistência mecânica, com exceção dos OZE tipo ll e lll, baixa solubilidade aos fluidos bucais, possuem ação antibacteriana em função da presença do eugenol, um óleo essencial com características antimicrobianas, anódinas ou analgésicas e anti-inflamatórias. No entanto, não podem ter contato direto com o tecido pulpar exposto, pois o eugenol pode causar irritabilidade à polpa. Manipulação: O OZE tipo l deve ser manipulado através da mistura do pó com o líquido em uma placa de vidro fina e uma espátula rígida n° 36. Não há uma proporção entre pó e líquido pré-definida. Portanto, deve-se dispensar sobre a placa uma certa quantidade de pó e algumas gotas de líquido. A mistura é feita com movimentos vigorosos, e por isso é necessário o uso de uma espátula rígida, que misturam o pó com o líquido até a obtenção de uma massa consistente que se desprende da placa de vidro formando um rolinho. Esse cimento só tem sua reação de presa iniciada quando em contato com a água. Portanto, mesmo que você faça a mistura do pó ao líquido, o material não toma presa na placa de vidro. A reação só acontece quando você inserir o material na cavidade e fornecer água, por exemplo, com uma bolinha de algodão. Em contrapartida, o OZE tipo ll possui uma proporção pó/líquido já definida e que deve ser respeitada para que seja possível obter as melhores propriedades do material. O fabricante fornece dosadores que nos auxiliam na proporção. Deve-se dispensar uma medida do pó, dada pela “colherzinha” dosadora fornecida pelos fabricantes e uma gota do líquido, medida pelo conta-gotas. A manipulação deste cimento deve ser feita da mesma forma que aquela descrita para o OZE tipo l, ou seja, com movimentos vigorosos, utilizando uma espátula rígida (n°36) em uma placa de vidro fina até a obtenção de uma mistura com consistência de uma 05/08/2019 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/6 massa. Mas, vale aqui lembrar que como o OZE tipo ll possui água na sua composição, a reação de presa se inicia ainda na placa de vidro. Portanto, caro aluno, seja ágil pois caso contrário você não conseguirá inserir o material na cavidade!!! Indicações: As indicações dos três tipos de cimentos OZE dependem das propriedades de cada um deles. Dessa forma, logo abaixo vamos descrever as indicações de cada um deles: OZE tipo l: como possui as menores propriedades mecânicas é indicado para a confecção de restaurações provisórias de curta duração ou para cimentação provisória. OZE tipo ll: possui partículas de resina que reforçam o material, dessa maneira, são indicados para a confecção de bases cavitárias, restaurações provisórias de longa duração e cimentação permanente. OZE tipo lll: como também possui as partículas de reforço, além do EBA, podem ser indicados para a confecção de bases cavitárias, restaurações provisórias de longa duração e cimentação permanente. Ainda são atualmente utilizados para a realização de retro-obturações endodônticas. Qualquer um dos três tipos de OZE possuem como contra-indicações o seu uso em situações em que houve uma exposição pulpar e quando opta-se por utilizar como material restaurador definitivo uma resina composta. O eugenol quando em contato com a matriz resinosa de um polímero, impede ou interfere na sua reação de polimerização, diminuindo o grau de conversão deste polímero e, desta forma, comprometendo suas propriedades mecânicas. Logo, jamais deve-se utilizar um cimento de OZE para a confecção de uma base cavitária em um dente que será restaurado com resina composta. ATIVIDADE FINAL Em relação ao cimento de óxido de zinco e eugenol (OZE), assinale a correta. A. O cimento de OZE tipo l possui alta resistência mecânica e, por isso, é indicado para restaurações provisórias de longa duração. B. O eugenol faz com que este cimento seja o ideal para sua utilização como base em restaurações de resina composta. C. O cimento de OZE tipo l toma presa na placa de vidro. D. O cimento de OZE tipo llI também é reforçado por resina, além do EBA (ácido etoxi-benzóico). REFERÊNCIA Anusavice, K J; Shen, C; Rawls, H R. Philips Materiais Dentários, 12. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013 Craig, R G; Sakagushi, R L; Powers, J M. Craig Materiais Dentários Restauradores, 13. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2012 Van Noort, R. Introdução aos Materiais Dentários, 3.Ed. – Rio de Janeiro – Elsevier, 2010 Mondelli, J. Proteção do Complexo Dentino-pulpar, 1. Ed. – São Paulo – Artes Médicas, 1998 Navarro, M F L; Pascotto, R C. Cimentos de Ionômero de Vidro, 1. Ed. – São Paulo – Artes Médicas, 1998 05/08/2019 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/6 Estrela, C. Dor Odontogênica, 1. Ed. – São Paulo – Artes Médicas, 2001 05/08/2019 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/6 05/08/2019 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/6