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Auditoria Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Rodrigo de Souza Marin Revisão Técnica: Prof. Me. Carlos Henrique Costa Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Introdução aos Fundamentos da Auditoria • Introdução; • Conceito; • Objetivo da Auditoria Contábil; • Procedimentos de Auditoria; • Tipos de Auditoria; • Limitações da Auditoria Contábil; • Auditoria Interna;. • Auditoria Externa · Apresentar os aspectos relevantes sobre a auditoria contábil, desta- cando seus pontos mais consideráveis. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade aprenderemos um pouco mais sobre auditoria contábil. É muito importante que você leia atentamente o Material teórico, assista às videoaulas e também acesse o Material complementar, lembrando de anotar as dúvidas que surgirem e apresentá-las ao tutor. Bom estudo! ORIENTAÇÕES Introdução aos fundamentos da auditoria UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria Contextualização Os mercados de capitais necessitam de dados precisos e leais, e ainda, imparciais que representem a característica econômica de uma empresa e, no que lhe diz respeito, proporcionem uma base para avaliação do desenvolvimento na direção de atingir objetivos em longo prazo. Se o mercado não recebe dados leais, os investidores se sentirão inseguros no que se refere ao sistema, tomarão decisões incorretas e poderão até perder muito dinheiro e, em último caso, o sistema poderá falhar. Encontramo-nos em um período de mudanças onde, como profissão, os auditores e contadores são chamados para realizar julgamentos profissionais que, da melhor maneira possível, reflitam a economia das transações ou os níveis correntes do patrimônio. Assim, o foco desta Unidade está em apresentar os conceitos, objetivos, métodos, tipos e aspectos relevantes sobre auditoria contábil. 6 7 Introdução O auditor exerce uma tarefa externa especial. Está proibido de montar os sistemas de controle interno para uma companhia que lhe seja cliente; não pode criar demonstrações financeiras ou outros dados básicos e deve elaborar pareceres sobre demonstrações financeiras com base nas análises de amostragem e auditoria (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012). Trata-se de uma atividade arriscada e conflituosa. Quando o público confia na objetividade e na exatidão de seus relatórios, o valor destes se evidencia. Porém, quando há uma falha de sua parte, boa parcela do sistema financeiro está comprometida. Conceito A auditoria manifestou-se com a necessidade da garantia da fidedignidade das informações derivadas dos registros contábeis (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). Contudo, com o crescimento da função de auditor, faz-se também necessário o desenvolvimento das normas que regulam sua aplicação, objetivando a garantia aos usuários de uma informação com todas as suas características, a partir do seu ponto de vista das ciências das comunicações; ou seja, uma informação clara, acessível, confiável, com conteúdo, formato e que adquira valor quando se faça uso dessa, devendo ser organizada para poder ser ajustada de acordo com as necessidades daqueles que a utilizam (CONSENZA; GRATEROM, 2003). Embora seja vista frequentemente como o exame de demonstrações de uma determinada entidade, a auditoria é, também, um recurso que pode ser aplicado em diversas situações, acrescentando a avaliação de eficiência e eficácia de um método ou de um setor, os relatórios financeiros de um órgão público, ou a obediência a normas operacionais de uma determinada entidade (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012). De acordo a Organização Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai) (1995), a auditoria “[...] é o exame das operações, atividades e sistemas de determinada entidade, com vistas a verificar se são executados ou funcionam em conformidade com determinados objetivos, orçamentos, regras e normas”. Quando nos referimos à auditoria, vem à mente o conceito tradicional, sendo aquele que tem como objeto as demonstrações contábeis. Logo, pode-se definir, de forma simples, auditoria como o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, métodos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma empresa. Ou ainda, como uma técnica contábil que objetiva a averiguação da exatidão e veracidade dos dados contidos nas demonstrações contábeis por meio de exames minuciosos dos registros de contabilidade e também dos documentos que os originaram (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). 7 UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria A auditoria contábil é sobreposta às companhias abertas, sociedades e empresas que compõem o sistema de distribuição de valores mobiliários, de acordo com o Artigo 26 da Lei n.º 6.385/76. Lei n.º 6.385, de 7 de dezembro de 1976: Art. 26 Somente as empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes, registrados na Comissão de Valores Mobiliários poderão auditar, para os efeitos desta Lei, as demonstrações financeiras de companhias abertas e das instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários Terão também as suas demonstrações auditadas regularmente as empresas que: · Faturarem mais que trezentos milhões de reais por ano; · Possuírem ativos superiores a duzentos e quarenta milhões de reais, no que dispõe a Lei n.º 11.638/2007 (CREPALDI, 2009). Objetivo da Auditoria Contábil Visto que a auditoria é uma técnica contábil com múltipla aplicação, seu objetivo é aumentar o grau de confiabilidade dos usuários em relação ao objeto auditado (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). Ou seja, expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis e certificar que essas representam adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens das administrações dos recursos correspondentes ao período examinado, conforme os princípios fundamentais da contabilidade (CREPALDI, 2009). Dessa maneira, o objetivo da auditoria deve ser descrito como o procedimento pelo qual o auditor garante a veracidade das demonstrações financeiras preparadas pela companhia auditada. Objeto da Auditoria O objeto da auditoria é o conjunto de todos os componentes de controle do patrimônio administrado, os quais abrangem registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações que autentiquem a veracidade dos atos da administração, assim como a sua fidelidade na defesa dos interesses patrimoniais. Pode ter, ainda, como objeto os fatos não registrados documentalmente, mas que foram relatados por aqueles que realizam atividades patrimoniais, cujas informações sejam dignas de confiança, desde que possam ser aceitas como informações seguras pela evidência ou indícios (CREPALDI, 2009). 8 9 O objeto da auditoria poderá variar de acordo com o seu objetivo. Por exemplo, quando seu objetivo for: · Avaliar a genuinidade das informações contidas nas demonstrações financeiras, seu objeto corresponderá às próprias demonstrações financeiras; · Examinar a fidedignidade dos controles internos, seu objeto corresponderá aos controles internos; · Certificar a credibilidade do sorteio em um concurso de loteria, seu objeto será o próprio concurso (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). Procedimentos de Auditoria A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) n.º 820/93 determina que a aplicação dos procedimentos de auditoria. [...] deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. E ainda de acordo com o CFC, na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos: Importante! I. Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis; II. Observação– acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; III. Investigação e confi rmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; IV. Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e V. Revisão analítica – verifi cação do comportamento de valores signifi cativos mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identifi cação de situação ou tendências atípicas. Este item foi descrito na íntegra. Importante! 