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CRUZEIRO DO SUL - AUDITORIA

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Prévia do material em texto

Auditoria
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Rodrigo de Souza Marin
Revisão Técnica:
Prof. Me. Carlos Henrique Costa
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Introdução aos Fundamentos da Auditoria
• Introdução;
• Conceito;
• Objetivo da Auditoria Contábil;
• Procedimentos de Auditoria;
• Tipos de Auditoria;
• Limitações da Auditoria Contábil;
• Auditoria Interna;.
• Auditoria Externa
 · Apresentar os aspectos relevantes sobre a auditoria contábil, desta-
cando seus pontos mais consideráveis.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade aprenderemos um pouco mais sobre auditoria contábil.
É muito importante que você leia atentamente o Material teórico, assista às 
videoaulas e também acesse o Material complementar, lembrando de anotar 
as dúvidas que surgirem e apresentá-las ao tutor.
Bom estudo!
ORIENTAÇÕES
Introdução aos fundamentos da auditoria
UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria
Contextualização
Os mercados de capitais necessitam de dados precisos e leais, e ainda, imparciais 
que representem a característica econômica de uma empresa e, no que lhe diz 
respeito, proporcionem uma base para avaliação do desenvolvimento na direção 
de atingir objetivos em longo prazo.
Se o mercado não recebe dados leais, os investidores se sentirão inseguros no 
que se refere ao sistema, tomarão decisões incorretas e poderão até perder muito 
dinheiro e, em último caso, o sistema poderá falhar. 
Encontramo-nos em um período de mudanças onde, como profissão, os 
auditores e contadores são chamados para realizar julgamentos profissionais que, 
da melhor maneira possível, reflitam a economia das transações ou os níveis 
correntes do patrimônio.
Assim, o foco desta Unidade está em apresentar os conceitos, objetivos, métodos, 
tipos e aspectos relevantes sobre auditoria contábil.
6
7
Introdução
O auditor exerce uma tarefa externa especial. Está proibido de montar os 
sistemas de controle interno para uma companhia que lhe seja cliente; não pode 
criar demonstrações financeiras ou outros dados básicos e deve elaborar pareceres 
sobre demonstrações financeiras com base nas análises de amostragem e auditoria 
(GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012).
Trata-se de uma atividade arriscada e conflituosa. Quando o público confia 
na objetividade e na exatidão de seus relatórios, o valor destes se evidencia. 
Porém, quando há uma falha de sua parte, boa parcela do sistema financeiro 
está comprometida. 
Conceito
A auditoria manifestou-se com a necessidade da garantia da fidedignidade 
das informações derivadas dos registros contábeis (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). 
Contudo, com o crescimento da função de auditor, faz-se também necessário o 
desenvolvimento das normas que regulam sua aplicação, objetivando a garantia aos 
usuários de uma informação com todas as suas características, a partir do seu ponto 
de vista das ciências das comunicações; ou seja, uma informação clara, acessível, 
confiável, com conteúdo, formato e que adquira valor quando se faça uso dessa, 
devendo ser organizada para poder ser ajustada de acordo com as necessidades 
daqueles que a utilizam (CONSENZA; GRATEROM, 2003). 
Embora seja vista frequentemente como o exame de demonstrações de uma 
determinada entidade, a auditoria é, também, um recurso que pode ser aplicado em 
diversas situações, acrescentando a avaliação de eficiência e eficácia de um método 
ou de um setor, os relatórios financeiros de um órgão público, ou a obediência a 
normas operacionais de uma determinada entidade (GRAMLING; RITTENBERG; 
JOHNSTONE, 2012).
De acordo a Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores 
(Intosai) (1995), a auditoria “[...] é o exame das operações, atividades e sistemas de 
determinada entidade, com vistas a verificar se são executados ou funcionam em 
conformidade com determinados objetivos, orçamentos, regras e normas”.
Quando nos referimos à auditoria, vem à mente o conceito tradicional, sendo 
aquele que tem como objeto as demonstrações contábeis. Logo, pode-se definir, 
de forma simples, auditoria como o levantamento, estudo e avaliação sistemática 
das transações, métodos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de 
uma empresa. Ou ainda, como uma técnica contábil que objetiva a averiguação da 
exatidão e veracidade dos dados contidos nas demonstrações contábeis por meio 
de exames minuciosos dos registros de contabilidade e também dos documentos 
que os originaram (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012).
7
UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria
A auditoria contábil é sobreposta às companhias abertas, sociedades e empresas 
que compõem o sistema de distribuição de valores mobiliários, de acordo com o 
Artigo 26 da Lei n.º 6.385/76.
Lei n.º 6.385, de 7 de dezembro de 1976:
Art. 26 Somente as empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis 
independentes, registrados na Comissão de Valores Mobiliários poderão auditar, 
para os efeitos desta Lei, as demonstrações financeiras de companhias abertas e 
das instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e 
intermediação de valores mobiliários
Terão também as suas demonstrações auditadas regularmente as empresas que:
 · Faturarem mais que trezentos milhões de reais por ano;
 · Possuírem ativos superiores a duzentos e quarenta milhões de reais, no 
que dispõe a Lei n.º 11.638/2007 (CREPALDI, 2009).
Objetivo da Auditoria Contábil 
Visto que a auditoria é uma técnica contábil com múltipla aplicação, seu 
objetivo é aumentar o grau de confiabilidade dos usuários em relação ao objeto 
auditado (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). Ou seja, expressar uma opinião sobre as 
demonstrações contábeis e certificar que essas representam adequadamente a 
posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens das 
administrações dos recursos correspondentes ao período examinado, conforme os 
princípios fundamentais da contabilidade (CREPALDI, 2009).
Dessa maneira, o objetivo da auditoria deve ser descrito como o procedimento 
pelo qual o auditor garante a veracidade das demonstrações financeiras preparadas 
pela companhia auditada.
Objeto da Auditoria
O objeto da auditoria é o conjunto de todos os componentes de controle 
do patrimônio administrado, os quais abrangem registros contábeis, papéis, 
documentos, fichas, arquivos e anotações que autentiquem a veracidade dos atos da 
administração, assim como a sua fidelidade na defesa dos interesses patrimoniais. 
Pode ter, ainda, como objeto os fatos não registrados documentalmente, mas que 
foram relatados por aqueles que realizam atividades patrimoniais, cujas informações 
sejam dignas de confiança, desde que possam ser aceitas como informações seguras 
pela evidência ou indícios (CREPALDI, 2009).
8
9
O objeto da auditoria poderá variar de acordo com o seu objetivo. Por exemplo, quando seu 
objetivo for:
 · Avaliar a genuinidade das informações contidas nas demonstrações 
financeiras, seu objeto corresponderá às próprias demonstrações 
financeiras;
 · Examinar a fidedignidade dos controles internos, seu objeto corresponderá 
aos controles internos;
 · Certificar a credibilidade do sorteio em um concurso de loteria, seu objeto 
será o próprio concurso (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012).
Procedimentos de Auditoria
A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) n.º 820/93 determina 
que a aplicação dos procedimentos de auditoria.
[...] deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio 
de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise 
de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser determinar a amplitude dos 
exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para 
o todo.
E ainda de acordo com o CFC, na aplicação dos testes de observância e 
substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos: 
Importante!
I. Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis;
II. Observação– acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; 
III. Investigação e confi rmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades 
conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; 
IV. Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros 
e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e
V. Revisão analítica – verifi cação do comportamento de valores signifi cativos mediante 
índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identifi cação 
de situação ou tendências atípicas.
Este item foi descrito na íntegra.
Importante!
9
UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria
Os procedimentos aplicados pela técnica de auditoria são:
 · Retrospecção; e
 · Análise.
A auditoria avalia os fatos já acontecidos e busca fazê-lo de maneira minuciosa.
Por meio da retrospecção averíguam-se os acontecimentos passados em fatos 
patrimoniais já ocorridos.
Por sua vez, a análise é o elemento principal, ou seja, é o que conceitua o 
procedimento ou conduta de trabalho na técnica da auditoria (CREPALDI, 2009).
Tecnicamente, o procedimento orienta a realização do trabalho, dando-lhe as 
seguintes etapas:
 · Levantamento de condições de rotina administrativa, financeira e contábil;
 · Planejamento da auditoria;
 · Aquisição de provas;
 · Relatório de auditoria; e
 · Certificados. 
Tipos de Auditoria
Com base em sua definição é possível classificá-la em dois tipos:
 · Auditoria de demonstrações financeiras; e
 · Auditoria operacional ou de gestão (CREPALDI, 2009).
Auditoria de Demonstrações Financeiras
Para que se possa entender o seu conceito, primeiramente, faz-se necessária a 
compreensão de sua função. 
As demonstrações financeiras são dados, organizadas por escrito, que objetivam 
evidenciar a situação e a evolução do patrimônio da empresa aos administradores 
e a terceiros ligados a essa.
Para que possa cumprir a sua função, é preciso considerar dois requisitos, os quais:
 · Transmitir aos usuários quais critérios foram adotados em sua elaboração 
– e para atender esse requisito, adotou-se os princípios e normas de 
contabilidade para a elaboração das demonstrações financeiras; e
 · Mostrar parecer de terceiros, ligados à empresa, sobre a confiabilidade 
que essas demonstrações refletem quanto à situação do patrimônio e a 
10
11
evolução durante o período referido – para preencher a esse requisito, é 
necessário recorrer a um profissional independente.
