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CENTRO UNIVERSITÁRIO JOAQUIM NABUCO BACHARELADO EM DIREITO MARIANA PATRÍCIA FERREIRA DO NASCIMENTO JUSTIÇA RESTAURATIVA: A EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE DIMINUIÇÃO DA CRIMINALIDADE RECIFE/PE 2020 MARIANA PATRÍCIA FERREIRA DO NASCIMENTO JUSTIÇA RESTAURATIVA: A EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE DIMINUIÇÃO DA CRIMINALIDADE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Bacharelado em Direito do Centro Universitário Joaquim Nabuco – UNINABUCO Campus Recife. Prof. Orientador(a): Luciana Neves Vidal RECIFE/PE 2020 Dedico este trabalho a Deus. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida. A minha avó e aos meus tios que sempre me apoiaram. As minhas amigas Valéria e Yasmin pela paciência. Aos meus professores e a minha orientadora Luciana Neves pelo conhecimento. Agradeço também a todos que de alguma forma se fizeram presentes na minha caminhada. RESUMO Sobre a justiça restaurativa para jovens, os institutos legais atribuídos a responsabilidade e dever estatal na promoção da educação, sendo o estado personagem principal, aliado a sociedade que tem o dever suplementar de cooperar na formação do indivíduo através da educação. O direito à Educação está inserido no rol dos direitos sociais, inspirado no valor da igualdade entre as pessoas. Desta maneira, visando compreender a educação como instrumento restaurador, o presente trabalho em comento possui como problemática: como a educação pode ser um instrumento aliado a justiça restaurativa no combate de diminuição da violência? Atrelando junto a problemática, o objetivo geral: Compreender a aplicação da justiça restaurativa através da educação de jovens. A partir deste primeiro ponto de vista, foram desenvolvidos quatro objetivos específicos: apontar os aspectos conceituais, valorativos e principiológicos da justiça restaurativa; identificar os sujeitos afetados pela infração: agressor, vítima e comunidade; conceituar as técnicas e as proativas dessas medidas restaurativas no Brasil. metodologia que serviu como base para o desenvolvimento do teor do trabalho, foi realizada através de uma análise de dados e estatísticas, juntamente com uma revisão bibliográfica que trouxe base teórica construída através de estudos de diversos autores sobre temas específicos, demonstrando ainda que o objeto em estudo tem base científica e não apenas proposições e considerações, trouxe ainda, uma abordagem descritiva que tem o intuito de quantificar os benefícios em aplicar medidas restaurativas no processo de ressocialização de jovens infratores na sociedade. Considerações finais: A importância do ambiente escolar estar, estar em conexão com a comunidade, é de entender a realidade de seus jovens alunos, assegurar boas condições de aprendizagem e um ambiente inclusivo em que todos sejam acolhidos. Palavras – Chave: Inclusão. Medidas Socioeducativas. Reintegração. Jovens. Prática restaurativa. ABSTRACT On restorative justice for young people, legal institutes are attributed the responsibility and duty of the state in promoting education, the state being the main character, allied to the society that has the supplementary duty to cooperate in the formation of the individual through education. The right to education is included in the list of social rights, inspired by the value of equality among people. In this way, aiming at understanding education as a restorative instrument, the present work in comment has as a problem: how can education be an instrument allied to restorative justice in the fight to decrease violence? The general objective is to understand the application of restorative justice through the education of young people. From this first point of view, four specific objectives were developed: to point out the conceptual, evaluative, and principiological aspects of restorative justice; to identify the subjects affected by the infraction: aggressor, victim, and community; to conceptualize the techniques and the proactive aspects of these restorative measures in Brazil. The methodology that served as the basis for the development of the content of the work was carried out through an analysis of data and statistics, together with a bibliographic review that brought a theoretical basis built through studies by several authors on specific themes, demonstrating that the object under study has a scientific basis and not only propositions and considerations, it also brought a descriptive approach that aims to quantify the benefits of applying restorative measures in the process of re-socialization of young offenders in society. Final considerations: The importance of the environment to choose to be, to be in connection with the community, is to understand the reality of its young students, to ensure good learning conditions and an inclusive environment in which everyone is welcomed. Keywords: Inclusion. Socio-educational measures. Reintegration. Young people. Restorative practice. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 7 1 JUSTIÇA RESTAURATIVA 10 1.1 Considerações Iniciais 10 1.2 Aspectos Valorativos e Principiológicos 12 1.3 Sujeitos Afetados pela Infração 13 1.3.1 Delinquente 13 1.3.2 Vítima 14 1.3.3 Comunidade 14 2 JUSTIÇA E SUAS MODALIDADES 16 2.1 Justiça Distributiva 16 2.2 Justiça Punitiva-Retributiva 17 2.2.1 Penas Privativas de Liberdade 17 2.2.2 Penas Restritivas de Direito 18 2.3 Justiça Restaurativa e suas Técnicas 18 2.3.1 Por Reparo dos Danos 18 2.3.2 Por Resolução de Conflito 20 3 MEDIDAS RESTAURATIVAS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO 22 3.1 Políticas Públicas: sob a Ótica de Jaqueline Brigagão e seus Colaboradores 23 3.2 Educação em Direitos Humanos 24 3.2.1 A Escola e seu Papel na Sociedade 26 3.2.2 O Professor como Conciliador 27 3.3 A Edcuação como Instrumento Restaurador 27 3.3.1 Redução da Criminalidade Através do Projeto Escola Legal 28 METODOLOGIA 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 REFERÊNCIAS 357 INTRODUÇÃO Crimes de ameaça, injúria e agressão podem ser resolvidos antes do julgamento através de alternativas que a justiça propõe em solucionar os conflitos existentes no dia a dia e recuperar presos já condenado. Ao estudar o cenário brasileiro, notou-se que o número de óbitos de jovens, no último mapa da violência de 2015, registrou que no ano de 2013 o alcance de mortes de adolescentes de 0 a 19 anos atingiu 75.893 (setenta e cinco mil, oitocentos e noventa e três), destes, classificam um percentual de 64% de homicídios acometidos em jovens entre 16 e 17 anos (WAISELFISZ, 2015). O sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz (2013, p.18), ainda em seu estudo menciona que, “os homicídios, no caso de jovens de 16 e 17 anos de idade, representou no ano de 2013, quase a metade da mortalidade nessa faixa etária e, pelo que é possível observar a partir da sequência histórica, a tendência é aumentar mais ainda no futuro”. Visando essa estática de homicídios, juntamente com a afirmação do presente sociólogo Júlio Jacobo, é necessário o