9 UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria Os procedimentos aplicados pela técnica de auditoria são: · Retrospecção; e · Análise. A auditoria avalia os fatos já acontecidos e busca fazê-lo de maneira minuciosa. Por meio da retrospecção averíguam-se os acontecimentos passados em fatos patrimoniais já ocorridos. Por sua vez, a análise é o elemento principal, ou seja, é o que conceitua o procedimento ou conduta de trabalho na técnica da auditoria (CREPALDI, 2009). Tecnicamente, o procedimento orienta a realização do trabalho, dando-lhe as seguintes etapas: · Levantamento de condições de rotina administrativa, financeira e contábil; · Planejamento da auditoria; · Aquisição de provas; · Relatório de auditoria; e · Certificados. Tipos de Auditoria Com base em sua definição é possível classificá-la em dois tipos: · Auditoria de demonstrações financeiras; e · Auditoria operacional ou de gestão (CREPALDI, 2009). Auditoria de Demonstrações Financeiras Para que se possa entender o seu conceito, primeiramente, faz-se necessária a compreensão de sua função. As demonstrações financeiras são dados, organizadas por escrito, que objetivam evidenciar a situação e a evolução do patrimônio da empresa aos administradores e a terceiros ligados a essa. Para que possa cumprir a sua função, é preciso considerar dois requisitos, os quais: · Transmitir aos usuários quais critérios foram adotados em sua elaboração – e para atender esse requisito, adotou-se os princípios e normas de contabilidade para a elaboração das demonstrações financeiras; e · Mostrar parecer de terceiros, ligados à empresa, sobre a confiabilidade que essas demonstrações refletem quanto à situação do patrimônio e a 10 11 evolução durante o período referido – para preencher a esse requisito, é necessário recorrer a um profissional independente. Com base no que foi exposto, é possível definir a auditoria das demonstrações financeiras como o exame destas, realizado por um profissional independente, objetivando transmitir um parecer técnico sobre a sua finalidade (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012). Auditoria Operacional ou de Gestão Consiste em conferências metódicas de programas, organizações, atividades ou segmentos operacionais do setor público e/ou privado, objetivando a avaliação e a comunicação para certificar se os recursos da organização são eficientes e se os objetivos operacionais são alcançados (CREPALDI, 2009). Auditoria Tributária A auditoria tributária visa avaliar e examinar o planejamento tributário e certificar a eficiência e a eficácia dos controles e métodos adotados para operação de pagamento e recuperação de impostos, taxas ou quaisquer outros ônus de natureza fisco-tributária que reflitam nas operações, bens ou documentos da empresa (ALMEIDA, 2010). De maneira simplificada, objetiva expressar a opinião sobre eficiência e eficácia dos métodos adotados para controle, apuração e recolhimento de tributos. Auditoria de Sistemas A auditoria de sistemas entende-se pela análise e avaliação dos processos de planejamento, desenvolvimento, teste e sistemas aplicativos. Objetiva também a análise da estrutura lógica, ambiental, organizacional, de controle, segurança, entre outros ramos, com o objetivo de garantir a qualidade dos controles internos sistêmicos e de sua observância em todos os níveis gerenciais (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). De forma simples, tem a finalidade de expressar a opinião sobre a qualidade do sistema de processamento eletrônico de dados e dos controles já existentes no ambiente da tecnologia da informação de determinada entidade. Para saber a importância desse tipo de auditoria, é recomendável ler mais sobre esse tema no artigo disponível em: http://goo.gl/Ud7IptEx pl or 11 UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria Auditorias Especiais Envolve a execução de trabalhos especiais de auditoria, não compreendidos na programação normativa da área, solicitados pelos membros dos conselhos administrativos, fiscais, diretorias ou determinados em legislação específica. Na auditoria especial os trabalhos não dependem de nomeação formal, porém, devem ser objetos de relatório específico dos acontecimentos examinados, relatório esse elaborado em caráter confidencial (ATTIE, 2000). Limitações da Auditoria Contábil Mesmo que considerada um instrumento indispensável de controle na moderna administração de empresas, a auditoria não pode tomar o lugar de órgão de supervisão geral da empresa, substituindo a própria administração da empresa, interpretando, assim, a sua função de forma exagerada. Apesar de suas limitações, muitas vezes a auditoria contábil se vê obrigada a sair da área meramente contábil para testar controles e acontecimentos extracontábeis, a fim de garantir a exatidão dos registros realizados. Faz-se necessário repetir que a auditora contábil tem a finalidade de confirmar se os registros contábeis foram realizados conforme os princípios de contabilidade e se as demonstrações contábeis refletem corretamente a situação econômica e financeira do patrimônio, bem como os dados complementares a essas adicionados (CREPALDI, 2009). Lei Sarbanes-Oxley Com base nos projetos de lei apresentados por Oxley e pelo senador Paul Sarbanes, em 2002, a Lei Sarbanes-Oxley, comumente chamada de SOX ou de SarBox, buscou proporcionar uma limpeza no âmbito empresarial norte- americano, especialmente no caminho dos extraordinários escândalos financeiros que envolveram as empresas Enron e WorldCom, custando bilhões de dólares aos seus investidores. A Lei objetiva impor sanções que coíbam métodos não éticos e em desacordo com o bom proceder de governança corporativa por parte das empresas atuantes no mercado norte-americano. Visa também restabelecer o nível de confiabilidade nas informações geradas pelas empresas (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012). 12 13 Auditoria Interna A auditoria interna é a atividade de avaliação fornecida como serviço para uma determinada entidade que objetiva analisar as operações. Constitui um conjunto de métodos que pretende examinar a integridade, eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012). Seu objetivo é ajudar todos os membros da administração na execução efetiva de suas funções e responsabilidades, dando-lhes análises, apreciações e recomendações pertinentes às atividades examinadas (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). É executada por um profissional interno, sendo este da confiança dos dirigentes da empresa. Por ser um membro interno, o auditor perde a sua independência profissional. É importante destacar que a auditoria interna presta auxílio à administração, visando possibilitar a eliminação de inconvenientes no funcionamento da gestão (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). Por servir a entidade, a auditoria interna não se presta para informações, devendo comprovar a participação em programas de educação continuada. No que tange à responsabilidade do auditor interno, deve-se: · Comunicar e auxiliar a administração e desimpedir-se das responsabilidades como condiz o Código de Ética do Instituto dos Auditores Internos; e · Estruturar as suas atividades com as de outros, de maneira a alcançar com mais facilidade os objetivos da auditoria para benefício das atividadesda empresa. Um auditor interno em exercício de suas funções não tem responsabilidade direta ou autoridade sobre as atividades que analisa. No entanto, as avaliações realizadas por um auditor interno jamais eliminam as responsabilidades de outras pessoas da empresa, responsabilidades que lhes cabem (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012). Para ter um maior aprofundamento sobre o assunto, leia o artigo disponível em: http://goo.gl/kZf2VuEx pl or 13 UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria Auditoria Externa É um conjunto de métodos técnicos que visa a emissão de parecer sobre a adequação com esses que representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mudanças do patrimônio líquido, a demonstração dos fluxos de caixa e a demonstração do valor adicionado da entidade auditada de acordo com as normas brasileiras de contabilidade. É realizada por um profissional independente, que não tenha qualquer ligação com o quadro da empresa auditada. O auditor independente mantém uma atitude mental também autônoma, exercendo seu trabalho com competência e buscando manter seu grau de independência com a entidade objeto de exame, livre de quaisquer interesses ou vantagens, sabendo de sua responsabilidade e consciência profissional (CREPALDI, 2009). Diferenças entre Auditoria Interna e Auditoria Externa Ainda que haja interesses em comum, é importante destacar as diferenças fundamentais entre essas auditorias, a saber: · Extensão dos trabalhos – na auditoria interna o escopo dos trabalhos é imposto pela gerência; já na auditoria externa é determinado por meio das normas usuais reconhecidas no país ou solicitadas pela legislação específica; · Direção – na auditoria interna quem coordena a direção de seus trabalhos é o auditor interno, a fim de garantir que o sistema contábil e de controle interno funcionem de maneira eficiente, com a finalidade de que os dados contábeis proporcionados à gerência sejam apresentados com maior exatidão; já na auditoria externa o trabalho do auditor é determinado pelo dever de apresentar as demonstrações contábeis a terceiros, como acionistas e investidores, objetivando mostrar a situação contábil de uma empresa em determinado período; · Responsabilidade – o auditor interno tem responsabilidade direta para com a gerência; já na auditoria externa a responsabilidade é mais ampla, aumentando também a independência do auditor; · Métodos – o auditor interno segue as rotinas internas da empresa, considerando as normas dessa organização; já o auditor externo observa mais as normas ligadas às leis de maneira mais ampla (ALMEIDA, 2010). 14 15 Dessa maneira, pode-se destacar as seguintes diferenças: Na auditoria interna: · Existe vínculo empregatício com a empresa auditada e depende hierarquicamente da administração; · Os exames das operações são guiados, objetivando, principalmente, os aspectos de eficiência operacional/administrativa. Na auditoria externa: · Não existe vínculo empregatício com a empresa auditada, possuindo o auditor maior independência; · Os exames das operações são guiados, objetivando verificar os reflexos nas operações contábeis (CREPALDI, 2009). 15 UNIDADE Introdução aos Fundamentos da Auditoria Material Complementar Para que você aprofunde seus conhecimentos, leia os materiais abaixo sugeridos: Livros Auditoria: um curso moderno e completo ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 1996. BATISTA, C. A importância da auditoria contábil para a credibilidade das empresas. http://goo.gl/dbSbFm Auditoria geral e pública: teoria e questões comentadas CARVALHO, J. C. O. de. Auditoria geral e pública: teoria e questões comentadas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Procedimentos de auditoria pública VALE, C. A. do N. Procedimentos de auditoria pública. João Pessoa, PB: UFPB, 2001. 