Com base no que foi exposto, é possível definir a auditoria das demonstrações 
financeiras como o exame destas, realizado por um profissional independente, 
objetivando transmitir um parecer técnico sobre a sua finalidade (GRAMLING; 
RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012).
Auditoria Operacional ou de Gestão
Consiste em conferências metódicas de programas, organizações, atividades ou 
segmentos operacionais do setor público e/ou privado, objetivando a avaliação e 
a comunicação para certificar se os recursos da organização são eficientes e se os 
objetivos operacionais são alcançados (CREPALDI, 2009).
Auditoria Tributária
A auditoria tributária visa avaliar e examinar o planejamento tributário e 
certificar a eficiência e a eficácia dos controles e métodos adotados para operação 
de pagamento e recuperação de impostos, taxas ou quaisquer outros ônus de 
natureza fisco-tributária que reflitam nas operações, bens ou documentos da 
empresa (ALMEIDA, 2010).
De maneira simplificada, objetiva expressar a opinião sobre eficiência e eficácia 
dos métodos adotados para controle, apuração e recolhimento de tributos.
Auditoria de Sistemas
A auditoria de sistemas entende-se pela análise e avaliação dos processos de 
planejamento, desenvolvimento, teste e sistemas aplicativos. Objetiva também a 
análise da estrutura lógica, ambiental, organizacional, de controle, segurança, entre 
outros ramos, com o objetivo de garantir a qualidade dos controles internos sistêmicos 
e de sua observância em todos os níveis gerenciais (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012).
De forma simples, tem a finalidade de expressar a opinião sobre a qualidade 
do sistema de processamento eletrônico de dados e dos controles já existentes no 
ambiente da tecnologia da informação de determinada entidade. 
Para saber a importância desse tipo de auditoria, é recomendável ler mais sobre esse tema 
no artigo disponível em: http://goo.gl/Ud7IptEx
pl
or
11
UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria
Auditorias Especiais
Envolve a execução de trabalhos especiais de auditoria, não compreendidos 
na programação normativa da área, solicitados pelos membros dos conselhos 
administrativos, fiscais, diretorias ou determinados em legislação específica. 
Na auditoria especial os trabalhos não dependem de nomeação formal, porém, 
devem ser objetos de relatório específico dos acontecimentos examinados, relatório 
esse elaborado em caráter confidencial (ATTIE, 2000).
Limitações da Auditoria Contábil
Mesmo que considerada um instrumento indispensável de controle na moderna 
administração de empresas, a auditoria não pode tomar o lugar de órgão de 
supervisão geral da empresa, substituindo a própria administração da empresa, 
interpretando, assim, a sua função de forma exagerada. 
Apesar de suas limitações, muitas vezes a auditoria contábil se vê obrigada a sair 
da área meramente contábil para testar controles e acontecimentos extracontábeis, 
a fim de garantir a exatidão dos registros realizados. 
Faz-se necessário repetir que a auditora contábil tem a finalidade de confirmar 
se os registros contábeis foram realizados conforme os princípios de contabilidade 
e se as demonstrações contábeis refletem corretamente a situação econômica e 
financeira do patrimônio, bem como os dados complementares a essas adicionados 
(CREPALDI, 2009).
Lei Sarbanes-Oxley
Com base nos projetos de lei apresentados por Oxley e pelo senador Paul 
Sarbanes, em 2002, a Lei Sarbanes-Oxley, comumente chamada de SOX ou 
de SarBox, buscou proporcionar uma limpeza no âmbito empresarial norte-
americano, especialmente no caminho dos extraordinários escândalos financeiros 
que envolveram as empresas Enron e WorldCom, custando bilhões de dólares aos 
seus investidores. 
A Lei objetiva impor sanções que coíbam métodos não éticos e em desacordo com o 
bom proceder de governança corporativa por parte das empresas atuantes no mercado 
norte-americano. Visa também restabelecer o nível de confiabilidade nas informações 
geradas pelas empresas (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012).
12
13
Auditoria Interna
A auditoria interna é a atividade de avaliação fornecida como serviço para uma 
determinada entidade que objetiva analisar as operações. Constitui um conjunto de 
métodos que pretende examinar a integridade, eficácia dos controles internos e das 
informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade (GRAMLING; 
RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012).
Seu objetivo é ajudar todos os membros da administração na execução efetiva de 
suas funções e responsabilidades, dando-lhes análises, apreciações e recomendações 
pertinentes às atividades examinadas (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012).
É executada por um profissional interno, sendo este da confiança dos 
dirigentes da empresa. Por ser um membro interno, o auditor perde a sua 
independência profissional.
É importante destacar que a auditoria interna presta auxílio à administração, 
visando possibilitar a eliminação de inconvenientes no funcionamento da gestão 
(RIBEIRO; RIBEIRO, 2012).
Por servir a entidade, a auditoria interna não se presta para informações, 
devendo comprovar a participação em programas de educação continuada. 
No que tange à responsabilidade do auditor interno, deve-se:
 · Comunicar e auxiliar a administração e desimpedir-se das responsabilidades 
como condiz o Código de Ética do Instituto dos Auditores Internos; e
 · Estruturar as suas atividades com as de outros, de maneira a alcançar
com mais facilidade os objetivos da auditoria para benefício das atividadesda empresa.
Um auditor interno em exercício de suas funções não tem responsabilidade direta 
ou autoridade sobre as atividades que analisa. No entanto, as avaliações realizadas 
por um auditor interno jamais eliminam as responsabilidades de outras pessoas 
da empresa, responsabilidades que lhes cabem (GRAMLING; RITTENBERG; 
JOHNSTONE, 2012).
Para ter um maior aprofundamento sobre o assunto, leia o artigo disponível em:
http://goo.gl/kZf2VuEx
pl
or
13
UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria
Auditoria Externa
É um conjunto de métodos técnicos que visa a emissão de parecer sobre a 
adequação com esses que representam a posição patrimonial e financeira, o 
resultado das operações, as mudanças do patrimônio líquido, a demonstração dos 
fluxos de caixa e a demonstração do valor adicionado da entidade auditada de 
acordo com as normas brasileiras de contabilidade. 
É realizada por um profissional independente, que não tenha qualquer ligação 
com o quadro da empresa auditada.
O auditor independente mantém uma atitude mental também autônoma, 
exercendo seu trabalho com competência e buscando manter seu grau de 
independência com a entidade objeto de exame, livre de quaisquer interesses 
ou vantagens, sabendo de sua responsabilidade e consciência profissional 
(CREPALDI, 2009).
Diferenças entre Auditoria Interna e Auditoria Externa
Ainda que haja interesses em comum, é importante destacar as diferenças fundamentais 
entre essas auditorias, a saber:
 · Extensão dos trabalhos – na auditoria interna o escopo dos trabalhos 
é imposto pela gerência; já na auditoria externa é determinado por meio 
das normas usuais reconhecidas no país ou solicitadas pela legislação 
específica;
 · Direção – na auditoria interna quem coordena a direção de seus trabalhos 
é o auditor interno, a fim de garantir que o sistema contábil e de controle 
interno funcionem de maneira eficiente, com a finalidade de que os dados 
contábeis proporcionados à gerência sejam apresentados com maior 
exatidão; já na auditoria externa o trabalho do auditor é determinado 
pelo dever de apresentar as demonstrações contábeis a terceiros, como 
acionistas e investidores, objetivando mostrar a situação contábil de uma 
empresa em determinado período;
 · Responsabilidade – o auditor interno tem responsabilidade direta para 
com a gerência; já na auditoria externa a responsabilidade é mais ampla, 
aumentando também a independência do auditor;
 · Métodos – o auditor interno segue as rotinas internas da empresa, 
considerando as normas dessa organização; já o auditor externo observa 
mais as normas ligadas às leis de maneira mais ampla (ALMEIDA, 2010).
14
15
Dessa maneira, pode-se destacar as seguintes diferenças:
Na auditoria interna:
 · Existe vínculo empregatício com a empresa auditada e depende 
hierarquicamente da administração;
 · Os exames das operações são guiados, objetivando, principalmente, os 
aspectos de eficiência operacional/administrativa.
Na auditoria externa:
 · Não existe vínculo empregatício com a empresa auditada, possuindo o 
auditor maior independência;
 · Os exames das operações são guiados, objetivando verificar os reflexos 
nas operações contábeis (CREPALDI, 2009).
15
UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria
Material Complementar
Para que você aprofunde seus conhecimentos, leia os materiais abaixo sugeridos:
 Livros
Auditoria: um curso moderno e completo
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 1996.
BATISTA, C. A importância da auditoria contábil para a credibilidade das empresas. 
http://goo.gl/dbSbFm
Auditoria geral e pública: teoria e questões comentadas
CARVALHO, J. C. O. de. Auditoria geral e pública: teoria e questões comentadas. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
Procedimentos de auditoria pública
VALE, C. A. do N. Procedimentos de auditoria pública. João Pessoa, PB: UFPB, 2001.
16
17
Referências
ALMEIDA, M. C. Auditoria, um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010.
ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n.º 6.385. Brasília, 
DF, 1976. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6385.htm>. 
