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TRABALHO DE GSP Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA Aluno (a): DATA TEMA A SER DESENVOLVIDO: 1- Sabe-se que a Língua Portuguesa sofreu mudanças oriundas da Nova Ortografia, decreto 6.586/2008. A partir disso, pesquise e apresente as principais alterações promovidas por essa lei. Dê as principais regras que foram modificadas, assim como exemplos de uso e casos de aplicação. 2- Faça uma resenha do conto. Felicidade Clandestina Clarice Lispector Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias,altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim um tortura chinesa.Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo- o,dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu,e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo.Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia:pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que,finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo.E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar.Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa,adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o,abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. 1) Nova Ortografia - INTRODUÇÃO Dos primórdios do descobrimento do Brasil a língua portuguesa sobrepôs as demais já existentes na colônia de Portugal. A língua portuguesa foi se enraizando, enquanto as línguas indígenas foram aos poucos desaparecendo. Uma delas, talvez a que mais influenciou o atual português falado no Brasil, era o Tupinambá ou Tupi-guarani, falado pelos índios que habitavam o litoral. Assim como o Brasil, outros países difundem a língua portuguesa como a principal, e apesar de possuírem o mesmo idioma, esse, tem variações em cada local, por exemplo, no significado das palavras, o que gerava muitas divergências. A partir dessas discussões alguns países se reuniram com o intuito de criar o um acordo ortográfico para que algumas palavras fossem grafadas da mesma maneira em todos os países de língua portuguesa. No ano de 1990 o acordo ortográfico da língua portuguesa foi assinado por oito países, incluindo o Brasil. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 pretende instituir uma ortografia oficial unificada para a língua portuguesa, com o objetivo explícito de pôr fim à existência de duas normas ortográficas oficiais divergentes, uma no Brasil e outra nos restantes países de língua oficial portuguesa, contribuindo assim, nos termos do preâmbulo do Acordo, para aumentar o prestígio internacional do português. Na prática, o acordo estabelece uma unidade ortográfica de 98% das palavras, contra cerca de 96% na situação anterior. Contudo, um dos efeitos do Acordo foi o de dividir ainda mais estes países, criando agora três normas ortográficas: a do Brasil, de Portugal e dos restantes países africanos que não implantaram o Acordo apesar de o terem assinado. Apesar de sua criação no ano de 1990, o novo acordo ortográfico só entrouem processo de implantação em 2009, mas não era obrigatório ainda, uma vez que no período de 2010 a 2012 foi para adaptação de livros didáticos e para a própria população se acostumar com a novas regras. As novas regras ortográficas deveriam entrar em vigor já no ano de 2013, mas a fim de acompanhar o cronograma de implantação de outros países de língua portuguesa, o Brasil estendeu esse prazo para 2016. Assim desde o dia 1º de janeiro de 2016 o novo acordo ortográfico da língua portuguesa passa a ser obrigatório em todo o território nacional e em mais oito países. Como mudanças principais estendem-se alterações no alfabeto, na acentuação das palavras, uso do trema e do hífen. O que gerou bastante dúvidas no início de seu vigor, principalmente, para a realização de provas e concursos, e claro para o principal certame de ingresso em universidades brasileiras, o Enem. DESENVOLVIMENTO Entre mudanças principais configura-se a modificação no alfabeto brasileiro, que só agora possui 26 letras, incluindo-se K, W e Y, entre as já existentes. As letras “K”, “W” e “Y”, usadas em apenas alguns casos, oficialmente, são reconhecidas como elementos constituintes do alfabeto pertencente à língua materna. Entretanto, quanto à função, esta continua a reger os seguintes casos: • Utilizadas na grafia de nomes próprios, topônimos e seus respectivos derivados. Por exemplo: Wagner; Yuri; Kléber; Darwin; Kuwait. • Na