16 17 Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria, um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n.º 6.385. Brasília, DF, 1976. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6385.htm>. Acesso em: 22 jun. 2018. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n.º 821. Brasília, DF, 1997a. ______. Resolução n.º 820. Brasília, DF, 1997b. ______. Normas brasileiras de contabilidade e normas de auditoria. 3. ed. Brasília, DF, 1991. CONSENZA, J. P.; GRATEROM, I. R. G. A auditoria da contabilidade criativa. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, DF, v. 143, p. 43-61, set./out. 2003. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. GRAMLING, A. A.; RITTENBERG, L. E.; JOHNSTONE, K. M. Auditoria. Trad. Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Cengage Learning, 2012. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE ENTIDADES FISCALIZADORAS SUPERIORES. Normas de auditoria. Salvador, BA: TCE, 1995. RIBEIRO, O. M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011. RIBEIRO, O. M.; RIBEIRO, Juliana M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2012. 17 Auditoria Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Rodrigo De Souza Marin Revisão Técnica: Prof. Me. Carlos Henrique Costa Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa • Auditoria Contábil; • Direção dos Testes; • Procedimentos de Auditoria; • Controle Interno. · Apresentar os aspectos relevantes sobre a auditoria contábil, desta- cando seus pontos mais consideráveis. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Nesta Unidade veremos um pouco mais sobre ativos e controle interno. Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o Material complementar. É importante que, durante a leitura, você anote as dúvidas e as apresente ao tutor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra em um ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades você também encontrará a Avaliação, uma Atividade reflexiva e a Videoaula. Bom estudo! ORIENTAÇÕES Conceitos introdutórios de Auditoria Interna e Externa UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa Contextualização Os mercados de capitais necessitam de dados precisos e leais, e ainda, imparciais que representem a característica econômica de uma empresa e, no que lhe diz respeito, proporcionem uma base para avaliação do desenvolvimento na direção de atingir objetivos em longo prazo. Se o mercado não recebe dados leais, os investidores se sentirão inseguros no que se refere ao sistema, tomarão decisões incorretas e poderão até perder muito dinheiro; em último caso, o sistema poderá falhar. Encontramo-nos em um período de mudanças onde, como profissão, os auditores e contadores são chamados para realizar julgamentos profissionais que, da melhor maneira possível, reflitam a economia das transações ou os níveis correntes do patrimônio. Assim, o foco desta Unidade está em apresentar a maneira como é realizado os testes, bem como conhecer os princípios fundamentais de Contabilidade geralmente aceitos. 6 7 Auditoria Contábil O termo auditoria deriva do latim audire, que significa ouvir. Para responder ao mundo integrado, formado por uma sociedade moderna com grandes organizações e em frequente desenvolvimento econômico, fazendo com que haja um crescimento na complexidade da administração dos negócios, onde, por ocasião da modernidade, as transações são contabilizadas em tempo real, submetidas às determinações fiscais e legais, e em virtude da criação de normas regulamentadoras da profissão, o conceito de auditoria foi aumentado ao longo do tempo (JUND, 2002). Objetivando, principalmente, analisar a genuinidade e corrigir informações expostas na escrituração e nas demonstrações financeiras das entidades, a auditoria contábil se representa como uma das técnicas desenvolvidas pela Ciência contábil (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). Conceitos Básicos de Auditoria ParaJund (2002, p. 92): A auditoria das demonstrações financeiras destina-se ao exame e avaliação dos componentes dessas demonstrações, no que concerne à adequação dos registros e procedimentos contábeis, sistemática dos controles internos, observância das normas, regulamentos e padrões aplicáveis, bem como a aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Dessa maneira, pode-se compreender auditoria contábil como a investigação e análise dos registros e procedimentos contábeis, bem como dos sistemas de controles internos e observação das normas, regulamentos, princípios e legislações aplicáveis, no que se refere à contabilidade. Direção dos Testes É possível que haja erros nos saldos de contas do balanço patrimonial ou da demonstração do resultado do exercício, podendo ser para mais – superavaliado – ou para menos – subavaliado. Pelo fato de existir esse risco, é necessária a realização de teste de todas as contas da contabilidade para revelar o caso de superavaliação ou subavaliação (CREPALDI, 2009). Por prática, constatou-se que é mais fácil coordenar os testes principais de superavaliação para as contas devedoras – geralmente, ativos e despesas – e os de subavaliação para as contas credoras – passivo e receitas (INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTADORES, 1988). 7 UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa Pelo fato de as transações contábeis serem registradas pelo sistema de partidas dobradas, quando se testam as contas devedoras para superavaliação, as contas credoras também são testadas indiretamente nessa mesma direção (ALMEIDA, 2010). Teste para Superavaliação No teste para superavaliação o auditor inicia do valor registrado no razão geral para o documento-suporte da transação. O registro final retrata o último registro contábil antes do razão geral. O registro inicial é feito com base no documento e representa o primeiro registro contábil em função de uma operação. O registro intermediário demonstra qualquer registro contábil feito entre o registro inicial e o final (ALMEIDA, 2010). Seguem alguns exemplos: • Registro inicial – resumo das compras do dia de uma filial, baseado nas notas fiscais de compra dos fornecedores; • Registro intermediário – resumo mensal das compras, que é a soma dos resumos diários de compra; • Registro final – resumo e somatória de compras do mês de todas as filiais (ALMEIDA, 2003). São procedimentos básicos da auditoria do teste para superavaliação: • Checar a soma da conta do razão geral; • Apurar débito e conferir seu valor com o valor total do registro final; • Certificar a soma do registro final; • Distinguir parcela no registro final e conferir seu valor com o valor total do registro intermediário; • Checar a soma do registro intermediário; • Separar parcela no registro intermediário e conferir seu valor com o valor total do registro inicial; • Certificar a soma do registro inicial; e • Selecionar parcela no registro inicial e conferir o seu valor com a documentação comprobatória (ALMEIDA, 2010). O intuito dos procedimentos supracitados é identificar superavaliação de débitos. Essa superavaliação poderia ser realizada observando-se: • A falta de documento, ou documento não válido; 8 9 • A soma do maior dos registros ou razão geral; e • O transporte do maior valor do documento ao registro inicial e do valor de um registro a outro ou ao razão geral (ALMEIDA, 2003). Teste para Subavaliação No teste para subavaliação o auditor começa do documento e vai até a razão geral. O registro intermediário é demonstrado pela elaboração do resumo mensal de vendas, que representa a soma dos resumos diários de vendas. O resumo mensal de vendas de cada filial é encaminhado à matriz da empresa e ali é preparado o resumo de vendas do mês, de todas as filiais. Este último registro é que vale para dar base para a contabilização no razão geral (ALMEIDA, 2010). Os procedimentos básicos de auditoria do teste de subavaliação são: • Apurar e inspecionar o documento-suporte; • Confirmar a inclusão do valor do documento no registro inicial; • Conferir a soma do registro inicial; • Examinar a inclusão do valor total do registro inicial no registro intermediário; • Checar a soma do registro intermediário; • Certificar a inclusão do valor total do registro intermediário no registro final; • Conferir a soma do registro final; • Verificar a inclusão do valor total do registro final no razão geral; • Checar a soma do razão geral. A finalidade dos procedimentos listados é detectar subavaliação de créditos. Ademais, os créditos poderiam ser subavaliados das seguintes maneiras: • Não inclusão do documento no registro inicial; • Soma ao menor dos registros ou do razão geral; • Transporte ao menor do valor do documento para o registro inicial e do valor de um registro para outro ou para o razão geral (ALMEIDA, 2010). Procedimentos de Auditoria São o conjunto de técnicas que possibilitam ao auditor conseguir evidências ou provas suficientes e apropriadas para utilizar como base à sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas (SÁ, 2000). A Resolução n.