entendimento que tem que tomar consciência a respeito do cenário que o jovem está inserido e tomar medidas que possam restaurar estes para um convívio em sociedade, utilizado como instrumento medidas restaurativas que possam garantir que o mesmo não venha reincidir no futuro. Portanto, a procura e a aplicação de alternativas que possam restaurar esses indivíduos é essencial e fundamental para toda uma comunidade. Sobre a justiça restaurativas para jovens, os institutos legais atribuídos a responsabilidade e dever estatal na promoção da educação, sendo o estado personagem principal, aliado a sociedade que tem o dever suplementar de cooperar na formação do indivíduo através da educação (ANJOS et al., 2013). O direito a Educação está inserido no rol dos direitos sociais, inspirado no valor da igualdade entre as pessoas, sendo no Brasil apenas reconhecido após a Constituição Federal de 1988, sendo um marco, pois, até então, não existia formalmente, a obrigação do estado fornecer educação a todos os brasileiros, pois, o ensino público era tido como assistencial, ou seja, amparo hipossuficiente que não tinha como custear a sua educação base. 8 Desta forma, os artigos 205 e 229 da CF, o ECA-estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90 em seu art. 55, e a LDB-lei de diretrizes e bases da educação, Lei nº 9.394/94, estes institutos não exaurem o Estado de sua obrigação, mas certificam a garantia deste sejam assegurados baseado na devida importância da educação na formação e organização social. A possível solução para o problema elencado é uma mudança na visão dos gestores dos entes federativo, reconhecendo como direito inquestionável a evolução do cidadão através de uma educação libertadora, bem como, atentarem que apenas repressão, por si só, não deve ser vista como forma principal de combate a violência e suas consequências, a prevenção tem papel fundamental, no mínimo de valor igual a repressão, em especial prevenção através do educação, não apenas educação básica, não só o alfabetizar, mas também formar, capacitar o homem para a vida e para o trabalho, formando profissionais nas mais diversas áreas (CASTRO et al., 2017 s.p). Portanto, o presente trabalho em comento possui como problemática: como a educação pode ser um instrumento aliado a justiça restaurativa no combate de diminuição da violência? Atrelando junto a problemática, o objetivo geral: Compreender a aplicação da justiça restaurativa através da educação de jovens. A partir deste primeiro ponto de vista, foram desenvolvidos quatro objetivos específicos: apontar os aspectos conceituais, valorativos e principiológicos da justiça restaurativa; identificar os sujeitos afetados pela infração: agressor, vítima e comunidade; conceituar as técnicas e as proativas dessas medidas restaurativas no Brasil Para a elaboração da monografia em comento, a educação como um instrumento aliado a medidas restaurativas com o intuito de diminuir a violência, a metodologia que serviu como base para o desenvolvimento do teor do trabalho, foi realizada através de uma análise de dados e estatísticas, juntamente com uma revisão bibliográfica que trouxe base teórica construída através de estudos de diversos autores sobre temas específicos, demonstrando ainda que o objeto em estudo tem base científica e não apenas proposições e considerações, trouxe ainda, uma abordagem descritiva que tem o intuito de quantificar os benefícios em aplicar medidas restaurativas no processo de ressocialização de jovens infratores na sociedade. Sendo que, a análise dos resultados evidenciados foram compreendidas 9 no modo descritivo, apresentando uma síntese de cada estudo incluso na revisão, com informações coletadas em livros, na legislação, em artigos científicos, e sites especializados no tema, como reforça Gil (2006, p. 44) “A pesquisa Bibliográfica foi desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Nesta pesquisa foi utilizado o método dialético, o qual, segundo Marconi e Lakatos (2007), considera os fatos dentro de um contexto social, que no caso a educação como um instrumento restaurador de jovens. Em relação à abordagem do problema, foi optado pela abordagem quali-quantitativa. Quanto aos objetivos da pesquisa, a forma descritiva foi a que melhor se enquadrou, pois, detalha as características de um fenômeno buscando suas causas, mas sem impor soluções, evidenciando apenas uma opinião crítica por parte da autora em questão. Neste trabalho, a estrutura se organiza em três partes, a primeira delas traz a Introdução, que faz uma abordagem geral do tema, trazendo através de citações e pensamentos de autores a justificativa para a elaboração do presente trabalho. Além disso, traz a explanação de objetivos gerais e específicos e a metodologia aplicada. Na segunda parte, consta o referencial teórico desenvolvidos através de capítulos, o primeiro capítulo aponta aspectos conceituais, valorativos e principiológicos da justiça restaurativa; em seu segundo capítulo, deixa claro quem são os sujeitos que são afetados pela infração, deste modo é destacado a triplica que envolve o agressor, a vítima e a comunidade; no terceiro capítulo, desenvolve de forma breve as modalidades de justiça no brasil, conceituando de forma breve a justiça distributiva e a punitiva, ainda neste capítulo é salientado a justiça restaurativas e suas técnicas, trazendo a tona os modelos em que são aplicadas, e ainda traz um link, sugestiona um ela em que realça a educação como um instrumento restaurador do jovem . Por fim, na terceira parte, após o estudo realizado a partir dos referenciais teóricos, é apresentado como considerações finais e uma opinião pessoal da presente autora do referido trabalho nas considerações finais. 10 1 JUSTIÇA RESTAURATIVA É a utilização de técnicas extrajudiciais de resolução de conflitos incentivadas nos Estados Unidos desde as décadas de 1960 e 1970, com o chamado ADR (Alternative Dispute Resolution), que possuía e valorizava mecanismos de empoderamento e a participação da comunidade na resolução dos problemas que lhe afetam. No entanto, essa resolução extrajudicial de conflitos era apenas direcionada a resolver problemas de ordem civil, ambiental e familiar, áreas em que os danos são vistos como de menor gravidade do que aqueles decorrentes de conflitos penais (FREIRE, 2006). 