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Beatrice Constance TXX FISIOLOGIA RENAL Revisão – Anatomia renal: No hilo renal há a chegada da a. renal e a saída da v. renal e ureter, que leva a urina para a bexiga. A vascularização renal é irregular, de modo que 98% do sangue está localizado no córtex. As células da medula renal são adaptadas para o consumo mínimo de oxigênio. Pode-se dizer que a medula é uma via de passagem do sangue. Funções gerais dos rins: • Filtração do plasma com eliminação dos produtos terminais do metabolismo corporal. O único metabólito terminal que não sai pela urina é o CO2, que sai pelo sistema respiratório. • Regulação da [ ] de importantes constituintes dos líquidos corporais (ex.: íons). • Regulação do volume dos líquidos corporais e da PA (pois regula a volemia). • Regulação do equilíbrio ácido-básico (mantém o pH arterial em 7,4). • Síntese de eritropoietina (estimula a medula óssea dos ossos longos a produzir hemácias); portanto, pode ser considerado uma glândula endócrina. • Ativação final da vitamina D (calcitriol ou 1,25-diidroxicolecalciferol), que é responsável pela absorção intestinal de cálcio pela calbindina. Para isso, é necessária a presença do paratormônio, além dos raios solares e da ação do fígado. No caso de insuficiência renal + fraturas espontâneas, o paciente deve tomar calcitriol. NÉFRON, A UNIDADE FUNCIONAL DO RIM O néfron é dividido em duas porções básicas: tubular e glomerular. Nos túbulos ocorre a reabsorção e a secreção. A porção glomerular (localizada no córtex) é formada pela cápsula de Bowman, capilares glomerulares enovelados (atende os glomérulos), capilares peritubulares (atende os túbulos) e arteríolas eferente e aferente. O caminho do sangue no néfron é: arteríola eferente → capilares glomerulares → arteríola eferente → capilares peritubulares → vênula Apenas o néfron justamedular é capaz de concentrar a urina graças à ação do ADH. No néfron justamedular o caminho do sangue é: Arteríola aferente → capilares glomerulares → arteríola eferente → capilares peritubulares → vasos retos SECREÇÃO: sangue para o túbulo EXCREÇÃO: quando a substância deixa o corpo pela urina. Nem tudo o que é secretado é excretado. Beatrice Constance TXX MECANISMOS BÁSICOS DE FORMAÇÃO DA URINA Porcentagem de reabsorção • 65% nos túbulos proximais – borda em escova e muitas mitocôndrias (muito transporte ativo). Absorve as substâncias com valor nutricional (glicose, AA, vitaminas, íons acetoacetato, bicarbonato, etc.) • 15% na alça de Henle – céls achatadas; permitem maior difusão • 10% nos túbulos distais • 9,3% no canal coletor Somando-se temos 99,3% de reabsorção. A urina é o 0,7%. Nela, não há nenhuma substância com valor nutricional. FILTRAÇÃO GLOMERULAR GLOMÉRULO Seus capilares possuem 3 camadas: endotélio, membrana basal (rede de filamento de proteoglicanos) e podócitos. Estes emitem projeções que auxiliam a filtração porque estimulam a célula endotelial a produzir mais fenestras. As três camadas unidas recebem o nome de membrana glomerular. Cada camada tem um local que permite a passagem de substâncias: • Endotélio – fenestras • Membrana basal – espações entre os filamentos • Podócitoss – fendas em poros. Essa camada permite a passagem de proteínas plasmáticas, como a albumina. Ela não sai por conta da membrana basal, que contém a rede de proteoglicanos. Em geral, as proteínas possuem carga negativa. Assim, existem uma repulsão elétrica entre as proteínas plasmáticas e os proteoglicanos da membrana basal. RELEMBRANDO – FORÇAS DE STARLING • Pressão hidrostática do plasma (Pc) • Pressão coloidosmótica do plasma (πp) • Pressão coloidosmótica do líquido intersticial (πli) • Pressão do líquido intersticial (Pli) Pensando em filtração glomerular, existem 3 forças atuando: pressão capilar glomerular (PG) = 60mmHg; pressão coloidosmótica do plasma (πp) = 32mmHg e a pressão da cápsula de Bowman, contrária à filtração (PCB) = 18mmHg. Assim, temos que: FG = PG – (πP + PCB) FG = 60 – (32+18) = 10mmHg Esse valor deve ser mantido constante, independente da variação de pressão. REGULAÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR • Diminuição da PA: ↓PG o VasoDILATAÇÃO das areríolas AFERENTES – prostaglandinas / NO o VasoCONSTRIÇÃO das arteríolas EFERENTES – angiotensina II / SN simpático o ↑ da reabsorção tubular