grafia relacionada a unidades de medida, tais como: Km (quilômetro); Kg (quilograma); W (Watt), entre outras. • Na grafia de palavras de origem estrangeira, como em: Kit; Show; Player; Playboy; Whisky; Yuppie; Yang; Kaiser, etc. O campo da acentuação, talvez, seja o que mais gerou dúvidas quanto as mudanças ocorridas. Palavras que possuíam acentos deixaram de tê-los, confira os exemplos: Paroxítonas que tem o acento gráfico nos ditongos EI e OI não têm mais acento. Exemplo: • Estréia – Estreia • Idéia – Ideia • Paranóico – Paranoico • Assembléia – Assembleia • Geléia – Geleia • Jibóia – Jiboia • Apóio – Apoio • Platéia – Plateia • Jóia – Joia • Bóia – Boia • Coréia – Coreia Os acentos diferenciais das palavras também não são usados mais. Exemplo: • Pára (verbo) – Para http://resumosparaconcursos.com.br/2018/05/14/verbo-resumo/ • Pará-brisa – Para-brisa • Péla (substantivo) – Pela • Péla (verbo) – Pela • Pela (per+la) • Pêra – Pera • Pélo (verbo) – Pelo • Pêlo (substantivo) – Pelo • Pelo (per+lo) • Pólo (substantivo) – Polo • Polo (por+lo) O Trema ( ¨ ) é um diacrítico usado em diversas línguas para alterar o som de uma vogal, ou para assinalar a independência dessa vogal em relação a uma vogal anterior, constituindo-se às vezes em uma vogal própria e distinta no alfabeto. O trema deixou de existir no Brasil quando o novo acordo ortográfico entrou em vigor, no entanto, o acordo decretou que o trema será mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como seus derivados. Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano. O trema era utilizado no Brasil da seguinte forma: • Antes: cinqüenta, freqüente • Depois: cinquenta, frequente O uso hífen foi outra grande modificação do novo acordo ortográfico. Esse sinal diacrítico é usado em palavras que a segunda palavra começa com a mesma vogal que a primeira palavra. Exemplo: micro-ondas, anti-inflamatório, arqui-inimigo, semi- integral, micro-organismo. Usa o hífen quando a segunda palavra começar com H: proto-história, sobre-humano, extra-humano, pré-história, anti-higiênico, semi-hospitalar. O hífen quando o primeiro elemento acabar com vogal e o segundo começar com vogal diferente deixa de existir: socioeconômico, semiárido, autoestima, infraestrutura. Não se usa quando o primeiro elemento terminar em vogal e o segundo elemento começar com R ou S. Nesse caso, a primeira letra do segundo elemento deverá ser duplicada: antissemita, contrarregra, antirreligioso, cosseno, minissaia, biorritmo, microssistema, ultrassom, antissocial. Alguns dizem que esse acordo teve por consequência a complicação de certames, como concursos e vestibulares, já que adaptados com as antigas regras os estudantes demoraram e tiveram dificuldades para se acostumar com as novas regras. E realmente pode ser alegado isso, já que esse novo acordo foi adiado por muito tempo, e foi empregado obrigatoriamente, somente, em 2016. O tempo de adaptação pode ser considerado suficiente. Contudo, livros com as antigas regras circulavam no mercado, bibliotecas e escolas do Brasil, além disso, a adaptação também é dificultada, porque, inclusive os doutrinadores da língua portuguesa tiveram que se adaptar às novas regras, para depois as repassarem aos estudantes. http://resumosparaconcursos.com.br/2018/05/11/substantivo-resumo/ http://resumosparaconcursos.com.br/2018/05/14/verbo-resumo/ http://resumosparaconcursos.com.br/2018/05/11/substantivo-resumo/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Diacr%C3%ADtico O novo acordo criou um novo tipo de questão de gramática nos concursos. Desde a sua obrigatoriedade, muitas bancas passaram a fazer questões estilo “pegadinha”, colocando a regra antiga, agora incorreta, como se estivesse correta. Por essa razão, não basta saber as novas normas: para fazer uma prova de concurso sem medo, ainda é importante saber como eram as regras antigas, como elas mudaram e quais foram suas consequências. Ou seja, foi-se o tempo em que o estudo de língua portuguesa para concursos consistia em decorar. Agora, só consegue a sonhada aprovação em concursos públicos quem de fato entende o conteúdo! Para oferecer melhores condições de aprendizado para o público, os cursos para concursos precisaram ser adaptados de acordo com as novas regras. Há quem diga que as mudanças são resquícios do neocolonialismo, e que as divergências na grafia e significado das palavras são características já enraizadas em uma