1.1 Considerações iniciais O que despertou para estudar esse fenômeno da justiça restaurativa como um instrumento da diminuição da violência foi a observação, durante a leitura de jornais e revistas, que a maioria dos indiciados penalmente tinha de alguma forma um grau de escolaridade baixa. O tema aqui apresentado resulta da observação do baixo índice de escolaridadeverificado nos indivíduos, que figuram na persecução penal como imputado, bem como o alto índice de reincidências na pratica delituosa. É de fundamental importância para uma sociedade, uma educação de qualidade, porém a realidade é que a educação brasileira é precária, com isso, a educação não ocupa seu devido espaço como instrumento de combate a criminalidade. O estado brasileiro continua insistindo na repressão aos delitos, sendo esta muito dispendiosa, a repressão é muito cara e cada vez se investe menos em prevenção, o qual é mais barato e eficaz. Tratando ainda em custo a segregação de liberdade é outro fator oneroso para o estado. Processar e manter preso um indivíduo é muito custoso. A ênfase maior é na exposição dos dados estatísticos de nível de 11 formação e como o mesmo se relaciona com índices de incidências criminais. Sem desassociar da ideia de que o crime é um fenômeno social, e múltiplos fatores causam sua incidência, sendo o crime bastante dinâmico, tendo influências de fatores como drogas, falta de opções de emprego e falência da repressão criminal adotada em dias atuais. Portanto, com o objetivo de atrair atenção para o tema, o trabalho apontará como atua a aplicação da justiça restaurativa utilizando como instrumento de diminuição de criminalidade a educação que pode ser eficaz na sociedade brasileira, a fim de entender e chegar através do estudo a uma breve conclusão como uma forma de trazer certos realces a formação acadêmica, mostrando facetas diferenciadas na aplicação legislativa no direito penal. Entre as décadas de 70 e 80 alguns estudos sobre a análise de técnicas restaurativas foram praticados e inaugurados no Canadá e na Nova Zelândia, onde defendiam dentro dessa medida restaurativa um ciclo de participação, a reparação, cura e reintegração dos afetados pela infração (MAXWELL, 2005 apud LEÃO, 2016). A Justiça Restaurativa baseia-se num procedimento de consenso em que a vítima e o infrator, e, quando apropriado, outras pessoas ou membros da comunidade afetados pelo crime, como sujeitos centrais, participam coletiva e ativamente na construção de soluções dos traumas e perdas causados pelo crime (BRANDÃO, 2010). A prática restaurativa tem como premissa maior reparar o mal causado pela prática do ilícito que não é visto, a priori, como um fato jurídico contrário a norma positiva imposta pelo Estado, mas sim como um fato ofensivo à pessoa da vítima e que quebra o pacto de cidadania reinante na comunidade (BRANDÃO, 2010). Portanto, o crime, para a justiça restaurativa, não é apenas uma conduta típica e antijurídica que atenta contra bens e interesses penalmente tutelados, mas, antes disso, é uma violação nas relações entre infrator, vítima e comunidade, cumprindo, por isso, à Justiça Restaurativa identificar as necessidades e obrigações oriundas dessa relação e do trauma causado e que deve ser restaurado. Imbuída desse mister de reparar o dano causado com a prática da infração, a Justiça Restaurativa se vale do diálogo entre as pessoas envolvidas no pacto de cidadania afetado com o surgimento do conflito, quais sejam, autor, 12 vítima e em alguns casos a comunidade. Logo, é avaliada segundo sua capacidade de fazer com que as responsabilidades pelo cometimento do delito sejam assumidas, as necessidade oriundas da ofensa sejam satisfatoriamente atendidas e a cura, ou seja, um resultado individual socialmente terpêutico seja alcançado (SICA, 2007). Portanto, aqui é um retrato de uma justiça recompensadora, centrada na restituição. É compreendida como uma técnica de solução de conflito e violência que se orienta pela criatividade e sensibilidade a partir da escuta dos ofensores e das vítimas. A justiça restaurativa é assegurada por lei o direito à integridade pessoal (OLIVEIRA, 2019). 1.2 Aspectos valorativos e principiológicos Quanto a seus aspectos a justiça valorativa compreende que gerando obrigações às partes envolvidas tem o dever de cumprir o que foi combinado ouvido ambas as partes, vítima, ofensor e comunidade. Aqui no modelo restaurativo a proposta é de possibilitar uma nova visão do evento criminológico. Existem três pilares da Justiça Restaurativa: foco no dano cometido, os danos resultam em obrigações e é necessário o engajamento das partes envolvidas. Como já dito, o crime, na lente restaurativa, é um dano causado a pessoas e a comunidade, razão pela qual a principal interessada no processo é a sua vítima, e não o Estado. Surge, então, uma preocupação com as necessidades da vítima, procurando-se com a reparação do dano, de forma concreta ou simbolicamente. Para o ofensor, em decorrência do evento danoso, surge a necessidade de responsabilização que, nos moldes restaurativos, consiste na compreensão das consequências de seu comportamento, além da correção da situação na medida do possível, tanto concreta como simbolicamente (LEÃO, 2016). Portanto, a justiça restaurativa se ergue sobre três pilares ou elementos simples: os danos e as consequentes necessidades (de vítimas em primeiro 13 lugar, mas também da comunidade e dos ofensores); as obrigações (do ofensor, mas também da comunidade) que advêm do dano (e que levaram ao dano); e o engajamento daqueles que detêm legítimo interesse no caso e na solução (vítimas, ofensores e membros da comunidade)” (ELLWANGER, 2019). 1.3 Sujeitos afetados pela infração A construção do conceito de criminoso na sociedade sempre esteve presente de alguma forma na história da humanidade. Direcionando para o contexto urbano contemporâneo, a questão deste conceito se atribui várias vezes a questões de violência, fazendo com que outros aspectos como classe social, econômica não sejam tão evidenciados (XAVIER, 2008). Para compreender a criminalidade é necessário entender o que é o criminoso, em breves palavras, relacionadas a criminologia, a associação da figura do criminoso é atribuída a concepção do cidadão bom ou mau, desta maneira, justifica-se a pena como um meio de defesa social (MENEZES, 2020). Assim a criminalidade, apresenta-se como um status dado a alguns sujeitos. Portanto, como identificado por Becker (1974), o processo de rotulação é percebido pelo “desvio ao estabelecer as regras cuja infração constitui desvio e ao aplicá-las a pessoas em particular”. Desta forma, sob tal ponto de vista do autor, o desvio não é uma qualidade do ato que a pessoa faz mas sim a consequência da aplicação por outrem de regras e sanções ao transgressor. 1.3.1 Delinquente O termo delinquente atribuído ao jovem, foi considerada como um transtorno psicossocial, do desenvolvimento, que se manifesta a partir de variáveis biológicas, comportamentais e cognitivas do indivíduo; e contextuais, como características familiares, sociais e experiências de vida negativas, define Steinberg (2000). A delinquência juvenil, está associada a complexas consequências sociais, compreensão dos conceitos de vulnerabilidade e de 14 fatores de risco é fundamental para a determinação das inúmeras variáveis presentes na etiologia deste comportamento, complementa Carlos Laranjeira (2007). Na sociedade contemporânea, o delinquente é aquele a quem e atribui o fato delituoso, a responsabilidade pelo crime. 