e ↓ da diurese • Aumento da PA: o VasoCONSTRIÇÃO das arteríolas AFERENTES (↓ da reabsorção tubular – AMP e BMP – e ↑ da diurese) Por que tomar muita aspirina leva a problemas renais? Não haverá dilatação da artéria aferente na pressão baixa pois a aspirina é um inibidor de COX, diminuindo as prostaglandinas. Beatrice Constance TXX SEGMENTOS TUBULARES • Túbulo contorcido proximal - há reabsorção de íons, água e substâncias com valor nutricional. Da luz do túbulo para dentro da célula, que contém borda em escova, ocorre transporte ativo secundário de glicose. Na face contraluminal, difusão. • Segmento fino do ramo descendente da alça de Henle – permeável à água. • Segmento espesso do ramo ascendente da alça de Henle (segmento diluidor) – essa região NÃO tem aquaporinas nem receptores para vasopressina; é impermeável à fuga da água. Transporte ativo secundário de sódio, 2 cloretos – que têm vontade de entrar na célula, fazendo o carreador girar – e potássio. • Túbulo contorcido distal o Inicial (não deixa a água sair – idem segmento diluidor) e o Final (não possui aquaporinas, exceto sob ação da vasopressina). Difusão facilitada de sódio e cloreto do lúmen para dentro da célula. • Canal coletor cortical – impermeável à ureia. Permeável a água na presença de vasopressina. • Canal coletor medular interno – permeável à ureia e água na presença de vasopressina. Reabsorve sódio e secreta hidrogênio; atua no equilíbrio acidobásico. IMPORTANTE: DIURÉTICOS • Diuréticos de alça: atuam no segmento espesso do ramo ascendente da alça de Henle inibindo o carreador de sódio-cloreto-potássio. Com isso, esses solutos puxarão a água (diurese osmótica). Usado em casos de edema agudo, em que se deseja diminuir a volemia. O efeito colateral do uso crônico é a hipocalemia (fuga do potássio), que faz com que haja hiperpolarização das fibras musculares esqueléticas paralisias musculares (incluindo do diafragma). Ex.: furosemida • Tiazidas: atuam no túbulo contorcido distal (principalmente no inicial) inibindo o transportador de sódio e cloreto. O aumento da diurese pela perda do sódio, cloreto e água pode também levar o potássio. Pode ser utilizado por mais tempo que os diuréticos de alça. • Bloqueadores de canais de Na+: essa família atua no canal coletor. Ao impedir que o sódio entre na célula, por osmose, há aumento da diurese. Não é tão potente, portanto são poupadores de potássio. Ex.: amilorida, triantereno • Antagonistas de aldosterona: são bloqueadores dos receptores de aldosterona. Também atuam no canal coletor, impedindo a reabsorção de sódio e a retendo potássio na face contraluminal. Se usado por um longo período de tempo pode levar à hipercalemia arritmia, que pode evoluir para fibrilação no músculo cardíaco. Ex.: espironolactona • Diuréticos osmóticos: não são reabsorvidos pelos túbulos. Possuem poder osmótico e atraem água à medida que são eliminados. Ex.: manitol • Inibidores da anidrase carbônica: atuam nos túbulos contorcidos proximais. Sem essa enzima, não há secreção de hidrogênio. Com isso o bicarbonato não vai ser absorvido. Ele vai sair e carregar algum íon junto, normalmente o sódio, que vai puxar água. Será secretado bicarbonato de sódio, que, em excesso poderá gerar uma acidose metabólica. Ex: acetazolamida/diamox Beatrice Constance TXX REGULAÇÃO RENAL DO EQUILÍBRIO ACIDOBÁSICO CO2 + H2O ⇌ H2CO3 ⇌ H+ + HCO3-Situação de acidose: equilíbrio deslocado para a esquerda. Aumento da reabsorção tubular de bicarbonato. O H+ livre que não encontra mais bicarbonato para se ligar sai na urina. Portanto, a urina fica ÁCIDA com pH de até 4,5. Caso a acidez persista, tampões tubulares se ligarão ao hidrogênio. São eles: • NH3 + H+ ⇌ NH4+ • HPO4- + H+ ⇌ H2PO4- Situação de alcalose: equilíbrio deslocado para direita. ↑[O2]. Diminui a secreção de H+ e diminui a reabsorção tubular de bicarbonato. A urina torna-se BÁSICA. O sistema respiratório tenta regular a perda de CO2 com uma bradipneia. Êmese (vômito) contínua: o conteúdo gástrico ácido sendo eliminado gera alcalose metabólica. D diarreia persistente: o conteúdo intestinal é alcalino (bicarbonato do suco pancreático), gerando acidose metabólica. O sistema respiratório induz taquipneia Diabetes Melitus não tratada: cetoacidose diabética taquipneia + urina ácida 1:12:42
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