º 820/1993 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) determina que a aplicação dos procedimentos de auditoria 9 UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa [...] deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. Ainda de acordo com o CFC, na aplicação dos testes de observância e subs- tantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos: I. Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis; II. Observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; III. Investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; IV. Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e V. Revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas. Os principais procedimentos de auditoria são: • Contagem física; • Confirmação com terceiros; • Conferência de cálculos; • Inspeção de documentos (CREPALDI, 2009). Contagem Física Este método é utilizado para as contas do ativo e significa a constatação física do bem declarado nas demonstrações financeiras. Por exemplo: dinheiro em caixa, estoques, títulos ou ações, bens do ativo imobilizado etc. (ALMEIDA, 2010). Confirmação com Terceiros Este método é usado pelo auditor para certificar, por meio de carta, bens de propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e obrigações. Por exemplo: contas a receber dos clientes, estoques em poder de terceiros, contas ou empréstimos a pagar etc. (OLIVEIRA; PEREZ JUNIOR, 2004). Conferência de Cálculos Pelo fato de o contador realizar diversos cálculos em todo o processo da elaboração das demonstrações financeiras, obviamente podem ocorrer erros de cálculo. Um simples erro de cálculo leva a uma informação errada nas demonstrações, por isso o auditor deve conferir tais cálculos (OLIVEIRA e PEREZ JUNIOR, 2004). 10 11 Inspeção de Documentos Há dois tipos de documentos: • Internos: são produzidos pela própria empresa; • Externos: são produzidos por terceiros para a empresa. Tais documentos demonstram os comprovantes que dão base aos lançamentos contábeis na conta do ativo, passivo, receita e despesa. Objetivando identificar a genuinidade dos valores registrados, o auditor deve analisar esses documentos (ALMEIDA, 2010). Controle Interno DefiniçãoO controle interno significa a união de métodos, procedimentos ou rotinas que objetivam a proteção dos ativos, a produção de dados contábeis dignos de confiança – que são os controles contábeis – e auxílio à administração para conduzir ordenadamente os negócios da empresa – que representa o controle administrativo (FRANCO, 1980). Princípios Essenciais dos Controles Contábeis A responsabilidade de estabelecer o sistema de controle interno é, implicitamen- te, da administração da empresa, bem como a verificação do cumprimento deste por parte dos empregados, assim como é responsável por sua alteração, quando for necessária a adaptação de novas situações (OLIVEIRA; PEREZ JUNIOR, 2004). Responsabilidade As obrigações dos empregados ou departamentos internos da empresa precisam estar claramente definidas e limitadas, preferencialmente por escrito, por meio da imposição de manuais internos de organização. Os objetivos da ela- boração das obrigações são: • Garantir que todos os procedimentos de controle sejam realizados; • Encontrar erros e irregularidades; • Melhorar as responsabilidades por casuais omissões na execução das transações da empresa (ALMEIDA, 2010). Exemplos da necessidade de estabelecimento das obrigações para os empregados: • Autorização de aquisição de bens e serviços; • Realização do processo de aquisição, cotação e seleção de fornecedor e formalização; 11 UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa • Comprovação do recebimento de bens ou prestações de serviços; • Entre outros. Rotinas Internas Deve a empresa estabelecer no manual de organização todas as rotinas internas, as quais: • Formulários internos e externos; • Instruções para o preenchimento e destinações dos formulários internos e externos; • Sinal de cumprimento dos procedimentos internos de controle – assinaturas, carimbos etc.; • Procedimentos internos de diversos setores da empresa (ALMEIDA, 2003). Acesso aos Ativos É necessário que a empresa limite o acesso dos funcionários aos seus ativos e é imprescindível que se estabeleçam controles físicos sobre esses. É importante ressaltar que o acesso aos ativos pode ser de maneira física, ou através da preparação de documentos que permitam sua movimentação (SÁ, 2000). Separação de Funções É necessário que a empresa não permita que uma mesma pessoa possua acesso aos ativos e também aos registros contábeis, uma vez que essas funções são incompatíveis dentro do sistema de controle interno (CREPALDI, 2009). Confronto dos Ativos com os Registros É preciso que a empresa estabeleça procedimentos de maneira que seus ativos periodicamente sejam confrontados com os registros contábeis, sob a responsabilidade de alguns funcionários. Esse procedimento objetiva a descoberta de desfalque de bens ou até um registro inadequado de ativos (ALMEIDA, 2010). Afinal, uma vez que a empresa não adote esse procedimento, ficará sujeita a fraudes e desfalques. É importante destacar que esse procedimento de controle deverá ser executado por funcionários que não possuam acesso aos ativos. Amarrações do Sistema O sistema do controle interno deve ser elaborado de maneira que registre apenas as transações autorizadas, com seus valores corretos e dentro do período a que lhe diz respeito (SÁ, 2000). 12 13 Auditoria Interna De nada vale a empresa estabelecer um excelente sistema de controle interno sem que haja uma verificação periódica do cumprimento deste por parte dos funcionários, ou se é necessária uma adaptação a novas situações. São objetivos da auditoria interna: verificar o cumprimento das normas internas e a necessidade de novas normas internas ou modificação das que já existem (ALMEIDA, 2010). Custos Versus Benefícios do Controle Os custos do controle interno jamais devem ser maiores que os benefícios esperados pelos quais. Significa que controles de maior sofisticação devem ser inseridos para transações de maior importância; já os controles menos rígidos devem ser implantados para as transações menos importantes (CREPALDI, 2009). Testes de Observância do Sistema de Controle Interno É muito importante que o auditor se atente a certificar se o sistema de controle levantado é o que, de fato, é utilizado. São frequentes os casos onde a empresa tem um excelente sistema de controle em seu manual, mas na prática é totalmente diferente do que está descrito. Isso significa que o auditor tem por obrigação avaliar qual sistema é efetivamente utilizado pela empresa a fim de garantir que os dados ali produzidos sejam confiáveis (ALMEIDA, 2010). O uso do controle interno como ferramenta de gestão Para que você saiba ainda mais sobre a importância do controle interno. Disponível em: http://goo.gl/6rPAK4 Ex pl or 13 UNIDADE Conceitos Introdutórios de Auditoria Interna e Externa Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Caro(a) aluno(a), Para que você tenha um maior aprofundamento no tema abordado nesta Unidade, complemente seus estudos com as seguintes sugestões: Sites A importância da auditoria contábil das disponibilidades nas entidades MARTINS, O. S. A importância da auditoria contábil das disponibilidades nas entidades. Qualit@s, v. 6, n. 2, 2007. http://goo.gl/GZulz7 Livros Contabilidade geral: teoria e 1.000 questões FERRARI, E. L. Contabilidade geral: teoria e 1.000 questões. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2006. Curso de auditoria SÁ, A. L. de. Curso de auditoria. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2000. Metodologia da pesquisa aplicada à Contabilidade: orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, teses SILVA, A. C. R. da. Metodologia da pesquisa aplicada à Contabilidade: orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, teses. São Paulo: Atlas, 2003. 14 15 Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ________. Auditoria: um curso moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n.º 821. Brasília, DF, 1997a. ________. Resolução n.º 820. Brasília, DF, 1997b. ________. Normas brasileiras de Contabilidade e normas de auditoria. 3. ed. Brasília, DF, 1991. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2009 FRANCO, H. Contabilidade geral. 20. ed. São Paulo: Atlas, 1980. INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTADORES. Princípios contábeis; normas e procedimentos de auditoria. São Paulo: Atlas, 1988. JUND, S. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos – teoria e 550 questões. 3. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2002. OLIVEIRA, L. M. de; PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. PORTAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. Interpretação técnica NBC t 11 – t 02 – papéis de trabalho e documentação da auditoria. [20--]. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br>. Acesso em: 22 Junho 2018. RIBEIRO, O. M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011. RIBEIRO, O. M.; RIBEIRO, Juliana M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2012. SÁ, A. L. de. Curso de auditoria. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 15 Auditoria Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Rodrigo de Souza Marin Revisão Técnica: Prof. Me. Carlos Henrique Costa Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Principais Testes de Auditoria • Auditoria; • Planejamento de auditoria; • Caixa e banco. · Apresentar os aspectos relevantes sobre a auditoria contábil, desta- cando seus principais testes e seus aspectos mais relevantes. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade veremos um pouco mais sobre os principais testes de auditoria. Então, é importante que você leia com atenção o conteúdo disponibilizado e o Material complementar. Além disso, para quea sua aprendizagem ocorra em um ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades você também encontrará a Ava- liação, uma Atividade reflexiva e a Videoaula. Cada material disponibilizado é mais um componente para seu aprendizado, por isso, estude todos com atenção. ORIENTAÇÕES Principais Testes de Auditoria UNIDADE Contextualização De acordo com o que já estudamos, o objetivo do auditor externo é transmitir uma opinião ou parecer sobre as demonstrações financeiras, verificando se foram desenvolvidas conforme os princípios fundamentais da Contabilidade, se tais princípios foram aplicados de maneira uniforme nesse exercício social comparado ao anterior e se todos os dados necessários ao entendimento estão informados nessas demonstrações. Evidentemente, buscando evitar que haja erro ou até mesmo fraude nas demonstrações financeiras, é necessário que o auditor realize testes para buscar a legitimidade das informações, a fim de assegurar aos investidores ou acionistas a situação verdadeira em que a empresa ou entidade se encontra, possibilitando e dando base para uma tomada de decisão. 6 7 Auditoria Introdução Nas últimas décadas, no Brasil, houve uma grande evolução nas demonstrações financeiras. Isso ocorreu por conta da necessidade de futuramente os investidores ou acionistas terem o conhecimento profundo da situação patrimonial e financeira, o resultado das operações e fluxos de caixa da empresa (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). Logicamente, isso não aconteceu da noite para o dia. O início dessa evolução se deu com a antiga Lei das sociedades por ações (Decreto-Lei n.º 2.627, de 26 de setembro de 1940). A nova Lei das sociedades por ações saiu em 2009 (Lei n.º 11.941) e alterou completamente o conteúdo das demonstrações financeiras, se comparada à antiga Lei n.º 6.404/76. Por causa, principalmente, dos problemas ocorridos nas bolsas de valores no início da década de 1970, realizou-se todo o processo de aprimoramento das demonstrações financeiras (ALMEIDA, 2010). São as demonstrações financeiras para as quais o auditor externo deve emitir parecer, conforme a nova Lei das sociedades por ações: · Balanço patrimonial; · Demonstração do resultado do exercício; · Demonstração de lucros e prejuízos acumulados, ou demonstração das mutações do patrimônio líquido; · Demonstração dos fluxos de caixa; · Demonstração do valor adicionado; · Notas explicativas (CREPALDI, 2009). É importante ressaltar a necessidade de observar todas as exigências da Lei das sociedades por ações. Por isso, recomenda-se a leitura da Lei na íntegra, disponível em: http://goo.gl/6Q3voA Ex pl or 7 UNIDADE Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é uma demonstração que relaciona os bens e direitos – ativos – e as obrigações e a participação dos acionistas – passivo – da empresa, possibilitando ao leitor a visão da posição patrimonial e financeira da organização (CREPALDI, 2009). Quadro 1 Ativo Passivo Ativo circulante; Passivo circulante; Ativo não circulante; Passivo não circulante; Investimentos; Patrimônio líquido. Ativo imobilizado; Ativo intangível. Fonte: elaborado pelo professor conteudista Classificação do Balanço Patrimonial As transações são classificadas da seguinte forma: · Ativo circulante: neste grupo de contas são classificados os ativos que se realizarão no exercício social seguinte – caixa e banco, aplicações financeiras, contas a receber, estoques, despesas antecipadas etc. (BEASLEY, 1996); · Ativo não circulante: neste grupo são classificados os ativos que serão realizados após o término do exercício social seguinte – contas a receber a longo prazo, despesas antecipadas a longo prazo etc. (LIMA, 2003); · Investimentos: as participações no capital social de outras sociedades e outros direitos permanentes que não se destinem à manutenção das atividades da empresa são classificados neste grupo de contas – investimentos em ações ou quotas, obras de arte, imóveis alugados etc. (CREPALDI, 2009); · Ativo imobilizado: os bens corpóreos que se destinam à manutenção das atividades da empresa ou que exercem essa finalidade são classificados neste grupo de contas – terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios, instalações, obras em andamento etc. (ALMEIDA, 2010); · Ativo intangível: neste grupo de contas são classificados os direitos que tenham por objeto os ativos incorpóreos que se destinam à manutenção da empresa ou os que exercem tal finalidade – marcas, patentes, fundos de comércio etc. (ALMEIDA, 2010); 8 9 · Passivo circulante: neste grupo de contas são classificadas as obrigações que vencerão no exercício social seguinte –fornecedores, empréstimos, impostos a pagar, encargos sociais a recolher etc. (ALMEIDA, 2010); · Passivo não circulante: as obrigações que vencerão após o término do exercício social seguinte são classificadas neste grupo de contas – fornecedores a longo prazo, empréstimos a longo prazo etc. (CREPALDI, 2009); · Patrimônio líquido: neste grupo de contas são classificadas as origens de recursos pertencentes aos acionistas da empresa –recursos recebidos na forma de capital, ágio na colocação de ações, lucros ou prejuízos apurados etc. (ALMEIDA, 2010). Avaliação Os agrupamentos de contas do balanço patrimonial são avaliados da seguinte forma: · Ativo circulante e realizável a longo prazo – podem ser classificadas no ativo circulante ou no realizável a longo prazo as aplicações em instrumentos financeiros, em direitos e em títulos de crédito: · Por seu valor justo, quando se tratar de aplicações que se destinam à negociação ou disponíveis para venda; e · Pelo valor de custo de aquisição, atualizado de acordo com os disponíveis legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito (ALMEIDA, 2010). · Investimentos – os investimentos em sociedades controladas, controladas conjuntamente e coligadas são avaliados pelo método de equivalência patrimonial (ALMEIDA, 2010); · Ativo imobilizado – custo de aquisição menos a depreciação ou a exaustão acumulada (CREPALDI, 2009); · Ativo intangível – custo de aquisição menos a amortização acumulada (CREPALDI, 2009); · Passivo circulante e não circulante – valor das obrigações efetivamente devidas. Obrigações, encargos e riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante (CREPALDI, 2009); · Patrimônio líquido – contrapartidas dos valores registrados no ativo ou apurados na demonstração do resultado do exercício e que não representem obrigações – passivo –, receitas e ganhos – resultado (CREPALDI, 2009). 9 UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício O principal objetivo dessa demonstração é relatar o lucro ou prejuízo que foi constatado pela empresa em determinado exercício social (FERRARI, 2006). São os principais agrupamentos de contas dessas demonstrações: · Receita bruta das vendas de bens e serviços; · Deduções de vendas, abatimentos e impostos; · Receita líquida das vendas e serviços; · Custo das mercadorias e serviços vendidos; · Lucro bruto; · Despesas com vendas; · Despesas financeiras; · Despesas gerais e administrativas; · Outras receitas e despesas operacionais; · Lucro ou prejuízo operacional; · Resultado do exercício antes do imposto de renda; · Provisão para o imposto de renda; · Participações e contribuições; · Lucro ou prejuízo líquido do exercício; · Lucro por ação de capital social. Especificando-os, temos: · Receita bruta das vendas de bens e serviços – neste grupo são classificadas as receitas que possuem relação com o objetivo social da empresa, frequentemente comprovadas através de notas fiscais de venda (ALMEIDA, 2010); · Deduções de vendas, abatimentos e impostos – neste grupo de contas se enquadram as devoluções de vendas, abatimentosquando o valor faturado for maior, impostos incorridos sobre vendas, tais como Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) etc. (ALMEIDA, 2010); · Custo das mercadorias e serviços vendidos – classificam neste grupo de contas os custos efetivamente incorridos para realizar a receita bruta (ALMEIDA, 2010); · Despesas com vendas – são classificadas neste grupo de contas todas as despesas incorridas precisamente para realizar a venda. Exemplos: propagandas, comissão dos vendedores, frete de produtos vendidos etc. (ALMEIDA, 2010); 10 11 · Despesas fi nanceiras – neste grupo são registradas as despesas com a utilização de recursos de terceiros. Exemplos: juros, correção monetária, variação cambial, comissão bancária na abertura do financiamento, Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) etc. (ALMEIDA, 2010); · Despesas gerais e administrativas – são classificadas neste grupo as despesas administrativas da empresa. Exemplos: salários, eletricidade, água, telefone, limpeza, segurança etc. (ALMEIDA, 2010); · Outras receitas e despesas operacionais – neste grupo se enquadram as receitas e despesas que não são receitas brutas e financeiras, despesas de vendas e financeiras, ou gerais e administrativas. Exemplos: resultado negativo ou positivo na avaliação de investimentos por equivalência patrimonial, resultado de venda de imobilizado etc. (ALMEIDA, 2010); · Provisão para o imposto de renda – neste grupo é classificada a participação do fisco no lucro da empresa, atualmente sua base é de 34% do lucro real para as sociedades em geral e 40% para instituições financeiras (ALMEIDA, 2010); · Participação e contribuições – neste grupo de contas são registradas as participações dos empregados, administradores, debenturistas, entre outros no lucro da empresa e aqui também se enquadram as contribuições a entidades ou fundos de assistência ou previdência do empregado (ALMEIDA, 2010); · Lucro por ação do capital social – retrata o valor do lucro líquido do exercício dividido pela quantidade das ações (ALMEIDA, 2010). Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Objetiva relatar os prejuízos e lucros acumulados em determinado período (CREPALDI, 2009). Demonstração dos Fluxos de Caixa De acordo com a Lei n.º 6.404/76, a demonstração dos fluxos de caixa engloba as alterações ocorridas, em determinado período, no saldo de caixa e caixas equivalentes de caixa, tendo essas alterações, no mínimo, três fluxos: · Das operações; · Dos financiamentos; e · Dos investimentos (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012). 11 UNIDADE Demonstração do Valor Adicionado De acordo com a Lei n.º 6.404/76, relata o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os componentes que contribuíram à geração dessa riqueza. Exemplos: empregados, financiadores, investidores etc. (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012). É obrigatória somente para companhias abertas, dado que essa demonstração foi regulamentada pelo Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) n.º 9. Notas Explicativas A Lei n.º 11.941 e o CPC estabelecem várias exigências com referência às notas explicativas. É imprescindível observar tais exigências na íntegra, disponíveis em: http://goo.gl/dnG0dU Ex pl or Planejamento da Auditoria As normas de auditoria exigem um planejamento adequado do trabalho do auditor. Esse planejamento objetiva a diminuição de custos e aumento da garantia da qualidade do trabalho de auditoria (FERRARI, 2006). São os principais objetivos do planejamento da auditoria: · Adquirir conhecimento sobre a empresa; · Planejar maior volume de horas nas auditorias preliminares; · Obter maior cooperação do pessoal da empresa; · Determinar os testes detalhados de auditoria; · Identificar previamente os problemas (ALMEIDA, 2010). Especificando-os, temos: · Adquirir conhecimentos sobre a empresa – para obter o conhecimento da empresa, o auditor deve estudar as seguintes áreas: · Financeira; · Contábil; · Orçamentária; · Pessoal; · Fiscal e legal; · Operacional; 12 13 · Vendas; e · Suprimentos (ALMEIDA, 2010). · Planejar maior volume de horas nas auditorias preliminares – devido ao fato de que a maioria das empresas encerra seu exercício social no mês de dezembro de cada ano, ocorre um acúmulo de serviços no primeiro trimestre nas empresas de auditoria externa, enquanto nos outros meses, nessas firmas, ocorre certa ociosidade. Visando melhorar esse problema, sempre que possível, os auditores executam um maior volume de serviços de auditoria nas visitas preliminares (ALMEIDA, 2010); · Obter maior cooperação do pessoal da empresa – para a diminuição de custos, o auditor deve, sempre que possível, utilizar o pessoal da empresa para as seguintes tarefas: apanhar documentos nos arquivos da organização auditada; preencher os papéis de trabalho de movimentação de contas; preparar análises com os saldos das contas do balanço patrimonial, entre outras tarefas (LIMA, 2003). Por meio de alguns testes, o auditor deve certificar a qualidade do serviço realizado por esse pessoal; · Determinar os testes detalhados de auditoria – o auditor externo deve planejar seu trabalho de maneira que as áreas de revisão analítica e controle interno sejam realizados em primeiro lugar, para determinar a natureza, extensão e datas dos testes detalhados ou métodos de auditorias às diversas contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício (ALMEIDA, 2010); · Identifi car previamente os problemas – os problemas devem ser previamente detectados por meio do planejamento, a fim de que a administração da empresa possa dispor de tempo hábil para a solução desses, de maneira que não atrase a divulgação das demonstrações financeiras anuais (ALMEIDA, 2010). De acordo com Crepaldi (2009, p. 479), esse fato exige que o auditor execute os testes de auditoria primeiramente nas contas com possíveis problemas, de modo que tais contas sejam evidenciadas através da avaliação do sistema de controle interno e revisão analítica. Principais Procedimentos de Auditoria A Resolução n.º 820/93, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), determina que a aplicação dos procedimentos de auditoria [...] deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. 13 UNIDADE Ainda de acordo com o CFC, na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos: · Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis; · Observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; · Investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; · Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e · Revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situações ou tendências atípicas. Providências para a Reunião com a Gerência da Empresa O auditor deve: · Ler o parecer e as demonstrações financeiras do exercício social anterior; · Ler o relatório ou comentário do exercício social anterior; · Ler as pastas correntes do exercício social anterior, bem como as pastas permanentes e pastas de correspondências; · Ler atas de reuniões de acionistas, conselhos administrativos,diretoria, conselho fiscal e comitê de auditoria; · Ler os relatórios de auditoria interna emitidos durante o exercício social a ser auditado; · Visitar a fábrica e os principais departamentos da empresa; · Obter conhecimento das legislações fiscais e normas de Contabilidade pertinentes à empresa auditada (CREPALDI, 2009). Reunião com a Gerência Na reunião, o auditor deve: · Discutir os pontos levantados, referentes ao tópico anterior; · Indicar se houve – ou se haverá – necessidade de mudança na natureza dos negócios, práticas contábeis, políticas financeiras etc. (CREPALDI, 2009). 14 15 Informações que Devem ser Obtidas da Empresa · Elaborar uma carta solicitando as informações necessárias à execução da auditoria. Tais informações descrevem cópias de demonstrações contábeis, análises de contas, reconciliações bancárias, extratos bancários etc.; · A carta deve ser preparada de maneira que possa identificar as principais contas e o tipo de análise ou reconciliação específica que o auditor externo necessite (CREPALDI, 2009). Planejamento de Horas O auditor externo deve estabelecer a distribuição das horas entre as visitas preliminares e visita final. Tal distribuição é realizada tendo como base: · Horas constantes no levantamento que determinou o preço do serviço de auditoria; · Experiência adquirida na execução dos passos citados anteriormente; · Experiência de cada auditor (ALMEIDA, 2010). Auditoria Preliminar No que se refere à auditoria preliminar, o auditor deve: · Levantar o sistema de controle financeiro, que relaciona à área contábil, devendo avaliá-lo; · Executar o procedimento de revisão analítica para as demonstrações contábeis preliminares; · Revisar os trabalhos realizados pela auditoria interna durante o exercício social e determinar até que ponto são confiáveis. · Estabelecer o valor de materiabilidade; Materiabilidade: signifi ca, em auditoria, a existência de um valor estipulado para o qual os leitores poderiam não ter entendimento errôneo sobre as demonstrações fi nanceiras. Ex pl or · Estabelecer os procedimentos de auditoria e quantidade de testes a serem realizados para os agrupamentos de contas do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício; · Realizar todos os procedimentos de auditoria relacionados à visita preliminar; · Atualizar a pasta permanente; · Revisar o relatório ou comentário do ano anterior da empresa; e · Antes de se retirar da empresa, deve assegurar que todos os papéis de trabalho foram revisados e todos os pontos de revisão estão limpos (ALMEIDA, 2010). 15 UNIDADE Caixa e Banco Contagem de Caixa Este procedimento é aplicável às empresas que realizam suas vendas à vista – lojas, concessionárias de pedágio etc. – e que podem ter uma quantia significativa de recursos no seu caixa na data do balanço patrimonial: · A contagem de caixa deve ser surpresa; · Com a presença do responsável pela auditoria, o auditor deve estabelecer que os caixas serão contados; · Em nenhuma hipótese o auditor deve assumir a responsabilidade na ausência do responsável pelo caixa, o qual deve estar presente na realização da contagem; · O auditor deve estar atento a anormalidades; · Para recebimentos não depositados – cheques – o auditor deve acompanhar até o depósito bancário – analisar recibo de depósito autenticado; · O auditor deve preparar um papel de trabalho à caneta, contendo as seguintes informações: · Nome da empresa; · Título do papel de trabalho – contagem de caixa; · Data e hora da contagem; · Nome do responsável pelo caixa; · Composição do caixa – moeda, notas, cheques, comprovantes etc. (SÁ, 2000). Circulação dos Saldos Bancários Devem ser os procedimentos do auditor: · Solicitar o preenchimento da carta de confirmação bancária; · Conferir informações da carta; · Incluir juntamente à carta um envelope selado com o endereço da própria empresa de auditoria externa; · Anexar a carta de confirmação e o envelope selado da resposta em um outro envelope e enviá-lo por correio; · Conferir respostas recebidas; · Quando as respostas não estiverem adequadas, enviar nova carta ao banco (ALMEIDA, 2010). 