1.3.2 Vítima O Código, na sua redação anterior, só se referia em sua Parte Especial, de maneira indireta e isolada, ao comportamento da vítima: Como quando esta provocava injustamente o homicida (art.121,§1º), ou o agressor (art. 129,§, 4º); ou mesmo quando o ofendido, de forma reprovável, provoca a injúria (art. 140,§1º, I). O Código atual inovou nesse ponto ao emprestar especial relevo ao comportamento desempenhado pela vítima, antes ou durante o fato punível (BRASIL, 1944). A complexidade existente na doutrina jurídica brasileira é enorme, visto que, no que se refere ao comportamentoda vítima, as disposições do código penal associadas ao princípio da presunção de inocência demonstram que o papel ocupado pela vítima, no direito penal brasileiro, ainda é bastante desfavorável. Em alguns momentos, a vítima é tida como vilã que contribui para o acontecimento de um ilícito penal, enquanto, na verdade, seu papel na gênese do delito é muito mais complexo do que isso. 1.3.3 Comunidade No que corresponde a comunidade como uns dos sujeitos envolvidos na relação de conflito complexa entre delinquente e vítimas, em sua definição de aplicação de medida restaurativa, existe a ideia de que ela (a comunidade) deve ser capaz de “assumir” os seus próprios conflitos. Quer dizer, ao envolver membros da comunidade nos processos restaurativos, o que se espera é que 15 a comunidade emerja mais forte, mais capaz de resolver os seus próprios conflitos e, portanto, mais capaz de controlar o crime (BAZEMORE, 1998 apud ROSENBLANT, 2014). Ou seja, a justiça restaurativa tem como objetivo não apenas a devolução do conflito à comunidade, mas o empoderamento da comunidade para que ela possa assumir o controle sobre a resolução de seus próprios conflitos. No entanto, como compreendido por Rodrigo Diehl e Fernanda Brandt (2016), quando a justiça é restaurativa e comunitária, se trabalha a idéia de que: “a justiça acontece na comunidade, para a comunidade, e pela comunidade”. Nesse contexto, a comunidade desenvolve uma potencialidade para se chegar a uma resolução pacífica e eficaz para todas naquele âmbito (DIEHL et al., 2016). Aqui percebe-se que sob o ponto de vista restaurativo o crime afeta uma relação tripartida entre o infrator, a vítima e a comunidade. O ideal, portanto, é que os processos restaurativos tragam essas três partes em comunicação para que elas definam, coletivamente, o dano provocado pelo delito; depois, juntas, desenvolvam seus métodos para uma melhor resolução de conflitos pacífica e eficaz para todos (OLIVEIRA, 2016). 2 JUSTIÇA E SUAS MODALIDADES 16 A justiça tem como uma das principais características o equilíbrio entre as partes na relação entre vítima e ofensor, e através da justiça tradicional é aplicada a pena. Portanto, aponta-se como justiça a particularidade do que é justo e correto, é a virtude que consiste em dar ou deixar cada um o que de direito lhe pertence (GIMENES, 2016). 2.1 Justiça Distributiva Para compreender o conceito de justiça distributiva foi necessária uma busca breve na obra de Aristóteles apesar de sua obra estar um pouco esquecida nos dias atuais, a mesma é útil e necessária para a compreensão do tema (MORAIS, 2017). A justiça distributiva é a que se observa na distribuição pela polis, isto é, pelo Estado, de bens, honrarias, cargos, assim como responsabilidades, deveres e impostos (BITTAR, 2010, p. 133). Conforme dito pelo próprio Filósofo da Ética Aristóteles (1996, p. 197): Uma das espécies de justiça em sentido estrito e do que é justo na acepção que lhe corresponde, é a que se manifesta na distribuição de funções elevadas de governo, ou de dinheiro, ou das outras coisas que devem ser divididas entre os cidadãos que compartilham dos benefícios outorgados pela constituição da cidade, pois em tais coisas uma pessoa pode ter participação desigual ou igual à de outra pessoa. (ARISTÓTELES, 1996, p. 197). Desta maneira, em compreensão a forma de pensar de Aristóteles, tem haver com legalidade e igualdade. Sendo que a igualdade se dá tanto nas trocas, quanto nas distribuições em uma comunidade. Nessa perspectiva, conforme doutrinado por Bittar (2010), o injusto seria o desigual quando há o recebimento de benefícios e encargos em quantia menor ou maior ao que lhe é devido. Portanto, compreende-se que Justiça corresponde plenamente a excelência moral. Esta deve se apresentar por meio de ações como a prudência e a moderação. Nesse modelo de justiça, se é distribuído vantagens e encargos de toda uma comunidade, levando em consideração um grupo de pessoas que são afetadas por um sistema. 17 2.2 Justiça Punitiva-Retributiva Como se percebe, a legislação penal brasileira prevê a aplicação de penas restritivas de direito, quase na sua totalidade, com a missão de substituir a pena privativa de liberdade. É certo que para a sua aplicação, o condenado deve preencher diversos requisitos de ordem objetiva e subjetiva. A sanção penal aqui aplicada pode ser em diferentes espécies, como: 2.2.1 Penas Privativas De Liberdade As penas privativas de liberdade são aquelas que têm o poder de confinar a liberdade das pessoas. É a conhecida pena de prisão. Elas aparecem no preceito secundário do tipo penal em forma dicotômica, sempre com o rótulo de reclusão ou detenção, ou ainda a prisão simples para o caso das contravenções penais. Não existe no Código Penal um capítulo ou dispositivo legal apontando as diferenças entre reclusão e detenção. Para os estudiosos do direito, logo se percebe que as condutas mais graves são puníveis com reclusão, a exemplo de homicídio, roubo, estupro, extorsão mediante sequestro e outras (PEREIRA, 2017). As condutas menos graves são geralmente puníveis com detenção, a exemplo dos crimes de lesão corporal leve, ameaça e outras. Existem outras diferenças, como acontece no regime de cumprimento de penas e efeito da condenação, artigo 92 do Código Penal, que pode gerar como efeito específico, não automático, a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado. Já as condutas classificadas como contravencionais, são puníveis com a chamada prisão simples, conforme artigo 5º, inciso I, do Decreto-lei nº 3.688, de 03 de outubro de 1941. https://jus.com.br/tudo/roubo https://jus.com.br/tudo/estupro https://jus.com.br/tudo/curatela 18 2.2.2 Penas Restritivas De Direito As penas restritivas de direito são aquelas que se apresentam como forma de sanção penal, aplicadas ora autônoma, ora substitutiva, ou às vezes cumulativamente com as penas privativas de liberdade, e que têm o condão de causar uma supressão ou até mesmo uma diminuição dos direitos do condenado (NUCCI, 2000). Para Guilherme Nucci (2000), “são penas alternativas às privativas de liberdade, expressamente previstas em lei, tendo por fim evitar o encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais consideradas mais leves, promovendo-lhes a recuperação através de restrições a certos direitos.” 