Acesso em: 22 jun. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n.º 821. Brasília, 
DF, 1997a.
______. Resolução n.º 820. Brasília, DF, 1997b.
______. Normas brasileiras de contabilidade e normas de auditoria. 3. ed. 
Brasília, DF, 1991. 
CONSENZA, J. P.; GRATEROM, I. R. G. A auditoria da contabilidade criativa. 
Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, DF, v. 143, p. 43-61, set./out. 2003.
CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
GRAMLING, A. A.; RITTENBERG, L. E.; JOHNSTONE, K. M. Auditoria. Trad. 
Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Cengage Learning, 2012. 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE ENTIDADES FISCALIZADORAS 
SUPERIORES. Normas de auditoria. Salvador, BA: TCE, 1995.
RIBEIRO, O. M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011.
RIBEIRO, O. M.; RIBEIRO, Juliana M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2012.
17
Auditoria
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Rodrigo De Souza Marin
Revisão Técnica:
Prof. Me. Carlos Henrique Costa
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa
• Auditoria Contábil;
• Direção dos Testes;
• Procedimentos de Auditoria;
• Controle Interno.
 · Apresentar os aspectos relevantes sobre a auditoria contábil, desta-
cando seus pontos mais consideráveis.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Caro(a) aluno(a),
Nesta Unidade veremos um pouco mais sobre ativos e controle interno.
Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o Material 
complementar. É importante que, durante a leitura, você anote as dúvidas e as 
apresente ao tutor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra em um 
ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades você também encontrará 
a Avaliação, uma Atividade reflexiva e a Videoaula. 
Bom estudo!
ORIENTAÇÕES
Conceitos introdutórios de Auditoria 
Interna e Externa
UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa
Contextualização
Os mercados de capitais necessitam de dados precisos e leais, e ainda, 
imparciais que representem a característica econômica de uma empresa e, no 
que lhe diz respeito, proporcionem uma base para avaliação do desenvolvimento 
na direção de atingir objetivos em longo prazo. Se o mercado não recebe dados 
leais, os investidores se sentirão inseguros no que se refere ao sistema, tomarão 
decisões incorretas e poderão até perder muito dinheiro; em último caso, o 
sistema poderá falhar.
Encontramo-nos em um período de mudanças onde, como profissão, os 
auditores e contadores são chamados para realizar julgamentos profissionais que, 
da melhor maneira possível, reflitam a economia das transações ou os níveis 
correntes do patrimônio.
Assim, o foco desta Unidade está em apresentar a maneira como é realizado 
os testes, bem como conhecer os princípios fundamentais de Contabilidade 
geralmente aceitos.
6
7
Auditoria Contábil
O termo auditoria deriva do latim audire, que significa ouvir.
Para responder ao mundo integrado, formado por uma sociedade moderna com 
grandes organizações e em frequente desenvolvimento econômico, fazendo com 
que haja um crescimento na complexidade da administração dos negócios, onde, 
por ocasião da modernidade, as transações são contabilizadas em tempo real, 
submetidas às determinações fiscais e legais, e em virtude da criação de normas 
regulamentadoras da profissão, o conceito de auditoria foi aumentado ao longo do 
tempo (JUND, 2002).
Objetivando, principalmente, analisar a genuinidade e corrigir informações 
expostas na escrituração e nas demonstrações financeiras das entidades, a auditoria 
contábil se representa como uma das técnicas desenvolvidas pela Ciência contábil 
(RIBEIRO; RIBEIRO, 2012).
Conceitos Básicos de Auditoria
ParaJund (2002, p. 92):
A auditoria das demonstrações financeiras destina-se ao exame e avaliação 
dos componentes dessas demonstrações, no que concerne à adequação 
dos registros e procedimentos contábeis, sistemática dos controles 
internos, observância das normas, regulamentos e padrões aplicáveis, 
bem como a aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Dessa maneira, pode-se compreender auditoria contábil como a investigação 
e análise dos registros e procedimentos contábeis, bem como dos sistemas de 
controles internos e observação das normas, regulamentos, princípios e legislações 
aplicáveis, no que se refere à contabilidade.
Direção dos Testes
É possível que haja erros nos saldos de contas do balanço patrimonial ou da 
demonstração do resultado do exercício, podendo ser para mais – superavaliado 
– ou para menos – subavaliado. Pelo fato de existir esse risco, é necessária a 
realização de teste de todas as contas da contabilidade para revelar o caso de 
superavaliação ou subavaliação (CREPALDI, 2009).
Por prática, constatou-se que é mais fácil coordenar os testes principais de 
superavaliação para as contas devedoras – geralmente, ativos e despesas – e os de 
subavaliação para as contas credoras – passivo e receitas (INSTITUTO BRASILEIRO 
DE CONTADORES, 1988).
7
UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa
Pelo fato de as transações contábeis serem registradas pelo sistema de 
partidas dobradas, quando se testam as contas devedoras para superavaliação, 
as contas credoras também são testadas indiretamente nessa mesma direção 
(ALMEIDA, 2010).
Teste para Superavaliação 
No teste para superavaliação o auditor inicia do valor registrado no razão geral 
para o documento-suporte da transação. 
O registro final retrata o último registro contábil antes do razão geral.
O registro inicial é feito com base no documento e representa o primeiro registro 
contábil em função de uma operação.
O registro intermediário demonstra qualquer registro contábil feito entre o 
registro inicial e o final (ALMEIDA, 2010).
Seguem alguns exemplos:
• Registro inicial – resumo das compras do dia de uma filial, baseado nas notas 
fiscais de compra dos fornecedores;
• Registro intermediário – resumo mensal das compras, que é a soma dos 
resumos diários de compra;
• Registro final – resumo e somatória de compras do mês de todas as filiais 
(ALMEIDA, 2003).
São procedimentos básicos da auditoria do teste para superavaliação:
• Checar a soma da conta do razão geral;
• Apurar débito e conferir seu valor com o valor total do registro final;
• Certificar a soma do registro final;
• Distinguir parcela no registro final e conferir seu valor com o valor total do 
registro intermediário;
• Checar a soma do registro intermediário;
• Separar parcela no registro intermediário e conferir seu valor com o valor total 
do registro inicial;
• Certificar a soma do registro inicial; e
• Selecionar parcela no registro inicial e conferir o seu valor com a documentação 
comprobatória (ALMEIDA, 2010).
O intuito dos procedimentos supracitados é identificar superavaliação de débitos. 
Essa superavaliação poderia ser realizada observando-se:
• A falta de documento, ou documento não válido;
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• A soma do maior dos registros ou razão geral; e
• O transporte do maior valor do documento ao registro inicial e do valor de um 
registro a outro ou ao razão geral (ALMEIDA, 2003).
Teste para Subavaliação
No teste para subavaliação o auditor começa do documento e vai até a razão geral.
O registro intermediário é demonstrado pela elaboração do resumo mensal de 
vendas, que representa a soma dos resumos diários de vendas. O resumo mensal 
de vendas de cada filial é encaminhado à matriz da empresa e ali é preparado o 
resumo de vendas do mês, de todas as filiais. Este último registro é que vale para 
dar base para a contabilização no razão geral (ALMEIDA, 2010).
Os procedimentos básicos de auditoria do teste de subavaliação são:
• Apurar e inspecionar o documento-suporte;
• Confirmar a inclusão do valor do documento no registro inicial; 
• Conferir a soma do registro inicial;
• Examinar a inclusão do valor total do registro inicial no registro intermediário;
• Checar a soma do registro intermediário;
• Certificar a inclusão do valor total do registro intermediário no registro final;
• Conferir a soma do registro final;
• Verificar a inclusão do valor total do registro final no razão geral; 
• Checar a soma do razão geral.
A finalidade dos procedimentos listados é detectar subavaliação de créditos. 
Ademais, os créditos poderiam ser subavaliados das seguintes maneiras:
• Não inclusão do documento no registro inicial;
• Soma ao menor dos registros ou do razão geral;
• Transporte ao menor do valor do documento para o registro inicial e do valor 
de um registro para outro ou para o razão geral (ALMEIDA, 2010).
Procedimentos de Auditoria
São o conjunto de técnicas que possibilitam ao auditor conseguir evidências ou 
provas suficientes e apropriadas para utilizar como base à sua opinião sobre as 
demonstrações contábeis auditadas (SÁ, 2000).
A Resolução n.º 820/1993 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) 
determina que a aplicação dos procedimentos de auditoria
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UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa
[...] deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, 
por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, 
com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que 
dispuser determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos 
elementos de convicção que sejam válidos para o todo.
Ainda de acordo com o CFC, na aplicação dos testes de observância e subs-
tantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos:
I. Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis;
II. Observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de 
sua execução;
III. Investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou 
entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade;
IV. Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, 
registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e
V. Revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, 
mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com 
vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.
Os principais procedimentos de auditoria são:
• Contagem física;
• Confirmação com terceiros;
• Conferência de cálculos;
• Inspeção de documentos (CREPALDI, 2009).
Contagem Física
Este método é utilizado para as contas do ativo e significa a constatação física 
do bem declarado nas demonstrações financeiras. Por exemplo: dinheiro em caixa, 
estoques, títulos ou ações, bens do ativo imobilizado etc. (ALMEIDA, 2010).