16 17 Cuto� de Cheques Objetivando a certificação de que os cheques são registrados nos períodos de suas respectivas competências e de que não há erros na conciliação bancária, o auditor deve efetuar os seguintes procedimentos (SÁ, 2000): · Obter ou realizar uma relação do último cheque emitido e dos cheques em branco para a data do exame; · Verificar se não foi lançado nenhum cheque de número posterior ao do cutoff; · Verificar se não foi lançado nenhum cheque de número anterior ao do cutoff. Teste das Conciliações Bancárias Habitualmente, as empresas preparam mensalmente as conciliações bancárias, que representam uma reconciliação do saldo da conta corrente bancária através de extrato com o saldo pela razão analítica, ou seja, o processo concilia o saldo indicado pelos extratos bancários aos que são informados pela Contabilidade. A reconciliação bancária, na prática, é elaborada tendo como base o último dia do mês e objetiva eliminar as transações que aparecem em ambos os registros. As que sobram são classificadas como itens pendentes (SÁ, 2000).t 17 UNIDADE Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Manual de orientação dos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira. 2013. http://goo.gl/knadbS Qualit@s MARTINS, O. S. A importância da auditoria contábil das disponibilidades nas entidades. v. 6, n. 2, 2007 http://goo.gl/ZqnXex Revista de Ciências Gerenciais OLIVEIRA, D. S.; GOMES, G. F. da F.; PORTO, L. C. de M. A importância da auditoria interna no processo de gestão das organizações em um ambiente globalizado e cada vez mais competitivo.v. 1, n. 1, 2012 http://goo.gl/NCTw6d Revista de Administração e Ciências Contábeis do Ideau RIGO, M.; BLEIL, C. Auditoria das demonstrações contábeis: um estudo da evidenciação e transparência das informações. v. 3, n. 7, jul./dez. 2008. http://goo.gl/QUbMBl 18 19 Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. BEASLEY, M. S. Auditing. San Diego: The Dryden Press, 1996. p. 10-24. BRASIL. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei n.º 11.941. Brasília, DF, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 22 Jun. 2018. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n.º 821. Brasília, DF, 1997a. ______. Resolução n.º 820. Brasília, DF, 1997b. ______. Normas brasileiras de Contabilidade e normas de auditoria. 3. ed. Brasília, DF, 1991. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. FERRARI, E. L. Contabilidade geral: teoria e 1.000 questões. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2006. GRAMLING, A. A.; RITTENBERG, L. E.; JOHNSTONE, K. M. Auditoria. Trad. Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Cengage Learning, 2012. LIMA, P. G. de O. Auditoria contábil-fiscal. 7. ed. João Pessoa, PB: Persona, 2003. RIBEIRO, O. M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2011. RIBEIRO, O. M.; RIBEIRO, Juliana M. Auditoria fácil. São Paulo: Saraiva, 2012. SÁ, A. L. de. Curso de auditoria. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 19 Auditoria Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Rodrigo De Souza Marin Revisão Técnica: Prof. Me. Carlos Henrique Costa Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Passivo: Testes e Classificação • Auditoria Contábil. · Apresentar os aspectos proeminentes da Auditoria Contábil, des- tacando as principais características sobre passivo e seus pontos mais relevantes. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Nesta Unidade veremos um pouco mais sobre classificação de passivo na audi- toria contábil.É importante que você leia todo o material, inclusive o complementar, com muita atenção, anotando as suas eventuais dúvidas para apresentar ao tutor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra em um ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades você também encontrará a Avaliação, a Atividade reflexiva e a Videoaula. Bom estudo! ORIENTAÇÕES Passivo: Testes e Classifi cação UNIDADE Passivo: Testes e Classificação Contextualização Caro(a) aluno(a), De acordo com o que já estudamos, o objetivo do auditor externo é transmitir uma opinião ou parecer sobre as demonstrações financeiras, verificando se estas foram desenvolvidas conforme os princípios fundamentais de Contabilidade, se tais princípios foram aplicados de maneira uniforme nesse exercício social comparado ao anterior e se todos os dados necessários ao entendimento estão informados nessas demonstrações. Visando a constatação de dívidas não registradas na contabilidade, os testes sobre os passivos da empresa trazem à tona as divergências de informações acerca das obrigações da organização. Assim, nesta Unidade veremos os procedimentos para a realização de tais testes. 6 7 Auditoria Contábil Passivo De acordo com o que já foi estudado, passivo refere-se ao saldo das obrigações devidas da empresa, ou seja, as obrigações financeiras que a empresa tem para com terceiros (ATTIE, 1998). De maneira simplificada, equivale a tudo o que a empresa deve ou todas as dívidas que a empresa contraiu (RIBEIRO; RIBEIRO, 2012). Na Contabilidade essas obrigações são divididas no balanço patrimonial, especificamente nos grupos de passivo circulante e passivo não circulante, onde: Passivo circulante refere-se aos valores que explicam a origem dos investimentos e de vencimentos a curto prazo. Passivo não circulante refere-se às obrigações que vencerão após o término do exercício social seguinte, ou depois de um ano (ALMEIDA, 2010). O exame de auditoria objetiva certificar a exatidão e a correta divisão das contas. Revisão do Controle Interno A revisão do controle interno é realizada objetivando determinar sua fidedignidade, a fim de que o auditor possa estabelecer os procedimentos de auditoria a serem realizados, a extensão dos trabalhos e o momento de sua aplicação (GRAMLING; RITTENBERG; JOHNSTONE, 2012) É recomendável que a administração estabeleça pontos fortes de controle que lhe concedam segurança (BEASLEY, 1996). Attie (1998) lista alguns dos itens de controle interno mais frequentemente encontrados na área de passivos, os quais: • Segregação de funções entre o setor de contas a pagar e tesouraria; • Segregação de funções entre o setor de contas a pagar e de compras; • Sistema de autorização e aprovação para compras e pagamentos; • Balanceamento periódico entre o setor de contas a pagar e a contabilidade; • Utilização de duas pessoas independentes para as assinaturas de cheques; • Cancelamento da documentação comprobatória após o pagamento; • Atualização constante dos passivos a pagar sujeitos à variação do poder aquisitivo da moeda; • Controle de pagamentos para evitar atrasos e consequente multa ou juros de mora. 7 UNIDADE Passivo: Testes e Classifi cação Grupos de Contas As obrigações de uma empresa são normalmente assimiladas nos seguintes grupos de contas: • Empréstimos a pagar; • Fornecedores de mercadorias; • Imposto de renda e contribuição social; • Impostos a recolher; • Salários a pagar; • Outras obrigações; e • Provisões (CREPALDI, 2009). Especificando-os, temos os seguintes sentidos. Empréstimos a Pagar Os empréstimos são classificados nas duas seguintes categorias: Passivo circulante – empréstimos com prazo de vencimento de até um ano. Passivo não circulante – empréstimos que vencerão após o término do exercício social seguinte. Os empréstimos são registrados de acordo com o seu recebimento e são avaliados através das quantias efetivamente devidas na data do encerramento do exercício social. Os valores incorridos e não pagos devem ser provisionados na data do levantamento das demonstrações financeiras (ALMEIDA, 2010). Esse assunto foi regula- mentado pelo pronuncia- mento técnico do Comitê de Pronunciamentos Con- tábeis (CPC) n.º 20. Fornecedores de Mercadorias As compras de bens ou aquisições de serviços são contabilizadas neste grupo. Para ser classificada nesse grupo, o reconhecimento dessa obrigação acontece quando a empresa recebe a prestação de serviço ou quando o bem passa para a sua propriedade. Tal passagem de propriedade acontece com frequência devido ao recebimento do bem. Porém, caso essa passagem de bem se dê antes de a empresa ter o bem em mãos, esta deverá contabilizar o ativo e sua obrigação no grupo de “bens em trânsito” (ALMEIDA, 2010). 8 9 Imposto de Renda e Contribuição Social O dispêndio do imposto de renda ou contribuição social deve ser contabilizado no exercício social em que a empresa gerou o lucro. É calculado com base no percentual em torno de 34% aplicado sobre o lucro real (CREPALDI, 2009). Lucro real é o lucro líquido do exercício ajustado para fins fiscais. Imposto de renda diferido – conforme os princípios contábeis, as vendas e os gastos são debitados ou creditados na demonstração do resultado do exercício no período em que esses ocorreram. É comum que algumas despesas ou receitas sejam tributadas ou dedutíveis somente em anos seguintes aos de sua contabilização (SÁ, 2000). Para adequar o imposto de renda ao regime de sua competência, tais receitas ou despesas devem ser reconhecidas no mesmo ano de suas ocorrências. Esse tema foi normatizado por meio do pronunciamento técnico CPC n.