2.3 Justiça Restaurativa E Suas Técnicas Seguindo referida corrente, pode ser identificado três modelos dentro da justiça restaurativa: 2.3.1 Por Reparo dos Danos Antes de mais nada é preciso esclarecer que um processo criminal não tem como objetivo principal a reparação da vítima pelo dano causado pelo crime. O processo criminal objetivo, em primeiro lugar, puni o infrator impondo-lhe a mais dura das sanções que é a pena. Isso não significa que a vítima foi esquecida. O artigo 91, inciso I, do código penal estabelece como primeiro efeito da condenação criminal “tornar certa a obrigação de reparar o dano causado pelo crime”, por outro lado o código civil, no artigo 927, dispõe: “aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Para harmonizar os dispositivos, preveem os artigos 63 do Código de Processo Penal e 515, inciso VI, do Código de Processo Civil, que a sentença penal condenatória transitada em julgado constitui título executivo judicial a ser liquidado e cumprido no Juízo Cível. 19 Código Processo Penal Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representantelegal ou seus herdeiros (). Código de Processo Civil Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; X - (VETADO) (BRASIL, 2015, art.515). Assim, o ofendido pode obter a reparação do dano sem ter que propor ação cível de indenização, ou seja, já fica reconhecido pelo Juízo Criminal o dever de indenizar, basta ao ofendido promover a liquidação, que é a transformação da condenação a uma pena em valores, e o cumprimento da sentença diretamente no Juízo Cível competente. Observando o primeiro modelo, nota-se que o mesmo adota como conseqüência o ponto de partida de sua ação em referência ao direito reparador de Walgrave, no qual a responsabilidade é mais única e utiliza-se da comunicação entre as partes (mediação) ou um processo de arbitragem como meio de atingir os objetivos reparadores (SOARES, 2018). 2.3.2 Por Resolução de Conflito A resolução de conflitos pode ser definida como um processo formal ou informal que duas ou mais partes usam para encontrar uma solução pacífica do https://jus.com.br/tudo/arbitragem 20 litígio que as opõe. Nesta, pode ser realizado através de negociação, mediação, arbitragem (SOARES, 2018). É um método utilizado em conflitos mais simples, ou restritos, no qual o terceiro facilitador pode adotar uma posição mais ativa, porém neutra com relação ao conflito e imparcial. Na conciliação um terceiro neutro conduz as partes envolvidas no conflito para um diálogo sobre as origens e consequências do mesmo, de maneira que estas alcancem a solução ideal consistente num acordo restaurativo onde ambas saiam satisfeitas e o pacto de cidadania, abalado com o cometimento da infração, seja restabelecido. Vê-se que o mediador é apenas um facilitador desse plano restaurativo e as partes envolvidas tomam as rédeas de todo o processo de restauração, através do diálogo livre e mediado apto a transformar o comportamento dos conflitantes e da sociedade em geral (BRANDÃO, 2010). Como nota-se, a justiça restaurativa tende a promover uma intensificação do papel comunitário na promoção da segurança podendo assumir um duplo papel: em primeiro lugar, pode ser a destinatária das políticas de reparação e de reforço do sentimento de segurança coletivo e, em segundo nível, a comunidade pode ser ator social de um percurso de paz, que se funda sobre ações reparadoras concretas das consequências do crime (DIAS et al., 2011). Nestes dois últimos modelos, Dias et al. (2011) comenta que, o ponto de partida é menor para as consequências que para o conflito subjacente ao gesto causador dos danos; por conseguinte, a responsabilidade tem mais oportunidade de ser compartilhada pelas duas partes; o processo privilegiado é centrado na comunicação. Por meio dessa compreensão sobre as medidas restaurativas, ela funciona também em três modelos: Centrado na finalidade: o primeiro modelo é um modelo centrado nas finalidades. A doutrina possui muitos partidários desta variedade na qual a justiça restaurativa está direcionada para a correção das consequências. O que marca o modelo é que as finalidades restaurativas são centrais e prioritárias frente aos processos utilizados para se atingir o fim (SANTANA et al., 2015). Centrado nos processos: são os processos que definem o modelo de justiça restaurativa. Nesta concepção, todo o processo fundamentado sobre a participação (seja das partes ligadas pela infração, ou, seja por toda a comunidade 21 circunvizinha) se insere no modelo de justiça restaurativa. Assim, embora as finalidades ligadas aos processos negociados sejam de cunho retributivo, somente o fato de que haja as negociações, as consultas ou os envolvimentos é suficiente para que alguns considerem que suas práticas façam parte de um modelo de justiça restaurativa. (JACCOUND, 2005, p. 171) Centrado na finalidade e no processo: este terceiro modelo adota uma visão mais restrita da justiça restaurativa. Isto impõe à mesma condições (meios negociáveis e finalidades restaurativas) que concentram todas as possibilidades de serem aplicadas a situações que requeiram boa vontade de ambas as partes no que diz respeito à infração. Porém, introduzir a boa vontade como critério absoluto de encaminhar os casos aos programas restaurativos, conduz inevitavelmente a confinar a justiça restaurativa à administração de infrações sumárias o que, evidentemente, reduz seu potencial de ação. Este terceiro modelo corresponde ao que Lode Walgrave (1999 e 2003) designa através da perspectiva minimalista ou diversionista (no sentido de encaminhamento alternativo) e se inscreve nas práticas de mecanismos civis e não de mecanismo jurídicos (JACCOUND, 2005, p. 171). No que corresponde a mediação se caracteriza por ser uma técnica de conflitos que tem por intermédio duas partes que se sentem lesadas, e uma parte neutra que possui o desejo voluntário de solucionar o conflito, estimulando uma satisfação mútua para ambos (SANTANA, 2003) Complementa Busnello (2017) que, a caracterização da Mediação pela eleição de um terceiro, o mediador, para ajudar na solução de um conflito, cuja função será apenas a de um facilitador para que as partes cheguem a uma solução em face do impasse surgido. O processo de Mediação é menos formal que o da Arbitragem. Nela, as disputas são orientadas no sentido de se chegar a uma solução aceitável para ambas as partes, por acordo, ou mútuo consenso. Ao contrário, na Arbitragem é prolatada uma sentença que não poderá mais ser questionada em juízo, pondo-se, portanto, fim à questão (BUSNELLO, 2017). 