Confirmação com Terceiros
Este método é usado pelo auditor para certificar, por meio de carta, bens de 
propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e obrigações. 
Por exemplo: contas a receber dos clientes, estoques em poder de terceiros, contas 
ou empréstimos a pagar etc. (OLIVEIRA; PEREZ JUNIOR, 2004).
Conferência de Cálculos
Pelo fato de o contador realizar diversos cálculos em todo o processo da elaboração 
das demonstrações financeiras, obviamente podem ocorrer erros de cálculo. Um 
simples erro de cálculo leva a uma informação errada nas demonstrações, por isso 
o auditor deve conferir tais cálculos (OLIVEIRA e PEREZ JUNIOR, 2004).
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Inspeção de Documentos
Há dois tipos de documentos:
• Internos: são produzidos pela própria empresa;
• Externos: são produzidos por terceiros para a empresa.
Tais documentos demonstram os comprovantes que dão base aos lançamentos 
contábeis na conta do ativo, passivo, receita e despesa. Objetivando identificar 
a genuinidade dos valores registrados, o auditor deve analisar esses documentos 
(ALMEIDA, 2010).
Controle Interno
DefiniçãoO controle interno significa a união de métodos, procedimentos ou rotinas 
que objetivam a proteção dos ativos, a produção de dados contábeis dignos de 
confiança – que são os controles contábeis – e auxílio à administração para conduzir 
ordenadamente os negócios da empresa – que representa o controle administrativo 
(FRANCO, 1980).
Princípios Essenciais dos Controles Contábeis
A responsabilidade de estabelecer o sistema de controle interno é, implicitamen-
te, da administração da empresa, bem como a verificação do cumprimento deste 
por parte dos empregados, assim como é responsável por sua alteração, quando 
for necessária a adaptação de novas situações (OLIVEIRA; PEREZ JUNIOR, 2004).
Responsabilidade
As obrigações dos empregados ou departamentos internos da empresa 
precisam estar claramente definidas e limitadas, preferencialmente por escrito, 
por meio da imposição de manuais internos de organização. Os objetivos da ela-
boração das obrigações são:
• Garantir que todos os procedimentos de controle sejam realizados;
• Encontrar erros e irregularidades;
• Melhorar as responsabilidades por casuais omissões na execução das transações 
da empresa (ALMEIDA, 2010).
Exemplos da necessidade de estabelecimento das obrigações para os empregados:
• Autorização de aquisição de bens e serviços;
• Realização do processo de aquisição, cotação e seleção de fornecedor e 
formalização;
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UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa
• Comprovação do recebimento de bens ou prestações de serviços;
• Entre outros.
Rotinas Internas
Deve a empresa estabelecer no manual de organização todas as rotinas 
internas, as quais:
• Formulários internos e externos;
• Instruções para o preenchimento e destinações dos formulários internos e 
externos;
• Sinal de cumprimento dos procedimentos internos de controle – assinaturas, 
carimbos etc.;
• Procedimentos internos de diversos setores da empresa (ALMEIDA, 2003).
Acesso aos Ativos
É necessário que a empresa limite o acesso dos funcionários aos seus ativos e é 
imprescindível que se estabeleçam controles físicos sobre esses.
É importante ressaltar que o acesso aos ativos pode ser de maneira física, ou 
através da preparação de documentos que permitam sua movimentação (SÁ, 2000).
Separação de Funções
É necessário que a empresa não permita que uma mesma pessoa possua acesso 
aos ativos e também aos registros contábeis, uma vez que essas funções são 
incompatíveis dentro do sistema de controle interno (CREPALDI, 2009).
Confronto dos Ativos com os Registros
É preciso que a empresa estabeleça procedimentos de maneira que seus 
ativos periodicamente sejam confrontados com os registros contábeis, sob a 
responsabilidade de alguns funcionários. Esse procedimento objetiva a descoberta 
de desfalque de bens ou até um registro inadequado de ativos (ALMEIDA, 2010). 
Afinal, uma vez que a empresa não adote esse procedimento, ficará sujeita a fraudes 
e desfalques.
É importante destacar que esse procedimento de controle deverá ser executado 
por funcionários que não possuam acesso aos ativos.
Amarrações do Sistema
O sistema do controle interno deve ser elaborado de maneira que registre apenas 
as transações autorizadas, com seus valores corretos e dentro do período a que lhe 
diz respeito (SÁ, 2000).
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Auditoria Interna
De nada vale a empresa estabelecer um excelente sistema de controle interno 
sem que haja uma verificação periódica do cumprimento deste por parte dos 
funcionários, ou se é necessária uma adaptação a novas situações. 
São objetivos da auditoria interna: verificar o cumprimento das normas 
internas e a necessidade de novas normas internas ou modificação das que já 
existem (ALMEIDA, 2010).
Custos Versus Benefícios do Controle
Os custos do controle interno jamais devem ser maiores que os benefícios 
esperados pelos quais. Significa que controles de maior sofisticação devem ser 
inseridos para transações de maior importância; já os controles menos rígidos 
devem ser implantados para as transações menos importantes (CREPALDI, 2009).
Testes de Observância do Sistema de Controle Interno
É muito importante que o auditor se atente a certificar se o sistema de controle 
levantado é o que, de fato, é utilizado.
São frequentes os casos onde a empresa tem um excelente sistema de controle 
em seu manual, mas na prática é totalmente diferente do que está descrito.
Isso significa que o auditor tem por obrigação avaliar qual sistema é efetivamente 
utilizado pela empresa a fim de garantir que os dados ali produzidos sejam confiáveis 
(ALMEIDA, 2010).
 
O uso do controle interno como ferramenta de gestão
Para que você saiba ainda mais sobre a importância do controle interno.
Disponível em: http://goo.gl/6rPAK4
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UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Caro(a) aluno(a),
Para que você tenha um maior aprofundamento no tema abordado nesta Unidade, 
complemente seus estudos com as seguintes sugestões:
 Sites
A importância da auditoria contábil das disponibilidades nas entidades
MARTINS, O. S. A importância da auditoria contábil das disponibilidades nas 
entidades. Qualit@s, v. 6, n. 2, 2007.
http://goo.gl/GZulz7
 Livros
Contabilidade geral: teoria e 1.000 questões
FERRARI, E. L. Contabilidade geral: teoria e 1.000 questões. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Campus, 2006.
Curso de auditoria
SÁ, A. L. de. Curso de auditoria. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
Metodologia da pesquisa aplicada à Contabilidade: orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, 
monografias, dissertações, teses
SILVA, A. C. R. da. Metodologia da pesquisa aplicada à Contabilidade: 
orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, 
teses. São Paulo: Atlas, 2003.
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Referências
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010.
________. Auditoria: um curso moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n.º 821. Brasília, 
DF, 1997a.
________. Resolução n.º 820. Brasília, DF, 1997b.
________. Normas brasileiras de Contabilidade e normas de auditoria. 3. ed. 
Brasília, DF, 1991.
CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. 5ª Ed. São 
Paulo: Atlas, 2009
FRANCO, H. Contabilidade geral. 20. ed. São Paulo: Atlas, 1980.
INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTADORES. Princípios contábeis; normas e 
procedimentos de auditoria. São Paulo: Atlas, 1988.
JUND, S. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – teoria e 550 
questões. 3. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2002.
OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações 
contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004.
PORTAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. 
Interpretação técnica NBC t 11 – t 02 – papéis de trabalho e documentação da 
auditoria. [20--]. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br>. 
Acesso em: 22 Junho 2018.
RIBEIRO, O. M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011.
RIBEIRO, O. M.; RIBEIRO, Juliana M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2012.
SÁ, A. L. de. Curso de auditoria. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
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Auditoria
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Rodrigo de Souza Marin
Revisão Técnica:
Prof. Me. Carlos Henrique Costa
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Principais Testes de Auditoria
• Auditoria;
• Planejamento de auditoria;
• Caixa e banco.
 · Apresentar os aspectos relevantes sobre a auditoria contábil, desta-
cando seus principais testes e seus aspectos mais relevantes.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade veremos um pouco mais sobre os principais testes de auditoria.
Então, é importante que você leia com atenção o conteúdo disponibilizado e 
o Material complementar. 
Além disso, para quea sua aprendizagem ocorra em um ambiente mais 
interativo possível, na pasta de atividades você também encontrará a Ava-
liação, uma Atividade reflexiva e a Videoaula. Cada material disponibilizado 
é mais um componente para seu aprendizado, por isso, estude todos com 
atenção.
ORIENTAÇÕES
Principais Testes de Auditoria
UNIDADE 
Contextualização
De acordo com o que já estudamos, o objetivo do auditor externo é transmitir 
uma opinião ou parecer sobre as demonstrações financeiras, verificando se foram 
desenvolvidas conforme os princípios fundamentais da Contabilidade, se tais 
princípios foram aplicados de maneira uniforme nesse exercício social comparado 
ao anterior e se todos os dados necessários ao entendimento estão informados 
nessas demonstrações. 
Evidentemente, buscando evitar que haja erro ou até mesmo fraude nas 
demonstrações financeiras, é necessário que o auditor realize testes para buscar 
a legitimidade das informações, a fim de assegurar aos investidores ou acionistas 
a situação verdadeira em que a empresa ou entidade se encontra, possibilitando e 
dando base para uma tomada de decisão.