º 32. Outros Impostos São registrados neste grupo de contas os impostos que incidem sobre as operações da empresa (ALMEIDA, 2010). Exemplos: • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS); • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); • Imposto sobre Serviços (ISS); • Programa de Integração Social (PIS); • Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins); • Taxa de lixo; • Imposto predial; • Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA). Salários a Pagar Neste grupo são contabilizados os rendimentos líquidos a pagar aos empregados. Aqui também se classificam os descontos que devem ser recolhidos, que são deduzidos do rendimento bruto do funcionário e os encargos sociais, que são as obrigações trabalhistas que incidem sobre os rendimentos dos empregados (ALMEIDA, 2010). Exemplos de descontos: • Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – parte do empregado; • Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). • Exemplos de encargos sociais: 9 UNIDADE Passivo: Testes e Classificação • INSS – parte da empresa; • Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Outras Obrigações São contabilizadas neste grupo outras dívidas (CREPALDI, 2009). Exemplos: • Dividendos a pagar; • Comissões de vendedores a pagar; • Impostos de terceiros a recolher; • Adiantamentos recebidos de clientes; • Aluguéis a pagar. Provisões As provisões são os encargos ou riscos que, de acordo com a Lei das sociedades por ações, deverão ser contabilizados até a data do balanço (SÁ, 2000). A diferença dessas para as demais transações é dada, principalmente, devido às suas características, as quais: • Determinação com base em estimativa; • Ausência de data fixa de vencimento; ou • Ausência de nome exato do credor (ALMEIDA, 2010). • Exemplos de provisão: • 13º salário; • Férias; • Garantia de produtos vendidos. Principais Procedimentos A Resolução n.º 820/93 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) determina que a aplicação dos procedimentos de auditoria [...] deve ser realizada, em razão da complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicçãoque sejam válidos para o todo. Ainda de acordo com o CFC, na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos: I. Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis; II. Observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução; 10 11 III. Investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; IV. Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comproba- tórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias; e V. Revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas. Teste de Empréstimos O auditor deverá: • Obter da empresa auditada um papel de trabalho detalhado, constando todos os dados dos empréstimos; • Conferir as somas do papel de trabalho; • Conferir o saldo no início do período com os papéis de trabalho da auditoria no ano anterior; • Inspecionar a documentação comprobatória; • Conferir cálculos de variação cambial ou correção monetária e indicar tais valores no grupo de despesas financeiras; • Observar a atualização dos empréstimos com correção monetária ou em moeda estrangeira para a data do exercício social; • Verificar, conforme o contrato, a adequada divisão entre curto e longo prazo; • Investigar a liquidação dos empréstimos conforme as cláusulas contratuais; • Testar a conta de encargos antecipados; • Testar a conta de provisão para encargos financeiros; • Obter carta de confirmação dos empréstimos; • Certificar-se das taxas de juros e datas de vencimento dos empréstimos de longo prazo e se as garantias ou ônus reais constituídos sobre elementos do ativo estão divulgados nas notas explicativas (ALMEIDA, 2010). Teste de Fornecedores O auditor deve: • Obter uma relação dos fornecedores a pagar, por fornecedor e nota fiscal ou duplicata, na data-base de encerramento do exercício social; • Obter cartas de confirmação de saldos de alguns fornecedores. O auditor deve circular os fornecedores para os quais a empresa mantém o maior volume das operações. Essa quantidade é estipulada juntamente com o responsável pela auditoria, visando a segurança do controle interno da área; 11 UNIDADE Passivo: Testes e Classificação • Preparar os papéis de circularização dos fornecedores; • Verificar se as contas a pagar de fornecedores estão atualizadas na data do balanço; • Revisar a relação de fornecedores para situações anormais; • Averiguar a existência de notas fiscais não pagas na data de vencimento (ALMEIDA, 2010). Teste do Imposto de Renda O auditor deve: • Preparar um papel de trabalho de auditoria detalhado; • Conferir o saldo do início do período com os papéis de trabalho do ano anterior; • Verificar se o valor do imposto a pagar constante na declaração de rendimento está de acordo com o saldo no início do período acrescido ou deduzido do ajuste da provisão do ano anterior; • Analisar a origem desse ajuste e verificar se foi adequadamente registrado nas demonstrações financeiras examinadas; • Inspecionar as guias quitadas de pagamento do imposto de renda incidente sobre o lucro do ano anterior; • Conferir o saldo final do período com o razão geral da Contabilidade para a mesma data; • Aplicar tais procedimentos à contribuição social (ALMEIDA, 2010). Teste de Outros Impostos O auditor deve: • Obter análise do saldo das contas de outros impostos; • Conferir o valor da análise com a respectiva conta do razão da contabilidade; • Verificar a existência de itens antigos ou anormais na análise; • Confrontar, quando necessário, o valor a pagar constante na análise de livros fiscais (ALMEIDA, 2010). Teste de Salários a Pagar O auditor deve: • Obter a análise da composição do saldo dos salários, descontos e encargos sociais a recolher; • Conferir o valor da análise com a respectiva conta do razão da contabilidade; • Verificar a existência de itens antigos ou anormais na análise; • Quando necessário, confrontar a folha de pagamento (ALMEIDA, 2010). 12 13 Teste das Outras Obrigações O auditor deve: • Obter análise da composição de saldo; • Conferir a soma da análise e confrontar o valor total com o saldo da respectiva conta do razão geral da contabilidade; • Investigar a existência de itens antigos ou anormais na análise (CREPALDI, 2009). Teste das Provisões O auditor deve: • Preparar papel de trabalho para cada conta de provisão, sendo esta detalhada; • Conferir o saldo no início do período com os papéis de trabalho da auditoria do ano anterior; • Inspecionar a documentação comprobatória para os pagamentos realizados; • Conferir cálculos e analisar a origem das provisões constituídas no ano e, quando necessário, relacionar os respectivos valores com a demonstração do resultado do exercício; • Conferir o saldo final do período com o razão geral da contabilidade para a mesma data (ALMEIDA, 2010). Receitas, Despesas e Custos O objetivo dos testes dessas transações é permitir que o auditor verifique se os valores foram registrados dentro do regime de competência, se foram aprovados, se estão conforme a natureza dos negócios da empresa, se há documentação que dê suporte à operação e se a classificação contábil está adequada (SÁ, 2000). Receitas As receitas são divididas em três grandes grupos, a saber: • Receitas operacionais; • Receitas financeiras; e • Outras receitas (ALMEIDA, 2010). Especificando-as, temos: Receitas operacionais são aquelas provenientes da atividade principal da empresa. Normalmente exigem a emissão de nota fiscal. Receitas financeiras são rendimentos recebidos devido aos recursos da empresa estarem sob utilização de terceiros. 13 UNIDADE Passivo: Testes e Classificação Outras receitas correspondem a ganhos recebidos fora da atividade principal da empresa (CREPALDI, 2009). Como Reconhecer as Receitas As receitas são reconhecidas no resultado do exercício devido à passagem de propriedade do bem ou produto acabado para terceiros, ou prestação de serviços. Recebimentos anteriores ao reconhecimento das receitas devem ser contabilizados no passivo (ALMEIDA, 2010). Teste das Receitas Operacionais O objetivo principal desses procedimentos de auditoria é identificar a subavaliação nas contas das receitas. O auditor deve: • Selecionar as notas fiscais de venda para teste e observar aprovações de créditos; • Comparar a nota fiscal selecionada ao pedido de compra do cliente e inspecionar a documentação de embarque das mercadorias; • Verificar a inclusão da nota fiscal selecionada no registro inicial de vendas; • Conferir a soma do registro inicial de vendas; • Verificar a inclusão do valor total do registro inicial de vendas no registro intermediário de vendas; • Conferir a soma do registro intermediário de vendas; • Verificar a inclusão do valor total do registro intermediário de vendas no registro final de vendas; • Conferir a soma do registro final de vendas; • Verificar a inclusão do valor total do registro final de vendas no razão geral de receitas; • Conferir a soma do razão geral de receitas (ALMEIDA, 2010). Teste das Receitas Financeiras Estas receitas são testadas juntamente com a auditoria do grupo de aplicações financeiras (CREPALDI, 2009). Teste de Outras Receitas As receitas de bens do ativo imobilizado são testadas de acordo com a auditoria desse grupo de contas do ativo. O auditor deve: • Selecionar dados independentes para outras receitas; 14 15 • Verificar somas e transporte para registros iniciais, intermediários e finais e a contabilização no razão geral; • Conferir a soma do razão geral (ALMEIDA, 2010). Despesas e Custos Esta auditoria é dividida da seguinte maneira: • Despesas que são testadas em conexão com as contas do balanço patrimonial; • Aquisições de
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