22 3 MEDIDAS RESTAURATIVAS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO De forma bem objetiva e direta, este capítulo aborda a educação como instrumento da Justiça Restaurativa, evidenciando suas dificuldades em poder atuar com mais eficiência do que o método tradicional de punição, que se restringe privar a liberdade. Esta medida restaurativa defendida pela ONU e incentivada em diversas nações, inclusive por parte do judiciário do Brasil, tende a não privar o infrator da sua liberdade, buscando, a reconciliação do infrator com a vítima e sua reinserção a comunidade. Assim o presente trabalho visa demonstrar como esta temática é debatida da ótica do da educação em combate para reduzir a criminalidade, objetivando entender as ações e relações deste em Pernambuco a partir da vivência e do planejamento desenvolvidos pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco no Projeto Escola Legal da Vara da Infância e Juventude de Recife Nesse sentido, considerando as mudanças sociais no que diz respeito a crescente participação da sociedade no gerenciamento de políticas protetivas do indivíduo e compreendendo-se a necessidade de efetivação de políticas públicas direcionadas pelo Estado à proteção cidadã, tem-se como questionamento: Pode a educação desenvolvida no Projeto Escola Legal do Tribunal de Justiça de Pernambuco, diminuir a criminalidade? O ponto a ser desenvolvido neste capítulo, direciona-sea compreender a temática dos sobre a educação, o Projeto Escola Legal, da Vara da Infância e Juventude do TJPE, na busca por entender o favorecimento do exercício da cidadania (individual e coletiva), analisando através das ações direcionados pelo projeto a proteção e a educação. Portanto, aqui será realçado a participação daqueles que compõem o Projeto Escola Legal do TJPE em Recife e o seu favorecimento do exercício da cidadania, da preservação dos direitos fundamentais, do gerenciamento de políticas públicas através de ações de cunho social e também jurídico, tendo como fonte de origem nesta capítulo a ser discutido uma pesquisa exploratória, no que tange às ações que garantam ao ofensor, vítima e comunidade, a oportunidade de ter uma vida social, realmente tuteladas pelo Estado. 3.1 Políticas Públicas: sob a Ótica de Jaqueline Brigagão e seus Colaboradores 23 Após a leitura de um artigo de título, as interfaces entre psicologia e políticas públicas e a configuração de novos espaços de atuação de em que os autores Jaqueline Brigagão, Vanda Lúcia Vitoriano do Nascimento e Peter Kevin Spink abordam de uma forma simplificada sobre as questões de políticas públicas desenvolvidas no cenário brasileiro (BRIGAGÃO et al., 2011). Logo em sua introdução, a autora e seus colaboradores destacam as políticas públicas como textos constituídos através de um conhecimento desenvolvido através de planos, ações e pesquisas que servem como base para propor propostas que sejam relevantes para determinadas pessoas. No caso em tela, seria para o ofensor, vítima e comunidade (BRIGAGÃO et al., 2011). A autora ainda relata, que as políticas públicas são utilizadas para se referir a proposições, medidas e ações do governo dirigidas aos problemas de uma determinada população na tentativa de gerir soluções, relacionada ao Estado democrático moderno. Nesse caso seria a aplicação do projeto Escola Legal, como meio restaurador de reintegrar aquele ofensor vítima da sociedade, em um detentor de direitos, que ao invés de cumprir alguma medida restritiva, o mesmo possa gozar de medidas restaurativas que os ressocializem e volte a inseri-los na comunidade/sociedade que vive (BRIGAGÃO et al., 2011). As políticas públicas podem variar em suas definições e modelos. Alguns dos elementos que podem ser encontrados dentro dessas políticas são, que: elas permitem distinguir entre o que o governo pretende fazer e o que, de fato faz; pois, na prática a política pública por si só é apenas um texto legal que depende de incentivos, de ações para poder desencadear um processo de resultados a longo prazo, desta maneira vale ressaltar a importância atuante da escola dentro da sociedade (BRIGAGÃO et al., 2011). 3. 2 Educação em Direitos Humanos 24 Como reivindicações morais, os direitos humanos nascem quando devem e podem nascer. Como realça Norberto Bobbio (1988), os direitos humanos não nascem todos de uma vez nem de uma vez por todas. Para Hannah Arendt (1979), os direitos humanos não são dados mas sim uma construção, uma invenção humana em constante processo de construção e reconstrução. Compõem um construído axiológico, fruto da nossa história, de nosso passado, de nosso presente, fundamentado em um espaço simbólico de luta e ação social. No dizer de Lafer (2001) os direitos humanos compõem a racionalidade de resistência, na medida em que traduzem processos que abrem e consolidam espaços de luta pela dignidade humana. Realçam, sobretudo, a esperança de um horizonte moral, pautado pela gramática da inclusão, refletindo a plataforma emancipatória de nosso tempo. Toda esta sistemática está presente em uma nova ordem social, que em contrapartida, segundo Tosi (2002, p. 60-61): [...] quando falamos de política social, estamos nos referindo àquelas funções modernas do Estado capitalista – imbricado à sociedade – de produzir, instituir e distribuir bens e serviços sociais categorizados como direitos de cidadania. Trata-se, portanto, de política associada a um padrão de organização social e política que, desde os fins do século XIX e, mais precisamente, depois da Segunda Guerra Mundial, foi distanciando-se dos parâmetros do laissez-faire e do legado das velhas leis contra a pobreza [...] para transformar-se num esquema de proteção social que incumbe ao Estado decisiva responsabilidade pelo bem- estar dos cidadãos. [...] [Ela] envolve o processo de provisão social [...][e] uma expressiva atividade regulamentadora [que visa] a garantia de acesso do cidadão comum a benefícios e serviços de natureza pública (TOSI, 2002, p. 60-61). Assim, os direitos humanos são considerados como um sistema de pensamentos que fazem parte de uma realidade social. Os direitos humanos são considerados como princípios avaliativos ou representações sociais normativas, que permitem aos seres humanos organizar suas relações e interações. A referência normativa aqui evocada são os princípios contidos na DUDH. (DOISE, 2002). A ideia central para a compreensão dos direitos humanos é a da dignidade da pessoa humana, o homem como um fim em si mesmo. O conteúdo do preâmbulo da DUDH refere-se ao reconhecimento da dignidade inerente a 25 todo membro da família humana e de seus direitos iguais como fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, proclamados como a mais alta aspiração do homem comum e que devem ser respeitados, desenvolvidos, compreendidos e promulgados para que haja paz no mundo. Foram assim proclamados em 30 artigos, aprovados na Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, como esse ideal comum a ser atingido pelos povos e nações do mundo. O conceito de direito humano é um conceito fundamental na sociedade atual, já que estamos inseridos em juízos de moral política que decidem sobre o que é ser bom e ser mal de um Estado, de maneira análoga como em juízos morais sobre um indivíduo. (LAFER, 2001) A assembleia proclamou: A presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforcem através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição (BOBBIO, 1996, p. 10). Desse modo, os direitos humanos, em seu processo histórico-político, vêm se constituindo como material desta ética pública, desta parceria em face do que é social, lado a lado com os valores de sobrevivência da humanidade, sem os quais ela não pode subsistir. No entanto, os direitos humanos não constituem somente um conjunto de ideias e valores que são o conteúdo dessa ética pública, mas também vêm sendo legitimados por um processo “procedimental”, ou seja, por procedimentos e meios para que sejam reconhecidos e efetivados por sujeitos além do próprio Estado, ditados por parcelas sociais. “Exige uma intervenção política dos indivíduos, dos povos, dos governos e organismos internacionais responsáveis pela promoção e defesa dos direitos humanos” (TOSI, 2002, p. 118). Portanto, os Direitos Humanos representam socialmente nos dias de hoje, um novo ethos mundial, certamente um grande progresso na “autoconsciência 26 da humanidade”; e os direitos humanos podem se tornar um ponto de interseção e de consenso entre diferentes doutrinas filosóficas, crenças religiosas, costumes culturais, formas jurídicas e ações do Estado e da sociedade, dentre estes sujeitos. 