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Auditoria
Introdução
Nas últimas décadas, no Brasil, houve uma grande evolução nas demonstrações 
financeiras. Isso ocorreu por conta da necessidade de futuramente os investidores 
ou acionistas terem o conhecimento profundo da situação patrimonial e financeira, 
o resultado das operações e fluxos de caixa da empresa (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012).
Logicamente, isso não aconteceu da noite para o dia. O início dessa evolução 
se deu com a antiga Lei das sociedades por ações (Decreto-Lei n.º 2.627, de 26 
de setembro de 1940). 
A nova Lei das sociedades por ações saiu em 2009 (Lei n.º 11.941) e alterou 
completamente o conteúdo das demonstrações financeiras, se comparada à antiga 
Lei n.º 6.404/76. 
Por causa, principalmente, dos problemas ocorridos nas bolsas de valores no 
início da década de 1970, realizou-se todo o processo de aprimoramento das 
demonstrações financeiras (ALMEIDA, 2010).
São as demonstrações financeiras para as quais o auditor externo deve emitir 
parecer, conforme a nova Lei das sociedades por ações:
 · Balanço patrimonial;
 · Demonstração do resultado do exercício;
 · Demonstração de lucros e prejuízos acumulados, ou demonstração das 
mutações do patrimônio líquido;
 · Demonstração dos fluxos de caixa;
 · Demonstração do valor adicionado;
 · Notas explicativas (CREPALDI, 2009).
É importante ressaltar a necessidade de observar todas as exigências da Lei das sociedades 
por ações. Por isso, recomenda-se a leitura da Lei na íntegra, disponível em:
http://goo.gl/6Q3voA
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UNIDADE 
Balanço Patrimonial
O balanço patrimonial é uma demonstração que relaciona os bens e direitos – 
ativos – e as obrigações e a participação dos acionistas – passivo – da empresa, 
possibilitando ao leitor a visão da posição patrimonial e financeira da organização 
(CREPALDI, 2009).
Quadro 1
Ativo Passivo
Ativo circulante; Passivo circulante;
Ativo não circulante; Passivo não circulante;
Investimentos; Patrimônio líquido.
Ativo imobilizado;
Ativo intangível.
Fonte: elaborado pelo professor conteudista
Classificação do Balanço Patrimonial
As transações são classificadas da seguinte forma:
 · Ativo circulante: neste grupo de contas são classificados os ativos que se 
realizarão no exercício social seguinte – caixa e banco, aplicações financeiras, 
contas a receber, estoques, despesas antecipadas etc. (BEASLEY, 1996);
 · Ativo não circulante: neste grupo são classificados os ativos que serão 
realizados após o término do exercício social seguinte – contas a receber a 
longo prazo, despesas antecipadas a longo prazo etc. (LIMA, 2003);
 · Investimentos: as participações no capital social de outras sociedades e outros 
direitos permanentes que não se destinem à manutenção das atividades da 
empresa são classificados neste grupo de contas – investimentos em ações ou 
quotas, obras de arte, imóveis alugados etc. (CREPALDI, 2009);
 · Ativo imobilizado: os bens corpóreos que se destinam à manutenção das 
atividades da empresa ou que exercem essa finalidade são classificados neste 
grupo de contas – terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos, móveis e 
utensílios, instalações, obras em andamento etc. (ALMEIDA, 2010);
 · Ativo intangível: neste grupo de contas são classificados os direitos que 
tenham por objeto os ativos incorpóreos que se destinam à manutenção da 
empresa ou os que exercem tal finalidade – marcas, patentes, fundos de 
comércio etc. (ALMEIDA, 2010);
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 · Passivo circulante: neste grupo de contas são classificadas as obrigações 
que vencerão no exercício social seguinte –fornecedores, empréstimos, 
impostos a pagar, encargos sociais a recolher etc. (ALMEIDA, 2010);
 · Passivo não circulante: as obrigações que vencerão após o término do 
exercício social seguinte são classificadas neste grupo de contas – fornecedores 
a longo prazo, empréstimos a longo prazo etc. (CREPALDI, 2009);
 · Patrimônio líquido: neste grupo de contas são classificadas as origens de 
recursos pertencentes aos acionistas da empresa –recursos recebidos na 
forma de capital, ágio na colocação de ações, lucros ou prejuízos apurados 
etc. (ALMEIDA, 2010).
Avaliação
Os agrupamentos de contas do balanço patrimonial são avaliados da seguinte forma:
 · Ativo circulante e realizável a longo prazo – podem ser classificadas no 
ativo circulante ou no realizável a longo prazo as aplicações em instrumentos 
financeiros, em direitos e em títulos de crédito:
 · Por seu valor justo, quando se tratar de aplicações que se destinam à 
negociação ou disponíveis para venda; e
 · Pelo valor de custo de aquisição, atualizado de acordo com os disponíveis 
legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando 
este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de 
crédito (ALMEIDA, 2010).
 · Investimentos – os investimentos em sociedades controladas, controladas 
conjuntamente e coligadas são avaliados pelo método de equivalência 
patrimonial (ALMEIDA, 2010);
 · Ativo imobilizado – custo de aquisição menos a depreciação ou a exaustão 
acumulada (CREPALDI, 2009);
 · Ativo intangível – custo de aquisição menos a amortização acumulada 
(CREPALDI, 2009);
 · Passivo circulante e não circulante – valor das obrigações efetivamente 
devidas. Obrigações, encargos e riscos classificados no passivo não circulante 
serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando 
houver efeito relevante (CREPALDI, 2009);
 · Patrimônio líquido – contrapartidas dos valores registrados no ativo ou 
apurados na demonstração do resultado do exercício e que não representem 
obrigações – passivo –, receitas e ganhos – resultado (CREPALDI, 2009).
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UNIDADE 
Demonstração do Resultado do Exercício
O principal objetivo dessa demonstração é relatar o lucro ou prejuízo que foi 
constatado pela empresa em determinado exercício social (FERRARI, 2006). São 
os principais agrupamentos de contas dessas demonstrações:
 · Receita bruta das vendas de bens e serviços;
 · Deduções de vendas, abatimentos e impostos;
 · Receita líquida das vendas e serviços;
 · Custo das mercadorias e serviços vendidos;
 · Lucro bruto;
 · Despesas com vendas;
 · Despesas financeiras;
 · Despesas gerais e administrativas;
 · Outras receitas e despesas operacionais;
 · Lucro ou prejuízo operacional;
 · Resultado do exercício antes do imposto de renda;
 · Provisão para o imposto de renda;
 · Participações e contribuições;
 · Lucro ou prejuízo líquido do exercício;
 · Lucro por ação de capital social.
Especificando-os, temos:
 · Receita bruta das vendas de bens e serviços – neste grupo são 
classificadas as receitas que possuem relação com o objetivo social da 
empresa, frequentemente comprovadas através de notas fiscais de venda 
(ALMEIDA, 2010);
 · Deduções de vendas, abatimentos e impostos – neste grupo de contas 
se enquadram as devoluções de vendas, abatimentosquando o valor 
faturado for maior, impostos incorridos sobre vendas, tais como Imposto 
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações 
de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação 
(ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) etc. (ALMEIDA, 2010);
 · Custo das mercadorias e serviços vendidos – classificam neste grupo 
de contas os custos efetivamente incorridos para realizar a receita bruta 
(ALMEIDA, 2010);
 · Despesas com vendas – são classificadas neste grupo de contas todas 
as despesas incorridas precisamente para realizar a venda. Exemplos: 
propagandas, comissão dos vendedores, frete de produtos vendidos etc. 
(ALMEIDA, 2010);
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 · Despesas fi nanceiras – neste grupo são registradas as despesas com a 
utilização de recursos de terceiros. Exemplos: juros, correção monetária, 
variação cambial, comissão bancária na abertura do financiamento, Imposto 
sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) etc. (ALMEIDA, 2010);
 · Despesas gerais e administrativas – são classificadas neste grupo as 
despesas administrativas da empresa. Exemplos: salários, eletricidade, água, 
telefone, limpeza, segurança etc. (ALMEIDA, 2010);
 · Outras receitas e despesas operacionais – neste grupo se enquadram 
as receitas e despesas que não são receitas brutas e financeiras, despesas 
de vendas e financeiras, ou gerais e administrativas. Exemplos: resultado 
negativo ou positivo na avaliação de investimentos por equivalência 
patrimonial, resultado de venda de imobilizado etc. (ALMEIDA, 2010);
 · Provisão para o imposto de renda – neste grupo é classificada a participação 
do fisco no lucro da empresa, atualmente sua base é de 34% do lucro real para 
as sociedades em geral e 40% para instituições financeiras (ALMEIDA, 2010);
 · Participação e contribuições – neste grupo de contas são registradas as 
participações dos empregados, administradores, debenturistas, entre outros no 
lucro da empresa e aqui também se enquadram as contribuições a entidades 
ou fundos de assistência ou previdência do empregado (ALMEIDA, 2010);
 · Lucro por ação do capital social – retrata o valor do lucro líquido do 
exercício dividido pela quantidade das ações (ALMEIDA, 2010).
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
Objetiva relatar os prejuízos e lucros acumulados em determinado período 
(CREPALDI, 2009).