cultura, e que a unificação linguística é impossível. Realmente, cada população se adapta ao modo de falar e escrever. Palavras que em Portugal possui um significado, no Brasil tem outro, em outras colônias portuguesas, também outros. Mas, apesar desse costume com o idioma português a unificação pode trazer benefícios, como, facilidade na comunicação dos países possuidores da língua lusitana em comissões internacionais, favorecimento nas comunicações sociais, fomentando a troca de culturas entre os países, entre outros benefícios. https://www.aprovaconcursos.com.br/ CONCLUSÃO Em suma, o novo acordo ortográfico no Brasil trouxe dificuldades, principalmente, à adaptação às novas regras. Modificações que uma população leva tempo a se acostumar e a dominar, principalmente, para a realização de certames. Contudo, no Brasil houve tempo para essa adaptação, os livros com as novas regras já circulavam antes mesmo do acordo tornar-se obrigatório de fato, possibilitando o costume dos estudantes e dos doutrinadores da língua portuguesa, que também tiveram que se adaptar. Mudanças com certeza geram divergências nas opiniões, uns são contra, dizendo que a unificação de uma língua é impossível pelos costumes das populações, outros estudiosos já se opinam a favor da unificação alegando facilidade na comunicação entre os países em comissões internacionais, e até mesmo entre os povos, pelas mídias sociais, favorecendo a troca de culturas. Os pontos positivos devem ser destacados, era necessário somente uma adaptação às novas regras, no início gera dúvidas, contudo, hoje já prevalece um ensino desde as bases fundamentais e elementares, de acordo com as regras do novo acordo ortográfico, o que favorece e qualifica futuros estudantes na realização de seus certames para ingresso em universidades ou na aprovação em concursos públicos. 2- RESENHA DO CONTO: “Felicidade Clandestina.” Autora: Clarice Lispector Neste conto Clarice Lispector relata uma autobiografia na qual destaca-sesua vida durante a infância, em que ela era uma menina esperançosa, bonita e que buscava a felicidade intermitente, e essa garota contracenava-se com outra com características completamente diversas às de Clarice. Apaixonada pela leitura a menina de boas características foi vítima de uma chantagem de outra garota má, e que tinha um pai dono de uma livraria, fato que fomentava as esperanças de Clarice para a leitura. Essa garota má, prometia à Clarice o empréstimo de um livro, e ordenava que a menina feliz fosse buscá-lo em sua casa, contudo, sempre que Clarice chegava a sua casa, a garota má inventava desculpas de que o livro estaria com outra pessoa e que se ela quisesse o livro voltasse no dia seguinte. Ao passar dos dias a mãe dessa menina “adversária” de Clarice observava a cena, e intrigada com o aparecimento de uma menina todos os dias ao seu portão questionou o motivo e ao sabê-lo determinou o empréstimo do livro à Clarice por tempo indeterminado. Ao evidenciar as características da menina, destacando a esperança em não desistir de suas intenções, mesmo que haja empecilhos, e o conceito de felicidade evidenciam a moral desse texto. Nele, a escritora parece se questionar: “afinal, o que é felicidade?”. A menina presente na crônica parece conhecer bem o dito popular “felicidade é bom, mas dura pouco”, uma vez que ela se utiliza de todas as formas para prolongar seu sentimento de felicidade. Uma vez que ela ganhou permissão para ficar com o livro pelo tempo que desejasse, ela o deixa no quarto e finge esquecer que o possui, só para se redescobrir possuidora dele. Dessa forma, sua felicidade aparece como um sentimento “clandestino”, já que nem ela mesma pode se conscientizar de sua própria felicidade para que esse sentimento não acabe. Conclui-se, portanto, que a felicidade deve ser descoberta a todos os momentos e nas coisas mais simples, além de indiretamente contextualizar com a famosa frase “Quem ri por último, ri melhor”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. https://portugues.uol.com.br/gramatica/guia-rapido-novo-acordo- ortografico.html 2. https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990 https://portugues.uol.com.br/gramatica/guia-rapido-novo-acordo-ortografico.html https://portugues.uol.com.br/gramatica/guia-rapido-novo-acordo-ortografico.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990
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