3.2.1 A Escola e seu Papel na Sociedade O papel determinado para a escola está sendo idealizadona formação do cidadão e sua função de buscar formas de oferecer o ensino da maneira possível através de recursos, métodos, materiais e engajamento de uma população em geral (PUGLIESE, 2017). Segundo os dados de Pesquisa em Ensino (PE) no Brasil desde a década de 1960 como complementa Pugliese (2017), vem buscando a reformulação de um bom ensino básico, no final da década de 1990 e início dos anos 2000, influenciou e explicitou a necessidade da ampliação da PE na educação básica para todos. Salém (2012, p. 63) observou que, dentro da comunidade escolar existe um diálogo dentro da sala de aula, que visa a capacidade de melhorar o ensino- aprendizagem tanto dos docentes, quanto dos discentes, como instrumento que possa transmitir o melhor conhecimento sobre o ensino didático dentro e fora de sala de aula (SALÉM, 2012). No que se refere ao direito a educação, a CF/88, em seu art.225 compreende que: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1988, art. 225). No que compreende a educação, como medida restaurativa, o Estatuto da Criança e do Adolescente é taxativo: é obrigatório o oferecimento de escolarização para os jovens que estejam cumprindo medida socioeducativa. A escola e a educação são caminhos que jovens e adolescentes podem tomar como medida socioeducativa. A escola tem, de acordo com Saviani (2008), possui e função de socializar os conhecimentos produzidos pelos homens. Para isso, o trabalho pedagógico deve criar condições para que o aluno 27 se aproprie dos conhecimentos, o que faz com que a escola seja responsável pelo processo de humanização dos indivíduos. 3.2.2 O Professor Como Conciliador A figura do professor, pode atuar de forma contributiva no âmbito de conciliação no âmbito escolar. Embora a necessidade de se ter um mediador/profissional que esteja em constante aperfeiçoamento, atualizando-se, buscando melhorias para que exista a mediação, assim está ciente e capacitado para desenvolver um pensamento dialógico, que contribuíram para a mediação (BACKER et al., 2010). Neste caso a interação e integração entre as partes e o todo, fazendo-se necessário que as duas categorias, aluno e professor, interajam em conjunto para que exista uma ligação e abertura dialógica (BACKER et al., 2010) e enquanto facilitador deverá atuar de forma humanizada, para que aquela experiência transformadora modifique a realidade encontrada a fim de trazer uma nova visão da sociedade em relação ao ofensor, vítima e comunidade. (MOLINA et al., 2009). Portanto, é necessário que o professor enquanto mediador, esteja ciente da realidade em que seus alunos estão inseridos, para que assim possa ensinar e transmitir os seus conhecimentos embasados numa situação real, promovendo sintonia interpessoal com os mesmos (MENEZES, 2010). 3.3 A Educação Como Instrumento Restaurador Analisando que a Justiça Restaurativa visa a compreensão dos indivíduos envolvidos em determinados conflitos, podemos pensar, enquanto educadores, em utilizar os modelos restaurativos nas práticas escolares. Pode se dizer, que a escola privilegia a reconciliação, não excluindo e punindo os alunos que por diversos motivos vieram a entrar em conflitos (AMERICO JUNIOR et al.,2015). 3.3.1 Redução da Criminalidade Através do Projeto Escola Legal 28 Inicialmente, se explicará um pouco deste projeto Escola Legal e as lacunas existentes na atuação do Estado em exercer efetivamente o ordenamento jurídico no que tange o regime de proteção aos direitos do cidadão. Eis que se tem como justificativa de analisar de forma ascendente as condições que trazem à tona as falhas nas ações estatais em disseminar no estado de Pernambuco a assistencialidade, a igualdade, a não discriminação, a autonomia, o apoio e principalmente a participação da esfera social aqui representada pelos integrantes do Projeto Escola Legal no efetivo processo. Em seguida, tratará da importância de certos aspectos sociais que realçam o assunto pesquisado, onde com a preferência desta temática almeja- se demonstrar a possível relação entre o Estado e este a medida restaurativa através da educação, traduzido nas ações do Projeto Escola Legal, no plano da Administração "Pública" tomando por base a atuação do referido projeto. E, em paralelo, almeja-se a análise acerca da idealização e do implemento de ações de gestão de políticas sociais voltadas à efetiva proteção desses direitos a uma justiça restaurativa no que diz respeito às ações “cidadãs" em Pernambuco. Por fim visa-se demonstrar nesta pesquisa, a relevância da importância de melhores políticas públicas de educação e proteção de direitos, trabalhando com maior frequência medidas restaurativas com a educação, no processo de combate à criminalidade. Assim, a educação é uma porta de entrada para inserir uma medida restaurativa. Além de que, através da educação, existe uma redução a criminalidade. Em um estudo realizado em pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grando do Sul, detectou que: 60% de seus infratores sequer concluíram o ensino fundamental, pois trocaram as salas de aula pelas ruas por volta do quinto ou sexto ano. É justamente nessa fase da vida, aos 12, 13 anos de idade, que os adolescentes podem encontrar no crime a identificação e o acolhimento que deveriam ter sido proporcionados pela escola (GALLISA, 2018). Através da educação é possível reduzir sim a criminalidade, investindo na educação do jovem é notório que, a longo prazo, pois é necessário um período para que as pessoas frequentem os cursos de formação educacional e notem que 29 ali na educação se encontra o futuro. No caso da educação de crianças e jovens, o tempo de frequência escolar e a interação nesse ambiente permitem a absorção das noções de moralidade, civilidade e de obediência às leis que, normalmente, integram as regras de convivência no espaço escolar e podem funcionar como um mecanismo informal de controle do comportamento dos indivíduos e de prevenção ao engajamento em atividades ilícitas, como descreve, Lochner et al., (2013). O Projeto Escola Legal é fruto da parceria entre a Secretaria de Educação do Estado (SEE) e dos órgãos públicos de proteção e defesa dos direitos dos estudantes enquanto cidadãos. A iniciativa tem como objetivo contribuir para a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas de prevenção e enfrentamento da violência no ambiente escolar, além de capacitar gestores, educadores e profissionais da educação para lidar com possíveis situações