Demonstração dos Fluxos de Caixa
De acordo com a Lei n.º 6.404/76, a demonstração dos fluxos de caixa engloba 
as alterações ocorridas, em determinado período, no saldo de caixa e caixas 
equivalentes de caixa, tendo essas alterações, no mínimo, três fluxos:
 · Das operações;
 · Dos financiamentos; e
 · Dos investimentos (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012).
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UNIDADE 
Demonstração do Valor Adicionado
De acordo com a Lei n.º 6.404/76, relata o valor da riqueza gerada pela 
companhia, a sua distribuição entre os componentes que contribuíram à geração 
dessa riqueza. Exemplos: empregados, financiadores, investidores etc. (GRAMLING; 
RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012). É obrigatória somente para companhias 
abertas, dado que essa demonstração foi regulamentada pelo Pronunciamento 
Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) n.º 9. 
Notas Explicativas
A Lei n.º 11.941 e o CPC estabelecem várias exigências com referência às 
notas explicativas. 
É imprescindível observar tais exigências na íntegra, disponíveis em:
http://goo.gl/dnG0dU
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Planejamento da Auditoria
As normas de auditoria exigem um planejamento adequado do trabalho do 
auditor. Esse planejamento objetiva a diminuição de custos e aumento da garantia 
da qualidade do trabalho de auditoria (FERRARI, 2006).
São os principais objetivos do planejamento da auditoria:
 · Adquirir conhecimento sobre a empresa;
 · Planejar maior volume de horas nas auditorias preliminares;
 · Obter maior cooperação do pessoal da empresa;
 · Determinar os testes detalhados de auditoria;
 · Identificar previamente os problemas (ALMEIDA, 2010).
Especificando-os, temos:
 · Adquirir conhecimentos sobre a empresa – para obter o conhecimento 
da empresa, o auditor deve estudar as seguintes áreas:
 · Financeira;
 · Contábil;
 · Orçamentária; 
 · Pessoal;
 · Fiscal e legal;
 · Operacional;
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 · Vendas; e 
 · Suprimentos (ALMEIDA, 2010).
 · Planejar maior volume de horas nas auditorias preliminares – devido 
ao fato de que a maioria das empresas encerra seu exercício social no mês 
de dezembro de cada ano, ocorre um acúmulo de serviços no primeiro 
trimestre nas empresas de auditoria externa, enquanto nos outros meses, 
nessas firmas, ocorre certa ociosidade. Visando melhorar esse problema, 
sempre que possível, os auditores executam um maior volume de serviços de 
auditoria nas visitas preliminares (ALMEIDA, 2010);
 · Obter maior cooperação do pessoal da empresa – para a diminuição 
de custos, o auditor deve, sempre que possível, utilizar o pessoal da empresa 
para as seguintes tarefas: apanhar documentos nos arquivos da organização 
auditada; preencher os papéis de trabalho de movimentação de contas; 
preparar análises com os saldos das contas do balanço patrimonial, entre 
outras tarefas (LIMA, 2003). Por meio de alguns testes, o auditor deve 
certificar a qualidade do serviço realizado por esse pessoal; 
 · Determinar os testes detalhados de auditoria – o auditor externo deve 
planejar seu trabalho de maneira que as áreas de revisão analítica e controle 
interno sejam realizados em primeiro lugar, para determinar a natureza, 
extensão e datas dos testes detalhados ou métodos de auditorias às diversas 
contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício 
(ALMEIDA, 2010);
 · Identifi car previamente os problemas – os problemas devem ser 
previamente detectados por meio do planejamento, a fim de que a 
administração da empresa possa dispor de tempo hábil para a solução desses, 
de maneira que não atrase a divulgação das demonstrações financeiras anuais 
(ALMEIDA, 2010). De acordo com Crepaldi (2009, p. 479), esse fato exige 
que o auditor execute os testes de auditoria primeiramente nas contas com 
possíveis problemas, de modo que tais contas sejam evidenciadas através da 
avaliação do sistema de controle interno e revisão analítica.
Principais Procedimentos de Auditoria
A Resolução n.º 820/93, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), 
determina que a aplicação dos procedimentos de auditoria
[...] deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, 
por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, 
com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que 
dispuser determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos 
elementos de convicção que sejam válidos para o todo.
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UNIDADE 
Ainda de acordo com o CFC, na aplicação dos testes de observância e substantivos, 
o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos: 
 · Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis;
 · Observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de 
sua execução; 
 · Investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou 
entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; 
 · Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, 
registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e
 · Revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, 
mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com 
vistas à identificação de situações ou tendências atípicas.
Providências para a Reunião com a Gerência da Empresa
O auditor deve:
 · Ler o parecer e as demonstrações financeiras do exercício social anterior;
 · Ler o relatório ou comentário do exercício social anterior;
 · Ler as pastas correntes do exercício social anterior, bem como as pastas 
permanentes e pastas de correspondências;
 · Ler atas de reuniões de acionistas, conselhos administrativos,diretoria, 
conselho fiscal e comitê de auditoria;
 · Ler os relatórios de auditoria interna emitidos durante o exercício social a 
ser auditado;
 · Visitar a fábrica e os principais departamentos da empresa;
 · Obter conhecimento das legislações fiscais e normas de Contabilidade 
pertinentes à empresa auditada (CREPALDI, 2009).
Reunião com a Gerência
Na reunião, o auditor deve:
 · Discutir os pontos levantados, referentes ao tópico anterior;
 · Indicar se houve – ou se haverá – necessidade de mudança na natureza dos 
negócios, práticas contábeis, políticas financeiras etc. (CREPALDI, 2009).
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Informações que Devem ser Obtidas da Empresa
 · Elaborar uma carta solicitando as informações necessárias à execução da 
auditoria. Tais informações descrevem cópias de demonstrações contábeis, 
análises de contas, reconciliações bancárias, extratos bancários etc.;
 · A carta deve ser preparada de maneira que possa identificar as principais 
contas e o tipo de análise ou reconciliação específica que o auditor externo 
necessite (CREPALDI, 2009).
Planejamento de Horas
O auditor externo deve estabelecer a distribuição das horas entre as visitas 
preliminares e visita final. Tal distribuição é realizada tendo como base:
 · Horas constantes no levantamento que determinou o preço do serviço 
de auditoria;
 · Experiência adquirida na execução dos passos citados anteriormente;
 · Experiência de cada auditor (ALMEIDA, 2010).
Auditoria Preliminar
No que se refere à auditoria preliminar, o auditor deve:
 · Levantar o sistema de controle financeiro, que relaciona à área contábil, 
devendo avaliá-lo;
 · Executar o procedimento de revisão analítica para as demonstrações 
contábeis preliminares;
 · Revisar os trabalhos realizados pela auditoria interna durante o exercício 
social e determinar até que ponto são confiáveis.
 · Estabelecer o valor de materiabilidade;
Materiabilidade: signifi ca, em auditoria, a existência de um valor estipulado para o qual 
os leitores poderiam não ter entendimento errôneo sobre as demonstrações fi nanceiras.
Ex
pl
or
 · Estabelecer os procedimentos de auditoria e quantidade de testes a serem 
realizados para os agrupamentos de contas do balanço patrimonial e da 
demonstração do resultado do exercício;
 · Realizar todos os procedimentos de auditoria relacionados à visita preliminar;
 · Atualizar a pasta permanente;
 · Revisar o relatório ou comentário do ano anterior da empresa; e
 · Antes de se retirar da empresa, deve assegurar que todos os papéis de trabalho 
foram revisados e todos os pontos de revisão estão limpos (ALMEIDA, 2010).
15
UNIDADE 
Caixa e Banco
Contagem de Caixa
Este procedimento é aplicável às empresas que realizam suas vendas à vista – 
lojas, concessionárias de pedágio etc. – e que podem ter uma quantia significativa 
de recursos no seu caixa na data do balanço patrimonial:
 · A contagem de caixa deve ser surpresa;
 · Com a presença do responsável pela auditoria, o auditor deve estabelecer 
que os caixas serão contados;
 · Em nenhuma hipótese o auditor deve assumir a responsabilidade na 
ausência do responsável pelo caixa, o qual deve estar presente na realização 
da contagem;
 · O auditor deve estar atento a anormalidades;
 · Para recebimentos não depositados – cheques – o auditor deve acompanhar 
até o depósito bancário – analisar recibo de depósito autenticado;
 · O auditor deve preparar um papel de trabalho à caneta, contendo as 
seguintes informações:
 · Nome da empresa;
 · Título do papel de trabalho – contagem de caixa;
 · Data e hora da contagem;
 · Nome do responsável pelo caixa;
 · Composição do caixa – moeda, notas, cheques, comprovantes etc. 
(SÁ, 2000).
Circulação dos Saldos Bancários
Devem ser os procedimentos do auditor:
 · Solicitar o preenchimento da carta de confirmação bancária;
 · Conferir informações da carta;
 · Incluir juntamente à carta um envelope selado com o endereço da própria 
empresa de auditoria externa;
 · Anexar a carta de confirmação e o envelope selado da resposta em um outro 
envelope e enviá-lo por correio;
 · Conferir respostas recebidas;
 · Quando as respostas não estiverem adequadas, enviar nova carta ao banco 
(ALMEIDA, 2010).
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17
Cuto� de Cheques
Objetivando a certificação de que os cheques são registrados nos períodos de 
suas respectivas competências e de que não há erros na conciliação bancária, o 
auditor deve efetuar os seguintes procedimentos (SÁ, 2000):
 · Obter ou realizar uma relação do último cheque emitido e dos cheques em 
branco para a data do exame;
 · Verificar se não foi lançado nenhum cheque de número posterior ao do cutoff;
 · Verificar se não foi lançado nenhum cheque de número anterior ao do cutoff. 
Teste das Conciliações Bancárias
Habitualmente, as empresas preparam mensalmente as conciliações bancárias, 
que representam uma reconciliação do saldo da conta corrente bancária através 
de extrato com o saldo pela razão analítica, ou seja, o processo concilia o saldo 
indicado pelos extratos bancários aos que são informados pela Contabilidade. 
A reconciliação bancária, na prática, é elaborada tendo como base o último dia 
do mês e objetiva eliminar as transações que aparecem em ambos os registros. As 
que sobram são classificadas como itens pendentes (SÁ, 2000).t
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UNIDADE 
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Manual de orientação dos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis
BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Superintendência de Fiscalização 
Econômica e Financeira. 2013.
http://goo.gl/knadbS
Qualit@s
MARTINS, O. S. A importância da auditoria contábil das disponibilidades nas entidades. 
v. 6, n. 2, 2007
http://goo.gl/ZqnXex
Revista de Ciências Gerenciais
OLIVEIRA, D. S.; GOMES, G. F. da F.; PORTO, L. C. de M. A importância da auditoria 
interna no processo de gestão das organizações em um ambiente globalizado e cada vez 
mais competitivo.v. 1, n. 1, 2012
http://goo.gl/NCTw6d
Revista de Administração e Ciências Contábeis do Ideau
RIGO, M.; BLEIL, C. Auditoria das demonstrações contábeis: um estudo da evidenciação 
e transparência das informações. v. 3, n. 7, jul./dez. 2008. 
http://goo.gl/QUbMBl
18
19
Referências
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010. 
BEASLEY, M. S. Auditing. San Diego: The Dryden Press, 1996. p. 10-24.
BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n.º 11.941. Brasília, 
DF, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 22 Jun. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n.º 821. Brasília, 
DF, 1997a.
______. Resolução n.º 820. Brasília, DF, 1997b.
______. Normas brasileiras de Contabilidade e normas de auditoria. 3. ed. 
Brasília, DF, 1991.
CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
FERRARI, E. L. Contabilidade geral: teoria e 1.000 questões. 7. ed. Rio de 
Janeiro: Campus, 2006.
GRAMLING, A. A.; RITTENBERG, L. E.; JOHNSTONE, K. M. Auditoria. Trad. 
Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Cengage Learning, 2012. 
LIMA, P. G. de O. Auditoria contábil-fiscal. 7. ed. João Pessoa, PB: Persona, 2003.
RIBEIRO, O. M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011.
RIBEIRO, O. M.; RIBEIRO, Juliana M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2012.
SÁ, A. L. de. Curso de auditoria. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
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Auditoria
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Rodrigo De Souza Marin
Revisão Técnica:
Prof. Me. Carlos Henrique Costa
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Passivo: Testes e Classificação
• Auditoria Contábil.
 · Apresentar os aspectos proeminentes da Auditoria Contábil, des-
tacando as principais características sobre passivo e seus pontos 
mais relevantes.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Caro(a) aluno(a),
Nesta Unidade veremos um pouco mais sobre classificação de passivo na audi-
toria contábil.É importante que você leia todo o material, inclusive o complementar, com muita 
atenção, anotando as suas eventuais dúvidas para apresentar ao tutor.
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra em um ambiente mais interativo 
possível, na pasta de atividades você também encontrará a Avaliação, a Atividade 
reflexiva e a Videoaula.
Bom estudo!
ORIENTAÇÕES
Passivo: Testes e Classifi cação 
UNIDADE Passivo: Testes e Classificação
Contextualização
Caro(a) aluno(a),
De acordo com o que já estudamos, o objetivo do auditor externo é transmitir 
uma opinião ou parecer sobre as demonstrações financeiras, verificando se estas 
foram desenvolvidas conforme os princípios fundamentais de Contabilidade, se tais 
princípios foram aplicados de maneira uniforme nesse exercício social comparado 
ao anterior e se todos os dados necessários ao entendimento estão informados 
nessas demonstrações.
Visando a constatação de dívidas não registradas na contabilidade, os testes 
sobre os passivos da empresa trazem à tona as divergências de informações acerca 
das obrigações da organização.
Assim, nesta Unidade veremos os procedimentos para a realização de tais testes.
6
7
Auditoria Contábil
Passivo
De acordo com o que já foi estudado, passivo refere-se ao saldo das obrigações 
devidas da empresa, ou seja, as obrigações financeiras que a empresa tem para 
com terceiros (ATTIE, 1998).
De maneira simplificada, equivale a tudo o que a empresa deve ou todas as 
dívidas que a empresa contraiu (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012).
Na Contabilidade essas obrigações são divididas no balanço patrimonial, 
especificamente nos grupos de passivo circulante e passivo não circulante, onde:
Passivo circulante refere-se aos valores que explicam a origem dos investimentos 
e de vencimentos a curto prazo.
Passivo não circulante refere-se às obrigações que vencerão após o término 
do exercício social seguinte, ou depois de um ano (ALMEIDA, 2010).
O exame de auditoria objetiva certificar a exatidão e a correta divisão das contas.
Revisão do Controle Interno
A revisão do controle interno é realizada objetivando determinar sua fidedignidade, 
a fim de que o auditor possa estabelecer os procedimentos de auditoria a serem 
realizados, a extensão dos trabalhos e o momento de sua aplicação (GRAMLING; 
RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012)
É recomendável que a administração estabeleça pontos fortes de controle 
que lhe concedam segurança (BEASLEY, 1996).
Attie (1998) lista alguns dos itens de controle interno mais frequentemente 
encontrados na área de passivos, os quais:
• Segregação de funções entre o setor de contas a pagar e tesouraria;
• Segregação de funções entre o setor de contas a pagar e de compras;
• Sistema de autorização e aprovação para compras e pagamentos;
• Balanceamento periódico entre o setor de contas a pagar e a contabilidade;
• Utilização de duas pessoas independentes para as assinaturas de cheques;
• Cancelamento da documentação comprobatória após o pagamento;
• Atualização constante dos passivos a pagar sujeitos à variação do poder 
aquisitivo da moeda;
• Controle de pagamentos para evitar atrasos e consequente multa ou 
juros de mora.
7
UNIDADE Passivo: Testes e Classifi cação
Grupos de Contas
As obrigações de uma empresa são normalmente assimiladas nos seguintes 
grupos de contas:
• Empréstimos a pagar;
• Fornecedores de mercadorias;
• Imposto de renda e contribuição social;
• Impostos a recolher;
• Salários a pagar;
• Outras obrigações; e 
• Provisões (CREPALDI, 2009).
Especificando-os, temos os seguintes sentidos.
Empréstimos a Pagar
Os empréstimos são classificados nas duas seguintes categorias:
Passivo circulante – empréstimos com prazo de vencimento de até um ano.
Passivo não circulante – empréstimos que vencerão após o término do exercício 
social seguinte.
Os empréstimos são registrados de acordo 
com o seu recebimento e são avaliados através 
das quantias efetivamente devidas na data do 
encerramento do exercício social.
Os valores incorridos e não pagos devem 
ser provisionados na data do levantamento das 
demonstrações financeiras (ALMEIDA, 2010).
Esse assunto foi regula-
mentado pelo pronuncia-
mento técnico do Comitê 
de Pronunciamentos Con-
tábeis (CPC) n.º 20.
Fornecedores de Mercadorias
As compras de bens ou aquisições de serviços são contabilizadas neste grupo.
Para ser classificada nesse grupo, o reconhecimento dessa obrigação acontece 
quando a empresa recebe a prestação de serviço ou quando o bem passa para a 
sua propriedade. Tal passagem de propriedade acontece com frequência devido ao 
recebimento do bem. Porém, caso essa passagem de bem se dê antes de a empresa 
ter o bem em mãos, esta deverá contabilizar o ativo e sua obrigação no grupo de 
“bens em trânsito” (ALMEIDA, 2010).
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9
Imposto de Renda e Contribuição Social
O dispêndio do imposto de renda ou contribuição social deve ser contabilizado 
no exercício social em que a empresa gerou o lucro. É calculado com base no 
percentual em torno de 34% aplicado sobre o lucro real (CREPALDI, 2009).
Lucro real é o lucro líquido do exercício ajustado para fins fiscais.
Imposto de renda diferido – conforme os princípios contábeis, as vendas e os 
gastos são debitados ou creditados na demonstração do resultado do exercício 
no período em que esses ocorreram. É comum que algumas despesas ou 
receitas sejam tributadas ou dedutíveis somente em anos seguintes aos de sua 
contabilização (SÁ, 2000).
Para adequar o imposto de renda ao regime 
de sua competência, tais receitas ou despesas 
devem ser reconhecidas no mesmo ano de 
suas ocorrências.
Esse tema foi normatizado por 
meio do pronunciamento técnico 
CPC n.º 32.