de uso de drogas e violência nas unidades de ensino (GOVERNO DE PERNAMBUCO, 2017). O projeto escola legal se dão no sentido de assumir uma matriz de atuação que, na dinâmica da política, dialogue com os princípios cidadãos da educação em direitos. A contribuição da educação em direitos essenciais e humanos é, cada vez mais, necessária pois diante do cenário brasileiro de violência, através da educação, se cria u frente de cidadãos respeitosos e afirmadores dos direitos de todas as pessoas, sem qualquer distinção, e tudo resolvido através de diálogo. Através da educação a justiça restaurativa, cria a possibilidade de transformar o processo da resolução de problemas em instrumento preventivo de violência e criminalidade, reduzindo o índice de futuras infrações, em especial quando os envolvidos são menores de idade. Sobre o diálogo entre a justiça e a comunidade, a medida restaurativa por meio da educação mobiliza toda uma comunidade a participar para ajudar na conciliação do conflito, seja ele na escolar, ou no próprio meio em que vive. Salientando, que o modelo restaurativo deve ser guiado por “facilitadorescompetentes e imparciais, com o escopo de assegurar que o processo seja efetivo e seguro para todos os envolvidos, esforçar-se para ser inclusivo e colaborativo”. 30 METODOLOGIA Sobre a metodologia utilizada no presente trabalho, através de uma revisão bibliográfica em que, a análise dos resultados evidenciados foi realizada no modo descritivo, apresentando uma síntese de cada estudo incluído na revisão, com informações coletadas em livros, na legislação, em artigos científicos, e sites especializados no tema. Como reforça Gil (2006, p. 44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Nesta pesquisa foi utilizado também o método dialético, o qual, segundo Marconi e Lakatos (2011), considera os fatos dentro de um contexto social. Ainda sobre esse método, de acordo com Gil: A dialética fornece as bases para uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade, uma vez que estabelece que os fatos sociais não podem ser entendidos quando considerados isoladamente, abstraídos de suas influências políticas, econômicas, culturais etc (ZAGO, 2013, p. 14). Em relação à abordagem do problema, optou-se pela abordagem quali- quantitativa, pois nesse tipo de pesquisa, segundo Teixeira (2009), o pesquisador procura reduzir a distância entre a teoria e os dados, compreende os fenômenos pela sua descrição e interpretação, enfatizando o processo de acontecimentos. A predominância da abordagem quali-quantitativa deve-se ao fato do caráter exploratório da pesquisa e da utilização de métodos estatísticos para a coleta dos dados. Para Silva e Menezes, a pesquisa quali-quantitativa é: A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Que requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave (ZANATA, 2012, p.20). Para tratar deste tema foi escolhida em relação aos objetivos da pesquisa a forma descritiva, a qual detalha as características de um fenômeno sem buscar suas causas nem impor soluções. A pesquisa descritiva aborda um tema já conhecido, mas contribui na 31 abordagem de novas perspectivas sobre uma realidade já existente como a escola e a educação como instrumento restaurador de jovens. Os dados apresentados foram coletados a partir de documentos extraídos de livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, monografias, dissertações e teses. A análise dos dados foi dada através do confronto entre os materiais analisados, a fim de se mostrar as diversas opiniões sobre o estudo em questão e trazer novas perspectivas sem que haja solução por parte da autora na abordagem para solucionar se a educação pode ser utilizada como um instrumento restaurador do jovem. 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Desde pequenos, quando inseridos no contexto social escolar, a criança compreende um conjunto de fatores, inovações, e um mundo totalmente diferente do que foi visto até então. A criança se depara com dificuldade no seu entorno familiar, escolar, e todo o ambito social, e daí surgem seus primeiro conflitos sociais, tais como questões economomicas, sociais, e até mesmo pela sua cor ou aparencia, e então os conflitos no seio escolar surgem, e a falta dessa resolução acaba sendo a porta de entrada para o jovem ingressar no mundo da criminalidade. Ao ingressar nesse mundo, nota-se apenas o sujeito infrator, mas não o ser como um todo, esse ingresso acaba que por estender ao Estado a responsabilidade de resguardar a sociedade, tomando medidas preventivas para que este não cometa nenhum delito na sociedade. Ao pensar em medidas preventivas que o Estado pode tomar, a população pensa que somente esta pode ser aplicada, sendo que, existem medidas do tipo restaurativa, que reintegram o individuo infrator em sua comunidade, e sua a comunidade como instrumento complementar junto a educação como meio de transformar a vida do jovem delinquente. A educação é compreendida como uma das ferramentas essenciais para compor o cidadão. Através desta o indivíduos já em seu seio familiar compreende a noção de respeito, deveres, que deve ter para com o próximo. A medida restaurativa através da educação é sim uma forma de diminuir que o jovem cometa delitos, pois com a educação o jovem é instruído para o bem, e quanto maior a informação que ele tem sobre seus direitos e deveres com a sociedade, menor será chance deste ingressar na marginalidade. No que compete a compreender a justiça restaurativa, baseia-se num procedimento de consenso, em que a vítima e o infrator, e, quando apropriado, outras pessoas ou membros da comunidade afetados pelo crime, como sujeitos centrais, participam coletiva e ativamente na construção de soluções dos traumas e perdas causados pelo crime. A justiça restaurativa tende a promover uma intensificação do papel comunitário na promoção da segurança. 33 Sobre a educação e os direitos humanos, tem muito ligação com a atuação do projeto escola legal, pois beneficiam toda uma comunidade e sociedade, através dessa pacificação iniciada na escola. Como notado, a escola tem o papel essencial para a formação do ser e seu ingresso na sociedade, demonstrando através da educação se instrui o cidadão para que este não venha cometer algum tipo de delito, promovendo assim uma seguridade social para os jovens. Reforçando, as medidas restaurativas, são capazes de reintegrar o individuo infrator em sua comunidade, e sua a comunidade pode atuar também como instrumento complementar junto a educação como o papel e dever social de transformar a vida do jovem delinquente. A importância do ambiente escolar estar em conexão com a comunidade é para poder entender a realidade de seus jovens alunos, assegurar boas condições de aprendizagem e um ambiente inclusivo em que todos sejam acolhidos, e que através de medidas restaurativas, o Estado trate a raiz do problema, reeducando e reinserindo o jovem em sua comunidade. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICO JUNIOR. Elston; LIMA, Cezar Bueno. 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