Outros Impostos
São registrados neste grupo de contas os impostos que incidem sobre as 
operações da empresa (ALMEIDA, 2010). Exemplos:
• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS);
• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
• Imposto sobre Serviços (ISS);
• Programa de Integração Social (PIS);
• Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
• Taxa de lixo;
• Imposto predial;
• Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA).
Salários a Pagar
Neste grupo são contabilizados os rendimentos líquidos a pagar aos empregados. 
Aqui também se classificam os descontos que devem ser recolhidos, que são 
deduzidos do rendimento bruto do funcionário e os encargos sociais, que são 
as obrigações trabalhistas que incidem sobre os rendimentos dos empregados 
(ALMEIDA, 2010). Exemplos de descontos:
• Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – parte do empregado;
• Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
• Exemplos de encargos sociais:
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UNIDADE Passivo: Testes e Classificação
• INSS – parte da empresa;
• Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Outras Obrigações
São contabilizadas neste grupo outras dívidas (CREPALDI, 2009). Exemplos:
• Dividendos a pagar;
• Comissões de vendedores a pagar;
• Impostos de terceiros a recolher;
• Adiantamentos recebidos de clientes;
• Aluguéis a pagar.
Provisões
As provisões são os encargos ou riscos que, de acordo com a Lei das sociedades 
por ações, deverão ser contabilizados até a data do balanço (SÁ, 2000).
A diferença dessas para as demais transações é dada, principalmente, devido às 
suas características, as quais:
• Determinação com base em estimativa;
• Ausência de data fixa de vencimento; ou
• Ausência de nome exato do credor (ALMEIDA, 2010).
• Exemplos de provisão:
• 13º salário;
• Férias;
• Garantia de produtos vendidos.
Principais Procedimentos
A Resolução n.º 820/93 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) determina 
que a aplicação dos procedimentos de auditoria
[...] deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, 
por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, 
com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que 
dispuser determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos 
elementos de convicçãoque sejam válidos para o todo.
Ainda de acordo com o CFC, na aplicação dos testes de observância e substantivos, 
o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos: 
I. Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis;
II. Observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de 
sua execução; 
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III. Investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou 
entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; 
IV. Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comproba-
tórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e
V. Revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, 
mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com 
vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.
Teste de Empréstimos
O auditor deverá:
• Obter da empresa auditada um papel de trabalho detalhado, constando todos 
os dados dos empréstimos;
• Conferir as somas do papel de trabalho;
• Conferir o saldo no início do período com os papéis de trabalho da auditoria 
no ano anterior;
• Inspecionar a documentação comprobatória;
• Conferir cálculos de variação cambial ou correção monetária e indicar tais 
valores no grupo de despesas financeiras;
• Observar a atualização dos empréstimos com correção monetária ou em 
moeda estrangeira para a data do exercício social;
• Verificar, conforme o contrato, a adequada divisão entre curto e longo prazo;
• Investigar a liquidação dos empréstimos conforme as cláusulas contratuais;
• Testar a conta de encargos antecipados;
• Testar a conta de provisão para encargos financeiros;
• Obter carta de confirmação dos empréstimos;
• Certificar-se das taxas de juros e datas de vencimento dos empréstimos de 
longo prazo e se as garantias ou ônus reais constituídos sobre elementos do 
ativo estão divulgados nas notas explicativas (ALMEIDA, 2010).
Teste de Fornecedores
O auditor deve:
• Obter uma relação dos fornecedores a pagar, por fornecedor e nota fiscal ou 
duplicata, na data-base de encerramento do exercício social;
• Obter cartas de confirmação de saldos de alguns fornecedores. O auditor deve 
circular os fornecedores para os quais a empresa mantém o maior volume das 
operações. Essa quantidade é estipulada juntamente com o responsável pela 
auditoria, visando a segurança do controle interno da área; 
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UNIDADE Passivo: Testes e Classificação
• Preparar os papéis de circularização dos fornecedores;
• Verificar se as contas a pagar de fornecedores estão atualizadas na data do 
balanço;
• Revisar a relação de fornecedores para situações anormais;
• Averiguar a existência de notas fiscais não pagas na data de vencimento 
(ALMEIDA, 2010).
Teste do Imposto de Renda
O auditor deve:
• Preparar um papel de trabalho de auditoria detalhado;
• Conferir o saldo do início do período com os papéis de trabalho do ano anterior;
• Verificar se o valor do imposto a pagar constante na declaração de rendimento 
está de acordo com o saldo no início do período acrescido ou deduzido do 
ajuste da provisão do ano anterior;
• Analisar a origem desse ajuste e verificar se foi adequadamente registrado nas 
demonstrações financeiras examinadas;
• Inspecionar as guias quitadas de pagamento do imposto de renda incidente 
sobre o lucro do ano anterior; 
• Conferir o saldo final do período com o razão geral da Contabilidade para a 
mesma data;
• Aplicar tais procedimentos à contribuição social (ALMEIDA, 2010).
Teste de Outros Impostos
O auditor deve:
• Obter análise do saldo das contas de outros impostos;
• Conferir o valor da análise com a respectiva conta do razão da contabilidade;
• Verificar a existência de itens antigos ou anormais na análise;
• Confrontar, quando necessário, o valor a pagar constante na análise de livros 
fiscais (ALMEIDA, 2010).
Teste de Salários a Pagar
O auditor deve:
• Obter a análise da composição do saldo dos salários, descontos e encargos 
sociais a recolher;
• Conferir o valor da análise com a respectiva conta do razão da contabilidade;
• Verificar a existência de itens antigos ou anormais na análise;
• Quando necessário, confrontar a folha de pagamento (ALMEIDA, 2010).
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Teste das Outras Obrigações
O auditor deve:
• Obter análise da composição de saldo;
• Conferir a soma da análise e confrontar o valor total com o saldo da respectiva 
conta do razão geral da contabilidade;
• Investigar a existência de itens antigos ou anormais na análise (CREPALDI, 2009).
Teste das Provisões
O auditor deve:
• Preparar papel de trabalho para cada conta de provisão, sendo esta detalhada;
• Conferir o saldo no início do período com os papéis de trabalho da auditoria 
do ano anterior;
• Inspecionar a documentação comprobatória para os pagamentos realizados;
• Conferir cálculos e analisar a origem das provisões constituídas no ano e, 
quando necessário, relacionar os respectivos valores com a demonstração do 
resultado do exercício;
• Conferir o saldo final do período com o razão geral da contabilidade para a 
mesma data (ALMEIDA, 2010).
Receitas, Despesas e Custos
O objetivo dos testes dessas transações é permitir que o auditor verifique se os 
valores foram registrados dentro do regime de competência, se foram aprovados, 
se estão conforme a natureza dos negócios da empresa, se há documentação que 
dê suporte à operação e se a classificação contábil está adequada (SÁ, 2000).
Receitas
As receitas são divididas em três grandes grupos, a saber:
• Receitas operacionais;
• Receitas financeiras; e
• Outras receitas (ALMEIDA, 2010).
Especificando-as, temos:
Receitas operacionais são aquelas provenientes da atividade principal da 
empresa. Normalmente exigem a emissão de nota fiscal.
Receitas financeiras são rendimentos recebidos devido aos recursos da empresa 
estarem sob utilização de terceiros.
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UNIDADE Passivo: Testes e Classificação
Outras receitas correspondem a ganhos recebidos fora da atividade principal da 
empresa (CREPALDI, 2009).
Como Reconhecer as Receitas
As receitas são reconhecidas no resultado do exercício devido à passagem de 
propriedade do bem ou produto acabado para terceiros, ou prestação de serviços.
Recebimentos anteriores ao reconhecimento das receitas devem ser contabilizados 
no passivo (ALMEIDA, 2010).
Teste das Receitas Operacionais
O objetivo principal desses procedimentos de auditoria é identificar a subavaliação 
nas contas das receitas. O auditor deve:
• Selecionar as notas fiscais de venda para teste e observar aprovações de 
créditos;
• Comparar a nota fiscal selecionada ao pedido de compra do cliente e 
inspecionar a documentação de embarque das mercadorias;
• Verificar a inclusão da nota fiscal selecionada no registro inicial de vendas;
• Conferir a soma do registro inicial de vendas;
• Verificar a inclusão do valor total do registro inicial de vendas no registro 
intermediário de vendas;
• Conferir a soma do registro intermediário de vendas;
• Verificar a inclusão do valor total do registro intermediário de vendas no 
registro final de vendas;
• Conferir a soma do registro final de vendas;
• Verificar a inclusão do valor total do registro final de vendas no razão geral de 
receitas;
• Conferir a soma do razão geral de receitas (ALMEIDA, 2010).
Teste das Receitas Financeiras
Estas receitas são testadas juntamente com a auditoria do grupo de aplicações 
financeiras (CREPALDI, 2009).
Teste de Outras Receitas
As receitas de bens do ativo imobilizado são testadas de acordo com a auditoria 
desse grupo de contas do ativo. O auditor deve:
• Selecionar dados independentes para outras receitas;
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• Verificar somas e transporte para registros iniciais, intermediários e finais e a 
contabilização no razão geral;
• Conferir a soma do razão geral (ALMEIDA, 2010).
Despesas e Custos
Esta auditoria é dividida da seguinte maneira:
• Despesas que são testadas em conexão com as contas do balanço patrimonial;
• Aquisições de

Outros materiais